Aula 42-43
Aula 42-43 (25 [3.ª], 26 [4.ª], 28/nov [1.ª]) Correção de
comentário a «O avô e o neto».
[Solução possível para
comentário a «O avô e o neto»:
O poema configura uma narrativa, uma vez que recria um
episódio com personagens (avô
e neto), as suas ações e as suas falas.
É possível delimitar dois momentos: as três primeiras
estrofes centram-se na reação emotiva do avô, «ao ver o neto a brincar» (v. 1);
as três seguintes focam essencialmente o neto e a naturalidade da sua
brincadeira e das suas palavras.
O sujeito poético narra uma situação ilustrativa da
nostalgia da infância. O avô, «ao ver o neto a brincar» (v. 1), sente uma
tristeza motivada pelas saudades do seu tempo de criança e deseja poder voltar
a esses momentos (vv. 3-6). Ao recordar o passado, lembra a tristeza inocente
que advinha da desconstrução dos seus castelos de brincar. Associam-se, assim,
uma tristeza presente relativa ao passado e a recordação de uma tristeza vivida
nesse passado.
A fala do neto revela a inocência típica das crianças,
ao pensar que o choro do avô se deve à queda da construção. ]
Na p. 38, lê «Às vezes, em sonho triste».
As estrofes são {escolhe, mas no futuro terás de
saber de cor estes nomes} dísticos / tercetos / quadras / quintilhas /
sextilhas / setilhas / oitava / novena ou nona / décima.
Quantas rimas diferentes há em cada estrofe? Há ______,
exceto no caso da terceira estrofe, em que teríamos um esquema rimático
__-__-__-__-__.
Vê,
no entanto, este detalhe do manuscrito de Pessoa e propõe uma nova decifração
do v. 13 do poema (ou v. 3 da estrofe em causa), tendo em conta o esquema
rimático mais esperável:
O verso que Pessoa efetivamente escreveu foi . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
Faz a divisão em sílabas métricas do verso que
corresponda ao teu número de pauta (se fores de 21 em diante, subtrai vinte,
escolhendo o v. 1, depois o v. 2, etc.); e classifica o verso em termos de métrica:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Responde às perguntas 1 a 4 no manual, completando as
respostas que já pus.
1. Ao longo do poema, o
sujeito poético descreve um «país» imaginado. Comprova o carácter idealizado
desse lugar.
Ao longo do poema, descreve-se um «país» _______, que existe
apenas «em sonho triste» (v. 1) e como resposta aos «desejos» (v. 2) do ______
poético. Trata-se de um espaço sem existência ____, acessível apenas nos
momentos de «longínquo divagar» (v. 15).
2. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as
afirmações. [Vê as alíneas com as alternativas no manual]:
O vocabulário utilizado no texto contribui para acentuar o
carácter onírico do local descrito. Assim, o advérbio «longinquamente» (v. 3)
assinala ______ entre a existência concreta do «eu» e o «país» sonhado, cuja irrealidade
é reforçada através do adjetivo _____.
3. Explicita o modo como é
vivida a passagem do tempo, tendo em conta a segunda estrofe do poema.
De acordo com a segunda estrofe, a experiência da passagem do
tempo é marcada pela espontaneidade ou ______ — «Vive-se como se nasce / Sem o
querer nem saber» (vv. 6-7) — e pela _____ cíclica da vida — «O tempo morre e
renasce / Sem que o sintamos correr.» (vv. 9-10). Deste modo, tratando-se de um
tempo circular, não-linear, não há consciência da sua _______.
4. Identifica o recurso
expressivo presente no verso 17 — «É uma infância sem fim.» — e relaciona o seu
valor com as características do «país» descrito ao longo do poema.
A ______,
associando a existência no país onírico a uma «infância» ilimitada, resume o
ambiente de felicidade e de ingenuidade que o sujeito poético imagina, num
espaço/tempo marcado pela ______ de pensamentos e pela inocência próprios da
meninice.
Usaremos a prova de exame de 2019 (1.ª fase), que
aproveitava um texto igualmente «catalogado» como sobre ‘sonho e realidade’.
Responde aos três itens que constituíam a Parte
A do Grupo I — no caso do item 2 podes aproveitar na tua resposta o que,
nos «Critérios de classificação», se recomendava como tópicos alegáveis, ainda
que, de qualquer modo, tenhas de compor essa síntese em texto e possas
acrescentar ideias tuas.
Bem sei que há ilhas lá ao sul de
tudo
Onde há paisagens que não pode
haver.
Tão belas que são como que o veludo
Do tecido que o mundo pode ser.
5 Bem
sei. Vegetações olhando o mar,
Coral, encostas, tudo o que é a
vida
Tornado amor e luz, o que o sonhar
Dá à imaginação anoitecida.
Bem sei. Vejo isso tudo. O mesmo
vento
10 Que
ali agita os ramos em torpor
Passa de leve por meu pensamento
E o pensamento julga que é amor.
Sei, sim, é belo, é longe, é
impossível,
Existe, dorme, tem a cor e o fim,
15 E,
ainda que não haja, é tão visível
Que é uma parte natural de mim.
Sei tudo, sei, sei tudo. E sei
também
Que não é lá que há isso que lá
está.
Sei qual é a luz que essa paisagem
tem
20 E
qual a rota que nos leva lá.
Fernando Pessoa, Poesia do Eu, edição de Richard Zenith,
2.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, pp. 314-315.
1. Nas três primeiras estrofes, o sujeito poético descreve um
lugar idealizado. Apresente duas características desse espaço e exemplifique
cada uma delas com uma transcrição pertinente.
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2. Explique o conteúdo dos versos 3 e
4 e relacione-o com a temática pessoana em evidência no poema.
[tópicos nos «Critérios de classificação», sobre o item 2:
Devem ser abordados os tópicos
seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ comparação entre a beleza das ilhas e o «veludo», para sugerir a suavidade/a
felicidade que o mundo pode proporcionar, se existir harmonia/se a tessitura
dos seus elementos for harmoniosa;
‒ enquadramento na temática do sonho e da realidade, na
medida em que as ilhas imaginadas permitem ao sujeito poético vislumbrar um
mundo de plenitude a que, no entanto, só pode aceder através do sonho. ]
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3. Explicite dois sentidos das
anáforas e das suas variantes (versos 1, 5, 9, 13, 17 e 19), tendo em conta o
desenvolvimento temático do poema.
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[copiar:
As anáforas «Bem sei» (vv.
1, 5, 9) sublinham a certeza de que o espaço descrito é um espaço de
felicidade, mas também de que, sendo fruto do sonho, é inacessível.
Já nas estrofes finais, a
repetição de «Sei» (vv. 13, 17, 19), aliás ele próprio reforçado («Sei, sim»,
v. 13; «Sei, sei, sei tudo», v. 17»; e «sei também», v. 17), realça a afirmação
de que o sonho é inerente à essência do sujeito poético.]
TPC — Lê «Leituras de livros»
(no blogue ou via classroom). Depois, diz-me qualquer coisa ou escreve-me ainda
em novembro.
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