Microfilmes autobiográficos (10.º 8.ª)
Matilde
Matilde (15) || Texto/Conceção
Texto bem escrito, sem incorreções linguísticas e criativo. Suporte fílmico,
digamos assim, pouco ambicioso (e até a incorrer em falhas para que alertara
nas «Instruções» — imagens googladas a ilustrar diretamente o que se vai
dizendo). Som simples e eficaz. Expressão
oral Boa leitura, ou mesmo quase muito boa. Um conselho, no entanto: se
dermos ênfase a muitos passos, acabamos por nada acentuar (vale a pena, por
exemplo, vincar especialmente, em termos de entoação, «tamanho A5»?).
Zé
Zé (16) || Texto/Conceção
Solução original e arrojada (porque exige mais em termos de leitura em voz
alta, já que que o leitor passa a ser visto também). Texto é simples, mas
apropriado a um depoimento como o que se simula. Quase sem erros (notei «no
qual sonhava ser espião» [seria: «por causa do qual passei a sonhar ser
espião»]. Expressão oral Tom sereno
adequado. Porém, algumas hesitações e pequenas repetições (que indicam que
teria sido conveniente ainda mais ensaio?). Cortes da montagem ficam demasiado
nítidos.
Madalena
S.
Madalena S. (16) || Texto/Conceção
Boa articulação entre imagens — reunidas com gosto — e texto, mesmo se este
abusa um pouco de um estilo aforístico próximo do dos lugares comuns. Não há
incorreções linguísticas. Extensão curta,
mas, deve reconhecer-se, denso aproveitamento (há uma brevidade típica do
estilo publicitário, que nada tem que ver com preguiça ou desleixo). Expressão oral Leitura muito boa,
decerto bastante ensaiada.
Liane
Liane (14) || Texto/Conceção
Montagem, de som e imagens, feita com cuidado e evidente gosto. Texto, por
vezes, cai um pouco em lugares comuuns. Há três frases que não estão bem: «são
aquelas que desiludem-nos» [são aquelas que nos desiludem]; «só fortalecem-me»
[só me fortalecem] (são estruturas de subordinação, ou de realce, que implicam
que o pronome venha antes do verbo); «pessoas [com] que raramente falamos». Expressão oral Leitura quase sempre
correta, ainda que, à medida que a Liane se aproxima do fim do texto, já haja
menos segurança. Por outro lado, creio que, como o texto é longo e muito
estruturado da mesma maneira, era vantajoso ter variado mais a abordagem expressiva
(introduzindo momentos mais coloquiais?).
Bárbara
Bárbara (11) || Texto/Conceção
É discutível se se trata de texto marcado pelo «eu», como se pretendia. Redação
sem erros mas que se socorre muito de afirmações correntes. Montagem demasiado
fundada em imagens googladas. Bom som de fundo, embora sobrepondo-se algum
tanto à leitura (aos 50 segundos, não percebo «deviam estar [?]»). Final
abrupto. Expressão oral Leitura sem
erros. A pronúncia «estereótipo» (esdrúxula ou proparoxitona) é mais comum do
que a paroxítona ou grave («estereotipo»).
Catarina
A.
Catarina A. (14,5) || Texto/Conceção
Tópico (viagens) e o facto de o texto se apoiar numa espécie de arquivo pessoal
— embora, salvo erro, também se recorra a imagens googladas — constituíram
estratégia inteligente. Resultado é limpo, mesmo se se pode dizer que o tipo de
texto não punha grandes dificuldades. Expressão
oral Leitura de pouco risco (não se apostou em ir variando as entoações),
segura e sem erros. A legenda final («fim...») não seria para ser lida.
Cláudia
Cláudia (13,5-13) || Texto/Conceção
Tomar como base o horário/semanário foi boa ideia. Adotou-se um estilo de
escrita talvez demasiado coloquial («E pronto. É...»). No entanto, o resultado
é agradável (as imagens escolhidas contribuem para dar um retrato que vinca a amizade),
embora me pareça pudesse ter havido mais elaboração, mais reflexões — saiu tudo
um pouco logo à primeira. A corrigir: «pela ordem que tenho as aulas» [«pela
ordem das aulas» ou «pela ordem em que tenho as aulas»]; «atividade [de] que
gosto muito. Expressão oral Ainda
poderia ter sido mais ensaiada a leitura (o primeiro meio minuto está um pouco
apressado), mas, em geral, velocidade e tom foram bem escolhidos. Um«volta»
saiu quase «v[ô]lta».
Henrique
Henrique (13,5-13) || Texto/Conceção
Ideia simples mas que pode resultar: recorrer-se a imagens de um episódio ou
vivência e fazer girar à sua volta todo o texto. Porém, a redação ficou curta;
podia ter havido mais elaboração. A corrigir: «com receio [de] que esgotasse»;
«os [de] que mais gostei»; «que (se) alastrou»; «[de] que gosto muito». Expressão oral Houve pouco ensaio. Por
vezes, parece que se está ainda a reconhecer o texto a ler (havendo excessiva «pontuação»),
embora a calma a clareza sejam aspetos positivos a realçar.
João
A.
João A. (10,5) || Texto/Conceção
Houve pouco investimento, quer no texto quer nas imagens (um minuto e dez) E,
no entanto, nota-se que até havia boas ideias. Algumas incorreções
linguísticas: «muitas coisas ao qual
me arrependo» [de que]; «passei muito do meu tempo que sempre me ajudaram»;
«por mais chato que são» [por mais aborrecidos que sejam]; «apercebo [de] que
sou». Expressão oral O João mostra
ter a noção da necessidade de fazer inflexões, entoações diversas, conseguindo
dar alguma leveza e interesse a um texto genericamente bastante preguiçoso.
Madalena
F.
Madalena F. (17) || Texto/Conceção
Redação é constituída por dois momentos — a que correspondem fragmentos de dois
filmes —, um mais narrativo, o outro mais introspetivo, expositivo, instrucional,
mesmo preditivo (este, por vezes, próximo do lugar comum, da frase feita, embora
sempre bem escrito). Trabalho inteligente, sem erros, bem acabado. Expressão oral Muito boa leitura em voz
alta.
Sara
M.
Sara M. (18) || Texto/Conceção
Ideia criativa (que a Sara intitulou «Dez linhas que me traçam» e em que se aproveitam
fragmentos de «La Linea», série de animação italiana, criada por Osvaldo
Cavandoli), bem concretizada tecnicamente, com escrita apropriada. Só estas
falhas: «e ao acesso de [aos] audiovisuais»; «desenrascada» (preferível: «que
se sabe desenvencilhar»). Expressão oral
Muito boa leitura: calma, sem hesitações, com as entoações devidas.
Sara
T.
Sara T. (11) || Texto/Conceção
Demasiado curto (menos de metade do mínimo que se aconselhara). O texto, que é
um conjunto de aforismos que é difícil dizer que sejam muito originais (são
lugares comuns, no fundo), é pouco ambicioso. Um erro só: «Não duvido o valor
da vida» [«Não duvido do valor da vida»]. Revela a Sara bom gosto na escolha
das imagens mas nada é propriamente original, embora mostre domínio técnico. Expressão oral Sem falhas.
Vitória
Vitória (14,5-15) || Texto/Conceção
Boas escolhas de imagens e montagem e bom sentido do ritmo, e som, que deve ter
um microfilme. Redação adequada mas cedendo, aqui e ali, ao lugar comum. Notei
estas incorreções: «São nesses momentos que» (É nesses...); «Dos tempos [em] que
nos arriscamos». Expressão oral A
leitura podia, por vezes, ser mais calma, mas é sobretudo a música que nos faz ficar
com a impressão (talvez errada) de que a Vitória vai demasiado rápido.
Miguel
Miguel (10) || Texto/Conceção
Demasiado curto, aparentemente «feito sobre o joelho». Ideia era,
potencialmente, interessante: transmitia-se uma vivência a partir de um
episódio bastante específico. Texto revela bom sentido narrativo, mas houve
pouco investimento. Falhas de escrita: «nunca ganhou» [nunca ganhara];
«irrequieto» [creio que era «inquieto»]; «[de] que não me irei esquecer». Expressão oral Leitura foi pouco
ensaiada.
Xana
Xana (11,5) || Texto/Conceção
Parte-se de uma preocupação sobretudo de âmbito sociológico para fazer alusão,
bastante breve mas conclusiva e por isso significativa, a características do «eu».
O texto («Reflexo de um mundo melhor») poderia ser mais elaborado e, sobretudo, mais extenso (mínimo pedido
era dois minutos, mas há muitos espaços sem voz). Não há, porém, erros
evidentes (corrigir só: «acredito num mundo em que as pessoas não se import[e]m
[...]»). A articulação das imagens cai, por vezes, nos perigos que eu advertira
nas instruções do trabalho. Música («Cornestorn», Arctic Monkeys) bem escolhida, mas sobrepondo-se um tanto à
voz. Expressão oral Aconselharia
mais lentidão e, provavelmente, mais ensaios (fica a ideia de que não houve o investimento
que supõe um trabalho que foi explicado há quase dois meses).
Ana
Ana (14) || Texto/Conceção
São umas memórias dos tempos recentes, cruzadas com as vivências em comum com os
colegas dos últimos anos. Em parte, a abordagem é de relato (o que leva a que o
discurso não seja muito complexo), mas há alguns momentos em que a Ana consegue
dar estilo próprio a este tipo de trechos autobiográficos (há ironia, um certo
estilo afável, aqui e ali). Imagens bem escolhidas. A corrigir (mas não sei se
ouvi bem): «Nesses quais dez anos» [Nesses dez anos]. Expressão oral A captação do som é um tanto irregular. Pareceu-me,
porém, que a leitura usa um estilo calmo, familiar, bastante aceitável (consegue
fazer-se inflexões com naturalidade, embora haja um pequeno trecho demasiado
veloz).
Catarina F.
Catarina F. (12,5-13) || Texto/Conceção
É uma gravação autobiográfica curiosa, na medida em que se centra em outra
pessoa, o sobrinho da Catarina, mas não deixa de ser sobre o «eu» da narradora (e
a sua vivência da amizade por alguém). O texto é interessante e, em termos
substantivos, elaborado, mas poderia estar mais revisto aqui e ali. O formato
escolhido foi dos mais simples (foto e áudio da leitura em voz alta), o que
pode não ser desvantagem (se implicar o foco exclusivo no próprio texto). Expressão oral A leitura em voz alta
tem qualidade inferior à do texto. Numa primeira fase, foi a velocidade que criou
dificuldades (bastaria ir-se um pouco mais lentamente, respirando mais); na segunda
parte já se vai mais pausadamente, mas nota-se as hesitações que causa o
cansaço de leitura relativamente extensa. E, no entanto, o estilo de
voz — calmo, ligeiramente introspetivo — é o apropriado para este tipo de relatos.
Filipe
Filipe (10) || Texto/Conceção
O trabalho escolheu o formato mais simples, o que já indiciava ter havido pouco
investimento. Depois, confirma-se que foi tudo concebido um pouco em cima da
hora (não se atinge, aliás, o tempo mínimo pedido). E, no entanto, a ideia
permitia mais: o relato de vivências durantes umas férias em total
independência. A corrigir: «chatices», num texto que se pretendia formal, terá de
ser «aborrecimentos», «trabalhos». Expressão
oral O Filipe, preparando-as, consegue boas leituras, tendo noção de como
pode fazer inflexões expressivas com bastante naturalidade. Chega aqui a usar
esse estilo, por vezes, e usa a velocidade certa; mas também se nota que esta
leitura não foi tão ensaiada como deveria (veja-se, por exempolo, o final, com
claras hesitações antes de «anos»). «Inesquecível» saiu tão pouco definido (tão
lisboeta) que o que se ouve «esquecível».
Vasco A.
Vasco A. (11) || Texto/Conceção
É um autorretrato, sem erros, mas num registo talvez demasiado simples para o
que se pretendia. Formato também é o mais económico (áudio com uma imagem) e,
quanto a tempo, cumpriu-se à justa o que se pedira como mínimo (na verdade,
faltaram uns dez segundos). Final será mesmo «e que, no final de contas, sou um
adolescente» ou «É que, no final de contas, sou um adolescente»? A corrigir:
«no curso de humanidades, onde pretendo ter um cargo na área do turismo» [no
curso de humanidades, já que pretendo pretendo ter um cargo na área do turismo]
Expressão oral Em geral, a leitura
está na velocidade correta e com entoações corretas, mas há também duas ou três
ligeiras hesitações (no final, a mais nítida).
Marco
Marco (12) || Texto/Conceção
Optou-se pelo formato mais simples (slide e áudio). Chegou-se à justa ao tempo
mínimo pedido (ou até se ficou a uns dez segundos desse tempo). A ideia foi boa
e talvez pudesse mais aproveitada. A corrigir: «mantia» [mantinha]; «só
podíamos esperar para que algo de bom acontecesse» [só podíamos esperar que
algo de bom acontecesse]. Expressão oral
Não se teria feito mal em ler um pouco mais pausadamente. Há alguns momentos de
expressividade conseguidos. A palavra «bancada» soou «[m]ancada».
Catarina S.
Catarina S. (15-14,5) || Texto/Conceção
Interessante a solução de abordar o tempo da ação na ordem inversa, começando
pela atualidade e chegando à infância (à Benjamin Button, portanto). Basta isso
para tornar o filme mais fresco, mais incomum (a redação também fica
beneficiada, porque se permite uma ligação entre informações, que já não a de
simples justaposição).As imagens — em filme mesmo — são também ricas e estão
bem montadas. Tempo mínimo pedido não chegou a ser cumprido, mas também não se
ficou muito longe. A corrigir: «quatro anos onde aprendi a ler» [quatro anos em
que aprendi a ler]. Expressão oral
Aconselharia leitura mais pausada (a velocidade leva a que certas palavras surjam
pouco definidas, pronunciadas muito à lisboeta, mas sobretudo impede que se
façam as entoações ideais).
João M.
João M. (9,5) || Texto/Conceção
O género pode integrar-se no dos relatos de vivências (neste caso, a vivência
do autor no que se refere à escola). Texto foi feito com pouca demora, com
pouca elaboração (no final, chega a parecer que não está propriamente escrito,
mas apenas alinhavado); tempo mínimo estipulado (dois minutos) fica longe de
ser preenchido. Há alguns erros: «sobre a direção de professores» («sob a
direção de professores»); «não podem sofrer este bem essencial» («não podem
usufruir deste bem essencial»); «porém, é com justa causa» («porém, a minha
perspetiva está devidamente fundamentada»); «sem nunca baixar terreno» («sem
nunca ceder terreno»?; «sem nunca baixar a guarda»?); «xenofobismo» («xenofobia»);
«visão menos profissional [da escola]» («visão menos interesseira»?). Expressão oral Devia ter havido mais
ensaios, mais repetições (ou o texto escrito não estava suficientemente fixado?).
Carolina
Carolina (10) || Texto/Conceção
Na verdade, a Carolina não teve em conta as intruções da tarefa (há que ler
sempre as indicações): texto não é de 1.ª pessoa (nem memórias, autobiografia, relato
de vivências) nem se chega ao mínimo de tempo pedido (dois minutos — mal se atingiu
metade). A corrigir: «aos bens materiais do que espirituais» («aos bens
materiais do que aos espirituais»); «a estabilidade emocional deve ser baseada
nas relações humanas entre as pessoas onde são transmitidas [...]» («a
estabilidade emocional deve ser baseada nas relações entre as pessoas pelas
quais são transmitidas [...]»); «modelos, por vezes, estes irreais» («modelos
por estes, por vezes, irreais» ou «modelos, por vezes, irreais»); «pessoas
depressivas» («pessoas deprimidas»). Expressão
oral Sem erros, mas com velocidade excessiva, que levou a que algumas
palavras surjam pouco claras.
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