Sunday, September 06, 2015

Os Maias 10



Susana (11.º 5.ª)
Susana (17) Pontos fortes Ideia, sofisticada, em que se baseia o trabalho: a ampliação/recriação de um momento a que se alude brevemente nos Maias (recordação de Maria da Cunha dos seus amores com Alencar, assim que o vê chegar com o programa). Redação e leitura em voz alta muito competentes. Domínio técnico e requinte estético revelados na montagem (música, excertos de filme). Aspetos melhoráveis Pronúncia de «Alencar» (é palavra aguda, a tónica é na última sílaba: Alencar; para ser palavra grave, e, portanto, ter a tónica na penúltima sílaba, teria de haver acento gráfico: *«Alêncar»; o nome foi dito bem na primeira, mas mal na segunda e terceira ocorrências). Tendência para procurar léxico e estruturas complexos, o que é positivo mas implica o risco de se optar por soluções por vezes menos adequadas do que as mais óbvias: em vez de o «o que remanesceu», proponho «o que ficou» ou «o que sobrou»; em vez de «com esse regalo», «com esse dom»; e, até, em vez de «rosadas maçãs de rosto», «maçãs do rosto rosadas».

Madalena & André F. (11.º 12.ª)
André F. & Madalena (15,5-16) Pontos fortes Imagem escolhida (é preferível assim: fotografia alegre e da autoria dos próprios autores, em vez de coisas googladas). Em geral, boa representação/expressividade (embora prejudicada por o texto não ser sempre natural: numa entrevista não caberiam alguns dos pormenores abordados). Ideia da entrevista, embora, como já dei a entender, devesse ter havido maior adaptação ao género textual em causa, maior liberdade na criação, não se ficando por uma quase sinopse do capítulo (podíamos imaginar uma entrevista no final das corridas como equivalente às de um jogo de futebol na atualidade; ao contrário, uma pergunta como «Que aconteceu antes das corridas?» é pouco verosímil). Aspetos melhoráveis Pronúncia de «em redor» (não é «red[ô]r», mas com ó aberto). Na redação: «como é claro» é pior do que «é claro» ou «como é natural», «como é óbvio». Notem ainda que Carlos, à época, já não era estudante (aliás depois dizem, e aí bem, «Dr. Carlos»); finalmente, creio que não é «Dr. Castro Gomes» (mas, simplesmente, «Sr.»), mas escrevo sem ter Os Maias à mão.

F. Maia (11.º 5.ª)
F. Maia (16-16,5) Pontos fortes Brincadeiras com atualidade (homonímia de «Maia», ensino, Pingo Doce), que talvez pudessem ter sido ainda mais aproveitadas. Exercício de reformulação do texto de Eça. Início («Quando se tropeça...»). Bom acabamento, em resultado da destreza técnica (montagem, incorporação de filmes, música). Aspetos melhoráveis Recurso a imagens googladas em «sinonímia» do texto (isto é, procurando ilustrar diretamente o que se vai dizendo: «cheiro a verbena» e aparece uma foto com verbenas, por exemplo). Leitura em voz alta, no que concerne à expressividade (era preciso representar mais). Certa diminuição de qualidade de texto e da expressão oral à medida que se avança (decerto por ter faltado o tempo). Na redação: «o meu plano contei a Dâmaso» (seria «o meu plano contei-o a Dâmaso»); «*confrontei-a» (seria «enfrentei-a»?; «confrontei-a [com qualquer coisa]»); «*notorioso» («notório»? «curioso»?).

Filipe & Gonçalo (11.º 1.ª)

Gonçalo & Filipe (13) Pontos fortes Formato (entrevista, em dois momentos) serve bem para mostrar a compreensão do episódio das corridas. A parte visual é muito económica, mas até é coerente (assinala-se, com slide próprio, a fala de entrevistador e entrevistado (mas há slides soltos, fora deste esquema, que eram escusados). Aspetos melhoráveis Leitura em voz alta está aceitável (mas poderia ainda decerto ser mais ensaiada). Pronúncia de «evento» saiu, pelo menos uma vez, demasiado nasalada («e[n]vento»); há «terminaremos» que se ouve mal. Redação: «*de nos evoluirmos» (melhor: «de evoluirmos»); «*reclamavam com o preço dos bilhetes» (reclamavam contra/por causa); «*foi um prazer em tê-lo aqui» («foi um prazer tê-lo aqui»).)

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