Bibliofilmes do 10.º 8.ª
Matilde
Matilde
/ Pedro Chagas Freitas, Prometo falhar
/ 17 // Pontos fortes Leitura
expressiva, quase dramatizada (notei uma hesitação apenas em «sinto-me
sufocado»). Como ainda é longo o texto que é dito, torna-se difícil não se cair
na «sobredramatização» (solução talvez fosse a de baixar a voz, murmurar mais
do que ler como se lêssemos para uma plateia). Articulação da redação e do
filme a que se recorreu (embora se deva dizer que o trabalho em termos de
imagens acaba por ser pouco pessoal). Redação boa (mas evitaria alguns bordões:
«tal», «algo», «fiquei devastado», «hirto e hipnotizado»). Aspetos melhoráveis Relação com o livro é quase demasiado leve
(ponto de partida é a frase «É essa a lei das aparências, noventa por cento do
que vemos no mundo são as aparências e os outros dez têm mau aspeto»). E a tal
parcimónia de criação própria em termos de imagens.
Afonso
Puga
Afonso
Puga / John
Boyne, O rapaz do pijama às riscas /
12 // Pontos fortes Clareza da
leitura, capacidade de síntese (embora esta sinopse seja decerto semelhante a
milhares encontráveis na net). Aparente domínio técnico (até por isso, é pena
que não se investisse mais em trabalho de criação pessoal, de que o Afonso
seria muito capaz). Aspetos melhoráveis
Livro escolhido (tinham a obrigação de ir ler agora um livro de outro estilo;
por outro lado, como direi a propósito de todas as Annes Franks que me apareçam
nestes trabalhos, fica-me sempre a ideia de que se limitaram a aproveitar
leituras já feitas antes, por vezes em outros anos letivos). Formato
também o desaconselhara (é uma sinopse, um resumo). Imagens são as do filme
(também lhes tinha pedido que o evitassem).
Henrique
Henrique
/ Júlio
Verne, A volta ao mundo em oitenta dias
/ 10,5 // Pontos fortes Nem sei
(talvez a noção que tenho de que o Henrique era capaz de fazer bem melhor; uma
outra leitura que entretanto já está a fazer, de livro de Alexandra Lucas
Coelho). Aspetos melhoráveis Formato
(um resumo, no fundo; um áudio e uma imagem googlada). Leitura tem várias
hesitações. Tempo mínimo não foi cumprido (1.42). A corrigir: «poderia-se dar»
(poder-se-ia dar); alguns «este» a mais.
Zé
Zé
/ Fernando
Pessoa & Ofélia Queiroz, Cartas de
amor de ... / 18,5 // Pontos fortes
Trata-se de criação compósita, que obrigou a planificação cuidadosa e a
investimento em áreas variadas: redação (de poesia rimada); representação;
cenário-adereços; ... Conseguida transposição de contexto, incorporando-se bem
o original (e aliás dizê-lo bem). Aspetos
melhoráveis O tipo criado (o do poeta que ilude rapariga) não corresponderá
à nossa intuição sobre Pessoa (mas talvez também aqui tenha havido um exercício
de transposição de contextos). E talvez tivesse usado mais alguns pequenos
fragmentos das cartas.
João
A.
João
A. / Vergílio,
Eneida / 14 // Pontos fortes Resulta bem o estilo coloquial inicial. Adotar-se uma narração autodiegética (por Eneias) atenua o facto de estarmos perante um resumo da obra (o que
eu desaconselhara). Livro bem escolhido (já agora, deve ter-se em conta que a
obra lida é uma tradução, uma adaptação, do original; em rigor, deviámos citar
o tradutor, Luís M. G. Cerqueira, professor da Faculdade de Letras de Lisboa e que,
há muitos anos, chegou a ser professor da ESJGF). Aspetos melhoráveis Leitura em voz alta mostra, por vezes, bastantes hesitações, como se
o texto estivesse pouco estudado ainda. A
corrigir: «tinha intervido» (tinha intervindo); «á esquerda» (à esquerda).
Madalena
F.
Madalena
F. / Anne
Frank, O diário de ... / 17 // Pontos fortes Muito boa leitura.
Escrita também sempre correta (texto pessoal a partir de uma frase do livro, «o
papel tem mais paciência»). Aspetos
melhoráveis Livro escolhido. Solução para imagens não é uma muito
valorizadora, pouco acrescenta. Tempo é rigorosamente o mínimo estipulado.
Correções: «apercebo-me que estou sozinha» (apercebo-me de que estou sozinha); «invadindo-me
de uma tristeza» (invadindo-me uma tristeza). Também evitaria uns quase lugares
comuns: «fiel amigo», «segredos mais profundos», «simples folha de papel».
Madalena
S.
Madalena
S. / Eça de
Queirós, O Primo Basílio / 18 // Pontos fortes Reflexão com
transposições para época atual, em paralelo com abordagem estilizada
(caricatural) da obra original. Planificação e realização (características do
cinema), incluindo representação (de Madalena e, também, de Sofia),
caracterização, cenário, guarda-roupa, música, estilo «oitocentista» de fotografia.
Aspetos melhoráveis Sintaxe do passo
a 50’-60’. Na leitura em voz alta, ligeiro excesso de rapidez
(«sofreguidão» causada pela angústia de se sentir estar a ler para um público).
Pronúncia com assimilação em «m[a]ralizadora» (moralizadora).
Miguel
Miguel
/ Ricardo
Araújo Pereira, Novas Crónicas da Boca do
Inferno / 15 // Pontos fortes
Representação. Capacidade de inovar, esboçando um novo formato (que, no
entanto, não foi concretizado na íntegra). Expressividade da locução (mas
também há hesitações na leitura em voz alta, decerto porque não se repetiu
suficientemente). Aspetos melhoráveis
O desequilíbrio a que já aludi (inicia-se o bibliofilme com um formato de espécie
de «stand up comedy», mas, a partir de certo momento, a capa do livro monopoliza as
imagens, como se não se tivesse levado até ao fim o projeto inicial). (Vera
Tavares, a capista, será mesmo a que nos aparece na imagem? Creio que não.
Veja-se aqui: http://www.tintadachina.pt/brasil/author.php?code=6bcba904f746b93970a1822fa575208a&tcsid=pibgh7tjaeqhfefa8q2240o0u7).
Catarina A.
Catarina
A. / Anne
Frank, O diário de ... / 13 // Pontos fortes Texto não ter erros de
língua (um só: «desvaneios», que devia ser «devaneios»), embora, em termos de
conteúdo, me pareça demasiado apenas hagiográfico. Catarina mostra boa
capacidade de leitura em voz alta. Aspetos
melhoráveis Livro escolhido (pretendia-se obra que fossem ler agora pela
primeira vez; Anne Frank costuma ser livro dado no início do 3.º ciclo).
Abordagem é essencialmente de sinopse-comentário, o que eu pedira que não
fizessem.
Sara G.
Sara
G. / Paul
Auster, Diário de Inverno / 17,3 // Pontos fortes Formato adotado, bom
exemplo de criação pessoal sem se deixar de dar conta do livro lido.
Ilustrações disso: a escolha da 2.ª pessoa, como faz Paul Auster nestes seus
fragmentos autobiográficos; a explicação (em folha que me foi entregue) das
fases de vida de Auster a que corresponde a redação, que repõe a cronologia
enquanto Auster fazia revisão do passado desordenadamente. Leitura em voz alta
sempre correta e com entoações expressivas certeiras (embora pudesse ser
ligeiramente mais lenta). Aspetos
melhoráveis No que se refere às imagens, há apenas aproveitamento do que se
recolheu na net (aliás, deve dizer-se, com o cuidado de se me fazer chegar as
devidas referências). Não creio que venha grande benefício da ilustração do
texto com imagens diretas (fala-se em tempo ou em passado e aparecem uns
relógios; etc.).
Catarina S.
Catarina
S. /
William Shakespeare, Romeu e Julieta
/ 15 // Pontos fortes Leitura em voz
alta, pausada, clara , sem erros. Obra escolhida, que a autora conhece
efetivamente por leitura (e não apenas «culturalmente»). Redação não tem
incorreções, embora se possa dizer que se escuda um tanto na lista de nomes (à
trailer), evitando-se por isso dificuldades que podia pôr a sintaxe. Bom
acabamento, destreza técnica. Aspetos
melhoráveis A parte fílmica não é original (é um trailer, já assm
composto), pelo que não houve grande invenção nem transposição. A corrigir: «Romeu e Julieta fascina-me pela sua
juventude e alegria que os transporta» (estava a falar-se do título e, de
repente, usa-se uma anáfora no plural, «os», que correferente de ‘as duas
personagens’ ou ‘Romeu e Julieta’ que, na verdade, não estão na frase). Cumprimento
de prazos.
João M.
João
M. / José
Rodrigues Miguéis, A Amargura dos
Contrastes / 12 // Pontos fortes Tratar-se
de trabalho pessoal (sem wikipedices e, em geral, original), honesto, e com boa
compreensão do contexto histórico. Leitura em voz alta mostra alguns
progressos, se a confrontarmos com outras performances do João. Aspetos melhoráveis Não ter havido
leitura de todo o livro, focando-se o autor num único artigo (mas é verdade que
esta crónica foi bem escolhida, porque versa sobre Raul Proença, um dos
verdadeiros heróis do século XX português). A corrigir: «armargura» (amargura).
Carolina
Carolina / Allen
Ginsberg, Uivo e outros poemas / 15
// Pontos fortes Escolha da obra, de
que já nos ocupáramos em aula (e apesar de se poder dizer que se incumpriu
assim uma das regras estipuladas, a de não se dever recorrer a texto de
poesia). Solução, muito criativa, para a abordagem do livro: ler em voz alta texto
sobre Uivo no preciso estilo de
declamação adotada por Ginsberg (como se viu no filme em aula, mas está também
documentado aqui e ali), a própria redação, segmentada, evoca igualmente os
versos de Uivo. Leitura em voz alta
sem erros (apesar de o ritmo da leitura, pela referida auto-imposição estilística,
pôr dificuldades; é também verdade que nem sempre o fôlego foi bem gerido, mas
isso até reforça o efeito de exaustão/êxtase a que aquele estilo pretende conduzir).
Aspetos melhoráveis Parte visual do
bibliofilme tem, salvo erro, pouco trabalho pessoal. Cumprimento do prazo estipulado.
A corrigir: «o poeta demonstra uma revolta» (o poeta mostra uma revolta).
Catarina F.
Catarina
F.
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