Monday, September 15, 2014

Aulas (2.º período, 2.ª parte: 77-94)



Aula 77-78 (19 [8.ª, 5.ª], 23 [12.ª], 25/fev [1.ª, 7.ª])
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades,

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís de Camões
Refrão de José Mário Branco:
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.
Luís de Camões, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», cantado por José Mário Branco
O soneto de Camões ...
O refrão introduzido pela canção altera o sentido do poema: ...
Luís de Camões, «Amor é fogo que arde sem se ver» (p. 160), cantado por Polo Norte
Construído com anáforas, o soneto, através dos muitos oxímoros (paradoxos), pretende acentuar ...
Abre o livro na p. 48, que trata do requerimento. Dá um lance de olhos à zona enquadrada, na metade superior da página. Como se percebe, os destinatários dos requerimentos são câmaras municipais, juntas de freguesia, escolas, repartições de finanças, tribunais, etc. Em geral, os serviços a que se apresentam requerimentos têm minutas, que os requerentes se limitam a transcrever, acrescentando-lhes os dados pessoais e poucas outras explicitações. Portanto, a redação deste tipo de textos acaba por exigir pouco engenho.
O texto que pus a seguir, que deverás completar, é uma tentativa minha de imitar um pedido de autorização de obras. Provavelmente, a minuta que haja nas câmaras para pedidos do género será muito diferente. (Aliás, talvez nem aconselhasse ninguém que queira fazer obras em casa a para isso pedir uma autorização à Câmara Municipal.)
Completa o requerimento, criando o requerente e o resto.

Exm.º Senhor
Presidente da Câmara Municipal de ___________

            ________, nascido em ________, na freguesia de ________, concelho de ________, filho de ________ e de _________, portador do cartão de cidadão n.º ________, _______ {solteiro/casado/viúvo/divorciado}, __________ {profissão}, residente na __________, vem requerer a V. Ex.ª _________ {autorização/que autorize} __________ {explicitar uma obra a efetuar na residência}. A referida obra, cujo projeto se anexa, destina-se a ________ {explicar pertinência da obra}.

            Pede deferimento.
______, ______ {localidade, data}
_______ {assinatura}

Depois de leres a minuta de «Requerimento para consulta de prova» (p. 48), atenta no ponto 6 (p. 49), relativo à parte enquadrada a verde, esboço de requerimento às Finanças. Reescreve esse requerimento, corrigindo já os seus vários defeitos (falta da forma de tratamento adequada ao destinatário; falta de identificação do requerente;  fórmula de fecho típica de uma carta mas não de um requerimento).

Resolve a pergunta 7 (pp. 49-50):
7.1: ____; 7. 2: ____; 7. 3: ____.
Completa o ponto 1.1 (‘Escrita’) na p. 50, sobre «requerer» e «deferir». Basta saber que a 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Requerer» é «requeiro» e a de «Deferir», «defiro»; e que o Perfeito é «requeri», «deferi». Com estes tempos primitivos, chegas ao resto das formas.
(a)       ________
(b)       ________
(c)       ________
(d)       ________
(e)       ________
(f)        ________
(g)       ________
(h)       ________
(i)        ________
(j)        ________
(k)       ________
(l)        ________
(m)     ________

TPC — (1) Como combináramos, prepara a leitura expressiva, ou tendencialmente expressiva, dos sonetos de Camões que te calharam. Em Gaveta de Nuvens pus (aqui) leitura minha desses sonetos mas não expressiva (e apenas para esclarecer pronúncias difíceis). (2) Escreve um requerimento que apresentasses à ESJGF. Embora os requerimentos devam ser textos secos, tenta especificar ao máximo a sua natureza e a situação que leva o requerente a apresentá-lo. (Ou seja: sê o mais inventivo possível, sem melindrar o estilo burocrático exigido nem o tornar demasiado inverosímil ou estapafúrdio. Faz com que do requerimento se possa inferir um contexto, uma peripécia.) Vê no enquadrado da p. 48 a Estrutura do requerimento proposta: abertura — com identificação do destinatário (vê as formas de tratamento sugeridas logo a seguir nesse mesmo quadro). | encadeamento — o requerente, desta vez, serás tu (podes seguir os passos da identificação que pus no requerimento à câmara, adaptando-os porém ao diferente contexto, que permite certa simplificação); o objetivo do requerimento escolhê-lo-ás entre os que estão em Natureza (a que se seguirá porém maior especificação) e será precedido por «solicita a V. Ex.ª»/«requere a V. Ex.ª»/«vem requerer a V. Ex.ª». Tal como fiz no requerimento à Câmara, deves pôr depois um período adicional, a mostrar a pertinência do requerimento. | fecho — semelhante ao que exemplifiquei: pedido de deferimento; data; assinatura. Como se diz no mesmo quadro, o requerimento deve usar um registo cuidado, ser denotativo e estar na 3.ª pessoa (embora seja assinado por quem «narra»).

Aula 79-80 (20 [5.ª], 25 [8.ª], 26 [12.ª], 27/fev [7.ª], 2/mar [1.ª]) Leituras em voz alta expressivas (dos sonetos de Camões indicados no tepecê de há duas aulas).
Turma 1
Turma 5
Turma 7
Turma 8
Turma 12

O organizador de um livro publicado há poucos anos — Jorge Reis-Sá, A minha palavra favorita, 2007 — pediu a intelectuais e figuras públicas, portuguesas e brasileiras, que indicassem a sua palavra favorita e sobre ela escrevessem um texto. Transcrevi o início de alguns dos textos. Nesses exemplos, as palavras escolhidas salientam-se {completa, escrevendo os títulos}:
(1) pela sua aparência (som ou imagem originais): «_______»; «______»;
(2) por, raras ou erradas, serem palavras quase privativas: «______»; «_______»;
(3) por se relacionarem com um hábito do autor: «________»; «________»;
(4) por lembrarem atitudes que o autor preza: «_________»; «________».

amanhã (João Lima Pinharanda)
A partir de finais da adolescência, ao experimentar uma caneta ou uma nova inclinação de letra (sempre fui pródigo em arriscar grafismos diversos), ou simplesmente, quando rabiscava, distraído, um papel, escrevia sempre a palavra «AMANHû.
Não me recordo de quando isso («AMANHû) começou nem se a escolha («AMANHû) foi, no seu início, consciente. Frequentemente dava por mim com a palavra escrita («AMANHû), como se se tratasse de um tique. Tomei-a então («AMANHû) como uma espécie de talismã, uma premonição optimista. Pedem-me hoje uma palavra e volto a recordar-me dela («AMANHû), reparo na distância emocional e simbólica que dela («AMANHû) me separa. Já estarei no AMANHà de então? Terá sido por isso que deixei de o/a evocar? Talvez necessite de novo dessa palavra («AMANHû) e dessa ideia («AMANHû), de recuperar o poder que lhe atribuía repetindo-a («AMANHû) até à exaustão como mantra ou ladainha. Desdobro agora a palavra («AMANHû) em componentes que nunca tinha explorado, vejo como nela («AMANHû) se escondem significados inesperados e repito-a («AMANHû) pelo espaço que me resta. [...]

Carvalhelhos (Carlos Costa)
[...] Um inglês distinto. Sozinho numa mesa, abandonado não, mas algo só. Começava por pedir água, simplesmente água, entusiasmado com as dificuldades que aquele estranho idioma parecia levantar. Sílaba a sílaba, lá ia ele, abrindo demasiadamente o A, mas até nem estava mal para uma primeira vez, contorcendo-se para que os lábios já estivessem completamente fechados para aquele U, o U de GU, que quase parecia ser uma parede onde se dava o infernal ricochete que atirava os lábios novamente para um A, que assim se abria ainda mais do que o primeiro. A satisfação com a tarefa cumprida, com aquela á-gu-á arrancada a uma vida inteira virada para outros sons, era agora claríssima no seu rosto. Mas essa água, servida, não quero estar aqui a jurar mas quase seria capaz de o fazer, numa jarra de vidro transparente, revelava-se uma desilusão ao paladar. Eis então que de outra mesa se ouvia algum nativo indicando, com a calma que só uma longa experiência hídrica e linguística pode oferecer, indicando o que deveria ser a escolha certa: Carvalhelhos. E essa sim, essa parecia ser a solução ideal, tal era o prazer que a água mineral em causa aparentemente trazia a quem a provava. Impressionante a coragem desse homem que, sorrindo sorrindo sorrindo, se lançava para o Car, aspirando aquele R complicado só por si mas ainda mais quando posicionado na esquina do V de va; ainda assim o Carva era atingido sem praticamente pestanejar; contudo isso já não posso jurar. Mas o grande momento era sem dúvida o brutal embate com o lh, pior ainda com os dois lhs cruéis, um a seguir ao outro. A vitória daquele Car-va-lhe-lhos final era algo de desmedido, um inacreditável triunfo da vontade que acabava imerso no sabor maravilhoso da tal água cristalina. E aquele homem ficava ali, sozinho numa mesa, abandonado não e algo só agora também não. E enquanto bebia um longo copo de água aquele som parecia ressoar por todo o seu corpo. Era a força dos lhs, a força de um mundo novo, o prazer de um outro prazer, o que quer que seja, mas tudo isso ressoava naquela única e nova palavra: Carvalhelhos. [...]

encertar (Clara de Sousa)
A palavra persegue-me há 20 anos. Até à maioridade fazia parte do meu vocabulário diário devido à mestria culinária da minha mãe, cozinheira profissional, excelente doceira. Sempre que havia bolo eu pedia para o «encertar». Se possível, ainda quente.
Teria perto dos 19, 20 anos quando, confiante no meu vocabulário, decidi dizer bem alto numa festa de aniversário que iria «encertar» o bolo. Olhos arregalaram-se, conversas paralelas começaram, um estranho peso se abateu na sala, perante tamanha calinada. Estava a rapariga já na Faculdade de Letras e o Português... enfim, imperdoável. Ainda por cima queria ser professora da Língua-Mãe. Fui então alertada, à parte, para a asneira. Encetar, Clara. Diz-se encetar o bolo, porque o vais abrir, vais começar...
Encetar? Estamos a brincar! Sabia perfeitamente o que era encetar, fossem conversas ou conversações, conversinhas e conversetas... mas nunca um bolo! Minha mãe da Beira Litoral e meu pai de Trás-os-Montes, ambos diziam «encertar» e tal como eles os seus irmãos e pais, sobrinhos sobrinhas, enteados e vizinhança, todos «encertavam» um bolo! [...]
Roída pela dúvida, mal pude, abri o dicionário, no encalço da minha palavra. Como se fosse uma jóia de valor inestimável transmitida de geração em geração. Letra E, um pouco mais à frente... empapar... encarnado.... encerebrar... só mais um pouco... encer... encer... encerrar. encerro. encestar. Por momentos, o mundo desabou ali mesmo. Nada de «encertar». A minha doce palavra não constava no Dicionário de Língua Portuguesa. [...]

obsidiana (Fernando J. B. Martinho)
«Obsidiana» é uma das palavras que me perseguem e acabei por fazer minhas. Não encontro facilmente uma explicação para isso. Serão restos de uma atração pelos raros vocábulos da poética simbolista? Glosei um dia um verso de António Patrício («Os pinhais plumulavam») num poema que começava assim: «Não há rumor que chegue/ a esta sombra fria de jade/ irisado que dizem ser a morte.» Foi isto em fins dos anos 80. Mas cerca de vinte anos antes tinha feito da obsidiana a palavra axial de um poema incluído em Resposta a Rorschach, 1970: Sagra-te em fogo na obsidiana / o afago da terra / arrefecido no espelho /e afeiçoa as imagens no / enxofre da memória / verde-escuras e cortantes / com / a espessura do caos. [...]

serendipidade (Bruna Lombardi)
(Substantivo.) A capacidade, fenómeno ou agradável surpresa de encontrar algo inesperado durante a busca de alguma outra coisa.
Etimologia — a palavra se origina do conto de fadas persa As Três Princesas de Serendip. Serendip, de origem árabe (Sarandip) dá o nome da ilha de Sri Lanka, no Ceilão e seu uso no Ocidente vem de 361 D.C. Mas o sentido que conhecemos hoje vem da palavra serendipity, inventada no século XVIII, pelo escritor inglês Horace Walpole.
Serendipidade é usada com frequência na ciência, química, medicina, quando buscando um propósito acaba-se descobrindo casualmente alguma nova cura ou invenção.
Um exemplo de serendipidade remonta à época dos descobrimentos, quando Cabral, em busca das Índias, acidentalmente descobre o Brasil.
Serendipidade é um estado na vida. Busca-se uma coisa e encontra-se outra. É a arte de estar aberto ao imprevisto, de se deixar lançar na aventura, de compreender a beleza do desconhecido.

Escolhe a tua palavra de estimação. Será o título da redação (que farás em folha solta ou no verso da que usámos há pouco). Nota que se trata de aproveitar uma palavra de que gostes, o que não implica que gostes do seu referente, do objeto que ela designa.
O texto centrar-se-á nessa palavra. Podes fazê-lo de vários modos (como acontece nos trechos que leste: lembrar experiência com a palavra; explicação da sua originalidade; etc.).
....
TPC — Melhora ou cria de novo, mas passando-o a computador em qualquer dos casos, texto sobre ‘Palavra favorita’.

Aula 81-82 (26/fev [8.ª, 5.ª], 2 [12.ª], 4/mar [1.ª, 7.ª]) Como se vê no nosso manual (pp. 99 e 100), a 15 de novembro de 2008, o Expresso publicou artigos de dois críticos de cinema (Jorge Leitão Ramos; Manuel Cintra Ferreira) acerca do mesmo filme (Ensaio sobre a cegueira, do realizador brasileiro Fernando Meirelles).
Em baixo, esbocei uma síntese conjunta dessas apreciações críticas, que completarás com frases tuas. Numa síntese, as nossas frases não devem repetir as do original, pelo que evitarás reproduzir trechos sem razoável adaptação. Também seria surpreendente que as tuas frases coincidissem com as do colega do lado.
Segundo Jorge Leitão Ramos, o livro _______________ punha dificuldades especiais de adaptação ao cinema: por um lado, ___________________; por outro, essa cegueira funciona também como metáfora e o cinema não costuma ___________________. Mesmo assim — e continuamos a seguir «Ensaio sobre o cinema», de Ramos —, Fernando Meirelles _____________. Conclui o crítico que, não sendo fácil adaptar grandes obras literárias, ___________.
Por sua vez, _____________ não tem ____ opinião acerca do filme do realizador brasileiro. Começa por, ironicamente, pôr a hipótese de Meirelles __________________ em que Woody Allen interpretava um realizador __________________). Depois, considera que o argumento, em termos cinematográficos, é ____________ e que o próprio realizador também _______________________. Segundo Cintra Ferreira, o filme, hesitante entre o tom ______ do livro e a abordagem típica do género _____________, acaba por resultar num produto _______________, que o trabalho dos atores _______________.

Na p. 98, tens uma sinopse de Ensaio sobre a Cegueira, incluída numa notícia da estreia do filme. Também ponho a seguir duas sinopses (do mesmo filme e do filme que temos estado a ver em aula), mas destinadas a contracapa de DVD.
Escreve tu uma sinopse de um filme que, na verdade, não exista. Título, enredo e, se for caso disso, realizador, atores, etc., serão por ti criados, em estilo que os torne verosímeis e no registo típico destas sinopses. A extensão do texto pode ficar entre as da maior e da mais pequena dos nossos exemplos.
TPC — Prepara a recitação do soneto que te calhar. «Recitar» significa dizer o poema de cor (terás, portanto, de o memorizar). De qualquer modo, procura também imprimir-lhe entoação adequada, alguma expressividade. Por vezes, nestes exercícios de recitação, desconsidera-se este outro lado da tarefa, acabando o recitador por tudo dizer à pressa, como se apenas o preocupasse não se esquecer do texto decorado. À esquerda, os números dos alunos, à direita, o soneto a recitar: [2, 3, 4, 6] — «O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148); [1, 5, 7, 8] — «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155); [9, 10, 12, 13] — «Grão tempo há já que soube da Ventura (p. 158); [11, 14, 15, 16] — «Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159); [17, 18, 20, 21] — «Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160); [19, 22, 24, 25] — «Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161); [23, 26, 28, 32] — «Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 164); [27, 29, 30, 31] — «A fermosura desta fresca serra» (p. 170).

Aula 83-84 (27/fev [5.ª], 4 [8.ª], 5 [12.ª], 6 [7.ª], 9/mar [1.ª]) Na p. 23 do manual, diz-se-nos como se pode fazer uma referência bibliográfica, embora se inculque como solução única o que é apenas um de vários modelos aceitáveis. Prefiro apresentar o assunto de outro modo.
Em baixo, temos a referência de um conto (Dionísio, 1997) e de um livro (Bryson, 2004). Vejamos outras situações. Podemos ter de citar artigo (ou conto ou poema) de um autor que não é o organizador do livro em que está inserido esse texto:
Adma Muhana, «Quando não se escreve o que se fala», Margarida Vieira Mendes, Maria Lucília Gonçalves Pires & José da Costa Miranda (orgs.), Vieira escritor, Lisboa, Edições Cosmos, 1997, pp. 107-116, p. 110.
Ou seja: estamos a citar um passo (na p. 110), de um artigo da investigadora Adma Muhana (intitulado «Quando não se escreve o que se fala» e que ocupa as pp. 107-116), que está num livro organizado por três professores. Além de «orgs.» (organizadores), podemos usar «coord.» ou «coords.» (coordenador[es]) ou, mais à inglesa, «ed.» ou «eds.» (editor[es]).
Até aqui, temos partido do princípio de que a referência é para ficar perto do trecho que citamos. Porém, no final de um trabalho, podemos apresentar a lista das obras citadas (ou apenas consultadas). Nessas bibliografias, é costume pôr os apelidos em primeiro lugar, para destacar a ordem alfabética. (No entanto, se os apelidos ficarem salientados por maiúsculas ou, como fiz, por versaletes, isso torna-se desnecessário.)
Obras sem autor explicitado — enciclopédias, dicionários, revistas — ou sites poderão ficar listados na ordem alfabética segundo a primeira letra do título. Repara que nesta lista final não pus a exata página de cada citação, já que a teríamos dado junto do trecho citado.
Referências bibliográficas
AAVV, Portugal na segunda guerra mundial, Lisboa, Dom Quixote, 1989.
Bill Bryson, Breve história de quase tudo, tradução de Daniela Garcia, Lisboa, Quetzal, 2004.
Mário Dionísio, «Nevoeiro na cidade», O Dia Cinzento e outros contos, 3.ª edição, Mem Martins, Europa-América, 1997, pp. 15-27.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. X, Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d.
Adma Muhana, «Quando não se escreve o que se fala», Margarida Vieira Mendes, Maria Lucília Pires & José da Costa Miranda (orgs.), Vieira escritor, Lisboa, Cosmos, 1997, pp. 107-116.

Escreve as referências correspondentes às duas citações (alíneas a e b). (Nota que, num manuscrito, o sublinhado corresponde ao itálico de um texto impresso.)
a) de um verso do poema «Ai que bom que é o pudim de manga!», escrito por António Lobo Saramago e recolhido na p. 7 da antologia Líricas gastronómicas, organizada por Agustina Modesto, publicada em 2002, na Editora Mazinha, em Sarilhos Pequenos.
b) de frase de Desidério Murcho, que escreveu para as Actas do XVII Congresso de Cientistas Vaidosões (que organizou em parceria com Nuno Crato) o artigo «Coprólitos há pouco descobertos em Ourique», que se encontra nas pp. 21 a 1067. O importante passo está na última página do artigo, editado, em 2008, nas Publicações Reles, em Silves.

Entre as pp. 55 e 57 do manual trata-se de verbetes (de dicionários ou de enciclopédias), um dos géneros incluídos nos textos do domínio transacional e educativo.
Atenta no verbete que está no cimo da p. 55. Completa:
É um verbete sobre a palavra «______». Olhando as quatro aceções que ele apresenta (e que, no fundo, constituem o campo  _________ de ‘verbete’), percebemos que a que corresponde ao verbete a que me tenho estado a reportar é a aceção n.º ___. Já agora, temos estado a tratar de temas que se integram na _______, ramo da linguística que trata da forma e da significação das palavras (sobretudo tendo em vista a composição de dicionários).

A tira de banda desenhada sob o item 2 (p. 55) alude a um dos problemas dos dicionários gerais: é que a definição do significado de uma palavra ____________. Porém, os dicionários gerais mais completos trazem abonações da palavra em frases (verdadeiras ou criadas), que tornam os verbetes mais transparentes.
Vê o primeiro verbete de «Relógio» (no cimo da p. 56). Desenvolve as abreviaturas:
n.m. = ___ | pop. = ___ | fig. = ___ | lat. = ___ | cast. = ___ | id. = ___
Vê o verbete de «Razão» (no cimo da p. 57). Escreve frases que fossem boas abonações (citações ilustrativas) das aceções 1 e 4.
1. «__________________________».
4. «__________________________».

Ainda na p. 57, lê o texto «Razão» (de uma crónica de Miguel Esteves Cardoso). Faz uma síntese do que o cronista pretende concluir, sem usares mais de vinte palavras:
Segundo Miguel Esteves Cardoso, em Portugal, __________________

As palavras que ponho a seguir existem, embora não sejam das mais comuns. Transcrevo a palavra, a abreviatura que indica a classe e, por fim, a etimologia. Apaguei a parte do verbete onde estava o significado, ou as várias aceções, da palavra.
É essa parte que criarás (inventarás, portanto). Gostaria que, no conjunto dos verbetes, houvesse cerca de oito acepções, o que não contende com poder ser alguma palavra monossémica — bastaria compensar no número de significados das outras. A seguir a algumas das aceções, entre parênteses (e, depois, entre aspas), podes pôr uma abonação da palavra, isto é, uma frase ilustrativa.


garança, n.f.
Do frâncico wratjia, pelo francês garance.

exergásia, n.f.
Do grego eksergasía.

turificar, v.tr.
Do latim turificare.

turgimão, n.m.
Do árabe tarjuman.

TPC — Lança as minhas emendas no texto em torno de «palavra favorita» (ou palavra de estimação). Traz-me depois a nova versão. Prepara recitação. Estuda gramática.

Aula 85-86 (5 [8.ª, 5.ª], 9/mar [12.ª]; nas turmas 1.ª e 7.ª esta aula ficou adiada, fazendo-se o questionário sobre «Apagar é pintar» na aula 87-88) Lê o texto «Apagar é pintar» (pp. 102-103). Circunda a melhor alínea de cada um dos itens que se seguem.


As vírgulas na linha 1 e na linha 3 delimitam o
a) vocativo.
b) modificador apositivo.
c) sujeito.
d) complemento direto.

Do primeiro parágrafo do texto (ll. 1-6) se pode concluir que
a) Wool esteve em Serralves.
b) quadros de Wool estiveram expostos em Serralves.
c) Wool esteve duas vezes em Serralves.
d) Wool passeou de mão dada com Loock.

A expressão «há dois anos» (l. 4)
a) está mal grafada.
b) deveria ser substituída por «à dois anos».
c) deveria ser substituída por «á dois anos».
d) está correta.

O pronome «elas» (l. 8) é um
a) termo anafórico cujo antecedente é «as pinturas recentes» (l. 7).
b) termo catafórico cujo sucedente é «desmanchados e remanchados» (l. 10).
c) referente de «recentes» (l. 7).
d) correferente de «prolongam» (l. 8).

Pelo período final do segundo parágrafo (ll. 8-11) ficamos a saber que
a) haveria obras de Juan Muñoz em exposição no mesmo museu.
b) o universo de Juan Muñoz é a cidade do Porto.
c) as pinturas de Wool são cinzentas e pungentes.
d) os trabalhos de Muñoz são cinzentos e pungentes.

A palavra «remanchados» (l. 10)
a) é um antónimo de «desmanchados».
b) significa ‘feitos a partir da mancha’.
c) significa ‘manchados de novo’.
d) foi criada pelo autor do texto.

«Delas» (l. 13) contrai «de» com «elas», pronome que tem como referente (como antecedente)
a) «a dimensão das pinturas» (l. 12).
b) «a lei da gravidade» (ll. 12-13).
c) todo o texto da l. 12 e da l. 13 até «gravidade» (inclusivé).
d) «as pinturas» (l. 12).

O «autor» (l. 13) é
a) José Luís Porfírio.
b) Pollock.
c) correferente de «Wool».
d) catáfora de «Pollock».

Pollock (l. 14) é um
a) dançarino.
b) artista plástico.
c) contradançarino.
d) destruidor.

«Suponho que, muito prosaicamente, porque tem de parar.» (ll. 16-17) corrresponde a um ato ilocutório
a) assertivo.
b) declarativo.
c) compromissivo.
d) diretivo.

«Esta memória» (l .21) é
a) um deítico, indicando uma de várias memórias do enunciador.
b) o termo anafórico cujo antecedente é todo o período anterior (ll. 18-21).
c) uma anáfora cujo referente é «Mira Schendel» (l. 19).
d) uma catáfora que tem como termo sucedente todo o último parágrafo (ll. 23-25).

O penúltimo parágrafo (ll. 18-22) é
a) uma alusão a episódio do passado, para estabelecer analogias com a pintura de Wool.
b) memorialístico, constituindo aparte relativamente ao foco do restante texto.
c) a recordação de uma exposição alemã.
d) um trecho narrativo claramente fictício.

O parágrafo final (ll. 23-25), relativamente aos quadros em análise,
a) mostra-se bastante reticente.
b) é notoriamente crítico.
c) revela-se muito elogioso.
d) contém uma apreciação desfavorável.

O título («Apagar é pintar») contém
a) uma perífrase, que remete para a importância da crítica.
b) um trocadilho entre «a pagar» e «apagar».
c) uma hipérbole não isenta de ironia (e com sentido pejorativo).
d) um oxímoro que salienta o processo de trabalho de Wool.

Este texto é um «texto de apreciação crítica», porque
a) é bastante crítico dos quadros que estão em causa.
b) desenvolve, fundamentando-a, uma opinião acerca de uma obra.
c) não é um texto jornalístico mas ensaístico.
d) é uma crónica que valoriza a obra sobre que se escreve.


Podes ter o livro aberto na p. 139. Completa o texto em baixo com os termos seguintes (que pertencem sobretudo a dois campos lexicais: o da publicidade e o da literatura).
público-alvo / comercial / consumo / registos de língua / slogan / campanha / produto / institucional / vilancete /  cidadania / beleza / formal / segura / conotações / trocadilho

Os sketches que acabámos de ver («Agência publicitária de Chelas» e «Pare de estalar os dedos», ambos da série Lopes da Silva) servem para exemplificar dois tipos de publicidade: a comercial e a institucional.
«Agência publicitária de Chelas» seria um exemplo de publicidade a incitar ao ________, encomendada por empresas, designável como publicidade ________. Já o conjunto «Pare de estalar os dedos» ridicularizava a publicidade _______, aquela que é da iniciativa do governo ou de associações não-lucrativas, que visa informar, despertar consciências, enfim, educar para a _________.
Ao conceber a campanha para a Super Sumo, a Agência Criativa de Chelas não adaptou a sua estratégia ao verdadeiro _______ do produto em causa. Essa adaptação às pessoas suscetíveis de consumir o refrigerante determinaria que se evitassem palavras de ________ muito marcados em termos sociais ou situacionais. Quando o empresário manifesta a vontade de que houvesse outra linha diretora da ____, com mais «classe», os publicitários de Chelas limitaram-se a fazer figurar «requinte» no _____. O episódio termina com um qui pro quo motivado pelas _______ policiais da expressão «está referenciada».
Ao contrário, o anúncio na p. 139 do manual talvez peque por excesso de erudição. O slogan escolhido supõe a perceção do ________ com o verso de Camões «Vai fermosa e não segura». Com esse slogan se pretende destacar dois efeitos do _______ que se publicita: o de potenciar a ________ («vai formosa»); o de proteger dos raios solares («bem _____»). Só que não é certo que o público-alvo (mais abrangente do que os que conhecem a literatura portuguesa) perceba a alusão ao ________ de Camões, mesmo que domine o registo bastante ______ de todo o anúncio.

Procurando responder à mensagem que o empresário queria que a publicidade inculcasse — «É cool beber Super Sumo; e quem não bebe não é cool» — e mantendo um formato televisivo, cria o anúncio (enfim, melhor do que o da ACC).

Guião simplificado (descrição da cena no filme, incluindo o que haja de diálogos):




Slogan (frase que fecharia o anúncio, depois repescada para a campanha por cartazes):



Se te sobrar tempo, pensa em anúncio para o protetor Clinique (cfr. p. 139):

Guião simplificado (descrição da cena no filme, incluindo o que haja de diálogos):




Slogan (frase que fecharia o anúncio, depois repescada para a campanha por cartazes):



TPC — (i) Deves aproveitar para ir revendo gramática (além das páginas sobre os outros assuntos que já pus em Gaveta de Nuvens, porei agora também sobre ‘processos fonológicos’); (ii) Lança emendas na ‘Palavra favorita’ e traz-me a nova versão; (iii) Continua a ensaiar a recitação (que vamos começar a ouvir na próxima aula).

Aula 87-88 (5 [8.ª, 5.ª], 11 [1.ª, 7.ª], 12/mar [12.ª]) Explicação sobre ênclise, próclise, mesóclise (ver Apresentação).

deve-se escrever
jamais se escreve
diz-se que o julgamento se realizará
o julgamento ...
comprarás as abelhas

localizaríamos o meliante

traremos o avião

beijarei a sogra

abriria a garrafa

direi as mentiras

venderão ao esquimó o gelado


Recitações:

Soneto de Camões
Recitador
Nota
n.º
nome
eu
mestre
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
2
Rita


3
Ana


4
Bia G.


6
Bia S.


«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
1
Cláudia


5
Beatriz R.


7
Catarina


8
Diana


«Grão tempo há já que soube da Ventura» (p. 158)
9
Diogo


10
Gonçalo S.


12
Joana


13
J. Cabo


«Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
11
Gonçalo P.


14
J. Tavares


15
João


16
Leonor


«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
17
Manel


18
Maria


20
Pedro


21
Capela


«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
19
Patrícia


22



24
Susana


25
Tety


«Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164)
23



26
Tomás


28
Carolina


32



«A fermosura desta fresca serra» (p. 170)
27
Sam


29
Ariel


30
Amy


31
Lucas



Soneto de Camões
Recitador
Nota
n.º
nome
eu
mestre
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
2
Xana


3
Catarina S.


4
Filipa


6
Bárbara


«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
1
Afonso


5
Ana


7
Carolina


8
Catarina F.


«Grão tempo há já que soube da Ventura» (p. 158)
9
Catarina A.


10
Cláudia


12
João A.


13
João M.


«Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
11
Filipe


14


15
Kristina


16
Liane


«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
17
Madalena F


18
Madalena S


20
Matilde


21
Miguel


«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
19
Marco


22
Natacha


24
Sara T.


25



«Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164)
23
Sara G.


26
Vasco G.


28
Catarina P.


32



«A fermosura desta fresca serra» (p. 170)
27
Vasco Af.


29
Henrique


30
Vitória


31




Soneto de Camões
Recitador
Nota
n.º
nome
eu
mestre
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
2
Ana S.


3
Luísa


4
Ana N.


6
André S.


«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
1
Bia


5
André F.


7
Catarina


8
David


«Grão tempo há já que soube da Ventura» (p. 158)
9
Duarte


10
Elly


12
Helena


13
Henrique


«Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
11
Gonçalo


14



15
Joana G.


16
Joana San


«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
17
Joana M.


18
Joana Si


20
Madalena


21
Madga


«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
19
Laura


22
Márcia


24
Mariana


25



«Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164)
23
Margarida


26
Miguel


28
Bruna


32



«A fermosura desta fresca serra» (p. 170)
27
Patrícia


29



30
Francisco


31




Soneto de Camões
Recitador
Nota
n.º
nome
eu
mestre
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
2



3
Ana Sofia


4
Dani


6
Beatriz B.


«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
1
Carolina


5
Beatriz S.


7
Carlos


8
Catarina


«Grão tempo há já que soube da Ventura» (p. 158)
9
Débora


10
Diogo


12
Iolanda


13
Leonor


«Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
11
Inês


14
Madalena


15
Beatriz R.


16



«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
17
Maria


18
Mário


20
Miguel


21
Paulo


«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
19
Matilde


22
Ariana


24
Sebastião


25
Solomiya


«Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164)
23
Sara


26
Tânia


28
Tomás


32



«A fermosura desta fresca serra» (p. 170)
27



29
Anastasiia


30
Emanuel


31
Bernardo



Soneto de Camões
Recitador
Nota
n.º
nome
eu
mestre
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
2
Beatriz Sá


3
Beatriz S.


4
Bruno


6
Carolina S.


«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
1
André


5
Carlota


7
Carolina D.


8
Catarina C.


«Grão tempo há já que soube da Ventura» (p. 158)
9
Catarina F.


10
Daniela


12
Gonçalo


13



«Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
11



14



15
Inês


16
Isabela


«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
17
João S.


18
João C.


20
Maria


21
Madalena J.


«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
19
Madalena A


22



24
Marta


25
Miguel


«Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164)
23
Mariana


26
Rodrigo M.


28
Sofia


32
Hugo


«A fermosura desta fresca serra» (p. 170)
27
R. Leal


29
Tiago


30



31
Rebeca



Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão sublinhados:
(a montagem nesta versão do YouTube não é a mesma da versão que vimos em aula)

País, Cidade
Personagem / Ocupação
Variedade geográfica, social, situacional
Características (que exemplificam algum tipo de variação)
Índia, Goa (Panjim)
Rosário / padeiro
Português ainda sobrevive, mas num contexto em que outras ___ predominam
Interferências do inglês («Eu prefer»).
Portugal, Lisboa
Belarmindo / guarda—freio
Variante ___ do português; dialeto de _____ {Lisboa / Beira / Alentejo}
«tem que» (por «tem de»).
Brasil, Rio de Janeiro
Márcio / vendedor de rua
Variante _____ do português, num sociolecto _____ {popular / culto}, em contexto relativamente ____ {formal / informal}.
Sintaxe: próclise («___ chama»); «nessa manhã» (por ‘____ manhã’); Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t: «tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + ___ pessoa.
Moçambique, Maputo
Mia [Couto] / escritor
Variante _____ {africana / europeia} do português
Léxico: «normar» (‘regulamentar’).
Índia, Goa (Panjim)
Rosário
Rosário, além de português, fala hindi, inglês, «arabic».
Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu» (‘talvez ___’).
Portugal, Lisboa
Zulmira e Paulo / reformados
Dialeto: _____; socioleto: ____.
Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’); «li[v]erdade» (‘liberdade’).
Portugal, Lisboa, Belarmindo


Moçambique, Maputo
Izdine / radialista
Como se trata de programa de rádio, o meio ______ {oral / escrito} é um tanto falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é ______ {formal / informal}.
Fonética: vocalismo menos reduzido: «Beir[á]».
Moçambique, Beira
Dinho / estudante
Variante ______ do português, por parte de adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu).
Sintaxe: «ele» como complemento direto: «conheço ele» (‘conheço-o’); ênclise nas subordinadas: «quando desligou-se energia». Léxico: «já» (por ‘logo’).
Brasil, Rio de Janeiro
Rejane / vendedora de imobiliário
O registo não pode ser muito ____, já que se fala com clientes.
Sintaxe: próclise: «___ perdoe» (‘perdoe-me’).
Brasil, Rio de Janeiro
Rogério [e Márcio] / pregador
Socioleto: português popular (com infrações várias à norma culta brasileira).
Sintaxe: marcas do plural simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim organizar»). Léxico: «tem» (‘há’); «açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese («corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «__»); vocalismo átono pouco reduzido («porqu[ê]» por «porque»).
Moçambique, Beira
Dinho [e Deolinda]

Léxico: «a caminho de mais velha»; «dar uma mão direita».
Moçambique, Inhaca
Mia Couto
Tratando-se de escritor inventivo, é difícil distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante _____.
Léxico: «normar» (‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’).
Brasil, Rio (Barra da Tijuca)
Rejane

Fonética: r final omitido («m[á]» por «_____»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «____»).
Moçambique, Beira, Dinho

Sintaxe: possessivo sem artigo («______ duas irmãs»).
Moçambique, Inhaca, Mia Couto


Portugal, Lisboa
Uliengue e Sofia / estudantes
Nascidos em Angola e Moçambique.
Fonética: vocalismo átono menos reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos os vizinhos ______») em casos de próclise no português europeu.
Portugal, Lisboa
José Saramago / escritor
Variante ______ do português. Dialeto de _____.

Índia, Goa (Loutolim)
Mário e Emiliano / proprietários


Portugal, Lisboa
José Saramago
Registo formal, mas não demasiado «purista».
«tinha que» (por «tinha de»).

TPC — Estuda gramática (pelas folhas das aulas; pelas reproduções de manuais de gramática que tenho vindo a pôr no blogue).

Aula 89-90 (12 [8.ª, 5.ª], 16 [1.ª, 12.ª], 18/mar [7.ª]) Circunda a melhor alínea:


Um dialeto é
a) uma maneira de falar menos correta do que a norma.
b) uma língua que não tem o mesmo estatuto das línguas nacionais.
c) a língua tal como se fala num dado espaço.
d) a língua falada num local, com características que a tornam menos aceitável do que a da capital.

O português do Brasil é
a) uma variedade socioletal do português.
b) a variante sul-americana do português.
c) um dialeto do português.
d) uma língua diferente do português europeu.

Se alguém — cultíssimo e de boas famílias — se irritar e disser palavrões, terá sucedido que
a) esse registo demasiado informal foi exemplo da variação situacional.
b) esse nível popular da linguagem adveio da variação da língua em termos socioletais.
c) ficou ilustrada a variação resultante da diacronia.
d) esse calão ilustrou a variação dialetal.

Na variante europeia do português, em contraste com o que acontece no Brasil, costuma haver
a) ênclise (ou seja, posposição do pronome) nas subordinantes.
b) ênclise nas subordinadas.
c) mesóclise nas subordinadas, desde que no futuro ou no condicional.
d) mesóclise nas subordinantes.

São características do português do Brasil
a) perifrástica com gerúndio; omissão de artigo antes de possessivo; anteposição do pronome ao verbo.
b) omissão de –r final; abertura maior das vogais átonas; posposição de pronome a verbo.
c) palatalização de «t» e «d» antes de i; ênclise; «você» + 3.ª pessoa como forma de tratamento.
d) perifrástica com infinitivo; «você» + 3.ª pessoa como tratamento; semivocalização de –l final.

Em Portugal são características mais nortenhas que sulistas
a) o /ü/ (à francesa); a «troca dos bês por vês».
b) a «troca dos bês por vês»; ditongações (/uâ/ ou /uô/, por /ô/).
c) certa maneira de dizer sibilantes (s- dito quase /ch/); pronúncia como /a/ do e antes de -lh, -ch, ... («jo[a]lho», «f[a]cho»).
d) sobrevivência da 2.ª pessoa do plural; «troca dos vês por bês»; o /ü/ (à francesa).

A introdução de uma vogal entre grupos de consoantes pouco naturais no português, que acontece muito na variante brasileira («pineu», «corrupito»), constitui uma
a) crase.
b) epêntese.
c) paragoge.
d) prótese.

A alínea que não tem um par de palavras divergentes é:
a) são (< lat. sunt); são (< lat. sanu-).
b) areia (< lat. arena-); arena (< lat. arena-).
c) mancha (< lat. macula-); mácula (< lat. macula-).
d) cadeira (cathedra-); cátedra (< lat. cathedra-)

«Perífrase» é dizer
a) de modo alongado o que poderia ser dito de modo directo e breve.
b) com palavras mais doces o que, denotativamente, é cru.
c) com palavras mais cruas o que é, denotativamente, desagradável.
d) algo de modo antitético.

No terceto «É preciso gostar / É preciso amar / É preciso viver» há a figura de estilo que se designa
a) eufemismo.
b) metáfora.
c) anáfora.
d) oxímoro.

Há rima entre
a) Sporting / ringue
b) ranho / tenho
c) estúpida / entupida
d) diligencia / agência

Há rima entre
a) credo / Pedro
b) Benfica / fábrica
c) estupor / stor
d) ambulância / melancia

O verso que não tem sete sílabas métricas é
a) Estava o Arnaldo triste.
b) Dê-me esse lindo coprólito.
c) Ó Rosa, arredonda a saia.
d) Quem ela quer sabemos.

O verso que tem dez sílabas métricas é
a) O Benfica é melhor do que o Fofó.
b) Arnaldo era um médio da Cuf.
c) Este dinossauro fala português.
d) Aquela triste e alegre madrugada.

A lírica de Camões de cariz tradicional socorre-se de versos com
a) oito ou dez sílabas métricas.
b) dez sílabas métricas.
c) cinco ou sete sílabas métricas.
d) cinco ou seis sílabas métricas.

Numa quintilha cujos versos terminassem com -ura | -alta | -alta | -ura | -once, haveria rima
a) interpolada, emparelhada e um verso solto.
b) cruzada, interpolada e emparelhada.
c) emparelhada, cruzada e um verso rosa.          
d) cruzada, emparelhada e um verso branco.

Uma redondilha maior
a) é a chamada «medida nova».
b) tem cinco sílabas métricas.
c) tem sete sílabas métricas.
d) tem dez sílabas métricas.

A referência bibliográfica bem redigida é:
a) Jesus, Jorge (2035), «Memórias de um catedrático da bola», Paris, Gallimard.
b) Jorge Jesus, «Como perdi mais um campeonato», Rui Santos (org.), Depoimentos de treinadores portugueses despedidos em 2015, Lisboa, Edições «Novo Desporto», 2015, pp. 35-45.
c) Jorge Jesus, «A adaptação de Júlio César ao lugar de avançado-centro. Vantagens e desvantagens», Editora «A Melhor», Lisboa, 2015.
d) Jorge Jesus (2015), 2015: o ano em que tudo correu mal, Alfragide, Caminho, 2015.

Num texto impresso, a referência correcta é:
a) António Lobo Antunes, ‘Crónica para quem aprecia histórias de caçadas’, «Terceiro Livro de Crónicas», Lisboa, Dom Quixote, 2006.
b) António Lobo Antunes, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», «Terceiro Livro de Crónicas», Lisboa, Dom Quixote, 2006.
c) António Lobo Antunes, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», Terceiro Livro de Crónicas, Lisboa, Dom Quixote, 2006.
d) Antunes, António Lobo, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», Terceiro Livro de Crónicas, Lisboa, Dom Quixote, 2006.

Se um professor disser «Ernesto, já viste que horas são?», há provavelmente um
a) ato direto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘mostrar descontentamento’).
b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é diretivo (‘ordem para começar a trabalhar’).
c) ato direto cujo objetivo é declarativo (‘explicitar irritação’).
d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é compromissivo (‘levar a que Ernesto trabalhe’).

Se o professor disser a Ernesto «Nomeio-te delegado da turma», está a praticar um
a) ato direto cujo objetivo ilocutório é declarativo (‘Ernesto passa a ser efetivamente delegado’).
b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é assertivo (‘afirma-se a verdade do que se está a dizer’).
c) ato direto cujo objetivo ilocutório é compromissivo (‘promete-se a Ernesto o exercício daquele cargo’).
d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘felicita-se Ernesto pela nova responsabilidade’).

O período em que o demonstrativo é um termo anafórico (e não um deítico) é
a) Dá-me aquele olho de vidro e a prótese que está nesse saco azul.
b) O tempo estava macambúzio: essa é que era a verdade.
c) Essas vossas pernas de pau não parecem tão verdadeiras como este meu braço metálico.
d) Aquelas flores murcharam.

A alínea em que o demonstrativo é um deítico (e não termo catafórico nem anáfora) é
a) Essa trazia-a fisgada. Mandar-lhe a boca na altura devida ia ser óptimo.
b) Isabel e Elisabete aperaltaram-se. Estas raparigas sabiam arranjar-se.
c) Elisabete e Isabel, tragam as sandes de couratos. Este papo-seco com marmelada não presta.
d) Queria ter pensamentos mais puros. Aqueles não o eram.

O pronome pessoal é termo catafórico (e não uma anáfora) em
a) Catricoto, olha o Mwepu, mas não o rasteires.
b) Cada vez lhe achava mais piada, ao raio do tubarão.
c) Camolas era um avançado gorducho, ainda que Conhé e Tibi o temessem.
d) O jogador de que mais gostava era Araponga e até lhe dedicou um soneto.

O hiperónimo não funciona como termo anafórico em
a) O ministro da Educação é falso. O governante mente com quantos dentes tem na boca.
b) Os políticos são assim mesmo. Nuno Crato é um aldrabão.
c) O Arsenal vai à meia-final da Taça. O clube de Londres pode até vencer a prova.
d) Belmiro de Azevedo é do F. C. Porto. O empresário gosta de futebol.

O termo anafórico é um pronome em
a) Comi-o bem, ao belo esparregado.
b) Gosto dos limoeiros. São árvores doces.
c) A salada de pêssego da Colina está cada vez melhor. Delicio-me com ela.
d) Cada vez mais bonita a Deolinda. Está uma bela rapariga, não achas?

A correferência implica que haja
a) termos sucedentes.
b) termos antecedentes.
c) um referente comum.
d) vários termos referenciais.

A relação entre «recinto desportivo» e «Estádio do Dragão» é de
a) hiperónimo / hipónimo.
b) holónimo / merónimo.
c) hipónimo / hiperónimo.
d) merónimo / holónimo.

O conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos contextos em que ocorre designa-se
a) Campo Grande.
b) campo semântico.
c) campo lexical.
d) verbete de dicionário.

Os Lusíadas, Auto da Barca do Inferno, um qualquer soneto de Camões pertencem, respetivamente, aos modos
a) lírico, dramático, lírico.
b) épico, teatral, poético.
c) épico, teatral, dramático.
d) narrativo, dramático, lírico.

Num requerimento, usa-se a
a) 1.ª pessoa do singular.
b) 3.ª pessoa do singular.
c) 1.ª pessoa do plural.
d) 2.ª pessoa do plural.

A fórmula de fecho típica dos requerimentos é
a) «Pede deferimento. / [Data] / [Fulano]».
b) «Anexo cheque (é apenas uma atençãozinha). / [Data] / [Fulano]».
c) «Com os melhores cumprimentos. / [Data] / [Fulano]».
d) «Beijinhos. / [Data] / [Fulano]»

O chamado «lead» ocorre
a) em todos os tipos de textos jornalísticos, embora sob formas diversas.
b) como antetítulo de uma notícia.
c) em notícias mas não, em princípio, em crónicas ou em apreciações críticas.
d) nas notícias, nas reportagens, nas entrevistas.
Na p. 88 do manual, centra-te no «artigo de divulgação científica e técnica» redigido por Ana Markl. Na verdade, «Um robô chamado Wall.E» não é um típico artigo de divulgação, é mais uma recensão de filme pensada para revista juvenil (e, por isso, com marcas pedagógicas, em estilo coloquial).
Reformula o texto, tornando-o adequado a um público adulto. Sem prejudicares os dados sobre o enredo (o teu texto deve ter a mesma extensão do original), usarás linguagem mais cuidada, mais formal. Substituirás as partes de diálogo quase didático, as marcas de oralidade e certo tom infantil.
......
A ação de Wall-E decorre num futuro longínquo, em 2700. .....
...


Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011:

exergásia [z] n.f. recurso estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por palavras diversas, mas sinónimas, cujo significado sobre gradualmente, como: «passava a vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias»; sinonímia (Do gr. exergasía, «aperfeiçoamento, trabalho de composição»)

garança n.f. 1 botânica um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) 2 cor vermelha obtida desta planta (Do frânc. wratja, «id.», pelo fr. garance, «id.»)

turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou embaixada europeia, nos países do Oriente 2 [fig.] alcoviteiro (Do ár. tarjúman, «intérprete»)

turificar v.tr. 1 incensar 2 [fig.] adular; lisonjear (Do lat. turificare, «id.»)

Luís Fernando Veríssimo, «Falsos Verbetes», Expresso, 29-10-2005:
TPC — Relanceada a crónica de Luís Fernando Veríssimo, redige um verbete de palavra inventada (criada por ti — portanto, não dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante). Palavra deve ter aparência plausível, considerado o padrão português, e ter três aceções, pelo menos. Não te esqueças de incluir no verbete a abreviatura da classe gramatical e uma abonação — isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada acepção. (Nota que no dicionário que reproduzi não há abonações.) No final do verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória. Escreve a computador, não deixando de usar os tipos de ênfase encontráveis neste género de textos (itálicos, negros, etc.).

Aula 91-92 [43] (18 [8.ª] e 19/mar [5.ª]; nas outras turmas esta aula não se realiza, ficando as correções incorporadas na aula 93-94) Correção do questionário sobre «Apagar é pintar» (pp. 102-103) e de síntese sobre apreciações críticas a filme de Fernando Meirelles (Ver Apresentação da aula 93-94)

No fascículo que te tenha calhado, escolhe uma pintura.
Na página que precede as folhas coloridas há um «índice das ilustrações», onde podes recolher informação sobre título do quadro, talvez as suas dimensões, data e, em alguns casos, indicação do tipo de suporte ou da técnica de pintura usada.
Nas pp. 293-295 do nosso manual, encontrarás algum vocabulário porventura útil em descrições de imagens.

Redige:
(1) trecho de descrição objetiva, relativamente técnica, do quadro em causa, aqui e ali, subtilmente valorativo (positiva ou negativamente). O texto seria adequado a uma apreciação crítica a sair em revista, a um catálogo de exposição, etc. (em parte, no estilo do texto que lemos hoje — pp. 102-103 —, em parte ao estilo do que está na p. 295).
(2) trecho mais subjetivo, livre, aberto a qualquer género textual ou registo linguístico, que a mesma pintura te sugeriria. Não se trata agora, portanto, de escrever sobre o quadro, mas em resultado de uma inspiração por ele provocada.

As partes 1 e 2 são absolutamente independentes.

1.
Pintor: _____;
Título do quadro: ____; [Prancha n.º ___]
....

2.
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Aula 93-94 (18 [1.ª], 19 [8.ª, 12.ª], 20/mar [5.ª, 7.ª]) Nas turmas 1.ª, 7.ª e 12.ª, correções (ver Apresentação); nas turma 5.ª e 8.ª:
Há umas aulas, estudámos uma análise de um quadro, o retrato da mãe de Whistler, por Bean, e redigiram uma análise ao retrato que Otto Dix fez dos seus pais.
Num outro filme de que veremos excertos hoje — Bean em férias —, interessa-nos também a análise a uma obra de arte (embora não já a uma pintura). É um comentário da personagem Carson Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.
Pus no texto de Clay várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas. Talvez possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.

Algo muito estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico, algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.
Todos disseram que isto não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente, mas não, exactamente, desta forma.
Estou contente por a receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França. Deus vos abençoe.

Todo o filme aproveita muito o ato de tirar retratos (aliás, de filmar em câmara digital, embora os fotogramas respetivos sejam depois exibidos enquanto retratos parados também). Por assim dizer, acompanhamos o processo de «enunciação» (a recolha de imagens por Bean), sem sabermos que o enunciado que desse ato vai resultando (as imagens arquivadas na câmara) há de integrar-se num outro enunciado, o filme falhado de Clay. Neste filme figura um retrato, por caricatura bastante arrevesado:

Sublinha as comparações, recurso decerto destinado a ridicularizar o texto do filme.

Anseio esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.
Estás agora nos braços de outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador? Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite, quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus lábios balbuciam o nome dele?



Leitura
Aula
Síntese comparativa entre crónicas de Fernanda Câncio e MEC (aula 57-58)

Questionário sobre «Eles que» (aula 63-64)
Síntese (lacunar) sobre apreciações críticas a Ensaio sobre a cegueira (aula 81-82)
Questionário sobre «Apagar é pintar» (aula 85-86 ou 87-88)
Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas
Expressão escrita
Aula
Conclusão em moldes cronísticos de «Quero» (aula 53-54)

Respostas para entrevista a António Lobo Antunes (aula 55-56)
Notícia a partir do soneto «O dia em que eu nasci moura e pereça» (aula 59-60) *
Análise de pintura de Otto Dix (aula 65-66)
Notícia a partir de título de uma das notícias de Stephen Glass (aula 59-60)
Soneto antónimo de «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (aula 71-72)
Comparação entre «Camões e a tença» e «Erros meus [...]» (aula 73-74)
Aceções criadas para verbetes de palavras pouco conhecidas (aula 83-84)
Guiões para campanhas de publicidade (aula 85-86) **
Apreciação de pintura e texto espontâneo a partir do mesmo quadro (aula 91-92) *
Observação direta da capacidade de aproveitar as várias etapas da redação
Casa
«A melhor carta» (tepecê da aula 57-58)
Reformulação de «A melhor carta» (tepecê da aula 65-66)
Comentários a «Elogio da velhice [...]» e a cartoon (tepecê da aula 63-64)
Resposta a Escrita/1 da p. 145, sobre provérbio (tepecê da aula 67-68)
Poema sobre amor pedido em 1.1 da p. 160 (tepecê da aula 73-74)
Requerimento à Esc. Sec. José Gomes Ferreira (tepecê da aula 77-78)
Relato/exposição sobre palavra favorita ou de estimação (tepecê de 79-80)
Reformulação de texto sobre palavra favorita (tepecê de aula 83-84)
Verbete falso (tepecê da aula 89-90)
Compreensão oral/Expressão oral
Casa
&
Aula
Gravação autobiográfica (só para que não a entregara no 1.º período)


Leitura expressiva de soneto de Camões (tepecê da aula 75-76; aula 79-80)
Recitação de soneto de Camões (tepecê da aula 81-82; aula 87-88)
Funcionamento da Língua (Gramática)
Aula
Questionário sobre conteúdos do período (aula 89-90)

Observação direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos
Casa

Leituras de capítulos de gramáticas ou do caderno de atividades reproduzidos (tepecês das aulas 55-56 [acentuação]; 61-62 e 65-66 [atos ilocutórios]; 69-70 [variação linguística]; 71-72 [anáfora, catáfora]; 85-86 ou 87-88 [processos fonológicos])
Atitudes
As atitudes (assiduidade e pontualidade; participação e empenho; autonomia e responsabilidade; organização e avaliação do trabalho) — nos critérios de avaliação do Departamento de Português, correspondentes a 10% da classificação — ficam já distribuídas, em 3,333333333333333333333333%, por leitura, escrita e gramática. Estão incluídas, embora não os esgotando, nos itens assinalados pelo itálico. Esta especificação permite que a cada uma das quatro «competências» (Ler, Escrever, Ouvir/Falar, Gramática) acabem por corresponder 25% da classificação periódica.
* Tarefas feitas apenas nas turmas 5.ª e 8.ª || ** Tarefas feitas apenas nas turmas 5.ª, 8.ª e 12.ª
TPC — Vai preparando bibliofilme (o que implica também leituras em curso). Instruções para bibliofilme, a entregar antes de 17 de abril, estão aqui.

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