Monday, September 12, 2011

Bibliofilmes 10.º 6.ª

Carolina

Carolina / Ricardo Araújo Pereira, Boca do Inferno / Bom (+) // Pontos fortes Enquadramento narrativo inicial é inteligente e bem realizado. Todo o filme está bem acabado e representa significativa sofisticação do microfilme do 1.º período. Aspetos melhoráveis Ter-se escolhido abordagem de comentário, num estilo menos criativo do que o da parte inicial, um tanto wikipédica. Em vez de «requisitar que realize», «solicitar que realize»; em vez de «um dos livros que mais me agradou», «um dos livros que mais me agradaram»; em «desfrutar», o E não deve soar como /i/. Leitura não me pareceu demasiado ensaiada (dada a capacidade de leitura em voz alta que costuma ter a Carolina).

Sofia A.

Sofia A. / Paula Cairo, Peto / Bom +/Bom(+) // Pontos fortes Transposição da história do livro para outro contexto bem escrita e bem lida. Todo o bibliofilme foi elaborado com cuidado, limpamente. Aspetos melhoráveis Apenas talvez se pudesse evitar «pontuação» excessiva na leitura em voz alta (há pausas marcadas na escrita com vírgula que não têm de dar lugar a pausa na leitura em voz alta). No entanto, a leitura calma e pausada foi muito vantajosa.

Mariana C.

Mariana C. / Eduardo Barroso, Prazeres / Muito Bom - // Pontos fortes Solução criativa, por transposição para experiência própria, de ordem memorialística, para abordar a obra em causa. Redação, levemente irónica. Aspetos melhoráveis Leitura em voz alta, sendo bastante boa, não é tão perfeita como a de que Mariana seria capaz.

Miguel T.
Miguel T. / Hergé, A estrela misteriosa / Bom (+) // Pontos fortes Qualidade estética do resultado. Solução original. Redação sem falhas e criativa. Leitura em voz alta. Aspetos melhoráveis Livros de BD estavam fora do perfil de obras que recomendara (é certo que Tintin é já um clássico — figurava ao lado dos Tolstois, Tchekoves, Homeros, na lista de obras lidas em O Leitor, por exemplo).

Mariana L.
Mariana L. / Nick Vujicic, A vida sem limites / Bom // Pontos fortes Redação sem falhas. Enquadramento (inicial e final) da obra em termos também pessoais. Leitura em voz alta na velocidade ideal. Aspetos melhoráveis Ter-se recorrido a segmentos de extensão razoável de filmes já produzidos (e confrangedores — mas, é verdade, esse efeito dramático era pretendido).

Tiago




Tiago / Nicholas Sparks, A alquimia do amor / Bom (-) // Pontos fortes Recorrer a imagens de álbuns de família foi uma boa ideia. Leitura em voz alta, apesar da dificuldade de um texto longo, não teve falhas (só, quase no final, velocidade demasiada talvez). Aspetos melhoráveis Ter-se adotado formato de reconto (seguido de comentário); esse reconto acaba por se tornar extenso e leva a que haja uma ou outra deselegância de sintaxe (repetições, falhas nas pronominalizações).

Sofia R.



Sofia R. / Álvaro de Campos, Soneto já antigo e outros poemas / Muito Bom- // Pontos fortes Estratégia «fílmica» simples e natural (chegada, leitura de folha, saída) e sua boa execução. Aproveitamento da leitura havida em texto criativo próprio (muito correto, quanto a redação; bastante correto, embora talvez pouco ambicioso em termos de expressividade, quanto a leitura em voz alta). Aspetos melhoráveis O pequeno livro lido (Soneto já antigo e outros poemas) é uma recolha mínima da poesia deste heterónimo de Pessoa. Idealmente, ter-se-ia usado uma das edições maiores.



Lara

Lara / Todd Burpo, O céu existe mesmo / Bom - // Pontos fortes Sofisticação de recursos relativamente ao microfilme. Funciona bem filmagem do trabalho com dois livros, bem como do computador, reproduzindo, no fundo, o processo de pesquisa seguido pela Lara. Aspetos melhoráveis Redação (por exemplo, logo ao princípio: «é um livro em que relata» teria de ser «é um livro em que se relata»; «relatos que vai dizendo» seria «relatos que vai fazendo»; etc.). Futuramente, espero um livro já mais literário.







Pedro S.


Pedro S. / Nuno Markl, Caderneta de Cromos contra-ataca / Bom -/Bom(-) / Pontos fortes Capacidade de síntese, certa intuição de publicitário. Consegue-se exemplificar bem, tornando atraente o livro, porque se percebeu bem a escrita do original e se foi eficaz na redação do comentário. Aspetos melhoráveis Pouca extensão e, enfim, a ideia de que este trabalho foi feito «sobre o joelho», ficando aquém das capacidades que tem o Pedro. Leitura em voz alta ligeiramente apressada.




Sol


Sol / Masaru Emoto, As mensagens escondidas na água / Bom - / Pontos fortes Abordagem clara, natural. Ficamos a perceber sem esforço de que se trata no livro. Aspetos melhoráveis O livro escolhido (não o li, é verdade, mas arrisco que há pouca ciência neste japonês). Algumas falhas de acentos nos textos nos slides. Leitura de passo do livro, quase no final, pouco ensaiada.




Filipa


Filipa / Margarida Rebelo Pinto, Vou contar-te um segredo / Bom (-)/Bom // Pontos fortes Redação de texto pessoal que continua o texto do original, unindo-se criação e capacidade de imitar o texto inicial. Não há falhas (claras) na leitura em voz alta nem de redação. Aspetos melhoráveis Referência bibliográfica não está completa nem bem feita (mas, neste aspeto, falharam quase todos). Futuramente, peço um livro mais literário.



Daniel

Daniel / AAVV, Onze em campo de cada vez / Bom-/Suf+ // Pontos fortes Relacionação do livro com memórias pessoais. Apresentação da obra com clareza, num texto próprio (nem sempre lido irrepreensivelmente, é verdade). Aspetos melhoráveis Podia ter-se aludido mais aos textos (há contos, ou crónicas, de alguns dos melhores escritores brasileiros; provavelmente, o Daniel não teve já tempo para as aproveitar mais). No slide inicial, faltam acentos em duas das palavras.



Mariana O.

Mariana O. / Cecelia Ahern, O Livro do Amanhã / Bom+/Muito Bom- // Pontos fortes Abordagem inicial criativa, coordenada com o resumo que se lhe segue. Leitura em voz alta. Aspetos melhoráveis Distrações na escrita (algumas regências [«*ao qual sair»]; «*caderno confere [seria: tem] mais importância»; «solarengo» = ‘como um solar, casa apalaçada’ [era: soalheiro]; «confins de uma aldeia»).



Gonçalo




Gonçalo / Christiane F., Os filhos da droga / Bom // Pontos fortes Invenção pós-narrativa do livro. Simplicidade da abordagem (com Gonçalo a enfrentar câmara apenas). Aspetos melhoráveis Uma ou outra deselegância do texto criado («fiz», quando era melhor «fizera»; «*por um [com] que não tínhamos qualquer contacto»).



Salomé

Salomé / Cecelia Ahern, O Livro do Amanhã / Bom + // Pontos fortes Criação do texto. Leitura em voz alta (mas, por vezes, demasiado pontuada). Cuidado havido em todo o bibliofilme. Seriedade do trabalho. Aspetos melhoráveis Recurso a slides «correferentes» do que se vai enunciando no texto. Falhas (mas bastante localizadas) de redação: «paginados» [folheados]; «*aflorava-me ao coração»; «teve» por «tivera» (dado contexto); «apercebera o» [apercebera do]; «chamar de diário» [chamar diário]. Extensão do filme (mais do dobro do tempo combinado!).



Miguel G.

Miguel G. / Miguel Torga, Diário XII / Bom - // Pontos fortes Ideia original. Simplicidade do grafismo. Estilo sintético. Aspetos melhoráveis Economia de esforço (só quarenta segundos; poderia o Miguel ter feito mais poemas). «Conheço» não rima com berço». Não pode haver vírgula entre «explorar» e «o que o mundo tem para me dar».



João F.

João F. / Anne Frank, Diário / Suf // Pontos fortes Leitura em voz alta sem falhas notórias. Últimos vinte segundos parecem poder ser já pessoais. Aspetos melhoráveis Pouca originalidade: imagens são «néticas»; texto parece-me também impessoal (wikipédico?).



João Almendra

João Almendra / Ilse Losa, O mundo em que vivi / Bom (-) // Pontos fortes Partes em que o João como que «folheia» o livro. Clareza da leitura em voz alta (embora talvez com excessiva pontuação). Aspetos melhoráveis Podia haver trechos de escrita mais inventiva, mais pessoal (por exemplo, a tal transposição para «os mundos da minha vida»).




Pedro F.



Pedro F. / Charles Duchaussois, Viagem ao mundo da droga / Suf + // Pontos fortes Capacidade de síntese. Leitura em voz alta. Aspetos melhoráveis Todo o trabalho me parece feito sobre o joelho, sem grande investimento da parte do Pedro (sem por isso demonstrar capacidades que o seu autor tem). «A maior moca» é linguagem de registo demasiado informal.



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