Sunday, September 06, 2015

Os Maias 13



Carolina (11.º 5.ª)
Carolina (17,5-17) Pontos fortes Criação de carta, em situação inventada pela autora. Bom texto. Boa leitura em voz alta, sem erros, ainda que pudesse talvez ser mais dramatizada. É ainda interessante que a imagem do filme seja a do próprio texto que se escreve (embora o barulho da caneta se torne, a pouco e pouco, quase incómodo). Aspetos melhoráveis Extensão: não ficaria mal se a duração se aproximasse mais dos três do que dos dois minutos. Na linguagem: «*Percebo que talvez não viverei» (é «Percebo que talvez não viva», porque o «talvez» implica o conjuntivo).

Elly (11.º 8.ª)
Elly (15,5) Pontos fortes Ideia, original, de se criar-se um texto sobretudo em torno de ementa do jantar de aniversário de Afonso Maia. Leitura em voz alta no ritmo certo. Texto e suporte (filme) próprios. Bom acabamento técnico. Aspetos melhoráveis Poderia haver mais alusão ao enredo de Os Maias. Na redação: «*haviam velas» («havia velas»: o verbo «haver» nunca fica no plural, a não ser como auxiliar; «velas» é o complemento direto, não é sujeito); «que contrastam» (seria «que contrastavam», já que até aí se usara o passado).

Joãozão & João R. (11.º 1.ª)
João R. & Joãozão (14,5-14) Pontos fortes Texto quase sem erros. Transposição para 1.ª pessoa. Leitura em voz alta, de ambos, bastante perfeita (som desnivelado, porém). Aspetos melhoráveis Imagens googladas. Formato, no fundo, de sinopse/resumo (ainda que na 1.ª pessoa). Pouca extensão (para um trabalho em dupla, esperava-se cerca de minutos). Já agora, houve certo desaproveitamento das potencialidades de se trabalhar em dupla. Na redação: em vez de «*tivera os mesmos pensamentos do que eu» seria «tivera os mesmos pensamentos que eu»; em vez de «*mal sabia do que me estava a meter», «mal sabia daquilo em que me estava a meter»; «*tive um horror à Gouvarinho» («tive asco à Gouvarinho», «tive repulsa pela Gouvarinho»; e já não sei se «fiquei com ‘intolerância’ à Gouvarinho).

Miguel (11.º 8.ª)
Miguel (18) Pontos fortes Criação de troca epistolar entre Carlos e Dâmaso. Bom texto. Boa representação (mimando a reflexão, enquando o texto vai sendo reproduzido em off, também dramatizadamente — há, assim, dois níveis de teatralização, que se reúnem quando, fechada a primeira carta, Carlos se nos dirige). Boa leitura expressiva em voz alta. Boa realização. Aspetos melhoráveis A reação, ainda que chorosa, não parece característica de Dâmaso (mas, provavelmente, quis-se mesmo vincar a incoerência da personagem). Redação: em vez de «uma pessoa que nenhuma senhora podia gostar» seria «uma pessoa de que nenhuma senhora podia gostar».

Tomás (11.º 7.ª)
Tomás (14-14,5) Pontos fortes Boa leitura em voz alta (embora talvez demasiado «altissonante»: tratando-se de página de diário, podia esperar-se um estilo de expressividade que contemplasse algumas oscilações, hesitações, pausas, típicas de quem escreve mas está também a refletir). Texto sem erros e apropriado à expressão oral. Aspetos melhoráveis Imagem pouco criativa (é apenas a capa, mesmo se, segundo creio, tratada digitalmente). Se excluirmos a transposição para a 1.ª pessoa, o texto é essencialmente uma sinopse do original (o que eu pedira que evitassem). Linguagem: «foi-me dito para aguardar» é pior do que «foi-me dito que aguardasse» ou «foi-me pedido para aguardar». Pronúncia: parece «Egas desceu» em vez de «Ega desceu».

Joana S.im (11.º 12.ª)

Joana S.i (17,5-17) Pontos fortes Originalidade na adaptação ao formato policial e na transposição para a época contemporânea (no espaço e, em parte no léxico): contrastes que daí derivam são interessantes. Investimento em várias áreas do cinema (realização, montagem, escolha de música), com resultado que mostra gosto e trabalho. Articulação entre voz «em direto» e em off. Aspetos melhoráveis Pronúncias de «*s[u]fr[a]gramente» («sofregamente», com ô e e mudo é que é); «*catela» (por «cautela»).

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