Aulas (3.º período: 95-130)
Aula 85-86
bis (nas turmas 5.ª, 8.ª
e 12.ª, esta aula já tinha sido feita no 2.º período, a 5 [8.ª, 5.ª] e
9/mar [12.ª]; nas turmas 1.ª e 7.ª a aula fez-se agora, a 8/abr) [Ver Aulas do2.º período, 2.ª parte.]
Aula 95-96 (8 [8.ª], 9 [5.ª, 12.ª], 10 [7.ª],
13/abr [1.ª]) Correção de parte do questionário de gramática do 2.º período (ver Apresentação).
A
p. 22 do manual trata de livros (e, sobretudo, das suas
partes). Respondendo à pergunta 1.1, faz corresponder os termos (1-23) a cada
uma das descrições (a-w).
1. __ Lombada
2. __ Prefácio
3. __ Portada, página de rosto [frontispício]
4. __ Sinopse
5. __ Bibliófilo
6. __ Índice
7. __ Opúsculo
8. __ Capa
9. __ Prontuário
10. __ Adenda ou apêndice
11. __ Bibliografia
12. __ Manual
13. __ Contraportada
14. __ Posfácio
15. __ Contracapa
16. __ Glossário
17. __ Pilha
18. __ Biblioteca
19. __ Orelhas, abas ou badanas
20. __ Cólofon ou colofão
21. __ Epígrafe
22. __ Dedicatória
23. __ Dicionário
A
maioria destes termos integra o chamado paratexto (vê a definição na p.
332). O paratexto é o que num livro
não é o texto (principal) propriamente dito. Inclui categorias que são da
responsabilidade do autor (título, dedicatórias, epígrafes) e outras que são da responsabilidade do editor (capa, contracapa, orelhas, sobrecapa, cintas). Há ainda prefácio
ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações, que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da
do editor.
Para
darmos esta matéria, verificarás as partes do livro que te calhar, completando
o que se segue (preenchendo as linhas e circundando as alternativas dentro das
chavetas):
Capa
A capa,
além de autor, título, editora (____; ____; ____), tem mais algum dizer? {Coleção
/ Frase publicitária / Número da edição / ______} Que surge como ilustração da
capa? _____. Quem é o autor da capa? _____ {procura na ficha, que deverá estar
numa das páginas pares mas não numeradas antes do frontispício}.
A lombada
tem título, autor, editora e logotipo? {circunda o que não haja}. Algum desses
dizeres está abreviado (comparado com o que se encontra na capa)? ____ Há mais
algum elemento? _____.
Há texto na contracapa?
{Sim / Não}. Se há, a que corresponde essa parte escrita? {A uma espécie de
sinopse / A uma biobibliografia do autor / A pequenas transcrições de críticas
saídas nos jornais / A informações sobre a colecção / A ___}.
O livro tem badanas
(orelhas)? {Sim / Não}. Há texto nas
badanas? {Não / Sim, só numa delas / Sim, em ambas}. O que esteja
escrito é {notícia biobibliográfica sobre o autor / elenco de outros livros da
colecção / lista dos livros do mesmo autor / sinopse do livro / ___}.
Folhas
Páginas
não numeradas ímpares (pp. [1], [3], [5]), de rosto, portanto
O livro tem uma guarda (folha em branco, logo a seguir à capa)? {Sim / Não}.
Há anterrosto
(página que terá só o título, talvez até abreviado)? {Sim / Não}.
Há frontispício (ou portada,
ou página de rosto), que contém
{autor / título / tradução / editora / ____}. (Nota que é por esta página que
se faz a referência bibliográfica.)
Páginas
não numeradas pares ([2], [4], [6]), de verso, portanto
Qual das páginas tem a ficha técnica? {O verso do anterrosto /
A contraportada}.
Que elementos são úteis nessa ficha? {título
original / depósito legal / data da edição / tipografia / capista / revisor /
paginação / ___ /___}.
Páginas
que se seguem ao frontispício (mas antes do texto propriamente dito)
Dedicatória? {Não tem / Tem, a _____}.
Epígrafe (citação, máxima)? {Não
/ Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor /
_____}.
Sumário ou Índice? {Não / Sim}.
Prefácio {Não / Sim, por ______}.
Há alguma
outra secção? {Não / Sim, _____}.
Páginas do
texto principal
Há no cabeçalho algum dizer? {Não / Sim, nas
páginas ímpares vem o título corrente
(o título do livro, talvez abreviado) / e, nas pares, o nome do autor} / Sim,
nas páginas ímpares, _____; nas pares, ____}.
Há notas
de rodapé (pé-de-página)? {Não /
Sim, do autor / tradutor / editor}.
Páginas
depois do texto principal
Posfácio? {Não / Sim, pelo autor
/ Sim, por _____}.
Bibliografia? {Não / Sim, e
reporta-se às obras _____}.
Há um índice
(geral) no fim? {Sim / Não} Há também índice {toponímico (lugares) / onomástico
(nomes) / remissivo (ou ideográfico)
/ ____}.
Há lista
de ilustrações? {Não / Sim, na p. ____}.
Na última folha há colofão (ou colofon: «Este livro foi impresso em ...»)? {Sim / Não}.
Pensa
numa obra (que inventarás). Tanto pode ser biografia ou autobiografia, como
coletânea de crónicas, livro de viagens, correspondência entre dois famosos,
romance, antologia de contos, ensaio, etc., mas sempre de autor por ti criado.
Desse
livro inexistente escreverás o seguinte paratexto. (Centra-te nos elementos desta primeira primeira
página; duvido que haja tempo para os últimos itens no verso da folha.)
Anterrosto:
.....
Frontispício (página
de rosto ou portada) {Separa os diversos elementos por barras}:
.....
Dedicatória:
....
Texto
para contracapa:
.....
Curta
biografia do autor para badanas (orelhas):
....
Lista
de obras da mesma coleção (para orelhas
ou para páginas finais):
.....
Índice (bastarão cerca de sete entradas;
dispenso a indicação das páginas):
.....
Título
do prefácio / Autor do prefácio:
.....
Primeiras
linhas do prefácio:
.....
TPC — Completa, melhora, o paratexto que
estiveste a criar.
Aula 97-98 (9 [8.ª], 10 [5.ª] 13 [12.ª], 15/abr [1.ª, 7.ª]) Sobre recomeço (o que já demos e o que ainda vamos dar). (Ver Apresentação.)
Recursos
estilísticos
A
tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo»
(série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?»
(Zé Carlos), arrumadas segundo a
classificação em «Recursos estilísticos» (manual, pp. 333-335).
Completa
as definições. Deixei ficar algumas
figuras de estilo que não surgem nos sketches.
Nuns casos, exemplifico-as com frases de filme que veremos depois; nos restantes,
criarás tu uma abonação (podes aproveitar ainda o contexto ‘Jesus e
apóstolos’).
Figura
|
Exemplo (nos sketches ou a criares agora)
|
Definição
simplificada
|
Figuras
de sintaxe
|
||
Anáfora
|
«Deus é grande; Deus é pai; Deus é amor; Deus
castiga; Deus abençoa; Deus é...»
|
Repetição de palavra ou expressão no ___ de
versos ou frases.
|
Assíndeto
|
Coordenação
de elementos sucessivos sem uso da conjunção.
|
|
Elipse
|
[Não há propriamente elipse; mas, por
brincadeira, no sketch assume-se que
o silêncio de Manuela Ferreira Leite é uma elipse.]
|
Omissão
de uma palavra que se subentende facilmente.
|
Enumeração
|
Apresentação
sucessiva de elementos (em princípio, da mesma classe gramatical).
|
|
Hipérbato
|
«Eu a salvação trago para vós, que pecados
cometeis; porém, não para os néscios que os mandamentos de Deus não
respeitam. Comigo vinde.»
|
Alteração da ____ mais habitual das palavras.
|
Polissíndeto
|
Repetição
dos elementos de ___ entre palavras ou frases coordenadas.
|
|
Figuras
fónicas
|
||
Aliteração
|
«Deus destapa o demónio e dá a doce dádiva do
dom divino aos diabéticos da Dalmácia que se depilam junto ao
desumidificador, enquanto se divertem com dados. E diz um Dai-li, dai-li,
dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dô, papagaio voa.»
|
___ de sons ___ seme-lhantes.
|
Onomatopeia
|
«Eu caminho sobre as águas — chlap-chlap-chlap
— e, nisto, passa uma manada de búfalos — catapum, catapum, catapum —, os
pecadores choram — chuífe, chuífe.»
|
____ de sons ___. [cfr. p. 336]
|
Figuras
de semântica ou de pensamento
|
||
Alegoria
|
[Parábola do semeador.]
|
Expressão
de noções _____ através de um episódio concreto.
|
Antítese
|
«de olhos gélidos radiantes» [Uivo]
|
____
entre dois elementos ou ideias.
|
Apóstrofe (ou Invocação)
|
Interpelação
a alguém ou a alguma coisa personificada.
|
|
Eufemismo
|
[«Seis meses», por ‘sessenta anos’.]
|
Transmissão de uma ideia de forma _____, menos
desagradável.
|
Gradação
|
«Esfomeados, histéricos, nus» [Uivo]
|
Apresentação de palavras por ____ crescente ou
decrescente.
|
Hipálage
|
«Não pode ser a comunicação social a selecionar
as notícias que transmite [...]» (no sketch
assume-se como hipálage o facto de «comunicação social» não ser a verdadeira
entidade responsável, o que não constituirá exatamente uma hipálage).
|
Transferência
para um dado objeto da qualidade que se quer atribuir a outrem.
|
Hipérbole
|
«Os pecadores serão castigados e arderão em
montanhas de labaredas e milhões de abutres, dos grandes, virão debicar a
carne putrefacta dos pecadores, à bruta.»
|
Expressão ____.
|
Ironia
|
«O Diabo é muit[a] porreiro. Confiai no Diabo,
confiai, que ides por bom caminho. Não rezeis que não é preciso.»
|
Uso de palavras com significado _____ daquele
que se quer inculcar.
|
Metáfora
|
«Montanhas de labaredas.»
|
Designação de objeto por palavras de outra _____
lexical (permitindo uma associação por analogia).
|
Metonímia
|
«Só está a contribuir para o combate ao
desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde.»
|
Designação de uma realidade apenas por uma sua
_____.
|
Perífrase (ou Circunlóquio)
|
[Uso de uma expressão longa que corresponderia
afinal a um simples «façam o que eu digo»]
|
Dizer por muitas _____ o que poderia ser dito
em ____.
|
Sinestesia
|
«a contemplar jazz» [Uivo];
«que comeram fogo em hotéis de tinta» [Uivo]
|
Mistura de ______ captadas por órgãos
sensoriais diferentes.
|
TPC — [Lembro que há trabalho em curso, a
enviar até final da segunda semana do 3.º período. Por favor, evitar partes
gagas como ‘tive um problema no computador’, ‘não o consigo enviar mas o
trabalho está feito’, ‘enviei de certeza e até posso mostrar o meu mail’, além
do já clássico envio ainda em formato de projeto. Não deixes de ler as
instruções da tarefa.]
Aula
99-100 (15 [8.ª], 16
[5.ª, 12.ª], 17 [7.ª], 20/abr [1.ª]) Compara os dois regulamentos na tabela (o
da p. 62 do manual e o do verso desta folha), preenchendo as quadrículas vagas:
Prémio Pessoa 2008
|
Concurso Literário José Gomes Ferreira
2015
|
|
destinatários
|
alunos,
professores, encarregados de educação e funcionários do AEB
|
|
área
|
arte,
literatura, ciência
|
|
objeto
do concurso
|
toda
a obra passada do candidato
|
|
apresentação
das candidaturas
|
presencial
(no CRE da sua escola)
|
|
prazo
das candidaturas
|
5
de junho de 2015
|
|
processo
da candidatura
|
entrega
de dois exemplares do trabalho (com pseudónimo e indicação de escalão) e preenchimento
de identificação (chave do pseudónimo, nomeadamente)
|
|
constituição
do júri
|
personalidades
a convidar pelo jornal
|
|
prerrogativas
do júri
|
escolha
de alguém que não esteja entre os candidatos; excecionalmente, atribuição do
prémio a duas personalidades, dividindo-o
|
|
informação
pública dos resultados
|
não explicitado
|
|
prémio
|
não explicitado
|
Resolve
o ponto 7 da p. 63:
A «Os originais que
integrem essa documentação não serão devolvidos» | ____
B «Quem pode participar?»
| ____
C «Espero que ganhes o
prémio!» | ____
D «Não esperes mais, concorre!»
| ____
Depois
de assistires ao sketch «No chão,
não: no velhão!» (série Lopes da Silva), lerás o poema «Velho» (p. 209), letra
de uma canção de Mafalda Veiga.
Escreve
um comentário (de cem a cento e vinte palavras) em que estabeleças alguma
analogia entre os dois textos. Sobretudo no caso do sketch, não te iludas com a interpretação literal: parece-me óbvio
que a «publicidade institucional» aí feita tem intenção irónica (e, portanto, a
haver alguma mensagem no sketch, ela
irá até em sentido contrário do aparentemente afirmado ao longo do sketch).
Faz
de maneira a que haja, pelo menos, uma ou duas curtas transcrições do texto de
Mafalda Veiga (entre parênteses e entre aspas).
Tanto o sketch
dos Gato Fedorento como a canção de Mafalda Veiga abordam ...
Reformula
as primeiras estrofes do poema de Mafalda Veiga, reescrevendo o texto agora sob
o título «Jovem» e, naturalmente, criando versos «antónimos» dos da cantora.
Jovem
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
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________________
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________________
Completa:
Frases da
parte de Uivo que veremos hoje
|
Figura de
estilo
|
«a sopa de massinhas do tempo»
|
|
«que provaram as pássaras de um milhão de
catraias»
|
|
«para verificar se eu tenho uma visão ou se tu
tinhas uma visão ou se ele tinha uma visão para descobrir a Eternidade»
|
|
«Denver tem saudades dos seus heróis»
|
metonímia
|
«o cabelo da alma iluminou-se»
|
TPC — Lê o verbete sobre
regulamentos (p. 37). Relanceia o «Regulamento do Clube de Rádio Escolar» (pp.
38-39), para lhe acrescentar três artigos (inseridos em qualquer ponto dos
actuais trinta). Esses novos artigos seguirão a redação esperável num
regulamento, mas, com mais ou menos subtileza, serão risivelmente absurdos (ou
surpreendentes, ou ridículos).
Aula
101-102 (16 [8.ª], 17
[5.ª] 20 [12.ª], 22/abr [1.ª, 7.ª]) Estudaremos hoje os Processos irregulares de formação
de palavras
Além
dos processos morfológicos de formação
de palavras, arrumáveis grosso modo
em derivação e composição (p. 298) — que já conhecerás mas que reveremos um dia
destes —, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os
chamados «processos irregulares» («neológicos» ou «de inovação lexical»), que é
menos seguro tenham sido muito abordadas no 3.º ciclo.
Vamos,
portanto, até à p. 316. Vê as sete definições, e respetivos exemplos, no ponto
2, «Processos irregulares de formação de
palavras». (Acrescentarei eu a cunhagem,
a criação de palavras por pura invenção, a partir do nada.) Depois lança no quadro
as palavras seguintes (cada quadrícula ficará com uma, duas ou três palavras).
navegar (na net)
coaxar
tiquetaque
nega (‘nota negativa’)
ESJGF
pizza
ovni
portunhol
CEE
scanear
otorrino
besidróglio
chumbo (‘reprovação’)
zoo
CRE
motel
Processos de neologia
|
Exemplos
|
Extensão semântica
|
|
Empréstimo
|
|
Amálgama (ou palavra
entrecruzada)
|
|
Sigla
|
|
Acrónimo
|
|
Onomatopeia
|
|
Truncação (ou redução)
|
|
Cunhagem
|
Depois
de vermos «Novo dicionário» (série Barbosa), preenche a coluna ‘classe’ e as
lacunas do texto que se segue.
Neologismo
|
Significado
|
Classe
|
Abonação
|
feni
|
‘irritado
por causa da meia que resvalou para debaixo do calcanhar’
|
«Eu
hoje estou completamente feni»
|
|
poete
[poe:te]
|
‘frustrado
por não ter encontrado leite no frigorífico’
|
«Fiquei
mesmo poete»
|
|
[não consigo grafar]
|
‘frustrado
por não ter encontrado sumo no frigorífico’
|
adjetivo
|
«Agora
é que eu fiquei mesmo [?]»
|
brenaca
|
‘[algum
sítio feio]’
|
«Vá
para o brenaca»
|
|
baúte
|
[também não convém definir]
|
«Pegue
no baúte e enfie-o no aúba»
|
|
aúba
|
As
palavras propostas por Juvenal Barbosa aproveitam pouco o léxico já existente.
Poderiam esses neologismos seguir os processos descritos na p. 316 do manual,
mas isso não acontece. O Dr. Juvenal usa sobretudo a cunhagem, um processo
também de neologia, mas bastante raro. Ainda por cima, as palavras cunhadas costumam ser criadas segundo
os padrões da língua em que se vão integrar, o que não sucede com duas das
palavras de Juvenal (a que nem conseguimos grafar e a que tem um alongamento
numa das vogais).
Se houvesse em outras línguas palavras tão
específicas como pretende, o linguista-afinal-físico-químico poderia
importá-las (seriam _______, mais ou menos adaptados ao padrão português — e,
na fase em que estivessem a ser introduzidos, chamar-lhes-íamos, quase pejorativamente,
______).
Se preferisse as _______ — designadas também palavras entrecruzadas —, Juvenal
poderia juntar o início de «irritação» e o final de «peúgo», formando o
adjetivo «______», que serviria para ‘irritado com as meias que descaem no
calcanhar’.
Para o impropério com que termina o diálogo —
«Vai para o brenaca» — era aceitável um _____ ou uma ______ (às vezes,
eufemística e ironicamente substituem-se as ordinarices por iniciais).
Uma das criações de Juvenal,
o adjetivo correspondente à frustração por não haver sumo no frigorífico,
talvez se possa considerar uma _______, na medida em que parece basear-se num
som ligado à surpresa desagradável de não haver o que se procura.
Poderia ainda Juvenal ter
recorrido à ______ (passamos a usar uma palavra num contexto tão diferente do
original, que, na verdade, se trata também de um neologismo). «Estou ______ {pensa tu num adjetivo}» inclui um adjetivo
que, por metáfora, daria satisfatoriamente a noção de ‘estar frustrado por não
encontrar leite’.
Vai
até à p. 227. O poema de Saramago pretende ridicularizar certos textos de
lírica amorosa. Os ingredientes da receita para fazer um amor de poeta seriam
os lugares-comuns que costumam aparecer na má poesia amorosa: «um poeta não
cansado», «uma nuvem de sonho», «uma flor», «[três gotas de] tristeza», «um tom
dourado», «uma veia sangrando de pavor», «a luz de um corpo de mulher», «[uma
pitada de] morte».
Esta
abordagem em formato de receita (segundo o tipo textual instrucional, no fim de
contas) inspira-se no que já tinham feito outros escritores. Repara, em baixo,
no texto de Reinaldo Ferreira, menos irónico mas fortemente crítico.
Receita para fazer um
herói
Tome-se um homem,
Feito de nada, como
nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a
carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda,
irracional,
Intensa como o ódio
ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão,
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Reinaldo Ferreira, Poemas
Plasmado
sobre um dos poemas (quase com a sua estrutura sintática) escreve um texto
poético cujo título seja
Receita para _________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
Frases da
parte de Uivo que veremos hoje
|
Figura de estilo
|
«[Moloch] cujos olhos são mil janelas cegas»
|
|
«cujo amor é pedra e petróleo sem fim»
|
|
«ficaram apenas com a sua insanidade e as suas
mãos e um júri anulado»
|
|
«a quem foi dado um vazio concreto de
insulina, Metrazol, eletricidade, hidroterapia, psicoterapia, terapia
ocupacional, pingue-pongue e amnésia»
|
|
«cujas fábricas sonham e morrem no nevoeiro»
|
TPC — Resolve, ou estuda, as pp. 42-44 do Caderno de Atividades. Lê as páginassobre ‘Processos irregulares de formação de palavras’ também reproduzidas em GdN.
Aula 103-104 (22 [8.ª], 23 [5.ª, 12.ª], 24 [7.ª], 27/abr
[1.ª]) O sketch «Encorning» (série
Fonseca) ridiculariza um hábito que encontramos nas profissões em que convém
parecer muito atualizado: o uso despropositado de palavras inglesas. Por vezes,
o anglicismo é mesmo necessário para
referir conceitos para que não há equivalente em português; mas, em muitos outros
casos, usa-se o estrangeirismo
apenas para conferir ao que se diz uma aparência de modernidade.
O ridículo da situação vem destas características:
(i) exagero do número
de anglicismos proferidos em todas as falas;
(ii) a partir de certa altura, as personagens,
passarem a dizer supostos estrangeirismos (constituídos por palavra portuguesa
+ ing);
(iii) num momento quase final, essas falsas
palavras inglesas serem derivadas a partir de palavras portuguesas de nível
popular (+ sufixo inglês -ing).
Depois de veres o sketch, entre as palavras que transcrevi na tabela, distingue:
(1) anglicismos
propriamente ditos;
(2) falsos
anglicismos, criados a partir de palavras portuguesas de nível corrente;
(3) falsos
anglicismos, inventados a partir de palavras portuguesas de nível popular.
anglicismo
|
tradução / palavra verdadeira
|
|
downsizing
|
1
|
abaixamento
|
merchandising
|
promoção
|
|
factoring
|
cobrança de créditos por intermediário
|
|
outsourcing
|
subcontratação externa
|
|
holding
|
sociedade gestora de participações sociais
|
|
benchmarking
|
avaliação relativamente à concorrência
|
|
marketing
|
mercadologia
|
|
leasing
|
aluguer de bens
|
|
renting
|
aluguer
|
|
upgrading
|
atualização
|
|
networking
|
ligação em rede
|
|
[outsourcing]
|
subcontratação externa
|
|
encorning
|
||
despeding
|
||
viding
|
||
raspaneting
|
||
preguicing
|
||
desautorizing
|
||
respeiting
|
||
retracting
|
2
|
retra[c]tar ('desdizer')
|
sarilhing
|
||
encorning
|
||
aldrabing
|
||
lixating
|
||
enxerting
|
||
larguing
|
||
desculping
|
||
melhoring
|
||
geraling
|
||
filhodaputing
|
3
|
filho da puta
|
Algumas das palavras que integrámos no tipo 1 podem
considerar-se já verdadeiros empréstimos
(mais do que estrangeirismos temporários). Se admitíssemos o critério de
os empréstimos já estarem dicionarizados e os estrangeirismos não, diríamos serem
ainda meros estrangeirismos _____, _____, _____, já que encontro as outras
palavras no Grande Dicionário Língua
Portuguesa (Porto Editora).
O protagonista de «Polícia que se quer vestir de
mulher» (série Fonseca) usa alguns empréstimos e estrangeirismos. São, em
geral, palavras relacionadas com a moda.
Põe nas duas primeiras colunas a tradução ou o
empréstimo que ouviste. Na terceira coluna, decide entre «anglicismo» ou, se a
palavra vier do francês, «galicismo».
Por fim, à esquerda da primeira coluna, ordena
(1-6) as palavras segundo o grau de integração no português (de empréstimo
quase já não reconhecível como tal — e, claro, dicionarizado há muito — até ao
estrangeirismo raramente ouvido).
Empréstimo / Estrangeirismo
|
Significado / Tradução
|
Origem | étimo
|
tailleur
|
___________
|
galicismo | tailleur
|
chapéu com abas
largas e leves
|
______ | capeline + «chapelina»
|
|
cosméticos
aplicados para embelezar
|
______ | maquillage
|
|
____________
|
anglicismo | gloss
|
|
mulher ordinária,
promíscua
|
______ | slut
|
|
espécie de «cachecol»
largo
|
______| écharpe
|
Relativamente
às palavras ou expressões em «Indivíduo que é javardola, menos quando fala
francês» (Lopes da Silva), adivinha se estão dicionarizadas e, nesse caso, dá
palpite sobre as grafias com que a palavra foi registada em dois dicionários (o
português Grande Dicionário Língua
Portuguesa e a edição brasileira do Dicionário
Houaiss).
GDLP (Porto Ed.)
|
Houaiss brasileiro
|
étimo
|
|
Galicismos
(francesismos)
|
Ø
|
partenaire
|
|
lingerie
|
lingerie
|
||
soutien-gorge / sutiã
|
soutien-gorge
|
||
réveillon
|
réveillon
|
||
champanhe
|
champagne
|
||
chantilly
/
chantili
|
chantilly
|
||
marquise
|
marquise
|
||
croissant
|
croissant
|
||
roulotte / rulote
|
roulotte
|
||
tricô
|
tricot
|
||
ménage à
trois
|
ménage à trois
|
||
Anglicismos;
termos
ingleses
|
timing
|
timing
|
|
feedback
|
feedback
|
||
OK
|
o.k.
|
o.k. (oll korrect)
|
|
Ø
|
boxer shorts
|
||
Ø
|
[Manchester United]
|
||
Ø
|
[Bobby Charlton]
|
Na
p. 35, relanceia o «Contrato de trabalho a termo certo». Aproveitando-o como
guia — quase como uma espécie de formulário —, escreve um contrato relativo a
uma destas situações:
contratação de um dado animal para fazer
figuração num filme (contrato seria estabelecido entre o dono do animal e uma
empresa de audiovisuais);
contratação de um artista (ator, cantor, etc.)
para um dado espetáculo de televisão;
contratação para algum serviço (ascensorista,
porteiro, etc.) num dado hotel;
contratação para posar para um pintor ou para
posar numa escola de Belas-Artes;
contratação de precetora para educar e
acompanhar uma criança difícil;
contratação de indivíduo para serviços de
segurança de ... ;
[qualquer outra contratação suscetível de
contrato a termo certo].
Relativamente
ao contrato no manual, haverá diferenças grandes nas identificações (1 e 2). Em
cada uma das cláusulas primeira a sétima, só se manterão talvez as cinco
primeiras palavras. A cláusula oitava
deve manter-se toda. Localidade, data e assinaturas também serão novas.
O
contrato deve ser verosímil, adotar a linguagem formal adequada a este tipo de
textos, mas não são proibidos subtis exageros, ligeiras absurdidades, etc.
.....
Trechos
em Uivo
|
Recursos
estilísticos
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Ó legiões magras, corram lá para fora
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Ó choque misericordioso de estradas ornado, a
guerra eterna chegou
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Ó vitória, esquece as tuas ceroulas
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Estou
contigo em Rockland, onde irás cindir os céus... / Estou contigo em Rockland,
onde os vinte... / Estou contigo em Rockland, onde achamos e beijamos... /
Estou contigo em Rockland, onde acordamos eletrificados...
|
TPC — Conclui (e melhora) o contrato já tão adiantado
em aula. (Correção linguística e gráfica será praticamente o único critério da
apreciação destes textos.)
Aula
105-106 (23 [8.ª], 24
[5.ª] 27 [12.ª], 29/abr [1.ª, 7.ª]) Dá um relance ao texto informativo sobre
resumo nas pp. 290-291 (vê sobretudo o enquadrado da p. 290). Resume depois «A
presença dos livros» (p. 13), crónica de Guilherme de Oliveira Martins. Não
havendo outra indicação — diz-se no texto explicativo que relanceaste —, o
resumo contrairá o texto-fonte para cerca de um terço ou um quarto. Mantêm-se
enunciador, tempos, modos, sequência; evitam-se transcrições próximas.
[1.º
parágrafo]
Gosto das casas com muitos
livros, cuja presença considero imprescindível a um ambiente hospitaleiro. É um
grande prazer .......... . Porém, ........... .
[2.º
parágrafo]
As minhas mais antigas recordações ..... .
[3.º
parágrafo]
...... .
[4.º
parágrafo]
...... .
Ponho
a seguir os começos de várias das obras narrativas a que aludia Guilherme de Oliveira Martins no
final da sua crónica (uso traduções, no caso das não portuguesas). Adivinha as
correspondências, escrevendo à esquerda dos trechos o título da obra que
iniciam. Depois, ao mesmo estilo de cada passo, cria o par de linhas que se lhe
seguiria.
Homero, Odisseia
Homero, Ilíada
Vergílio, Eneida
Jonathan Swift, As Viagens de Gulliver
Daniel Defoe, As Aventuras de Robinson Crusoe
Júlio Verne, Vinte Mil Léguas submarinas
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras
Eça de Queirós, Os Maias
Eça de Queirós, O Primo Basílio
Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que
estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:
.....
Canto as armas e o varão que nos primórdios veio
das costas de Troia para Itália [...]
.....
A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no
Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S. Francisco de Paula, e
em todo o bairro das Janelas Verdes, pela Casa do Ramalhete, ou simplesmente o
Ramalhete.
.....
Nasci em 1632, na cidade de Iorque, no seio de
uma boa família. Esta, porém, não era oriunda da terra, pois o meu pai era um
estrangeiro de Bremen que começou por se fixar em Hull.
.....
Fala-me, Musa, do homem astuto que tanto
vagueou, / depois que de Troia destruiu a cidadela sagrada.
.....
O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com
cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e
de olival.
.....
Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, [...]
.....
Espero que estejas preparado para admitir
publicamente, sempre que fores chamado a fazê-lo, que foi por grande
insistência tua que decidi autorizar a publicação de uma narrativa pouco
cuidada e incorreta das minhas viagens [...]
.....
O ano de 1866 ficou marcado por um acontecimento
estranho, um fenómeno inexplicado e inexplicável, que certamente ninguém ainda
esqueceu.
.....
Domingos José Correia Botelho de Mesquita e Meneses, fidalgo
de linhagem e um dos mais antigos solarengos de Vila Real de Trás-os-Montes,
era, em 1779, juiz de fora de Cascais, e nesse mesmo ano casara com uma dama do
paço, D. Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco [...]
.....
Trechos
em Uivo
|
Recursos
estilísticos
|
A máquina de escrever é sagrada. / O poema é
sagrado. / A voz é sagrada. / As orelhas são sagradas. / O êxtase é sagrado.
|
|
vieram lançar bombas angélicas
|
TPC — Cria as pequenas continuações dos
inícios das dez obras que identificámos em aula.
Aula
107-108 (29 [8.ª],
30/abr [5.ª, 12.ª], 4 [1.ª], 6/mai [7.ª]) Vai lendo a entrevista nas pp. 82-84 («Não queria
que fizessem de mim um bicho racional»). Em cada item circunda a melhor alínea.
Antes dos itens estão, a negro e em corpo menor, as perguntas dos entrevistadores que encimam os
trechos a que me reporto.
[«Onde estava há sete anos, antes de publicar o primeiro de 23 livros?»]
Ao responder, Gonçalo M. Tavares
preocupou-se em explicar que
a) já tinha publicado
ainda mais intensamente antes dos trinta e um anos.
b) editara livros que
não fora ele que escrevera.
c) não escrevera
todos os livros que publicara.
d) já escrevera antes
parte do que publicara.
[«Como conseguiu ter tal intensidade criativa nesse período, entre os 20
e os 30 anos, uma idade ainda muito verde?»]
Foi importante para a
atividade criativa de Gonçalo
M. Tavares ter lido
a) os autores da sua
geração.
b) sobretudo os
autores clássicos.
c) autores que
sobreviveram ao teste do tempo.
d) os autores
antigos.
Para o escritor,
«clássicos» são as obras
a) greco-latinas.
b) gregas.
c) importantes mesmo
que relativamente contemporâneas.
d) antigas.
A frase de Nietzsche
«o que este povo deve ter sofrido para conseguir ser tão sábio»
a) é irónica.
b) significa que o
conhecimento cultural implica esforço.
c) significa que o
exercício da arte é aborrecido.
d) significa que a
cultura é aborrecida.
[«É preciso então sofrer para ser criativo?»]
Para Gonçalo M. Tavares,
a) é ao contrário:
mais vale ter tido poucas experiências (como Pessoa, por exemplo).
b) tudo depende de
como somos capazes de aproveitar as experiências que tivemos.
c) só tendo muitas
experiências pessoais é que se pode ser bom escritor.
d) tudo depende do
tipo de experiências por que se passou.
[«Ainda assim busca alimento para a sua escrita
nalgum sítio ou circunstância específicas?»]
Os risos
correspondentes à expressão entre parênteses retos ter-se-ão devido a
a) estar o
entrevistado a referir aspeto quase doentio.
b) ser a frase
irónica (na verdade, Tavares considera-se pouco observador).
c) estarem os
entrevistadores a beber chá.
d) ter «absorvido por
mim» uma conotação um pouco brejeira.
[«Não há um cenário de predisposição?»]
Na fase de preparação
das suas obras, Gonçalo
M. Tavares
a)
estabelece um plano de modo a confrontar-se com circunstâncias em que possa
observar os outros.
b) escreve nos cafés,
o que já o aproxima das fontes de inspiração.
c) depara-se com as
suas fontes de inspiração sem o planear, já que costuma andar a pé.
d) recorre a cafés,
como aconteceu quando escreveu Água, Cocó
de Cão, Cavalo, Cabeça.
[«Isso muda muito quando está em casa a escrever ao computador?»]
Para
Tavares, o uso do computador ou a frequência de cafés correspondem,
respetivamente, a
a) observações
fragmentárias; romances e revisão de texto.
b) romances;
observações fragmentárias e revisão de texto.
c) romances e
observação fragmentárias; revisão de texto.
d) romances e revisão
de texto; observações fragmentárias.
[«Diz que quando começou a ler jogou pelo seguro e
escolheu livros que atravessaram três ou quatro gerações. Se o público tivesse
seguido essa lógica, não começaria pelo Gonçalo M. Tavares...»]
O
entrevistador faz notar um paradoxo (relacionado com uma anterior confissão do
escritor):
a)
se os outros tivessem seguido os critérios de Gonçalo M. Tavares
enquanto leitor, ele não teria sido lido.
b)
se os leitores tivessem só lido o que era bom, não teriam conhecido a escrita
de Gonçalo M. Tavares.
c)
se o público só tivesse lido as novidades, não teria lido a obra de Gonçalo M.
Tavares.
d)
se os leitores só tivessem lido o que era claramente português, não teriam lido
Gonçalo M. Tavares.
Nas suas leituras, Gonçalo M. Tavares
foi guiado
a) apenas pela regra
da novidade.
b) também por parte
da família.
c) pelo facto de os
autores serem portugueses.
d) por algumas
pessoas com quem se cruzou e o aconselharam.
[«Como se sente ao ser incluído numa nova geração de escritores?»]
O autor de Jerusalém
a) não acredita no
conceito de «geração».
b) sente orgulho por
ser considerado um dos melhores.
c) considera que os
da nova geração têm características demasiado individualizáveis.
d) julga que cada um
absorve de modo diferente.
[«Sente-se mais próximo de artistas de outras áreas do que de outros
escritores?»]
Gonçalo M. Tavares
considera que
a) já não há escolas
ou correntes literárias.
b) se identifica com
certas artes.
c) é preciso
reencontrar um adversário comum.
d) lhe interessam
mais as outras artes.
[«Mas o fascínio pelo cruzamento com outras artes é comum aos escritores
mais novos...»]
O entrevistado
responde que
a)
as atividades por outras artes a partir das suas obras não lhe interessam,
são-lhe indiferentes.
b) as atividades de
outros escritores a partir das suas obras são como estar a martelar.
c)
lhe agrada que outras artes reinterpretem as suas obras, mesmo se não considera
esses trabalhos já os seus.
d) os escritores
compreendem-se bem entre si.
Explica a natureza cómica da imagem no cimo da p.
143.
...
Passa para o discurso indireto as falas no mesmo cartoon:
O pintor disse...
O rapaz retorquiu...
Como
sucede em tantos filmes e narrativas, O
Leitor — o filme que hoje começaremos a ver — inicia-se em época mais
recente (Berlim, 1995), recuando depois ao passado, numa analepse de quase
quarenta anos (Neustadt, 1958). O pretexto para a analepse, neste caso, é um
elétrico avistado da janela.
Como
se verá, em O Leitor não faltam
citações de autores da literatura universal:
Autor
|
Obra
|
Data
|
País
|
Personagens
|
Género
|
Horácio
|
Epodos
|
30 a.C.
|
Roma
|
Poesia lírica
|
|
Safo
|
Fragmento 16
|
séc. VII a.C.
|
Grécia
|
Poesia lírica
|
|
G. E. Lessing
|
Emilia Galotti
|
1772
|
Alemanha
|
Emilia Galotti
|
Drama
|
Homero
|
Odisseia
|
séc. VIII a.C.
|
Grécia
|
Ulisses, Penélope, Telémaco
|
Poema épico
|
Mark Twain
|
Aventuras de Huckleberry Finn
|
1884
|
EUA
|
Huckleberry Finn,
Tom Sawyer
|
Novela de aventuras
|
D. H. Lawrence
|
O amante de Lady Chatterley
|
1928
|
Reino Unido
|
Constance Chatterley, Clifford
Chatterley, Oliver Mellors
|
Novela passional, psicológica
|
Hergé
|
[série de Tintin]
|
1929-...
|
Bélgica
|
Tintin, Haddock, Milou
|
BD
|
Anton Tchékhov
|
A senhora do cãozinho
|
1899
|
Rússia
|
Dimitri Gurov,
Ana Siergueievna
|
Conto
|
Lev Tolstói
|
Guerra e Paz
|
1865-1869
|
Rússia
|
Pedro Bezukov, entre muitas
|
Romance-fresco
|
TPC —Prepara a leitura em
voz alta de «O primeiro amor» (p. 162) — se estás nos oitavos de final da LC
nos jogos A, B, C, D ou integras os grupos I e II da LE — ou de «O amor» (p.
163) — se estás nos oitavos de final da LC nos jogos E, F, G, H ou integras os
grupos III e IV da LE.
Aula
109-110 (30/abr [8.ª], 4
[12.ª], 6 [1.ª], 7 [5.ª] 8/mai [7.ª]) Lê os poemas que refiro no quadro em
baixo. A cada um atribuirás um aforismo/máxima que lhe possa servir de
título-lema-divisa. Essas frases — que transcreverás com as devidas aspas —
procurá-las-ás nos livros que te tenham calhado:
Poema
|
Citação alusiva
|
«O seu santo nome» (Carlos Drummond de
Andrade), p. 219
|
|
«Para ti» (Mia Couto),
p. 226
|
|
«Paixão» (José Craveirinha), p. 226
|
|
«Poético» (Álvaro Alves de Faria), p. 229
|
Livros que te calharam {referência dos livros, apoiada, como se deve
fazer sempre, no frontispício (rosto, portada), e, em caso de falta de algum
dado, também na ficha técnica ou no colofão}:
...
...
...
Exercício
gentilmente cedido pelo manual Novo
Plural 9. Caderno de Atividades:
1. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes.
a)
Tu escreves palavras bonitas.
b)
Traz o livro.
c)
Será que me vão contar a verdade?
d)
Encontrei ontem o João.
e)
Eles veem as fotografias da viagem.
f)
Talvez já desenhe as imagens que vê.
g)
Ela explicou que tinha levantado essas questões.
h)
Põe a mesa.
i)
Faz os trabalhos de casa.
j)
Quem disse ao João a resposta?
k) Os pais dão conselhos importantes ao João.
l)
Os pais dão conselhos importantes ao João.
m)
Os pais dão conselhos importantes ao João.
n) A mãe ofereceu uma prenda ao filho.
o) A mãe ofereceu uma prenda ao filho.
p) A mãe tinha oferecido uma prenda ao filho.
2. Das frases que acabaste de construir
(com os pronomes), coloca as que abaixo se indicam, na forma negativa.
a)
________
b)
________
e)
________
h)
________
m)
________
3. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes.
a)
Ele atirará a bola.
b)
A mãe entregaria os jogos aos filhos.
c)
A professora daria uma explicação ao aluno.
d)
A mãe contará uma história ao filho.
e) A mãe contará uma história ao filho.
f)
A mãe contará uma história ao filho.
g)
Não daria aos amigos um presente.
h)
Ele dirá que valeu a pena.
Colocação de pronomes pessoais:
Normalmente, o pronome pessoal coloca-se ____ da
forma verbal.
Quando as formas verbais terminam em __, __, ou
__, estas letras desaparecem e acrescenta-se um __ aos pronomes __, a, os,
__.
Quando as formas verbais terminam em __ ou __,
acrescenta-se um __ aos pronomes __, a,
__, __.
Quando a frase é constituída por uma forma
verbal composta, o pronome é colocado _______.
Quando a frase está na negativa ou na interrogativa,
o pronome é colocado _______.
Quando se trata de uma oração subordinada, o
pronome é colocado _______.
Quando a frase se inicia com advérbios como _____,
o pronome é colocado ______.
Quando o verbo se encontra no _____ ou no ____,
os pronomes __, a, __, ___
intercalam-se na forma verbal.
TPC — Prepara a leitura em voz alta, expressiva, destes poemas: Liga dos
Campeões — jogo A, «Poética» (p.
199); B, «Conheço esse sentimento»
(220); C, «Discurso ao Príncipe de
Epaminondas, mancebo de grande futuro» (215); D, «Encontro» (223); E,
«Poético» (229); F, «O poema» (192);
G, «Para ti» (226); H, «Arte Poética com citação de
Hölderlin» (189); Liga Europa — os do grupo
I, «Monólogo» (223); os do II,
«Motivo» (212); os do III, «Cordial»
(207); os do IV, «Sísifo» (202). Entretanto,
vê em Gaveta de Nuvens as instruções
para uma tarefa — de escrita a computador — de comentário-análise de uma canção, que será para me enviar durante
esta semana ou pouco depois.
Aula
111-112 (6 [8.ª], 7 [12.ª],
8 [5.ª], 13/mai [1.ª, 7.ª]) Nas pp. 42-46 do manual aborda-se um novo tipo de
texto transacional, a declaração. Podes dar um relance ao
enquadrado na p. 42.
Na
p. 43 estão duas declarações (melhor, dois formulários para declarações). Nas
pp. 44-45, também não se trata propriamente de uma declaração, mas de um texto
político, ou mesmo jurídico. De qualquer modo, preenche as quadrículas vagas:
Declaração
A (p.
43)
|
Declaração
B (43)
|
Declaração dos Direitos
Humanos
(44-45)
|
|
Tipo de declaração
|
de
conhecimento de regulamento e veracidade de dados
|
||
Declarante
|
Organização
das Olimpíadas de Leitura
|
||
Finalidade
|
fixar
uma série de princípios, valores
|
||
[Destinatário]
|
um
público universal
|
Imaginemos a seguinte situação.
Uns anos depois da sua separação de Hanna (que,
como vimos, mudou de cidade sem o avisar), Michael Berg, agora estudante de
direito, escreve uma declaração a
atestar que Hanna Schmitz não sabia ler. Nesse texto, destinado a abonar alguém
a braços com a justiça (e, no caso em apreço, ser analfabeta seria, como
veremos, uma atenuante decisiva ou mesmo um alibi), o declarante teria de
relatar também as circunstâncias em que conhecera Hanna,
leituras que lhe fizera, indícios da sua iliteracia, etc., mas sempre num
registo de texto formal — de depoimento escrito para efeitos de um processo
judicial.
O formato e as fórmulas são as de uma declaração,
que, porém, incluirá uma parte um pouco mais narrativa, ainda que enxuta (como
convém a um texto com estes fins).
DECLARAÇÃO
.....
.....
.....
Leituras em voz alta (Liga dos Campeões, oitavos de
final)
TPC — [Lembro que já estão em Gaveta de Nuvens instruções para tepecêde comentário-análise de uma canção, que é para me ser enviado.]
Aula
113-114 (7 [8.ª], 14
[12.ª, 5.ª], 15 [7.ª], 25/mai [1.ª]) Correção possível da declaração ensaiada na última
aula:
DECLARAÇÃO
Michael Berg,
estudante de Direito na Universidade de Heidelberg, residente na Rua do Moinho,
n.º 23,2, declara estar em condições de assegurar que Hanna Schmitz, atualmente
em julgamento no tribunal de Hgytr, até há poucos anos não sabia ler.
O declarante travou
conhecimento com Hanna Schmitz na cidade de Neustad, em 1959, em circunstâncias
que recorda com saudade mas que se escusará a detalhar. O que é relevante é
ter-se então apercebido de que a Senhora Schmitz era analfabeta. Durante meses,
leu em voz alta a Hanna obras fundamentais da literatura universal, para
visível deleite desta, que, no entanto, nunca pôde prosseguir sozinha a leitura
dos livros que tanto a entusiasmavam. Em outras ocasiões, a mesma Hanna Schmitz
mostrou-se incapaz de ler textos informativos simples (uma ementa, um guia, um
caderno de apontamentos).
Acrescenta ainda o declarante
que lhe pareceu que Schmitz, por vergonha, procurava esconder a sua evidente
iliteracia.
Heidelberg, 11 de maio de 1966
(Michael Berg)
Leituras em voz alta (Liga dos Campeões; Liga
Europa)
Os
quatro poemas que se seguem foram escritos por Jorge de Sena, em 1961 («Quatro
Sonetos a Afrodite Anadiómena», Metamorfoses,
Lisboa, Moraes, 1963).
Se
excetuarmos as palavras «gramaticais» (preposições, ____, determinantes,
pronomes), há sobretudo vocábulos criados pelo poeta, ainda que seguindo os
padrões morfológicos do português (palavras _____, portanto). Também as
características de versificação esperáveis são efetivamente cumpridas, já que,
em termos de métrica, temos versos _____, e a rima das quadras é _____ e
emparelhada, enquanto que, nas duas estrofes finais dos sonetos, surgem os
esquemas rimáticos C-C-____ (para o primeiro e último poemas) e C-D-____,
C-D-____ (no segundo e terceiro sonetos).
Reconhecemos
também as classes da maioria das palavras inventadas por Sena («sussúrica» será
___; «escalca», verbo; «transcêndia», ___), bem como percebemos certas
categorias («palquitonará» há de ser uma 3.ª pessoa do singular do ____ do
Indicativo; «fissivirão», uma 3.ª pessoa do ____ do mesmo tempo; «refucarai», a
2.ª pessoa do plural do ____).
Quanto
a mim, há dois casos em que Sena decidiu mal as grafias. No terceiro soneto há
uma acentuação impossível no sistema ortográfico português: «____» nunca
poderia ter o acento gráfico que lhe foi posto, já que, mesmo sem ele, era já
uma palavra grave. Também não concordo com a grafia «____», no segundo soneto,
pois que a formação do plural implicava um «res» (compare-se: «júnior»,
«juniores»). No último soneto, torço o nariz à acentuação gráfica de «meláina»
e «Hefáistos».
I — PANDEMOS
Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!
Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!
Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por mamivornas contumai a veste!
E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantes como o pedipeste.
II — ANÓSIA
Que marinais sob tão pora luva
de esbranforida pela retinada
não dão volpúcia de imajar anteada
a que moltínea se adamenta ocuva?
Bocam dedetos calcurando a fuva
que arfala e dúpia de antegor tutada,
e que tessalta de nigrors nevada.
Vitrai, vitrai, que
estamineta cuva!
Labiliperta-se infanal a esvebe,
agluta, acedirasma, sucamina,
e maniter suavira o termidodo.
Que marinais dulcífima contebe,
ejacicasto, ejacifasto, arina!...
Que marinais, tão pora luva, todo...
III — URÂNIA
Purília amancivalva emergidanto,
imarculado e rósea, alviridente,
na azúrea juventil conquinomente
transcurva de aste o fido corpo tanto...
Tenras nadáguas que oculvivam quanto
palidiscuro, retradito e olente
é mínimo desfincta, repente,
rasga e sedente ao duro latipranto.
Adónica se esvolve na ambolia
de terso antena avante palpinado.
Fímbril, filível, viridorna, gia
em túlida mancia, vaivinado.
Transcorre uníflo e suspentreme o dia
noturno ao lia e luçardente ao cado.
IV — AMÁTIA
Timbórica, morfia, ó persefessa,
meláina, andrófona, repitimbídia,
ó basilissa, ó scótia, masturlídia,
amata cíprea, calipígea, tressa
de jardinatas nigras, pasifessa,
luni-rosácea lambidando erídia,
erínea, erítia, erótia, erânia, egídia,
eurínoma, ambológera, donlessa.
Ares, Hefáistos, Adonísio, tutos
alipigmaios, atilícios, futos
da lívia damitada, organissanta,
agonimais se esforem morituros,
necrotentavos de escancárias duros,
tantisqua abradimembra a teia canta.
TPC — (i) [só para oito alunos:] Prepara a
leitura em voz alta de um dos sonetos de Sena: os futuros intervenientes no
jogo I dos quartos de final da Liga
dos Campeões lerão «I-Pandemos»; os de J,
«II-Anósia»; os de K, «III-Urânia»; e
os de L, «IV-Amátia». (ii) Lembro
que deves enviar-me comentário-análise
de canção — não deixes de ler Instruçõespara tepecê de análise-comentário de canção. (iii) Ainda aceito o Bibliofilme (não fazer esta tarefa implicará
grande baixa da nota final do ano).
Aula
115-116 (13 [8.ª], 15
[5.ª], 21 [12.ª], 22 [7.ª]; na turma 1.ª esta aula não se realiza, sendo partes suas diluídas em outras sessões) Leituras em voz alta de sonetos de
Sena (Liga dos Campeões, quartos de final).
Vai
até à p. 237. «O conto», de José Luís Peixoto, é uma crónica em que se nos conta como o autor construiu um conto. É uma espécie de sinopse de
conto, com comentários acerca da elaboração daquela narrativa (ou suposta
narrativa, porque, na verdade, o conto que dá pretexto à crónica nem nunca terá
sido propriamente desenvolvido). Este processo de fazer resumos de obras que
não existem é muito característico de alguns escritores cujos livros aliás
participam na narrativa-crónica de Peixoto (Adolfo Bioy Casares, Julio
Cortázar, Jorge Luis Borges
— este último não aparece neste passo mas é o exemplo ideal desse género de
abordagens).
Primeiro,
lê o texto, que nos fala de um conto em que os livros, leitores, bibliotecárias
são o essencial da intriga. Depois, repara nas zonas marcadas com «(...)» — entre
o primeiro e o segundo parágrafos; e entre o segundo e o terceiro parágrafos.
Cria
os textos que poderiam estar no primeiro (a seguir a «da autoria de Adolfo Bioy
Casares.») e no segundo (após «extravagante.») destes cortes. Farás de maneira
a fazer entrar aí alusões a algum, ou alguns, dos livros que leste, ou estás a
ler, no âmbito das leituras que pedi fosses tentando fazer. Essas alusões não
terão de procurar exibir conhecimentos acerca das obras, mas não fará mal que o
façam, desde que sem exibicionismos. (Mesmo que não tenhas lido nenhuma obra,
podes sempre criar os passos que peço, porventura até aproveitando para
mencionar as tuas hesitações, gostos, mas sempre de modo conformado ao conto a
completar.)
encadernada a couro, décima quarta, de La Invención de Morel, da autoria de
Adolfo Bioy Casares.
.....
.....
O conto começa num tom
bastante tranquilo. Numa biblioteca universitária de Buenos
dos livros e a aturar as exigências dos alunos.
Nada de muito extravagante.
....
....
....
Sem grandes ideias para
títulos, decidi chamar-lhe apenas «O conto». Às vezes, a solução
Já
fora do contexto da tarefa com o «O conto», completa:
Li / Estou a ler / Na verdade, ainda não comecei
a leitura, mas vou ler {riscar o que não
interessa} ________ {autor, título [como não há itálico, sublinhas o título]},
que é um/uma ________ {autobiografia, livro de memórias, livro de viagens,
diário, narrativa na 1.ª pessoa não integrável nos géneros anteriores;
biografia; livro de crónicas, etc.}.
Um «pró» do livro lido: _________
Um «contra»: _________
Se tiveres lido outras obras desde, mais ou
menos, Dezembro, indica-as: _____
TPC — [Está a correr o prazo para comentário-análise de canção (a enviar-me)
— não deixes de ler Instruções para tepecêde análise-comentário de canção. O mesmo se diga da tarefa de Bibliofilme.]
Aula
117-118 (14 [8.ª], 21 [5.ª],
25 [12.ª], 26 [1.ª], 27/mai [7.ª]) Já demos os processos irregulares de
formação de palavras. Veremos hoje os considerados «regulares», os processos
morfológicos de formação de palavras.
Encontramos
um quadro de classificações que já conhecerás parcialmente. Vai seguindo a p.
298 do manual.
Na
derivação afixal (ou derivação por afixação), distinguimos
prefixação
|
|
sufixação
|
|
parassíntese
|
Depois,
no nosso livro, referem-se dois processos
que não envolvem afixos. No entanto, note-se que a derivação não afixal (a que se costumava chamar derivação regressiva) implica ter
havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma derivada por
afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma
também suposta palavra primitiva, que é afinal a palavra derivada
regressivamente. A conversão (ou derivação imprópria) é que nada tem a
ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa
nova classe.
conversão (derivação imprópria)
|
|
derivação não afixal
|
Na
composição, distingue-se a composição morfossintática, que implica
a associação de duas palavras (ou mais); e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou radical
e palavra.
composição morfológica
|
|
composição morfossintática
|
Distribui
pelos quadros em cima estas catorze palavras:
gajo (< gajão) entristecer alindar saca-rolhas pesca
(< pescar) socioeconómico apicultura bomba-relógio
guerrear reler incompleto um porto
(< Porto) burro
(< burro) amável
Nesta
parte final do ano, vamos ler contos, ou partes de contos. A partir
da p. 234 do manual, desenvolve-se a unidade «Conto eu», que inclui esses
trechos, bem como passos ensaísticos sobre a índole deste género do modo
narrativo. Na p. 282 há um glossário de narratologia
a que também muito recorreremos.
Entretanto,
na parte do filme O leitor que
estivemos a ver na última aula, a protagonista aprendia a ler precisamente com
um texto que é excelente exemplo da técnica dos grandes contos, «A senhora do
cãozinho», Tchékhov (ou Chekov). No filme, a tradução do título do original,
russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’, mas a mais recente tradução
portuguesa (Anton Tchékhov, Contos,
II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe Guerra, opta por
aquela solução (que me parece preferível).
O que se segue é o início de «A senhora do
cãozinho». No entanto, a alguns parágrafos foi retirado o lado direito das
linhas.
Vai lendo o conto e completando o que está em
falta, na medida do que possas adivinhar e em estilo próximo do do original.
Não acertarás em tudo (ou mesmo em nada), mas procura que as frases fiquem com
sentido e gramaticalmente correctas. Tenta também que o que fores escrevendo
não tenha extensão demasiado diferente da da parte suprimida das linhas (mas,
claro, a letra manuscrita ocupa sempre mais espaço que a impressa).
TPC — Para estudares o conteúdo explicado
hoje, vê os exercícios de «Processos morfológicos de formação de palavras», nas
pp. 24-27 do Caderno de Atividades;
também convém veres as páginas sobre o assunto tiradas de gramática e que
reproduzi aqui.
Aula
119-120 (21 [8.ª], 22
[5.ª], 28 [12.ª], 27 [1.ª], 29/mai [7.ª]) Entre as páginas 250 e 253 do manual
está o conto «Asclépio, o “Caçador de Eclipses”». Vai lendo o texto a pouco e
pouco e circundando logo a melhor alínea de cada item (creio que não há tempo
para leres primeiro todo o conto).
No título, «o “Caçador de Eclipses”» é um
a) sujeito.
b) modificador apositivo.
c) vocativo.
d) complemento direto.
O segmento «embora graduado com distinção nestes
últimos» (1-2), implica que Asclépio
a) era especialista em eclipses, mas tinha
especial certificação para os solares.
b) não conseguia acalmar a multidão, apesar de
graduado em eclipses solares.
c) não conseguia acalmar a multidão, apesar de
graduado em eclipses lunares e solares.
d) não sabia afinal assim tanto de eclipses.
O «Padre Santinho» (5) seria
a) uma ironia.
b) Deus.
c) um padre com apelido «Santinho».
d) alcunha de padre que espirrava muito.
Em «a luz de Deus, essa, decerto jamais se
apagará aos seus fiéis!» (5-6) temos uma
a) anáfora.
b) hipérbole.
c) hipálage.
d) metáfora.
«[d]a dita» (7-8) reporta-se a
a) «Letícia Catarata».
b) «a palavra».
c) «sua colega de bancada».
d) «Catarata».
«Tão rotundamente como a noite que daí a três
dias, em pleno meio-dia, engoliria a quase totalidade da luz solar» (11-12)
constitui
a) uma analepse.
b) uma prolepse.
c) uma cadeia de referência.
d) um futuro.
«o país travava-se de razões com o segundo
grande eclipse solar do século» (12-13) significa que o país
a) lutava contra o eclipse.
b) argumentava em torno do eclipse.
c) estava prestes a observar um eclipse.
d) zangava-se com o eclipse.
«Pio» (16) é
a) correferente de «Asclépio Euclides».
b) masculino de «sanita».
c) uma onomatopeia.
d) personagem só introduzida neste segundo
parágrafo.
A expressão «falta de memória», usada pelos
médicos que observaram Lupino (28-29), constituía um
a) hipónimo de «esquecimento».
b) holónimo de «cérebro».
c) eufemismo.
d) referente de «cabeça.
O sujeito de «esqueceria» (63) é correferente de
a) «o jovem Asclépio».
b) «o Comandante Lupino».
c) «Governador-Geral de Colónia».
d) «a infância».
«horas após horas, tardes após tardes, dias após
dias, meses e anos por fim» (72-73) é uma
a) apóstrofe.
b) metáfora.
c) anáfora.
d) gradação.
O último período do parágrafo delimitado pelas
linhas 58 e 81 significa que
a) tio e sobrinho estudaram biologia, botânica,
astronomia, geologia, geografia.
b) o «Museu» foi visitado por cientistas de
várias disciplinas.
c) tio e sobrinho pediram informações a diversos
cientistas.
d) diversos cientistas se encarregaram da
formação de Asclépio.
«Tio Lupino» (86) é
a) sujeito.
b) modificador temporal.
c) vocativo.
d) modificador apositivo.
Ficar a «igreja tão cheia de ovelhas» (98-99)
deveu-se
a) à fuga dos animais, atarantados com o
eclipse.
b) à admiração por Deus, suscitada nos
não-católicos pelo eclipse.
c) a ser essa a melhor plateia para observar o
eclipse.
d) ao medo dos indígenas.
Padre Maciel (98) era
a) o Padre Santinho.
b) o Padre Diabinho.
c) Kalunga.
d) um padre que tinha de rivalizar com os deuses
pagãos.
Quanto à sua formação, «solares» é uma palavra derivada
por
a) parassíntese.
b) conversão.
c) sufixação.
d) prefixação e sufixação.
«um radiofonista de nome Igrejas qualquer coisa»
(115-116) seria
a) o Padre Maciel.
b) Igrejas Caeiro, falecido há pouco tempo.
c) brincadeira do autor para fazer crítica ao
catolicismo.
d) um locutor da Rádio Renascença.
Do parágrafo das ll. 118-129 se depreende que
a) assistentes saíram da palestra receosos.
b) assistentes perceberam o essencial das
explicações de Euclides e Catarata.
c) brancos perceberam as explicações; os negros,
não.
d) se acentuaram os temores dos assistentes à
palestra.
À data do eclipse de 1968,
a) Moçambique já era independente.
b) o tio Lupino já morrera.
c) o tio Lupino ainda era vivo.
d) o tio Lupino ainda não se reformara.
Retomando
os Processos
morfológicos de formação de palavras, que estudámos a aula passada,
distribui pelos quadros estas palavras dos sketches
«Chatanato» e «Possuído por vozes da rádio» (ambos da série Lopes da Silva):
totalidade | psicólogo | invulgar | aeromodelismo | desconhecer | chatice | igualmente
adormecer | sorrir | caixa-de-óculos
| [um] chato | visita (< visitar) | gajo
| filatelia
[o seu melhor] acordar | é desagradável | chinfrineira
|os Já Fumega | passatempo | desprevenido
um transtorno (< transtornar) | telenovela | sintonizar |
troca (< trocar) | transbordar
derivação com adição de
constituintes morfológicos
|
|
prefixação
|
|
sufixação
|
|
prefixação e sufixação
|
|
parassíntese
|
derivação sem adição de
constituintes morfológicos
|
|
conversão (derivação imprópria)
|
|
derivação não afixal
|
composição
|
|
composição morfológica
|
|
composição morfossintática
|
Depois
de vermos a conferência de Abel Xavier, completa com termos de gramática ou
exemplos:
Por retórica ou por convicção, Abel Xavier
assumiu que «treinador», «lutador» e «vencedor» seriam formados por __________
(«treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» = ‘luta a dor’; «vencedor» = ‘vence a
dor’).
Na verdade, trata-se de palavras ______,
constituídas pelas ______ «treina(r)», «luta(r)» ou «vence(r)» a que se
acrescentou o ______ -dor. Este
sufixo de nominalização tem o significado de ‘profissão, agente’,
inscrevendo-se num grupo de sufixos que servem para formar nomes agentivos: -ário («empresário», «______»); -ino («campino», «______»); -eiro («carteiro», «______»); -ista («pianista», «______»); -nte («estudante», «______»).
O ex-treinador do Olhanense comete ainda um
lapso, ao criar a palavra «eficacidade» (em vez de «_____»). Porém, foi um erro
com lógica. Entre os vários ______ de nominalização que significam ‘qualidade,
estado, propriedade’ estão -idade
(«velocidade») e -ia («alegria»), ao
lado de, por exemplo, -ice («tolice»)
e -ura («ternura»). Só que ao
adjetivo «eficaz» cabe o sufixo nominalizador -ia (e não ______).
TPC — À medida que eu for devolvendo as análises-comentários de canções já
corrigidas, e depois de lançadas as emendas que eu tiver feito, não te esqueças
de me enviar a versão limpa.
Leituras
para Liga dos Campeões: os do jogo M
devem preparar «Perfilados de medo» (p. 204); os do jogo N, «Ars Poetica» (198).
Leituras
para Liga Europa: os do jogo 1
prepararão «Para atravessar contigo o deserto do mundo» (p. 222) e «Paixão»
(226); os do jogo 2, «Palavras»
(188) e «A vida» (212); os do jogo 3,
«Se alguém parasse e respirasse uma palavra» (195) e «Paixão» (226); os do jogo
4, «Introito» (221) e «A vida»
(212).
Aula
121-122 (27 [8.ª],
28/mai [5.ª], 8/jun [12.ª]; nas restantes turmas esta aula não se realizará) Sobre noções de prosódia (ver Apresentação).
Deves
estar com cada dicionário o mínimo
de tempo possível (nos casos de itens a desenvolver, deverás recolher os
elementos necessários e logo fazer circular o livro, completando mais tarde a
parte da tarefa que já não implique ter o dicionário à mão).
Dicionário
Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (José
Pedro Machado)
Além de nomes de pessoas («antropónimos»),
encontram-se num dicionário onomástico
nomes de _____, ou seja, «topónimos».
Procura o étimo
de um dos teus nomes (um dos apelidos ou dos outros nomes) ou de alguma pessoa
que estimes (terá é de ser de palavra que esteja no tomo que te calhe):
Nome: _______ Étimo: _______ (significado do
étimo, se houver: ‘________’); Língua a que pertence o étimo: _______.
Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa
(José Pedro Machado)
Através de um dicionário etimológico ficamos com ideia da evolução havida nas
palavras. É, portanto, um instrumento de trabalho que nos dá uma perspectiva {escolhe} sincrónica / diacrónica da
língua.
Procura o étimo
de uma palavra de que gostes, escolhida entre as das letras do tomo — do volume
do dicionário — que te tenha calhado.
Palavra escolhida (quase uma «palavra de
estimação»): ____; Étimo: ____; Língua a que pertence o étimo: _____.
Dicionário
de Rimas (Visconde de
Castelões) ou Dicionário
de Rimas da Língua Portuguesa
(José Augusto Fernandes)
Procura palavras (de preferência, das mais
inusuais) que rimem com cada um de três dos teus nomes.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome:
_____.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome:
_____.
Nome: ______; Palavra que rime com esse nome:
_____.
Dicionário
de Sinónimos (Porto
editora)
Escreve uma frase com três palavras (para além
das palavras «pequenas», como conectores ou determinantes); procura os
sinónimos de cada uma dessas palavras «lexicais» (substantivos, adjetivos,
verbos, advérbios) e adopta os sinónimos mais estranhos. Recompõe a tua frase
(e verifica que, quase de certeza, pouco tem a ver com a frase original, apesar
de construída com sinónimos).
Frase original: ______________; Frase «sinónima»:
_____________.
Dicionário
do Palavrão e afins
(Neves B. Pinto) ou Dicionário do Palavrão e
Termos afins (Mário
Souto Maior) ou Dicionário
Obsceno da Língua Portuguesa
(Carlos Pinto
Santos & Orlando Neves)
Começa por evitar fazer comentários em voz alta,
para que a turma não fique distraída com as ordinarices que vais encontrar.
Transcreve (1-2) palavras (palavrões, portanto)
que consideres particularmente engraçadas, por serem criativas, quase poéticas;
(3-4) palavras especialmente cruas (enfim, palavrões realmente grosseiros, por
som, deselegância da metáfora com que se joga, etc.).
1. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
2. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
3. Palavrão: _______; significado: ‘________’;
4. Palavrão: _______; significado: ‘________’.
Dicionário
Contrastivo Luso-Brasileiro
(Mauro Villar) ou Dicionário de Português Schifaizfavoire
(M. Prata)
O primeiro é um razoável dicionário contrastivo das ______ europeia e
americana do português (até à p. 157: P vs
B; depois, B vs P); o segundo é uma
tentativa — fracota — de escolher palavras portuguesas que surpreendam os
brasileiros.
Escolhe (1-2) duas palavras do português do
Brasil que não tenham em português europeu a mesma aceção ou não se usem; e (3)
uma palavra do português europeu com aceção diferente no Brasil (ou que não se
use aí).
1. PB _________, significado ‘__________’;
2. PB _________, significado ‘__________’;
3. PE _________, significado ‘__________’.
Dicionário
do nome das coisas e outros epónimos
(Orlando Neves) ou A Dictionary of Eponyms (Cyril Leslie Beeching)
Epónimos são palavras (nomes
comuns, adjetivos, etc.) formadas a partir de nomes _______ (muitas vezes, os
nomes das pessoas que os inventaram). Transcreve três epónimos — já em
português — e põe a seguir o nome da pessoa que o originou (o étimo, no fundo).
1. epónimo: _______ (pessoa na origem do termo:
_________);
2. epónimo: ________ (pessoa na origem do termo:
________);
3. epónimo: _________ (pessoa na origem do
termo: _______).
Dicionário
de nomes colectivos
(Fernanda Carrilho) ou Dicionario de
Coletivos (Osmar Barbosa)
No exemplar português há duas partes (a primeira
metade do livro põe como cabeças dos verbetes o nome individual; a segunda parte é que se pode pesquisar já pelos coletivos). No livro brasileiro, vêm os
coletivos como cabeças do verbete (e há um índice final que remete para os
nomes individuais).
Transcreve dois coletivos que te surpreendessem
(não «rebanho» ou «cáfila»).
Coletivo: _____ (conjunto de ______);
Coletivo: _____ (conjunto de ______).
Dicionário dos Falares de Trás-os-Montes (Vítor Fernando Barros) ou Dicionário do Falar Algarvio (Eduardo Brazão Gonçalves) ou Dicionário de Falares do Alentejo (Vítor Fernando Barros & Lourivaldo
Martins Guerreiro)
Trata-se de obras que inventariam o léxico mais
característico de {circunda} dialetos
/ socioletos / variantes do português.
Escolhe (1-2) duas palavras que desconhecesses e
que sejam por isso exemplos típicos da variedade
regional em causa; (3) uma palavra que até te pareça também corrente em
Lisboa (por isso, provável resultado de excesso de zelo do autor do
dicionário).
1. _______ (significado: ‘_________’);
2. _______ (significado: ‘_________’);
3. _______ (significado: ‘_________’).
Glossário
Aquiliniano
(Henrique Almeida), Vocabulário de Rui
Barbosa (João Leda) e Mia Couto:
Brincriação Vocabular (Fernanda Cavacas)
Um glossário
costuma fazer o repertório das palavras usadas num dado livro ou por um
determinado autor. Estes três livros trazem palavras características da escrita
de Aquilino ____, de Rui ____ e neologismos criados por ____.
Transcreve (1) uma palavra que não te pareça
assim tão específica e (2-3) duas palavras que, realmente, te pareçam ser
grande novidade (uma idiossincrasia do estilo do autor).
1. _______ (significado: ‘________’);
2. _______ (significado: ‘________’);
3. _______ (significado: ‘________’).
Dicionário
Analógico da Língua Portuguesa (idéias afins) (Francisco
Ferreira dos Santos Azevedo) ou Dicionário
MAIS da ideia às palavras
(Lisboa editora)
Trata-se de dicionários ditos analógicos (organizados, em grande
parte, por campos _______). A estes dicionários dá-se, às vezes, o nome de Thesaurus.
Encontra (1) um caso, que possas transcrever
(completa ou incompletamente), de hiperónimo e respectivos hipónimos; e (2) de
holónimo e respectivos merónimos.
1. hiperónimo: _____; hipónimos: ___________.
2. holónimo: _____; merónimos: ____________.
Dicionário
da Língua Portuguesa
(Porto editora)
Este é o chamado dicionário geral. (Mesmo não se tratando de um dicionário
etimológico, inclui-se, no final de cada verbete e entre parênteses, o _____ da
palavra.)
Escreve uma pequena frase (com três palavras
plenas, isto é nomes, adjetivos, verbos). Substitui depois cada uma dessas três
palavras pelas suas definições mais extensas encontráveis no dicionário.
Recompõe a frase (fazendo as concordâncias necessárias) e verifica que deve ter
ficado estranha, embora corresponda a uma «expansão» da frase original.
Frase original: ______. Frase com
desenvolvimento pelas definições no dicionário: .....
Dicionário
de Expressões Populares Portuguesas
(Guilherme Augusto Simões) ou Dicionário de Expressões
Correntes (Orlando
Neves)
Ambas as obras apresentam expressões de variados
registos, mas em que talvez
predomine o nível popular. Portanto,
são dicionários úteis para nos apercebermos da variação {circunda uma ou duas palavras} geográfica / social / histórica /
situacional.
Transcreve duas expressões que consideres
«castiças» e põe a seguir o equivalente em linguagem cuidada ou neutra.
1. ______ (= _______); 2. _______ (= _______).
Dicionário
de Homônimos e Parônimos (Osmar Barbosa) ou Dicionário
de Parônimos (Nicanor Miranda)
São obras que apresentam pares ou tríades de
palavras muito ______.
Escolhe um par de parónimos e escreve para cada palavra (1 e 2) uma frase que ilustre
bem o seu sentido (daquelas que poríamos como abonação num verbete).
1._________.
2._________
Dicionário
das origens das frases feitas (Orlando
Neves) ou Vade-mécum de lugares-comuns (Licínio Poças)
São ambos livros que explicam expressões idiomáticas.
Escolhe duas que aches interessantes,
integrando-as numa mesma frase ilustrativa:
__________________.
Aula
123-124 (28 [8.ª], 29/mai
[5.ª], 1 [1.ª, 12.ª], 3 [7.ª]) Iremos comparar o conto «A chama
obstinada da sorte», de Luis Sepúlveda, autor chileno, com o filme Feios, Porcos e Maus, do realizador
italiano Ettore Scola.
Para
já, lê a parte 1 do conto (pp. 261-262) e completa a coluna esquerda da tabela.
«A chama obstinada da
sorte»
|
Feios, Porcos e Maus
|
Dedicatória
|
|
Para
o senhor Aladino Sepúlveda, primeiro _______.
|
[Não há]
|
Personagens
|
|
O
protagonista, um velho de _______
anos, era o patriarca de uma família numerosa, que sob o teto da sua cabana
se acolhia (pelo menos, nas épocas de ______).
O
seu adjuvante (na verdade, segunda personagem, decerto mais que
mero figurante) era ______,
aparentemente mais estimado pelo velho do que o resto da família, «esses
merdosos».
O
velho segue um ritual repetido há ______ anos, quando «chega o tempo das
vacas magras»: põe na boca fatias de
«charque», com que depois constitui um bolo que dá ao cão a engolir, ordenando-lhe,
porém, que não o ______. Uma vez finda esta operação, velho e cão ______; e
familiares regressam à cabana.
|
O
protagonista, ______, também é o chefe da família. O seu poder sobre os
outros provém do dinheiro que guarda, esconde, obsessivamente. Tem como
oponentes quase todos os restantes parentes, que crê quererem roubá-lo.
Os
outros (no fundo, a personagem
coletiva ‘restante família’) conspiram contra ele, mas Giacinto também os
ataca, não se chegando a um resultado que favoreça uma das partes.
Diga-se
ainda que há uma personagem um pouco à parte do confronto dos dois pólos e,
ver-se-á, sua vítima, que é a _______.
Só talvez ela não seja propriamente uma personagem-tipo
(todas as outras o são, já que os seus comportamentos são estilizados no
sentido de representarem quase caricaturas).
|
Narrador
|
|
O
narrador é ________ {participante / não
participante} e, na primeira parte do conto, parece ter focalização ________ {interna / externa /omnisciente}.
Na
parte 2, quase parece que o narrador adota uma focalização interna. Isso decorre também da importância que ganha
o monólogo do velho, (que é, na
verdade, um diálogo em que ________
não chega a intervir explicitamente).
|
Não
há narrador (nem voz off que faça o seu papel). Podemos dizer que, em muitos
momentos, há focalização ______ em
Giacinto, já que seguimos as peripécias através do seu olhar e temos os
retratos das personagens filtrados pelas observações, pelos monólogos, do protagonista.
A
miúda funciona um pouco como um «narrador de focalização externa». Quando ela surge, o que se nos mostra
parece «menos comentado», como observado por alguém que só pudesse ver a
superfície e desconhecesse quaisquer outras informações.
|
Espaço
|
|
A ação situa-se na Patagónia
argentina. O centro é uma cabana, perdida na estepe, com pergaminhos
históricos que serão relevantes na intriga: nela tinham vivido dois bandidos famosos,
_______ e _______.
Quando
termina a primeira parte, inicia-se uma ______, a Esquel, a grande cidade.
O
conto irá terminar com o regresso à cabana (que, ver-se-á, é ela mesma parte
do enredo).
|
A
ação decorre em Roma (Itália),
quase concentrada numa _______ e nos terrenos em redor. É um território que é
disputado (o poder do protagonista advém também de ser o seu proprietário).
Incrustado na cidade, o espaço em causa não deixa de estar à margem da urbe.
No
final, há um regresso ao espaço inicial, um entrincheiramento da família, e
até de outros, naquele espaço, cada vez
mais inverosímil.
|
Lê agora a parte 2 (pp. 263-264).
Viagem
|
|
A
viagem a Esquel (aquela concreta viagem, uma de muitas) vai ser pretexto para
se rememorar toda a história. Logo na parte 2, à custa dos diálogos-monólogos
do velho, se fará uma analepse um
pouco intervalada, que constitui afinal o grosso da ficção. Quando terminarem
estes trechos de analepse (já não na parte 2), termina também a viagem
presente, e com ela o conto, e estamos prontos para o regresso à cabana.
|
Também
há uma viagem — não anual, mas mensal — que tem um objetivo semelhante à
peregrinação anual do velho e seus cães. Trata-se da ida à cidade, para
efeitos de recebimento da reforma da avó. Em outra viagem, a comemoração do
batizado, o herói acaba por se sair tão bem como sai o velho chileno das suas
transações anuais. Na retoma da barraca, há o mesmo caráter cíclico que
encontrámos no conto de Sepúlveda
|
TPC — Vai revendo os conteúdos de gramática/teoria da literatura que temos dado:
processos morfológicos de formação de palavras (derivação, etc.); processos
irregulares de formação de palavras (empréstimo, etc.); noções de prosódia
(entoações; pausas); noções de acentuação de palavras (tónica; aguda, grave,
esdrúxula); rudimentos de análise da variação linguística; recursos
estilísticos; métrica e rima; contrato; declaração; regulamento; verbete;
dicionários. (Não descartes ainda a revisão pontual de conteúdos dados em
períodos anteriores.) || Os finalistas da Liga Europa e da Liga dos Campeões devem
preparar as partes 3 [p. 266: vencedor do jogo 5; 267: vencedor do jogo 6]
e 4 [p. 269: vencedores de M e N] do conto que estivemos a ler. || O
concurso José Gomes
Ferreira decorre até 5 de Junho (têm o regulamento em Gaveta de Nuvens).
Aula
125-126 (3 [1.ª, 8.ª], 4
[5.ª, 12.ª], 5/jun [7.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre
«Asclépio, o “Caçador de Eclipses”». (Ver Apresentação.)
Circunda a
melhor alínea.
A
palavra «choro», provinda de «chorar», é formada por
a)
derivação não afixal.
b)
conversão.
c)
derivação imprópria.
d)
parassíntese.
Em
«menos ais, menos ais, menos ais» e «o Estado tem de emagrecer»,
temos exemplos de
a)
conversão e derivação não afixal.
b)
derivação não afixal e conversão.
c)
derivação imprópria e parassíntese.
d)
conversão e derivação por prefixação.
As
palavras «ineficazmente» e «couve-flor» são, respetivamente,
a)
derivada por prefixação e sufixação e composto morfológico.
b)
derivada por parassíntese e composto morfossintático.
c)
derivada por prefixação e sufixação e composto morfossintático.
d)
derivada por parassíntese e composto morfológico.
A
palavra «geologia» (geo + logia), é formada por
a)
composição morfológica.
b)
composição morfossintática.
c)
truncação.
d)
derivação por prefixação e sufixação.
São
palavras derivadas por derivação não afixal
a)
«amanhecer», «fotografia», «engordar».
b)
«alcance», «debate», «compra».
c)
«amor», «corte», «andamento».
d)
«burro», «conquista», «apara».
São
palavras derivadas por prefixação
a)
«infeliz», «inexato», «rever».
b)
«filósofo», «anormal», «alindar».
c)
«recocó», «repente», «apor».
d)
«índio», «interior», «Inglaterra».
Uma
das diferenças entre a derivação com constituintes morfológicos e a composição
é
a)
na composição haver mais do que uma forma de base.
b)
na derivação haver sufixos.
c)
na composição a base serem radicais e, na derivação, palavras.
d)
na derivação haver radicais e afixos.
As
palavras «tira-nódoas» e «girassol» são
a)
compostos morfológicos.
b)
compostos morfossintáticos.
c)
palavras compostas por justaposição e aglutinação, respetivamente.
d)
composto morfossintático e composto morfológico, respetivamente.
As palavras «profe» (< professor) «informática» (informação + automática) são exemplos, respetivamente, de
a)
truncação e empréstimo.
b)
cunhagem e empréstimo.
c)
cunhagem e extensão semântica.
d)
truncação e amálgama.
«Unicef»
e «AMI» são exemplos de
a)
siglas.
b)
acrónimos.
c)
truncações.
d)
empréstimos.
«Bia» (< Beatriz), «Dani»
(< Daniela), «Elly» (< Elisângela), «Sam» (< Samantha), «Tety» (<
Tetyana) são exemplos de
a)
onomatopeia.
b)
truncação.
c)
derivação não afixal.
d)
derivação imprópria.
«Sumás
de ananol» é brincadeira que implica o processo de
a)
amálgama.
b)
truncação.
c)
composição morfológica.
d)
derivação não afixal.
A palavra «leitor» (de
DVD’s), resultante de analogia com um «leitor» (de textos), exemplifica o
processo de
a)
Hanna Schmitz.
b)
empréstimo.
c)
estrangeirismo.
d)
extensão semântica.
«Colinho»
(< colo) é uma palavra derivada por
a)
parassíntese.
b)
prefixação.
c)
sufixação.
d)
derivação não afixal.
«SOS»
(< Save Our Souls) e «PJ» são, respetivamente,
a)
sigla, sigla.
b)
sigla, acrónimo.
c)
acrónimo, sigla.
d)
acrónimo, acrónimo.
«Empréstimo»
e «estrangeirismo»
a)
podem ser palavras sinónimas, mas «estrangeirismos» tem conotação depreciativa.
b)
são sinónimos exatos.
c)
supõem, respetivamente, grafias aportuguesada e a da língua original.
d) correspondem a palavras entradas no português
recentemente e a palavras em curso de acomodação.
Galicismos
são palavras
a)
francesas.
b)
portuguesas provindas do francês.
c)
de origem galesa.
d)
da família de «galo» («ovo», «Fabiano», «crista», etc.).
A
palavra «feni», inventada por um lexicógrafo afinal engenheiro, era
a)
uma cunhagem.
b)
uma onomatopeia.
c)
uma composição.
d)
um empréstimo.
«alvedrio»
é uma palavra
a)
esdrúxula.
b)
grave.
c)
aguda.
d)
certamente mal grafada.
«Imbele»
é uma palavra
a)
aguda.
b)
grave.
c)
esdrúxula.
d)
que inventei eu.
A
grafia «baínha» é
a)
correta, porque o acento desfaz o ditongo («ai»).
b)
errada, porque não se usa acento no «i» tónico antes de «nh».
c)
incorreta, porque nas palavras graves não é preciso acento.
d)
errada, por desfaz um ditongo que deveria existir.
O
acento grave
a)
usa-se apenas em palavras graves.
b)
usa-se em palavras agudas e esdrúxulas.
c)
marca a sílaba tónica.
d)
indica vogal aberta resultante de contração.
Pausas
preenchidas são
a)
silêncios num discurso.
b)
intervalos nas frases completados com palavras.
c)
ateliês de tempos livres.
d)
alongamentos enquanto não ocorre a palavra a usar.
Num
contrato usa-se
a)
a 3.ª pessoa e identificam-se os dois outorgantes mas só no final.
b)
a 2.ª ou a 1.ª pessoa, podendo haver identificação dos outorgantes.
c)
a 3.ª pessoa e revelam-se os dois outorgantes logo no início.
d)
a 1.ª pessoa e identificam-se os dois outorgantes.
Numa
declaração, o declarante é
a)
um serviço oficial.
b)
o subscritor.
c)
o destinatário.
d)
o requerente.
Um
regulamento divide-se em
a)
cláusulas.
b)
artigos.
c)
outorgantes.
d)
itens.
Há
uma hipérbole em
a)
«fumei um cigarro pensativo».
b)
«em 1755 boa parte de Lisboa ficou destruída».
c)
«o Barcelona goleou por 5-0».
d)
«este trabalho de gramática será uma derrocada».
Uma
apóstrofe é
a)
a repetição de uma palavra no início de vários versos ou frases.
b)
um vocativo.
c)
a repetição de uma palavra ou expressão no final de versos ou frases.
d)
o sinal usado para marcar sinalefas («morr’amor!»).
Em «Estudámos figuras de estilo e mesóclises e processos de
formação de palavras e o diabo a quatro», temos
a)
um assíndeto.
b)
um polissíndeto.
c)
uma gradação.
d)
uma metonímia.
A
frase em que não há nenhuma metáfora é
a)
«O blogue é uma gaveta de textos úteis».
b)
«Não havia nuvens na sua alegria».
c)
«A tua impertinência funciona como uma seta que me apontas».
d)
«As dificuldades económicas são desafios ou espinhos ou faróis».
Em
«Bebi o cheiro verde dos teus acalantos», além de má poesia, há
a)
uma antítese.
b)
um oxímoro.
c)
um paradoxo.
d)
uma sinestesia.
A
alínea que só tem formas corretas é
a)
esgasgar-te-ias; vê-los-emos; não comê-la-á.
b)
lavarás-te; jogarão-no; fá-la-eis.
c)
avaliá-la-ei; não os reprovarei; di-lo-emos.
d)
levarei-a; analisaria-a; comamo-los.
A
próclise (anteposição do pronome relativamente ao verbo) justifica-se por haver
uma estrutura de subordinação em
a)
Não o vi na escola ontem.
b)
Comprei-a na feira, quando fui a Carcavelos.
c)
Disse que lhe dava o telemóvel no final da aula.
d)
Dar-te-ei todos os beijos que queiras.
São
razões para uso do pronome antes do verbo (contrariamente ao comum, que é a ênclise)
a)
tratar-se de português brasileiro; a afirmativa; um imperativo.
b)
uma oração coordenada; o verbo estar no futuro ou no condicional.
c)
uma oração subordinada; a negativa; a presença de certos advérbios.
d)
a mesóclise; o avistamento de um cocó de cão.
A referência de um livro deve fazer-se segundo o
que esteja
a) na capa.
b) no frontispício.
c) no anterrosto.
d) na ficha técnica.
A
orelha de um livro
a)
tem informações sobre autor, colecção, etc.
b)
é a contracapa.
c)
tem cera.
d)
é uma badana.
O
prefácio de um romance estará
a) antes do anterrosto.
b)
depois do anterrosto mas antes do rosto.
c)
antes do frontispício.
d)
depois do frontispício.
O étimo de uma palavra é
a)
a sua aceção primeira.
b)
uma palavra de que ela descende.
c)
a palavra primitiva homónima.
d)
a sua aceção principal.
A
referência bibliográfica correta é:
a) António Naïf, Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de
canções, Felizardo Triste (org.), Em
torno das ilusões, Editora da ESJGF, Lisboa, 2015.
b) António Naïf (2015), Ainda estou à espera de que me enviem versões revistas das análises de
canções, Lisboa, Editora da ESJGF, 2015.
c) António Naïf, «Ainda estou à espera de que me
enviem versões revistas das análises de canções», Felizardo Triste (org.), Em torno das ilusões, Lisboa, Editora da
ESJGF, 2015.
d) António Naïf (2015), «Ainda estou à espera de
que me enviem versões revistas das análises de canções», Lisboa, Editora da
ESJGF.
O que corresponde ao discurso direto «— Deus,
faz-me cair aqui um raio em cima deste estúpido exercício de gramática —
suplicou o aluno que não tinha estudado.» é o discurso indireto
a) O aluno que não tinha estudado suplicou a
Deus que lhe faça cair aí um raio em cima do estúpido exercício de gramática.
b) O aluno que não tinha estudado suplicou a
Deus para lhe fazer cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de
gramática.
c) O aluno que não tinha estudado suplicou a
Deus que lhe faça cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de
gramática.
d) O aluno que não tinha estudado suplicou a
Deus que lhe fizesse cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de
gramática.
Lê
as partes 3 e 4 de «A chama obstinada da sorte» (pp. 266-267; p. 269). Depois,
completa a tabela (que prossegue a comparação entre conto, de Sepúlveda, e filme,
de Scola).
«A
chama obstinada da sorte»
|
Feios, Porcos e Maus
|
Tempo
|
|
Uma
narrativa tem de representar o tempo
da história (o tempo cronológico)
numa extensão medida em linhas e páginas, o tempo do discurso. O discurso pode condensar o tempo da história,
pode omitir partes da diegese,
pode também ampliar pequenos momentos. Por vezes, também se altera a ordem da
sua apresentação (analepses, prolepses).
|
|
Na
«Chama», a narração começa e acaba
na mesma viagem anual e, no entanto, ao longo do curto conto, recuamos a todo
um passado de décadas. Na parte 3, a pretexto da história que o velho reconta
ao cão, ficamos a saber os azares dos anos seguintes à descoberta do tesouro
(ll. 29-39) e, depois (ll. 40-85), a estratégia que o velho engendrara.
As
linhas 1-___ da parte 4 ainda continuam esta analepse (produzida pelo diálogo do velho ou pelo narrador em
modo de focalização ____). É na linha seguinte que retomamos o presente.
|
Tempo
da história (ou cronológico)e tempo do discurso, em matéria de ordem
coincidem. Não há propriamente ___ nem prolepses, embora, nos diálogos das
personagens ou nos monólogos de Giacinto, breves alusões a circunstâncias
anteriores ajudem a esclarecer o passado. A ação parece concentrada em poucos dias. No entanto, percebemos
que há elipses e sumários (a diegese — a história — corresponde a mais tempo do que as duas
horas que demora o filme — o ___). No final, haverá mesmo um dado que permite
perceber-se que se passou até bastante tempo.
|
Caracterização direta / indireta
|
|
O
retrato psicológico do velho decorre do que diz e ____ (e não de alguma
explicação, de alguma definição, que o narrador avançasse): é, portanto, uma
caracterização ___.
|
Como
quase sempre nos filmes, a caracterização é sobretudo ___, embora as
observações de Giacinto acerca das outras personagens — ou, por exemplo, de
todos sobre Tomasina — constituam momentos de caracterização ___.
|
Desenlace
|
|
O
desfecho da ação corresponderá
mais às ll. 18-19 da parte 4 do que aos últimos cinco parágrafos. Nas ll.
20-33, o que se conta é apenas a confirmação do que ficara desvendado com o
sexto período a contar do fim. Quanto a estas ll. 18-19, temos de assinalar que
concorre decisivamente para o desenlace um ___ de cão.
Depois,
regressa-se ao presente da viagem, concluindo-se o texto com o regresso à
cabana, mas ficando anunciada a ___ cíclica das mesmas ações.
|
Também
aqui o desfecho da ação apontará
para o caráter repetitivo da vida do núcleo familiar. Haverá um primeiro
esboço de desenlace que parece implicar uma mudança (o próprio espaço da
cidade evoluiu, o que deveria condicionar a ação futura), mas as personagens
rapidamente se acomodam ao novo contexto.
O
final do filme parece recuperar, retomar, a cena inicial, mas vai haver uma
única e significativa diferença.
|
Título
|
|
«A
chama obstinada da sorte» alude, por um lado, à própria chama da ___ que os
familiares do velho julgavam dever-se à presença dos fantasmas que o nosso
herói teria alegadamente como interlocutores. Mas «chama» tem também um
significado menos literal (ou mais ____): a ‘chama da sorte’ refere também o
triunfo da luta do protagonista pela sua subsistência, obtido graças ao seu
empenho e persistência (por isso, uma «chama ____ da sorte»).
|
Feios, Porcos e Maus é título que destaca a
importância que tem o tipo de composição
das personagens. À primeira vista, trata-se de personagens planas (quase personagens-___),
previsíveis, pouco trabalhadas psicologicamente (por oposição a personagens
___, que seriam mais densas, mais complexas). No entanto, talvez haja um
propósito crítico e o título deva ser percebido como ironia. As personagens serão
planas mas só para quem as queira ver apenas como feias, porcas e más.
|
TPC — Volto a lembrar que aqueles a quem
devolvi comentários de canções devem agora enviar-mos de novo já com as
correções lançadas.
Aproveito
para recordar que está quase a fechar-se o prazo para entrega de textos para o CONCURSO LITERÁRIO JOSÉ GOMES FERREIRA
2015 // REGULAMENTO // Art. 1.º — O concurso está aberto a
todos os alunos, professores, encarregados de educação e funcionários do
Agrupamento de Escolas de Benfica, dividindo-se em quatro escalões: Escalão A: alunos do 2.º ciclo do
Ensino Básico; Escalão B: alunos do
3.º ciclo do Ensino Básico; Escalão C:
alunos do Ensino Secundário; Escalão D:
Professores, Funcionários e Encarregados de Educação. // Art. 2.º — O concurso
apresenta três modalidades: poesia, conto e teatro. // Art. 3.° — O tema é livre. // Art. 4.º — Os textos terão
de ser originais, dactilografado em fonte Arial 12, a dois espaços,
não ultrapassando 5 páginas, assinados unicamente
com pseudónimo. // Art. 5.º — Os textos deverão ser entregues no CRE da
escola que o aluno frequenta até 5 de Junho de 2015. // Art. 6.º — Os candidatos deverão: (i) entregar 2 exemplares do texto em envelope
fechado com a indicação do pseudónimo
e do escalão a que concorrem; (ii)
preencher, no CRE, uma Ficha de
Identificação, no momento da entrega.
Aula
127-128 (4 [8.ª], 5/jun
[5.ª]; nas restantes turmas esta aula já não terá lugar) Visionamento de
documentário em torno de José Luís Peixoto, para responder a questionário sobre
o mesmo.
Acabámos de ver um documentário sobre José Luís
Peixoto, o autor das crónicas «Quero» (pp. 76-77), lida há meses, e «O Conto»
(p. 237), que conhecemos há dias.
À esquerda de cada parágrafo — olhando do lugar
onde estás, a esquerda corresponde ao lado das janelas —, escreve V(verdadeiro) ou F(also).
José Luís Peixoto começou a publicar cerca dos
catorze ou quinze anos, no suplemento escolar do Público.
Fernando Pinto do Amaral, professor
universitário, integrava o júri que, num concurso do Clube de Artes e Ideias,
premiou Morreste-me.
José Eduardo Água-do-Luso integrava o mesmo
júri.
Morreste-me não fora concebido como
obra autónoma.
José Luís Peixoto é ribatejano, da vila de
Galveias.
Morreste-me trata da experiência de
um jovem após a morte do pai.
A primeira edição de Morreste-me teve seiscentos exemplares, que o autor ia levando à
Feira do Livro em grupos de cem.
Foi um amante que recomendou José Luís Peixoto a
Maria do Rosário Pedreira.
Fernando Pinto do Amaral gosta de
romances históricos, como actualmente boa parte do público, mas valoriza mais o
estilo inovador de Peixoto.
Maria do Rosário Pedreira cita como autores a
seguir, além de Peixoto, Gonçalo
M. Tavares e Valter Hugo Pais.
Os livros de Peixoto, segundo Rosário Pedreira,
têm ingredientes significativos da identidade portuguesa.
Nenhum
olhar é
outra obra de Peixoto.
Peixoto recebeu o prémio António Lobo Antunes.
No documentário cita-se um passo de Cemitério de Pianos, romance de Peixoto
em torno da figura que dá o nome ao estádio do Futebol Benfica.
A obra de José Luís vive mais do enredo do que
da linguagem.
A propósito da leitura de «Um segredo» (p. 238), resposta
a oficina de escrita na p. 239.
TPC — De novo recordo que está quase a
fechar-se o prazo para entrega de textos para o prestigiado Concurso Literário
José Gomes Ferreira (poesia; prosa; teatro).
[Finalistas da LE:] — Prepara leitura
expressiva do soneto «Com mãos se faz a paz se faz a guerra», de Manuel Alegre
(p. 240); [Finalistas da LC:] — Prepara leitura expressiva do poema «O nosso
mundo é este…», de José Gomes Ferreira (p. 210).
Aula
129-130 (8 [1.ª], 11
[8.ª, 12.ª], 12 [5.ª, 7.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação). Finais das duas ligas de
leitura em voz alta.
Assistência
a trechos de Feios, Porcos e Maus (e
conversas sobre avaliação).
Sugestão
para férias — A obra de leitura integral do 11.º ano que não está no
manual é Os Maias . Vale a pena tê-la
à mão ou começar mesmo a lê-la. Já os textos do Padre António Vieira (Sermão de Santo António aos Peixes) e de
Almeida Garrett (Frei Luís de Sousa)
estão reproduzidos no manual.
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