Os Maias 1
Alexandre
C. (11.º 4.ª)
Alexandre
C. (Bom+/Muito
Bom- ou Bom+) Pontos fortes Consegue dar-se bem, limpa
e limpidamente, com a simplicidade a que se chega depois de vencer
complexidades, o essencial da segunda metade do primeiro capítulo. O texto acaba
por ser sobretudo narrativo, fazendo uma condensação dos dados do enredo expostos
na obra, mas sem deixar de cumprir o estilo intimista, reflexivo, característico
do género ‘diário’. Bom acabamento de tudo. Redação bastante perfeita. Leitura
em voz alta também sem erros (apesar da velocidade lisboeta em algum vocalismo;
por exemplo, «mas se as circunstâncias» é dito um pouco mais aglutinado do que ‘maxaxircunxtancias’).
Aspetos melhoráveis A vontade de
resumir o enredo do capítulo e de o referir no texto diarístico pode fazer
aflorar certa artificialidade (por exemplo, quando escrevemos num diário, não
explicamos os nomes dos nossos parentes: «meu pai, Caetano da Maia»). Em
compensação, talvez se pudesse ter arriscado mais na criação do texto, não sei
se aprofundando a psicologia de Afonso ou imaginando peripécias não incluídas
no original. «Ameaçou-me *que o iria fazer» (de que o iria fazer); «Alguém que [...]
nunca poderá ser *indicada» (indicado); «tentei transparecer uma sensação de
calma» (tentei transparecer calma); «Pedi a *Afonso [que retirasse o talher de
Pedro]» (Pedi ao Teixeira).
Marta P. (11.º 3.ª)
Marta P. (Bom +) Pontos fortes Ideia, conceção, segurança
(solidez, até técnica) do conjunto. Slide final (bem concebido e recomposto),
que cria momento de novidade (para o contraste contribui também a repentina
mudança de estilo de leitura; se não houvesse o «vende-se» no início, e poucos
momentos de elogio promocional (já agora: esses comentários não deveriam ser
mais regulares?), o efeito de surpresa seria maior. Leitura em voz alta não tem
erros (se descontarmos a palavra francesa que designa as tapeçarias) e usa
ritmos convenientes (lento, primeiro; enérgico, no final). Aspetos melhoráveis Pergunto-me se uma solução melhor para as
imagens não seria a Marta ter desenhado croquis. Outra solução: por ironia, ir
pondo slides com alguma correspondência à descrição lida, mas em condições
deploráveis ou de péssimo gosto. É verdade que estas duas estratégias reduziriam
o impacto do último slide.) O primeiro slide, fotograma da novela brasileira, é
incoerente com o resto. «John Bull» era figura de estilo (não seria mesmo o
nome do arquiteto): é o nome que procura tipificar o inglês, como «Zé Povinho»
para os portugueses. «Gobelins» tem de ser pronunciado à francesa. «[...] sendo
alcatificado, atribuindo-lhe um cariz luxuoso» (sendo alcatifado, o que lhe dá
um cariz luxuoso). «Os Maias de Eça de Queiroz» (Eça de Queirós, Os Maias).
Filipa & Sol (11.º 6.ª)
Sol
& Filipa (Bom) Pontos fortes Ambas as autoras têm boa
capacidade de leitura, ainda que, em outras ocasiões, as suas leituras em voz
alta não tenham sido devidamente ensaiadas. Não foi o caso: desta vez, creio,
terá havido suficientes repetições, há boa expressividade e nenhum erro (notei só
uma hesitação na Filipa, em «que nada do que», bem como um «te escrevi» que
saiu quase como «descrevi», e diria que a Sol, por vezes, terá sido um tanto
rápida, tendo hesitado em «e ser feliz novamente»). Redação está bem feita (ver
só os reparos que faço em baixo), parecendo bastante natural, o que não é fácil, dado que se
conseguiu também contar o essencial da intriga. Aspetos
melhoráveis «deste-me tantas vezes na cabeça» é de um registo de língua (juvenil,
popular) que não coincide com o contexto da carta; «Mas tu também magoaste-me
muito» (mas tua também me magoaste muito); «tive esperanças que» (tive
esperanças de que); «dar-te a notícia que ias ser avô» (dar-te a notícia de
que); «Roma pareceu-le demasiado aborrecido» (aborrecida [preferível]) .
Extensão está no limite do aceitável (dissera eu que a extensão dos trabalhos
em dupla deveria ser proporcional; neste caso, cada autora demora-se apenas cerca
1,20/1,15, o que é relativamente pouco). No primeiro slide, vírgula deveria ficar
encostada à palavra que a precede.
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