Aula 52-53
Aula 52-53 (9 [3.ª], 12/dez [1.ª, 4.ª]) Vai até à p. 217,
onde temos mais um poema de Ana Luísa
Amaral, «Pequenos ritos». Responde às perguntas que ponho a
seguir (que são as do manual):
Letras
prévias
1.1. Identifica uma passagem
do poema que se segue que pudesse integrar a campanha da SPEMD, fundamentando a
tua escolha.
1.1.
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Educação
Literária
1. Justifica a utilização dos
dois pontos nas três ocorrências textuais (vv. 1, 6 e 12).
1. {escolhe uma destas
quatro soluções e acrescenta uma melhor explicitação}
Os dois pontos introduzem
explicações.
Os dois pontos introduzem citações.
Os dois pontos introduzem enumerações.
Os dois pontos introduzem consequências.
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2. Delimita, fundamentando,
os dois momentos da organização interna do poema.
2. O poema apresenta dois
momentos distintos. Nos versos 1 a 10, a atenção do sujeito poético centra-se . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. A
partir do verso 10, com a forma verbal no conjuntivo com valor imperativo, . .
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«Tabacaria» é um dos mais importantes
poemas de Álvaro de Campos.
Vamos ouvi-lo em trechos lidos por vários declamadores. De cada um dos
recitadores ouviremos apenas uma parte do poema, de modo a conhecermos o
conjunto todo mas por diferentes cinco leitores, quase todos atores.
A ordem dos declamadores segue, ascendente
e aproximadamente, a sua idade (que o respeitinho é muito bonito). Note-se que
já morreram João Villaret, Mário Viegas e Antônio Abujamra. O vencedor será
convidado a assistir ao hastear da bandeira no dia da Escola Secundária José
Gomes Ferreira em 2025 (exceto se já tiver falecido).
Declamador |
Verso ou expressão destacável (por serem expressivos) |
Valores |
João Grosso |
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Mário Viegas |
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Sinde Filipe |
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Antônio Abujamra |
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João Villaret |
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JOÂO GROSSO [sem vídeo disponível aqui]
[versos finais do longo «Tabacaria»:]
[...]
Mas
um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E
a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me
enérgico, convencido, humano,
E
vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo
um cigarro ao pensar em escrevê-los
E
saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo
o fumo como uma rota própria,
E
gozo, num momento sensitivo e competente,
A
libertação de todas as especulações
E
a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois
deito-me para trás na cadeira
E
continuo fumando.
Enquanto
o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se
eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez
fosse feliz.)
Visto
isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O
homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah,
conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O
Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como
por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me
adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e
o universo
Reconstruiu-se-me
sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos, Lisboa, Ática,
1944 (imp. 1993)
Como alguém já disse, Álvaro
de Campos é o «duplo extrovertido de Pessoa». Estas
características encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:
Atitude de autoanálise
Tédio existencial
Inadaptação à vida
Evocação nostálgica da infância
Associação da inconsciência à felicidade
Oposição sonho-realidade
Dor de pensar
Na coluna à direita dos versos de
«Tabacaria», escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá,
não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):
Versos de
«Tabacaria» |
Motivos
Campos & Ortónimo |
«Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso
querer ser nada.» (vv. 1-3) |
Tédio existencial |
«Olha que não há mais metafísica no mundo senão
chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria»
(vv. 46-47) |
|
«Que sei eu do que serei, eu que não sei o que
sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34) |
|
«Fiz de mim o que não soube, / E o que podia
fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60) |
|
«Falhei em tudo. / Como não fiz propósito
nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26) |
|
«Come chocolates, pequena» (v. 44) |
|
«À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do
mundo» (v. 4) |
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«Estou hoje vencido, como se soubesse a
verdade.» (v. 14) |
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«Não, não creio em mim» (v. 40) |
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«Se eu casasse com a filha da minha lavadeira /
Talvez fosse feliz» (vv. 92-93) |
|
«Estou hoje dividido entre a lealdade que devo /
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, / E à sensação de
que tudo é sonho, como coisa real por dentro» (vv. 22-24) |
|
«Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que
é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida»
(vv. 50-51) |
|
«Deito tudo para o chão, como tenho deitado a
vida» (v. 51) |
|
«Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade
com que comes» (v. 49) |
|
Duas hipóteses de ponto de
partida de poema:
1. «Pequenos ritos» seria o
tópico do poema que escreverias, que tomaria como modelo, nos aspetos de forma,
o poema de Ana Luísa Amaral. (Não escolherias como assunto a lavagem dos
dentes, mas um outro «pequeno rito».)
Nas quadras: observação
realista da circunstância de que se trata mesclada, ou seguida, de alusão a
regras impostas pela publicidade/ moralismo/ensino (enfim, pelo «normal» ou
socialmente assumido como correto). Num verso solto final: síntese irónica.
2. Poema que fosse uma
continuação de «Tabacaria», ainda que evitando deixar explicitadas referências
ao texto que é ponto de partida.
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TPC — Ao longo desta (e
talvez início da próxima) semana, queria que escrevessem, a computador, os
poemas que formos achando valer a pena enviar ao Concurso Correntes d'escritas.
Vou abrir tarefa na Classroom para aí descarregarem o poema (ou poemas).
Evitem, por mais leve que seja, qualquer
aproveitamento de escritos alheios ou de IA. Não esqueçam título. Escrevam,
para já, o vosso nome (depois, para efeito de concurso, será preciso
pseudónimo).
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