Sunday, September 06, 2015

Os Maias 16



Madalena S. (11.º 8.ª)
Madalena S. (18-17,5) Pontos fortes Bom texto. Um pouco contra o que aconselhara, há uma abordagem quase teórica — procura-se explicar o capítulo — que acaba por funcionar bem porque as imagens remetem entretanto para a história (correm, portanto, em paralelo um eixo explicativo, a reflexão em off, e a alusão à narrativa, nas imagens, aliás em representação estilizada, por isso levemente irónica). Houve cuidado, rigor, nas referências finais. Bom acabamento técnico. Aspetos melhoráveis Na redação: «*realidade sórdida que Guimarães surge como agente do destino e não se aperbera» (seria: «realidade sórdida em que Guimarães surge como agente do destino e de que não se aperbera»). Música de fundo dá a ilusão de que a leitura em voz alta pode ter sido demasiada rápida.

Beatriz (11.º 5.ª)
Beatriz (17) Pontos fortes Facto de trabalho ter implicado uma componente prática — digamos, turística ou de viandante —, a descoberta e visita de locais referidos no capítulo. Resulta daí também um valor documental. Razoável leitura em voz alta, sem erros, embora talvez não tão plástica (fluida, adaptável) quanto seria útil em termos de expressividade. Aspetos melhoráveis Imagens de carruagem talvez firam um pouco a uniformidade de estilo conseguida no resto do filme. Pronúncia «T[α]veira» (é «T[a]veira»; neste, e em alguns outros casos — como «Aveiro», «padeiro» —, embora a sílaba não seja a tónica, o a é dito aberto).

(11.º 8.ª)
Zé (18,5-18) Pontos fortes Reunião, criativa, de vários formatos. Há, por um lado, a canção (o rap, com relevo para letra, bem escrita, e a música, a de todos os raps); ao mesmo tempo, uma música de fundo, que emoldura a representação em filme (que ora mostra o rapper ora ilustra, até por contraste brincalhão, o que vai sendo dito na letra, aqui com os concurso de mais figurantes do que o próprio autor). São, portanto, dois planos, numa sobreposição que ainda reforça a perspetiva irónica que qualquer um deles já tinha sozinho. Realização (cinematográfica) que conseguiu resolver bem as dificuldades que certamente terá posto um filme que tem uma estrutura já complexa. Houve que coordenar muita coisa. Aspetos melhoráveis Uma pronúncia: em vez de «não era tão valentão quanto [a]quilo que parecia», seria « não era tão valentão quanto [α]quilo que parecia» (o a não é aberto). Pode também dizer-se que, por vezes, os versos parecem com métrica muito forçada — mas num rap é mesmo assim (e é outro efeito paródico).

Márcia (11.º 12.ª)
Márcia (14-13,5) Pontos fortes Situação imaginada (seu enquadramento é coerente com o romance de Eça). Imagem-slide: ideia simples, que resulta (é agradável à vista e muito adequada ao texto criado). Aspetos melhoráveis Na leitura em voz alta há algumas hesitações. Escrita podia estar mais elaborada (por exemplo, era útil pronominalizar mais). Na redação: «*não me pasmava» (seria «não me espantava», «não me surpreendia», «não me fazia pasmar»).

Pedro (11.º 5.ª)
Pedro (16) Pontos fortes Bom texto, aproveitando a psicologia de Ega — o momento em que João da Ega hesita sobre se deve ou não desmascarar a situação. Mérito do texto vem também de haver um nível interpretativo (que não se vê em outros trabalhos, geralmente exclusivamente narrativos). Aspetos melhoráveis Imagens pobres (googladas). Na redação: «*por muito que aprendemos» (é necessário o conjuntivo: «por muito que aprendamos»); «mas será mesmo suposto que este [...]» («mas será mesmo que este [...]?» ou ««mas é suposto que este [...]?»); alguns lugares comuns. Na legenda inicial: Os Mais por Os Maias.

#