Sunday, September 14, 2008

11.º 6.ª

Seguem-se os publifilmes do 11.º 6.ª (Joana L. & Raquel, Cátia & Mónica, Ricardo, Zé e João C., Inês & Joana C., Filipa I, Ana & Pedro, João II, João III & Tiago, Norman, Catarina & Tomás, Vranda & Vanessa, Joana O.). Estes microfilmes de publicidade à Escola Secundária José Gomes Ferreira enquadram-se na parte que o programa do 11.º ano dedica aos media e à publicidade; visaram ainda testar a expressão oral (leitura em voz alta, representação ou oralidade sem intermediação de texto escrito). Começaram a ser aqui publicados a 20 de Novembro de 2008, dia do 28.º aniversário da ESJGF. (Publifilmes de 2008-2009: 11.º 1.ª, 11.º 2.ª, 11.º 4.ª, 11.º 5.ª, 11.º 6.ª; Instruções para a tarefa; Microfilmes de 2007-2008: 10.º 1.ª; 10.º 2.ª; 10.º 4.ª; 10.º 5.ª; 10.º 6.ª; Bibliofilmes de 2007-2008: 10.º 1.ª; 10.º 2.ª; 10.ª 4.ª; 10.º 5.ª; 10.º 6.ª.)

Joana L. & Raquel

Raquel & Joana L. (17,8-18) Concepção Quero salientar o sentido do ritmo, da velocidade, da síntese, tão necessários na publicidade (na televisão, genericamente). Não há no filme segundos desperdiçados, imagens desnecessárias. A abordagem é paródica, o filme é assumido pastiche dos anúncios do Mini-Preço. Os depoimentos, justaposição de respostas de vários a entrevistados a uma mesma pergunta, resultam bem. (Este efeito também foi praticado por Filipa, do 11.º 4.ª — e também aí com bom resultado.) A partir de então, o filme torna-se mais ilustrativo, mesmo narrativo. No final, música e aceleração das imagens (ou rapidez de Joana?) aludem ao cinema mudo (e, creio, sempre ao anúncio que citei). Slogan fecha o anúncio, com as autoras/actrizes em uníssono (a coordenação, o trabalho de equipa, também me pareceu ser um dos pontos fortes). Expressão oral Não há muitas falas, porque aqui não contam os depoimentos, mas as que há exigem estilos variados (apresentação neutra «ao vivo»; apelo; pergunta-convite; slogan), cujos matizes específicos foram bem dados. Esses matizes não eram fáceis em termos da entoação, implicando mais dotes de representação do que a mera leitura em voz alta. Texto Sempre bem o texto, e nisto se deve incluir a concepção narrativa que já gabei em cima. No slide com o slogan, teria ficado melhor uma fonte (de letra) menos banal (estará uma arial ou helvética, que são das letras mais «amadoras»). Todo o filme parece profissional; esse lettering destoa. Duração 0,52

Cátia & Mónica

Mónica & Cátia (16,5-17) Concepção É um filme que podemos integrar na publicidade institucional. Como já fui dizendo a propósito de outros filmes, esse estilo pode levar a que predomine a linguagem generalista, típica de quando se tem de gabar extensivamente, mas, mesmo assim, não se cai muito nesse vício (talvez aqui: «salas arejadas», «enfrentar desafios», «ensino rigoroso»). As imagens não são ilustrativas (não se mostram os objectos de que se vai falando), o que até acho solução interessante, seguindo a câmara do topo até ao portão principal da escola, como se passeássemos também nós a relancear a escola. Montagem feita com gosto. Expressão oral Muito boa leitura (embora uma excessiva ressonância prejudique a comodidade da audição). Só notei uma pausa indevida — «na vida // escolar», já quase no final (aliás, em outro trecho, mesmo no fial, Mónica apressa-se demasiado). Texto Dentro estilo «institucional», em que é mais difícil ser-se original, o texto está bastante razoável. Há duas ou três falhas, ligadas ao uso de mecanismos de coesão referencial (às pronominalizações, para simplificar): «[...] músicas. Por isso há uma grande variedade das mesmas» (melhor: «músicas, que vão sempre variando»); «[...] a sala de aula. Porém, estas são bastante arejadas» (é discutível se se pode usar «estas» quando o termo antecedente é singular); «Nele percorrem as nossas conversas» (por «percorrem-no as nossas nossas conversas»; «enchem-no as nossas conversas»). Em vez de «músicas direccionadas aos alunos», «músicas dirigidas aos alunos», «escolhidas a pensar nos alunos». Duração 2,36

Ricardo

Ricardo (15,5) Concepção O formato escolhido é o de mini-documentário. Só no final se deriva para o estilo clip publicitário, com a revelação do slogan. O tipo de música acentua o perfil, muito institucional, de descrição global da escola em termos encomiásticos e sérios. (À margem deste filme: uma dificuldade suplementar posta aos publifilmes mais institucionais, com abordagens de relance generalista, é que se ressentem, uma vez apresentados aqui, junto a outros idênticos, de os mesmos elogios à escola se repetirem de filme para filme.) O filme está equilibrado, vendo-se que houve cuidado em tudo planificar. Trata-se de imagens fixas — é certo —, mas em nenhum momento parece faltar ilustração ou ser esta forçada (apenas para preencher filme); ao contrário, a montagem consegue transmitir a ideia de consistência, rigor, apesar de nem me parecer que as fotografias tivessem sido tiradas proositadamente. Expressão oral Boa, apemas com algumas oscilações no início (em que a velocidade nem sempre parece a adequada). Passados esses momentos iniciais, o texto chega-nos sempre claro e, dado o formato adoptado, no tom grave pertinente. Texto Como costuma acontecer nas abordagens mais institucionais, há informações que acabam por ser percebidas como convencionais (são trechos que o ouvinte sente como necessários para se cumprir o formato mas que adivinha serem mais ou menos irrelevantes, puramente «retóricos»: é o caso dos computadores e da ligação à net, ou da informação de que a escola tem um site; ou de que a escola está no centro de Lisboa [além disso, não está]). De resto, a um nível menos macroscópico, não notei falhas linguísticas. Uma única frase me deixa dúvidas «boas instalações, com incentivo de estudo» (será «como incentivo»? ou «que servem para»?). Duração 2,23

Zé & João I

João I & Zé (17) Concepção Excelente ideia: apresentar os produtos de duas escolas. Pelo aluno «produzido» na ESJGF — consciencioso, aplicado, fã de ópera — inferir-se-ia que esta escola é melhor do que as outras. (Na verdade, como a personagem interpretada por Zé, de tão boazinha, acaba por se tornar irritante, ficamos a torcer pelo irmão rufia, feito por João, o que pode levar a que o anúncio tenha o efeito contrário do pretendido.) Expressão oral Boa representação de ambos. A representação de Zé é mais caricatural, a de João mais naturalista (e não estou a insinuar que isto resulte de proximidade do respectivo papel na vida real). Zé tem algumas hesitações, mais enquanto leitor do que como actor. Texto Em geral, as falas são bem escolhidas, revelando muito razoável sensibilidade para a relação entre contextos social e situacional e registos linguísticos. No entanto, considero forçadas algumas expressões «vandalizámos» parece demasiado sofisticado na boca do aluno rebelde (ou sou eu que estou desactualizado nos exactos registos juvenis?); «és um palhaço» não é esperável da parte do bom aluno. Em vez de «alugar livros», «requisitar livros». Nas legendas de slides há alguns erros: «Secundária», palavra esdrúxula, tem acento; a «não» falta o til (será problema do programa?); a seguir a «aplicado», tem de haver vírgula, já que vem depois uma oração explicativa («que adora estudar»); em vez da vírgula depois de «estudar», teria de ser um ponto final; «da Escola Secundária José Gomes Ferreira», depois de José, tem de ficar entre vírgulas (já que funciona como aposto). Duração 3,23

Inês & Joana C.

Joana C. & Inês (17-17,5) Concepção Em vez de se repetirem os elogios à ESJGF — e eu, depois de rever tantos filmes, para os comentar, até já estou contra a escola, de tanto ouvir dizer que é excelente, que tem salas, que tem blocos, etc. —, preferiram as autoras apresentar série de pequenas encenações que salientam características da escola (mostrando-as, mais do que as descrevendo). Nestes fragmentos da vida escolar, o papel de Inês e Joana terá sido o de coordenarem os colegas e, decerto, criarem as situações. Foi uma boa ideia ter quase todos colegas como intervenientes. A abordagem é original. (Quanto a mim, o estilo caricaturado de Zé Diogo destoa; a ironia que percorre todo o filme vem das pessoas serem apanhadas em instantâneos verosímeis — ainda que estilizados e quase sempre interpretáveis ironicamente. A sobre-representação do Zé é quase dissonante.)
Expressão oral Não me é fácil ser conclusivo neste domínio, já que não posso avaliar a represntação dos colegas que colaboraram enquanto actores. As intervenções de Joana e de Inês são bastante correctas. A leitura do último slogan ouve-se mal (creio que mais por problema técnico do que por outro coisa). Texto Não há aqui muito a dizer, porque os aspectos textuais, neste caso, misturam-se com a concepção: reportar-se-iam sobretudo à planificação das pequenas narrativas. Gostei também do rigor nas legendas. Duração 2,16

Filipa I

Filipa (16-16,3) Concepção O filme começa por mostrar dois alunos a chegarem à escola, decerto atrasados — um olhar mais atento descobre que se trata de Gonçalo e Rui (ambos do 11.º 1.ª), o que é bastante para se afirmar que é uma sexta-feira, pelas 15 horas 35 (quando a aula de Português já decorre há cinco minutos). A partir desse momento, a metáfora da porta serve de linha organizadora do clip. Tecnicamente, o filme está bem acabado, articulando inteligentemente texto, imagens, música. Expressão oral Sem falhas. (Se é certo que o texto, por ser muito fragmentado, não punha as dificuldades mais típicas destas leituras em voz alta, deve dizer-se que, por outro lado, exigia cuidados de expressividade que a Filipa soube ter em conta.) Texto Pode criticar-se não haver muito texto, mas muita da boa publicidade evita ser discursiva. O registo é, aqui e ali, um pouco cinzento, «tecnocrático», o que, como digo em outro comentário, não é incoerente com o perfil do assunto, necessariamente institucional. A «excelência» é a cereja em cima desse bolo de linguagem «tecnocrática». Tenho é dúvidas sobre a gramaticalidade de «Uma excelência no ensino» (tire-se o artigo indefinido e o aposto já fica aceitável). No slide, o ponto e vírgula antes de «excelência» também não é viável: têm de ser dois pontos, vírgula ou travessão. Duração 0,54

Pedro & Ana

Ana & Pedro (17,5-18) Concepção Boa ideia a da divisão em capítulos. Consegue-se assim bom ritmo, sem se gastar muito tempo em momentos de ligação. Música no momento em que caem esses slides separadores também resulta bem. Os títulos resolvem ainda o que, não fossem eles, teria de ser dado através de discurso (ou desenvolvido em muitas imagens). Assume-se não se usar a voz off, e é um dos autores (primeiro, sobretudo Pedro; depois, mais vezes Ana) que vai ligando os temas às sequências que mostram (fingindo-se repórteres, aproximam-se dos colegas e dão esses instantâneos da escola; por vezes recolhem depoimentos). Tudo isto há-de ter exigido bastante planificação ou muito trabalho de montagem (ou as duas coisas). Captação de som é que era melhorável. Expressão oral Trata-se aqui de representação (ou de declamação e pequenos trechos decorados). Devo dizer que achei que, em geral, o Pedro mostrou mais facilidade nessas pequenas representações do que Ana (Ana decorou os trechos e, por vezes, tropeçou um pouco, embora quase imperceptivelmente; Pedro parece estar quase a improvisar mas consegue ser bastante natural). Som da Ana está menos bem captado do que o das partes em que intervém Pedro. Texto Os textos (perguntas, ligações, instruçoes ou pequenos comentários) têm boa sintaxe e foram criados com inteligência. Há um erro no slogan final, aliás bem escolhido e representado (é que a escola fez este ano vinte e oito anos). Duração 3,48 (um pouco mais do que se combinara, portanto)

João M., João A. & Tiago

Tiago, João M., João A. (15,5-16) Concepção Aposta-se só na representação. Os protagonistas vão usufruindo das vantagens da escola e gabando-as. Como os elogios à ESJGF são exagerados — e as personagens se mostram ingénuas —, o efeito é de ironia. Não contesto esse estilo (acho-o até uma boa ideia), mas julgo que alguns dos diálogos podiam ser mais preparados, ainda que se perceba que há jeito natural para a resposta desarmante, absurda, caricatural. (A música inicial é a de «Para Elisa», o tema de Elephant. Foi propositado?). Expressão oral Avaliarei aqui a representação (ou quase improviso?). Há efectiva facilidade em dizer o texto. Nessas curtas falas, são muito raros os monentos em que os actores «tropeçam» no texto que têm para dizer (mas isso acontece aqui e ali). Texto Há um erro logo no slide inicial — é «institucional» que se escreve [e, realmente, percebemos depois que se trata de pardiar os filmes institucionais] — mas os autores já mo tinham anunciado. Duração 3,18

Norman

Norman (Muito Bem) Concepção O leitmotiv — tinha de usar um germanismo! — do clip é ser a ESJGF um monumento (e não menos importante dos que, habitualmente, são reconhecidos como emblemas de Lisboa). O efeito é muito publicitário: acumulam-se elementos, para depois, em surpresa final, haver a solução do suspense criado. (Eu talvez tivesse feito demorar mais a série inicial, acrescentando ainda outros monumentos, de maneira a acentuar a revelação final.) Também em domínios mais localizados, da montagem, o filme revela outras boas boas escolhas técnicas ao serviço de resultados de ordem estética: ocorre-me, por exemplo, a subida das escadas da escola aparentemente coordenada com o aparecimento de legenda das vantagens da ESJGF; a música, importante no ritmo do clip; na primeira metade, os efeitos para entrada e saída de legendas e imagens (que não são meramente exibicionistas, estão escolhidos em função dos ritmos pretendidos). Expressão oral É claro que a pronúncia ainda é melhorável; mas a «pontuação» do oral está já muito perfeita. Os trechos foram lidos com a entoação devida. Texto O texto lido estava sempre gramatical. (Uma sugestão: em português não é preciso vir sempre o pronome antes do verbo: em vez de «eu vou mostrar», fica melhor «vou mostrar».). No muito texto escrito em slides, só notei raros problemas de pontuação: não pode haver vírgula em «Um sítio onde»; «vólei» terá acento; «mas» não costuma vir com vírgula à frente (em vez de «mas, vê por ti», «mas vê por ti»; em vez de «Mas agora, o monumento mais importante», «Mas agora o» ou «Mas, agora, o»). Duração 2,05

Catarina & Tomás

Tomás & Catarina (15) Concepção A ideia-base é um encontro entre dois alunos: a rapariga tem a sorte de andar na ESJGF; o rapaz anda na ronhosa — é mesmo assim, «ranhosa» é que é erro — Escola Secundária Verde-Alface. A cada lamento do desiludido aluno, responde a colega com as excelências da afamada Secundária de Benfica. Este formato foi bem escolhido e tinha condições para ser bem sucedido. No entanto, foi um pouco desproveitado, parece-me, por estas razões: (i) diálogo podia ser maior (o contraste ESVA vs. ESJGF devia esgotar todas a série de características louváveis da nossa escola — além disso, neste formato, esperava-se que os actores estivessem bastante tempo em cena, já que, em compensação, não haveria tanto trabalho de montagem como na generalidade dos filmes); (ii) o som não terá sido bem captado (os cortes incomodam um pouco; o som ambiente é exagerado). Expressão oral Neste caso, corresponde à representação. Considero que os diálogos foram bem representados por ambos (Tomás consegue bastante naturalidade, porque é mais fácil fazer de ‘desiludido’ do que de ‘embevecido’ com a escola) . Não é fácil, perante a câmara, não parecer artificial (e creio que isso não acontece, embora uma das falas do meio, por Catarina, talvez contenha uma hesitação — como o som da rua é demasiado, não tenho a certeza). Na parte proxémica (quer dizer ‘relativa à ocupação do espaço na interacção com os outros’), ia dizer que há progressos a fazer: o par parece estático (mas também não sei se é assim mesmo que se fala entre jovens). Os cortes na montagem prejudicaram o som, mas também tornam a acção das personagens um pouco irreal (falta-lhe as ligações entre os turnos de fala), embora favoreçam a memorização do texto. Texto Como disse em cima, gostaria que houvesse mais texto. A ideia foi boa, merecia melhor acabamento. Duração 1.12

Vranda & Vanessa

Vanessa & Vranda (15,5) Concepção Partiu-se de uma ideia simples, que, na verdade, resulta. As autoras socorreram-se de poucos meios (representação, câmara estática), mas souberam executar bem o que tinham pensado. Expressão oral Não se julgue que é fácil dizer um texto, perante a máquina, sem que haja hesitações, faltas de memória, outras atrapalhações. E Vanessa consegue-o. Mesmo os momentos de slogan-refrão, a cargo de Vranda, não eram fáceis. Dizer um slogan (como aliás cantar) sem som de fundo, sem alguma marcação específica, aparecendo visualmente, é sempre intimidante. (No fundo, o mais fácil é o último slogan, o único que é abertamente brincalhão.) Admito que todo o anúncio tenha sido bastante ensaiado. Não vi (ouvi) falhas nenhumas na maneira de dizer o texto. (Talvez o momento em uníssono pudesse ser combinado de outro modo — fingindo uma falta de sincronização, por exemplo.) Texto Não tem erros, mas também não é muito ambicioso. Essa é uma crítica a fazer. Dado o estilo de anúncio — mais assente em discurso do que em imagens — devia ter-se tentado demorar um pouco mais, o que até permitiria acumular momentos de refrão e, assim, acentuar o efeito do regresso ao slogan (já depois de sair do campo da objectiva). Gosto do slogan (muitos dos slogans de outros filmes dirigiam-se, no fundo, aos pais — a alguns achei-os quase escritos em «economês», por tanto citarem o rigor, a exigência, o futuro profissional, os rankings). Todo o anúncio lembra-nos que o gosto de andar numa escola vem sobretudo de as pessoas aí se sentirem bem (entre amigos, nas aulas, etc.). Enquanto estratégia para atingir o público-alvo, não é isto mal pensado (parece que os filhos influenciam muito as compras que os pais fazem; com mais razão será assim também na escolha da escola — por isso não faz mal que os destinatários da mensagem sejam mesmo os alunos). Duração 1.10

Joana O.

Joana O. (14,5) Concepção A autora vai apresentando a escola, servindo como cicerone de uma visita. De certo modo, dá-se assim importância ao texto dito (e à locutora), em detrimento do assunto que se pretendia evocar; mas a presença da «jornalista» nos vários lugares ameniza o que pudesse haver de demasiado monótono. A solução é original (a maioria dos publifilmes acaba por usar a locução por trás das câmaras), ficando o filme mais como documentário do que como anúncio propriamente dito. Expressão oral Trata-se, mais do que de leitura, de uma representação (dizendo-se um curto texto decorado antes). Nem sempre o texto foi suficientemente bem decorado, mas sei que não é fácil encarar as câmaras e falar sem hesitações. O facto de muitas vezes a autora deambular também torna mais difícil a tarefa. Texto Em geral, a redacção foi pouco preparada. Devia haver um texto prévio, escrito, depois decorado e dito; ora o texto não terá sido muito elaborado, parecendo mais oral (quase improvisado) do que de escrita pensada e memorizada. Por exemplo: «Foi também premiado com vários apoios literários, como são exemplos os vários livros» seria «O CRE tem recebido donativos de várias entidades, como é o caso destes livros»; «A nossa escola, para além de dotada de grandes intalações e grandes apoios tecnológicos, tem também grandes instalações para actividade de educação física» (num texto de oral formal, evitar-se-iam tantos «grandes», aliás adjectivo pouco escolhido; e na cena seguinte, no balneário, continua grande a ser o único adjectivo a que se recorre). «Vários», em alguns dos momentos do filme, também é recorrente. CRE é Centro de Recursos Educativos (não «Recreativos») Duração 3:11.