Lembro-me (sobre o décimo segunda de 2007-2008)
Lembro-me que, no final das férias
grandes que antecediam o começo do 10.º ano, no bloco C junto das vitrinas onde
costumam estar as notas, assisti ao reencontro da Marta e da Catarina
(Fernandes) com a professora M.ª Emília Martins, que fora sua Diretora de turma
ao longo do 3.º ciclo (e gostei de ver a amizade que havia entre alunas e
aquela minha colega e amiga).
Lembro-me de que a Matilde, no
oitavo ano, foi das primeiras classificadas num prémio literário JGF e que
ficámos muito contentes.
Lembro-me de todos pronunciarem «Alexis»
e eu achar que era «Alexis» (não havendo acento, a palavra tem de ser
aguda) e ter passado a dizer apenas «Alex».
Lembro-me de, no sétimo ano, ter
ficado com remorsos por não ter podido ir a uma representação de Vanessa vai à luta, no Teatro Aberto, em
que era atriz a Carlota.
Lembro-me que o Tiago —numa aula
do 7.º ou 8.º 2.ª, quando tudo estava a correr mal — me pediu para eu não falar
tão alto, explicando-me que correria melhor (e tinha razão).
Lembro-me que, no sétimo ano, a
Marta chorou com o final de Os Coristas.
Lembro-me que, no sétimo ou no
oitavo, andavam todos a cantar «La vie en rose» (porque era a música de Jeux d’enfants, um filme de que gostaram
especialmente — tinha uns efeitos que entretanto se banalizaram; era com Marion
Cotillard e Guillaume Canet, entretanto casal e famosos).
Lembro-me que, no nono, fomos a pé
até ao Seminário da Luz ver uma representação da Barca do Inferno (como iam todas as oito turmas desse ano, a fila
estendia-se por toda a Avenida do Colégio Militar — estou a exagerar, é claro).
Lembro-me de brincarem comigo o
Pedro Gouveia e o Jorge acerca do comportamento, que considerávamos «obsessivo-compulsivo»,
de ajustar o foco do projetor que eu achava nunca estar suficientemente focado.
Lembro-me de a Carla ter escolhido
como filme preferido um que tratava de dança (já não me lembro qual).
Lembro-me de a Sara (Medeiros) me
contar ter ido assistir a uma encenação de Os
Maias, no Trindade, a que também eu fora, e já não sei se no mesmo dia.
Lembro-me que o Miguel Henriques
só chegou já no 11.º ano.
Lembro-me que uma das Catarinas me
explicou que o cravo não era o ascendente do piano (tê-lo-ei dito eu, na aula,
a propósito de Scarlatti e Memorial do
Convento).
Lembro-me de, ainda no oitavo ano,
pensar para mim que o Alexis nunca seria nadador por ser demasiado franzino.
Lembro-me de, ainda no 3.º ciclo,
a Marta ter escrito sobre Cabo Verde (e termos enviado o texto a um concurso do
Público).
Lembro-me
de, no início do 10.º ano, na sala E9A, a Catarina F. ficar ao lado da Catarina
T. (já se conheciam — do Gregoriano, salvo erro).
Lembro-me
que a Catarina F. e a Marta ficaram do 7.º ao 12.º sempre em carteiras da
frente e perto da janela.
Lembro-me de estar eu preocupado
por não se ver suficientemente a projeção (usava o verso de um mapa que levava
de sala em sala) e a Sara (C.) me dizer para eu não me ralar que se via bem.
Lembro-me que pedia ao Ricardo e
ao Pedro (Mayo) ajuda nas dificuldades que me iam aparecendo com o computador e
projetor — e que achava sempre que, com aqueles conselhos de quem sabia tanto,
só complicavam (mas a verdade é que até ajudavam).
Lembro-me que a Rita (Costa) já só
aparecia de vez em quando, mas era sempre das mais criativas nas redações
(creio que já não seguiria as aulas quando fizemos a nossa combinação).
Lembro-me de, numa aula do 7.º
6.ª, ter sido injusto com o Ricardo (e o Pedro ter intervindo, com
personalidade, chamando-me à razão).
Lembro-me que o publifilme do
Chaves terminava com Jorge e Pedro G. com cachecóis do Benfica.
Lembro-me que a seguir à viagem
aos Açores a turma mudou.
Lembro-me que o José (Morais) não
estava na turma do 10.º ano, entrou depois.
Lembro-me de o Pedro S. e o
Bernardo (e o Miguel S., creio) terem conseguido reaver o computador que um
colega de outra turma «surripiara» numa aula de substituição (e terem agido com
diplomacia e eficiência).
Lembro-me que na mesa em frente àquela
onde ficava o computador (e estava eu) ficavam o Chaves e o Francisco.
Lembro-me que o ibisfilme de Joana
e Cláudia tinha um slide com chuva ou com o vidro embaciado.
Lembro-me que o Pedro S. gostava
de surf.
Lembro-me que o Miguel (S.) era
neto de um antigo colega de Matemática que eu admirava e encontrava, já depois
de aposentado, a tratar da correspondência do Jornal de Mathematica Elementar.
Lembro-me que gostava que a turma
fosse deixar as malas na E9A (vinham de alguma sala ali perto), enquanto eu ficava
a preparar a sala durante o intervalo.
Lembro-me de a meio da aula ir
conversando com o Bernardo (Hipólito) sobre futebol.
Lembro-me de, na sala E9A, contar
ao João (a Pedro S., a Bernardo e já não sei a quem mais) as minhas peripécias
futebolísticas desventurosas enquanto juvenil federado sempre suplente.
Lembro-me de dizer que se dizia
que a escritora Natália Correia era, no seu tempo, uma das mulheres mais
bonitas de Lisboa e o João (Miguel Lopes) julgar que eu estava a falar da
professora de Inglês.
Lembro-me que a Sara (C.) e a
Joana (O.) já tinham visto Expiação
(ou só uma delas?) e que ainda pensei escolher outro filme.
Lembro-me que não havia maldade
mas amizade nas nossas referências ao «pinguim».
Lembro-me que, assim que acabava Português,
o Francisco era incumbido de ajudar os outros a fazerem à pressa o tepecê de
Inglês (para Inglês ficavam ainda na mesma sala, A8, que eu consentia ficasse
aberta, ou iam para a A7, enquanto ia para outro bloco).
Lembro-me de, uns anos depois, ter
tido como alunos irmãos de alunos da turma 2.ª (da Sara M., do Bernardo).
Lembro-me das palavras de
estimação da Matilde («macambúzio»), da Catarina T. («bananinhas»), da Catarina
F. («néon»), da Carlota («cocó»), da Inês («balandrau»), da Joana Oliveira
(«Mimi»), da Joana («percular»), da Carla («totocarro»), do Miguel S.
(«raios»), da Rita («espilro»), da Mariana («sempre»), do Nuno («pausado»), da
Sara M. («Chuca»).
Lembro-me que os microfilmes mais originais
costumavam ser os do Pedro Mayo.
Lembro-me de que num dia da semana
qualquer saía ao mesmo tempo que o Ricardo, que ficava depois no portão da
escola à espera de boleia (e que conversávamos uns momentos).
Lembro-me que a Sara Alves entrou
só no 11.º ano.
Lembro-me dos Motorratos de Marte,
de que o Chaves era fã.
Lembro-me que as redações do
Francisco eram muitas vezes narrativas (ao estilo de quem está habituado a ler
livros).
Lembro-me que a Inês, a Joana
(O.), as Catarinas terminavam rapidamente as fichas que ia dando e por isso ficavam
(ficávamos) a conversar naquela zona da sala.
Lembro-me que vinham da 1.ª turma do
9.º ano o Alexis, a Inês, as Saras (C. e M.), mas que chegaram já no oitavo ano
e, felizmente, não conheceram o dificílimo 7.º 1.ª.
Lembro-me que vinham desde o 7.º
2.ª a Catarina F., a Marta, a Matilde, a Rita, o Tiago (e que o Miguel Sampaio
ainda chegou a estar inscrito mas mudou de turma).
Lembro que vinham do 9.º 5.ª a
Carla, a Carlota e a Joana (Oliveira) — a Joana chegada só no 9.º; a Carla e
Carlota já desde o 7.º 5.ª.
Lembro-me que vinham comigo desde
o 7.º 6.ª o Francisco, o João, o Pedro (M.), o Ricardo.
Lembro-me de o Pedro (M.) me ter
pedido as cortinas (que eu transportava de sala para sala!) para fazer uma
apresentação (de Inglês?).
Lembro-me de termos ido em visita
de estudo a Mafra e a Carlota me ter pedido para chegarmos cedo porque ainda queria
ir ao Rock in Rio (e eu ter sugerido à guia do Palácio que abreviássemos um
pouco a visita).
Lembro-me de me perguntarem que
idade é que tinha a professora de Biologia (e diretora de turma do 12.º 2.ª), a
colega Sónia, por a acharem muito jovem.
Lembro de projetos muito
ambiciosos de um grupo em que estavam o Pedro M. e o Ricardo para trabalho de
projeto (que foi feito sob a orientação do Luís Ferreira?).
Lembro-me que o grupo da Joana, da
Mariana e do Pedro S. venceu o concurso do Diário
de Notícias (e esperou dois anos pelo prémio).
Lembro-me que, no nono ano, com os
que eram da turma 5.ª e da turma 2.ª, fomos a uma visita no Parque das Nações e
que o professor de Inglês, o Carlos, foi a corrigir trabalhos, em pé, num
autocarro lotadíssimo.
Lembro-me de um grupo (Joana O. e
Catarina F., talvez também a Inês), em Área de Projeto, estar a estudar
problemas relacionados com a cegueira e as deficiências visuais e eu, bastante
inconscientemente, brincar muito com isso.
Lembro-me que o trabalho do grupo
das Saras (A. e C.) e Carla envolvia crianças internadas no Hospital da
Estefânea e escrita — e reli há pouco as engraçadissímas histórias criadas.
Lembro-me
que a tia da Catarina (F.) me disse que a sobrinha lhe dissera gostar das aulas
de Português.
Lembro-me
de a Inês ter feito um microfilme sobre Alberto Caeiro (em que aparecia a
estudar Filosofia ou com o livro de Filosofia).
Lembro-me
de um microfilme da Carlota que teve imensos problemas técnicos até (nunca) ficar
concluído e que era sobre o «Liberdade» do Pessoa.
Lembro-me
que o microfilme autobiográfico da Matilde era emocionante.
Lembro
que, além do Francisco (que vinha já comigo do 7.º 6.ª ao 9.º 6.ª), entraram para
o 10.º 2.ª outros dois Franciscos (Chaves e Duarte).
Lembro-me
de ouvirmos música muito alto na sala A8, porque havia ensaios para uns
arraiais no Instituto Politécnico.
Lembro-me
que a seguir a Português, ao início da tarde, ainda tinham depois Matemática
(antes do fim de semana; ou era Educação Física?).
Lembro-me
que o Nuno (Castro) estava a repetir o décimo.
Lembro
que a Joana e a Cláudia tinham vindo ambas da Pedro.
Lembro-me
que o Ricardo entrou no 10.º 2.ª só no segundo período (vinha da turma 1.ª,
onde também o tivera como aluno durante o 1.º período).
Lembro-me
da letra, muito caligráfica, do Francisco Duarte, e achar que tinha que ver com
a calma que eu lhe atribuía.
Lembro-me
que o Pedro (G.) e o Jorge vinham da Miguel Torga (passei a estar sempre atento
aos alunos que me chegavam da Miguel Torga — e, geralmente, tenho tido muita
sorte com todos).
Lembro-me
da Dona Emília e da Dona Fernanda (mas isso era ainda no Bloco B, do 7.º ao
9.º).
Lembro-me
de o projeto de Cláudia, Joana, Mariana e Sara (M.) tratar de terapias com
animais.
Lembro-me que o Miguel S. andava
de bicicleta (num microfilme talvez).
Lembro-me
de, talvez no 8.º ano, jogar Scrabble com o Tiago (e com o António, que era do
8.º 3.ª).
Lembro-me que a Mariana vinha de
outra escola (isto é, entrou só no décimo ano na ESJGF).
Lembro-me de «Os Bintoitos», um
grupo para um concurso do Diário de
Notícias, constituído por Jorge, Francisco D., Pedro G., Miguel S.
Lembro-me que o nome do grupo da
Mariana, Pedro M. e Sara M. era «O nome do grupo».
Lembro-me
que a Amanda chegou já a meio do ano e que a sua palavra de estimação,
apropriadamente, foi «viagem».
Lembro-me
de «atrabar», «palongar», «famulcatão», «tarotear», neologismos criados,
respetivamente, por Cláudia, Miguel S., Sara A. e Francisco, para um trabalho
de redação de verbetes.
Lembro-me de ter encontrado a Sara
C. depois dos exames e ela me ter dito, justamente orgulhosa, mas também amiga,
por achar que isso era importante para mim, que não baixara a sua média em
Português (o que eu sabia, é claro).
Lembro-me
de, pouco tempo depois do 12.º ano, me ter cruzado aqui perto com a Carla (e
sorrirmos ambos, ambos tímidos).
Lembro-me de, também pouco depois
do 12.º ano, ter conversado com a Inês (foi na Reinaldo dos Santos; e falámos
de alguns casais de ex-alunos, da nossa e de outras turmas, e fiquei contente
de saber que continuavam esses pares).
Lembro-me de me ter cruzado com a
Sara (C.) em Troia e falarmos brevemente (eu vinha da praia; ela ia para a
praia).
Lembro-me de, já um ou dois ou
três anos depois, ter encontrado o Chaves no bloco C ou perto da secretaria
(que viera saber de umas notas ou tratar de algum assunto burocrático).
Lembro-me de no ano a seguir ao
12.º ano ter avistado Carlota na Avenida do Colégio Militar e termos acenado
(e, depois, de ter lido um mail, muito generoso, de Carlota e de Marta).
Lembro-me de a Matilde, também num
mail muito generoso, me dizer estar contente com os seus estudos na área de
Turismo.
Lembro-me que tenho tido alguns
alunos que fazem natação de competição e ficam admirados, e contentes, com o
facto de o Alexis ter sido aluno da ESJGF.
Lembro-me que a Sara (Alves) me
pediu que escrevesse na sua fita de finalista (terei, como sempre, borrado tudo
— canetas verdadeiramente adequadas a fitas de curso, aí está um nicho de
marcado que recomendo a empreendedores).
Lembro-me de há não muito tempo ter
falado com a Catarina (Trigo), que vinha de bicicleta.
Lembro-me que tenho tido nestes
anos conselhos em que estão, por coincidência, professores que tiveram também o
10.º 2.ª (Horácio Gaspar, Isabel Martins, Sónia Silva) e, nessas alturas,
muitas vezes nos lembrarmos da vossa turma.
Lembro-me que o Jorge disse que a
16 de maio de 2018 apareceria de lamborghini; e há uns anos, cruzámo-nos à
saída do metro e voltámos a brincar com isso — fica agora combinado para 2028
(pelo menos, uma miniatura de lamborghini prometo eu levar).
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