Os Maias 17
Ana S. (11.º 12.ª)
Ana S. (18,5-18) Pontos fortes Muito boa leitura em voz
alta. Verdadeira transposição para outro contexto (ainda que quase no limite do
descodificável): carta à avó (cfr. morte de Afonso da Maia). Texto escrito
requintadamente. Filme próprio, feito com gosto. Realização mais que
profissional. Aspetos melhoráveis
Por vezes, léxico rebuscado, o que faz que a sintaxe seja gerida no limite do
gramatical (cfr. regências, algumas discutíveis). Falhas concretas de redação:
«o receio que» (seria «o receio de que»); na legenda final: «simplesmente Ana»
seria «simplesmente, Ana».
Beatriz
& Carlota
(11.º 1.ª)
Carlota & Beatriz
(14-13,5) Pontos fortes Transposição para outras
enunciações (cfr. diário de Carlos). Boa leitura de Beatriz e bastante
aceitável a de Carlota (mas esta com algumas hesitações). Aspetos melhoráveis Parte visual pobre (embora de autoria própria):
um único slide (com o livro). Na redação: «*contarei-lhe» («contar-lhe-ei» — o
futuro e o condicional pronominalizados recorrem a mesóclise); «*é decerto que
mudará» («decerto que mudará» ou «é certo que mudará»); «*paradeiro da
situação» (será «ponto da situação»?); «*posição e fortuna a que te pertencem» («posição e fortuna que te pertencem»); «foi de
encontro a seu avô» («foi ao encontro de seu avô»); «pelo que Carlos escrevera aqui» [3’44] («pelo que Carlos
escreveu aqui»).
Catarina (11.º 5.ª)
Catarina
(18-17,5) Pontos fortes Reflexão por Maria
Eduarda. Texto sofisticado. Muito boa leitura em voz alta. Gosto estético (e
cuidado de pesquisa) revelado na seleção de trechos de filmes; cuidado, rigor,
na indicação de referências (créditos) no final. Bom acabamento de tudo (o que
inclui música também). Aspetos melhoráveis
Na redação: «*mas todas as palavras fundiam-se e desdobravam-se» («mas todas as
palavras se fundiam e (se) desdobravam»); «tento lutar a vontade que nasce em
mim» («tento lutar contra a vontade que nasce em mim»); na legenda, Os Maias, desejavelmente, apareceria em
itálico.
Filipa (11.º 8.ª)
Filipa
(14-13,5) Pontos fortes Leitura em voz alta quase
sem erros. Reflexão de Maria Eduarda (certa, ainda que sem especial
inventividade). Aspetos melhoráveis
Parte visual constituída por um único slide (embora próprio). Tempo da gravação
relativamente curto (dois minutos e três segundos). Na pronúncia (e não sei se
na redação prévia): «*tênhamos» (é «tenhamos», é claro).
J. Cabo (11.º 5.ª)
J.
Cabo (14) Pontos fortes Criação com originalidade
(embora talvez um pouco estapafúrdia, engenhosa mas quase delirante — era
preciso demorar mais a narrar, para que não parecesse tudo tão abrupto). Sentido
de humor, subliminar, no desenlace extraordinário. Aspetos melhoráveis Pouca extensão (2’05). Leitura em voz alta
merecia ter sido repetida (em geral, é boa, mas há duas ou três hesitações...).
Imagens googladas. Na redação: «*e reparou num pormenor que não tinha reparado»
(seria: «*e reparou num pormenor em
que não tinha reparado»); «*confrontou Carlos» («confrontou Carlos com» ou
«enfrentou Carlos»); «*forma» («formava», para manter coesão temporal); «*as
pessoas» («e as pessoas»).
Hugo (11.º 12.ª)
Hugo
(13) Pontos fortes Criação de outra
perspetiva (a de Ega). Ideia era interessante mas falta psicologia (acaba por a
visão apresentada ser sobretudo factual, aliás, creio, um pouco segundo o que
vem nas sebentas sobre a obra). A leitura em voz alta começa por fazer um
esforço de expressividade (até alguma dramatização), mas, à medida que se
avança, percebe-se ter faltado mais ensaio (a lentidão resguarda um pouco essa
falta de ensaio). Aspetos melhoráveis
Imagem pobre (apenas a capa do livro, googlada). Na legenda, falta o acento em
«capítulo». Admito que tenha havido alguma confusão na interpretação de certos
pormenores do capítulo (não percebo a assunção de que Afonso queria contar
alguma coisa a Maria; Guimarães não era um amigo de Ega, propriamente; em vez
de «Afonso de Maia» seria «Afonso da Maia»).
Miguel S. (11.º 7.ª)
Miguel S.
(12) Pontos fortes Leitura em voz alta calma
e percetível, ainda que falte expressividade. Ter-se compreendido capítulo. Aspetos melhoráveis Parte visual pobre
(um único slide, embora bem escolhido). Gravação demasiado pequena (houve aliás
pouco investimento nesta tarefa). Na redação: «*que incumbi ao Vilaça que te
entregasse» («que incumbi Vilaça de te entregar»); «João de Ega» seria «João da
Ega».
Catarina F.
(11.º 8.ª)
Catarina
F. (15,5-15) Pontos fortes Situação criada é
original («E se a declaração de Maria Monforte fosse diferente...») e é também um
bom pretexto para se mostrar a compreensão do capítulo (e de outros aspetos dos
Maias). Realização do filme (com a
protagonista a ser representada pela autora, que também lê em off). O desfecho da situação nas
legendas. Aspetos melhoráveis
Leitura podia ser mais calma (a pressa fez que houvesse hesitações aqui e ali;
devia ter-se ensaiado mais vezes a leitura). No texto lido: «a herança a que tu
só tens direito» seria «a herança a que só tu tens direito».
Catarina F.
(11.º 1.ª)
Catarina F. (12) Pontos fortes Situação criada (cartas
de Carlos e de Maria Eduarda a Ega). Leitura em voz alta, com bons momentos de
expressividade. Certo cuidado técnico havido com o filme (escolha da música,
por exemplo). Aspetos melhoráveis
Imagens googladas. Alguns erros em verbos (por exemplo: dado o resto do relato,
«no momento em que o vira» deveria ser «no momento em que o vi»; este uso do
mais-que-perfeito em vez do pretérito perfeito acontece mais vezes e talvez
esteja ligado ao ter-se seguido o original de Eça sem cuidar de que a narrativa
criada implicava outra enunciação). Na redação: «teres entregue» devia ficar «teres
entregado»; atualmente preferimos «cobardia» a «covardia».
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