Sunday, August 20, 2017

Lembro-me (sobre o décimo segunda de 2007-2008)


Lembro-me que, no final das férias grandes que antecediam o começo do 10.º ano, no bloco C junto das vitrinas onde costumam estar as notas, assisti ao reencontro da Marta e da Catarina (Fernandes) com a professora M.ª Emília Martins, que fora sua Diretora de turma ao longo do 3.º ciclo (e gostei de ver a amizade que havia entre alunas e aquela minha colega e amiga).
Lembro-me de que a Matilde, no oitavo ano, foi das primeiras classificadas num prémio literário JGF e que ficámos muito contentes.
Lembro-me de todos pronunciarem «Alexis» e eu achar que era «Alexis» (não havendo acento, a palavra tem de ser aguda) e ter passado a dizer apenas «Alex».
Lembro-me de, no sétimo ano, ter ficado com remorsos por não ter podido ir a uma representação de Vanessa vai à luta, no Teatro Aberto, em que era atriz a Carlota.
Lembro-me que o Tiago —numa aula do 7.º ou 8.º 2.ª, quando tudo estava a correr mal — me pediu para eu não falar tão alto, explicando-me que correria melhor (e tinha razão).
Lembro-me que, no sétimo ano, a Marta chorou com o final de Os Coristas.
Lembro-me que, no sétimo ou no oitavo, andavam todos a cantar «La vie en rose» (porque era a música de Jeux d’enfants, um filme de que gostaram especialmente — tinha uns efeitos que entretanto se banalizaram; era com Marion Cotillard e Guillaume Canet, entretanto casal e famosos).
Lembro-me que, no nono, fomos a pé até ao Seminário da Luz ver uma representação da Barca do Inferno (como iam todas as oito turmas desse ano, a fila estendia-se por toda a Avenida do Colégio Militar — estou a exagerar, é claro).
Lembro-me de brincarem comigo o Pedro Gouveia e o Jorge acerca do comportamento, que considerávamos «obsessivo-compulsivo», de ajustar o foco do projetor que eu achava nunca estar suficientemente focado.
Lembro-me de a Carla ter escolhido como filme preferido um que tratava de dança (já não me lembro qual).
Lembro-me de a Sara (Medeiros) me contar ter ido assistir a uma encenação de Os Maias, no Trindade, a que também eu fora, e já não sei se no mesmo dia.
Lembro-me que o Miguel Henriques só chegou já no 11.º ano.
Lembro-me que uma das Catarinas me explicou que o cravo não era o ascendente do piano (tê-lo-ei dito eu, na aula, a propósito de Scarlatti e Memorial do Convento).
Lembro-me de, ainda no oitavo ano, pensar para mim que o Alexis nunca seria nadador por ser demasiado franzino.
Lembro-me de, ainda no 3.º ciclo, a Marta ter escrito sobre Cabo Verde (e termos enviado o texto a um concurso do Público).
Lembro-me de, no início do 10.º ano, na sala E9A, a Catarina F. ficar ao lado da Catarina T. (já se conheciam — do Gregoriano, salvo erro).
Lembro-me que a Catarina F. e a Marta ficaram do 7.º ao 12.º sempre em carteiras da frente e perto da janela.
Lembro-me de estar eu preocupado por não se ver suficientemente a projeção (usava o verso de um mapa que levava de sala em sala) e a Sara (C.) me dizer para eu não me ralar que se via bem.
Lembro-me que pedia ao Ricardo e ao Pedro (Mayo) ajuda nas dificuldades que me iam aparecendo com o computador e projetor — e que achava sempre que, com aqueles conselhos de quem sabia tanto, só complicavam (mas a verdade é que até ajudavam).
Lembro-me que a Rita (Costa) já só aparecia de vez em quando, mas era sempre das mais criativas nas redações (creio que já não seguiria as aulas quando fizemos a nossa combinação).
Lembro-me de, numa aula do 7.º 6.ª, ter sido injusto com o Ricardo (e o Pedro ter intervindo, com personalidade, chamando-me à razão).
Lembro-me que o publifilme do Chaves terminava com Jorge e Pedro G. com cachecóis do Benfica.
Lembro-me que a seguir à viagem aos Açores a turma mudou.
Lembro-me que o José (Morais) não estava na turma do 10.º ano, entrou depois.
Lembro-me de o Pedro S. e o Bernardo (e o Miguel S., creio) terem conseguido reaver o computador que um colega de outra turma «surripiara» numa aula de substituição (e terem agido com diplomacia e eficiência).
Lembro-me que na mesa em frente àquela onde ficava o computador (e estava eu) ficavam o Chaves e o Francisco.
Lembro-me que o ibisfilme de Joana e Cláudia tinha um slide com chuva ou com o vidro embaciado.
Lembro-me que o Pedro S. gostava de surf.
Lembro-me que o Miguel (S.) era neto de um antigo colega de Matemática que eu admirava e encontrava, já depois de aposentado, a tratar da correspondência do Jornal de Mathematica Elementar.
Lembro-me que gostava que a turma fosse deixar as malas na E9A (vinham de alguma sala ali perto), enquanto eu ficava a preparar a sala durante o intervalo.
Lembro-me de a meio da aula ir conversando com o Bernardo (Hipólito)  sobre futebol.
Lembro-me de, na sala E9A, contar ao João (a Pedro S., a Bernardo e já não sei a quem mais) as minhas peripécias futebolísticas desventurosas enquanto juvenil federado sempre suplente.
Lembro-me de dizer que se dizia que a escritora Natália Correia era, no seu tempo, uma das mulheres mais bonitas de Lisboa e o João (Miguel Lopes) julgar que eu estava a falar da professora de Inglês.
Lembro-me que a Sara (C.) e a Joana (O.) já tinham visto Expiação (ou só uma delas?) e que ainda pensei escolher outro filme.
Lembro-me que não havia maldade mas amizade nas nossas referências ao «pinguim».
Lembro-me que, assim que acabava Português, o Francisco era incumbido de ajudar os outros a fazerem à pressa o tepecê de Inglês (para Inglês ficavam ainda na mesma sala, A8, que eu consentia ficasse aberta, ou iam para a A7, enquanto ia para outro bloco).
Lembro-me de, uns anos depois, ter tido como alunos irmãos de alunos da turma 2.ª (da Sara M., do Bernardo).
Lembro-me das palavras de estimação da Matilde («macambúzio»), da Catarina T. («bananinhas»), da Catarina F. («néon»), da Carlota («cocó»), da Inês («balandrau»), da Joana Oliveira («Mimi»), da Joana («percular»), da Carla («totocarro»), do Miguel S. («raios»), da Rita («espilro»), da Mariana («sempre»), do Nuno («pausado»), da Sara M. («Chuca»).
Lembro-me que os microfilmes mais originais costumavam ser os do Pedro Mayo.
Lembro-me de que num dia da semana qualquer saía ao mesmo tempo que o Ricardo, que ficava depois no portão da escola à espera de boleia (e que conversávamos uns momentos).
Lembro-me que a Sara Alves entrou só no 11.º ano.
Lembro-me dos Motorratos de Marte, de que o Chaves era fã.
Lembro-me que as redações do Francisco eram muitas vezes narrativas (ao estilo de quem está habituado a ler livros).
Lembro-me que a Inês, a Joana (O.), as Catarinas terminavam rapidamente as fichas que ia dando e por isso ficavam (ficávamos) a conversar naquela zona da sala.
Lembro-me que vinham da 1.ª turma do 9.º ano o Alexis, a Inês, as Saras (C. e M.), mas que chegaram já no oitavo ano e, felizmente, não conheceram o dificílimo 7.º 1.ª.
Lembro-me que vinham desde o 7.º 2.ª a Catarina F., a Marta, a Matilde, a Rita, o Tiago (e que o Miguel Sampaio ainda chegou a estar inscrito mas mudou de turma).
Lembro que vinham do 9.º 5.ª a Carla, a Carlota e a Joana (Oliveira) — a Joana chegada só no 9.º; a Carla e Carlota já desde o 7.º 5.ª.
Lembro-me que vinham comigo desde o 7.º 6.ª o Francisco, o João, o Pedro (M.), o Ricardo.
Lembro-me de o Pedro (M.) me ter pedido as cortinas (que eu transportava de sala para sala!) para fazer uma apresentação (de Inglês?).
Lembro-me de termos ido em visita de estudo a Mafra e a Carlota me ter pedido para chegarmos cedo porque ainda queria ir ao Rock in Rio (e eu ter sugerido à guia do Palácio que abreviássemos um pouco a visita).
Lembro-me de me perguntarem que idade é que tinha a professora de Biologia (e diretora de turma do 12.º 2.ª), a colega Sónia, por a acharem muito jovem.
Lembro de projetos muito ambiciosos de um grupo em que estavam o Pedro M. e o Ricardo para trabalho de projeto (que foi feito sob a orientação do Luís Ferreira?).
Lembro-me que o grupo da Joana, da Mariana e do Pedro S. venceu o concurso do Diário de Notícias (e esperou dois anos pelo prémio).
Lembro-me que, no nono ano, com os que eram da turma 5.ª e da turma 2.ª, fomos a uma visita no Parque das Nações e que o professor de Inglês, o Carlos, foi a corrigir trabalhos, em pé, num autocarro lotadíssimo.
Lembro-me de um grupo (Joana O. e Catarina F., talvez também a Inês), em Área de Projeto, estar a estudar problemas relacionados com a cegueira e as deficiências visuais e eu, bastante inconscientemente, brincar muito com isso.
Lembro-me que o trabalho do grupo das Saras (A. e C.) e Carla envolvia crianças internadas no Hospital da Estefânea e escrita — e reli há pouco as engraçadissímas histórias criadas.
Lembro-me que a tia da Catarina (F.) me disse que a sobrinha lhe dissera gostar das aulas de Português.
Lembro-me de a Inês ter feito um microfilme sobre Alberto Caeiro (em que aparecia a estudar Filosofia ou com o livro de Filosofia).
Lembro-me de um microfilme da Carlota que teve imensos problemas técnicos até (nunca) ficar concluído e que era sobre o «Liberdade» do Pessoa.
Lembro-me que o microfilme autobiográfico da Matilde era emocionante.
Lembro que, além do Francisco (que vinha já comigo do 7.º 6.ª ao 9.º 6.ª), entraram para o 10.º 2.ª outros dois Franciscos (Chaves e Duarte).
Lembro-me de ouvirmos música muito alto na sala A8, porque havia ensaios para uns arraiais no Instituto Politécnico.
Lembro-me que a seguir a Português, ao início da tarde, ainda tinham depois Matemática (antes do fim de semana; ou era Educação Física?).
Lembro-me que o Nuno (Castro) estava a repetir o décimo.
Lembro que a Joana e a Cláudia tinham vindo ambas da Pedro.
Lembro-me que o Ricardo entrou no 10.º 2.ª só no segundo período (vinha da turma 1.ª, onde também o tivera como aluno durante o 1.º período).
Lembro-me da letra, muito caligráfica, do Francisco Duarte, e achar que tinha que ver com a calma que eu lhe atribuía.
Lembro-me que o Pedro (G.) e o Jorge vinham da Miguel Torga (passei a estar sempre atento aos alunos que me chegavam da Miguel Torga — e, geralmente, tenho tido muita sorte com todos).
Lembro-me da Dona Emília e da Dona Fernanda (mas isso era ainda no Bloco B, do 7.º ao 9.º).
Lembro-me de o projeto de Cláudia, Joana, Mariana e Sara (M.) tratar de terapias com animais.
Lembro-me que o Miguel S. andava de bicicleta (num microfilme talvez).
Lembro-me de, talvez no 8.º ano, jogar Scrabble com o Tiago (e com o António, que era do 8.º 3.ª).
Lembro-me que a Mariana vinha de outra escola (isto é, entrou só no décimo ano na ESJGF).
Lembro-me de «Os Bintoitos», um grupo para um concurso do Diário de Notícias, constituído por Jorge, Francisco D., Pedro G., Miguel S.
Lembro-me que o nome do grupo da Mariana, Pedro M. e Sara M. era «O nome do grupo».
Lembro-me que a Amanda chegou já a meio do ano e que a sua palavra de estimação, apropriadamente, foi «viagem».
Lembro-me de «atrabar», «palongar», «famulcatão», «tarotear», neologismos criados, respetivamente, por Cláudia, Miguel S., Sara A. e Francisco, para um trabalho de redação de verbetes.
Lembro-me de ter encontrado a Sara C. depois dos exames e ela me ter dito, justamente orgulhosa, mas também amiga, por achar que isso era importante para mim, que não baixara a sua média em Português (o que eu sabia, é claro).
Lembro-me de, pouco tempo depois do 12.º ano, me ter cruzado aqui perto com a Carla (e sorrirmos ambos, ambos tímidos).
Lembro-me de, também pouco depois do 12.º ano, ter conversado com a Inês (foi na Reinaldo dos Santos; e falámos de alguns casais de ex-alunos, da nossa e de outras turmas, e fiquei contente de saber que continuavam esses pares).
Lembro-me de me ter cruzado com a Sara (C.) em Troia e falarmos brevemente (eu vinha da praia; ela ia para a praia).
Lembro-me de, já um ou dois ou três anos depois, ter encontrado o Chaves no bloco C ou perto da secretaria (que viera saber de umas notas ou tratar de algum assunto burocrático).
Lembro-me de no ano a seguir ao 12.º ano ter avistado Carlota na Avenida do Colégio Militar e termos acenado (e, depois, de ter lido um mail, muito generoso, de Carlota e de Marta).
Lembro-me de a Matilde, também num mail muito generoso, me dizer estar contente com os seus estudos na área de Turismo.
Lembro-me que tenho tido alguns alunos que fazem natação de competição e ficam admirados, e contentes, com o facto de o Alexis ter sido aluno da ESJGF.
Lembro-me que a Sara (Alves) me pediu que escrevesse na sua fita de finalista (terei, como sempre, borrado tudo — canetas verdadeiramente adequadas a fitas de curso, aí está um nicho de marcado que recomendo a empreendedores).
Lembro-me de há não muito tempo ter falado com a Catarina (Trigo), que vinha de bicicleta.
Lembro-me que tenho tido nestes anos conselhos em que estão, por coincidência, professores que tiveram também o 10.º 2.ª (Horácio Gaspar, Isabel Martins, Sónia Silva) e, nessas alturas, muitas vezes nos lembrarmos da vossa turma.
Lembro-me que o Jorge disse que a 16 de maio de 2018 apareceria de lamborghini; e há uns anos, cruzámo-nos à saída do metro e voltámos a brincar com isso — fica agora combinado para 2028 (pelo menos, uma miniatura de lamborghini prometo eu levar).