Monday, September 15, 2014

Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-28)


Aula 1-2 (17 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 18/set [5.ª, 12.ª]) Informações sobre aspetos com utilidade para todo o ano (material; manual; avaliação; programa; blogue). [Ver Apresentação]

Ponho a seguir vários parágrafos sobre escritores de que há textos no manual do décimo ano, Expressões. Lê essas afirmações e assinala à esquerda de cada uma se são V(erdadeiras) ou F(alsas).

Terás de decidir por simples conjetura, em função do que aches verosímil. Seguindo o índice de autores na p. 7, poderias procurar o que há no manual sobre os vários escritores, mas não creio que isso ajudasse. Centra-te nos parágrafos em si.

1. Luís de Camões perdeu o olho direito e também se discutiu muito se os seus ossos eram verdadeiros.

2. Bocage celebrou os seus amores por mulheres com os nomes de Jónia, Nise, Emira, Urgelina, Anarda, Armia.

3. Mário de Sá-Carneiro matou-se a 26 de abril de 1916, num quarto de hotel, em Paris, ingerindo cinco frascos de arseniato de estricnina, depois de nos dias anteriores ter escrito várias vezes a Fernando Pessoa a anunciar o suicídio.

4. Em 1919, Carlos Drummond de Andrade — um dos grandes poetas brasileiros do século passado — foi expulso da escola em consequência de um desentendimento com o professor de Português.

5. Há cerca de noventa anos Fernando Pessoa chegou a viver numa casa algures na Avenida Gomes Pereira, a cerca de quinhentos metros da nossa escola. No seu quarto, o poeta tinha sempre um garrafão com aguardente, embora nunca ninguém o tivesse visto embriagado.

6. Fernando Pessoa, por vezes, parava na rua e equilibrava-se numa perna com uma mão para a frente e outra para trás, para significar o bico e a cauda de um íbis, e ficava assim, o que surpreendia os transeuntes.

7. Numa noite chuvosa de Dezembro de 1934, a escritora brasileira Cecília Meireles esteve duas horas à espera de Fernando Pessoa num café em Lisboa (tinham combinado o encontro mas, por causa de cálculos astrológicos, Pessoa resolveu não comparecer).

8. Ricardo Reis, médico, nasceu em 1887, no Porto, e, em 1919, por ser monárquico, expatriou-se para o Brasil; foi educado no Colégio São João de Brito.

9. Almada Negreiros, escritor e pintor, aparece completamente nu num dos seus mais conhecidos retratos e teve uma longa e célebre conversa com Carlos Cruz, julgado depois no caso Casa Pia.

10. Em 1942, António Botto foi exonerado da Função Pública por «comportamento indecoroso». Mandou então imprimir cartões de visita em que se vangloriava de ser o primeiro homossexual português com direito a reconhecimento oficial.

11. Quando, sozinho, partiu para o Brasil para trabalhar, Miguel Torga tinha a altura de 1,46 m; a professora Clara Rocha, relativamente alta, é sua filha e da também professora Andrée Crabbé, que tinha estatura meã.

12. Vinicius de Moraes, diplomata, boémio, poeta, decisivo no surgimento da música brasileira como a reconhecemos hoje, casou dez {nove} vezes.

13. O filho da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen é o jornalista Miguel de Sousa Tavares, que aliás já foi casado com Laurinda Alves, outra jornalista que também subscreve um texto do nosso manual.

14. Numa das suas fotografias mais conhecidas, o poeta Alexandre O'Neill usava uma bicicleta no lugar dos óculos.

15. O dramaturgo Luís de Sttau Monteiro, autor do Auto da Barca do Motor Fora da Borda, foi também piloto de Fórmula 2 e especialista em gastronomia (escreveu as crónicas «A Melga no Prato»; criou um pitéu — o doce do Sttau —cujo ingrediente principal era cocó de cão).

16. Pai de Raul Hestnes Ferreira, o arquiteto da nossa escola, avô de Pedro Hestnes, ator falecido recentemente, José Gomes Ferreira relata numa crónica as suas experiências de nudista na Fonte da Telha.

17. António Lobo Antunes teve mais cinco irmãos, todos rapazes, viveu em Benfica e jogou no Fó-Fó.

18. O cronista Luís Fernando Veríssimo é filho de Érico Veríssimo, escritor brasileiro, autor de Clarissa, por exemplo. Ambos escreveram sempre todos os seus nomes sem acentos.

19. José Luis Peixoto usa um piercing na sobrancelha, fez-se tatuar nos braços e concedeu uma interessante entrevista a Bruno Aleixo e Busto.

20. O escritor Manuel Alegre, ex-candidato à Presidência da República, é um benfiquista ferrenho, pelo que terá ficado dececionado com o golo que Hulk marcou ontem ao Glorioso («Glorioso» é aqui uma figura de estilo chamada ‘antonomásia’ e, quanto a mim, inadequada ao clube em causa).

[Os trechos a negro marcam o que é falso]



Cria três parágrafos como os que fiz acerca dos escritores, mas sobre ti. Entre eles haverá pelo menos uma afirmação verdadeira. Independentemente da veracidade de cada parágrafo, espera-se que sejam referidos factos curiosos.

Assume que o objetivo seria dificultar a vida a quem tentasse distinguir relatos verdadeiros e falsos. Procura incluir pormenores, que servirão para dificultar o reconhecimento da factualidade dos trechos. O estilo deverá ser até um pouco mais elaborado do que o meu (enfim, menos seco do que o dos parágrafos mais curtos). Usa a 3.ª pessoa e o nome por que serás tratado nas aulas.

Ao lado de cada uma das três afirmações, põe V(erdadeira) ou F(alsa). Dentro de parênteses retos podes acrescentar algum esclarecimento que aches necessário.

1. ...

2. ...

3. ...

TPC — Dá uma vista de olhos a http://gavetadenuvens.blogspot.com/ — que, na parte relativa ao atual décimo ano, só agora estou a organizar —, para perceberes onde ficam sumários, tepecês, aulas (estas só as transcrevo passados uns três dias), etc.


 


Aula 3-4 (18 [8.ª], 19 [5.ª, 7.ª], 22/set [1.ª, 12.ª]) Na p. 323 do manual (Expressões) trata-se dos Princípios reguladores da interação discursiva (a interação discursiva é, no fundo, a conversação). A área do funcionamento da língua a que pertence este assunto é a pragmática.


A pragmática estuda o modo como a língua é usada pelo falante para atingir os seus objetivos comunicativos. (Dentro da linguística há outras ______, aliás mais conhecidas de anos anteriores: a morfologia estuda a estrutura das palavras; a sintaxe estuda a combinação das palavras em frases; a fonologia estuda os _____ das palavras; a semântica estuda o significado das palavras. Enquanto estas áreas se ocupam mais da língua enquanto sistema, a pragmática preocupa-se com o que as pessoas pretendem fazer quando usam esse sistema.)


A página 323 apresenta-nos os princípios que regem a conversação:


Princípio de cooperação


Cada participante deve fazer com que a sua contribuição para a conversa seja apropriada ao propósito desta. Desdobra-se em quatro máximas conversacionais:


máxima de ________ | Tenta que a tua contribuição seja verdadeira.


máxima de ________ | Sê claro.


máxima de ________ | Dá tanta informação quanto o necessário.


máxima de ________ | Dá informação pertinente.


Princípio de __________________ (ou de delicadeza)


Cada participante na conversa deve usar estratégias adequadas a preservar uma boa relação com o seu interlocutor. Por exemplo, usará formas de tratamento («tu», «você», «o senhor», «o Luís», etc.) que respeitem a distância social; ao dar ordens, evitará ser demasiado direto («Aquele brigadeiro tem ótimo ________», em vez de «Dê-me lá o brigadeiro»); em certos casos, recorrerá a eufemismos («não creio que tenha sido assim», por «estás a _________»); lítotes («a minha fome não é pouca», em vez de «tenho ________ fome»), perífrases [estas três figuras de estilo estão exemplificadas nas pp. 334-335, mas não é obrigatório ir ler as suas definições agora].


Nos sketches que vamos ver (Gato Fedorento, Série Lopes da Silva), pelo menos um dos intervenientes infringe uma das máximas conversacionais ou o princípio da cortesia. A comunicação poderia ficar em risco. (É claro que, neste caso, as infrações ao princípio da cooperação e à cortesia servem para criar situações cómicas.) Para completar o quadro, usarás quantidade, qualidade, relação, modo, princípio de cortesia.


Inspetor que não sabe fazer perguntas





As perguntas do inspetor não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo por isso a máxima de _______________.


Falta por motivos profissionais





No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»), falhando a máxima de _______. Há depois expressões ambíguas («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais»), o que corresponde a quebra da máxima de ________. No final, enquanto o patrão, ao dar os pêsames ao segundo funcionário, cumpre o _______, o funcionário preguiçoso infringe-o («Arranjam cada uma para não trabalhar!» é um comentário contra o que está convencionado numa situação daquelas).


O que eu gosto do meu Anselmo!





Quando Anselmo diz que a mulher nem gosta assim tanto dele — mentindo, para que não se conclua que... —, infringe a máxima de ________.


Bode expiatório





O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Poderíamos reconhecer aqui uma infração à máxima de _________, se considerássemos que houvera excesso de informação. No entanto, provavelmente, até foi mais a máxima de ______ que falhou, já que ser claro inclui ser breve.

Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]



Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes percetíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza (falha a máxima de _______, embora se possa pensar que o que falta é mesmo a informação). No genérico final, também falha a máxima de ________, mas por demasiadas repetições (poder-se-ia pensar que a infração é à máxima da quantidade, por excesso de informação).

Dia em que se pode chamar nomes aos colegas



Os vocativos desagradáveis permitidos à quinta-feira e as expressões grosseiras nos minutos para assédio seriam infrações ao _________. A singularidade da situação vem de essas inconveniências serem autorizadas, e até estimuladas, pelas regras do escritório.

Chamada por engano



Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo a máxima de ________, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objetivo do telefonema (falar do Iraque). No final, a mesma senhora disfarça uma infração ao ___________ («meu cabeça de porco»).

A tua camisa é feia



Os epítetos deselegantes que cada uma das interlocutoras dirige à outra constituiriam infrações ao ________; no entanto, elas não parecem senti-los como ofensivos (só é tomada como indelicadeza a referência à camisa feia).

Conversa na esplanada



Os vários amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido pelo amigo («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem a máxima de ______.

Matarruano sonhador



O filósofo matarruano desvia-se do tema da pergunta que lhe era feita: não coopera com o jornalista que o entrevista por não cumprir a máxima de __________, já que a informação a que chega invariavelmente não é pertinente para o objetivo da conversa.

Bomba a bordo



O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interação com o bombista.

Vamos situar-nos na p. 109 do manual, a segunda da secção «Espelhos do eu», dedicada aos textos de carácter autobiográfico. Está aí uma crónica de Miguel Sousa Tavares, uma das que foram coligidas no livro ____________. Diga-se que a referência do texto não ficou perfeita, já que falta o nome da crónica. Devia estar assim:

Tavares, Miguel Sousa (2001), «______________», Não te deixarei morrer, David Crockett, 8.ª ed., Lisboa, Oficina do Livro.

Vai lendo a crónica e, à medida que surgirem os parágrafos, escreve o que for pedindo.

«Ao longo do caminho»

Cria outro título para a crónica: _____________

1.º parágrafo

Faz um texto teu, a partir da mesma frase das duas linhas iniciais (e em estilo semelhante). Haverá um relato desse momento mais distante de que te lembres, acompanhado da descrição de elementos fixados para sempre.

É a primeira imagem da minha existência, a coisa mais antiga de que me lembro. ...

2.º parágrafo

Lê os dois períodos que começam por «Lembra-se». Faz também frases introduzidas por «Lembro-me que», que reportem um episódio, um simples incidente, bom ou mau, possivelmente insignificante, mas que ficou registado para sempre na tua memória. (No verso, copiei frases de Luís Maio — de crónica na Fugas —, no estilo que pretendo.)


Lembro-me que ...

Lembro-me que ...

Lembro-me que ...

Lê agora os parágrafos da coluna direita do texto de Miguel Sousa Tavares.

Vejamos a explicação para o título do livro, que reproduzo do prefácio-dedicatória (pp. 12-13):

Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou nove anos — lembro-me de estar deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. [...] Nessa história, o David Crockett era emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava insconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma tenda, havia uma índia muito bonita [...] que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura, ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: «não te deixarei morrer, David Crockett!».

No mesmo estilo, pensa num título para um teu livro de memórias: ...

TPCEscreve um «Alfabeto pessoal». (Repara no exemplo que pus a seguir — só reproduzo aqui as primeiras letras, mas em Alfabeto Pessoal pus mais algumas —, que fiz há bastantes anos, reformulando agora pouca coisa. Também podes ver um alfabeto por colegas de 2011.) Evita que as frases sirvam apenas para declarar aquilo de que gostas ou de que não gostas. Boa solução é não te limitares a qualificar o que escolhes («é bom», «mau», «gosto de», etc.) e usares antes uma redação «de comentário» aos temas que destaques. Repara também que a palavra que é escolhida pode nem ser o exato assunto, servindo afinal como pretexto para se aludir ao tema que importa mesmo. Podes ir alternando letras tratadas em algumas linhas (três ou quatro) com outras que desenvolvas apenas numa frase. E faz o alfabeto completo (fica ao teu critério incluir ou não o k, w, y).

A, de Automóvel. Irrita-me a importância que em Portugal se dá aos automóveis, sempre prejudicando quem usa os transportes públicos (e os passeios, paisagens, etc.). Admiro o trabalho da ACA-M (Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados), um dos raros exemplos de intervenção da «sociedade civil».

B, de Benfica. Foi em 1983 a primeira vez que dei aulas na Secundária de Benfica. Antes de a escola ser construída havia aqui uma quinta e a casa dos meus pais era do outro lado do muro.

C, de Capitu. Capitu é o hipocorístico de Capitolina, personagem de Dom Casmurro, de Machado de Assis, um dos meus livros preferidos.

D, de Dona Leonor. O liceu onde andei a partir do 5.º ano (o atual nono). Foi em 1974-75, o que explica que nada tivesse sido convencional (aliás, salvo erro, no ano anterior o liceu ainda era exclusivamente feminino). Recordo um dos hábitos de então: saindo das aulas, à tarde e no inverno, o grupo dos que moravam em Benfica ia apanhar o autocarro a Entrecampos, compartilhando as castanhas assadas compradas no caminho.

[continua aqui.]


 


Aula 5-6 (24 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 25/set [5.ª, 12.ª]) Lê o texto «A memória» (pp. 120-121). Nos itens que se seguem, circunda a letra que introduz a melhor alínea.






«AJ» e «EP» (linhas 1-8) correspondem a


a) iniciais dos nomes de uma auxiliar administrativa e de um técnico de laboratório aposentado.


b) códigos atribuídos para efeitos de um trabalho científico.


c) siglas de Audrey Jackson e de Edward Palin.


d) hipocorísticos de Ângela e Epaminondas.


 


Em «Ela terá possivelmente a melhor memória do mundo» (ll. 7-8), «melhor» equivale a ‘a mais


a) agradável’.


b) adequada’.


c) exaustiva’.


d) compensadora’.


 


Em «Ele, uma das piores» (8), a vírgula


a) é lapso.


b) visa tornar o texto chamativo.


c) substitui «lembra-se».


d) deve-se à ausência do verbo.


 


A referência ao perfeito penteado de risca ao lado (10-11) pretende

a) indicar a originalidade de EP.

b) acentuar a pacatez, a normalidade, de EP.

c) evidenciar a falta de gosto de EP.

d) valorizar a importância de cuidados capilares frequentes.

 

Em «devorando-o como se fosse uma maçã» (14), o pronome «o» corresponde a

a) ‘o seu cérebro’.

b) ‘o vírus Herpes simplex’.

c) ‘o avô ideal’.

d) ‘um manjar confecionado com cocó de cão’.

 

«O ataque desferido pelo vírus teve uma precisão inusitada» (15-16) significa, em termos objectivos, que

a) houve um ataque desferido por um vírus.

b) se deu uma batalha como estratégia para uma vitória na guerra em curso.

c) a doença de EP avançou com consequências bastante concretas.

d) o vírus foi absolutamente eficaz no ataque que engendrou.

 

O hipocampo (16-29)

a) não tem relevância fulcral na capacidade de recordarmos.

b) designa um recinto com pista e bancadas, preparado para corridas de cavalos.

c) é essencial para recordarmos.

d) é uma câmara de vídeo com a cabeça avariada.

 

«E os seus casos ilustram de maneira mais eloquente do que uma TAC cerebral em que medida as nossas memórias fazem de nós aquilo que somos» (31-34) significa que

a) os seus cérebros são mais precisos do que uma TAC.

b) as suas patologias permitem explicar como funciona o cérebro.

c) os seus casos sabem exprimir-se bem.

d) os seus casos são dois extremos da memória humana.

 

«Este quilo e trezentos gramas de matéria enrugada» (34-35) reporta-se

a) ao cérebro de EP.

b) ao cérebro, visando realçar o seu peso considerável.

c) ao cérebro, contrastando-se a sua aparente insignificância e o seu poder.

d) a um estupendo cocó de cão ainda visível perto do portão da ESJGF.

 

Em «Se quiser uma comparação» (50-51)

a) há decerto uma gralha.

b) o enunciador dirige-se-nos (= «se [você, o leitor] quiser»).

c) o enunciador dirige-se a EP.

d) o enunciador dirige-se a AJ.

 

As memórias declarativas (62-87) serão mais úteis nas aprendizagens de

a) Educação Física.

b) Português.

c) Desenho.

d) Biologia.

 

A memória implica (88-107)

a) precisão (como acontece com a fotografia, imagens no espelho, gravações).

b) transcrição meticulosa das experiências.

c) diversidade na eficácia dos novos registos.

d) a utilidade prática do que arquivamos.

 

Segundo o penúltimo parágrafo do texto (88-107), entre o que o cérebro retém e a sua importância funcional

a) haveria bastante coerência e proporcionalidade.

b) não haveria nenhuma relação.

c) haveria até uma relação de oposição.

d) haveria uma absoluta aleatoriedade.

 

O último parágrafo do texto (108-123) procura mostrar que

a) receber muita informação é contraproducente.

b) talvez agíssemos de outro modo, se pudéssemos tudo arquivar na memória.

c) estar exposto a muita informação torna o ser humano mais esperto.

d) a cultura submerge-nos com informação desnecessária.

 

Depois de leres o trecho de Conta-Corrente, de Vergílio Ferreira, que está na p. 116 do manual, completa as quadrículas vagas ou as lacunas do quadro seguinte (mas apenas as das colunas do meio, já que a coluna da direita só a faremos mais tarde):

 


Texto

Conta-Corrente, IV

«Ao longo do caminho»

Droit au but (Direito ao assunto)

Autor

Vergílio Ferreira

Miguel Sousa Tavares

 

Género

Diário

Crónica (com elementos autobiográficos)

 

Pessoa

 

Primeira

 

Tempo

Perfeito (1.º parágrafo, reportado a «ontem»); Presente do Indicativo (2.º parágrafo, mais sobre ____).

Presente, sobretudo (perfeito e imperfeito nas alusões ao passado).

 

 

 

Narrador/Escritor

Coincidem.

Coincidem, embora o texto também se foque em outra personagem, o _____ do cronista.

 

 

Personagem/Tempo

Personagem está a reportar-se a um _____ recente ou a refletir sobre o seu presente.

Personagem já viveu parte do que conta, mas ainda não faz uma retrospetiva da vida.

Personagem já _____ o que conta e olha-o já em síntese.

Discurso/Ação

Haverá dispersão, repetições, características de um texto que é fragmentado pelos dias, circunstancial, virado para o que vai acontecendo, sem o hierarquizar.

Os factos narrados pretendem apoiar os argumentos que constituem o essencial da crónica.

A narrativa pretende-se estruturada, escolhendo-se apenas o que é ______ na vida do biografado.

 

«A minha adolescência tem sido um céu baixo e pesado, em que existem, por vezes, pequenas abertas».

Aproveita esta frase num texto diarístico. Podes fazer os fragmentos de um, dois ou três dias. O trecho (ou cada um dos trechos) começará pela data, como faz Vergílio Ferreira. A frase que pus em cima tem de surgir em algum ponto do teu texto.

O narrador é de 1.ª pessoa, claro, mas isso não te vincula obrigatoriamente ao que estejas a relatar ou a opinar: o narrador não tem de corresponder sempre ao autor.

(Poderias relancear o que se diz sobre o género «diário» na p. 117, ou olhar de novo a página de Vergílio Ferreira, mas talvez seja mais prático centrares-te já no teu próprio texto.)



Vamos ver o início do filme A história da minha vida (Mensonges et trahisons), o relato autobiográfico de um autor de autobiografias. Nele se articulam duas autobiografias: a de Kevin, escrita afinal por Raphaël, e a que é narrada em off, que é a do próprio Raphaël.

Segundo Raphaël, Muriel tem uma característica muito distintiva, a de ser sempre _________. Se quisermos pensar no efeito que esta idiossincrasia pode ter nas conversas em que Muriel participa, diremos que, ao cumprir tão à letra a máxima conversacional de __________, ela acaba por infringir constantemente o princípio de __________.

TPCCompleta, melhora, o texto diarístico começado em aula (trazendo-me a mesma folha). Ainda aceito o «Alfabeto Pessoal» (ver Sumários e tepecês, aula 3-4) na próxima aula. Quando puderes, relanceia as páginas de gramática sobre ‘Princípios de cooperação e de cortesia’ que copiei em Gaveta de Nuvens.


 

Aula 7-8 (25 [8.ª], 26 [5.ª, 7.ª], 29/set [1.ª, 12.ª])





Nos dois sketches (de Monty Python Flying Circus), mostram-se casos em que o princípio de _______ não foi cumprido, porque as formas de tratamento escolhidas pelo locutor fazem o seu interlocutor «perder a face» — a face é a imagem pública de cada falante.

No primeiro, «Sir Edward Ross», o tratamento escolhido não é suficientemente formal para uma entrevista na televisão: em vez de «Sir Edward», o apresentador começa por usar ______ (o que era aceitável), mas depois passa a ________ (já descabido, mas que o interlocutor ainda suporta), até chegar a ________ (que desespera o realizador. O hipocorístico (nome de carinho) é, naquele contexto, ofensivo.

No segundo sketch («Arthur ‘Two Sheds’ Jackson»), o que faz que o compositor não possa preservar a face é a menção repetida da sua ________, «Dois barracões».

 

Entre o final da p. 323 e o início da p. 324 há uma explicação sobre formas de tratamento que te pedia lesses. Acrescentarei eu que: além de familiaridade/proximidade, o critério para se adoptar determinado tratamento inclui também a idade e o estatuto (em termos de hierarquia social e profissional); e que a forma de tratamento não é só o pronome ou nome que introduz o discurso, mas sobretudo a pessoa verbal que depois se usa: 2.ª pessoa do singular («queres?»); 3.ª pessoa («[o Luís/você/o senhor/...] quer?»; «[vocês/os senhores/...] querem?»); 2.ª pessoa do plural («[vós/Senhor/...] quereis?»).

Lê as frases na tabela. Na coluna A-Q, vai pondo a letra que corresponda à sintaxe das frases (vê a lista de «Formas de tratamento», na outra folha); na coluna mais à direita, escreve o número que corresponde à situação (vê a lista de «Situações»).

 


Frases (com exemplos de formas de tratamento)

A-Q

1-24

1

Levantai, hoje de novo, o esplendor de Portugal.

 

 

2

Pai Nosso, que estais no céu, livrai-nos do mal.

 

 

3

O Luís tem gostado das turmas?

 

 

4

Vossa Reverência não se importava de me dar mais uma hóstia?

 

 

5

O D. Januário pode confessar-me agora?

 

 

6

A Dona Fernanda tem aí o ofício da empresa de limpeza de cocós de cão?

 

 

7

Tens de trazer sempre o livro.

 

 

8

Compra-me os ténis e eu prometo ter boas notas a Português.

 

 

9

Compre-me os ténis e eu prometo ter boas notas a Português.

 

 

10

Você é paulista ou carioca?

 

 

11

Vossemecê, meu pai, permite que eu vá ouvir o MP3?

 

 

12

Você tem de evitar comer tantos fritos.

 

 

13

Vossa Excelência deseja o quarto com vista para o mar ou a suite com vista para as latrinas?

 

 

14

O Lopes da Silva já tratou do tal assunto?

 

 

15

O engenheiro pode chegar aqui?

 

 

16

O senhor doutor já comeu o empadão?

 

 

17

Estás bom?

 

 

18

Ide lavar-vos.

 

 

19

O professor já viu os testes?

 

 

20

Cê viu Ronaldinho?

 

 

21

O stor vai dar-me positiva?

 

 

22

Vocês dão-me o carro hoje?

 

 

23

A menina estude, que eu prometo ver isso dos ténis.

 

 

24

Façam-me este exercício sobre formas de tratamento.

 

 

25

Passe, por favor.

 

 

26

O senhor já pediu?

 

 

 

                Formas de tratamento

A — 2.ª pessoa do singular

B — 2.ª pessoa do plural

C — 3.ª pessoa do singular

D — você + 3.ª pessoa do singular

E — cê + 3.ª pessoa do singular

F — vossemecê + 3.ª pessoa do singular

G — artigo + nome + 3.ª pessoa do singular

H — O senhor + 3.ª pessoa do singular

I — O senhor + título profissional + 3.ª pessoa do singular

J — artigo + título profissional + 3.ª pessoa do singular

L — artigo + Dom/Dona + nome + 3.ª pessoa do singular

M — A menina + 3.ª pessoa do singular

N — Vossa Excelência + 3.ª pessoa do singular

O — Vossa Reverência + 3.ª pessoa do singular

P — 3.ª pessoa do plural

Q — vocês + 3.ª pessoa do plural

 

            Situações

1 — Futebolista da seleção nacional para os heróis portugueses (ao cantar o hino).

2 — Médico para doente.

3 — Criada para patrão.

4 — Aluno remelento da ESJGF para seu mestre.

5 — Brasileiro das classes populares para outro da mesma classe.

6 — Crente católico para Deus (em oração).

7 — Católico para o seu bispo ou para o seu padre.

8 — Professora para um colega que fora em tempos seu professor.

9 — Rapaz para mãe.

10 — Pai para filha.

11 — Professor para aluno.

12 — Alunos para professor da faculdade.

13 — Jovem para outro jovem.

14 — Professor para turma.

15 — Cliente para empregado(s) da oficina.

16 — Rosália para o seu pai, pequeno agricultor em Constantim (Trás-os-Montes).

17 — Patrão para empregado.

18 — Patrão para funcionário licenciado.

19 — Brasileiro para brasileiro (independentemente da classe social).

20 — Funcionário para outra funcionária, não licenciada e mais velha.

21 — Empregado de hotel para cliente.

22 — Sexagenária de Vila Nova de Gaia para a canalha.

23 — Professor para encarregado de educação.

24 — Empregado de restaurante para cliente.

 

TPC — O texto reproduzido em baixo pertence à secção «Pequenos Prazeres», uma coluna que havia no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Nesta secção, intelectuais ou figuras públicas eram convidados a revelar situações de que gostavam. Repara que os parágrafos variam bastante na extensão e estilo. (O primeiro, à esquerda, não é grande exemplo do que pretendo.) Nos segundo, terceiro e quarto, os do meio, temos linhas quase fílmicas, que tentam agarrar, por pinceladas, um dado ambiente de que se gosta ou uma sensação que se quer rememorar. Os parágrafos à direita são breves, em cada um se sintetizando um motivo de pequena felicidade (por vezes, o importante é um pormenor apenas). Escreve tu também alguns parágrafos assim, com os teus «Pequenos Prazeres». (Exemplo de «Pequenos Prazeres» por colegas de 2011: aqui.)



 



Aula 9-10 (1 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 2/out [5.ª, 12.ª]) Correção dos questionários de compreensão do escrito feitos na aula 5-6.



Lê o texto «Realidade duríssima» (p. 124), trecho de As Pequenas Memórias, de José Saramago. Sem me inquirires sobre o seu significado, em cada item que se segue circunda uma das quatro palavras à direita, a que tenha o valor mais aproximado da palavra usada no texto (que pus a negro e à esquerda).



Nota que fui buscar todas as quatro hipóteses a um Dicionário de Sinónimos, o que nos permite concluir que o significado de uma palavra está longe de ser fixo e não é aferível sem que se que tenha em conta o contexto em que surge.



duríssimas (linha 1) — barbitesas / firmes / obstinadas / amargas



propícios (l. 4) — prósperos / favoráveis / bonançosos / indulgentes


causas (6) — motivos / ideais / sementes / acontecimentos


olvidados (7) — defuntos / desaprendidos / omitidos / esquecidos


mesquinha (9-10) — vil / forra-gaitas / pobre / sovina


santa (10) — santificada / inocente / ingénua / eficaz


satisfação (13) — agrado / desculpa / cumprimento / peracumbé


culto (14) — cultura / religião / devoção / civilização


chamariz (15) — apito / chama / negaça / engodo

primitivos (24) — originais / grosseiros / toscos / antigos

safra (26) — colheita / novidade / seara / incude

esfolar (31) — arranhar / ferir / despelar / explorar

arrastei (40) — demorei / humilhei / retardei / conduzi

serventia (43) — abertura / gato-pingado / aplicação / acesso

 

A tabela seguinte compara o género ‘memórias’ com a ‘autobiografia’ e o ‘diário’. No eixo vertical aproveitam-se as características apontadas no enquadrado na p. 124 (sobre «Memorialismo»), que deves relancear. Na coluna para ‘Memórias’, escudamo-nos sobretudo no caso do texto de Saramago que estiveste a ler. Completa:

 


 

Memórias

Autobiografia

Diário

peso da exterioridade (ou da interioridade)

centra-se na relação com o meio e as pessoas (embora se percorra também a própria _________ do enunciador)

centra-se na vida do biografado (embora enqua-drada no ________ social, histórico, cultural envolvente)

regista sobretudo a posição do ______ (relativamente ao mundo ou a si mesmo)

testemunho do tempo e do espaço em que viveu

________

bastante presente

supérfluo, ocasional

recriação seletiva do passado

guardam-se ocorrências significativas, marcantes (talvez também em função dos ________ históricos paralelos)

relato escolhe factos relevantes (sobretudo em função da reconstrução da ___ do biografado)

pode haver, aqui e ali, recuperação de um passado, mas o essencial é o «presente» a que se reportam as _____ que abrem cada «página do diário»

 

No passo que vamos ver de A história da minha vida há um contraste entre os livros que Raphaël escreve para outros (apenas como tarefa profissional) e o livro que quer assinar como escritor (que ele pretende tenha valor literário).

Resume a opinião que cada uma das personagens tem acerca da biografia de Kevin encomendada a Raphaël e do romance — ou romances — com que Raphaël se quer estrear como escritor «ortónimo» (ou ‘escritor com o seu exacto nome’).

 


Livros

Autobiografia de Kevin

(Directo ao assunto)

Romance(s) de Raphaël

Opinião de...

Kevin

O estilo está demasiado _____. Defende que não há ______ para se escrever uma autobiografia e pretende que em cada capítulo haja ________ estilo.

 

[Não leu]

Claire

Embora o estilo de escrita (a forma) seja um tanto _____________, o que se relata é ___________.

Está _______, mas ainda são apenas as cem páginas iniciais. Raphaël não terá ________ o suficiente para poder fazer um bom romance.

Muriel

 

[Não leu]

É um livro _______. Falta-lhe __________, há demasiada técnica. Sugere que Raphaël escreva outro.

Raphaël

O estilo de uma autobiografia (como a que escreve para Kevin) deve obedecer a certas «noções de _____________».

Está ___ quanto ao seu valor como escritor «literário», mas tem _______ de que a avaliação seja encomiástica.

 

TPC — Completa trabalho de ‘Definição pessoal’ com verbos conjugados iniciado em aula.


Em Gaveta de Nuvens está link para uma base morfológica onde se pode consultar a flexão de qualquer verbo. Basta escrever o nome do verbo, clicar em «pesquisa» e obtém-se a conjugação dos tempos simples. Nesta base morfológica pode também ver-se que palavras têm determinado prefixo ou sufixo ou que palavras incluem determinada sequência.


 



Aula 11-12 (2 [8.ª], 3 [5.ª, 7.ª], 6/out [1.ª, 12.ª]) Vai lendo o texto «Escrever um diário» (p. 115), trecho de um dos volumes de Cadernos de Lanzarote, o diário de Saramago. A exemplo do que fizemos na última aula, em cada linha com quatro possíveis sinónimos de palavras de Saramago, circundarás o vocábulo que, no exato contexto, é o único verdadeiro sinónimo (tanto quanto uma palavra pode ser sinónima de outra).



faltando (linha 1) — falhando / iludindo / falseando / mentindo



maliciosa (2) — esperta / maldosa /cautelosa / astuciosa



narcisismo (2) — ambição / altivez / imodéstia / bazófia



frio (2) — cru / gelado / arrefecido / lânguido



sumário (3) — simples / índice / compendioso / sucinto


juízo (3) — aviso / apreciação / caco / toutiço


ilustres (4) — célebres / respeitáveis / altivos / civilizados


particular (5) — privada / confidencial / peculiar / secreta


comprazimento (5) — condescendência / satisfação / agrado / complacência

confiança (6) — má-criação / esperança / atrevimento / segurança

adestrado (6) — ensinado / desasnado / governado / matinado

suportável (8) — fácil / compatível / sofrível / tolerável

personagem (9-10) — personalidade / figura / interlocutor / tipo

suscitado (10) — excitado / levantado / oposto / aparecido

sinceridade (11) — ingenuidade / verdade / cordialidade / lealdade

 

Os sketches que veremos servem-nos para tratar de questões de flexão de formas verbais (pessoa, tempo, modo). Vai completando.



Em «Instrutor que canta o yodle» (série Meireles) predominam as frases diretivas. Surgem formas verbais na 2.ª pessoa do singular do ______ («Entra», «Mete uma abaixo, homem», «Faz inversão de marcha», «Fica sabendo que em mais de vinte anos», «Está calado, pá»), mas também da 3.ª pessoa do singular do ____ do Conjuntivo («Fique sabendo que o yodle até ajuda»); da ___ pessoa do ______ do Presente do Conjuntivo («vamos lá a fazer essa inversão de marcha»); e da 2.ª pessoa do singular do _______ do Indicativo («vais começar»; «tiras o travão de mão»).

Ou seja: são vários os tempos que acabam por poder funcionar como Imperativo. Nas gramáticas mais tradicionais, o Imperativo surge só com duas pessoas (as segundas, do singular e do plural, para «tu» e «vós»). Mas, como já quase não usamos «vós» mas antes a terceira pessoa («você»), o imperativo acaba por se servir da 3.ª pessoa do Presente do _______, no singular e no plural: «fique», «fiquem». Para a 1.ª pessoa do plural, serve também o ______ do Conjuntivo: «fiquemos». Na negativa, o Imperativo socorre-se das formas do Presente do Conjuntivo. Passa tu para a negativa:

Entra | _____; Mete | _____; Faz | ______; Está | ______.



Em «Apóstolo que corrige Jesus» (série Lopes da Silva), o protagonista, Jesus, engana-se frequentemente nas formas verbais. Completa o quadro.

 


Frase proferida (com erro).

Forma verbal corrigida

Tempo da forma corrigida

Ainda bem que chegásteis.

 

Perfeito do Indicativo

Lembreis-vos ou não?

Lembrais-vos

 

Estades com fome?

 

Presente do Indicativo

Se vós pudesses aguentar a larica...

 

Imperfeito do Conjuntivo

Sedes pessoas para vir comigo?

Éreis

 

Idem caçar.

 

Imperativo

Comai a seguir.

 

 

Senteis-vos bem?

 

 

Não me agradeceis a mim.

 

Imperativo

Sabedes onde se come por aqui?

 

 

 

[ Incidentes/Anamneses ]

8 de Julho, sete da tarde, Escola Secundária de Benfica — Inaugura-se o planetário do 7.º 3.ª. Todos estão contentes. A entrada na sala onde está o planetário faz-se por uma cortina preta (que me lembra a Feira Popular há muitos anos). Lá dentro, como tudo o que em nós é branco fica fosforescente, a sala parece povoada de esqueletos. Como todos olham em redor e se torcem para verem as galáxias, parecemos esqueletos num aquário.

Meados de Agosto, domingo, à uma, no restaurante Colina, em Lisboa — Enquanto como um excelente bife do lombo à Colina, ouço conversas que parecem diferentes das habituais (mais contínuas e digressivas). Depois percebo: Lisboa está quase deserta e no restaurante estão sobretudo velhos. Habitualmente, predominam as famílias com as três (ou quatro) gerações a falarem, focadas num único assunto. 

15 de Setembro, seis da tarde, praia de Tróia — De repente, levanta-se a ventania costumada àquela hora. Um chapéu de sol viaja pela praia a grande velocidade. Percebemos que pertence a um casal de namorados, que nem se apercebeu de que o chapéu fugiu e, embatendo nas dunas, ficou estacionado a uns cinquenta metros. Hesitamos em avisar o par setubalense. Temos razão: largo tempo depois, levantam-se, olham em roda e acabam por descobrir o chapéu sozinhos.

TPC — Prepara a leitura em voz alta dos seguintes textos (no fundo, incluo o que já lemos nesta secção 3 e os textos ensaísticos de apoio): «Espelho» (108); «Um jogo contínuo de espelhos» (108); «Ao longo do caminho» (109); toda a p. 114; «Escrever um diário» (115); página de diário de Vergílio Ferreira (116); «Diário» (117); «A memória» (120-121); «Realidade duríssima» (124); «Memórias» (124).


 



Aula 13-14 (8 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 9/out [5.ª, 12.ª]) Pré-eliminatória de apuramento para a Liga dos Campeões de Leitura em voz alta (1.ª parte).



Regressando à flexão verbal:







Em «Castigadores da parvoíce» (série Meireles), uma das atitudes parvas castigadas é a má flexão de certas formas verbais. As formas que surgem mal conjugadas são da ____ pessoa do _________ do ____________________________ dos verbos «chegar», «vir», «dizer», «fazer», «baldar-se». As personagens dizem, por exemplo, «ouvistes» (em vez de «ouviste»).



As formas em -stes («ouvistes», etc.) até podem ser corretas, se corresponderem à ___ pessoa do _______, que usaríamos se tratássemos alguém por «vós». Flexiona:


Eu cheguei; tu ____________; ele _________; nós _________________ [com acento, para distinguir do Presente]; vós ___________; eles ___________.


Miguel Esteves Cardoso — que aliás tem dois textos no nosso manual — escreve diariamente uma mini-crónica no Público, com o nome genérico «Ainda ontem». Esta, intitulada «O melhor dia», é a de há aproximadamente um mês (7 de setembro de 2014).




Ainda que com menos extensão do que a crónica de Miguel Esteves Cardoso, escreve uma nota de recordação de um dia, um momento, bem passado. Assume que o texto seria para uma coluna cronística «Ainda ontem» e teria o título, precisamente, de «O melhor dia».

TPC — Aproveita para fazer alguma revisão dos assuntos de gramática que demos desde o início, incluindo a conjugação dos verbos.


 



Aula 15-16 (9 [8.ª], 10 [5.ª, 7.ª], 13/out [1.ª, 12.ª]) Lê o texto «Duas ou três coisas que sei sobre mim» (p. 112). Nos itens que se seguem, circunda a letra que introduz a melhor alínea.



 



«Andava a Terra a correr os céus em torno do Sol à velocidade de trinta quilómetros por segundo» (ll. 1-3) pretende


a) ironizar sobre a real importância do facto que se refere depois.


b) mostrar que o facto que se enuncia depois ocorreu num momento excecional.


c) esclarecer que, naquela época, a velocidade da Terra era menor do que a de hoje.


d) situar no tempo, com precisão, o nascimento do narrador. 


 


«um dos mais quentes desse ano» (5-6) é uma informação


a) figurada, que não deve ser tomada à letra.

b) decerto factual, portanto denotativa.

c) justificada por o autor ser um meteorologista famoso.

d) que não é, evidentemente, verdadeira.

 

«Abri os olhos para o mundo em plena hora da sesta» (6-7) significa que

a) o narrador, quando estava a fazer a sesta, viu o mundo.

b) o narrador viu o mundo à hora da sesta.

c) o narrador nasceu quando alguém, nas imediações, fazia a sesta.

d) o parto acabou ao começo da tarde.

 

O «prémio de bebé mais bonito nascido na maternidade naquela semana» (16-18) visa

a) indiciar que o bebé era normalíssimo.

b) indicar que o bebé era excecionalmente bonito.

c) informar que houvera um concurso para eleger o bebé mais bonito da semana.

d) esclarecer que a tradição dos Prémios Tia Albertina vem de longe.

 

Mme Kaufmann e Bertinha (20-22) seriam

a) proprietárias de creches.

b) colega e professora, respetivamente.

c) professoras.

d) colegas de Caraça.

 

«tive umas primeiras letras e uns primeiros números (bem como uns primeiros amores)» (22-24) faz referência

a) ao ensino da leitura e da escrita, da aritmética e da educação sexual.

b) à aprendizagem de leitura, escrita e aritmética, aludindo também aos namoricos infantis.

c) à letra da turma e ao número que tinha João Caraça.

d) a endividamentos e investimentos feitos por Caraça.

Nas linhas 26-28 faz-se a defesa

a) da importância da vontade de saber.

b) de que a curiosidade é uma arma perigosa.

c) de que a curiosidade é uma arma.

d) da aventura como meio para se chegar à sabedoria.

 

Rómulo de Carvalho (33) foi

a) professor de Matemática e de Físico-Químicas de Jaime Leote.

b) o poeta António Gedeão, mas não foi professor de João Caraça.

c) professor de Físico-Químicas de Caraça e autor do verso «à razão de trinta quilómetros por segundo».

d) professor de Matemática de João Caraça.

 

«entrei para o quadro da Junta de Energia Nuclear» (41-42) significa que João Caraça

a) passou a figurar no retrato anual dos funcionários da JEN.

b) passou a integrar a JEN.

c) foi retratado por pintor da JEN.

d) se iniciou na pintura, por essa época.

 

O período «O 25 de Abril apanhou-me no quartel de Paço de Arcos» (49-51) diz-nos que Caraça

a) foi preso na ocasião da revolução.

b) assaltou o quartel de Paço de Arcos no dia 25 de abril.

c) estava a fazer a tropa à época do 25 de abril de 74.

d) foi apanhado no quartel de Paço de Arcos por um colega cuja alcunha era «25 de Abril».

 

Ter adicionado à sua «profissão de fé nas ciências ‘duras’ o doce perfume de amante das ciências ‘moles’»  (56-59) reporta que João Caraça

a) se tornou apreciador de fezes moles (vulgarmente: ‘cocós de cão diarreicos’).

b) detestava o cheiro dos cocós de cão.

c) evoluiu da biologia para a matemática.

d) se apercebeu de que as ciências humanas também eram gratificantes.

 

No último período (62-65), «em 1976» está isolado por vírgulas

a) indevidamente.

b) por ser um modificador.

c) por ser um vocativo.

d) por aludir a data relevante.

 

No último período (62-65), uma vírgula separa «Mariana» de «a minha mais perfeita e conseguida realização», porque

a) este último segmento é um modificador apositivo (uma explicação adicional).

b) Mariana era realmente uma perfeita realização.

c) o narrador não está convicto da afirmação.  

d) o narrador quer vincar o que está a afirmar.

 

Responde aqui ao exercício 1 de «Pós-leitura», na p. 113 do manual (usa as onze palavras que aí são indicadas):

Autobiografia

            No sentido estrito da palavra, autobiografia será a _______ de alguém realizada pelo _______, de tal forma que o _______ e o objeto narrado sejam _______.

            Em termos literários, a autobiografia assume algumas regras (sempre passíveis de transgressão) que poderemos reduzir ao seguinte: o autor assume a responsabilidade pessoal de _______ e de _______ do seu texto; o indivíduo revelado ao longo da organização textual é ______ ao referenciado; admite-se, portanto, a existência _______ desse indivíduo, de tal forma que essa existência pode ser _______ publicamente; aceita-se uma espécie de ______ autobiográfico, segundo o qual os acontecimentos relatados são tidos pelo _______ como verídicos. No romance autobiográfico, naturalmente que, em virtude das regras da ficcionalidade, essas normas admitem um nível maior de transgressão.

Vai também tentando resolver a pergunta 2 de Leitura/Compreensão na mesma p. 113:

a. _______________

b. _______________

c. _______________

E, se houver tempo, pensa ainda na solução das perguntas 3 e 3.1:

3. _______________

3.1. ______________



O filme cujo início vamos ver também é autobiográfico. Melhor, tem como personagem principal alguém que vai narrando a sua vida. Em rigor, para ser uma autobiografia mesmo, deveríamos ter como personagem e _________ uma figura correspondente ao próprio realizador.

Num livro, diríamos que o narrador é homodiegético (é também ________ da história que narra) ou autodiegético (já que é até a personagem _______, o herói). Porém, no filme, além de intervenções em off (na 1.ª pessoa, claro), também temos partes em que não há bem narração, como é o mais natural no cinema.

Aspecto talvez pouco usual é que o narrador, apesar de se situar já depois de percorrida a vida toda (a história parece ser relatada em flash back, ou seja, em ______), surge-nos com a voz da idade que teria à data dos acontecimentos narrados (e não como alguém já velhote que os relatasse a posteriori).

A etiqueta mais adequada ao género deste Jeux d’enfants [Amor ou consequência] seria ‘memórias de uma paixão’, mais do que ‘autobiografia’, ‘memórias’ ou ‘romance autobiográfico’. Note-se ainda que há saltos (de décadas) na biografia do casal, o que também é conveniente a filmes, já que se ultrapassa assim a necessidade fazer envelhecer as personagens paulatinamente.

Uma última nota: o objeto que serve de agregador das várias peripécias daria um excelente ‘prémio Tia Albertina’.

TPCRecorrendo, ou não, a um dicionário, encontra um verbo interessante (pouco usual, complicado, engraçado na sua sonoridade, extenso, etc. — enfim, um verbo que, por algum motivo, consideres simpático ou original). Escreve toda a sua flexão, incluindo tempos simples e compostos. Aproveita para veres bem a folha com um modelo de flexão («Fazer») dada na aula 9-10 e para te ires familiarizando com a conjugação dos verbos. Transcreve também o essencial do verbete do dicionário relativo ao verbo escolhido. Este tepecê tem de ser escrito à mão, em folha a entregar-me depois.


 



Aula 17-18 (15 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 16/out [5.ª, 12.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre texto autobiográfico de João Caraça. (Ver Apresentação.)



Lê «História Incompleta» (p. 122). Vê as perguntas 3, 3.1, 3.2 do manual (p. 123). Já respondi a 3.1 e a 3.1.1; responde tu a 3.2:



3.1 O advérbio que corresponde ao tempo da história é «ontem» (l. 11); os advérbios que marcam o tempo da escrita são «agora» (l. 9) e «hoje» (10).


3.1.1 «Ontem» remete para um passado que, embora distante, está vivo nas recordações da narradora e que, por isso, parece ter acontecido no dia anterior.


3.2 ___________


Resolve agora a pergunta 5 (p. 123):


1 = __; 2 = __; 3 = __; 4 = __; 5 = __.


Passa a responder aos itens que ponho a seguir, em que aproveito o facto de ter comigo o texto completo desta autobiografia de Isabel Ruth, escrita para o Jornal de Letras, e te peço para conjeturares o que estava nesse texto integral. 


Na linha 13, a pontuação «(…)» assinala uma supressão de texto. Qual destes segmentos estará nesse ponto do original e foi omitido no manual?

a) Regresso ao passado à velocidade de Flash Gordon.

b) Regresso ao passado, na Figueira.

c) Regresso ao passado, com saudade.

d) Regresso ao passado, com lentidão nostálgica.

Na l. 19, nova supressão, depois de «Buarcos.» Que estaria no texto efetivamente escrito por Isabel Ruth?

a) Há uma Nossa Senhora no nicho, na esquina da fachada, mesmo ao lado da janela do quarto dos meus pais. [E prossegue-se com descrição de Buarcos.]

b) Há um cartaz de Tony Carreira, que, disso não me esqueço, fora o meu grande ídolo de infância. [E prossegue-se com descrição de Buarcos.]

c) Há um cartaz de Tony Carreira, que, disso não me esqueço, fora o meu grande ídolo de infância. [E prossegue-se com o retrato de Carreira.]

Na autobiografia original saída no Jornal de Letras, o texto de Isabel Ruth continuava ainda para além de «labirintos.» (l. 28). Qual destes trechos se lhe seguia?

a) E esses labirintos são o âmago de mim, um caminho para o auto-conhecimento, um postigo para a minha alma.

b) Tenho uma imaginação que me assusta, conheço esse meu lado sem horizontes onde o nada é mesmo o nada e perco-me nesse infinito que eu sou.

c) Labirintos esses que foram, para sempre, a escuridão do meu sol, o brilho do meu negrume... Ah! Barquilhos de Buarcos que eu já não saborearei mais!...

Qual será o último período do original da autobiografia de Isabel Ruth tal como publicada na íntegra no Jornal de Letras?

a) Afinal de contas foram eles que substituíram as lojas dos trezentos, caramba!

b) E que bem que se estava na banheirinha, com água quente e montanhas de espuma!...

c) Enojavam-me todos aqueles labirintos de dejetos caninos, de que mal me conseguia desviar...

d) Esta é a minha história incompleta mas o tempo escasseia. Interessará a alguém a vida dos outros?

Responde à pergunta 4 do manual (p. 123):

___________



TPC — Em vez de tepecê, deixo uma sugestão de participação em concurso. Está a decorrer, até 29 de outubro, um concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, «Dá voz à letra», para leitores em voz alta (dos 13 aos 17 anos). Aqueles que têm já certa capacidade de leitura em voz alta podiam muito bem concorrer (ou todos os que queiram, mesmo que não sejam ainda grandes leitores em voz alta). Pus já links para regulamento e outras informações úteis em Gaveta de Nuvens. Implica a leitura em voz alta — com expressividade — de um texto escolhido pelo concorrente. Essa leitura não pode exceder os três minutos e é gravada em vídeo. (Para se ter ideia do tempo: um texto como «História Incompleta» corresponderá a dois minutos e tal. No fundo, perto de uma página do nosso manual dará o tempo máximo. Se se tratar de poema, pode até ser mais do que uma página.) O próprio texto deve ser bem escolhido, mas a vossa leitura será ainda mais decisiva. Embora as informações fiquem respondidas pelo regulamento e pelo site próprio que a Gulbenkian fez para o efeito, tenho todo o gosto em, se for caso disso, ajudar no cumprimento das regras de envio e na própria correção dos primeiros resultados (se me enviarem a gravação, eu direi se há aspetos a melhorar).Os prémios são (1.º lugar) viagem a Londres para duas pessoas; (2.º) iPad; (3.º) iPad. Portanto, quase tão bons como os melhores prémios Tia Albertina.


 


Aula 19-20 (16 [8.ª], 17 [5.ª], 20 [1.ª, 12.ª], 22/out [7.ª]) Resumirei aqui o que no livro, pp. 330-332, está explicado mais desenvolvidamente:


Tipologia textual


Cada tipo de texto (ou protótipo textual) define-se por um determinado grupo de características, podendo algumas destas características ser constantes e outras variáveis. [...] A maior parte dos textos é constituída por numerosas sequências, as quais poderão atualizar diferentes tipos textuais. De facto, num mesmo texto costumam ocorrer sequências de diferentes tipos (por exemplo, num texto narrativo é habitual surgirem sequências de tipo descritivo e sequências de tipo conversacional).


Existem múltiplas formas de atualização do tipo textual narrativo: contos, fábulas, histórias, parábolas, reportagens, notícias e relatos de experiências pessoais. O texto narrativo centra-se na ação, no relato dos acontecimentos.


As sequências textuais que atualizam o tipo textual descritivo são construídas em torno de um dado objeto, acerca do qual se predicam diversos atributos. Os textos descritivos são uma exposição de diversos aspetos que configuram o objeto sobre o qual incide a descrição. Tudo pode ser objeto de descrição, mas as descrições mais frequentes incidem sobre pessoas e personagens (quer traços físicos quer atributos psicológicos), espaços e situações atmosféricas.


O objetivo central dos textos/discursos que atualizam o tipo textual argumentativo consiste em justificar ou refutar opiniões. As sequências textuais e os textos de tipo argumentativo são frequentes nas interações verbais do nosso dia-a-dia: na propaganda política, nos debates televisivos sobre questões polémicas e mesmo em situações informais de interação sobre aspetos práticos.


Estão associados ao tipo textual expositivo (ou explicativo) os textos em que se apresentam análises e sínteses de representações conceptuais. Podemos encontrar este protótipo textual nos manuais das disciplinas científicas, em que se passa constantemente da exposição — sucessão de informações com o objectivo de dar a conhecer algo — à explicação — com o intuito de fazer compreender o «porquê» do problema e a sua resolução. Já agora: também as presentes definições de protótipos textuais se enquadram no protótipo expositivo.


Os textos que actualizam o tipo de texto instrucional (ou diretivo, ou também injuntivo) têm subjacente o objetivo de controlar o comportamento dos seus destinatários. Este protótipo textual é atualizado numa grande diversidade de textos, desde enunciados simples (como «Proibido tirar fotografias») até às regras de utilização de um software. Todas as instruções (receitas de culinária, instruções de montagem, etc.) se incluem neste protótipo.


O tipo de texto conversacional, também designado «dialogal», é atualizado em textos produzidos por, pelo menos, dois interlocutores que tomam a palavra à vez. Este tipo textual manifesta-se, por exemplo, nas interações orais quotidianas, nas conversas telefónicas, nos debates e nas entrevistas.


O tipo textual preditivo informa sobre o futuro. Manifesta-se em boletins meteorológicos, horóscopos, profecias.


Dados os seguintes fragmentos, tenta identificar de que tipo de texto se trata:

 

1          Naquela noite o vento uivava, vadio. Os galhos dos castanheiros rumorejavam, nervosos, batidos pelo vendaval e pelos cocós de cão...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _____.

 

2          Quando falamos de «tipos de texto», tentamos sistematizar, arrumar, organizar nuns poucos «gavetões» semânticos produtos discursivos que, apesar de em número infinito, apresentam características comuns que aproximam alguns deles entre si.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _____.

 

3          — Como se chama este cão?

— Cocó.

— Essa é boa! A um cão não se chama «Cocó»!

— Então?

— Um cão é «Ringo», «Faísca», «Rex», «Hermenegildo».

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _____.

 

4          Crianças: devem tomar um comprimido, três vezes ao dia, antes das principais refeições. Adultos: dois comprimidos, três vezes ao dia, antes do principal cocó.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _____.

 

5          Se a é igual a 1 e b é igual a 1, então a é igual a ⅞ de 2 + 74 ÷ 5 × 24 cocós de cão.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo ______.

 

6          A boneca tem feições de marfim; pálidas, lisas, de veludo; e os seus cabelos são ondas de ouro, descendo, levemente, sobre os ombros...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo ______.

 

7          Fará bom tempo em toda a Península. Aguaceiros, porém, na zona de Benfica; e trovoada, com queda de blocos enormes de granizo, sobre a ESJGF, mormente na sala D9.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo ______.

[exercício de: Álvaro Gomes, Gramática pedagógica e cultural da língua portuguesa, 2006; definições adaptadas de glossário da TLEBS; cocós, granizo e Hermenegildos meus]

 

Veremos cinco sketches da série Barbosa. Poderíamos considerar que todos exemplificam o tipo textual conversacional, já que mostram personagens em diálogo. Porém, abstraindo-nos dessa moldura geral, é possível descobrir em cada cena o protótipo, ou os protótipos, mais presentes.











 


Sketch

Tipo textual

«Matarruanos dão indicações»

 

«Sobrevivente de desastre»

[considerando a situação de entrevista]

 

[fala do sobrevivente]

 

«Funcionário que bolsa»

[discurso do «chefe»]

 

«Bom dia, boa tarde»

 

«Javard Air»

[observações dos passageiros até se sentarem]

 

[intervenções do comandante-comissário]

 

 

Escreve, no máximo, sete curtos trechos que, supostamente, pertenceriam a textos maiores e são agora apresentados como se se tratasse de fragmentos de livros resgatados por sorte — pequenos pedaços de folhas encontrados no lixo.

Esses fragmentos pertencerão a tipos textuais diferentes. Idealmente, haveria no final sete desses recortes, mas admito que não chegues a percorrer os sete tipos e fiquemos só com uns quatro ou cinco, dependendo do tempo que consigamos ter.

Haverá um tema agregador, comum a todos os fragmentos: tu mesmo/a.

 

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________

[tipo ______________________]

______________________



TPC No Caderno de Atividades, resolve/estuda a ficha sobre Pontuação (pp. 4-6; as soluções estão na p. 88). Não é preciso trazeres-ma. (Em Gaveta de Nuvens reproduzi estas páginas — aqui —, para o caso de haver quem não tenha o Caderno de Atividades.)


 


Aula 21-22 (22 [1.ª, 8.ª], 23 [5.ª, 12.ª], 24/out [7.ª]) Sem abrires o livro, completa o texto seguinte, a que retirei apenas as preposições. Depois, na tabela, põe um visto junto de cada preposição representada nesta página de diário. Finalmente, circunda no texto as contrações (preposição + determinante) que haja e copia exemplos para a tabela — uma contração por cada uma das preposições.


 


25 ___ Abril


FERIADO!


A setora ___ Português mandou-nos fazer entrevistas ___ gente da nossa idade _____ o que foi o 25 ___ Abril. Instalei-me ____ a Cátia e o Miguel junto à paragem das camionetas. Quase toda a malta jovem ia _____ a praia.


À nossa pergunta respondiam:


Uma coisa histórica.


Atiraram abaixo ____ um presidente chamado Salazar.


Qual quê! O homem caiu ____ uma cadeira e morreu.

Foi uma revolução qualquer, há muito tempo, ________ eu nascer.

É um feriado. E basta.

Todos bateram palmas.

Pois ____ minha casa logo pela manhã a mãe espeta um cravo vermelho numa jarrinha. Dantes punha-o ao peito. E faz rodar um disco antigo do Zeca Afonso, que ___ acaso até é giro.

O meu pai levanta-se tarde, veste-se à balda ____ o almoço ___ confraternização ___ os seus companheiros do 25 ___ Abril. ___ uns arrancaram unhas, outro tem marcas ___ pontas ___ cigarro pelo corpo. A Maria das Dores esteve ___ fazer ___ estátua, que não é propriamente posar ____ um escultor mas estar ___ pé dias e noites ____ uma luz virada _____ os olhos. O meu pai não sofreu nada. A prisão deve ter sido a grande aventura da vida dele esteve ____ assaltantes ___ quartéis, participou ___ fugas, trocava mensagens ___ pancadinhas na parede. Foi até na prisão que se casou.

Do seu tempo ___ revolucionário ficou esta sardinhada anual, regada ___ vinho tinto.

Pois vivam as revoluções que dão feriado! Infelizmente são só três: o 5 ___ Outubro, o 1.º ___ Dezembro e o 25 ___ Abril.

 


Preposição

Contração

Preposição

Contração

Preposição

Contração

Preposição

Contração

Prep + Det

Prep + Det

Prep + Det

Prep + Det

a

 

ante

 

após

 

até

 

com

 

conforme

 

contra

 

de

 

desde

 

durante

 

em

 

entre

 

exceto

 

mediante

 

para

 

perante

 

por

 

salvo

 

segundo

 

sem

 

sob

 

sobre

 

trás

 

 

 

 

Além das preposições simples, há muitas locuções prepositivas (resultantes da junção de preposições, nomes e, até, advérbios): abaixo de; acima de; ao lado de; além de; cerca de; em torno de; junto a; perto de; ao pé de; em vez de; antes de; diante de; depois de; longe de; através de; dentro de; a respeito de; para com; fora de; graças a; por causa de; em favor de; etc.

As preposições e as locuções prepositivas (p. 305) introduzem grupos preposicionais (cfr. definição na p. 306). Muitos dos grupos preposicionais correspondem a funções sintáticas bastantes típicas: {Completa}

 


Frase (com grupo preposicional a negro)

Função sintática do GP

Prep

Berbatov marcou um golo ao Benfica.

Complemento _______

a

Vi o programa do Bruno Aleixo.

Modificador restritivo do nome

___

Nos próximos minutos, assistiremos a um sketch pornográfico.

Modificador do grupo verbal

___

O Busto foi desmentido pelo Bruno.

______________

___

 



No sketch «Fala corretamente o português. Ouvistes?» (série Carlos), apontam-‑se duas modas linguísticas recentes. {Completa}

A primeira consiste em usar-se a ________, omitindo o restante grupo preposicional. Talvez porque, dado o contexto, fique muito implícito o que se quer dizer, o locutor pode dar-se ao luxo de suspender a frase logo depois de pronunciar a preposição. Ora realística ora caricaturalmente, o professor ________ (nota que o nome corresponde, efetivamente, àquele que se pode considerar o primeiro linguista português — contemporâneo, por exemplo, de Eça de Queirós) ou o apresentador dizem {circunda as preposições} «Podemos não ter chegado a»; «Mas estamos a caminhar para»; «Fiz uma tentativa de»; «Esperamos estar cá para».

 

A segunda é começar frases por _____, quando se esperaria o uso de outro tempo, com pessoa: «Em primeiro lugar, dizer que [...]»; «Antes de continuarmos, aplaudir [...]»; «Antes de mais, registar [...]». (Um pouco à margem deste tique linguístico, repara que as frases evidenciam um dos papéis que podem ter os grupos preposicionais, o de conectores: é o caso de «Em primeiro lugar», «Antes de continuarmos», «Antes de mais». Outras classes gramaticais que cumprem frequentemente esse papel de estabelecer relações entre segmentos textuais são a conjunção, o próprio advérbio.)

Os dois fenómenos caricaturados (suspensão da frase na preposição; começo da frase por um infinitivo) são talvez evoluções em curso na língua portuguesa, relativas a mudanças de ordem ____ {sintática / semântica / fonética / ortográfica / pragmática}.

No tal sketch chocante da série Barbosa, reflete-se sobre um problema que, ao usarmos preposições, se nos põe muitas vezes, as exatas regências (ou regimes). Há até dicionários para prevenir estas dificuldades, os dicionários de regências.



É que, como elementos de relação, as preposições têm o seu significado muito associado ao nome que se lhes siga mas também dependem dos verbos que as precedam. A polivalência das preposições (e os matizes de sentido que os verbos, ao selecionarem-nas, podem ganhar) leva a que facilmente as troquemos. {Completa a tabela na página seguinte}

 


Já todos ouvimos

Mas o que está bem é

Isto parece-se a

Isto parece-se ____

Prefiro este do que aquele

Prefiro este ____

Ficou sobre a jurisdição de

 Ficou ____ a jurisdição de

Tem a haver com

Tem ___ ver com

Aonde moras?

____ moras?

Dá-me de força

Dá-me ____ força

Tenho que ir

Tenho ____ ir

Compara esta folha àquela

Compara esta folha ____ aquela

O gelado que gosto mais

O gelado ____ que gosto mais

As pessoas que falei

As pessoas ____ que falei

Há-des / Hades cá vir

Hás ___ vir

 

Na última linha, o erro não resulta propriamente de má escolha da preposição, mas de se flexionar mal a forma verbal. Como se faz uma analogia com outras segundas pessoas do singular, que terminam em –s, cria-se uma forma terminada em –s, amalgamando a preposição. É o mesmo processo que leva a que, por vezes, se use, para a terceira pessoa do plural, «hadem» (em vez da forma correta «______»).

 

Um erro ortográfico que é feito por quase toda a gente é a contração de preposições com os determinantes ou pronomes que se lhes seguem quando estes começam orações infinitivas.

Nas quatro frases em baixo, escreve as formas correctas das partes a negro, que podem ser as contraídas ou não, dependendo de se lhes seguir a tal oração infinitiva:

Foi o facto de ele ter mentido que me agradou. | ____

Apesar de ela ser bonita, é muito feia. | ____

Diz a o polícia que morri. | ____

Gostava de os avisar de que a lontra adoeceu | ____

 

Simplificando o que terás treinado no tepecê que marcara (estudo da ficha sobre pontuação no Caderno de Atividades) — e aproveitando apenas o caso das vírgulas:

A(s) vírgula(s) pode(m) ser usada(s)

1. para assinalar a elisão de um elemento.

2. para separar os vocativos.

3. para separar modificadores (no início ou no meio da frase).

4. para separar elementos que desempenham a mesma função sintática.

5. para separar orações coordenadas assindéticas (e até sindéticas).

6. para separar alguns conectores.

7. para separar os modificadores apositivos.

8. para separar uma oração adverbial (principalmente, quando colocada antes ou no meio da subordinante).

9. para separar orações subordinadas adjectivas relativas explicativas.

 

Atribui às frases uma das explicações (1-9) do uso de vírgula(s) inventariadas em cima:

___    Eliseu, o mais anafado defesa esquerdo da Europa, jogou bem.

___    Comi uma alface, quando a conheci.

___    Stor, dê-me a fatia do bolo rançoso.

___    Bebi sangria, aguardente, bagaço, vinho tinto, chá.

___    Ela tem uma das melhores memórias; ele, uma das piores.

___    Ontem, comi uma alface de estimação.

___    Não voteis na lista Z, votai na lista de vinhos.

___    Não creio, contudo, que sejas parvo.

___    Combinava, por vezes, uns assaltos.

___    E, se tudo correr bem, encontramo-nos em Paris.

___    Porque estava frio, despi a camisola.

___    A iguana, que estava lindíssima, beijou o iguano.

TPC — Estuda a ‘Preposição’ (pp. 137-139) nas folhas da Nova gramática didática de Português (NGDP) que, em Gaveta de Nuvens, reproduzi em «Classesde Palavras». (Para quem tenha pensado concorrer, não esquecer que o concurso Dá voz à letra termina na próxima quarta.)


 

Aula 23-24 (23 [8.ª], 24 [5.ª], 27 [1.ª, 12.ª], 29/out [7.ª]) Resolve o ponto 1 da p. 110 (se preciso, na p. 316 recorda a definição de campo lexical):

1. [palavras do campo lexical de «biografia» que aparecem no texto:] ____________ {basta uma meia-dúzia}

Repara nesta série de dez palavras, que criei a partir de outra palavra do título do texto — «medida».

Medida

Alfaiate

Agulha

Beatriz Costa

Franja

Franjinhas

Realejo

Sem Família

Canais

Veneza

 

Medida lembra alfaiate (que as tiram); alfaiate lembra agulha (por eles usada); agulha lembra Beatriz Costa (atriz que, no seu papel mais conhecido, cantava um célebre «A minha agulha e o meu dedal»); Beatriz Costa ficou para sempre identificada com a franja; que me lembra o Franjinhas, um cão de uns desenhos animados da minha infância; nesses desenhos, surgia também um realejo; que associo ainda ao livro Sem Família, de Hector Malot (porque a trupe de artistas de rua em que se integrava o herói tinha, se bem me lembro, um realejo); Sem Família lembra-me os canais franceses, em que uma parte da história decorria; e canais a todos faz pensar em Veneza.

 

Faz tu uma série assim, mas a partir de «Biografia». Vê se há relação entre a primeira e a segunda palavras, entre a segunda e a terceira, etc., mas, ao mesmo tempo, tenta afastar-te cada vez mais do motivo inicial (é que não se trata de arranjar palavras todas da mesma área lexical!). Depois escreve uma outra série — também começada por «biografia» — que venha a ter como décimo elemento a mesma palavra que iniciou a lista.

 

Biografia

_________

_________

_________

_________

_________

_________

_________

_________

_________

 

Biografia

_________

_________

_________

_________

_________

_________

_________

_________

Biografia

 

Ao contrário dos textos que temos visto nesta secção 3 do manual, «Biografias por medida» não é um texto de carácter __________. Pertence aliás ao conjunto dos textos dos media (de, afinal, já vimos também crónicas e um artigo de divulgação científica): é uma notícia, quase reportagem, prevalecendo nela o tipo textual ___________.

Acrescenta ao texto um último parágrafo — posterior, portanto, a «em todo o mundo’» —, com cerca de cem palavras, entre as quais, obrigatoriamente, estas: _______; _______; ________; _______; _______; ________. Deves procurar que a notícia-reportagem se mantenha verosímil e adotar registo linguístico semelhante ao do resto do artigo. O ideal é que as seis palavras em causa não sejam sentidas como estranhas. (São interditas espertices do tipo «e fulano decidiu riscar as palavras tal, tal, tal, tal, tal e tal».)

.........

Amor ou Consequência aproxima-se do fim. Na parte que veremos hoje, dá-se um salto de dez anos. Traduzindo: o tempo da história não é todo percorrido no discurso (ou não é dado proporcionalmente: os dez anos que percebemos terem decorrido na história são omitidos e resumidos pelo narrador-personagem numa rápida série de alusões).

Também nos livros esta falta de estrita equivalência entre tempo da história e tempo do discurso pode acontecer. Num capítulo termina-se numa década e, no seguinte, já se está em outra, com ou sem anúncio pelo narrador.

TPCEm Gaveta de Nuvens, pus Instruções sobre microfilme, um trabalho um pouco maior (de gravação) que deverão entregar dentro de umas semanas. Mais no imediato, revê assuntos gramaticais dados até agora. Passada esta fase, porei também informação sobre como organizaremos as leituras de livros.


 


Aula 25-26 (29 [1.ª, 8.ª], 30 [5.ª, 12.ª], 31/out [7.ª]) A autobiografia de Isabel Ruth (p. 122), que lemos há umas aulas, e a de João Caraça (p. 112), sobre que fizemos um questionário, destinavam-se a uma secção do Jornal de Letras, Artes e Ideias, em que era pedido a um intelectual que traçasse a sua biografia, numa única página do jornal.


Distribuirei a cada um uma dessas páginas, para que possam, após breve leitura, preencher o quadro seguinte:


Data do exemplar do JL que me calhou

 

Figura autobiografada

 

Área em que se notabilizou

 

Traço relevante da personalidade

 

Momento da vida mais salientado

 

Título dado à autobiografia

 

Que se pretenderia destacar através da escolha desse título?

 


 


Lê «Na prisão escrevem-se cartas» (p. 127), para, no final, continuares o texto, num registo semelhante. Não podes, porém, usar palavras que tenham a letra A (o que decerto impõe que experimentes frequentemente, e escrutines, o que fores escrevendo, em espécie de controlo contínuo do que no teu texto fique inscrito). Neste segmento entre parênteses, eu próprio não usei nunca a letra A.


Não há limite de linhas, mas, é claro, não é provável que avances muito, se estiveres mesmo a conseguir uma sintaxe gramatical (e, idealmente, quase natural). A partir de certa altura — que assinalarás com dois fortes traços verticais (||) —, o texto poderá prosseguir com a letra A, mas, em compensação, sem E (é mais fácil, apesar de tudo).

Ultimamente trabalho nos teares, é um trabalho bonito que entretém imenso e as mãos ocupadas libertam o espírito para a minha insistente procura de memórias e explicações que pretendo dar a mim mesma.

...

Resolve a pergunta 7 da p. 128: ___

Resolve as perguntas 1 a 1.2 da p. 128:

1. ______________

1.1 _____________

1.1.1 ____________

1.2 _____________

TPC — Durante os próximos tempos, evitarei passar tepecês. Deves aproveitar para ir tratando da «tarefa grande», de expressão oral, um microfilme autobiográfico (é essencial ver as instruções para este trabalho). Também é útil ires revendo gramática (lista de assuntos aqui) e verificares se não há trabalhos atrasados que pudesses ainda entregar.


 

Aula 27-28 (30 [8.ª], 31/out [5.ª], 3 [1.ª, 12.ª], 5/nov [7.ª]) Ouviremos um excerto da biografia de Manoel de Oliveira (cfr. p. 111) — escrita para a página «Autobiografia» do Jornal de Letras, de que já lemos outros exemplos — para selecionar as opções certas:

A vocação cinematográfica do realizador foi despertada por uma oferta dos pais/do pai: uma máquina de filmar e rolos de filme virgem. Dedicando-se raramente / frequentemente à escrita, Manoel de Oliveira destaca aspectos vivenciais que relata na primeira / terceira pessoa verbal, pelo que é possível afirmar que se expressa, no seu texto, um narrador heterodiegético / autodiegético. Assim sendo, e uma vez que o autor do relato é / não é o seu narrador, estamos perante um texto de natureza biográfica / autobiográfica.

 

E regressamos ao estudo da flexão verbal. Completa:

Um verbo é ____ {regular/irregular}, quando segue o modelo da sua conjugação (a primeira, de tema em a; a segunda, em ___; a terceira, em ____). Se o verbo apresentar modificações no radical (exemplo: «ouço», apesar de «ouvir») ou na flexão das pessoas («estou» [cfr. «cantas»]; «estás» [cfr. «cantas»]), é ____.

Verbos ___ {impessoais/unipessoais/defetivos} são os que, na sua flexão, não se apresentam em algumas pessoas ou tempos (por exemplo, os verbos «abolir» e «falir» não têm 1.ª pessoa do singular do _____ do Indicativo).

Há também verbos _____ {impessoais/unipessoais/defetivos} — exemplo: «chover», «haver», «amanhecer» —, que são os que não têm _____ {sujeito/pessoa/tempos}.

Há ainda os verbos ____ {impessoais/unipessoais/defetivos}, os que, dado o seu sentido, só se costumam usar na _____ pessoa (exemplo: «cacarejar», «grasnar»).

Por fim, pode igualmente aparecer o termo «verbo abundante», que designa os verbos que têm mais que uma forma possível (em geral, duas formas no ____ ____ — «pago»/«pagado»; «aceite»/«aceitado» —, ou, mais raramente, em outros tempos: «ele ____»/«ele construi»; «comprazesse»/«comprouvesse»; «requere»/«requer»; «____»/«dize»).



Liga dos Campeões — Sorteio

10.º 1.ª


Potes de ...

Alunos

Baiernes, Barcelonas, Reais, Benficas (!) e Portos

[A (17,5-14,75)]

Catarina C., Beatriz Sá, Maria, Sílvia

Zénites, Manchésteres (!), Chalques e Borússias

[B (13,5-12,5)]

Sofia, Beatriz S., Carolina D., Carlota, Madalena A., Madalena J., Gonçalo, Daniela, Catarina F.

Spórtingues, Baieres e Chaquetares

[C (12,25-11)]

João C., Marta, Inês, Bruno, Mariana, Miguel, R. Leal, Tiago

Maribores, Bates-Borisoves e Apoéis

[D (10,75-9)]

Carolina S., Rodrigo, Isabela, João S., André

 

10.º 5.ª


Potes de ...

Alunos

Baiernes, Barcelonas, Reais, Benficas (!) e Portos

[A (16-14,25)]

Joana, Capela, Patrícia, Bia G.

Zénites, Manchésteres (!), Chalques e Borússias

[B (14-13)]

Bia S., João, Beatriz, J. Cabo, Susana, Carolina, Leonor, Ana, Catarina, Diana

Spórtingues, Baieres e Chaquetares

[C (12,75-11,75)]

Cláudia, J. Tavares, Gonçalo S., Maria, Manel, Tomás, Gonçalo P.

Maribores, Bates-Borisoves e Apoéis

[D (11,5-10 e quem não chegou a ler)]

Pedro, Rita, Ariel, Dyôgw Chrystêllo, Sam, Tety, Amy, Lucas

 

10.º 7.ª


Potes de ...

Alunos

Baiernes, Barcelonas, Reais, Benficas (!) e Portos

[A (15,5-14)]

Sebastião, Inês, Leonor, Jéssica

Zénites, Manchésteres (!), Chalques e Borússias

[B (13,75-12,75)]

Ariana, Diogo, Sara, Tomás, Beatriz R., Matilde, Carolina, Ana Sofia, Catarina, Madalena, Paulo, Dani

Spórtingues, Baieres e Chaquetares

[C (12,5-11,5)]

Beatriz S., Débora, Iolanda, Maria, Anastasiia, Carlos, Tânia

Maribores, Bates-Borisoves e Apoéis

[D (11,25-10 e os que não chegaram a ler)]

Miguel, Mário, Beatriz Belo, Solomiya, Emanuel

 

10.º 8.ª


Potes de ...

Alunos

Baiernes, Barcelonas, Reais, Benficas (!) e Portos

[A (15,5-13,75)]

Matilde, Filipe, Madalena F., Vitória

Zénites, Manchésteres (!), Chalques e Borússias

[B (13,5-12,5)]

Madalena S., Cláudia, Miguel, Sara M., Catarina P., Carolina, Catarina A., João M., Vasco A., Afonso Puga, Ana, Sara T., Zé 

Spórtingues, Baieres e Chaquetares

[C (12-11,5)]

Vasco G, João A., Henrique, Bárbara, Liane, Catarina S.

Maribores, Bates-Borisoves e Apoéis

[D (11-10,5 e os que não chegaram a ler)]

Xana, Catarina F., Kristina, Marco, Filipa, Natacha

 

10.º 12.ª


Potes de ...

Alunos

Baiernes, Barcelonas, Reais, Benficas (!) e Portos

[A (14,5-14)]

David Rua, Bia, Miguel, Luísa

Zénites, Manchésteres (!), Chalques e Borússias

[B (14-13,25)]

Laura, Elly, Henrique, Magda, Duarte Ambrósio, Margarida, Madalena, Mariana, Bruna

Spórtingues, Baieres e Chaquetares

[C (13-12)]

Ana N., André S.,  Patrícia, Joana San, Joana M., André F., Ana S., Joana G.

Maribores, Bates-Borisoves e Apoéis

[D (11,75-9,5)]

Helena, Miguel D., Gonçalo, Catarina, Joana Si, Márcia

Nota importante — Alunos do mesmo país (carteira) não podem ficar no mesmo grupo.

 


Grupo I

Grupo II

Grupo III

Grupo IV

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apurados para os oitavos de final (os quatros primeiros de cada grupo)

 

 

 

 

Apurados para a Liga Europa (quintos, sextos, sétimos, oitavos)

 

 

 

 

 

Como se trata de fase em poule, a classificação de cada grupo resultará das pontuações de vários «jogos», incluindo leitura em voz alta mais ou menos expressiva, em geral a preparar em casa. São apurados para a fase final da Liga dos Campeões os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias, segundo estrutura muito inteligente (A1 × B4; B1 × A4; ...).

Restantes clubes (isto é, alunos) ficam apurados para a Liga Europa. Este outro troféu será disputado logo em eliminatórias, definidas também segundo as classificações obtidas na fase preliminar da Liga dos Campeões. Os derrotados nos oitavos de final da Liga dos Campeões também se incorporarão numa eliminatória posterior da Liga Europa.



Completa, depois de veres os sketches da série Lopes da Silva:





Em «Debate sobre malbaratar», a estranheza de certas formas verbais não se deve apenas aos seus sons — como diz o comentador que, a dada altura, intervém —, antes se pode atribuir ao facto de se tratar de verbos que, na língua actual, se fossilizaram em poucas expressões ____ {idiomáticas/idiotas}, em fórmulas circunscritas a registos e contextos específicos («alijar responsabilidades»; «colmatar falhas»; «enveredar por maus ____ ou por uma carreira»; «untar as mãos»). Acabamos por estranhar a flexão desses verbos, sempre que surjam fora daquelas frases feitas e, ainda por cima, em diálogo (em registo literário, seria diferente). Sem as palavras que os costumam acompanhar, esses verbos parecem-nos quase ____ {agramaticais/corretos}.

Em «Não faleci nada», o caso é parecido. O verbo «falecer» não é defetivo (tem as várias pessoas e tempos), mas, utilizado como verbo intransitivo e em situação de conversa banal, a sua flexão na __ e na __ pessoas do Pretérito ____ do ____ («faleci», «faleceste») torna-se inverosímil.

 

Há vantagens em conhecer os três tempos ___ {primitivos/derivados}, uma vez que estes nos permitem chegar à flexão dos tempos ___ {primitivos/derivados}.

Nas tabelas seguintes, preenche as quadrículas vagas.

 

Tempos derivados do Presente

Presente do Conjuntivo


Verbo

1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo

- Vogal final

+ E (1.ª conjugação) ou + A (2.ª e 3.ª) [= 1.ª pessoa do singular do Presente do Conjuntivo]

 

Colmato

Colmat-

Colmate

Malbaratar

 

Malbarat-

Malbarate

Intuir

Intuo

 

Intua

Falecer

Faleço

Faleç-

 

Exceções: ser, dar, estar, haver, ir, querer, saber (cujas primeiras pessoas do singular do Presente do Conjuntivo são:  «seja», « _______ », «esteja», «haja», «_______», «queira», «saiba»).

 

Imperativo


Verbo

2.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo

- S final [= 2.ª pessoa do singular do Imperativo]

Alijar

Alijas

 

Untar

 

Unta

Verbo

2.ª pessoa do plural do Presente do Indicativo

- S final [= 2.ª pessoa do plural do Imperativo]

Enveredar

 

Enveredai

Esbanjar

Esbanjais

 

(Para imperativo negativo ou para outras pessoas, ver Presente do Conjuntivo.)

 

Tempos derivados do Perfeito

Mais-que-Perfeito


Verbo

1.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo

-desinência pessoal

+ RA [= 1.ª pessoa do Mais-que-Perfeito]

Fazer

Fizemos

Fize-

 

Ir

Fomos

 

Fora

Colmatar

 

Colmata-

Colmatara

 

Imperfeito do Conjuntivo


Verbo

1.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo

- desinência pessoal

+ SSE [= 1.ª pessoa do Imperfeito do Conjuntivo]

Trazer

Trouxemos

Trouxe-

 

Vir

Viemos

 

Viesse

Ver

 

Vi-

Visse

 

Futuro do Conjuntivo


Verbo

1.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo

- desinência pessoal

+ R [= 1.ª pessoa do Futuro do Conjuntivo]

Poder

Pudemos

Pude-

 

 

Coubemos

Coube-

Couber

Vislumbrar

 

Vislumbra-

Vislumbrar

 

Tempo derivados do Infinitivo

Futuro


Verbo

Infinitivo

+ EI [= 1.ª pessoa do Futuro]

Untar

Untar

 

Vislumbrar

 

Vislumbrarei

 

Condicional (ou Futuro do Pretérito)


Verbo

Infinitivo

+ IA  [= 1.ª pessoa do Condicional]

 

Intuir

Intuiria

Almejar

Almejar

 

 

Imperfeito do Indicativo


Verbo

Infinitivo

- Vogal temática e R

+ AVA (1.ª conj.)

+ IA (2.ª ou 3.ª)

[= 1.ª pessoa do Imperfeito]

Almejar

Almejar

Almej-

 

Falecer

Falecer

Falec-

 

Intuir

Intuir

Intu-

 

Exceções: ser, ter, vir, pôr (cujas primeiras pessoas do Imperfeito são: «era», «_______», «vinha», «________»).



TPC — Vai revendo os conteúdos de gramática que temos dado. Em breve, faremos questionário sobre tudo o que vimos até agora (está lista dos assuntos dados e como podem ser revistos aqui). Lembro ainda de novo que está em curso um «trabalho grande» (microfilme autobiográfico), cujas instruções detalhadas estão aqui.


 

Aulas seguintes: aqui.