Friday, August 30, 2019

Aula 6 da Quarentena (= 121-122)


Aula 121-122 [= Quarentena 6] (26 [5.ª], 27/mar [4.ª, 9.ª, 3.ª]) Informações:
1 — O slide da Apresentação desta aula não é por haver num dos álbuns do Astérix uma personagem «Coronavirus» (o que é verdade e tem sido bastante «viral») mas por ter morrido anteontem Albert Uderzo (pronuncie-se à francesa, «Uderz[ô]»), o ilustrador da dupla de autores original Goscinny-Uderzo. O autor do texto escrito, René Goscinny, já morrera em 1977.
2 — Ontem de manhã terminei o lançamento dos comentários a cada microfilme a pretexto de poesia de Pessoa.
3 — Tenho estado a recolher os trabalhos da Quarentena (já tenho os da quase totalidade dos alunos; espero, no final, que ninguém falhe, mesmo que com uns atrasos).
Nesta primeira parte da aula queria ainda «dar matéria». Afinal, desta vez temos livre aquela meia-hora em que costumo explicar as perguntas dos questionários de gramática devolvidos.
Avançaremos mais um pouco no Ano da Morte de Ricardo Reis, lendo «As notícias dos jornais» (pp. 258-259 do manual). Com este texto fecha-se o cap. 1 da obra de Saramago. Notem que já lemos em aula, só com os textos do manual, praticamente todo o cap. 1 de OAMRR. Significa que, a partir de agora, se não tinham já lido o livro, podem seguir a história com alguma facilidade, aproveitando as férias da Páscoa para prosseguir pelas páginas do livro de Saramago.
Mais à frente, reproduzo uns quadros do manual que podem ir apoiando a vossa leitura do resto de OAMRR.
Para já, o trecho de hoje, o final do cap. I:


Para responderes à pergunta 2.1 (p. 259), distribui os tópicos que te dou pelas duas alíneas (juntei quatro tópicos que não estão no texto, a eliminar, portanto):
recuperação de Dolores Aveiro
invasão italiana da Etiópia
inauguração da exposição na Agência Geral das Colónias
regresso de Frederico Varandas ao exército
cheias no Ribatejo
bodos aos pobres usados como pro­paganda
doenças
perda de peso de Cristina Ferreira
tropas inglesas na Líbia
infeção do Príncipe Carlos mas não de Camila
concurso de beleza infantil

a) retrato social e político do país — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) política internacional — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) futilidades a eliminar— . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Responde à pergunta 3 (ainda na p. 259) — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Compara as tuas respostas com as soluções na Apresentação:
No rol de citações de notícias que são as linhas 5 a 44, o narrador vai justapondo um comentário (irónico, crítico) às reproduções do que Reis ia lendo no jornal.
Pegando tu em jornais em papel que tenhas por perto (ou, mas em último caso, inspirando-te em jornais on-line) usa o mesmo método (citação + comentário + citação + comentário …), para um trecho que inclua umas cinco notícias contemporâneas. (Vai conservando contigo estes pequenos escritos, que te poderei pedir a qualquer momento.)
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Na aula de hoje não procederei como nas aulas presenciais quanto às conversas sobre avaliação com cada um dos alunos. Desta vez, terão de esperar pelas pautas/página da escola (parece que às 15 horas de 3 de abril), para saberem a nota; e, para terem comentário meu, terão de esperar pelas sínteses no Inovar (que, imagino, serão ainda posteriores). Não descarto pôr essas sínteses (aliviadas de elementos mais pessoais) numa zona do blogue recatada, mas isso sucederia sempre já depois dos conselhos de turma. Mas não sei se irei por aí. Enfim, pelo menos não deixem de ler as sínteses do Inovar, que ainda demorarão decerto a estar disponíveis (costuma ser já no início do 3.º período)
O que farei agora é dar-lhes ideia de como chegarei à vossa classificação. Prevenção: ainda há muitas informações que nós próprios vamos ter nestes dias e que podem influenciar-nos nas notas a atribuir. Estes conselhos de turma, ainda que por vídeoconferência, serão decerto ainda mais reflexivos do que os habituais. E, além disso, eu próprio queria ainda gerir os muitos papéis vossos que ainda tenho por aqui (corrigidos ou ainda por corrigir; acabados de chegar ou já relativamente antigos).
De qualquer modo, posso dizer provisoriamente o seguinte.
As notas do 2.º período incorporam as do 1.º período (isto é, incluem também as do 1.º, não exatamente numa espécie de média, mas  numa média, digamos dinâmica, que vai acumulando os dados anteriores e tem em conta também a evolução havida).
Relativamente às áreas do Português que devemos ter em conta, lembram-se que no 1.º período tivemos de contornar o facto de não termos tido atividades de oral. Desta vez, há um trabalho importante que é sobretudo de oral (o trabalho vídeo/áudio a pretexto de poema de Pessoa). Ainda neste domínio, mas muito menos significativa, houve uma tarefa de leitura expressiva, em aula, com versos escolhidos em livros de poesia do século XX. (Tinha pensado fazermos também as recitações de poemas de Mensagem, o que ficou, por enquanto, sem efeito — será tarefa que pode vir a ter de ser reformulada, dependendo de como seja o 3.º período.)
Quanto à escrita, dividiria os elementos que tenho em redações feitas em aula (muitas pequenas; outras, mais raras, maiores) e redações pedidas para casa (em menor número, mas, em geral, maiores). As três tarefas feitas durante a quarentena inscrevem-se, de certo modo, neste último grupo (escrevo isto quando ainda estou a receber as tarefas da quarentena, mas a ideia que vou formando é que quem falhou estas tarefas é quem também nem sempre faz o que é pedido para casa).
Quanto à compreensão de textos (a leitura propriamente dita — não confundir com leitura em voz alta), terei sobretudo em conta o que se foi passando em aula. Tenho noção de quem vai trabalhando com concentração ou um pouco mais distendidamente e da capacidade em resolver bem as tarefas de leitura. Fizemos ainda três questionários de compreensão, mas que acabaram por ser também de gramática. Tê-los-ei em conta mais para efeitos da aferição da gramática, ainda que neles se note igualmente a importância das vossas capacidades de compreensão de textos. (No quadro que aparecerá à frente, estes três questionários surge nas filas relativas a «Leitura» e são depois repetidos nas filas de «Gramática».
O testemunho que tenho do vosso nível em gramática são os tais três questionários de compreensão/gramática (para além do que sei, mais caoticamente, por ir seguindo o que se passa em aula). Se estas duas últimas semanas tivessem sido presenciais, teríamos tido um questionário daqueles só com gramática, que percorreria tudo o que demos neste domínio (e a pedir resposta «ativa» e não apenas seleção). Isso faz falta, até porque tinha a esperança de que, para alguns que têm estado mais fracos nesta área, houvesse uma derradeira tentativa de recuperar a matéria numas horas de estudo. Não é relevante alguns não terem feito o terceiro questionário de compreensão/gramática (quando olho para estes elementos, interessa-me a imagem global do aluno nessa área, não sou contabilístico — aborreceu-me mais que não tivessem seguido a correção que se fez do questionário anterior, mas que talvez tenham seguido pela apresentação da aula 111-112).
Entretanto, atravessam a perspetiva acerca destes quatro domínios aspetos como a pontualidade, a assiduidade, o investimento em leituras voluntárias, etc. São dados ora interiorizados ora atestáveis que se misturam com os das outras áreas sem que sejam objeto de aritméticas.
No quadro a seguir pus as tarefas, não direi mais importantes, mas as que anoto na caderneta. Desta vez não pode haver as marcas a verde que costumavam aparecer nas folhas dos que falham por vezes. Ficam só na caderneta.
Ainda tenho comigo alguns trabalhos. Além dos questionários de gramática/compreensão, de um texto argumentativo sobre Greta/gentrificação e de uns restos de Ética/Desporto, de cujas classificações já fui dando informação nas aulas anteriores, tenho ainda um conjunto de textos argumentativos em torno do Covid-19 (aula 111-112), uns textos poéticos segundo modelo de Ana Luísa Amaral, uns parágrafos com argumento-exemplo e, é claro, as tarefas da Quarentena.
Estas, estou ainda a corrigi-las. São aliás textos que se leem com gosto. Felizmente, quase todos os ficheiros têm chegado com os títulos certos (Quarentena de ...), o que me facilita a vida. (Já me chegaram as tarefas da Quarentena da grande maioria dos alunos — estou a escrever ainda na quarta-feira; se, quando leres isto, ainda não o tiveres feito, tenta ainda enviar-mas. O mesmo direi dos raríssimos casos em que ainda aguardo o trabalho de fundo de Pessoa.)
Não lhes vou poder devolver agora estes trabalhos, nem lhes direi o que neles anotei. Se se confirmar que as aulas continuarão a não ser presenciais, juntarei num PDF os trabalhos corrigidos de cada um e enviá-lo-ei por mail. Mas nada disto pode ser feito imediatamente.

Nesta altura da aula, se tudo fosse normal, ficariam a ver o final do filme que tivéssemos vindo a seguir nas semanas anteriores e eu iria falando com cada um. Como isso não é possível, deixo-lhes só uns trechos de O Sentido da Vida (dos Monty Python, aliás, realizado por Terry Jones, que homenageámos ainda na fase das aulas ante Covid-19).
Primeiro, um trecho com máscaras e batas de hospital, o capítulo 1 de O Sentido da Vida:
E duas canções otimistas:

Para os próximos dias até ao 3.º período — vão lendo, se ainda não o tinham feito, O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Como alguns se têm queixado de haver demasiadas referências histórias, alusões a acontecimentos dos anos de 1935 e 36, que têm dificuldade em perceber, queria sugerir-lhe que, à medida que vão lendo, consultassem os quadros na pp. 245 («Breve cronologia») e 246-248 («[A estrutura]»). Reconhecerão melhor os factos históricos, políticos, que se cruzam com a intriga. Ficam aqui essas quatro páginas do manual.




Se lhes sobrar tempo, deem um relance a este filme, em duas partes, sobre Antero de Quental (é uma ficção, mas com muitos elementos documentais). No próximo período teremos de rever Antero. Era mesmo por ele que queria começar as nossas revisões no 3.º período.
Anthero: O Palácio da Ventura — Parte 1
Anthero: O Palácio da Ventura — Parte 2



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