Monday, September 15, 2014

Aulas (3.º período: 95-130)



Aula 85-86 bis (nas turmas 5.ª, 8.ª e 12.ª, esta aula já tinha sido feita no 2.º período, a 5 [8.ª, 5.ª] e 9/mar [12.ª]; nas turmas 1.ª e 7.ª a aula fez-se agora, a 8/abr) [Ver Aulas do2.º período, 2.ª parte.]

Aula 95-96 (8 [8.ª], 9 [5.ª, 12.ª], 10 [7.ª], 13/abr [1.ª]) Correção de parte do questionário de gramática do 2.º período (ver Apresentação).
A p. 22 do manual trata de livros (e, sobretudo, das suas partes). Respondendo à pergunta 1.1, faz corresponder os termos (1-23) a cada uma das descrições (a-w).

1. __ Lombada
2. __ Prefácio
3. __ Portada, página de rosto [frontispício]
4. __ Sinopse
5. __ Bibliófilo
6. __ Índice
7. __ Opúsculo
8. __ Capa
9. __ Prontuário
10. __ Adenda ou apêndice
11. __ Bibliografia
12. __ Manual
13. __ Contraportada
14. __ Posfácio
15. __ Contracapa
16. __ Glossário
17. __ Pilha
18. __ Biblioteca
19. __ Orelhas, abas ou badanas
20. __ Cólofon ou colofão
21. __ Epígrafe
22. __ Dedicatória
23. __ Dicionário

A maioria destes termos integra o chamado paratexto (vê a definição na p. 332). O paratexto é o que num livro não é o texto (principal) propriamente dito. Inclui categorias que são da responsabilidade do autor (título, dedicatórias, epígrafes) e outras que são da responsabilidade do editor (capa, contracapa, orelhas, sobrecapa, cintas). Há ainda prefácio ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações, que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da do editor.
Para darmos esta matéria, verificarás as partes do livro que te calhar, completando o que se segue (preenchendo as linhas e circundando as alternativas dentro das chavetas):

Capa
A capa, além de autor, título, editora (____; ____; ____), tem mais algum dizer? {Coleção / Frase publicitária / Número da edição / ______} Que surge como ilustração da capa? _____. Quem é o autor da capa? _____ {procura na ficha, que deverá estar numa das páginas pares mas não numeradas antes do frontispício}.
A lombada tem título, autor, editora e logotipo? {circunda o que não haja}. Algum desses dizeres está abreviado (comparado com o que se encontra na capa)? ____ Há mais algum elemento? _____.
Há texto na contracapa? {Sim / Não}. Se há, a que corresponde essa parte escrita? {A uma espécie de sinopse / A uma biobibliografia do autor / A pequenas transcrições de críticas saídas nos jornais / A informações sobre a colecção / A ___}.
O livro tem badanas (orelhas)? {Sim / Não}. Há texto nas badanas? {Não / Sim, só numa delas / Sim, em ambas}. O que esteja escrito é {notícia biobibliográfica sobre o autor / elenco de outros livros da colecção / lista dos livros do mesmo autor / sinopse do livro / ___}.

Folhas
Páginas não numeradas ímpares (pp. [1], [3], [5]), de rosto, portanto
O livro tem uma guarda (folha em branco, logo a seguir à capa)? {Sim / Não}.
anterrosto (página que terá só o título, talvez até abreviado)? {Sim / Não}.
frontispício (ou portada, ou página de rosto), que contém {autor / título / tradução / editora / ____}. (Nota que é por esta página que se faz a referência bibliográfica.)

Páginas não numeradas pares ([2], [4], [6]), de verso, portanto
Qual das páginas tem a ficha técnica? {O verso do anterrosto / A contraportada}.
Que elementos são úteis nessa ficha? {título original / depósito legal / data da edição / tipografia / capista / revisor / paginação / ___ /___}.

Páginas que se seguem ao frontispício (mas antes do texto propriamente dito)
Dedicatória? {Não tem / Tem, a _____}.
Epígrafe (citação, máxima)? {Não / Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor / _____}.
Sumário ou Índice? {Não / Sim}.
Prefácio {Não / Sim, por ______}.
  alguma outra secção? {Não / Sim, _____}.

Páginas do texto principal
Há no cabeçalho algum dizer? {Não / Sim, nas páginas ímpares vem o título corrente (o título do livro, talvez abreviado) / e, nas pares, o nome do autor} / Sim, nas páginas ímpares, _____; nas pares, ____}.
notas de rodapé (pé-de-página)? {Não / Sim, do autor / tradutor / editor}.

Páginas depois do texto principal
Posfácio? {Não / Sim, pelo autor / Sim, por _____}.
Bibliografia? {Não / Sim, e reporta-se às obras _____}.
Há um índice (geral) no fim? {Sim / Não} Há também índice {toponímico (lugares) / onomástico (nomes) / remissivo (ou ideográfico) / ____}.
lista de ilustrações? {Não / Sim, na p. ____}.
Na última folha há colofão (ou colofon: «Este livro foi impresso em ...»)? {Sim / Não}.

Pensa numa obra (que inventarás). Tanto pode ser biografia ou autobiografia, como coletânea de crónicas, livro de viagens, correspondência entre dois famosos, romance, antologia de contos, ensaio, etc., mas sempre de autor por ti criado.
Desse livro inexistente escreverás o seguinte paratexto. (Centra-te nos elementos desta primeira primeira página; duvido que haja tempo para os últimos itens no verso da folha.)

Anterrosto:
.....
Frontispício (página de rosto ou portada) {Separa os diversos elementos por barras}:
.....
Dedicatória:
....
Texto para contracapa:
.....
Curta biografia do autor para badanas (orelhas):
....
Lista de obras da mesma coleção (para orelhas ou para páginas finais):
.....
Índice (bastarão cerca de sete entradas; dispenso a indicação das páginas):
.....
Título do prefácio / Autor do prefácio:
.....
Primeiras linhas do prefácio:
.....
TPC — Completa, melhora, o paratexto que estiveste a criar.

Aula 97-98 (9 [8.ª], 10 [5.ª] 13 [12.ª], 15/abr [1.ª, 7.ª]) Sobre recomeço (o que já demos e o que ainda vamos dar). (Ver Apresentação.)


Recursos estilísticos
A tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?» ( Carlos), arrumadas segundo a classificação em «Recursos estilísticos» (manual, pp. 333-335).
Completa as definições. Deixei ficar algumas figuras de estilo que não surgem nos sketches. Nuns casos, exemplifico-as com frases de filme que veremos depois; nos restantes, criarás tu uma abonação (podes aproveitar ainda o contexto ‘Jesus e apóstolos’).

Figura
Exemplo (nos sketches ou a criares agora)
Definição simplificada
Figuras de sintaxe
Anáfora
«Deus é grande; Deus é pai; Deus é amor; Deus castiga; Deus abençoa; Deus é...»
Repetição de palavra ou expressão no ___ de versos ou frases.
Assíndeto

Coordenação de elementos sucessivos sem uso da conjunção.
Elipse
[Não há propriamente elipse; mas, por brincadeira, no sketch assume-se que o silêncio de Manuela Ferreira Leite é uma elipse.]
Omissão de uma palavra que se subentende facilmente.
Enumeração

Apresentação sucessiva de elementos (em princípio, da mesma classe gramatical).
Hipérbato
«Eu a salvação trago para vós, que pecados cometeis; porém, não para os néscios que os mandamentos de Deus não respeitam. Comigo vinde.»
Alteração da ____ mais habitual das palavras.
Polissíndeto

Repetição dos elementos de ___ entre palavras ou frases coordenadas.
Figuras fónicas
Aliteração
«Deus destapa o demónio e dá a doce dádiva do dom divino aos diabéticos da Dalmácia que se depilam junto ao desumidificador, enquanto se divertem com dados. E diz um Dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dô, papagaio voa.»
___ de sons ___ seme-lhantes.
Onomatopeia
«Eu caminho sobre as águas — chlap-chlap-chlap — e, nisto, passa uma manada de búfalos — catapum, catapum, catapum —, os pecadores choram — chuífe, chuífe.»
____ de sons ___. [cfr. p. 336]
Figuras de semântica ou de pensamento
Alegoria
[Parábola do semeador.]
Expressão de noções _____ através de um episódio concreto.
Antítese
«de olhos gélidos radiantes» [Uivo]
____ entre dois elementos ou ideias.
Apóstrofe (ou Invocação)

Interpelação a alguém ou a alguma coisa personificada.
Eufemismo
[«Seis meses», por ‘sessenta anos’.]
Transmissão de uma ideia de forma _____, menos desagradável.
Gradação
«Esfomeados, histéricos, nus» [Uivo]
Apresentação de palavras por ____ crescente ou decrescente.
Hipálage
«Não pode ser a comunicação social a selecionar as notícias que transmite [...]» (no sketch assume-se como hipálage o facto de «comunicação social» não ser a verdadeira entidade responsável, o que não constituirá exatamente uma hipálage).
Transferência para um dado objeto da qualidade que se quer atribuir a outrem.
Hipérbole
«Os pecadores serão castigados e arderão em montanhas de labaredas e milhões de abutres, dos grandes, virão debicar a carne putrefacta dos pecadores, à bruta.»
Expressão ____.
Ironia
«O Diabo é muit[a] porreiro. Confiai no Diabo, confiai, que ides por bom caminho. Não rezeis que não é preciso.»
Uso de palavras com significado _____ daquele que se quer inculcar.
Metáfora
«Montanhas de labaredas.»
Designação de objeto por palavras de outra _____ lexical (permitindo uma associação por analogia).
Metonímia
«Só está a contribuir para o combate ao desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde.»
Designação de uma realidade apenas por uma sua _____.
Perífrase (ou Circunlóquio)
[Uso de uma expressão longa que corresponderia afinal a um simples «façam o que eu digo»]
Dizer por muitas _____ o que poderia ser dito em ____.
Sinestesia
«a contemplar jazz» [Uivo];
«que comeram fogo em hotéis de tinta» [Uivo]
Mistura de ______ captadas por órgãos sensoriais diferentes.


TPC — [Lembro que há trabalho em curso, a enviar até final da segunda semana do 3.º período. Por favor, evitar partes gagas como ‘tive um problema no computador’, ‘não o consigo enviar mas o trabalho está feito’, ‘enviei de certeza e até posso mostrar o meu mail’, além do já clássico envio ainda em formato de projeto. Não deixes de ler as instruções da tarefa.]

Aula 99-100 (15 [8.ª], 16 [5.ª, 12.ª], 17 [7.ª], 20/abr [1.ª]) Compara os dois regulamentos na tabela (o da p. 62 do manual e o do verso desta folha), preenchendo as quadrículas vagas:



Prémio Pessoa 2008
Concurso Literário José Gomes Ferreira 2015
destinatários

alunos, professores, encarregados de educação e funcionários do AEB
área
arte, literatura, ciência

objeto do concurso
toda a obra passada do candidato

apresentação das candidaturas

presencial (no CRE da sua escola)
prazo das candidaturas

5 de junho de 2015
processo da candidatura

entrega de dois exemplares do trabalho (com pseudónimo e indicação de escalão) e preenchimento de identificação (chave do pseudónimo, nomeadamente)
constituição do júri
personalidades a convidar pelo jornal

prerrogativas do júri
escolha de alguém que não esteja entre os candidatos; excecionalmente, atribuição do prémio a duas personalidades, dividindo-o

informação pública dos resultados
não explicitado

prémio

não explicitado

Resolve o ponto 7 da p. 63:

A «Os originais que integrem essa documentação não serão devolvidos» | ____
B «Quem pode participar?» | ____
C «Espero que ganhes o prémio!» | ____
D «Não esperes mais, concorre!» | ____


Depois de assistires ao sketch «No chão, não: no velhão!» (série Lopes da Silva), lerás o poema «Velho» (p. 209), letra de uma canção de Mafalda Veiga.

Escreve um comentário (de cem a cento e vinte palavras) em que estabeleças alguma analogia entre os dois textos. Sobretudo no caso do sketch, não te iludas com a interpretação literal: parece-me óbvio que a «publicidade institucional» aí feita tem intenção irónica (e, portanto, a haver alguma mensagem no sketch, ela irá até em sentido contrário do aparentemente afirmado ao longo do sketch).
Faz de maneira a que haja, pelo menos, uma ou duas curtas transcrições do texto de Mafalda Veiga (entre parênteses e entre aspas).

Tanto o sketch dos Gato Fedorento como a canção de Mafalda Veiga abordam ...

Reformula as primeiras estrofes do poema de Mafalda Veiga, reescrevendo o texto agora sob o título «Jovem» e, naturalmente, criando versos «antónimos» dos da cantora.

Jovem
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Completa:

Frases da parte de Uivo que veremos hoje
Figura de estilo
«a sopa de massinhas do tempo»

«que provaram as pássaras de um milhão de catraias»

«para verificar se eu tenho uma visão ou se tu tinhas uma visão ou se ele tinha uma visão para descobrir a Eternidade»

«Denver tem saudades dos seus heróis»
metonímia
«o cabelo da alma iluminou-se»

TPC — Lê o verbete sobre regulamentos (p. 37). Relanceia o «Regulamento do Clube de Rádio Escolar» (pp. 38-39), para lhe acrescentar três artigos (inseridos em qualquer ponto dos actuais trinta). Esses novos artigos seguirão a redação esperável num regulamento, mas, com mais ou menos subtileza, serão risivelmente absurdos (ou surpreendentes, ou ridículos).

Aula 101-102 (16 [8.ª], 17 [5.ª] 20 [12.ª], 22/abr [1.ª, 7.ª]) Estudaremos hoje os Processos irregulares de formação de palavras
Além dos processos morfológicos de formação de palavras, arrumáveis grosso modo em derivação e composição (p. 298) — que já conhecerás mas que reveremos um dia destes —, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos irregulares» («neológicos» ou «de inovação lexical»), que é menos seguro tenham sido muito abordadas no 3.º ciclo.
Vamos, portanto, até à p. 316. Vê as sete definições, e respetivos exemplos, no ponto 2, «Processos irregulares de formação de palavras». (Acrescentarei eu a cunhagem, a criação de palavras por pura invenção, a partir do nada.) Depois lança no quadro as palavras seguintes (cada quadrícula ficará com uma, duas ou três palavras).
navegar (na net)
coaxar
tiquetaque
nega (‘nota negativa’)
ESJGF
pizza
ovni
portunhol
CEE
scanear
otorrino
besidróglio
chumbo (‘reprovação’)
zoo
CRE
motel

Processos de neologia
Exemplos
Extensão semântica

Empréstimo

Amálgama (ou palavra entrecruzada)

Sigla

Acrónimo

Onomatopeia

Truncação (ou redução)

Cunhagem


Depois de vermos «Novo dicionário» (série Barbosa), preenche a coluna ‘classe’ e as lacunas do texto que se segue.

Neologismo
Significado
Classe
Abonação
feni
‘irritado por causa da meia que resvalou para debaixo do calcanhar’

«Eu hoje estou completamente feni»
poete [poe:te]
‘frustrado por não ter encontrado leite no frigorífico’

«Fiquei mesmo poete»
[não consigo grafar]
‘frustrado por não ter encontrado sumo no frigorífico’
adjetivo
«Agora é que eu fiquei mesmo [?]»
brenaca
‘[algum sítio feio]’

«Vá para o brenaca»
baúte
[também não convém definir]

«Pegue no baúte e enfie-o no aúba»
aúba


As palavras propostas por Juvenal Barbosa aproveitam pouco o léxico já existente. Poderiam esses neologismos seguir os processos descritos na p. 316 do manual, mas isso não acontece. O Dr. Juvenal usa sobretudo a cunhagem, um processo também de neologia, mas bastante raro. Ainda por cima, as palavras cunhadas costumam ser criadas segundo os padrões da língua em que se vão integrar, o que não sucede com duas das palavras de Juvenal (a que nem conseguimos grafar e a que tem um alongamento numa das vogais).
Se houvesse em outras línguas palavras tão específicas como pretende, o linguista-afinal-físico-químico poderia importá-las (seriam _______, mais ou menos adaptados ao padrão português — e, na fase em que estivessem a ser introduzidos, chamar-lhes-íamos, quase pejorativamente, ______).
Se preferisse as _______ — designadas também palavras entrecruzadas —, Juvenal poderia juntar o início de «irritação» e o final de «peúgo», formando o adjetivo «______», que serviria para ‘irritado com as meias que descaem no calcanhar’.
Para o impropério com que termina o diálogo — «Vai para o brenaca» — era aceitável um _____ ou uma ______ (às vezes, eufemística e ironicamente substituem-se as ordinarices por iniciais).
Uma das criações de Juvenal, o adjetivo correspondente à frustração por não haver sumo no frigorífico, talvez se possa considerar uma _______, na medida em que parece basear-se num som ligado à surpresa desagradável de não haver o que se procura.
Poderia ainda Juvenal ter recorrido à ______ (passamos a usar uma palavra num contexto tão diferente do original, que, na verdade, se trata também de um neologismo). «Estou ______ {pensa tu num adjetivo}» inclui um adjetivo que, por metáfora, daria satisfatoriamente a noção de ‘estar frustrado por não encontrar leite’.

Vai até à p. 227. O poema de Saramago pretende ridicularizar certos textos de lírica amorosa. Os ingredientes da receita para fazer um amor de poeta seriam os lugares-comuns que costumam aparecer na má poesia amorosa: «um poeta não cansado», «uma nuvem de sonho», «uma flor», «[três gotas de] tristeza», «um tom dourado», «uma veia sangrando de pavor», «a luz de um corpo de mulher», «[uma pitada de] morte».
Esta abordagem em formato de receita (segundo o tipo textual instrucional, no fim de contas) inspira-se no que já tinham feito outros escritores. Repara, em baixo, no texto de Reinaldo Ferreira, menos irónico mas fortemente crítico.

Receita para fazer um herói
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão,
E toque-se um clarim.

Serve-se morto.
Reinaldo Ferreira, Poemas

Plasmado sobre um dos poemas (quase com a sua estrutura sintática) escreve um texto poético cujo título seja

Receita para _________
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Frases da parte de Uivo que veremos hoje
Figura de estilo
«[Moloch] cujos olhos são mil janelas cegas»

«cujo amor é pedra e petróleo sem fim»

«ficaram apenas com a sua insanidade e as suas mãos e um júri anulado»

«a quem foi dado um vazio concreto de insulina, Metrazol, eletricidade, hidroterapia, psicoterapia, terapia ocupacional, pingue-pongue e amnésia»

«cujas fábricas sonham e morrem no nevoeiro»


Aula 103-104 (22 [8.ª], 23 [5.ª, 12.ª], 24 [7.ª], 27/abr [1.ª]) O sketch «Encorning» (série Fonseca) ridiculariza um hábito que encontramos nas profissões em que convém parecer muito atualizado: o uso despropositado de palavras inglesas. Por vezes, o anglicismo é mesmo necessário para referir conceitos para que não há equivalente em português; mas, em muitos outros casos, usa-se o estrangeirismo apenas para conferir ao que se diz uma aparência de modernidade.
O ridículo da situação vem destas características:
(i) exagero do número de anglicismos proferidos em todas as falas;
(ii) a partir de certa altura, as personagens, passarem a dizer supostos estrangeirismos (constituídos por palavra portuguesa + ing);
(iii) num momento quase final, essas falsas palavras inglesas serem derivadas a partir de palavras portuguesas de nível popular (+ sufixo inglês -ing).
Depois de veres o sketch, entre as palavras que transcrevi na tabela, distingue:
(1) anglicismos propriamente ditos;
(2) falsos anglicismos, criados a partir de palavras portuguesas de nível corrente;
(3) falsos anglicismos, inventados a partir de palavras portuguesas de nível popular.

anglicismo

tradução / palavra verdadeira
downsizing
1
abaixamento
merchandising

promoção
factoring

cobrança de créditos por intermediário
outsourcing

subcontratação externa
holding

sociedade gestora de participações sociais
benchmarking

avaliação relativamente à concorrência
marketing

mercadologia
leasing

aluguer de bens
renting

aluguer
upgrading

atualização
networking

ligação em rede
[outsourcing]

subcontratação externa
encorning


despeding


viding


raspaneting


preguicing


desautorizing


respeiting


retracting
2
retra[c]tar ('desdizer')
sarilhing


encorning


aldrabing


lixating


enxerting


larguing


desculping


melhoring


geraling


filhodaputing
3
filho da puta

Algumas das palavras que integrámos no tipo 1 podem considerar-se já verdadeiros empréstimos (mais do que estrangeirismos  temporários). Se admitíssemos o critério de os empréstimos já estarem dicionarizados e os estrangeirismos não, diríamos serem ainda meros estrangeirismos _____, _____, _____, já que encontro as outras palavras no Grande Dicionário Língua Portuguesa (Porto Editora).
O protagonista de «Polícia que se quer vestir de mulher» (série Fonseca) usa alguns empréstimos e estrangeirismos. São, em geral, palavras relacionadas com a moda.
Põe nas duas primeiras colunas a tradução ou o empréstimo que ouviste. Na terceira coluna, decide entre «anglicismo» ou, se a palavra vier do francês, «galicismo».
Por fim, à esquerda da primeira coluna, ordena (1-6) as palavras segundo o grau de integração no português (de empréstimo quase já não reconhecível como tal — e, claro, dicionarizado há muito — até ao estrangeirismo raramente ouvido).

Empréstimo / Estrangeirismo
Significado / Tradução
Origem | étimo
tailleur
___________
galicismo | tailleur

chapéu com abas largas e leves
______ | capeline + «chapelina»

cosméticos aplicados para embelezar
______ | maquillage

____________
anglicismo | gloss

mulher ordinária, promíscua
______ | slut

espécie de «cachecol» largo
______| écharpe

Relativamente às palavras ou expressões em «Indivíduo que é javardola, menos quando fala francês» (Lopes da Silva), adivinha se estão dicionarizadas e, nesse caso, dá palpite sobre as grafias com que a palavra foi registada em dois dicionários (o português Grande Dicionário Língua Portuguesa e a edição brasileira do Dicionário Houaiss).


GDLP (Porto Ed.)
Houaiss brasileiro
étimo
Galicismos
(francesismos)

Ø
partenaire
lingerie

lingerie

soutien-gorge / sutiã
soutien-gorge

réveillon
réveillon
champanhe

champagne

chantilly / chantili
chantilly

marquise
marquise

croissant
croissant
roulotte / rulote

roulotte

tricô
tricot

ménage à trois
ménage à trois
Anglicismos;
termos ingleses

timing
timing

feedback
feedback
OK
o.k.
o.k. (oll korrect)

Ø
boxer shorts

Ø
[Manchester United]

Ø
[Bobby Charlton]

Na p. 35, relanceia o «Contrato de trabalho a termo certo». Aproveitando-o como guia — quase como uma espécie de formulário —, escreve um contrato relativo a uma destas situações:
contratação de um dado animal para fazer figuração num filme (contrato seria estabelecido entre o dono do animal e uma empresa de audiovisuais);
contratação de um artista (ator, cantor, etc.) para um dado espetáculo de televisão;
contratação para algum serviço (ascensorista, porteiro, etc.) num dado hotel;
contratação para posar para um pintor ou para posar numa escola de Belas-Artes;
contratação de precetora para educar e acompanhar uma criança difícil;
contratação de indivíduo para serviços de segurança de ... ;
[qualquer outra contratação suscetível de contrato a termo certo].

Relativamente ao contrato no manual, haverá diferenças grandes nas identificações (1 e 2). Em cada uma das cláusulas primeira a sétima, só se manterão talvez as cinco primeiras palavras. A cláusula oitava deve manter-se toda. Localidade, data e assinaturas também serão novas.
O contrato deve ser verosímil, adotar a linguagem formal adequada a este tipo de textos, mas não são proibidos subtis exageros, ligeiras absurdidades, etc.
.....

Trechos em Uivo
Recursos estilísticos
Ó legiões magras, corram lá para fora

Ó choque misericordioso de estradas ornado, a guerra eterna chegou
Ó vitória, esquece as tuas ceroulas
Estou contigo em Rockland, onde irás cindir os céus... / Estou contigo em Rockland, onde os vinte... / Estou contigo em Rockland, onde achamos e beijamos... / Estou contigo em Rockland, onde acordamos eletrificados...

TPC — Conclui (e melhora) o contrato já tão adiantado em aula. (Correção linguística e gráfica será praticamente o único critério da apreciação destes textos.)

Aula 105-106 (23 [8.ª], 24 [5.ª] 27 [12.ª], 29/abr [1.ª, 7.ª]) Dá um relance ao texto informativo sobre resumo nas pp. 290-291 (vê sobretudo o enquadrado da p. 290). Resume depois «A presença dos livros» (p. 13), crónica de Guilherme de Oliveira Martins. Não havendo outra indicação — diz-se no texto explicativo que relanceaste —, o resumo contrairá o texto-fonte para cerca de um terço ou um quarto. Mantêm-se enunciador, tempos, modos, sequência; evitam-se transcrições próximas.

[1.º parágrafo]             Gosto das casas com muitos livros, cuja presença considero imprescindível a um ambiente hospitaleiro. É um grande prazer .......... . Porém, ........... .
[2.º parágrafo] As minhas mais antigas recordações ..... .
[3.º parágrafo] ...... .
[4.º parágrafo] ...... .

Ponho a seguir os começos de várias das obras narrativas a que aludia Guilherme de Oliveira Martins no final da sua crónica (uso traduções, no caso das não portuguesas). Adivinha as correspondências, escrevendo à esquerda dos trechos o título da obra que iniciam. Depois, ao mesmo estilo de cada passo, cria o par de linhas que se lhe seguiria.

Homero, Odisseia
Homero, Ilíada
Vergílio, Eneida
Jonathan Swift, As Viagens de Gulliver
Daniel Defoe, As Aventuras de Robinson Crusoe
Júlio Verne, Vinte Mil Léguas submarinas
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras
Eça de Queirós, Os Maias
Eça de Queirós, O Primo Basílio

Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:
.....

Canto as armas e o varão que nos primórdios veio das costas de Troia para Itália [...]
.....

A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela Casa do Ramalhete, ou simplesmente o Ramalhete.
.....

Nasci em 1632, na cidade de Iorque, no seio de uma boa família. Esta, porém, não era oriunda da terra, pois o meu pai era um estrangeiro de Bremen que começou por se fixar em Hull.
.....

Fala-me, Musa, do homem astuto que tanto vagueou, / depois que de Troia destruiu a cidadela sagrada.
.....

O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.
.....

Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, [...]
.....

Espero que estejas preparado para admitir publicamente, sempre que fores chamado a fazê-lo, que foi por grande insistência tua que decidi autorizar a publicação de uma narrativa pouco cuidada e incorreta das minhas viagens [...]
.....

O ano de 1866 ficou marcado por um acontecimento estranho, um fenómeno inexplicado e inexplicável, que certamente ninguém ainda esqueceu.
.....

Domingos José Correia Botelho de Mesquita e Meneses, fidalgo de linhagem e um dos mais antigos solarengos de Vila Real de Trás-os-Montes, era, em 1779, juiz de fora de Cascais, e nesse mesmo ano casara com uma dama do paço, D. Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco [...]
.....

Trechos em Uivo
Recursos estilísticos
A máquina de escrever é sagrada. / O poema é sagrado. / A voz é sagrada. / As orelhas são sagradas. / O êxtase é sagrado.

vieram lançar bombas angélicas

TPC — Cria as pequenas continuações dos inícios das dez obras que identificámos em aula.

Aula 107-108 (29 [8.ª], 30/abr [5.ª, 12.ª], 4 [1.ª], 6/mai [7.ª]) Vai lendo a entrevista nas pp. 82-84 («Não queria que fizessem de mim um bicho racional»). Em cada item circunda a melhor alínea. Antes dos itens estão, a negro e em corpo menor, as perguntas dos entrevistadores que encimam os trechos a que me reporto.


[«Onde estava há sete anos, antes de publicar o primeiro de 23 livros?»]

Ao responder, Gonçalo M. Tavares preocupou-se em explicar que
a) já tinha publicado ainda mais intensamente antes dos trinta e um anos.
b) editara livros que não fora ele que escrevera.
c) não escrevera todos os livros que publicara.
d) já escrevera antes parte do que publicara.

[«Como conseguiu ter tal intensidade criativa nesse período, entre os 20 e os 30 anos, uma idade ainda muito verde?»]

Foi importante para a atividade criativa de Gonçalo M. Tavares ter lido
a) os autores da sua geração.
b) sobretudo os autores clássicos.
c) autores que sobreviveram ao teste do tempo.
d) os autores antigos.

Para o escritor, «clássicos» são as obras
a) greco-latinas.
b) gregas.
c) importantes mesmo que relativamente contemporâneas.
d) antigas.

A frase de Nietzsche «o que este povo deve ter sofrido para conseguir ser tão sábio»
a) é irónica.
b) significa que o conhecimento cultural implica esforço.
c) significa que o exercício da arte é aborrecido.
d) significa que a cultura é aborrecida.

[«É preciso então sofrer para ser criativo?»]

Para Gonçalo M. Tavares,
a) é ao contrário: mais vale ter tido poucas experiências (como Pessoa, por exemplo).
b) tudo depende de como somos capazes de aproveitar as experiências que tivemos.
c) só tendo muitas experiências pessoais é que se pode ser bom escritor.
d) tudo depende do tipo de experiências por que se passou.

[«Ainda assim busca alimento para a sua escrita nalgum sítio ou circunstância específicas?»]

Os risos correspondentes à expressão entre parênteses retos ter-se-ão devido a
a) estar o entrevistado a referir aspeto quase doentio.
b) ser a frase irónica (na verdade, Tavares considera-se pouco observador).
c) estarem os entrevistadores a beber chá.
d) ter «absorvido por mim» uma conotação um pouco brejeira.

[«Não há um cenário de predisposição?»]

Na fase de preparação das suas obras, Gonçalo M. Tavares
a) estabelece um plano de modo a confrontar-se com circunstâncias em que possa observar os outros.
b) escreve nos cafés, o que já o aproxima das fontes de inspiração.
c) depara-se com as suas fontes de inspiração sem o planear, já que costuma andar a pé.
d) recorre a cafés, como aconteceu quando escreveu Água, Cocó de Cão, Cavalo, Cabeça.

[«Isso muda muito quando está em casa a escrever ao computador?»]

Para Tavares, o uso do computador ou a frequência de cafés correspondem, respetivamente, a
a) observações fragmentárias; romances e revisão de texto.
b) romances; observações fragmentárias e revisão de texto.
c) romances e observação fragmentárias; revisão de texto.
d) romances e revisão de texto; observações fragmentárias.

[«Diz que quando começou a ler jogou pelo seguro e escolheu livros que atravessaram três ou quatro gerações. Se o público tivesse seguido essa lógica, não começaria pelo Gonçalo M. Tavares...»]

O entrevistador faz notar um paradoxo (relacionado com uma anterior confissão do escritor):
a) se os outros tivessem seguido os critérios de Gonçalo M. Tavares enquanto leitor, ele não teria sido lido.
b) se os leitores tivessem só lido o que era bom, não teriam conhecido a escrita de Gonçalo M. Tavares.
c) se o público só tivesse lido as novidades, não teria lido a obra de Gonçalo M. Tavares.
d) se os leitores só tivessem lido o que era claramente português, não teriam lido Gonçalo M. Tavares.

Nas suas leituras, Gonçalo M. Tavares foi guiado
a) apenas pela regra da novidade.
b) também por parte da família.
c) pelo facto de os autores serem portugueses.
d) por algumas pessoas com quem se cruzou e o aconselharam.

[«Como se sente ao ser incluído numa nova geração de escritores?»]

O autor de Jerusalém
a) não acredita no conceito de «geração».
b) sente orgulho por ser considerado um dos melhores.
c) considera que os da nova geração têm características demasiado individualizáveis.
d) julga que cada um absorve de modo diferente.

[«Sente-se mais próximo de artistas de outras áreas do que de outros escritores?»]

Gonçalo M. Tavares considera que
a) já não há escolas ou correntes literárias.
b) se identifica com certas artes.
c) é preciso reencontrar um adversário comum.
d) lhe interessam mais as outras artes.

[«Mas o fascínio pelo cruzamento com outras artes é comum aos escritores mais novos...»]

O entrevistado responde que
a) as atividades por outras artes a partir das suas obras não lhe interessam, são-lhe indiferentes.
b) as atividades de outros escritores a partir das suas obras são como estar a martelar.
c) lhe agrada que outras artes reinterpretem as suas obras, mesmo se não considera esses trabalhos já os seus.
d) os escritores compreendem-se bem entre si.

Explica a natureza cómica da imagem no cimo da p. 143.
...
Passa para o discurso indireto as falas no mesmo cartoon:
O pintor disse...
O rapaz retorquiu...

Como sucede em tantos filmes e narrativas, O Leitor — o filme que hoje começaremos a ver — inicia-se em época mais recente (Berlim, 1995), recuando depois ao passado, numa analepse de quase quarenta anos (Neustadt, 1958). O pretexto para a analepse, neste caso, é um elétrico avistado da janela.
Como se verá, em O Leitor não faltam citações de autores da literatura universal:

Autor
Obra
Data
País
Personagens
Género
Horácio
Epodos
30 a.C.
Roma

Poesia lírica
Safo
Fragmento 16
séc. VII a.C.
Grécia

Poesia lírica
G. E. Lessing
Emilia Galotti
1772
Alemanha
Emilia Galotti
Drama
Homero
Odisseia
séc. VIII a.C.
Grécia
Ulisses, Penélope, Telémaco
Poema épico
Mark Twain
Aventuras de Huckleberry Finn
1884
EUA
Huckleberry Finn,
Tom Sawyer
Novela de aventuras
D. H. Lawrence
O amante de Lady Chatterley
1928
Reino Unido
Constance Chatterley, Clifford Chatterley, Oliver Mellors
Novela passional, psicológica
Hergé
[série de Tintin]
1929-...
Bélgica
Tintin, Haddock, Milou
BD
Anton Tchékhov
A senhora do cãozinho
1899
Rússia
Dimitri Gurov,
Ana Siergueievna
Conto
Lev Tolstói
Guerra e Paz
1865-1869
Rússia
Pedro Bezukov, entre muitas
Romance-fresco
TPC —Prepara a leitura em voz alta de «O primeiro amor» (p. 162) — se estás nos oitavos de final da LC nos jogos A, B, C, D ou integras os grupos I e II da LE — ou de «O amor» (p. 163) — se estás nos oitavos de final da LC nos jogos E, F, G, H ou integras os grupos III e IV da LE.

Aula 109-110 (30/abr [8.ª], 4 [12.ª], 6 [1.ª], 7 [5.ª] 8/mai [7.ª]) Lê os poemas que refiro no quadro em baixo. A cada um atribuirás um aforismo/máxima que lhe possa servir de título-lema-divisa. Essas frases — que transcreverás com as devidas aspas — procurá-las-ás nos livros que te tenham calhado:

Poema
Citação alusiva
«O seu santo nome» (Carlos Drummond de Andrade), p. 219

«Para ti» (Mia Couto), p. 226

«Paixão» (José Craveirinha), p. 226

«Poético» (Álvaro Alves de Faria), p. 229


Livros que te calharam {referência dos livros, apoiada, como se deve fazer sempre, no frontispício (rosto, portada), e, em caso de falta de algum dado, também na ficha técnica ou no colofão}:
...
...
...

Exercício gentilmente cedido pelo manual Novo Plural 9. Caderno de Atividades:

1. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes.
a) Tu escreves palavras bonitas.
b) Traz o livro.
c) Será que me vão contar a verdade?
d) Encontrei ontem o João.
e) Eles veem as fotografias da viagem.
f) Talvez já desenhe as imagens que vê.
g) Ela explicou que tinha levantado essas questões.
h) Põe a mesa.
i) Faz os trabalhos de casa.
j) Quem disse ao João a resposta?
k) Os pais dão conselhos importantes ao João.
l) Os pais dão conselhos importantes ao João.
m) Os pais dão conselhos importantes ao João.
n) A mãe ofereceu uma prenda ao filho.
o) A mãe ofereceu uma prenda ao filho.
p) A mãe tinha oferecido uma prenda ao filho.

2. Das frases que acabaste de construir (com os pronomes), coloca as que abaixo se indicam, na forma negativa.
a) ________
b) ________
e) ________
h) ________
m) ________

3. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes.
a) Ele atirará a bola.
b) A mãe entregaria os jogos aos filhos.
c) A professora daria uma explicação ao aluno.
d) A mãe contará uma história ao filho.
e) A mãe contará uma história ao filho.
f) A mãe contará uma história ao filho.
g) Não daria aos amigos um presente.
h) Ele dirá que valeu a pena.

Colocação de pronomes pessoais:
Normalmente, o pronome pessoal coloca-se ____ da forma verbal.
Quando as formas verbais terminam em __, __, ou __, estas letras desaparecem e acrescenta-se um __ aos pronomes __, a, os, __.
Quando as formas verbais terminam em __ ou __, acrescenta-se um __ aos pronomes __, a, __, __.
Quando a frase é constituída por uma forma verbal composta, o pronome é colocado _______.
Quando a frase está na negativa ou na interrogativa, o pronome é colocado _______.
Quando se trata de uma oração subordinada, o pronome é colocado _______.
Quando a frase se inicia com advérbios como _____, o pronome é colocado ______.
Quando o verbo se encontra no _____ ou no ____, os pronomes __, a, __, ___ intercalam-se na forma verbal.
TPC — Prepara a leitura em voz alta, expressiva, destes poemas: Liga dos Campeões — jogo A, «Poética» (p. 199); B, «Conheço esse sentimento» (220); C, «Discurso ao Príncipe de Epaminondas, mancebo de grande futuro» (215); D, «Encontro» (223); E, «Poético» (229); F, «O poema» (192); G, «Para ti» (226); H, «Arte Poética com citação de Hölderlin» (189); Liga Europa — os do grupo I, «Monólogo» (223); os do II, «Motivo» (212); os do III, «Cordial» (207); os do IV, «Sísifo» (202). Entretanto, vê em Gaveta de Nuvens as instruções para uma tarefa — de escrita a computador — de comentário-análise de uma canção, que será para me enviar durante esta semana ou pouco depois.

Aula 111-112 (6 [8.ª], 7 [12.ª], 8 [5.ª], 13/mai [1.ª, 7.ª]) Nas pp. 42-46 do manual aborda-se um novo tipo de texto transacional, a declaração. Podes dar um relance ao enquadrado na p. 42.
Na p. 43 estão duas declarações (melhor, dois formulários para declarações). Nas pp. 44-45, também não se trata propriamente de uma declaração, mas de um texto político, ou mesmo jurídico. De qualquer modo, preenche as quadrículas vagas:


Declaração A (p. 43)
Declaração B (43)
Declaração dos Direitos Humanos (44-45)
Tipo de declaração

de conhecimento de regulamento e veracidade de dados

Declarante
Organização das Olimpíadas de Leitura


Finalidade


fixar uma série de princípios, valores
[Destinatário]



um público universal

Imaginemos a seguinte situação.
Uns anos depois da sua separação de Hanna (que, como vimos, mudou de cidade sem o avisar), Michael Berg, agora estudante de direito, escreve uma declaração a atestar que Hanna Schmitz não sabia ler. Nesse texto, destinado a abonar alguém a braços com a justiça (e, no caso em apreço, ser analfabeta seria, como veremos, uma atenuante decisiva ou mesmo um alibi), o declarante teria de relatar também as circunstâncias em que conhecera Hanna, leituras que lhe fizera, indícios da sua iliteracia, etc., mas sempre num registo de texto formal — de depoimento escrito para efeitos de um processo judicial.
O formato e as fórmulas são as de uma declaração, que, porém, incluirá uma parte um pouco mais narrativa, ainda que enxuta (como convém a um texto com estes fins).

DECLARAÇÃO
.....
.....
.....

Leituras em voz alta (Liga dos Campeões, oitavos de final)
TPC — [Lembro que já estão em Gaveta de Nuvens instruções para tepecêde comentário-análise de uma canção, que é para me ser enviado.]

Aula 113-114 (7 [8.ª], 14 [12.ª, 5.ª], 15 [7.ª], 25/mai [1.ª]) Correção possível da declaração ensaiada na última aula:
DECLARAÇÃO
Michael Berg, estudante de Direito na Universidade de Heidelberg, residente na Rua do Moinho, n.º 23,2, declara estar em condições de assegurar que Hanna Schmitz, atualmente em julgamento no tribunal de Hgytr, até há poucos anos não sabia ler.
O declarante travou conhecimento com Hanna Schmitz na cidade de Neustad, em 1959, em circunstâncias que recorda com saudade mas que se escusará a detalhar. O que é relevante é ter-se então apercebido de que a Senhora Schmitz era analfabeta. Durante meses, leu em voz alta a Hanna obras fundamentais da literatura universal, para visível deleite desta, que, no entanto, nunca pôde prosseguir sozinha a leitura dos livros que tanto a entusiasmavam. Em outras ocasiões, a mesma Hanna Schmitz mostrou-se incapaz de ler textos informativos simples (uma ementa, um guia, um caderno de apontamentos).
Acrescenta ainda o declarante que lhe pareceu que Schmitz, por vergonha, procurava esconder a sua evidente iliteracia.
Heidelberg, 11 de maio de 1966
(Michael Berg)

Leituras em voz alta (Liga dos Campeões; Liga Europa)

Os quatro poemas que se seguem foram escritos por Jorge de Sena, em 1961 («Quatro Sonetos a Afrodite Anadiómena», Metamorfoses, Lisboa, Moraes, 1963).
Se excetuarmos as palavras «gramaticais» (preposições, ____, determinantes, pronomes), há sobretudo vocábulos criados pelo poeta, ainda que seguindo os padrões morfológicos do português (palavras _____, portanto). Também as características de versificação esperáveis são efetivamente cumpridas, já que, em termos de métrica, temos versos _____, e a rima das quadras é _____ e emparelhada, enquanto que, nas duas estrofes finais dos sonetos, surgem os esquemas rimáticos C-C-____ (para o primeiro e último poemas) e C-D-____, C-D-____ (no segundo e terceiro sonetos).
Reconhecemos também as classes da maioria das palavras inventadas por Sena («sussúrica» será ___; «escalca», verbo; «transcêndia», ___), bem como percebemos certas categorias («palquitonará» há de ser uma 3.ª pessoa do singular do ____ do Indicativo; «fissivirão», uma 3.ª pessoa do ____ do mesmo tempo; «refucarai», a 2.ª pessoa do plural do ____).
Quanto a mim, há dois casos em que Sena decidiu mal as grafias. No terceiro soneto há uma acentuação impossível no sistema ortográfico português: «____» nunca poderia ter o acento gráfico que lhe foi posto, já que, mesmo sem ele, era já uma palavra grave. Também não concordo com a grafia «____», no segundo soneto, pois que a formação do plural implicava um «res» (compare-se: «júnior», «juniores»). No último soneto, torço o nariz à acentuação gráfica de «meláina» e «Hefáistos».

I — PANDEMOS

Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!

Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!

Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por mamivornas contumai a veste!

E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantes como o pedipeste.

II — ANÓSIA

Que marinais sob tão pora luva
de esbranforida pela retinada
não dão volpúcia de imajar anteada
a que moltínea se adamenta ocuva?

Bocam dedetos calcurando a fuva
que arfala e dúpia de antegor tutada,
e que tessalta de nigrors nevada.
Vitrai, vitrai, que estamineta cuva!

Labiliperta-se infanal a esvebe,
agluta, acedirasma, sucamina,
e maniter suavira o termidodo.

Que marinais dulcífima contebe,
ejacicasto, ejacifasto, arina!...
Que marinais, tão pora luva, todo...

III — URÂNIA

Purília amancivalva emergidanto,
imarculado e rósea, alviridente,
na azúrea juventil conquinomente
transcurva de aste o fido corpo tanto...

Tenras nadáguas que oculvivam quanto
palidiscuro, retradito e olente
é mínimo desfincta, repente,
rasga e sedente ao duro latipranto.

Adónica se esvolve na ambolia
de terso antena avante palpinado.
Fímbril, filível, viridorna, gia

em túlida mancia, vaivinado.
Transcorre uníflo e suspentreme o dia
noturno ao lia e luçardente ao cado.

IV — AMÁTIA

Timbórica, morfia, ó persefessa,
meláina, andrófona, repitimbídia,
ó basilissa, ó scótia, masturlídia,
amata cíprea, calipígea, tressa

de jardinatas nigras, pasifessa,
luni-rosácea lambidando erídia,
erínea, erítia, erótia, erânia, egídia,
eurínoma, ambológera, donlessa.

Ares, Hefáistos, Adonísio, tutos
alipigmaios, atilícios, futos
da lívia damitada, organissanta,

agonimais se esforem morituros,
necrotentavos de escancárias duros,
tantisqua abradimembra a teia canta.
TPC — (i) [só para oito alunos:] Prepara a leitura em voz alta de um dos sonetos de Sena: os futuros intervenientes no jogo I dos quartos de final da Liga dos Campeões lerão «I-Pandemos»; os de J, «II-Anósia»; os de K, «III-Urânia»; e os de L, «IV-Amátia». (ii) Lembro que deves enviar-me comentário-análise de canção — não deixes de ler Instruçõespara tepecê de análise-comentário de canção. (iii) Ainda aceito o Bibliofilme (não fazer esta tarefa implicará grande baixa da nota final do ano).

Aula 115-116 (13 [8.ª], 15 [5.ª], 21 [12.ª], 22 [7.ª]; na turma 1.ª esta aula não se realiza, sendo partes suas diluídas em outras sessões) Leituras em voz alta de sonetos de Sena (Liga dos Campeões, quartos de final).
Vai até à p. 237. «O conto», de José Luís Peixoto, é uma crónica em que se nos conta como o autor construiu um conto. É uma espécie de sinopse de conto, com comentários acerca da elaboração daquela narrativa (ou suposta narrativa, porque, na verdade, o conto que dá pretexto à crónica nem nunca terá sido propriamente desenvolvido). Este processo de fazer resumos de obras que não existem é muito característico de alguns escritores cujos livros aliás participam na narrativa-crónica de Peixoto (Adolfo Bioy Casares, Julio Cortázar, Jorge Luis Borges — este último não aparece neste passo mas é o exemplo ideal desse género de abordagens).
Primeiro, lê o texto, que nos fala de um conto em que os livros, leitores, bibliotecárias são o essencial da intriga. Depois, repara nas zonas marcadas com «(...)» — entre o primeiro e o segundo parágrafos; e entre o segundo e o terceiro parágrafos.
Cria os textos que poderiam estar no primeiro (a seguir a «da autoria de Adolfo Bioy Casares.») e no segundo (após «extravagante.») destes cortes. Farás de maneira a fazer entrar aí alusões a algum, ou alguns, dos livros que leste, ou estás a ler, no âmbito das leituras que pedi fosses tentando fazer. Essas alusões não terão de procurar exibir conhecimentos acerca das obras, mas não fará mal que o façam, desde que sem exibicionismos. (Mesmo que não tenhas lido nenhuma obra, podes sempre criar os passos que peço, porventura até aproveitando para mencionar as tuas hesitações, gostos, mas sempre de modo conformado ao conto a completar.)

encadernada a couro, décima quarta, de La Invención de Morel, da autoria de Adolfo Bioy Casares.
.....
.....
O conto começa num tom bastante tranquilo. Numa biblioteca universitária de Buenos

dos livros e a aturar as exigências dos alunos. Nada de muito extravagante.
....
....
....
Sem grandes ideias para títulos, decidi chamar-lhe apenas «O conto». Às vezes, a solução

Já fora do contexto da tarefa com o «O conto», completa:
Li / Estou a ler / Na verdade, ainda não comecei a leitura, mas vou ler {riscar o que não interessa} ________ {autor, título [como não há itálico, sublinhas o título]}, que é um/uma ________ {autobiografia, livro de memórias, livro de viagens, diário, narrativa na 1.ª pessoa não integrável nos géneros anteriores; biografia; livro de crónicas, etc.}.
Um «pró» do livro lido: _________
Um «contra»: _________
Se tiveres lido outras obras desde, mais ou menos, Dezembro, indica-as: _____
TPC — [Está a correr o prazo para comentário-análise de canção (a enviar-me) — não deixes de ler Instruções para tepecêde análise-comentário de canção. O mesmo se diga da tarefa de Bibliofilme.]

Aula 117-118 (14 [8.ª], 21 [5.ª], 25 [12.ª], 26 [1.ª], 27/mai [7.ª]) Já demos os processos irregulares de formação de palavras. Veremos hoje os considerados «regulares», os processos morfológicos de formação de palavras.
Encontramos um quadro de classificações que já conhecerás parcialmente. Vai seguindo a p. 298 do manual.
Na derivação afixal (ou derivação por afixação), distinguimos

prefixação

sufixação

parassíntese


Depois, no nosso livro, referem-se dois processos que não envolvem afixos. No entanto, note-se que a derivação não afixal (a que se costumava chamar derivação regressiva) implica ter havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma também suposta palavra primitiva, que é afinal a palavra derivada regressivamente. A conversão (ou derivação imprópria) é que nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

conversão (derivação imprópria)

derivação não afixal


Na composição, distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de duas palavras (ou mais); e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou radical e palavra.

composição morfológica

composição morfossintática


Distribui pelos quadros em cima estas catorze palavras:

gajo (< gajão)       entristecer       alindar         saca-rolhas        pesca (< pescar)         socioeconómico         apicultura         bomba-relógio          guerrear       reler incompleto         um porto (< Porto)         burro (< burro)         amável
Nesta parte final do ano, vamos ler contos, ou partes de contos. A partir da p. 234 do manual, desenvolve-se a unidade «Conto eu», que inclui esses trechos, bem como passos ensaísticos sobre a índole deste género do modo narrativo. Na p. 282 há um glossário de narratologia a que também muito recorreremos.
Entretanto, na parte do filme O leitor que estivemos a ver na última aula, a protagonista aprendia a ler precisamente com um texto que é excelente exemplo da técnica dos grandes contos, «A senhora do cãozinho», Tchékhov (ou Chekov). No filme, a tradução do título do original, russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’, mas a mais recente tradução portuguesa (Anton Tchékhov, Contos, II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe Guerra, opta por aquela solução (que me parece preferível).
O que se segue é o início de «A senhora do cãozinho». No entanto, a alguns parágrafos foi retirado o lado direito das linhas.
Vai lendo o conto e completando o que está em falta, na medida do que possas adivinhar e em estilo próximo do do original. Não acertarás em tudo (ou mesmo em nada), mas procura que as frases fiquem com sentido e gramaticalmente correctas. Tenta também que o que fores escrevendo não tenha extensão demasiado diferente da da parte suprimida das linhas (mas, claro, a letra manuscrita ocupa sempre mais espaço que a impressa).
TPC — Para estudares o conteúdo explicado hoje, vê os exercícios de «Processos morfológicos de formação de palavras», nas pp. 24-27 do Caderno de Atividades; também convém veres as páginas sobre o assunto tiradas de gramática e que reproduzi aqui.

Aula 119-120 (21 [8.ª], 22 [5.ª], 28 [12.ª], 27 [1.ª], 29/mai [7.ª]) Entre as páginas 250 e 253 do manual está o conto «Asclépio, o “Caçador de Eclipses”». Vai lendo o texto a pouco e pouco e circundando logo a melhor alínea de cada item (creio que não há tempo para leres primeiro todo o conto).

No título, «o “Caçador de Eclipses”» é um
a) sujeito.
b) modificador apositivo.
c) vocativo.
d) complemento direto.

O segmento «embora graduado com distinção nestes últimos» (1-2), implica que Asclépio
a) era especialista em eclipses, mas tinha especial certificação para os solares.
b) não conseguia acalmar a multidão, apesar de graduado em eclipses solares.
c) não conseguia acalmar a multidão, apesar de graduado em eclipses lunares e solares.
d) não sabia afinal assim tanto de eclipses.

O «Padre Santinho» (5) seria
a) uma ironia.
b) Deus.
c) um padre com apelido «Santinho».
d) alcunha de padre que espirrava muito.

Em «a luz de Deus, essa, decerto jamais se apagará aos seus fiéis!» (5-6) temos uma
a) anáfora.
b) hipérbole.
c) hipálage.
d) metáfora.

«[d]a dita» (7-8) reporta-se a
a) «Letícia Catarata».
b) «a palavra».
c) «sua colega de bancada».
d) «Catarata».

«Tão rotundamente como a noite que daí a três dias, em pleno meio-dia, engoliria a quase totalidade da luz solar» (11-12) constitui
a) uma analepse.
b) uma prolepse.
c) uma cadeia de referência.
d) um futuro.

«o país travava-se de razões com o segundo grande eclipse solar do século» (12-13) significa que o país
a) lutava contra o eclipse.
b) argumentava em torno do eclipse.
c) estava prestes a observar um eclipse.
d) zangava-se com o eclipse.

«Pio» (16) é
a) correferente de «Asclépio Euclides».
b) masculino de «sanita».
c) uma onomatopeia.
d) personagem só introduzida neste segundo parágrafo.

A expressão «falta de memória», usada pelos médicos que observaram Lupino (28-29), constituía um
a) hipónimo de «esquecimento».
b) holónimo de «cérebro».
c) eufemismo.
d) referente de «cabeça.

O sujeito de «esqueceria» (63) é correferente de
a) «o jovem Asclépio».
b) «o Comandante Lupino».
c) «Governador-Geral de Colónia».
d) «a infância».

«horas após horas, tardes após tardes, dias após dias, meses e anos por fim» (72-73) é uma
a) apóstrofe.
b) metáfora.
c) anáfora.
d) gradação.

O último período do parágrafo delimitado pelas linhas 58 e 81 significa que
a) tio e sobrinho estudaram biologia, botânica, astronomia, geologia, geografia.
b) o «Museu» foi visitado por cientistas de várias disciplinas.
c) tio e sobrinho pediram informações a diversos cientistas.
d) diversos cientistas se encarregaram da formação de Asclépio.

«Tio Lupino» (86) é
a) sujeito.
b) modificador temporal.
c) vocativo.
d) modificador apositivo.

Ficar a «igreja tão cheia de ovelhas» (98-99) deveu-se
a) à fuga dos animais, atarantados com o eclipse.
b) à admiração por Deus, suscitada nos não-católicos pelo eclipse.
c) a ser essa a melhor plateia para observar o eclipse.
d) ao medo dos indígenas.

Padre Maciel (98) era
a) o Padre Santinho.
b) o Padre Diabinho.
c) Kalunga.
d) um padre que tinha de rivalizar com os deuses pagãos.

Quanto à sua formação, «solares» é uma palavra derivada por
a) parassíntese.
b) conversão.
c) sufixação.
d) prefixação e sufixação.

«um radiofonista de nome Igrejas qualquer coisa» (115-116) seria
a) o Padre Maciel.
b) Igrejas Caeiro, falecido há pouco tempo.
c) brincadeira do autor para fazer crítica ao catolicismo.
d) um locutor da Rádio Renascença.

Do parágrafo das ll. 118-129 se depreende que
a) assistentes saíram da palestra receosos.
b) assistentes perceberam o essencial das explicações de Euclides e Catarata.
c) brancos perceberam as explicações; os negros, não.
d) se acentuaram os temores dos assistentes à palestra.

À data do eclipse de 1968,
a) Moçambique já era independente.
b) o tio Lupino já morrera.
c) o tio Lupino ainda era vivo.
d) o tio Lupino ainda não se reformara.

Retomando os Processos morfológicos de formação de palavras, que estudámos a aula passada, distribui pelos quadros estas palavras dos sketches «Chatanato» e «Possuído por vozes da rádio» (ambos da série Lopes da Silva):

totalidade | psicólogo | invulgar | aeromodelismo | desconhecer | chatice | igualmente
adormecer | sorrir | caixa-de-óculos | [um] chato | visita (< visitar) | gajo | filatelia

[o seu melhor] acordar | é desagradável | chinfrineira |os Já Fumega | passatempo | desprevenido
um transtorno (< transtornar) | telenovela | sintonizar | troca (< trocar) | transbordar

derivação com adição de constituintes morfológicos
prefixação

sufixação

prefixação e sufixação

parassíntese


derivação sem adição de constituintes morfológicos
conversão (derivação imprópria)

derivação não afixal


composição
composição morfológica

composição morfossintática


Depois de vermos a conferência de Abel Xavier, completa com termos de gramática ou exemplos:
Por retórica ou por convicção, Abel Xavier assumiu que «treinador», «lutador» e «vencedor» seriam formados por __________ («treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» = ‘luta a dor’; «vencedor» = ‘vence a dor’).
Na verdade, trata-se de palavras ______, constituídas pelas ______ «treina(r)», «luta(r)» ou «vence(r)» a que se acrescentou o ______ -dor. Este sufixo de nominalização tem o significado de ‘profissão, agente’, inscrevendo-se num grupo de sufixos que servem para formar nomes agentivos: -ário («empresário», «______»); -ino («campino», «______»); -eiro («carteiro», «______»); -ista («pianista», «______»); -nte («estudante», «______»).
O ex-treinador do Olhanense comete ainda um lapso, ao criar a palavra «eficacidade» (em vez de «_____»). Porém, foi um erro com lógica. Entre os vários ______ de nominalização que significam ‘qualidade, estado, propriedade’ estão -idade («velocidade») e -ia («alegria»), ao lado de, por exemplo, -ice («tolice») e -ura («ternura»). Só que ao adjetivo «eficaz» cabe o sufixo nominalizador -ia (e não ______).

TPCÀ medida que eu for devolvendo as análises-comentários de canções já corrigidas, e depois de lançadas as emendas que eu tiver feito, não te esqueças de me enviar a versão limpa.
Leituras para Liga dos Campeões: os do jogo M devem preparar «Perfilados de medo» (p. 204); os do jogo N, «Ars Poetica» (198).
Leituras para Liga Europa: os do jogo 1 prepararão «Para atravessar contigo o deserto do mundo» (p. 222) e «Paixão» (226); os do jogo 2, «Palavras» (188) e «A vida» (212); os do jogo 3, «Se alguém parasse e respirasse uma palavra» (195) e «Paixão» (226); os do jogo 4, «Introito» (221) e «A vida» (212).

Aula 121-122 (27 [8.ª], 28/mai [5.ª], 8/jun [12.ª]; nas restantes turmas esta aula não se realizará) Sobre noções de prosódia (ver Apresentação).
Deves estar com cada dicionário o mínimo de tempo possível (nos casos de itens a desenvolver, deverás recolher os elementos necessários e logo fazer circular o livro, completando mais tarde a parte da tarefa que já não implique ter o dicionário à mão).

Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado)
Além de nomes de pessoas («antropónimos»), encontram-se num dicionário onomástico nomes de _____, ou seja, «topónimos».
Procura o étimo de um dos teus nomes (um dos apelidos ou dos outros nomes) ou de alguma pessoa que estimes (terá é de ser de palavra que esteja no tomo que te calhe):
Nome: _______ Étimo: _______ (significado do étimo, se houver: ‘________’); Língua a que pertence o étimo: _______.

Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado)
Através de um dicionário etimológico ficamos com ideia da evolução havida nas palavras. É, portanto, um instrumento de trabalho que nos dá uma perspectiva {escolhe} sincrónica / diacrónica da língua.
Procura o étimo de uma palavra de que gostes, escolhida entre as das letras do tomo — do volume do dicionário — que te tenha calhado.
Palavra escolhida (quase uma «palavra de estimação»): ____; Étimo: ____; Língua a que pertence o étimo: _____.

Dicionário de Rimas (Visconde de Castelões) ou Dicionário de Rimas da Língua Portuguesa (José Augusto Fernandes)
Procura palavras (de preferência, das mais inusuais) que rimem com cada um de três dos teus nomes.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome: _____.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome: _____.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome: _____.

Dicionário de Sinónimos (Porto editora)
Escreve uma frase com três palavras (para além das palavras «pequenas», como conectores ou determinantes); procura os sinónimos de cada uma dessas palavras «lexicais» (substantivos, adjetivos, verbos, advérbios) e adopta os sinónimos mais estranhos. Recompõe a tua frase (e verifica que, quase de certeza, pouco tem a ver com a frase original, apesar de construída com sinónimos).
Frase original: ______________; Frase «sinónima»: _____________.

Dicionário do Palavrão e afins (Neves B. Pinto) ou Dicionário do Palavrão e Termos afins (Mário Souto Maior) ou Dicionário Obsceno da Língua Portuguesa (Carlos Pinto Santos & Orlando Neves)
Começa por evitar fazer comentários em voz alta, para que a turma não fique distraída com as ordinarices que vais encontrar.
Transcreve (1-2) palavras (palavrões, portanto) que consideres particularmente engraçadas, por serem criativas, quase poéticas; (3-4) palavras especialmente cruas (enfim, palavrões realmente grosseiros, por som, deselegância da metáfora com que se joga, etc.).
1. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
2. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
3. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
4. Palavrão: _______; significado: ‘________’.

Dicionário Contrastivo Luso-Brasileiro (Mauro Villar) ou Dicionário de Português Schifaizfavoire (M. Prata)
O primeiro é um razoável dicionário contrastivo das ______ europeia e americana do português (até à p. 157: P vs B; depois, B vs P); o segundo é uma tentativa — fracota — de escolher palavras portuguesas que surpreendam os brasileiros.
Escolhe (1-2) duas palavras do português do Brasil que não tenham em português europeu a mesma aceção ou não se usem; e (3) uma palavra do português europeu com aceção diferente no Brasil (ou que não se use aí).
1. PB _________, significado ‘__________’;
2. PB _________, significado ‘__________’;
3. PE _________, significado ‘__________’.

Dicionário do nome das coisas e outros epónimos (Orlando Neves) ou A Dictionary of Eponyms (Cyril Leslie Beeching)
Epónimos são palavras (nomes comuns, adjetivos, etc.) formadas a partir de nomes _______ (muitas vezes, os nomes das pessoas que os inventaram). Transcreve três epónimos — já em português — e põe a seguir o nome da pessoa que o originou (o étimo, no fundo).
1. epónimo: _______ (pessoa na origem do termo: _________);
2. epónimo: ________ (pessoa na origem do termo: ________);
3. epónimo: _________ (pessoa na origem do termo: _______).

Dicionário de nomes colectivos (Fernanda Carrilho) ou Dicionario de Coletivos (Osmar Barbosa)
No exemplar português há duas partes (a primeira metade do livro põe como cabeças dos verbetes o nome individual; a segunda parte é que se pode pesquisar já pelos coletivos). No livro brasileiro, vêm os coletivos como cabeças do verbete (e há um índice final que remete para os nomes individuais).
Transcreve dois coletivos que te surpreendessem (não «rebanho» ou «cáfila»).
Coletivo: _____ (conjunto de ______);
Coletivo: _____ (conjunto de ______).

Dicionário dos Falares de Trás-os-Montes (Vítor Fernando Barros) ou Dicionário do Falar Algarvio (Eduardo Brazão Gonçalves) ou Dicionário de Falares do Alentejo (Vítor Fernando Barros & Lourivaldo Martins Guerreiro)
Trata-se de obras que inventariam o léxico mais característico de {circunda} dialetos / socioletos / variantes do português.
Escolhe (1-2) duas palavras que desconhecesses e que sejam por isso exemplos típicos da variedade regional em causa; (3) uma palavra que até te pareça também corrente em Lisboa (por isso, provável resultado de excesso de zelo do autor do dicionário).
1. _______ (significado: ‘_________’);
2. _______ (significado: ‘_________’);
3. _______ (significado: ‘_________’).

Glossário Aquiliniano (Henrique Almeida), Vocabulário de Rui Barbosa (João Leda) e Mia Couto: Brincriação Vocabular (Fernanda Cavacas)
Um glossário costuma fazer o repertório das palavras usadas num dado livro ou por um determinado autor. Estes três livros trazem palavras características da escrita de Aquilino ____, de Rui ____ e neologismos criados por ____.
Transcreve (1) uma palavra que não te pareça assim tão específica e (2-3) duas palavras que, realmente, te pareçam ser grande novidade (uma idiossincrasia do estilo do autor).
1. _______ (significado: ‘________’);
2. _______ (significado: ‘________’);
3. _______ (significado: ‘________’).

Dicionário Analógico da Língua Portuguesa (idéias afins) (Francisco Ferreira dos Santos Azevedo) ou Dicionário MAIS da ideia às palavras (Lisboa editora)
Trata-se de dicionários ditos analógicos (organizados, em grande parte, por campos _______). A estes dicionários dá-se, às vezes, o nome de Thesaurus.
Encontra (1) um caso, que possas transcrever (completa ou incompletamente), de hiperónimo e respectivos hipónimos; e (2) de holónimo e respectivos merónimos.
1. hiperónimo: _____; hipónimos: ___________.
2. holónimo: _____; merónimos: ____________.

Dicionário da Língua Portuguesa (Porto editora)
Este é o chamado dicionário geral. (Mesmo não se tratando de um dicionário etimológico, inclui-se, no final de cada verbete e entre parênteses, o _____ da palavra.)
Escreve uma pequena frase (com três palavras plenas, isto é nomes, adjetivos, verbos). Substitui depois cada uma dessas três palavras pelas suas definições mais extensas encontráveis no dicionário. Recompõe a frase (fazendo as concordâncias necessárias) e verifica que deve ter ficado estranha, embora corresponda a uma «expansão» da frase original.
Frase original: ______. Frase com desenvolvimento pelas definições no dicionário: .....

Dicionário de Expressões Populares Portuguesas (Guilherme Augusto Simões) ou Dicionário de Expressões Correntes (Orlando Neves)
Ambas as obras apresentam expressões de variados registos, mas em que talvez predomine o nível popular. Portanto, são dicionários úteis para nos apercebermos da variação {circunda uma ou duas palavras} geográfica / social / histórica / situacional.
Transcreve duas expressões que consideres «castiças» e põe a seguir o equivalente em linguagem cuidada ou neutra.
1. ______ (= _______); 2. _______ (= _______).

Dicionário de Homônimos e Parônimos (Osmar Barbosa) ou Dicionário de Parônimos (Nicanor Miranda)
São obras que apresentam pares ou tríades de palavras muito ______.
Escolhe um par de parónimos e escreve para cada palavra (1 e 2) uma frase que ilustre bem o seu sentido (daquelas que poríamos como abonação num verbete).
1._________.
2._________

Dicionário das origens das frases feitas (Orlando Neves) ou Vade-mécum de lugares-comuns (Licínio Poças)
São ambos livros que explicam expressões idiomáticas.
Escolhe duas que aches interessantes, integrando-as numa mesma frase ilustrativa:
__________________.

Aula 123-124 (28 [8.ª], 29/mai [5.ª], 1 [1.ª, 12.ª], 3 [7.ª]) Iremos comparar o conto «A chama obstinada da sorte», de Luis Sepúlveda, autor chileno, com o filme Feios, Porcos e Maus, do realizador italiano Ettore Scola.
Para já, lê a parte 1 do conto (pp. 261-262) e completa a coluna esquerda da tabela.
«A chama obstinada da sorte»
Feios, Porcos e Maus
Dedicatória
Para o senhor Aladino Sepúlveda, primeiro _______.
[Não há]
Personagens
O protagonista, um velho de _______ anos, era o patriarca de uma família numerosa, que sob o teto da sua cabana se acolhia (pelo menos, nas épocas de ______).
O seu adjuvante (na verdade, segunda personagem, decerto mais que mero figurante) era ______, aparentemente mais estimado pelo velho do que o resto da família, «esses merdosos».
O velho segue um ritual repetido há ______ anos, quando «chega o tempo das vacas magras»:  põe na boca fatias de «charque», com que depois constitui um bolo que dá ao cão a engolir, ordenando-lhe, porém, que não o ______. Uma vez finda esta operação, velho e cão ______; e familiares regressam à cabana.
O protagonista, ______, também é o chefe da família. O seu poder sobre os outros provém do dinheiro que guarda, esconde, obsessivamente. Tem como oponentes quase todos os restantes parentes, que crê quererem roubá-lo.
Os outros (no fundo, a personagem coletiva ‘restante família’) conspiram contra ele, mas Giacinto também os ataca, não se chegando a um resultado que favoreça uma das partes.
Diga-se ainda que há uma personagem um pouco à parte do confronto dos dois pólos e, ver-se-á,  sua vítima, que é a _______. Só talvez ela não seja propriamente uma personagem-tipo (todas as outras o são, já que os seus comportamentos são estilizados no sentido de representarem quase caricaturas).
Narrador
O narrador é ________ {participante / não participante} e, na primeira parte do conto, parece ter focalização ________ {interna / externa /omnisciente}.
Na parte 2, quase parece que o narrador adota uma focalização interna. Isso decorre também da importância que ganha o monólogo do velho, (que é, na verdade, um diálogo em que ________ não chega a intervir explicitamente).
Não há narrador (nem voz off que faça o seu papel). Podemos dizer que, em muitos momentos, há focalização ______ em Giacinto, já que seguimos as peripécias através do seu olhar e temos os retratos das personagens filtrados pelas observações, pelos monólogos, do protagonista.
A miúda funciona um pouco como um «narrador de focalização externa». Quando ela surge, o que se nos mostra parece «menos comentado», como observado por alguém que só pudesse ver a superfície e desconhecesse quaisquer outras informações.
Espaço
A ação situa-se na Patagónia argentina. O centro é uma cabana, perdida na estepe, com pergaminhos históricos que serão relevantes na intriga: nela tinham vivido dois bandidos famosos, _______ e _______.
Quando termina a primeira parte, inicia-se uma ______, a Esquel, a grande cidade.
O conto irá terminar com o regresso à cabana (que, ver-se-á, é ela mesma parte do enredo).
A ação decorre em Roma (Itália), quase concentrada numa _______ e nos terrenos em redor. É um território que é disputado (o poder do protagonista advém também de ser o seu proprietário). Incrustado na cidade, o espaço em causa não deixa de estar à margem da urbe.
No final, há um regresso ao espaço inicial, um entrincheiramento da família, e até de outros, naquele espaço, cada vez  mais inverosímil.

            Lê agora a parte 2 (pp. 263-264).

Viagem
A viagem a Esquel (aquela concreta viagem, uma de muitas) vai ser pretexto para se rememorar toda a história. Logo na parte 2, à custa dos diálogos-monólogos do velho, se fará uma analepse um pouco intervalada, que constitui afinal o grosso da ficção. Quando terminarem estes trechos de analepse (já não na parte 2), termina também a viagem presente, e com ela o conto, e estamos prontos para o regresso à cabana.
Também há uma viagem — não anual, mas mensal — que tem um objetivo semelhante à peregrinação anual do velho e seus cães. Trata-se da ida à cidade, para efeitos de recebimento da reforma da avó. Em outra viagem, a comemoração do batizado, o herói acaba por se sair tão bem como sai o velho chileno das suas transações anuais. Na retoma da barraca, há o mesmo caráter cíclico que encontrámos no conto de Sepúlveda
TPC — Vai revendo os conteúdos de gramática/teoria da literatura que temos dado: processos morfológicos de formação de palavras (derivação, etc.); processos irregulares de formação de palavras (empréstimo, etc.); noções de prosódia (entoações; pausas); noções de acentuação de palavras (tónica; aguda, grave, esdrúxula); rudimentos de análise da variação linguística; recursos estilísticos; métrica e rima; contrato; declaração; regulamento; verbete; dicionários. (Não descartes ainda a revisão pontual de conteúdos dados em períodos anteriores.) || Os finalistas da Liga Europa e da Liga dos Campeões devem preparar as partes 3 [p. 266: vencedor do jogo 5; 267: vencedor do jogo 6] e 4 [p. 269: vencedores de M e N] do conto que estivemos a ler. || O concurso José Gomes Ferreira decorre até 5 de Junho (têm o regulamento em Gaveta de Nuvens).

Aula 125-126 (3 [1.ª, 8.ª], 4 [5.ª, 12.ª], 5/jun [7.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «Asclépio, o “Caçador de Eclipses”». (Ver Apresentação.)

Circunda a melhor alínea.

A palavra «choro», provinda de «chorar», é formada por
a) derivação não afixal.
b) conversão.
c) derivação imprópria.
d) parassíntese.

Em «menos ais, menos ais, menos ais» e «o Estado tem de emagrecer», temos exemplos de
a) conversão e derivação não afixal.
b) derivação não afixal e conversão.
c) derivação imprópria e parassíntese.
d) conversão e derivação por prefixação.

As palavras «ineficazmente» e «couve-flor» são, respetivamente,
a) derivada por prefixação e sufixação e composto morfológico.
b) derivada por parassíntese e composto morfossintático.
c) derivada por prefixação e sufixação e composto morfossintático.
d) derivada por parassíntese e composto morfológico.

A palavra «geologia» (geo + logia), é formada por
a) composição morfológica.
b) composição morfossintática.
c) truncação.
d) derivação por prefixação e sufixação.

São palavras derivadas por derivação não afixal
a) «amanhecer», «fotografia», «engordar».
b) «alcance», «debate», «compra».
c) «amor», «corte», «andamento».
d) «burro», «conquista», «apara».

São palavras derivadas por prefixação
a) «infeliz», «inexato», «rever».
b) «filósofo», «anormal», «alindar».
c) «recocó», «repente», «apor».
d) «índio», «interior», «Inglaterra».

Uma das diferenças entre a derivação com constituintes morfológicos e a composição é
a) na composição haver mais do que uma forma de base.
b) na derivação haver sufixos.
c) na composição a base serem radicais e, na derivação, palavras.
d) na derivação haver radicais e afixos.

As palavras «tira-nódoas» e «girassol» são
a) compostos morfológicos.
b) compostos morfossintáticos.
c) palavras compostas por justaposição e aglutinação, respetivamente.
d) composto morfossintático e composto morfológico, respetivamente.

As palavras «profe» (< professor) «informática» (informação + automática) são exemplos, respetivamente, de
a) truncação e empréstimo.
b) cunhagem e empréstimo.
c) cunhagem e extensão semântica.
d) truncação e amálgama.

«Unicef» e «AMI» são exemplos de
a) siglas.
b) acrónimos.
c) truncações.
d) empréstimos.

«Bia» (< Beatriz), «Dani» (< Daniela), «Elly» (< Elisângela), «Sam» (< Samantha), «Tety» (< Tetyana) são exemplos de
a) onomatopeia.
b) truncação.
c) derivação não afixal.
d) derivação imprópria.

«Sumás de ananol» é brincadeira que implica o processo de
a) amálgama.
b) truncação.
c) composição morfológica.
d) derivação não afixal.

A palavra «leitor» (de DVD’s), resultante de analogia com um «leitor» (de textos), exemplifica o processo de
a) Hanna Schmitz.
b) empréstimo.
c) estrangeirismo.
d) extensão semântica.

«Colinho» (< colo) é uma palavra derivada por
a) parassíntese.
b) prefixação.
c) sufixação.
d) derivação não afixal.

«SOS» (< Save Our Souls) e «PJ» são, respetivamente,
a) sigla, sigla.
b) sigla, acrónimo.
c) acrónimo, sigla.
d) acrónimo, acrónimo.

«Empréstimo» e «estrangeirismo»
a) podem ser palavras sinónimas, mas «estrangeirismos» tem conotação depreciativa.
b) são sinónimos exatos.
c) supõem, respetivamente, grafias aportuguesada e a da língua original.
d) correspondem a palavras entradas no português recentemente e a palavras em curso de acomodação.

Galicismos são palavras
a) francesas.
b) portuguesas provindas do francês.
c) de origem galesa.
d) da família de «galo» («ovo», «Fabiano», «crista», etc.).

A palavra «feni», inventada por um lexicógrafo afinal engenheiro, era
a) uma cunhagem.
b) uma onomatopeia.
c) uma composição.
d) um empréstimo.

«alvedrio» é uma palavra
a) esdrúxula.
b) grave.
c) aguda.
d) certamente mal grafada.

«Imbele» é uma palavra
a) aguda.
b) grave.
c) esdrúxula.
d) que inventei eu.

A grafia «baínha» é
a) correta, porque o acento desfaz o ditongo («ai»).
b) errada, porque não se usa acento no «i» tónico antes de «nh».
c) incorreta, porque nas palavras graves não é preciso acento.
d) errada, por desfaz um ditongo que deveria existir.

O acento grave
a) usa-se apenas em palavras graves.
b) usa-se em palavras agudas e esdrúxulas.
c) marca a sílaba tónica.
d) indica vogal aberta resultante de contração.

Pausas preenchidas são
a) silêncios num discurso.
b) intervalos nas frases completados com palavras.
c) ateliês de tempos livres.
d) alongamentos enquanto não ocorre a palavra a usar.

Num contrato usa-se
a) a 3.ª pessoa e identificam-se os dois outorgantes mas só no final.
b) a 2.ª ou a 1.ª pessoa, podendo haver identificação dos outorgantes.
c) a 3.ª pessoa e revelam-se os dois outorgantes logo no início.
d) a 1.ª pessoa e identificam-se os dois outorgantes.

Numa declaração, o declarante é
a) um serviço oficial.
b) o subscritor.
c) o destinatário.
d) o requerente.

Um regulamento divide-se em
a) cláusulas.
b) artigos.
c) outorgantes.
d) itens.

Há uma hipérbole em
a) «fumei um cigarro pensativo».
b) «em 1755 boa parte de Lisboa ficou destruída».
c) «o Barcelona goleou por 5-0».
d) «este trabalho de gramática será uma derrocada».

Uma apóstrofe é
a) a repetição de uma palavra no início de vários versos ou frases.
b) um vocativo.
c) a repetição de uma palavra ou expressão no final de versos ou frases.
d) o sinal usado para marcar sinalefas («morr’amor!»).

Em «Estudámos figuras de estilo e mesóclises e processos de formação de palavras e o diabo a quatro», temos
a) um assíndeto.
b) um polissíndeto.
c) uma gradação.
d) uma metonímia.

A frase em que não há nenhuma metáfora é
a) «O blogue é uma gaveta de textos úteis».
b) «Não havia nuvens na sua alegria».
c) «A tua impertinência funciona como uma seta que me apontas».
d) «As dificuldades económicas são desafios ou espinhos ou faróis».

Em «Bebi o cheiro verde dos teus acalantos», além de má poesia, há
a) uma antítese.
b) um oxímoro.
c) um paradoxo.
d) uma sinestesia.

A alínea que só tem formas corretas é
a) esgasgar-te-ias; vê-los-emos; não comê-la-á.
b) lavarás-te; jogarão-no; fá-la-eis.
c) avaliá-la-ei; não os reprovarei; di-lo-emos.
d) levarei-a; analisaria-a; comamo-los.

A próclise (anteposição do pronome relativamente ao verbo) justifica-se por haver uma estrutura de subordinação em
a) Não o vi na escola ontem.
b) Comprei-a na feira, quando fui a Carcavelos.
c) Disse que lhe dava o telemóvel no final da aula.
d) Dar-te-ei todos os beijos que queiras.

São razões para uso do pronome antes do verbo (contrariamente ao comum, que é a ênclise)
a) tratar-se de português brasileiro; a afirmativa; um imperativo.
b) uma oração coordenada; o verbo estar no futuro ou no condicional.
c) uma oração subordinada; a negativa; a presença de certos advérbios.
d) a mesóclise; o avistamento de um cocó de cão.

A referência de um livro deve fazer-se segundo o que esteja
a) na capa.
b) no frontispício.
c) no anterrosto.
d) na ficha técnica.

A orelha de um livro
a) tem informações sobre autor, colecção, etc.
b) é a contracapa.
c) tem cera.
d) é uma badana.

O prefácio de um romance estará
a) antes do anterrosto.
b) depois do anterrosto mas antes do rosto.
c) antes do frontispício.
d) depois do frontispício.

O étimo de uma palavra é
a) a sua aceção primeira.
b) uma palavra de que ela descende.
c) a palavra primitiva homónima.
d) a sua aceção principal.

A referência bibliográfica correta é:
a) António Naïf, Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de canções, Felizardo Triste (org.), Em torno das ilusões, Editora da ESJGF, Lisboa, 2015.
b) António Naïf (2015), Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de canções, Lisboa, Editora da ESJGF, 2015.
c) António Naïf, «Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de canções», Felizardo Triste (org.), Em torno das ilusões, Lisboa, Editora da ESJGF, 2015.
d) António Naïf (2015), «Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de canções», Lisboa, Editora da ESJGF.

O que corresponde ao discurso direto «— Deus, faz-me cair aqui um raio em cima deste estúpido exercício de gramática — suplicou o aluno que não tinha estudado.» é o discurso indireto
a) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe faça cair aí um raio em cima do estúpido exercício de gramática.
b) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus para lhe fazer cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.
c) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe faça cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.
d) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe fizesse cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.

Lê as partes 3 e 4 de «A chama obstinada da sorte» (pp. 266-267; p. 269). Depois, completa a tabela (que prossegue a comparação entre conto, de Sepúlveda, e filme, de Scola).

«A chama obstinada da sorte»
Feios, Porcos e Maus
Tempo
Uma narrativa tem de representar o tempo da história (o tempo cronológico) numa extensão medida em linhas e páginas, o tempo do discurso. O discurso pode condensar o tempo da história, pode omitir partes da diegese, pode também ampliar pequenos momentos. Por vezes, também se altera a ordem da sua apresentação (analepses, prolepses).
Na «Chama», a narração começa e acaba na mesma viagem anual e, no entanto, ao longo do curto conto, recuamos a todo um passado de décadas. Na parte 3, a pretexto da história que o velho reconta ao cão, ficamos a saber os azares dos anos seguintes à descoberta do tesouro (ll. 29-39) e, depois (ll. 40-85), a estratégia que o velho engendrara.
As linhas 1-___ da parte 4 ainda continuam esta analepse (produzida pelo diálogo do velho ou pelo narrador em modo de focalização ____). É na linha seguinte que retomamos o presente.
Tempo da história (ou cronológico)e tempo do discurso, em matéria de ordem coincidem. Não há propriamente ___ nem prolepses, embora, nos diálogos das personagens ou nos monólogos de Giacinto, breves alusões a circunstâncias anteriores ajudem a esclarecer o passado. A ação parece concentrada em poucos dias. No entanto, percebemos que há elipses e sumários (a diegese — a história — corresponde a mais tempo do que as duas horas que demora o filme — o ___). No final, haverá mesmo um dado que permite perceber-se que se passou até bastante tempo.
Caracterização direta / indireta
O retrato psicológico do velho decorre do que diz e ____ (e não de alguma explicação, de alguma definição, que o narrador avançasse): é, portanto, uma caracterização ___.
Como quase sempre nos filmes, a caracterização é sobretudo ___, embora as observações de Giacinto acerca das outras personagens — ou, por exemplo, de todos sobre Tomasina — constituam momentos de caracterização ___.
Desenlace
O desfecho da ação corresponderá mais às ll. 18-19 da parte 4 do que aos últimos cinco parágrafos. Nas ll. 20-33, o que se conta é apenas a confirmação do que ficara desvendado com o sexto período a contar do fim. Quanto a estas ll. 18-19, temos de assinalar que concorre decisivamente para o desenlace um ___ de cão.
Depois, regressa-se ao presente da viagem, concluindo-se o texto com o regresso à cabana, mas ficando anunciada a ___ cíclica das mesmas ações.
Também aqui o desfecho da ação apontará para o caráter repetitivo da vida do núcleo familiar. Haverá um primeiro esboço de desenlace que parece implicar uma mudança (o próprio espaço da cidade evoluiu, o que deveria condicionar a ação futura), mas as personagens rapidamente se acomodam ao novo contexto.
O final do filme parece recuperar, retomar, a cena inicial, mas vai haver uma única e significativa diferença.
Título
«A chama obstinada da sorte» alude, por um lado, à própria chama da ___ que os familiares do velho julgavam dever-se à presença dos fantasmas que o nosso herói teria alegadamente como interlocutores. Mas «chama» tem também um significado menos literal (ou mais ____): a ‘chama da sorte’ refere também o triunfo da luta do protagonista pela sua subsistência, obtido graças ao seu empenho e persistência (por isso, uma «chama ____ da sorte»).
Feios, Porcos e Maus é título que destaca a importância que tem o tipo de composição das personagens. À primeira vista, trata-se de personagens planas (quase personagens-___), previsíveis, pouco trabalhadas psicologicamente (por oposição a personagens ___, que seriam mais densas, mais complexas). No entanto, talvez haja um propósito crítico e o título deva ser percebido como ironia. As personagens serão planas mas só para quem as queira ver apenas como feias, porcas e más.
TPC — Volto a lembrar que aqueles a quem devolvi comentários de canções devem agora enviar-mos de novo já com as correções lançadas.

Aproveito para recordar que está quase a fechar-se o prazo para entrega de textos para o CONCURSO LITERÁRIO JOSÉ GOMES FERREIRA 2015 // REGULAMENTO // Art. 1.º — O concurso está aberto a todos os alunos, professores, encarregados de educação e funcionários do Agrupamento de Escolas de Benfica, dividindo-se em quatro escalões: Escalão A: alunos do 2.º ciclo do Ensino Básico; Escalão B: alunos do 3.º ciclo do Ensino Básico; Escalão C: alunos do Ensino Secundário; Escalão D: Professores, Funcionários e Encarregados de Educação. // Art. 2.º — O concurso apresenta três modalidades: poesia, conto e teatro. // Art. 3.° — O tema é livre. // Art. 4.º — Os textos terão de ser originais, dactilografado em fonte Arial 12, a dois espaços, não ultrapassando 5 páginas, assinados unicamente com pseudónimo. // Art. 5.º — Os textos deverão ser entregues no CRE da escola que o aluno frequenta até 5 de Junho de 2015. // Art. 6.º — Os candidatos deverão: (i) entregar 2 exemplares do texto em envelope fechado com a indicação do pseudónimo e do escalão a que concorrem; (ii) preencher, no CRE, uma Ficha de Identificação, no momento da entrega.

Aula 127-128 (4 [8.ª], 5/jun [5.ª]; nas restantes turmas esta aula já não terá lugar) Visionamento de documentário em torno de José Luís Peixoto, para responder a questionário sobre o mesmo.

Acabámos de ver um documentário sobre José Luís Peixoto, o autor das crónicas «Quero» (pp. 76-77), lida há meses, e «O Conto» (p. 237), que conhecemos há dias.
À esquerda de cada parágrafo — olhando do lugar onde estás, a esquerda corresponde ao lado das janelas —, escreve V(verdadeiro) ou F(also).

José Luís Peixoto começou a publicar cerca dos catorze ou quinze anos, no suplemento escolar do Público.
Fernando Pinto do Amaral, professor universitário, integrava o júri que, num concurso do Clube de Artes e Ideias, premiou Morreste-me.
José Eduardo Água-do-Luso integrava o mesmo júri.
Morreste-me não fora concebido como obra autónoma.
José Luís Peixoto é ribatejano, da vila de Galveias.
Morreste-me trata da experiência de um jovem após a morte do pai.
A primeira edição de Morreste-me teve seiscentos exemplares, que o autor ia levando à Feira do Livro em grupos de cem.
Foi um amante que recomendou José Luís Peixoto a Maria do Rosário Pedreira.
Fernando Pinto do Amaral gosta de romances históricos, como actualmente boa parte do público, mas valoriza mais o estilo inovador de Peixoto.
Maria do Rosário Pedreira cita como autores a seguir, além de Peixoto, Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Pais.
Os livros de Peixoto, segundo Rosário Pedreira, têm ingredientes significativos da identidade portuguesa.
Nenhum olhar é outra obra de Peixoto.
Peixoto recebeu o prémio António Lobo Antunes.
No documentário cita-se um passo de Cemitério de Pianos, romance de Peixoto em torno da figura que dá o nome ao estádio do Futebol Benfica.
A obra de José Luís vive mais do enredo do que da linguagem.

A propósito da leitura de «Um segredo» (p. 238), resposta a oficina de escrita na p. 239.

TPC — De novo recordo que está quase a fechar-se o prazo para entrega de textos para o prestigiado Concurso Literário José Gomes Ferreira (poesia; prosa; teatro).
[Finalistas da LE:] — Prepara leitura expressiva do soneto «Com mãos se faz a paz se faz a guerra», de Manuel Alegre (p. 240); [Finalistas da LC:] — Prepara leitura expressiva do poema «O nosso mundo é este…», de José Gomes Ferreira (p. 210).


Aula 129-130 (8 [1.ª], 11 [8.ª, 12.ª], 12 [5.ª, 7.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação). Finais das duas ligas de leitura em voz alta.
Assistência a trechos de Feios, Porcos e Maus (e conversas sobre avaliação).
Sugestão para férias — A obra de leitura integral do 11.º ano que não está no manual é Os Maias . Vale a pena tê-la à mão ou começar mesmo a lê-la. Já os textos do Padre António Vieira (Sermão de Santo António aos Peixes) e de Almeida Garrett (Frei Luís de Sousa) estão reproduzidos no manual.