Primeira
Tiago P. (17) / Leitura, dicção Boa leitura (faz muito bem as pausas necessárias; grande naturalidade). / Texto Boa escrita. Um erro: *«fazemos o que gostamos»; na parte final, talvez alguns lugares comuns. / Construção narrativa Música (viva) e imagens (com gente em movimento) articulam-se bem com o texto calmo e reflexivo. / Regras Música deve exceder o permitido. / Género Auto-retrato.
Carolina
Carolina (17) / Leitura, dicção Boa leitura, muito clara (por vezes, demasiado segundo a pontuação escrita). / Texto Bom texto. Talvez devesse prescindir de alguns possessivos. Um ou outro lugar comum. / Construção narrativa Talvez pudesse haver maior articulação entre imagens e texto (no final, por exemplo). / Regras Cumpre todas. / Género Auto-retrato (com alusões de cariz autobiográfico).
Brigitta («Memórias de uma flor»)
Brigitta, «Memórias de uma flor» (17) / Leitura, dicção Leitura boa, sem quaisquer falhas. / Texto Muito bom texto. Boa relação entre o tempo do filme e o ritmo do texto (e da vida contada). / Construção narrativa Começo e fecho a negro. Alusões inteligentes (exemplo: à própria autora). Elegância da montagem. / Regras Diapositivos e trechos animados (mas não filme próprio). / Género Autobiografia fictícia.
Hugo («A andar e a andar»)
Hugo, «A andar e a andar» (15) / Leitura, dicção Leitura correcta (mas que, admito, talvez devesse ser mais representada, mais expressiva [ou era mesmo esta lentidão que se pretendia?]). / Texto Texto original (até por ser em lengalenga, em poesia). Podia ser um pouco mais extenso? / Construção narrativa Imagens e ritmo do texto resultam num efeito de repetição, de monotonia, de angústia. / Regras Volume da música talvez prejudique a compreensão do texto. / Género Monólogo introspectivo.
Eliana («A vida num aquário»)
Eliana, «A vida num aquário» (15,5-16) / Leitura, dicção Leitura boa (representada — é o discurso directo de uma personagem), com uma ou outra hesitação. No final, não faria mal ter ido mais devagar (assim, essa parte parece mais lida). / Texto Bom texto, que aproveita criativamente o narrador escolhido. Uma única falha: «é a história da minha vida [*onde] [a que] não tenho nada a acrescentar». / Construção narrativa É crucial vermos a história do ponto de vista do narrador (a partir do aquário), o que em geral se consegue. (As rápidas imagens do exterior prejudicam esta sensação; o som da televisão, ao contrário, favorece-a.) / Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivências (quase um diário) por narrador fictício.
Ana («Autobiografia de alguém desconhecido»)
Ana (15,5-16) / Leitura, dicção Boa leitura (por nem parecer leitura). Entoações naturais e expressivas. / Texto Bom texto, mas com alguns lugares comuns (e nem sempre preparado). «Família» tem acento! / Construção narrativa Falar de si mostrando outros (que lhe importam) é interessante. No final, a recentragem na protagonista também. / Regras Excede o tempo ligeiramente. / Género Auto-retrato; relato de vivências (com cariz autobiográfico).
João G. («Uma pequena existência»)
João G., «Uma pequena existência» (16,5) / Leitura, dicção Correcta. (Aqui e ali, quase demasiado rápida.) / Texto Aproveita a especificidade do narrador (conseguindo depois os efeitos estilísticos daí decorrentes). Poderia talvez ir mais longe no aproveitamento do insólito do narrador (em termos de ironia). / Construção narrativa Interessante, complexa. / Regras Montagem de animações (não filme próprio). / Género Auto-retrato fictício.
Pedro I («Asher»)
Pedro I (15) / Leitura, dicção Sem falhas (com menor vivacidade do que talvez fosse desejável; uma ou outra hesitação no ataque às palavras). / Texto Boa escrita: irónica («Asher / José Saramago»; «recebeu-me de patas abertas»; etc.). / Construção narrativa Solução original, embora simples: tudo se centra nas imagens de Asher. / Regras Música deve exceder o tempo permitido. / Género Retrato de outro; relato de vivências.
Laura («Uma história de vida»)
Laura, «Uma história de vida» (15-15,5) / Leitura, dicção Leitura correcta (por vezes, podiam estar mais nítidas as «fronteiras» de sílabas, palavras, frases). Faltará também mais alguma vivacidade. Houve hesitações na sintaxe de poucas frases./ Texto Bom texto (com alguns lugares comuns porém: «poluição», «boas notas», «lindíssimo»). Erros: «a única coisa [de] que me lembro»; «onde relembro» (é melhor: «de onde me lembro de»). / Construção narrativa Locais (da cidade) vão servindo de pretexto para evocar as várias fases da vida. Boa selecção desses espaços. / Regras Cumpre todas. / Género Autobiografia.
João Af. D.
João Af. (16-16,5) / Leitura, dicção Leitura tem o mérito de ser pausada, mas parece, aqui e ali, demasiado presa ao escrito. / Texto Texto é eficaz, embora seja sobretudo uma «legenda» das imagens. Tiraria um dos «bastantes» e um dos «gosto muito». / Construção narrativa Segue-se cronologia (desde o exacto princípio). Muito boa selecção de imagens (que dá ao filme ritmo agradável, de reportagem). / Regras Cumpre todas (Som podia estar mais forte.) / Género Autobiografia.
Joana
Joana (16,5) / Leitura, dicção Boa. Às vezes, velocidade excessiva (que leva a que as palavras fiquem pouco definidas). / Texto Bom texto. Alguns lugares comuns. Um erro: «*existirá obstáculos». / Construção narrativa Formato «do amanhecer ao pôr do sol» (passando do narrativo ao introspectivo) funciona bem. / Regras Excede o tempo fixado, mas por pouco. Música não cumpre estipulado. / Género Auto-retrato («Um dia na vida de...» + instrospecção).
Luís («Memórias da Ericeira»)
Luís, «Memórias da Ericeira» (15) / Leitura, dicção Leitura certa, mas «demasiado lida» (pontuação do escrito não precisava de estar tão reflectida na oralidade). / Texto Texto bem escrito (mas que não perderia se fosse menos escolar, menos referencial, mais subjectivo). / Construção narrativa Imagens dos locais acompanham recordações (mas é curioso que, de certo modo, a evocação em imagens não propicie o clima de memórias: como se, não vendo os espaços, pudéssemos imaginar melhor as vivências). / Regras Cumpre todas. (Som ténue.) / Género Autobiografia parcial (ou relato de vivências).
Micaela
Micaela, «Momentos» (15,5) / Leitura, dicção É adequada ao texto (ou seja: não demasiado acabada, a dar ideia de certo improviso). / Texto Poema podia ser mais sofisticado (era possível, mantendo o mesmo clima brincalhão, usar texto mais longo e com rimas mais elaboradas). / Construção narrativa Há dois níveis «narrativos»: o da narração (com a autora a aparecer de início), que é entrecortado pelas aparições dos objectos do texto. No final, reencontram-se narradora e destinatárias («os assuntos»). / Regras Cumpre todas. / Género Ode a uma vivência.
Cláudia
Cláudia (16,5-17) / Leitura, dicção Boa leitura (mais pausada do que o habitual na Cláudia, mas mantendo a expressividade). Sem falhas. / Texto Bom texto (que consegue percorrer uma vida a partir de um «álbum de fotografias» e de um local). Conjuga-se emoção e leve ironia. / Construção narrativa Há relativa incoerência no aparecimento de Mariana como personagem (na medida em que, no resto, as imagens são referenciais, não são simbólicas). / Regras Cumpre todas. / Género Autobiografia.
Soraia
Soraia (15) / Leitura, dicção Boas a audibilidade e a entoação (mas, de vez em quando, ligeiras hesitações típicas de quem não tivesse ensaiado o suficiente; também aconselharia mais lentidão, menos pressa). / Texto & Construção narrativa Texto correcto, prejudicado por ser bastante curto (se se pede microfilme de até três minutos, deve entender-se que ocupar minuto e meio será quase imprescindível). O efeito que se pretenderia retirar do relato do dia (repetição, monotonia) esbate-se por essa narração não ser tão detida quanto deveria ser. Erros: «*alguém que o possa ajudar os seus problemas»; «*espero que o outro dia tenha [sempre] algo de mais original». / Regras Cumpre todas (mas duração aquém do esperável). / Género «um dia na vida de...» (Ou seja: trecho de autobiografia, alusão a vivências, auto-retrato).
Pedro A.
Pedro A. (16-16,5) / Leitura, dicção Boa, sem falhas. / Texto Bom texto. Tiraria um dos dois «no auge». Erro: «Assola o pensamento» era, creio, «Assalta o pensamento». / Construção narrativa Boa ideia a de apresentar uma reflexão, uma vivência, de alguém que não é o autor; facto de as magens corresponderem a um tempo delimitável, o da corrida, dramatiza o texto. / Regras Não sei se o uso das imagens em causa é completamente legal. / Género Monólogo fictício.
Raquel
Raquel (15,5) / Leitura, dicção Não sendo texto lido, é dito com grande naturalidade, bem «representado» (quase sem hesitações, o que não é fácil). / Texto Em parte, perde por não ser mais preparado. Mas as «marcas de oralidade» são coerentes com o género escolhido. / Construção narrativa Esquema resulta: personagem vai apresentando a situação (como se fosse uma jornalista); outra colega, não visível, intervém, conversando. / Regras Tem 1 MB a mais, o que não permitia arquivo em plataforma, mas já se resolveu esse problema. / Género Relato de vivências (quase em directo).
Tiago S.
Tiago S. (15) / Leitura, dicção Boa leitura (se é que é leitura; texto parece representado, o que é bom sinal; para o final, alguma hesitação nas exactas entoações). / Texto Correcto (mas podia ser mais elaborado; a caracterização psicológica, sobretudo, poderia ser mais sofisticada). / Construção narrativa O microfilme mostra que a simplicidade de meios compensa: imagem do auto-retratado, texto dito directamente para a câmera e, pronto, tudo resulta muito aceitavelmente. / Regras Cumpriu todas. / Género Auto-retrato.
Mariza («Navegantes da Lua»)
Mariza, «Navegantes da Lua» (15-15,5) / Leitura, dicção Correcta, embora, no início, o som não tenha sido bem captado (ou foi a voz que não foi demasiado forte?). Dois erros: «contorções» foi pronunciado «*controções» (as metáteses com -r- são normais na oralidade, mas, neste caso, dado o registo formal e a nitidez da transposição, a pronúncia não é aceitável); pausa em «dentes caninos em comprimento / dignos do dragão» torna a frase incompreensível. / Texto Bem escrito, mas com ligeiríssimos lugares comuns. / Construção narrativa Relato fictício tem a vantagem de exigir mais inferências por parte de quem ouve, e de aumentar a expectativa pelo desenlace. Boa ideia a do olho (depois subaproveitada, quando se abandonou o filme em favor dos diapositivos). / Regras Filme + diapositivos. / Género Relato de vivências fictício.
Diogo («Reflexos»)
Diogo (16), «Reflexos» / Leitura, dicção Boa leitura (embora também não resultasse mal que o texto fosse ainda menos «lido» e quase«representado», simulando-se mais as pausas de quem está a pensar — mas há partes em que isso é conseguido); numa ou noutra zona — final do primeiro minuto, por exemplo — há velocidade excessiva, mas cumpre-se sempre bem a pontuação, sem que esta pareça artificial / Texto Boa escrita. Não notei erros (a «pode intuir-se as reacções» preferiria eu «podem intuir-se as reacções», mas ambas as frases estão certas). / Construção narrativa Imagens funcionam por contraste (o retrato é sobretudo psicológico, as imagens reportam uma visão detida na imagem ao espelho — física, portanto; a cena perante o mar transmite serenidade, enquanto o texto dito refere a dúvida). / Regras Cumpriu todas, se exceptuarmos os prazos. / Género Auto-retrato; monólogo.
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