Aula 39-40
Aula 39-40 (28 [5.ª, 1.ª, 3.ª], 30/nov [4.ª]) Explicação sobre verbos
copulativos (ver Apresentação).
Depois de vista a reportagem sobre a 3.ª edição da Viagem
Medieval em Santa Maria da Feira, resolve os pontos 1 e 2 de Oralidade, na p. 36:
1 1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____.
2 [opções certas:] __________________.
Copia em português atual, em
prosa (um parágrafo para cada estrofe) a cantiga de amigo (uma bailia) na p. 37
(«Bailemos nós já todas três, ai amigas», de Airas Nunes).
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No sketch que vamos ver ficam salientadas as três variedades (ou variantes) do português (europeia, brasileira, africana[s]), mas também a variação dialetal dentro do território do português europeu. O
assunto será, portanto, a Geografia do português do português,
abordada também na p. 306 do manual.
Em
«Padre que não sabe fazer pronúncia» (série Meireles), o protagonista é um seminarista
que, segundo o padre seu orientador, não consegue ter a pronúncia devida. Deves
estar atento às pronúncias que o candidato a padre vai tentando e ir completando
o primeiro quadro:
Pronúncia
ideal para um padre |
da Beira, da Guarda. |
pronúncia das sibilantes:
«[ch]otaque»; 2.ª pessoa do plural:
«percebeis». |
Pronúncias
tentadas pelo seminarista |
_________ |
ditongações: «t[ua]dos»
(todos); bê por vê: «Co[b]ilhã»;
léxico: «carago». |
_________ |
alongamento das vogais
finais: «padriii»; nasalizações: «v[ã]mos». |
|
_________ |
supressão do –r final: «dançá» (dançar); vogais átonas pouco
reduzidas: «chap[á]» (chapa);
léxico: «meu chapa». |
|
_________ |
vogais átonas mais
abertas. |
|
_________ |
paragoge e vogais
menos reduzidas: «rêzar[e]» (rezar). |
Estas pronúncias
— «sotaques» — representam ora as zonas geográficas a que pertencem falantes de
língua portuguesa ora, em um caso, a influência que uma diferente língua
materna tem sobre a pronúncia do português. Dividamo-las em três tipos:
Pronúncia ... |
Casos no sketch |
de determinada variedade
regional (dialeto) |
beirão; _______; _______. |
de variante do português (europeia, sul-americana,
africana) |
_______; _______. |
reveladora de a língua materna do falante não ser
o português |
_______. |
Vão a seguir os poemas de Último a sair. Com um V à sua esquerda, assinala os versos que pudessem integrar poemas
«a sério» (por exemplo, suscetíveis de aparecer num poema enviado a um concurso
de poesia atual).
Toma cada verso isoladamente, esquecendo o contexto
em que estão nos poemas dos três participantes do Último a sair. (Diria
que serão cerca de meia dúzia.)
[de Roberto Leal:]
A vida é como um rio que
desagua para o mar, que é a poesia.
Pelas mãos de minha mãezinha
Andei nos tempos então;
Hoje, como está velhinha,
É ela que anda p’la minha
E faz a minha obrigação.
Endoscopia da alma
O meu peito é feito de luz
e brilho
E ontem encontrei um sinal nas costas.
Ninguém sabia se era maligno,
Começou tudo a fazer apostas.
A minha alma estava doente
E as minhas costas, não.
Ai que feliz de mim
E qualquer coisa que rime com ão.
[de Luciana Abreu:]
Havia uma velha na rua a correr
Com uma lata no cu a bater.
Quanto mais a velha corria,
Mais a lata no cu lhe batia.
Feijoada de ternura
Estava eu a apanhar sol,
Estavas tu no sol a apanhar.
Veio chuva e veio o sol
Estavas tua na chuva a apanhar
Se eu soubesse o que sei hoje,
Talvez tivesse vindo mais cedo.
Assim, não vim mais cedo,
E fiquei a fazer a feijoada de ternura.
[de Bruno Nogueira:]
Gosto da minha mãe.
Ganso daltónico
Ai, um ganso daltónico,
Ai, um ganso pateta,
Porque és daltónico,
Meu ganso pateta?
Se Albufeira é assim um bocado nhnhrhhihn,
Matei uma criança cheia de sarampo
E enterrei-a ao lado do primo Joel.
Este bife está mal passado, sr. Antunes,
E o robalo não está fresco, seu
ganso daltónico.
Considerando só autores de
poesia, Louise Glück, americana,
é a mais recente vencedora do Prémio Nobel, já que os vencedores de 2022 e 2021
(Annie Ernaux e Abdulrazak Gurnah) são ambos romancistas. O poema
que se segue é a parte 3 de «Landscape», de Louise Glück, traduzido por Rui
Pires Cabral (publicado na revista literária Telhados de Vidro, 12, maio
de 2009):
Paisagem/3
Nos
fins do outono uma rapariga deitou fogo
a um trigal. O outono
fora
muito seco; o campo
ardeu como palha.
Depois
não sobrou nada.
Se o atravessávamos, não víamos nada.
Nada
havia para colher, para cheirar.
Os cavalos não compreendem —
Onde
está o campo, parecem dizer.
Como tu ou eu a perguntar
onde está a nossa casa.
Ninguém
sabe responder-lhes.
Não sobra nada;
resta-nos esperar, a bem do lavrador,
que o seguro pague.
É
como perder um ano de vida.
Em que perderias um ano da tua vida?
Mais
tarde regressas ao velho lugar —
só restam cinzas: negrume e vazio.
Pensas:
como pude viver aqui?
Mas
na altura era diferente,
mesmo no último verão. A terra agia
como se nada de mal pudesse acontecer-lhe.
Um
único fósforo foi quanto bastou.
Mas no momento certo – teve de ser no momento certo.
O
campo crestado, seco —
a morte já a postos
por assim dizer.
Comentários de leitores à notícia do Observador
(«Leia aqui dois poemas de Louise Glück, Prémio Nobel da Literatura de 2020») onde
se transcrevia o poema em cima:[antonyoantonyo:] Porque é que
isto é poesia? Pela disposição das frases? || [NorbertoSousa:]
Chamam a isto poesia? || [AnarquistaCoroado:] Os meus poemas
são melhores. Mas quem liga ao Nobel? || [MariaRibeiro:]Pessoa
não teve o Nobel, nem Sofia ou Lobo Antunes, ou Jorge Amado e Drummond, nem
Tolstoi, Borges, Proust, Kafka, Joyce, Woolf ou Nabokov. Os Nobel traduzem uma
visão escandinava e provinciana do mundo.
Lê «Paisagem/3», de Louise
Glück. Escreve, em cerca de catorze linhas (algumas serão espaços
interestróficos), um poema, ou começo de poema, intitulado «Paisagem/4».
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TPC — Entrega na Classroom,
ao longo da semana, poema aí pedido.
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