Aula 39-40
Aula
39-40 (18
[3.ª], 21 [1.ª], 22/nov [4.ª]) Correção de comentário a
«Notas sobre Tavira».
v. 1 |
Neste verso, podemos
notar a ______ adjetivação que qualifica «música». Além disso, como acontece
geralmente quando os adjetivos precedem os nomes, pelo menos «pobre» não tem
aqui o seu sentido mais objetivo (denotativo), antes adquire um valor
subjetivo (________), talvez próximo de ‘infeliz’, ‘saudosa’ (na verdade, não
sei bem). |
v. 2 |
O «por que» não pode ser
confundido com a conjunção subordinativa causal «________». Com efeito,
equivale a «por qual [agrado]», sendo o «que» um determinante relativo. No
outro dia, exemplifiquei a mesma situação com «por que motivo» ou «por que
razão». |
v. 3 |
«lágrimas» não rima com
«música». Ou seja, a rima desta quadra não é completamente _______, é
A-B-C-B, só os vv. 2 e 4 rimam, como é habitual nas quadras verdadeiramente
populares. |
v. 4 |
Embora feche a frase,
«Meu olhar parado» desempenha a função sintática de _______ (ou seja, há um
leve hipérbato, uma vez que a ordem mais natural da frase seria com o sujeito
à cabeça: «Meu olhar parado enche-se de lágrimas»). |
v. 5 |
Nota que é «Recordo»
(não é «Relembro, como vocês diriam). O mais interessante é o complemento
direto «outro ouvir-te», com um _______ (e pronome) a servir de nome. |
v. 6 |
O «te» é complemento
______ (na 3.ª pessoa, teríamos «a» ou «o», não «lhe»). Verifiquemos a
métrica: este verso é _________. (Tem em conta que «te ou» conta como uma só
sílaba: «t’ou».) Todos os versos do poema são de redondilha menor. |
v. 7 |
«Nessa minha infância»
parece acolher a possibilidade de o poeta ter tido _______ infâncias, o que
talvez remeta para a distinção entre a infância vivida efetivamente, mas com
o poeta inconsciente da felicidade que ela lhe poderia trazer, e aquela que
ele agora racionaliza (no fundo, fictícia). Isto lembra-nos outros tópicos do
ortónimo: a ‘dor de pensar’ e o ‘________ artístico’. |
v. 8 |
O referente do termo
anafórico «ti» é «________». (Já agora: podemos dizer que o «te» do v. 5 faz
parte da mesma cadeia anafórica.) |
v. 9 |
Em «ânsia tão raiva», o
que há de original é usar-se um _____ («raiva») quando se esperaria um
adjetivo («______»). |
v. 10 |
Neste verso o
complemento direto («aquele outrora») integra um determinante («aquele») e um
______ («outrora»). Usa-se um advérbio como se fosse um nome. |
v. 11 |
Provavelmente, neste
verso alude-se à impossibilidade de conjugar _____ e sentimentos espontâneos
(que levava o poeta a invejar gatos e ceifeiras). O paradoxo é o de que só se
pode ser feliz se não se souber que se está a ser feliz. |
v. 12 |
«Fui-o outrora agora» é
um verso que, em termos das regras de coesão e coerência, seria reprovado.
Mas, é claro, o valor de um texto literário está mesmo na originalidade com
que são quebradas essas regras. O sujeito poético assume que, no presente,
quando racionaliza uma felicidade que não sabe se, no _____, sentiu
efetivamente, é feliz (decerto nos termos do que estipulou no chamado
‘fingimento artístico’). |
Relanceia,
à esquerda, «Pedrouços» (p. 44) e o esquema que explica estoutro texto de
nostalgia da infância.
Escreve a função sintática ao lado dos
segmentos que fui sublinhando, da letra de «A Paixão (segundo Nicolau da
Viola)» (Rui Veloso, Mingos &
Samurais, 1990).
«A Paixão (segundo Nicolau
da Viola)»
(Carlos Tê / Rui Veloso-Carlos Tê)
Tu eras aquela que eu
mais queria ________
Para me dar algum
conforto e companhia ________
Era só contigo que eu
sonhava andar
Para todo o lado e até quem
sabe talvez casar
Ai o que eu passei só por
te amar
A saliva que eu gastei para
te mudar
Mas esse teu mundo
era mais forte do que eu ______
E nem com a força da música
ele se moveu
Mesmo sabendo que não
gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao
concerto que havia no Rivoli ______
E era só a ti que eu mais
queria
Ao meu lado no concerto
nesse dia ______ ______
Juntos no escuro de mão
dada a ouvir
Aquela música maluca sempre
a subir
Mas tu não ficaste nem meia
hora
Não fizeste um esforço p’ra
gostar e foste embora
Contigo aprendi uma grande
lição
Não se
ama alguém que não ouve a mesma canção ______
Mesmo sabendo que não
gostavas ______
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao concerto que
havia no Rivoli ______
Foi nesse dia que percebi
Nada mais por nós havia a
fazer
A minha paixão por ti era
um lume
Que não tinha mais lenha por onde arder ______
Mesmo sabendo que não
gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao
concerto que havia no Rivoli ______
Lido «O avô e o neto» (p. 42), explica a
dimensão narrativa do poema, delimitando os momentos do episódio relatado e
mostrando como a nostalgia da infância é tratada.
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Escreve frases introduzidas por «Lembro-me
que», que reportem um episódio, um simples incidente, bom ou mau, possivelmente
insignificante, mas que ficou registado para sempre na tua memória. (Cfr.
frases de Luís Maio — na Fugas —, no
estilo que pretendo.)
Lembro-me que ... .
Lembro-me que ... .
Lembro-me que ... .
Lembro-me que ... .
Lembro-me que ... .
Lembro-me que ... .
TPC — Melhora frases
iniciadas e trá-las na próxima aula.
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