Sunday, September 16, 2012

Os Maias 6


Carolina (11.º 6.ª)



Carolina (Bom+/Muito Bom- ou quase Muito Bom -) Pontos fortes [esta parte é para ler ao som do «Rap Queirosiano»:] «Foi uma boa ideia / A da Carolina; / Por isso digo já / Que a um notão se destina. // Resumiu bem o jantar, / Vincou que é uma crónica, / Não fez erros na leitura / Nem ficou afónica. // Esqueceu um pouco a literatura, / E o cocó do Alencar, / Mas era bem difícil / Poder tudo contemplar. // Até em termos técnicos / Esteve bem esta Carrêlo: / Articular tudo tão bem / Não era fácil fazê-lo. // Título foi bem escolhido, / ‘Rap Queirosiano’, com S; / Porquê então em «Queiroz» / Um Z nos aparece? // Ainda bem que não tirei / A gravação do YouTube: / A Carolina vai ficar famosa / Do Japão a Cube*» [«Cuba» pronunciada nos Açores, no Barlavento algarvio ou em Castelo Branco (notar que isto é péssima dialetologia: é o [u], e não o «a» final, que nestas áreas poderia rimar com a vogal final de «YouTube»)]. Aspetos melhoráveis Falta vírgula depois do modificador apositivo «o banqueiro», em «Temos Cohen, o banqueiro que era o homenageado» (se tivéssemos «que era homenageado», sem «o», até podíamos interpretá-lo como modificador restritivo de «o banqueiro» e por isso considerar tudo como um modificador apositivo e prescindir da tal vírgula). Nos versos «No qual acontece, / o jantar no Hotel Central» não pode haver vírgula. Em «Esta era então, / a situação de Portugal» também não pode haver vírgula (podemos é pôr «então» entre vírgulas). Em «Pedro Da Maia», o «da» devia estar com minúscula. Os Maias devia estar em itálico. «Instrumental» deveria figurar entre parênteses retos (ou não figurar nada?). Nos créditos, entre o nome da canção e o do cantor deve haver vírgula. Por vezes, era possível aproximar mais a métrica dos versos do ritmo escolhido (embora num rap, creio, quase se estimulem essas incongruências entre métrica do verso e espaço para o dizer). De qualquer modo, aí vão soluções para um caso ou outro de desfasamento maior: «Ega foi quem organizou / Este jantar.» (Foi Ega quem organizou / O belo do jantar); «Dâmaso Salcede, / Jovial e conquistador» (O Dâmaso Salcede / Queria ser conquistador); «Sendo que todas participam / Na disputa verbal» (E todas participam / Com a verborreia habitual). Em vez de «Carlos e Alencar / Representam duas gerações /Assim como Pedro da Maia / Que lhes traz recordações», que não é bem verdade, poria «Alencar e Carlos / Representam duas gerações / Da primeira era o Pedro / Que lhes traz recordações». «É bom que te sobressaias» parece-me agramatical (devia ser: «É bom que sobressaias»).




Daniel (11.º 9.ª)





Daniel (Bom ou Bom (+)) Pontos fortes Adaptação musical (um rock, depois do rap em cima). Domínio de várias técnicas (filme, montagem, som). Gosto, e cuidado, posto na realização. Texto (criativo, bem construído, com excelente refrão; só «estarrecidos», para caracterizar os assistentes à passagem de Maria Eduarda, me parece má escolha, por conotar ‘medo’: era mais «extasiados», «embevecidos»). Genéricos, inicial e final, marcantes (o que, porém, acaba por fazer realçar certa lentidão das imagens no miolo). Aspetos melhoráveis Não sou nada entendido em música nem em tratamento de som, mas julgo que era possível, pelo aperfeiçoamento da articulação do som instrumental e do som da interpretação, melhorar o efeito final (o volume do instrumental devia ser maior? o Daniel podia cantar mais afinadamente? responda o Luís, do 11.º 1.ª, que é sabedor de música e tem opinião fundamentadíssima sobre tudo).


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