Saturday, September 10, 2005

Escritos


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Para já, põem-se aqui os textos que em 2004-2005 foram finalistas (7.º ano) do concurso de reportagens organizado pelo Expresso. Fica primeiro a reportagem de João Afonso, Afonso, Enoque (7.º 6.ª); depois a de Silvana e Rita (7.º 3.ª).



Dezanove anos à espera de um refeitório

Quando, a 23 de Setembro, dia da apresentação, entrámos na Escola Secundária José Gomes Ferreira, a nossa escola, é que descobrimos que não tínhamos refeitório.
Ora, como o nosso horário, bem como o das restantes turmas desta escola, contempla aulas de manhã e de tarde, ficámos perplexos, assim como os nossos pais ficaram preocupados. Então como iam ser os almoços nesses dias da semana?
O bar que a nossa escola possui “não chega para as encomendas” e, apesar de tentadoras, as fatias de pizza que aí se servem já enjoam até os mais aficionados.
Os nossos pais, por seu lado, estão preocupados com a alimentação super-calórica que nós, os seus filhos, temos durante o dia na escola. Apesar de tentarem adoptar regras de alimentação correcta em casa, esta ausência de refeitório altera-lhes os planos.

Os professores de Ciências ensinam os alunos a adquirirem hábitos alimentares correctos, mas a alimentação certa fica pelos conhecimentos das aulas pois não há prática no nosso refeitório ausente.
Provando que este assunto interessa a todos, por ocasião da celebração do 24.° aniversário da nossa escola, realizar-se-á uma palestra sobre “A alimentação dos nossos jovens”, em colaboração com o Instituto de Cardiologia Preventiva, para se discutir os hábitos alimentares e os graves problemas de saúde que deles podem advir.
São também objectivos do Ensino Básico (L.B.S.E. Art.° 7°) “Participar no processo de informação e orientação educacionais... — Criar condições de promoção do sucesso escolar e educativo a todos os alunos “. No caso da nossa escola, existe uma lacuna ao nível da orientação alimentar.
E até já nem se coloca a questão que na maioria dos casos se põe — “a política alimentar nesta escola é correcta?“—, devido à sua ausência total.
E aqui estamos nós numa entrevista com o professor Manuel Esperança, Presidente do Conselho Executivo da nossa escola, que nos disse: "foram feitas várias tentativas desde 1985, cerca de 15 até hoje (todos os anos vai na lista de exigências), junto da DREL (Direcção Regional Educação de Lisboa), sem resultados".
Desde 1991, ano em iniciou o cargo de presidente do Directivo, que esta tem sido uma das suas prioridades, bem como a recuperação exterior deste Prémio Valmor.
Esta escola, que nós consideramos espectacular, funciona num edifício da autoria do arquitecto Hestnes Ferreira — que ganhou o Prémio Valmor em 1982 — e iniciou a sua actividade em 20 de Novembro de 1980. Com todos os recursos físicos necessários ao seu bom fttncionamento, desde o espaço amplo em que está implantada até todas as infra-estruturas necessárias (pavilhão gimnodesportivo, salas de aula, laboratórios, biblioteca, centro de recursos, etc.), só lhe falta mesmo o refeitório.
Nesta escola, este ano quase a completar 24 anos de existência e onde o aproveitamento escolar e a assiduidade dos alunos até é um sucesso, merecíamos, todos nós, esse presente.
Talvez devêssemos seguir o exemplo do Cónego Professor Doutor João António de Sousa, que em 1975 encabeçou uma comissão para “arrancar” do Ministério da Educação a construção da escola, num terreno que até tinha sido doado para esse fim.
Agora que somos 1005 alunos e também possuímos o espaço para a construção do refeitório (nas traseiras do pavilhão E — visível na foto), será que a senhora Ministra da Educação, Professora Doutora Maria do Carmo Seabra, também na qualidade de mãe de filhos da nossa idade, vai fazer desta nossa luta uma prioridade? Porque fomos esquecidos ao longo de todos estes anos?

Não é fácil ensinar a comer bem. Não é fácil resistir ao imenso fast food. Pela nossa saúde e pela dos nossos colegas, CONSTRUA-SE O REFEITÓRIO!

[João Afonso, Afonso, Enoque (7.º 6.ª)]


Do normal para o pequeno: que grande paixão!


Um bonsai é uma árvore ou arbusto normal e não, como muitas pessoas pensam, uma árvore ou arbusto anão.
O bonsai é originário da China, surgiu na dinastia de Tsin-Chin (265-420 d.c.) teve o seu grande desenvolvimento na dinastia de Ch’ing (1644-1911), um período de grande riqueza cultural. Surgiu no Japão, por volta de 552 d.c.. No século V, os japoneses faziam lindíssimos jardins em miniatura. Só no século XIII apareceram documentos a falar sobre a divulgação do bonsai no Japão. Nos Estados Unidos da América os bonsais despertaram interesse cerca da segunda guerra mundial. Nos anos 60 chegam à Europa e, a partir daí, nunca mais parou a sua divulgação.
Alguns bonsais chegam a ter 1000 anos, como é o caso de algumas espécies da China. Um bonsai pode ser classificado por Mame bonsai, com altura entre 5 e 15cm; Komono bonsai, com altura entre 16 e 30 cm; Chin bonsai, com altura entre 31 e 60 cm; Dai bonsai, com altura superior a 61 cm. Para limitar o tamanho das árvores, é necessário manter os bonsais em vasos pequenos e baixos e podá-los frequentemente, de modo a reduzir o seu tamanho.
Para que os bonsais sobrevivam, é necessário ter alguns cuidados, como manter a terra húmida; colocarem-se os bonsais em sítios com luz; arejá-los frequentemente; protegê-los do sol quente e do gelo; transplantá-los com a regularidade necessária; fertilizá-los só com adubos orgânicos.
Há diferentes formas de fazer bonsais. A semente é a forma mais antiga, mas também a mais lenta e menos utilizada; não existem sementes de bonsais mas sim de árvores normais, que, adaptadas, se transformam em bonsai. Outra das formas é a estaca, aplicada a espécies que por esta técnico ganham raiz, sendo porém um pouco lenta. O enxerto é uma forma rápida: é utilizada nos viveiros de bonsai. Outra forma é o enraizamento aéreo: através deste, podemos utilizar ramos mais grossos, que ganham raiz em contacto com a árvore mae e sao separados quando têm a sua própria raiz.
Podemos recolher árvores directamente da natureza, sendo os melhores locais aqueles onde existam animais, pois estes limitam o crescimento dos bonsais por estarem sempre a comer a rama. Este método é aconselhado no Inverno, porque será necessário eliminar raízes ao colher. No método de transformação directa de árvores ou arbustos, que existem em viveiros "pré-bonsais", também temos que eliminar raízes, porque as plantas estão em vasos grandes. A divisão é o método menos frequente, pois só algumas espécies se adaptam, porque são plantas de raiz superficial.

Fomos entrevistar uma grande admiradora de bonsais, e descobrimos a grande paixào que pode existir por um bonsai.
Como descobriu a sua paixão por bonsais?
Numa viagem que fiz à China, fiquei fascinada com as pequenas árvores que vi. Isso despertou-me a curiosidade para saber mais sobre estas maravilhosas árvores. Nessa viagem comprei o meu primeiro bonsai.
O que é para si um bonsai?
Para mim um bonsai não é uma árvore mas sim uma arte, como a pintura.
Quantos bonsais possui?
Até ao momento tenho cerca de vinte — tenho alguns no interior da minha casa e os restantes no exterior.
Onde adquiriu os seus bonsais?
Fiz algumas viagens ao oriente, de onde trouxe alguns; outros ofereceram-me e alguns adquiri-os cá em Portugal.
Como obteve os seus conhecimentos sobre bonsais?
Quando comprei o meu primeiro bonsai, deram-me as ínstruções básicas para o poder tratar. Como a paixão foi aumentando, decidi tirar um pequeno curso de manutenção e criação de bonsais.
Como mantém os seus bonsais?
Têm de ficar num lugar arejado, com luz, sol, mas não muito quente; é bom transplantar o bonsai regularmente, fertilizá-lo só com adubos orgânicos e podá-lo com frequência.
Qual a idade do seu bonsai mais antigo?
O bonsai mais antigo que tenho foi logo o primeiro que adquiri: tem cerca de cem anos.
Qual foi aproximadamente o valor máximo que já deu por um bonsai?
Uma vez fui a um leilão na América e dei por um cerca de quinze mil dólares.

[Silvana, Rita (7.º 3.ª)]