Wednesday, September 13, 2006

Terminologia


Posted by Picasa [Para se descarregar nova TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário).]


NonossegundíadaS

ou estâncias à maneira de Os Lusíadas, com o esquema
rimático A-B-A-B-A-B-C-C, sobre o 9.º 2.ª, feitas
pelos alunos da turma, em alguns tepecês de
Português, no ano lectivo 2006-2007,
na Escola Secundária José
Gomes Ferreira, em
Benfica, Lisboa
Junho de
2007


{a indicação das páginas só interessa para a edição impressa}

[Nota prévia] (p. 1)

[Proposição] (p. 2)

[Invocação-Dedicatória] (p. 4)

[Dedicatórias] (p. 4)

Ana Catarina (p. 4); Cláudia (5); André (6); Carolina C. (6); Catarina (6); Diogo (7); Frederico S. (7); Frederico R. (8); Joana (8); João (9); Carolina M. (10); Marta G. (11); Marta S. (12); Matilde (13); Miguel (13); Rita (14); Rui (15); Tatá (16); Teresa (16); Tiago (17); Fahim (18); Pedro (18); Antigos colegas do 7.º 2.ª (20); Professora Maria Emília Martins (21); Dona Emília (21).

[Narração] (p. 21)

Recepção (p. 21); Visita de estudo ecuménica (22); Visita de estudo a Sevilha (22); Visita de estudo a Sintra (22); Aulas de substituição (23); Ida à Luz para ver Auto da Barca (23); Banho (23); Discussões entre Diogo e Carolina (24); Nos contentores (24); Queda (24); Falta colectiva (25); Visita do Presidente do Executivo (25); Escalada (25); Jantar de raparigas no Dia dos namorados (26); Teatro de Inglês do 8.º ano (26); Fuga à aula de substituição (26); Prova global (27); Começo das aulas (27); Sermões de Formação Cívica (27); Visita ao Parque das Nações (28).


Não se reproduzem todas as estrofes que foram entregues. Ficam de fora as que tinham falhas no esquema rimático pedido (rima cruzada nos seis primeiros versos, emparelhada no dístico final); ou as que, embora bem escritas, eram demasiado sérias para uma epopeia deste género. Aceitaram-se algumas rimas apenas toantes, mas serão raras. Também é verdade que, quanto a sílabas métricas, os versos não seguem o exacto modelo dos Lusíadas (não há estrofes rigorosamente decassilábicas).
Há alunos que têm mais do que uma oitava que os tome por assunto e outros sobre que há apenas uma. A culpa foi de quem falhou os tepecês que correspondiam a essas estâncias — ou, mais ainda, de quem não soube planear tudo devidamente, evitando injustiças destas. Dito isto, fica claro que o número de oitavas não se relaciona com a popularidade que cada aluno possa ter, apenas com a preguiça ocasional do colega que se lhe seguia, ou o precedia, na pauta.
As primeiras páginas equivalem à Proposição (anunciam-se os feitos do 9.º 2.ª) e, por vezes, à Invocação (pede-se inspiração); segue-se uma homenagem a cada um dos alunos, uma Dedicatória; a Narração reúne as oitavas em que se contam episódios que a turma quis relatar.
A autoria das estrofes está no final de cada uma, entre parênteses curvos. Os assuntos ficam no cimo da estância, entre parênteses rectos.

Ó grande nono segunda,
Tocas-me profundamente
Com essa alma profunda,
Cativas instantaneamente.
De ti a memória abunda,
Sobre ti cantarei firmemente,
Já que tens comportamentos danados,
Que a todos deixam embasbacados.
(Joana)

Com a turma do nono segunda,
Passam-se coisas de estranhar;
Com a turma do nono segunda,
Os professores estão sempre a ralhar;
Sobre a turma do nono segunda,
É que aqui se vai contar.
Sim, não somos poucos
A quem chamam ocos.
(Tatá)

O nono segunda está sempre a brincar:
São alunos pouco disciplinados
E sempre a sonhar
Em ser empenhados;
Sempre a conversar
Para os lados,
As raparigas e os rapazes
Distraem-se em guerras e pazes.
(Fahim)

É das turmas da escola
Com mais faltas de atraso;
Sempre a puxar pela tola,
Mas com boas notas ao acaso;
Nos lugares parecem mola,
À alegria dando azo;
Neste nono segunda
Há uma constante barafunda.
(Rui)

Ó turma do 9.º 2.ª,
Essa energia contagiante,
Essa alegria profunda,
Esse brilho esfusiante,
Essa constante barafunda...
A aplicação frustrante
Desta turma tão animada
É que deveria ser alterada.
(Frederico S.)

A minha turma veio a ser
Aquele tipo de turma impecável
Que ninguém pode esquecer;
Passou da turma detestável,
Que todos os professores odiavam ter,
À turma bastante amável
Que hoje está a demonstrar
Que também pode brilhar.
(Rita)

José Gomes Ferreira, secundária
Onde eu mesma estudei,
Com uma turma extraordinária
De que, com carinho, me lembrarei;
Podem julgar imaginária
Esta turma sobre que narrarei,
Mas é mesmo impressionante,
O 9.º 2.ª é deslumbrante!
(Rita)

A ti, José Gomes Ferreira,
Dedicamos este poema,
Para seres a nossa bandeira,
Quando ficarmos sem tema.
Prometemos, à nossa maneira,
Honrar a escola de que és emblema.
A toda agente vai calhar
Esta epopeia elaborar.
(Tatá)

[Ana Catarina]
Uma estrofe vou fazer
Sobre uma rapariga bacana
Que gosta de viver.
O seu nome é Ana,
Quanto a beleza há muito a dizer,
Como a da princesa Diana.
Não a conheço ainda bem,
Mas dela não se queixa ninguém.
(Fahim)

[Ana Catarina]
Estavas, linda Cata,
Na apresentação do trabalho
Parecias uma santa cujo olhar mata;
E não digas que eu te baralho,
Que tu é que parecias barata,
Por já te estares a passar com o pirralho.
Esquece: são os nossos colegas,
São sempre os mesmos piegas.
(Cláudia)

[Ana Catarina]
Ana Catarina, Ana Catarina,
Como te posso descrever?
Será que és genuína
Ou fazes por parecer?
Toda a tua atitude é fina
Isso podemos perceber.
Está foleiro, mas sem grande incentivo,
Era mesmo esse o meu objectivo.
(Cláudia)

[Cláudia]
Estavas, linda Cláudia, sentada na chaminé
Com as habituais bolinhas;
Veio uma pulga e mordeu-te o pé.
Ficaste com pintinhas vermelhinhas
E agora é que é:
As grandes comichõezinhas
Vão perseguir-te até desaparecer
E, logo de seguida, voltarão a morder.
(Marta G.)

[André]
O André é muito engraçado
E consegue a todos espantar,
Pois ou está muito calado
Ou sempre a rir e a falar.
Pode ser um pouco desordenado
Mas eu o continuo a adorar
Terá sempre um no meu coração,
Tenho por ele grande admiração.
(Rita)

[Carolina C.]
Como o André ou a Catarina
Se esqueceram da tua estrofe me entregar,
Vou tentar eu, cara Carolina,
Algumas palavras sobre ti deixar.
Do oitavo ano tenho ainda na retina
Que pacientemente te soubeste «enturmar».
Afável, inteligente, mas a fazer tudo apressada,
Só te falta mesmo é seres menos desarrumada.
(LP)

[Catarina]
Estavas, fantástica Catarina, no banco do jardim,
Com os teus olhos castanhos profundos,
O perfume com cheiro a jasmim,
Os sorrisos que não se sabe de onde são oriundos,
E tudo pára, quando cantas sem chinfrim.
Gostava de saber o que se passa nos teus mundos:
Só tu me fazes sorrir,
Quando parece que tudo vai ruir.
(Ana Catarina)

[Catarina]
Estavas, querida Catarina, naquela cadeira
Sentada de uma forma esquisita,
A falar, como se fosses alcoviteira,
De quando eras pequenita,
Quando te sentavas à minha beira
E ainda eras loirita.
Às vezes, és uma grande chata,
Mas não deixas de ser a minha «Sapa».
(Carolina M.) [Rima do útimo dístico é toante.]

[Diogo]
Ó Diogo, meu amigo,
Que falarei sobre ti?
Nalgumas aulas estás comigo,
Noutras de ti eu fugi.
Muitas vezes te digo
O quão gosto de ti,
Espero que continues assim
Para a amizade não chegar ao fim.
(Catarina)

[Frederico S.]
Estavas, astuto Fred, posto em campo,
Quando outro alto jogador se levantou,
Assim saindo do banco.
Daquela maneira bruta te assustou,
Levando-te, driblando, para o canto,
Mas não aí não te derrotou,
Porque do confronto saiste vitorioso,
Como um bom seguidor do Glorioso.
(Miguel) [Rima dos vv. 1-3-5 é apenas toante.]

[Frederico S.]
O grande Frederico lá estava,
Sem nada com que se entreter,
Mas, como não queria fazer nada,
Foi outro dia para esquecer.
Não é menino que muito trabalhe
Mas é um amigo de se reconhecer.
É um rapaz com grande humildade,
Com vontade de distribuir bondade.
(Diogo)

[Frederico R.]
Ó Freddy, mon ami...
Quando falas à Rouxinol Faduncho,
Nessa entoação digna de ti,
Quase cheiro o aroma do caruncho
Como nunca o senti
Nem em saca de funcho.
A ti ninguém te bate em Biologia,
Óh não, nem por magia.
(Joana)

[Joana]
Aluna aplicada, perfeccionista,
É assim que a podemos descrever.
Pessoa humilde, nada egoísta,
Que mais poderei eu dizer?
É também interessante e altruísta,
Tudo o que alguém pode querer.
Futura médica, dizem os amigos,
Espero que alcance os seus objectivos.
(João)

[Joana]
Haverá alguém mais inteligente?
Será possível
Alguém, entre muita gente,
Ter um QI do mesmo nível?
Eu não serei certamente.
Com tal capacidade temível,
Só poderá ser a Joana,
Uma colega bem bacana.
(Frederico R.)

[João]
João Carvalho é o nome dele:
Com grande sentido de humor,
Adoro conversar com ele,
Que entre as raparigas faz furor.
A sua cara é o que gosto mais nele,
Tem um tom de pele de bonita cor.
No Benfica joga andebol,
Nas conversas é lol, lol.
(Carolina M.)

[João]
Ó João, ó grande João Carvalho,
Que hei-de dizer sobre ti?
Que os teus olhos são húmidos como orvalho
E que o teu cabelo, quando o vi,
Era da cor das bolotas do carvalho?
Confesso que, quando descobri
Esse teu talento para desenhar,
Lágrimas vieram meus olhos marejar.
(Joana)

[João]
O João é meu grande amigo,
Fiel tal como um cão.
Diz que gosta de andar no Cambridge comigo,
Às vezes é malandro, mas tem um bom coração.
Já vi porem-no de castigo
E na cadeira ficar todo resmungão.
O «Carvalhoni» é extraordinário...
Mas vira tudo ao contrário.
(Carolina M.)

[João]
O melhor amigo que podia ter
Fui nesta turma encontrar:
Chama-se João Carvalho e vem a ser
Um daqueles amigos para ficar.
É um dos poucos rapazes com que, posso dizer,
Não me consigo chatear:
Tem um feitio complicado,
Mas um fundo bem formado.
(Rita)

[Carolina M.]
Da bela leveza do ser,
Surge uma linda menina.
Quem mais poderia ser,
Se não a Maria Carolina?!
O que melhor a pode descrever,
É a sua malinha pequenina.
Gosta de equitação,
Nas aulas mostra aplicação.
(João)

[Carolina M.]
Carolina, que choras por tão pouco,
Que mal é que agora te fizeram?
Não entendo, já estou a ficar rouco.
Foi o pequeno-almoço que te comeram?
Ou será que levaste um grande soco?
Ou foi que, quando recitavas, te interromperam?
Pronto! O André pôs-te spray na cabeça,
Não vou deixar mais que isso aconteça.
(Diogo)

[Marta G.]
Marta, Martinha,
Sobre ti eu vou falar;
Não vou dizer que és uma santinha
Nem que desejo atirar-te ao mar.
Limito-me a afirmar que és bonitinha
E que sempre que te vejo páro de chorar,
Tens sempre uma palavra amiga a dizer,
Por ti tudo o que puder vou fazer.
(Marta S.)

[Marta G.]
«Marta» é sinónimo de «amizade»,
Transpira simpatia e doçura.
É uma amiga cheia de fraternidade,
Tem o coração repleto de ternura
E um sentimento com ela, a cumplicidade;
Tem também a formosura.
É uma pessoa fantástica,
Só não é muito boa na ginástica.
(Carolina M.)

[Marta S.]
Estavas, extremosa Marta, olhando o luar,
pensando na matéria para Ciências,
Imaginando sem cessar,
Sem pensar nas consequências.
A tua maior bênção é estudar,
Não importam as tendências.
Abençoaste-me com a tua amizade,
E assim o digo, pois é pura verdade.
(Joana)

[Marta S.]
A Marta é leal,
Querida e inteligente,
Como ela não há igual.
Gosto imensamente
Da Martinha «angelical»,
Sempre sorridente
E pronta a ajudar:
Esta amizade é para durar!
(Matilde)

[Marta S.]
Ó Marta Santos, rainha da Matemática,
Ajuda-me no exame a copiar!
Com a tua voz emblemática,
Diz-me as respostas que eu mandar.
Deixa a tua folha estática,
Para que sobre ela lance o meu olhar.
Se por ventura, for apanhado,
Direi que estava em pensamentos enrolado.
(João)

[Marta S.]
Há muita brincadeira
Nas aulas de Matemática,
Não havendo maneira,
De a Marta deixar de ser fanática...
Até que caiu da cadeira
Mas situação mesmo dramática
Era ter ela uma notinha
Tão perfeita como a minha...
(Marta G.)

[Matilde]
Os teus olhos cor de mar,
A tua doce maneira de ser...
Tens mesmo de estudar,
Porque, se não, boas notas não vais ter,
Mas a beleza da vida tens de aproveitar
E, se a quiseres enaltecer,
Talvez um namorado
Ou uns anos a nado.
(Miguel)

[Miguel]
Miguel, Miguel, a tua sinceridade
Às vezes pode magoar,
Mas sei que gostas de frontalidade,
E há que te respeitar.
Um amigo de verdade
Nunca se deve ignorar;
De ti não me vou esquecer,
Porque és um amigo a valer.
(Rita)

[Miguel]
Que posso eu dizer do Miguelinho?
Que me sabe divertir,
É querido e engraçadinho
E sabe fazer-me rir.
Quando se encontrar sozinho
E precisar de ajuda, pode-ma pedir.
Tenho a certeza de que a nossa amizade
Vai deixar muita saudade.
(Matilde)

[Rita]
Estavas, bonita Rita, tão empenhada
A estudar aquela Matemática...
Via-se que já estavas sufocada,
Decidiste passar para a gramática,
Mas depressa ficaste fatigada,
Embora nada sorumbática,
Porque, para passar o nono ano,
Há que ter um espírito bacano!
(Teresa)

[Rita]
Embora seja a irreverência em pessoa,
Se estudasse um pouco mais,
Seria aluna muito boa;
Discute muito com os pais,
Mas, no fundo, a ambos abençoa.
Não chega às aulas a horas jamais
E, muitas vezes, vem com a Teresa.
Que sou amigo da Rita é uma certeza.
(Miguel)

[Rui]
Olá, Rui, que horas são?

— Já estamos atrasados.
Depois encontramos o João
E para a escola vamos atarefados.
Na escola, com uma multidão,
Subimos as escadas apressados;
Não é grande o relacionamento que temos,
A diferentes «grupos de amigos» pertencemos.
(Rita)

[Rui]
O Rui é brincalhão
E tem uma alcunha engraçada:
Quando o chamo «Roi parvalhão»,
Ele dá uma gargalhada;
Às vezes, é resmungão
Mas sabe rir de uma boa piada;
O Rui e o Fahim são muito amigos
E eu gosto de vê-los assim unidos.
(Rita) [Rima do último dístico é toante.]

[Rui]
Conhecido por Roi,
É uma pessoa de bom coração,
É forte como um boi
Alto como um torreão.
Tímido já o foi,
Agora é mais bonacheirão;
É uma pessoa simpática,
Mas uma desgraça a Matemática.
(Fahim)

[Tatá]
Conheço a Tatá há dois anos e tal
E, depois de muito conversar,
Posso dizer que é bestial,
Pois com ela gosto bem de estar.
É mais do que boa amiga, é leal.
Comigo poderá sempre contar.
Com uma amiga com esta maneira de ser,
Que mais poderia eu querer?
(Teresa)

[Teresa]
Estavas comigo, Teresa, naquele dia:
Eu estava a precisar,
Deste-me um sorriso e alegria,
Fizeste-me acreditar
Que tudo em breve passaria.
É contigo, Teresa, que sempre vou cantar.
Mais amiga te mostraste,
Quando a meu lado ficaste!
(Rita)

[Teresa]
Estavas, amiga Teresa, a olhar o mar
Com os teus olhos profundos,
Vendo as ondas rebentar;
Numa questão de segundos,
Vêem a areia a água beijar.
Não há, em infinitos mundos,
Alguém assim,
Vai por mim.
(Frederico S.)

[Teresa]
Alegre e muito contente,
Põe toda a gente a sorrir;
Toda a sua mente
É como um livro de rir,
Não deixa ninguém temente,
Dela ninguém quer fugir;
Rindo, consegue ajudar,
Por isso é entre nós popular.
(Tatá)

[Teresa]
Tem como «graça» Teresa!...
Nome simples, mas singelo;
Define-a enorme beleza,
Um cabelo negro tão belo.
Pessoa de enorme riqueza,
Nesta escola, sem paralelo.
Vale a pena, mesmo «pagando iva»,
Ter por amiga esta diva!
(Tiago)

[Tiago]
O Tiago é aplicado,
Está sempre a trabalhar;
Por vezes, é desorientado
E tentamos todos ajudar.
Quando está irritado,
Nem me tento aproximar,
Mas eu sei que ele é capaz
De ser um bom rapaz.
(Teresa)

[Fahim]
Fahim, grande amigão,
Gostamos da tua «catedral»:
É como um grande coração
Onde não há vestígios de mal.
Com mãos postas em oração,
Os homens vergam-se em sinal,
Silenciosos, mas com fervor,
Para que Alá os cubra de amor.
(Tiago)

[Pedro]
Estavas, impertinente Pedro, a mexer no cabelo
No início da aula de História,
Pois, para as outras, não mexes um pêlo.
Sabes porém a matéria, com glória,
Desde a peste ao flagelo,
Da Guerra Civil ao Rei de Boa Memória.
Do Brasil és oriundo,
Mas conheces todo o mundo.
(João)

[Pedro]
«Pedro» é como se chama
A nossa última aquisição;
A forma despreocupada como anda,
O seu grande cabelão,
É coisa que não abana
Nem com um furacão.
Se alguma vez nos quisermos esconder,
É com ele que devemos ir ter.
(Tiago)

[Pedro]
Quedava tudo como usava estar
Na tal classe, sobre que vou escrever,
Quando, para surpresa de todos d’além-mar,
Às aulas outro colega veio comparecer.
O espanto na sala começou a penetrar
Por da novidade não se saber.
O novo colega se dirigiu ao stor
E um lugar lhe pediu, por favor.

Este foi pelo stor oferecido
E, após na cadeira se acomodar,
Olhou a aula, tudo foi ouvido.
Os colegas, no intervalo, ficaram a falar
E ao novo colega, desconhecido,
De dúvidas sobre sua terra se foram despejar
E a este dicas úteis deram, sobre a vida,
Que ele ainda não tinha conhecida.

Tempo depois, do meio do ano ao fim,
Já conheceram, com o tempo, o colega,
Já tiveram mais tantos episódios assim,
É isso que a história prega.
E agora, já muito perto do fim,
Uns esperam pela ida, que ele pega,
Entre no avião e vá para o Rio,
Outros reclamam este seu extravio.
(Pedro)

[Antigos colegas do 7.º 2.ª]
Lembro-me de vocês, caros companheiros.
Não esqueço o brincalhão do Zilhão,
Ele e o Pirex eram os mais zombeteiros,
Sempre metidos em confusão.
E, para continuarmos a ser fofoqueiros,
Devia agora falar-lhes agora do João;
Também me lembro do José Luís,
Que nem sempre andava feliz.
(Tiago)

Os nossos antigos colegas,
Grandes amigos,
Cheios de «negas»,
Passaram grandes perigos,
Sem respeitar as regras;
Estão agora nos jazigos,
Pois perderam o ano,
Mas tudo foi bem bacano.
(Rui) [Rima do v. 5 é apenas toante.]

São bichos de conta,
Bichos de conta são.
Um plano ele monta,
É o Diogo Zilhão.
Ai que grande afronta,
Ai que grande malandrão!
Sempre cheio de alegria,
Já fora da turma, mantém a euforia.
(Carolina M.)

[Professora Maria Emília Martins]
Nas suas aulas não há ninguém
Que por um instante se atreva a falar;
No início, pensámos que nos olhava com desdém,
Agora compreendemos que é tudo a brincar.
É a DT e nossa amiga também,
Mas que com silêncio exige ensinar.
Quando estamos perto dela, ninguém se porta mal,
Para com ela o nosso respeito é total.
(Marta S.)

[Dona Emília]
Uma turma divertida
E também cheia de energia,
No geral, descontraída.
É o 9.º 2.ª, cheio de magia.
Durante as aulas, desinibida,
Esta turma é um pouco rufia;
Doutorada em irritar a Dona Emília,
A quem consideramos, porém, como família.
(Marta S.)

[Recepção]
Um episódio vou relembrar
E do qual não me vou esquecer,
Trata de um dia para recordar
E para mais tarde o poder rever.
Veio o Professor Esperança avisar,
Que esta era a «casa» onde íamos aprender.
A apresentação, com a Professora Emília,
Integrou-nos logo na nova família.
(Catarina)

[Visita de estudo ecuménica]
Juntos fomos à Gulbenkian conviver;
Depois de conversar,
Fomos logo comer;
A seguir ao almoço, estivemos a «brincar»;
A brincadeira parou, a sinagoga fomos ver;
Já no autocarro havia pessoas a empurrar.
Quando à escola chegámos,
Todos nos separámos!
(Matilde)

[Visita de estudo a Sevilha]
Partimos logo cedo,
Para uma viagem bem demorada;
A Marta estava com algum medo
E a Matilde toda arranjada;
Ao pequeno-almoço, bebemos leite azedo
E, à tarde, fizemos uma longa caminhada.
Foi muito divertido,
Fizemos um grande alarido.
(Ana Catarina)

[Visita de estudo a Sintra]
De manhã, o frio congelava,
De mochila às costas e vestidos a rigor
O comboio já apitava
E todos juntos com amor,
Ouvíamos o Frederico que assobiava.
Subimos até ao cimo fazendo furor.
Foi um dia bem divertido,
Apesar de a Ana Rocha não o ter assumido.
(Matilde)

[Aulas de substituição]
Nós, os alunos, que estudamos tanto
Temos trabalho e mais trabalho. Que labuta!
Se tentarmos um dia, no entanto,
Alcançar emprego, nada… Que luta!
Às vezes, os stores, com pouco encanto,
Dizem-nos que a culpa é nossa, à bruta.
As aulas de substituição, um horror:
Estamos fartos, é tudo um pavor!
(Diogo)

[Ida à Luz para ver Auto da Barca]
Quando juntos fomos ver
O Auto da Barca do Inferno
Eu nunca me vou esquecer
Que teatro mais moderno,
Mais inesquecível não podia ser!
Mas nada registei no caderno,
Porque na visita não houve porquês,
Já que tudo se explicara na aula de Português.
(Rita)

[Banho]
Naquele dia, um calor infernal estava
Quando uma ideia nos fez delirar.
Um banho refrescante que não demorava,
Todos sem t-shirt, irmos tomar.
Um duro sermão não tardava,
Já que a DT da ideia não ia gostar.
Felizmente, só sofremos por antecipação,
Visto que naquele dia reinava a boa disposição.
(Miguel)

[Discussões entre Diogo e Carolina]
Diogo e Carolina
Estão sempre a discutir;
Ela é uma rapariga muito fina
Sempre a evoluir.
O Diogo chateia a menina,
Mas a está sempre a seduzir.
Um dia vão acabar felizes,
Em qualquer tipo de deslizes.
(Fahim)

[Nos contentores]
Estávamos nos barracões
Na aula de Projecto;
A fazer revisões
Do trabalho em concreto.
Entraram dois grupos aos puxões
Em que o Fred levou cartão vermelho directo.
Encarou como um aviso,
Mas, na verdade, não era bem isso.
(Cláudia) [Rima do último dístico apenas toante.]

[Queda]
Lembro-me de no bloco D estar
E a minha turma ficar a ver
Umas pessoas a dançar;
Depois, para falar com a Ana, fui a correr,
Corri, corri sem parar,
Fui sempre a correr,
Corri tanto que acabei por cair
E, quando me levantei, já estavam todos a rir.
(Rita)

[Falta colectiva]
Foi num dia muito agitado,
Mas a decisão era definitiva.
Estava o caldo entornado,
Tivemos falta colectiva!
Senti-me, claro, injustiçado,
Pois não queria ter negativa.
Não havia volta a dar,
Medida tomada, nada a iria mudar.
(João)

[Visita do Presidente do Executivo]
Estava um dia radioso,
Até o Professor Esperança chegar.
À nossa aula veio furioso
Para do nosso comportamento falar.
Fez-se um silêncio milagroso
Para ele poder discursar.
Começámos todos a discutir,
Com a Professora Emília a assistir.
(Catarina)

[Escalada]
Aqueles jovens destemidos,
Batendo-se contra o nevoeiro e a escuridão,
Enfrentaram caminhos retorcidos,
Para alcançar o paredão.
O paredão, com gemidos,
Escalaram até à exaustão.
Não esquecendo o rappel que fizeram,
Até à australiana, alguns quiseram.
(Joana)

[Jantar de raparigas no Dia dos namorados]
Estou aqui para fazer recordar,
A noite do dia de S. Valentim.
Juntaram-se as raparigas para jantar
E fazer um grande chinfrim!
Foi um tempo bem passado a gargalhar,
Com toda a gente a cantar no fim.
Segredos foram revelados,
Entre jogos encontrados.
(Matilde)

[Teatro de Inglês do 8.º ano]
Antes do teatro começar,
Havia muita animação.
Acabámos os cenários de pintar,
Com muito amor e dedicação.
Quando a grande hora se estava a aproximar,
Instalou-se a confusão.
Apesar do medo e das pernas a tremer,
Tudo correu bem e foi divertido a valer.
(Teresa)

[Fuga à aula de substituição]
Ó centauros de crina ardente,
Dai-me força para relatar,
Relatar a este povo, a esta gente,
A fuga que ficou por celebrar.
Quando os do nono-segunda rumaram a poente,
Para da substituição escapar,
Fugindo das garras da Falta Colectiva,
Fugindo com a alma de novo viva.
(Joana)

[Prova global]
Quando todos esperávamos uma boa revelação,
Nada disso nos saiu.
Em vez disso, uma mera informação.
Que todos deprimiu.
Nada de provas de aferição,
Mas uma global na rifa nos saiu
Obrigar-nos-ia a estudar,
Conceito novo a estrear.
(Miguel)

[Começo das aulas]
Era o primeiro dia de a(u)las,
Estávamos muito ansiosos;
Lá estávamos nós com as malas...
Apesar de curiosos,
Vínhamos com poucas falas,
E um pouco preguiçosos;
Não nos conhecíamos,
Mas, mesmo assim, sorríamos.
(Ana Catarina)

[Sermões de Formação Cívica]
Já na sala estávamos sentados
E víamos a DT aborrecida entrar;
Ficávamos todos «preocupados»
Pois sabíamos o que se ia passar:
Todos envergonhados e calados,
Ouvíamos o sermão sem pestanejar;
Alguns, sem querer, riam, sem atenção,
E levavam logo outro sermão.
(Rita)

[Visita ao Parque das Nações]
Durante a visita ao Oceanário,
Todos nós convivemos.
O Oceanário é como um grande aquário
(Mas, deixando de divagar, continuemos!),
Com muitos peixes e nenhum cenário!
Mas agora de nós falemos:
Gostámos de lá estar
E prometemos lá voltar.
(Tatá)

Na visita de estudo de Inglês,
Duas turmas foram ao Parque das Nações,
Com os professores de Inglês e Português;
Fomos ao oceanário, aos empurrões,
E a uma peça cujos actores falavam meio escocês;
Quando acabou, estávamos todos brincalhões
E de autocarro regressámos a Benfica:
Fora uma visita de estudo muito rica.
(Frederico R.)

Um dia no Parque das Nações,
Um dia repleto de divertimento,
Para ficar nos corações,
O Pavilhão do Conhecimento.
No Oceanário, vimos os tubarões
No seu nadar lento,
Fazendo-nos sentir
Vontade de sorrir.
(André)

Foi aquela visita ao Oceanário,
A um mundo de fantasia,
Para além do nosso imaginário.
Experimentámos a sua magia,
Como em nenhum outro aquário
E nunca com tanta alegria.
Foi uma visita imperdível,
E, digo-vos, inesquecível!
(Frederico S.)

Todos juntos na sala costumamos estar
E, apesar de zangas e rivalidades,
Tenho a certeza de que posso afirmar
Que lá fiz muitas amizades:
Todos marcados em mim vão ficar,
E só me restarão saudades;
A minha turma invencível,
É simplesmente inesquecível.
(Teresa)

A turma onde estou colocada,
É das turmas de que mais gostei,
É uma turma engraçada;
Dos colegas falta sentirei,
Quando dela for separada,
Mas a todos no coração guardarei;
Em turmas diferentes para o ano vamos estar,
Mas nem por isso nos vamos distanciar.
(Teresa)

Esta turma espectacular,
Onde unidos tentamos ser
E recados não levar
Para ninguém se aborrecer,
Adorava que junta pudesse ficar,
Mas sei que isso não vai acontecer.
Agora só nos resta prosseguir,
Sem medo do que virá a seguir.
(Rita)