Thursday, September 08, 2022

Aula 39-40

Aula 39-40 (28 [5.ª, 1.ª, 3.ª], 30/nov [4.ª]) Explicação sobre verbos copulativos (ver Apresentação).

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/viagem-medieval-em-santa-maria-da-feira-decorre-ate-11-de-agosto_v1164345

Depois de vista a reportagem sobre a 3.ª edição da Viagem Medieval em Santa Maria da Feira, resolve os pontos 1 e 2 de Oralidade, na p. 36:

1             1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____.

2            [opções certas:] __________________.

Copia em português atual, em prosa (um parágrafo para cada estrofe) a cantiga de amigo (uma bailia) na p. 37 («Bailemos nós já todas três, ai amigas», de Airas Nunes).

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No sketch que vamos ver ficam salientadas as três variedades (ou variantes) do português (europeia, brasileira, africana[s]), mas também a variação dialetal dentro do território do português europeu. O assunto será, portanto, a Geografia do português do português, abordada também na p. 306 do manual.

Em «Padre que não sabe fazer pronúncia» (série Meireles), o protagonista é um seminarista que, segundo o padre seu orientador, não consegue ter a pronúncia devida. Deves estar atento às pronúncias que o candidato a padre vai tentando e ir completando o primeiro quadro:

 

Pronúncia ideal para um padre

da Beira, da Guarda.

pronúncia das sibilantes: «[ch]otaque»;

2.ª pessoa do plural: «percebeis».

Pronúncias tentadas pelo seminarista

 

_________

ditongações: «t[ua]dos» (todos); bê por vê: «Co[b]ilhã»; léxico: «carago».

 

_________

alongamento das vogais finais: «padriii»;

nasalizações: «v[ã]mos».

 

_________

supressão do –r final: «dançá» (dançar); vogais átonas pouco reduzidas: «chap[á]» (chapa); léxico: «meu chapa».

_________

vogais átonas mais abertas.

_________

paragoge e vogais menos reduzidas: «rêzar[e]» (rezar).

Estas pronúncias — «sotaques» — representam ora as zonas geográficas a que pertencem falantes de língua portuguesa ora, em um caso, a influência que uma diferente língua materna tem sobre a pronúncia do português. Dividamo-las em três tipos:

Pronúncia ...

Casos no sketch

de determinada variedade regional (dialeto)

beirão; _______; _______.

de variante do português (europeia, sul-americana, africana)

 

_______; _______.

reveladora de a língua materna do falante não ser o português

 

_______.

Vão a seguir os poemas de Último a sair. Com um V à sua esquerda, assinala os versos que pudessem integrar poemas «a sério» (por exemplo, suscetíveis de aparecer num poema enviado a um concurso de poesia atual).

Toma cada verso isoladamente, esquecendo o contexto em que estão nos poemas dos três participantes do Último a sair. (Diria que serão cerca de meia dúzia.)

 

[de Roberto Leal:]

A vida é como um rio que desagua para o mar, que é a poesia.

 

Pelas mãos de minha mãezinha

Andei nos tempos então;

Hoje, como está velhinha,

É ela que anda p’la minha

E faz a minha obrigação.

 

               Endoscopia da alma

O meu peito é feito de luz e brilho

E ontem encontrei um sinal nas costas.

Ninguém sabia se era maligno,

Começou tudo a fazer apostas.

 

A minha alma estava doente

E as minhas costas, não.

Ai que feliz de mim

E qualquer coisa que rime com ão.

 

[de Luciana Abreu:]

Havia uma velha na rua a correr

Com uma lata no cu a bater.

Quanto mais a velha corria,

Mais a lata no cu lhe batia.

 

               Feijoada de ternura

Estava eu a apanhar sol,

Estavas tu no sol a apanhar.

Veio chuva e veio o sol

Estavas tua na chuva a apanhar

 

Se eu soubesse o que sei hoje,

Talvez tivesse vindo mais cedo.

Assim, não vim mais cedo,

E fiquei a fazer a feijoada de ternura.

 

[de Bruno Nogueira:]

Gosto da minha mãe.

 

               Ganso daltónico

Ai, um ganso daltónico,

Ai, um ganso pateta,

Porque és daltónico,

Meu ganso pateta?

 

Se Albufeira é assim um bocado nhnhrhhihn,

Matei uma criança cheia de sarampo

E enterrei-a ao lado do primo Joel.

 

Este bife está mal passado, sr. Antunes,

E o robalo não está fresco, seu ganso daltónico.

Considerando só autores de poesia, Louise Glück, americana, é a mais recente vencedora do Prémio Nobel, já que os vencedores de 2022 e 2021 (Annie Ernaux e Abdulrazak Gurnah) são ambos romancistas. O poema que se segue é a parte 3 de «Landscape», de Louise Glück, traduzido por Rui Pires Cabral (publicado na revista literária Telhados de Vidro, 12, maio de 2009):

            Paisagem/3

 

Nos fins do outono uma rapariga deitou fogo
a um trigal. O outono

 

fora muito seco; o campo
ardeu como palha.

 

Depois não sobrou nada.
Se o atravessávamos, não víamos nada.

 

Nada havia para colher, para cheirar.
Os cavalos não compreendem —

 

Onde está o campo, parecem dizer.
Como tu ou eu a perguntar
onde está a nossa casa.

 

Ninguém sabe responder-lhes.
Não sobra nada;
resta-nos esperar, a bem do lavrador,
que o seguro pague.

 

É como perder um ano de vida.
Em que perderias um ano da tua vida?

 

Mais tarde regressas ao velho lugar —
só restam cinzas: negrume e vazio.

 

Pensas: como pude viver aqui?

 

Mas na altura era diferente,
mesmo no último verão. A terra agia
como se nada de mal pudesse acontecer-lhe.

 

Um único fósforo foi quanto bastou.
Mas no momento certo – teve de ser no momento certo.

 

O campo crestado, seco —
a morte já a postos
por assim dizer.

Comentários de leitores à notícia do Observador («Leia aqui dois poemas de Louise Glück, Prémio Nobel da Literatura de 2020») onde se transcrevia o poema em cima:[antonyo antonyo:] Porque é que isto é poesia? Pela disposição das frases? || [Norberto Sousa:] Chamam a isto poesia? || [Anarquista Coroado:] Os meus poemas são melhores. Mas quem liga ao Nobel? || [Maria Ribeiro:]Pessoa não teve o Nobel, nem Sofia ou Lobo Antunes, ou Jorge Amado e Drummond, nem Tolstoi, Borges, Proust, Kafka, Joyce, Woolf ou Nabokov. Os Nobel traduzem uma visão escandinava e provinciana do mundo.

Lê «Paisagem/3», de Louise Glück. Escreve, em cerca de catorze linhas (algumas serão espaços interestróficos), um poema, ou começo de poema, intitulado «Paisagem/4».

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TPC — Entrega na Classroom, ao longo da semana, poema aí pedido.

 

 

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