Aula 45-46
Aula
45-46 (6
[5.ª], 9 [3.ª, 4.ª], 13/dez [4.ª]) Correção do trabalho de
apreciação crítica de pintura.
João de Melo, «Da história à literatura»
ll. 1-13
Nas ll. 1-6, assume-se que
o Mestre de Avis
a) se notabilizou como rei
de Portugal e, por isso, Fernão Lopes se não ocupou dele.
b) ficou célebre por ter
sido rei de grande mérito, mas que o que dele diz Fernão Lopes já o tornaria
notável.
c) se distinguiu como rei
mas que Fernão Lopes, por isso mesmo, evitou referi-lo nas suas crónicas.
d) não foi um grande rei,
embora tivesse sido celebrizado na Crónica
de El-Rei D. João I.
A anáfora (ou termo
anafórico) «ele» (l. 7) tem como referente (ou termo antecedente)
a) «Fernão Lopes» (l. 4).
b) «o Mestre de Avis» (l. 3).
c) «cronista-historiador»
(l. 7).
d) «outro
cronista-historiador» (l. 7).
O pronome presente em
«fá-lo» (l. 12) tem como referente (antecedente)
a) «Fernão Lopes» (l. 4).
b) «quem o lê» (l. 12).
c) «ele» (l. 7).
d) «[o] autor» (l. 12).
ll. 14-26
Segundo o cronista de «Da
história à literatura», aderimos ao que nos é contado por Fernão Lopes
a) por causa da vivacidade
da sua escrita e da sua objetividade enquanto historiador.
b) por causa da emoção na
sua escrita e por sermos quase convidados a viver os episódios em questão.
c) porque o texto
histórico de Fernão Lopes é realista e imparcial.
d) porque a sua prosa
trata de temas sentimentais e ele é «opinioso».
ll. 27-44
No apuramento da verdade
histórica, Fernão Lopes usa
a) fontes escritas e
testemunhos orais.
b) sobretudo fontes documentais
escritas.
c) depoimentos fornecidos
de viva voz pelos protagonistas dos feitos relatados.
d) wikipédia, google, Correio da Manhã, «Quem quer casar com
um agricultor?».
Relativamente aos factos, Fernão
Lopes
a) consegue ser neutral,
claro, seco.
b) usa de cientificidade
investigativa, o que o torna precursor da historiografia moderna.
c) é menos interessante
nos dias de hoje do que quanto às capacidades literárias.
d) revela-se inútil
atualmente, dado que foi sobretudo criador, opinativo, embora independente do
poder.
ll. 45-49
Fernão Lopes teria dado
voz
a) ao povo.
b) às multidões da «arraia
miúda» que é o povo.
c) à miúda que,
promiscuamente, anda com o povo.
d) às suspeitas do povo.
Henrique Monteiro, «Um cronista
militante»
ll. 1-9
Segundo
as ll. 5-9, o «eu» de «Um cronista militante»
a)
só a partir do século XIV começou a conhecer as séries de televisão.
b)
só depois do século XIV estudou algo tão movimentado como as séries de cowboys.
c)
só com o estudo da Crónica de D. João I
conheceu narrativas com tanta ação como as séries de televisão.
d)
só com o começo da televisão a cores conheceria algo de mais movimentado que a Crónica de D. João I.
ll. 10-16
O
narrador de «Um cronista militante»
a)
teria estudado já as epopeias antigas, mas Fernão Lopes marcou-o mais.
b) viria
a ser mais marcado por autores da antiguidade e, naquela altura, Fernão Lopes não
o estimulou.
c) só
foi marcado por Fernão Lopes, independentemente de as epopeias antigas serem ou
não estudadas.
d) não
gostou do estudo dos poemas de Homero e de Virgílio, ao contrário do dos textos
de Lopes.
ll. 17-28
O
modificador «na altura» (l. 20) corresponde
a)
a «pelos anos de 1383» (l. 20).
b)
a há mais de seiscentos e trinta anos.
c)
ao cimo dos «torreões da Sé» (l. 27).
d)
à época em que contactou com a literatura de Fernão Lopes.
ll. 29-40
Segundo
o jornalista, Fernão Lopes
a)
era bastante faccioso, embora o escondesse bem.
b)
era imparcial, independente, justo.
c)
não se coibia de ser um pouco parcial no seus juízos, como na adoração por D.
João I de Castela.
d) não
enganava ninguém, tinha as suas preferências (segundo padrões atuais da historiografia,
seria um cocó de cão).
ll. 41-52
O
conhecimento histórico acumulado após a época de Fernão Lopes mostrará que o
cronista
a) teve
sempre razão.
b)
era secante mas certeiro nos seus juízos.
c)
foi o Jorge Jesus da historiografia (exaltante, vibrante, mas com visão
circunscrita a uma perspetiva, com as limitações da sua geração).
d) nem
sempre foi claro e simples, apesar de exaltante, vibrante, patriótico.
Os
períodos começados por «Que» (ll. 42-52) são
a)
parágrafos.
b)
complemento direto de «sabemos» (l. 41).
c)
de tipo instrucional.
d)
de tipo descritivo.
ll. 53-56
O
pronome «algo» (l. 53) tem como referente
a)
«seja como for» (l. 53).
b)
«que ninguém lhe tira» (l. 53).
c)
todo o segmento que ocupa as linhas 54-56.
d)
«o modo tão belo e empolgante como relata uma situação» (ll. 54-55).
Jeffrey
Archer é, até certo ponto, o
tipo de escritor que Pedro Mexia, numa sua crónica, classificava como «besta célere»
(< best-seller). De qualquer modo, tem méritos evidentes de contador de
histórias (como Fernão Lopes). Um dos seus livros intitula-se aliás Contador
de histórias, cujo primeiro conto tem a particularidade de ter só cem palavras.
Vejamos como o apresenta e, depois, o conto propriamente dito
(Jeffrey Archer, Contador de Histórias,
trad. de Fernanda Oliveira, Lisboa, Bertrand, 2019, pp. 13 e 17):
Um
desafio
Há muitos anos, um editor da Reader’s Digest em Nova Iorque convidou-me para escrever uma história de cem
palavras que tivesse princípio, meio e fim. Como se já não fosse desafio
suficiente, insistiu em que não podiam ser 99 ou 101 palavras.
E, não contente com isso, pediu-me para apresentar a obra acabada
no prazo de vinte e quatro horas.
O meu primeiro esforço consistiu em 118 palavras, o segundo em
106 e o terceiro em 98. Pergunto-me se conseguirão descobrir quais as duas palavras
que tive de voltar a incluir.
O resultado foi «Único», que encontrarão na página seguinte.
Os leitores poderão ter
interesse em saber que o que acabei de escrever também tem 100 palavras.
Único
Paris, 14 de março de 1921
O colecionador voltou a acender o charuto, pegou na lupa e analisou
o selo triangular de 1874 do Cabo da Boa Esperança.
— Eu avisei-o de que havia dois selos — disse o negociante. — Ou
seja, o seu não é único.
— Quanto?
— Dez mil francos.
O colecionador passou um cheque antes de dar uma baforada no
charuto, mas este já estava apagado. Pegou num fósforo, riscou-o e lançou fogo
ao selo.
O negociante olhou incrédulo, ao mesmo tempo que o selo se desfazia
em fumo.
O colecionador sorriu.
— Estava enganado, amigo — disse. — O meu é único.
Cria conto em cem
palavras. Evita o estilo ‘anedota’. Não apostes em muito diálogo. Título conta
para o número de palavras.
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