Os Maias 16
Madalena S.
(11.º 8.ª)
Madalena
S. (18-17,5) Pontos fortes Bom texto. Um pouco
contra o que aconselhara, há uma abordagem quase teórica — procura-se explicar
o capítulo — que acaba por funcionar bem porque as imagens remetem entretanto
para a história (correm, portanto, em paralelo um eixo explicativo, a reflexão em
off, e a alusão à narrativa, nas
imagens, aliás em representação estilizada, por isso levemente irónica). Houve
cuidado, rigor, nas referências finais. Bom acabamento técnico. Aspetos melhoráveis Na redação: «*realidade
sórdida que Guimarães surge como agente do destino e não se aperbera» (seria: «realidade
sórdida em que Guimarães surge como
agente do destino e de que não se
aperbera»). Música de fundo dá a ilusão de que a leitura em voz alta pode ter
sido demasiada rápida.
Beatriz (11.º 5.ª)
Beatriz
(17) Pontos fortes Facto de trabalho ter
implicado uma componente prática — digamos, turística ou de viandante —, a
descoberta e visita de locais referidos no capítulo. Resulta daí também um valor
documental. Razoável leitura em voz alta, sem erros, embora talvez não tão
plástica (fluida, adaptável) quanto seria útil em termos de expressividade. Aspetos melhoráveis Imagens de
carruagem talvez firam um pouco a uniformidade de estilo conseguida no resto do
filme. Pronúncia «T[α]veira» (é «T[a]veira»; neste, e em alguns outros casos —
como «Aveiro», «padeiro» —, embora a sílaba não seja a tónica, o a é dito aberto).
Zé (11.º 8.ª)
Zé
(18,5-18) Pontos fortes Reunião, criativa, de
vários formatos. Há, por um lado, a canção (o rap, com relevo para letra, bem escrita, e a música, a de todos os raps); ao mesmo tempo, uma música de
fundo, que emoldura a representação em filme (que ora mostra o rapper ora ilustra, até por contraste
brincalhão, o que vai sendo dito na letra, aqui com os concurso de mais figurantes
do que o próprio autor). São, portanto, dois planos, numa sobreposição que
ainda reforça a perspetiva irónica que qualquer um deles já tinha sozinho.
Realização (cinematográfica) que conseguiu resolver bem as dificuldades que certamente
terá posto um filme que tem uma estrutura já complexa. Houve que coordenar
muita coisa. Aspetos melhoráveis Uma
pronúncia: em vez de «não era tão valentão quanto [a]quilo que parecia», seria
« não era tão valentão quanto [α]quilo que parecia» (o a não é aberto). Pode também dizer-se que, por vezes, os versos
parecem com métrica muito forçada — mas num rap
é mesmo assim (e é outro efeito paródico).
Márcia (11.º 12.ª)
Márcia
(14-13,5) Pontos fortes Situação imaginada (seu
enquadramento é coerente com o romance de Eça). Imagem-slide: ideia simples,
que resulta (é agradável à vista e muito adequada ao texto criado). Aspetos melhoráveis Na leitura em voz
alta há algumas hesitações. Escrita podia estar mais elaborada (por exemplo,
era útil pronominalizar mais). Na redação: «*não me pasmava» (seria «não me
espantava», «não me surpreendia», «não me fazia pasmar»).
Pedro (11.º 5.ª)
Pedro
(16) Pontos fortes Bom texto, aproveitando a
psicologia de Ega — o momento em que João da Ega hesita sobre se deve ou não
desmascarar a situação. Mérito do texto vem também de haver um nível
interpretativo (que não se vê em outros trabalhos, geralmente exclusivamente
narrativos). Aspetos melhoráveis Imagens
pobres (googladas). Na redação: «*por muito que aprendemos» (é necessário o
conjuntivo: «por muito que aprendamos»); «mas será mesmo suposto que este
[...]» («mas será mesmo que este [...]?» ou ««mas é suposto que este [...]?»); alguns
lugares comuns. Na legenda inicial: Os
Mais por Os Maias.
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