Os Maias 11
Nádia & Rita M.
(11.º 4.ª)
Rita M.
& Nádia (Muito Bom (-)) Pontos fortes Representação
de ambas (destacando, por mais difícil, a de Rita, mas sendo sempre certa
também, embora menos natural — o que, em parte, advém de se tratar de papel em
que tem de fingir outro género —, a de Nádia). Ritmo conseguido (para que
concorrem momentos de resumo e elipse, por slides; também a música intercalada;
mas, sobretudo, a escolha, redação/adaptação dos diálogos). Realização (até em
termos técnicos, muito perfeita; houve planificação cuidadosa decerto). Solução
para a «cadelinha escocesa», Niniche, parece-me boa (é uma transgressão à verosimilhança,
ao realismo, mas defenderia que até se investisse em outras transgressões
semelhantes). Aspetos melhoráveis
Slides com legendas passam com demasiada rapidez (e o de «Na manhã após receber
a carta, Carlos [...]» merecia ser reformulado: «De manhã, após receber o
bilhete/a carta, Carlos [...]). Ao despedirem-se, no século XIX e ainda antes
de serem namorados, Carlos e Maria Eduarda não dariam beijinhos (Carlos
beijaria a mão de Maria, creio).
Filipe (11.º 9.ª)
Filipe (Bom (-)) Pontos fortes Foi uma boa solução fazer
filtrar a história do capítulo por um comentário após diálogo entre amigos.
Esse processo permite que o texto seja mais natural e não tenha de se recorrer
a tipos textuais que o Filipe dominaria menos. Assim, a redação não apresenta
erros significativos, de escrita ou de conhecimento da obra (note-se só que Dâmaso
Salcede não era «um grande amigo» de Carlos: tinham acabado de se conhecer). Também
a leitura em voz alta está bastante correta: velocidade ideal, clareza, quase
sem falhas de pronúncia e de entoação ou hesitações, mesmo se num andamento
refreado para maior segurança. Aspetos
melhoráveis Na escrita: «fiquei com a sensação que a conhecia» (fiquei com
a sensação de que a conhecia); «foi
sempre a paixão dele» (fora sempre a sua paixão); «tinha passado [...] e nada
aconteceu» (acontecera). Na oralidade: em «condessa» continua a haver a
assimilação nasal (conde[n]sa), que eu recomendara fosse corrigida.
Gonçalo (11.º 9.ª)
Gonçalo
(Bom (-)) Pontos fortes Leitura em voz alta segura,
com corretas entoações (é aliás um domínio em que o Gonçalo é sempre competente).
Texto também não tem quase falhas (transposição para relato na 1.ª pessoa está
bem feita; eu teria preferido uma criação mais original, mas, assumida esta,
não há grandes críticas a fazer). Aspetos
melhoráveis Não se justifica a estratégia de ir apresentando slides
ilustrativos do que vai sendo mencionado (acaba por se reduzir a possibilidade
de o ouvinte imaginar o que é descrito; além de que, em geral, a figura não
corresponde bem ao objeto referido). Na escrita: «fiquei bastante feliz que tal
se...» (fiquei bastante feliz com o facto de tal se...); «todas as cadeiras
encontravam-se» (todas as cadeiras se encontravam); evitar «algo», «bastante».
Na oralidade: «que me pareciam» soou «pareceriam».
Gonçalo C. (11.º 6.ª)
Gonçalo C. (Suf (+)) Pontos fortes Ideia de alterar intriga,
o que teria condições para ser solução preferível às milhentas páginas de
diários que tive de ouvir. Porém, creio que falha um tanto a execução, por ser essa
alteração pouco trabalhada, demasiado abrupta: para ser verosímil, o novo desenvolvimento
deveria ser mais preparado, mais anunciado. Aspetos melhoráveis Pouca extensão (1,20, no fundo). Leitura em voz
alta, para texto que não é longo, ainda revela algumas hesitações. Evitaria
usar como imagem o fotograma da telenovela. Na escrita: «segundo este, ela é uma excelente pessoa» (era).
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