Sunday, September 16, 2012

Os Maias 1


Alexandre C. (11.º 4.ª)



Alexandre C. (Bom+/Muito Bom- ou Bom+) Pontos fortes Consegue dar-se bem, limpa e limpidamente, com a simplicidade a que se chega depois de vencer complexidades, o essencial da segunda metade do primeiro capítulo. O texto acaba por ser sobretudo narrativo, fazendo uma condensação dos dados do enredo expostos na obra, mas sem deixar de cumprir o estilo intimista, reflexivo, característico do género ‘diário’. Bom acabamento de tudo. Redação bastante perfeita. Leitura em voz alta também sem erros (apesar da velocidade lisboeta em algum vocalismo; por exemplo, «mas se as circunstâncias» é dito um pouco mais aglutinado do que ‘maxaxircunxtancias’). Aspetos melhoráveis A vontade de resumir o enredo do capítulo e de o referir no texto diarístico pode fazer aflorar certa artificialidade (por exemplo, quando escrevemos num diário, não explicamos os nomes dos nossos parentes: «meu pai, Caetano da Maia»). Em compensação, talvez se pudesse ter arriscado mais na criação do texto, não sei se aprofundando a psicologia de Afonso ou imaginando peripécias não incluídas no original. «Ameaçou-me *que o iria fazer» (de que o iria fazer); «Alguém que [...] nunca poderá ser *indicada» (indicado); «tentei transparecer uma sensação de calma» (tentei transparecer calma); «Pedi a *Afonso [que retirasse o talher de Pedro]» (Pedi ao Teixeira).



Marta P. (11.º 3.ª)





Marta P. (Bom +) Pontos fortes Ideia, conceção, segurança (solidez, até técnica) do conjunto. Slide final (bem concebido e recomposto), que cria momento de novidade (para o contraste contribui também a repentina mudança de estilo de leitura; se não houvesse o «vende-se» no início, e poucos momentos de elogio promocional (já agora: esses comentários não deveriam ser mais regulares?), o efeito de surpresa seria maior. Leitura em voz alta não tem erros (se descontarmos a palavra francesa que designa as tapeçarias) e usa ritmos convenientes (lento, primeiro; enérgico, no final). Aspetos melhoráveis Pergunto-me se uma solução melhor para as imagens não seria a Marta ter desenhado croquis. Outra solução: por ironia, ir pondo slides com alguma correspondência à descrição lida, mas em condições deploráveis ou de péssimo gosto. É verdade que estas duas estratégias reduziriam o impacto do último slide.) O primeiro slide, fotograma da novela brasileira, é incoerente com o resto. «John Bull» era figura de estilo (não seria mesmo o nome do arquiteto): é o nome que procura tipificar o inglês, como «Zé Povinho» para os portugueses. «Gobelins» tem de ser pronunciado à francesa. «[...] sendo alcatificado, atribuindo-lhe um cariz luxuoso» (sendo alcatifado, o que lhe dá um cariz luxuoso). «Os Maias de Eça de Queiroz» (Eça de Queirós, Os Maias).




Filipa & Sol (11.º 6.ª)




Sol & Filipa (Bom) Pontos fortes Ambas as autoras têm boa capacidade de leitura, ainda que, em outras ocasiões, as suas leituras em voz alta não tenham sido devidamente ensaiadas. Não foi o caso: desta vez, creio, terá havido suficientes repetições, há boa expressividade e nenhum erro (notei só uma hesitação na Filipa, em «que nada do que», bem como um «te escrevi» que saiu quase como «descrevi», e diria que a Sol, por vezes, terá sido um tanto rápida, tendo hesitado em «e ser feliz novamente»). Redação está bem feita (ver só os reparos que faço em baixo), parecendo bastante natural, o que não é fácil, dado que se  conseguiu também contar o essencial da intriga. Aspetos melhoráveis «deste-me tantas vezes na cabeça» é de um registo de língua (juvenil, popular) que não coincide com o contexto da carta; «Mas tu também magoaste-me muito» (mas tua também me magoaste muito); «tive esperanças que» (tive esperanças de que); «dar-te a notícia que ias ser avô» (dar-te a notícia de que); «Roma pareceu-le demasiado aborrecido» (aborrecida [preferível]) . Extensão está no limite do aceitável (dissera eu que a extensão dos trabalhos em dupla deveria ser proporcional; neste caso, cada autora demora-se apenas cerca 1,20/1,15, o que é relativamente pouco). No primeiro slide, vírgula deveria ficar encostada à palavra que a precede.


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