Sunday, September 06, 2015

Comentário genérico acerca das tarefas sobre Os Maias



Espero lançar depois pequenos comentários individuais, que fundamentarão melhor as notas que já fui pondo junto de cada filme. Para já, deixo só umas observações que calham a muitos dos trabalhos e por isso já desvendam o que tive em conta nas apreciações.

Recomendação que faço de novo. É essencial ler bem as instruções das tarefas dadas (neste caso, aqui). Há trabalhos que não cumprem aspetos aí estipulados ou não parecem ligar a conselhos dados. Também teria sido útil relancear alguns dos trabalhos de colegas de há três anos. Vendo as críticas que então lhes fazia, vendo também os melhores trabalhos, ficariam com ideia mais exata acerca do que se pretendia.

Nas instruções das tarefas, ficava claro que se preferia um trabalho de «microfilme», ainda que se aceitasse a mera gravação áudio com slide. Aceitei este último formato, mas, como se verá, as melhores classificações foram, em geral, atribuídas a verdadeiros microfilmes.

Por vezes, nesses trabalhos quase só de gravação áudio, a própria imagem escolhida revela bastante preguiça. Uma imagem googlada da capa de Os Maias ou com a carantonha do Eça ou do que fosse é sempre solução que mostra pouco investimento. É verdade que também houve quem, mesmo nestes trabalhos simples em termos tecnológicos, tivesse o gosto de tirar uma fotografia, fazer desenho próprio ou compor uma imagem a partir de outras mas com criatividade.

Por vezes, texto é o de Eça com pouquíssimas alterações. Esperava alguma criação pessoal. A redação deveria ser essencialmente da vossa lavra (alterar apenas a pessoa — passando da 3.ª para a 1.ª, por exemplo — é pouco).

Pareceu-me também que houve quem abusasse do recurso a súmulas-sínteses. Há textos que parecem muito colados a essas sebentas mais do que às páginas do próprio capítulo do livro de Eça.

Como ficava dito nas instruções, e como sempre tenho dito a propósito de trabalhos semelhantes, desaconselhava-se uma estratégia de apreciação crítica, resumo, comentário teórico, preferindo-se as abordagens inventivas.

Nas instruções, alude-se a três minutos. Em aula, fui mais explícito e pedi que os trabalhos em dupla fossem mais extensos (quase em proporção). Trabalho individual com menos de dois minutos ou mesmo com perto de dois minutos é curto; trabalhos em dupla deveriam ter talvez cerca de quatro minutos, pelo menos.

Desta vez, fui compreensivo com a ultrapassagem do tempo máximo recomendado, porque percebi, em todos esses casos, que o filme fora feito com gosto, com aplicação (o excesso não resultava de falta de arrumação, desatenção, mas era consequência de se ter investido muito na tarefa).

Leitura em voz alta, muitas vezes, foi pouco ensaiada. Além disso, num trabalho de gravação, não se percebe que se exibam hesitações, erros de que o próprio leitor teve decerto consciência. Repete-se até sair bem. (E, entretanto, convém não abusar de cortes na gravação. É mais correto repetir todo o texto.)

Num trabalho que se atém bastante à qualidade da expressão oral, esperava que, nas situações com assunção de voz da personagem, houvesse esforço de expressividade, representação.

Certos trabalhos em dupla desperdiçaram um tanto a vantagem de se trabalhar em equipa. Não se justifica constituir uma dupla, para afinal cada um ler uma parte do texto, com um único narrador, mudando a meio.

É aborrecido ficarem erros ortográficos no pouco que há de escrita fixada nos filmes. O erro mais comum é a falta de acento na palavra esdrúxula «Capítulo». Também é pena que Os Maias não apareça em itálico (ou isolado das outras palavras por algum processo gráfico).

Erros de pronúncias que ouvi mais de uma vez: «condessa» dito «conde[n]sa; «Alencar» dito como se a palavra fosse grave (é aguda, é claro); a pronúncia de «Tancredo» também lhes trouxe problemas.

Em alguns casos, convinha haver referências (créditos), no final. Assim deve suceder quando se usam (por vezes, extensivamente) as ilustrações de uma dada edição; um dado filme; uma dada música.

Melhores classificações:
Afonso & Gonçalo S. [11.º 5.ª] (19-19,5), cap. 7
Bia & Joana S. [11.º 12.ª] (19), cap. 15
Zé [11.º 8.ª] (18,5-18), cap. 16
Maria Madalena & Tiago [11.º 1.ª] (18,5-18), cap. 7
Tety & Tomás [11.º 5.ª] (18,5-18), cap. 11
Ana S. [11.º 12.ª] (18,5-18), cap. 17
Catarina C. & Bea [11.º 1.ª] (18), cap. 2
Miguel [11.º 8.ª] (18), cap. 13
Af. Puga & João M. [11.º 8.ª] (18-17,5), cap. 11
Ana N. [11.º 12.ª] (18-17,5), cap. 3
Madalena S. [11.º 8.ª] (18-17,5), cap. 16
Leonor [11.º 5.ª] (18-17,5), cap. 14
Leonor F. [11.º 7.ª] (18-17,5), cap. 14
Catarina [11.º 5.ª] (18-17,5), cap. 17
Kristina & Miguel B. [11.º 8.ª e 7.ª] (18-17,5), cap. 3
Cláudia [11.º 5.ª] (17,5), cap. 15
João [11.º 5.ª] (17,5), cap. 14
Mariana & Patrícia [11.º 12.ª] (17,5), cap. 12
Joana Sim. [11.º 12.ª] (17,5-17), cap. 13
Carolina [11.º 5.ª] (17,5-17), cap. 13
Sara G. & Stefanie [11.º 8.ª] (17,5-17), cap. 8
Carolina D. & R. Leal [11.º 1.ª] (17,5-17), cap. 8