Os Maias 13
Carolina (11.º 5.ª)
Carolina
(17,5-17) Pontos fortes Criação de carta, em
situação inventada pela autora. Bom texto. Boa leitura em voz alta, sem erros,
ainda que pudesse talvez ser mais dramatizada. É ainda interessante que a
imagem do filme seja a do próprio texto que se escreve (embora o barulho da
caneta se torne, a pouco e pouco, quase incómodo). Aspetos melhoráveis Extensão: não ficaria mal se a duração se
aproximasse mais dos três do que dos dois minutos. Na linguagem: «*Percebo que
talvez não viverei» (é «Percebo que talvez não viva», porque o «talvez» implica
o conjuntivo).
Elly (11.º 8.ª)
Elly
(15,5) Pontos fortes Ideia, original, de se criar-se
um texto sobretudo em torno de ementa do jantar de aniversário de Afonso Maia.
Leitura em voz alta no ritmo certo. Texto e suporte (filme) próprios. Bom
acabamento técnico. Aspetos melhoráveis
Poderia haver mais alusão ao enredo de Os
Maias. Na redação: «*haviam velas» («havia velas»: o verbo «haver» nunca
fica no plural, a não ser como auxiliar; «velas» é o complemento direto, não é
sujeito); «que contrastam» (seria «que contrastavam», já que até aí se usara o
passado).
Joãozão
& João R.
(11.º 1.ª)
João
R. & Joãozão (14,5-14) Pontos fortes Texto quase sem erros. Transposição
para 1.ª pessoa. Leitura em voz alta, de ambos, bastante perfeita (som
desnivelado, porém). Aspetos melhoráveis
Imagens googladas. Formato, no fundo, de sinopse/resumo (ainda que na 1.ª
pessoa). Pouca extensão (para um trabalho em dupla, esperava-se cerca de
minutos). Já agora, houve certo desaproveitamento das potencialidades de se
trabalhar em dupla. Na redação: em vez de «*tivera os mesmos pensamentos do que eu» seria «tivera os mesmos
pensamentos que eu»; em vez de «*mal sabia do que me estava a meter», «mal
sabia daquilo em que me estava a meter»; «*tive um horror à Gouvarinho» («tive
asco à Gouvarinho», «tive repulsa pela Gouvarinho»; e já não sei se «fiquei com
‘intolerância’ à Gouvarinho).
Miguel (11.º 8.ª)
Miguel
(18) Pontos fortes Criação de troca
epistolar entre Carlos e Dâmaso. Bom texto. Boa representação (mimando a
reflexão, enquando o texto vai sendo reproduzido em off, também dramatizadamente — há, assim, dois níveis de
teatralização, que se reúnem quando, fechada a primeira carta, Carlos se nos
dirige). Boa leitura expressiva em voz alta. Boa realização. Aspetos melhoráveis A reação, ainda que
chorosa, não parece característica de Dâmaso (mas, provavelmente, quis-se mesmo
vincar a incoerência da personagem). Redação: em vez de «uma pessoa que nenhuma
senhora podia gostar» seria «uma pessoa de
que nenhuma senhora podia gostar».
Tomás (11.º 7.ª)
Tomás
(14-14,5) Pontos fortes Boa leitura em voz alta
(embora talvez demasiado «altissonante»: tratando-se de página de diário, podia
esperar-se um estilo de expressividade que contemplasse algumas oscilações,
hesitações, pausas, típicas de quem escreve mas está também a refletir). Texto
sem erros e apropriado à expressão oral. Aspetos
melhoráveis Imagem pouco criativa (é apenas a capa, mesmo se, segundo
creio, tratada digitalmente). Se excluirmos a transposição para a 1.ª pessoa, o
texto é essencialmente uma sinopse do original (o que eu pedira que evitassem).
Linguagem: «foi-me dito para aguardar» é pior do que «foi-me dito que
aguardasse» ou «foi-me pedido para aguardar». Pronúncia: parece «Egas desceu»
em vez de «Ega desceu».
Joana S.im (11.º 12.ª)
Joana S.i (17,5-17) Pontos fortes Originalidade na
adaptação ao formato policial e na transposição para a época contemporânea (no
espaço e, em parte no léxico): contrastes que daí derivam são interessantes. Investimento
em várias áreas do cinema (realização, montagem, escolha de música), com
resultado que mostra gosto e trabalho. Articulação entre voz «em direto» e em off. Aspetos melhoráveis Pronúncias de «*s[u]fr[a]gramente»
(«sofregamente», com ô e e mudo é que é); «*catela» (por
«cautela»).
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