Segunda
Marta (16) / Leitura, dicção Boa leitura (mas, aqui e ali, demasiado pontuada segundo o escrito). Maior expressividade aconselhava-se. / Texto Bom texto (a que talvez faltem algumas surpresas de redacção). «faz parte» não está bem usado. / Construção narrativa Recordação da infância (com parque nas imagens); série de fotos já depois de fechado o texto (e com música) funcionam bem. / Regras Cumpre todas (embora julgue não ter havido recolha de imagens filmadas propriamente). / Género Autobiografia; auto-retrato.
Miguel
Miguel (15-15,5) / Leitura, dicção Boa, quanto a entoação e velocidade (mas tendência para comer sílabas). Discutível:
Catarina F.
Catarina F. (15,5) / Leitura, dicção Leitura boa, mas melhor inicialmente do que na segunda metade do texto (em que se torna demasiado apressada). / Texto Bom, mas, por vezes, demasiado explicativo (em vez de «Sou um toxidependente», podemos fazer que o ouvinte infira isso). / Construção narrativa É dos poucos microfilmes que adopta um narrador fictício e humano. / Regras Cumpre todas. Pena o final abrupto (logo quando se perspectivava uma bolsa de estudo — a vida é tão triste). / Género Memórias fictícias.
Joana O.
Joana O. (16,5) / Leitura, dicção Leitura boa (como é muito certa, fluida, até parece que o acto de ler pela folha está a ser representado e que a Joana está a dizer o texto espontaneamente e que caneta é apenas para fingir leitura). / Texto Bom texto, embora com algumas frases feitas (mas a boa sintaxe geral evita que o tom geral seja de lamechice). Um erro: «*só ter apenas» (melhor: «ter apenas» ou «só ter»). / Construção narrativa Boa solução a de filmar o próprio acto de ler o texto. Música é importante no final, quando se abandona o texto (mas antes poderia estar mais ténue ainda.) / Regras Cumpre todas (excepto música, que deve exceder o tempo permitido). / Género Auto-retrato.
Inês
Inês (17-17,5) / Leitura, dicção Leitura boa (por, por ser muito expressiva, ser, na verdade, uma dramatização, uma representação). / Texto & Construção narrativa Bom ou Muito Bom. Dirigir-se a um «tu» (que não responde) torna-o mais original e possibilita jogar com uma série de inferências que o ouvinte terá de fazer. / Regras Cumpre todas. / Género Monólogo (ou diálogo sem resposta); relato de vivências introspectivo.
Pedro G. («Reflexões acerca dos meus amigos»)
Pedro G., «Os meus amigos» (15-15,5) / Leitura, dicção Leitura nítida e correcta, que ganharia em ter menos volume (ser menos «discurso»); parece, por vezes, demasiado escolar, pouco natural. / Texto Texto bem escrito (mas, às vezes, demasiado escrito para o escrito e não para a oralidade; exemplo: «os mesmos» não se usa na fala). (A História Alegre de Portugal não é de Pinheiro Chagas?) / Construção narrativa Resulta bem a ideia de o ecrã ser preenchido por livros. / Regras Cumpre todas. (Música excede o tempo, porventura.) / Género Autobiografia de um leitor.
Jorge
Jorge (14,5-15) / Leitura, dicção Clara (aliás, em boa parte, locução sem leitura). Tendência para abreviar frases no seu final (que já lhe apontei). / Texto Texto, que é correcto, talvez ganhasse em ser menos informativo, menos «localizador» de tudo (mais reflexivo). / Construção narrativa A partir de álbum de fotografias, faz-se a cronologia. Final abrupto (e ainda havia tempo até aos três minutos!). / Regras Cumpre todas. / Género Autobiografia (primeiro); depois, relato de vivências (de gostos).
Francisco Ch. («A história da minha vida»)
Francisco Ch., «A história da minha vida» (14) / Leitura, dicção Não é lido, aparentemente, mas dito (mais uma razão para a dicção ser menos murmurada, mais viva e nítida). / Texto & Construção narrativa O esquema é viável: a partir de espaços (ou objectos), reflexões com teor autobiográfico (que porém, quanto a mim, são bastante desaproveitadas: mencionam-se, mas não se desenvolvem). Ironias inicial e final interessantes. / Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivências; auto-retrato a partir de espaços e objectos.
Sara C. («O dia em que soube que ia mudar de casa»)
Sara C., «O dia em que soube que ia mudar de casa» (15,5-16) / Leitura, dicção Expressiva mas demasiado «entoada» (segundo a pontuação do escrito). No entanto, isso é coerente com assumir-se que se trata de contar uma historieta (é a voz de um contador de histórias). / Texto Bom texto. Erros: «Despoletou uma discussão» tem de ter sujeito: «alguém despoletou» ou «despoletou-se»; «apercebi-me [de] que». / Construção narrativa Só no final se desvenda o assunto principal. O tempo é gasto com uma narrativa circunstancial que acentua a importância da revelação final. / Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivência (que é facto biográfico importante).
Pedro M.
Pedro M. (18) / Leitura, dicção Boa leitura. Palavras muito escandidas, o que beneficia a nossa compreensão (embora possa parecer demasiado enfático). / Texto Muito bom texto. Criticável apenas um ou outro lugar comum. / Construção narrativa Circularidade (cumpre-se todo um dia de trabalho). Estilo de filmagem é coerente com ritmo (obsessivo) do texto. / Regras Cumpre todas. / Género Monólogo ou relato de vivências introspectivo.
Carlota
Carlota (16-16,5) / Leitura, dicção Boa leitura. Tom sóbrio, neutro, adequado ao género. Quase sem falhas. / Texto Texto articula seriedade (até emoção) e, de vez em quando, leve ironia. / Construção narrativa As amizades (e as desilusões) e as escolas são as âncoras da cronologia. / Regras Diapositivos (não filme). Excede o tempo limite. / Género Autobiografia.
Francisco D. («Um dia de férias»)
Francisco D., «Um dia de férias» (14) / Leitura, dicção A leitura da parte narrativa parece-me boa. A da poesia talvez seja demasiado enfática (o poema já seria, por si só, altissonante). / Texto Alguns erros nas legendas: «E, por vezes, a sepultura» (vírgula é indispensável); «ao qual não há igual» (não pode haver vírgula). / Construção narrativa Há dois momentos. O primeiro introduz a parte poética. Creio que o estilo dessa parte narrativa obedecia mais ao propósito autobiográfico. / Regras Cumpre todas. / Género Após trecho autobiográfico, ode ao mar.
Matilde («Microbiografia»)
Matilde, «Microbiografia» (17) / Leitura, dicção Boa leitura (tão natural, que nem se percebe que está a ler por um papel). / Texto & Construção narrativa Texto bom (embora poético, terno, quase não faz concessões ao lugar comum, à figura de estilo fácil. Quando muito, haverá duas ou três, ligeiríssimas: o «Continua...», o «Quem sou eu?», «com as suas...», mas ao lado de frases muito inteligentes.). / Regras Não é bem filme (embora os diapositivos tenham animações que eu desconhecia). / Género Autobiografia, seguida de monólogo mais reflexivo.
Catarina T.
Catarina T. (16-16,5) / Leitura, dicção Leitura boa, certa (entre o representado e o lido). / Texto Texto correcto. Não esquecer preposição: «o curso [de] que mais gostar». / Construção narrativa Do começo ao exacto fim do dia, retomando-se o mesmo espaço. / Regras Cumpre todas. / Género Auto-retrato (através do relato de um dia).
Ricardo
Ricardo (15,5) / Leitura, dicção É o que está menos bem no microfilme (é mesmo o único ponto fraco): há excessiva velocidade, o que leva a que o texto, que é irónico e está bem escrito, seja, por vezes, difícil de seguir (como o relato se vai articulando com imagens, era até preciso fazer leitura especialmente pausada, com as frases mais definidas, para que que o ouvinte pudesse assimilar o humor, sobretudo nas partes que implicam associação da imagem ao comentário dito). / Texto Como disse, é um texto sofisticado, com ironias inteligentes, que fica bem melhor lido por escrito do que ouvido. / Construção narrativa A montagem é excelente (e nem se percebe se acompanha o texto ou se o comanda); o relato é um microfilme sobre microfilmes — aliás sobre vídeos anteriores [o que, salvo erro, só acontecia também numa parte inicial do microfilme de Miguel]; há uma série de encaixes, os sketches de 2006, a que se vai aludindo. Regras Cumpre todas. / Género Relato de vivências.
Sara M. («Um momento de reflexão»)
Sara M., «Um momento de reflexão» (14) / Leitura Bastante razoável. No entanto, notei três falhas (duas por ter havido pausa indevida: «depende do lugar... onde são feitos»; «nos campos.... de futebol»; uma terceira por se ter hesitado e as palavras terem ficado embrulhadas: «decidiram [?] jogar à bola»). / Texto É agradável de ouvir globalmente. No entanto, escaparam algumas incoerências de sintaxe à revisão que um textos sempre deve ter: «e transforma(m)» (quando o sujeito era singular, «a imaginação»); *«grafitis onde os seus sentimentos» (este ‘onde’ não pode ligar a frase: «grafitis cujos sentimentos» talvez já seja possível); *«tenho na minha memória gravado a manhã em que» (tem de ser «gravada», porque é a manhã que ficou gravada); «obrigam-nos [...] mas nunca a ficar indiferente» («mas nunca nos deixam indiferentes»; «como não têm sentido de criatividade» (‘criatividade’ é melhor do que ‘sentido de criatividade’). / Regras Cumpriu todas (excepto o prazo de entrega!) / Género & Construção Narrativa É um relato de vivências (aliás quase um texto argumentativo, afinal, como se diz no título, «um momento de reflexão») mas que é inserido numa narrativa de primeiro nível, que é um trecho do relato do dia da autora. (Sobre graffitis, pode ser interessante ver aqui o microfilme de Guilherme, do 10.º 4.ª)
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