Sunday, September 16, 2007

Texto (10)

Haikais escritos pelos alunos das cinco turmas «A forma poética do haiku [ou haikai] remonta ao séc. XII no Japão mas foi no séc. XVII que encontrou o seu poeta de referência, Bashô Matsuo (1644-1694). [...] Em Portugal, muitos foram os poetas que usaram esta forma, nomeadamente Venceslau de Moraes, Camilo Pessanha, Herberto Hélder, Casimiro de Brito, Albano Martins e Eugénio de Andrade [...] Talvez a grande sedução do haiku seja o seu carácter conciso. Ainda que sem uma fórmula rígida, espera-se que o haiku tenha aproximadamente cinco sílabas no primeiro verso, sete no segundo e, de novo, cinco no terceiro [...] A temática do haiku é também específica [...]: deve relacionar-se com os elementos da Natureza, deve referir-se a um facto observável e concreto e situar-se no presente.» [da apresentação a David Rodrigues, Estações Sentidas. 111 Haiku].
A tarefa pedida foi escrever hai-kais mas alusivos ao Natal. Seguir-se-iam as regras do género, excepto a que obriga o hai-ku a relacionar-se com a Natureza, substituída pelo foco no Natal (os textos destinavam-se a uma iniciativa do CRE, a impressão e divulgação de postais com textos de Natal escritos pelos alunos da ESJGF).

Lá vens, Pai Natal.
Mas és uma ilusão,
Porque já cresci.
[Eliana, 10.º 1.ª]

Chega a hora
De abrir os presentes.
Fico contente.
[Carolina, 10.º 1.ª]

As fitas, paradas,
Estão presas na árvore,
A ver tudo passar.
[João A., 10.º 1.ª]

As rabanadas,
bolo-rei e filhós:
Pratos divinais.
[Ana, 10.º 1.ª]

Belo, decorado,
O pinheiro natural
Definha no vaso.
[Gonçalo, 10.º 1.ª]

É frio e
Chuvoso o tempo
Natalício.
[João G., 10.º 1.ª]

Prendas de Natal,
Que eu tanto detesto.
Sorriso falso.
[Micaela, 10.º 1.ª]

Árvore feliz,
Enfeitada com amor,
Transmite a paz.
[Alexandra, 10.º 1.ª]

Sobrecarregado,
Baixa o pinheiro
As suas ramas.
[Ricardo, 10.º 1.ª]

Quando saio de casa,
Sinto o cheiro das filhós,
Que tanto mal fazem.
[Luís, 10.º 1.ª]

Oh! Que embrulho:
A neve branca, bela.
— Cézanne, pinta!
[Mariza, 10.º 1.ª]

A chuva partiu,
Pedaço de cabelo
Acastanhado.
[Laura, 10.º 1.ª]

Quando chega o Natal,
É altura de festa.
Vêm as prendas.
[Tiago S., 10.º 1.ª]

Estômago cheio,
Jogar fora os restos,
Satisfeitos.
[Tiago P., 10.º 1.ª]

As rabanadas,
As farturas e o mel
São muito bons.
[Diogo, 10.º 1.ª]

Todos no sofá,
A meia-noite chega
E abrem-se as prendas.
[Joana, 10.º 1.ª]

Só consumismo,
Cinismo infiltrado.
Olá Pai Natal.
[António, 10.º 1.ª]

Prendas em casa,
Debaixo da árvore
À minha espera.
[Soraia, 10.º 1.ª]

Comes as filhós,
Também comes o bolo-rei.
Ganhas três quilos.
[Mariana, 10.º 1.ª]

Aquecendo-nos,
O lume da lareira
Acolhe todos.
[João Af., 10.º 1.ª]

Efeitos vejo,
Nas ruas iluminadas,
De cor vermelha.
[Raquel, 10.º 1.ª]

O peru é bom,
O bacalhau também o é.
Gosto do Natal.
[Pedro C., 10.º 1.ª]

Comida boa,
Alegria imensa,
Chegou o Natal!
[Pedro A., 10.º 1.ª]

Falsos pais-natais
Invadem todo o país,
«Alegrando-me».
[Brigitta, 10.º 1.ª]

Um sonho de Natal
Vai descer pela chaminé,
Se acreditares.
[Inês, 10.º 2.ª]

A neve fria cai lá fora
Mas, cá dentro,
Há o espírito de Natal.
[Joana O., 10.º 2.ª]

As prendas coloridas
Que ficam junto à árvore
Apresentam mil cores.
[Catarina F., 10.º 2.ª]

A lenha arde,
A água gela,
O Natal alegra.
[João Miguel, 10.º 2.ª]

Sobre a mesa recheada,
Pequenas mãos colhem
O doce sabor da filhó.
[Matilde, 10.º 2.ª]

Os presentes no chão;
Ao lado, uma árvore enfeitada.
Crianças a admirar.
[Marta S., 10.º 2.ª]

As luzes brilham,
Os cantos espalham-se.
Nada tem alegria.
[Sara C., 10.º 2.ª]

Neve a cair,
Cidades a brilhar;
Natal é felicidade.
[Sara M., 10.º 2.ª]

Recebidas as prendas,
Deixamos de ter
Família.
[Pedro S., 10.º 2.ª]

Chegamos a casa
E, com o bolo-rei,
Nos deliciamos.
[Catarina T., 10.º 2.ª]

As luzes brilham
Numa árvore enfeitada,
Enquanto lá fora a neve cai.
[Carla, 10.º 2.ª]

Mal abrem os presntes,
Um sorriso desperta.
São crianças.
[Carlota, 10.º 2.ª]

O Natal é frio,
A água congela,
O amor aquece.
[Miguel, 10.º 2.ª]

Um floco caiu,
Papel rasgado no chão,
Mil sorrisos de anil.
[Joana R., 10.º 2.ª]

Doces numa mesa,
Repletos de açúcar,
Para comer.
[Mariana, 10.º 2.ª]

Fitas nas prendas,
Bolas nas árvores
E crianças gulosas.
[Pedro G., 10.º 2.ª]

Flocos gelados
Pairam sobre a árvore
Acastanhada.
[Francisco Ch., 10.º 2.ª]

Todos com um sorriso.
O Natal está à porta,
Espera-se pelas férias.
[Cláudia, 10.º 2.ª]

Fome durante todo o ano,
Num só dia, comida,
E o ano lá fora.
[Pedro M., 10.º 2.ª]

Caixas de lixo,
Cheias de cascas de prendas.
Não há recolha.
[Ricardo, 10.º 2.ª]

Come-se bacalhau:
Uma família feliz,
Divertida e unida.
[Francisco D., 10.º 2.ª]

Pendem nos ramos
As pequenas bolas de
Cristal brilhante.
[Ana C., 10.º 4.ª]

Sonhos e filhós...
Prendas agradáveis,
Mas sem abusos.
[José, 10.º 4.ª]

O Pai Natal tem
Uma longa barriga
E dá-nos prendas.
[Bernardo, 10.º 4.ª]

Pinheiro na sala,
Com uma estrela no topo.
Prendas cá em baixo.
[Duarte, 10.º 4.ª]

A família junta,
Trocam-se presentes.
É assim o Natal.
[Daniel, 10.º 4.ª]

As bolas brilhavam
Na árvore de Natal,
Cobertas de prata.
[Filipa, 10.º 4.ª]

Pernil mágico,
Suculento e quente,
Num dia de Natal
[André, 10.º 4.ª]

Ele passa frio
Na madrugada do Natal.
Prendas caem na árvore.
[Gonçalo, 10.º 4.ª]

Dia vinte e cinco,
Família na sala unida,
Prendas por abrir.
[António, 10.º 4.ª]

Prendas são entregues,
O pinheiro é decorado,
A lareira é acesa.
[David, 10.º 4.ª]

‘Bora festejar,
Para a rua gritar,
Vem aí o Natal.
[João B., 10.º 4.ª]

Jogos e brinquedos,
Embrulhos embrulhados,
Em montes enormes.
[Maria, 10.º 4.ª]

Nunca mais chega
Aquela noite de prendas
Que dura apenas segundos?
[João Maria, 10.º 4.ª]

Uma árvore que,
Enfeitada, não dá fruto
Merece esse nome?
[João Maria, 10.º 4.ª]

Nestes dias,
As pessoas tornam-se
Mais pessoas.
[Carlos, 10.º 4.ª]

Tocam os sinos:
Aleluia, é Natal.
Vem aí o trenó.
[Xavier, 10.º 4.ª]

Dar ou receber?
Dar, responde-se sempre!
Espera-se receber.
[João C., 10.º 4.ª]

Abro um presente.
Não gosto, por isso vejo
Se há outra prenda.
[Cosme, 10.º 4.ª]

No Natal há muitas
Prendinhas para os chatos
Que se portam bem.
[Cosme, 10.º 4.ª]

Ao vê-lo chegar
No seu trenó dourado,
Sinto-me feliz.
[Tiago G., 10.º 4.ª]

Um pinheiro verde
De branco manto vestido:
Será que tem frio?
[Rodrigo, 10.º 4.ª]

Toda a família,
Alegre e unida,
Celebra o Natal.
[Bruno, 10.º 4.ª]

Natal é amor,
Família e alegria,
Todos em união.
[Afonso, 10.º 4.ª]

O frio não gela,
A rajada não incomoda,
Ninguém fica de fora.
[João G., 10.º 5.ª]

Natal frio,
Rabanadas fritas;
Na mesa, o peru.
[Pedro, 10.º 5.ª]

Os primeiros
Dias de frio
Dizem que é Natal.
[Diogo, 10.º 5.ª]

Neve? Não chegou!
Desde pequenina
Que sonho vê-la.
[Lena, 10.º 5.ª]

O Natal chegou!
Começamos a enfeitar
Tudo em casa.
[Ana, 10.º 5.ª]

Dia dois de Dezembro
Abri a prenda de Natal.
Tenho muita pena.
[Carolina, 10.º 5.ª]

Três grandes reis,
Feios e gordos, que
Comem em demasia.
[Bárbara, 10.º 5.ª]

Um cheiro a comida:
Na noite esperada,
Mais uns quilinhos.
[Marta M., 10.º 5.ª]

É o fim das aulas,
Tempo de diversão
E de preguiça.
[João B., 10.º 5.ª]

Veste roupa vermelha,
Cuecas com ursinhos.
Serão de que cor?
[Tiago, 10.º 5.ª]

As luzes surgem,
Fazendo com que a época
Comece a ser visível.
[Catarina, 10.º 5.ª]

A prenda aberta,
Rasgado o papel,
Caído o laço.
[Susana, 10.º 5.ª]

A árvore brilha:
Fazem-se notar os cânticos,
Altos e sonoros.
[Filipa A., 10.º 5.ª]

Comendo os sonhos,
Vai-se sonhando bem alto
Com o Natal.
[João M., 10.º 5.ª]

Os pés afundam-se na neve,
Começam as brincadeiras:
Bolas de neve por todo o lado.
[Enoque, 10.º 5.ª]

A bola de cristal
Da árvore de Natal:
tudo fica especial.
[Júlia, 10.º 5.ª]

Muitos doces,
Um grande bolo-rei
E rabanadas.
[Joana B., 10.º 5.ª]

Época de Natal:
Ruas decoradas com
Luzes cintilantes.
[Dulce, 10.º 5.ª]

A estrela passa
Por mim, rapidamente:
Quase nem a vejo.
[Patrícia, 10.º 5.ª]

O azeite
Envolve o bacalhau,
Quente, esperado.
[Beatriz, 10.º 5.ª]

Chegou a neve,
A diversão para as crianças,
Que vestem os bonecos com roupas.
[Vranda, 10.º 6.ª]

Tantos doces para mim:
Sonhos, filhós, rabanadas....
Que comer primeiro?
[Joana O., 10.º 6.ª]

Quando o Natal chega,
Os azevinhos caem do céu
E a alegria nasce.
[João C., 10.º 6.ª]

Debaixo da minha árvore,
Muitos presentes estão,
Deixados pelo Pai Natal.
[Tânia, 10.º 6.ª]

A neve cai,
Cobre o chão de branco.
E olho-a.
[Joana C., 10.º 6.ª]

No Natal, como muitos doces:
Vai ser maravilhoso
E divertido.
[Vanessa C., 10.º 6.ª]

Branca e suave,
Enchendo de mantos puros o mundo,
Vai-nos seduzindo o olhar.
[Ana M., 10.º 6.ª]

O gosto dos sonhos,
A deslizarem pela garganta:
Chegou o Natal.
[Filipa, 10.º 6.ª]

Rios de maravilhas,
Mares de cheiros,
Que nos fazem chorar.
[André, 10.º 6.ª]

A neve cai,
A meia-noite chega,
As prendas abrem-se.
[Alexandra, 10.º 6.ª]