Sunday, September 16, 2007

Quarta

Vão ficar aqui os microfilmes autobiográficos (ou de relato de vivências)do 10.º 4.ª. Para já, os de Ana S., António, João Maria, Bruno, Ana C., Afonso, José, Tiago Cosme, Guilherme, Xavier, Gil, Filipa, [Daniel e Tiago G.], David, Duarte. A seguir a cada vídeo, repete-se o nome do autor, põe-se a classificação dada ao microfilme e faz-se apreciação (quanto a leitura, texto, construção, cumprimento das regras anunciadas, género adoptado).

Ana S. («[Eu e o básquete]»)

Ana S. (16,5) / Leitura, dicção Boa leitura. Sem falhas. Locução muito agradável. / Texto Texto quase axiomático, reflexivo e inteligente, mas com um ou outro lugar comum. «*Para mim, considero igual» / Construção narrativa Uso do presente e planos jornalísticos (de repórter) dão ao microfilme um cariz de documentário que se articula bem com o monólogo em off. / Regras Excede o tempo combinado. / Género Relato de vivências.

António («[Eu e a neve]»)

António (15) / Leitura, dicção Boa (mas, à medida que nos aproximamos do fim, com falhas de expressividade, seguindo-se mais a pontuação escrita do que o sentido). / Texto Bom. Interessante o equilíbrio entre partes informativas e exclamativas. / Construção narrativa Texto está equilibrado, adequando-se bem ao tempo (recuperação do calendário no final e das semanas contadas é bem vista). / Regras Diapositivos (não filme). / Género Relato de vivências.

João Maria («João Maria»)

João Maria, «João Maria» (16,5) / Leitura, dicção Suf +. Por vezes, conviria «definir mais as palavras» (velocidade excessiva). Pontuação escrita nem sempre expressivamente transposta para a oralidade. / Texto Bom+. Irónico, progressivo; bom léxico. Palavras que não tenho a certeza tenham sido bem ditas: «diminutivo», «convalescença». / Construção narrativa Há boas «âncoras»: a do hospital, por exemplo; boa escolha das imagens possibilita cobrir muitos factos sem que isso pareça forçado. / Regras Cumpre todas. / Género Autobiografia (aqui e ali, aspectos de: «memórias de uma família»).

Bruno


Bruno (17,5) / Leitura, dicção Boa, mas a meio houve pequenas falhas de expressividade. Por vezes, «comeu» sílabas. / Texto Bom texto. Boas ironias. Uma falha de sintaxe: *«O resto da casa continua fechada». / Construção narrativa Fórmula «Um dia na vida de ....» foi bem escolhida. Regresso ao plano do despertador também. / Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivências (constituindo meio termo entre secção de autobiografia e auto-retrato).

Ana C. («Diário de um diário»)

Ana C., «Diário de um diário» (17,5) / Leitura, dicção Boa (sempre expressiva; notei só uma ou duas palavras que saíram «entarameladas»). / Texto Boa redacção. Boa ideia a de fazer diário de um diário. / Construção narrativa Solução das imagens é simples e elegante. Final irónico. / Regras Excede tempo. / Género Diário fíctício.

Afonso

Afonso (13,5) / Leitura, dicção No início, sobretudo, boa. No grupo «ct» não deveria pronunciar o [k]. / Texto Texto não tem falhas (apenas: «qualquer coisa [de] que necessite»), mas deveria ser mais extenso. / Construção narrativa Final demasiado abrupto: «resumindo e concluindo: tal, tal e tal». / Regras Diapositivos (não filme). / Género Relato de vivências.

José («O impacto da tecnologia nos jovens»)

José, «O impacto da tecnologia nos jovens» (15-15,5) / Leitura, dicção Boa leitura (natural, quase em conversa). / Texto Texto com leve ironia e bem escrito. Falhas: é preferível «há consequências» a «existem...»; «há [mais] vida para além dos jogos»; «!» ou «!!!», não «!!». Louvável o cuidado em registar todas as referências. / Construção narrativa Há relativamente pouco de autobiográfico. / Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivências.

Cosme

Cosme (13-13,5) / Leitura, dicção Pronúncia e «pontuação» acertadas (talvez fosse conveniente maior vivacidade?). / Texto Texto é criativo (e tem ironia que me agrada), mas é demasiado curto. / Construção narrativa Podia ser mais longo o texto. Simplicidade da imagem é interessante (mas impunha-se texto mais rico). / Regras É animação (com o mérito de ter sido engendrada pelo próprio autor). Som está mau. / Género Autobiografia; auto-retrato.

Guilherme («Graffitis — História da minha vida»)

Guilherme, «Graffitis, história da minha vida» (15,5) / Leitura, dicção Leitura clara (mas, por vezes, demasiado pontuada; nem toda a pontuação escrita tem de ser transposta em pausas orais). Uma ou outra atrapalhação no final. / Texto Texto bom. Um único erro: «de roda às* tintas» é pior do que «de roda das tintas». / Construção narrativa Esquema simples mas funcional. Base é o filme com o acto de pintar (acelerado, creio). Um ou outro diapositivo mais informativo. / Regras Cumpre todas. / Género Autobiografia.

Xavier

Xavier (14,5) Leitura Correcta (por vezes, demasiado pontuada segundo o texto escrito). Texto Bom. Consegue equilibrar os momentos narrativos (contar as novidades havidas) com os mais reflexivos (dúvidas; consequências). Ainda assim, fica bastante tempo por aproveitar, o que me parece ser um desperdício. Erro: a «divide-se em duas cidades» era preferível «divide-se por duas cidades». Construção narrativa Ponto de referência é de um passado recente («Aos quinze anos chegara...»); a partir desse momento, chega-se ao presente, enunciado e enunciação encontram-se. Regras Diapositivos, com pequenos trechos de filme (que creio não terem sido recolhidos propositadamente). Género Relato de vivências recentes (ou trecho, circunscrito, de autobiografia futura).

Gil («Viagem de finalistas do 9.º B — As minhas memórias»)

Gil, «Viagem de finalistas do 9.º B — As minhas memórias» (15)/ Leitura, dicção A leitura tem o grande mérito de ser bem audível e pausada (por vezes, esses ritmo e força prejudicam ligeiramente a expressividade). / Texto Sempre correcto. É sobretudo narrativo, informativo; outra abordagem possível era ser mais reflexivo, introspectivo. / Construção narrativa Imagens e texto são interdependentes. Ora o texto serve de comentário à imagem, ora a imagem ilustra o que o texto anunciara. (Estilo é o da reportagem, mais do que o do relato de vivências como eu concebia) / Regras Formato usado não permitia arquivo, mas já se resolveu esse problema. / Género Relato de vivências.

Filipa («Escuteiros»)

Filipa, «Escuteiros» (14,5) / Leitura, dicção Boa leitura (pronúncia e respeito da sintaxe), mas a expressividade era melhorável. / Texto Bom texto. Erro: «No início» é preferível a «Ao início». / Construção narrativa Interessante o final, com a comparação com equipa. / Regras Diapositivos (não filme). Som não está muito bom. / Género Relato de vivências.

Daniel [microfilme ainda não arquivado]

Daniel (14,5) / Leitura, dicção Parte inicial é a que pode servir para apreciar a leitura (aliás representação), que é boa (som é que nem por isso). / Texto Esperar-se-ia mais texto (combinara-se que o texto fosse quase contínuo; toda a segunda parte não tem texto). / Construção narrativa Interessante o pretexto («vi a vida a andar para trás») que introduz a parte autobiográfica. Há dois níveis narrativos. / Regras Cumpre todas (mas para efeitos de arquivo em plataforma parece haver um 1 MB a mais). / Género Autobiografia parcial (alusões por imagens).

Tiago G. [microfilme ainda não arquivado]

Tiago G. (14,5) / Leitura, dicção Boa leitura (pausada e nítida). / Texto Texto correcto. Erro: «*o quanto espectaculares são»; «*o quanto especial é» (é melhor: «como é especial»). / Construção narrativa Objectos, gostos, ..., vão servindo de âncoras para um auto-retrato claro e agradável de seguir. / Regras Diapositivos (não filme). Formato não arquivável na plataforma escolhida. / Género Auto-retrato (através de gostos); relato de vivências.

David

David (15,5-16) / Leitura Não é tão boa como o texto: este obriga a uma série de entoações (para perguntas retóricas, falsas hesitações, até imitação de vozes — enfim, todo o diálogo com o destinatário — nós) difíceis de representar; por vezes, a vontade de seguir a pontuação escrita (que, e bem, está complexa) prejudica a naturalidade dessa leitura-que-exige-dotes-de-actor. / Texto É irónico sem nunca se tornar ridículo, o que já quer dizer que está bem escrito; conjugam-se bem vários registos (esse cruzamento de língua formal e informal é crucial no estilo irónico-inteligente que se consegue). / Construção narrativa «Texto» decorre tanto da voz em off como das imagens escolhidas (frequentemente, estas visam parodiar o género ou o próprio texto que está a ser dito. «Pelagiar» (em vez de «plagiar») foi brincadeira propositada ou é lapso mesmo? / Regras Cumpre todas (bem, o prazo é que não foi muito cumprido). / Género Entre o relato de vivências e o auto-retrato.

Duarte

Duarte (15) / Leitura Não acompanha o nível da redacção, embora não haja erros de pronúncia ou tropeções na sintaxe, na pontuação. Velocidade devia ser um pouco menor (o estilo menos despachado; sente-se a atitude de quem, sabendo que está a ser ouvido, debita o texto como se não quisesse dar nas vistas — ora, uma boa leitura implica certo «exibicionismo», um pouco mais de convicção; de qualquer modo, também é verdade que esse desprendimento não vai mal com o tom irónico que se pretendeu adoptar). / Texto consegue usar bem a tal ironia leve a que aludi (não é trocadilho com o título, aliás ele próprio dentro desse tom que calha sempre bem a este tipo de textos). / Construção narrativa Segue a fórmula «Um dia na vida de...»; faz-se correspondência bastante directa entre imagens e texto dito, que é sempre coerente e que torna o relato claro e fácil de seguir. / Regras Há mais diapositivos do que propriamente filme. Prazo de entrega foi largamente excedido. / Género Relato de vivências. Funciona como trecho de autobiografia ou como auto-retrato.