Os Maias 10
Susana (11.º 5.ª)
Susana
(17) Pontos fortes Ideia, sofisticada, em
que se baseia o trabalho: a ampliação/recriação de um momento a que se alude
brevemente nos Maias (recordação de
Maria da Cunha dos seus amores com Alencar, assim que o vê chegar com o
programa). Redação e leitura em voz alta muito competentes. Domínio técnico e
requinte estético revelados na montagem (música, excertos de filme). Aspetos melhoráveis Pronúncia de
«Alencar» (é palavra aguda, a tónica é na última sílaba: Alencar;
para ser palavra grave, e, portanto, ter a tónica na penúltima sílaba, teria de
haver acento gráfico: *«Alêncar»; o nome foi dito bem na primeira, mas mal na
segunda e terceira ocorrências). Tendência para procurar léxico e estruturas
complexos, o que é positivo mas implica o risco de se optar por soluções por
vezes menos adequadas do que as mais óbvias: em vez de o «o que remanesceu»,
proponho «o que ficou» ou «o que sobrou»; em vez de «com esse regalo», «com
esse dom»; e, até, em vez de «rosadas maçãs de rosto», «maçãs do rosto
rosadas».
Madalena
& André F.
(11.º 12.ª)
André
F. & Madalena (15,5-16) Pontos fortes Imagem escolhida (é
preferível assim: fotografia alegre e da autoria dos próprios autores, em vez
de coisas googladas). Em geral, boa representação/expressividade (embora
prejudicada por o texto não ser sempre natural: numa entrevista não caberiam
alguns dos pormenores abordados). Ideia da entrevista, embora, como já dei a
entender, devesse ter havido maior adaptação ao género textual em causa, maior
liberdade na criação, não se ficando por uma quase sinopse do capítulo
(podíamos imaginar uma entrevista no final das corridas como equivalente às de
um jogo de futebol na atualidade; ao contrário, uma pergunta como «Que
aconteceu antes das corridas?» é pouco verosímil). Aspetos melhoráveis Pronúncia de «em redor» (não é «red[ô]r», mas
com ó aberto). Na redação: «como é claro» é pior do que «é claro» ou «como é
natural», «como é óbvio». Notem ainda que Carlos, à época, já não era estudante
(aliás depois dizem, e aí bem, «Dr. Carlos»); finalmente, creio que não é «Dr.
Castro Gomes» (mas, simplesmente, «Sr.»), mas escrevo sem ter Os Maias à mão.
F. Maia (11.º 5.ª)
F.
Maia (16-16,5) Pontos fortes Brincadeiras com
atualidade (homonímia de «Maia», ensino, Pingo Doce), que talvez pudessem ter
sido ainda mais aproveitadas. Exercício de reformulação do texto de Eça. Início
(«Quando se tropeça...»). Bom acabamento, em resultado da destreza técnica
(montagem, incorporação de filmes, música). Aspetos melhoráveis Recurso a imagens googladas em «sinonímia» do
texto (isto é, procurando ilustrar diretamente o que se vai dizendo: «cheiro a
verbena» e aparece uma foto com verbenas, por exemplo). Leitura em voz alta, no
que concerne à expressividade (era preciso representar mais). Certa diminuição
de qualidade de texto e da expressão oral à medida que se avança (decerto por
ter faltado o tempo). Na redação: «o meu plano contei a Dâmaso» (seria «o meu
plano contei-o a Dâmaso»); «*confrontei-a» (seria «enfrentei-a»?; «confrontei-a
[com qualquer coisa]»); «*notorioso» («notório»? «curioso»?).
Filipe & Gonçalo
(11.º 1.ª)
Gonçalo
& Filipe (13) Pontos fortes Formato (entrevista, em
dois momentos) serve bem para mostrar a compreensão do episódio das corridas. A
parte visual é muito económica, mas até é coerente (assinala-se, com slide
próprio, a fala de entrevistador e entrevistado (mas há slides soltos, fora
deste esquema, que eram escusados). Aspetos
melhoráveis Leitura em voz alta está aceitável (mas poderia ainda decerto ser mais ensaiada). Pronúncia de «evento» saiu, pelo menos uma vez, demasiado
nasalada («e[n]vento»); há «terminaremos» que se ouve mal. Redação: «*de nos
evoluirmos» (melhor: «de evoluirmos»); «*reclamavam com o preço dos bilhetes» (reclamavam contra/por causa); «*foi um
prazer em tê-lo aqui» («foi um prazer tê-lo aqui»).)
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