Monday, August 29, 2016

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 35-63)



Aula 35 (3 [1.ª], 8 [8.ª], 9 [7.ª], 11/nov [5.ª]) Correção de tarefa de síntese sobre contracapa para Álvaro de Campos (ver também Apresentação).
«Tenho febre e escrevo» poderia servir de epígrafe a toda a obra de Álvaro de Campos, com os seus poemas vibrantes, que introduzem o leitor no mundo pessoano e lhe proporcionam uma viagem empolgante pela escrita futurista.
Neste segundo volume da coleção ‘Pessoa Hoje’, reunimos os poemas mais importantes de Campos, repartidos pelas três fases que este heterónimo atravessou: a decadentista, representada por «Opiário»; a sensacionista, em que sobressai a «Ode triunfal»; e a intimista, que inclui poemas como «O que há em mim é sobretudo cansaço».
Não perca o próximo volume, Poemas escolhidos de Ricardo Reis.

Resolve estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª fase), aproveitando o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.
Grupo I
A
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

1              Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
                São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.
                Abro a janela diretamente, no desespero da insónia.
                E, de repente, humano,
5              O quadrado com cruz de uma janela iluminada!
                Fraternidade na noite!

                Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!
                Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.
                Dorme. Nós temos luz.

10            Quem serás? Doente, moedeiro falsol, insone2 simples como eu?
                Não importa. A noite eterna, informe, infinita,
                Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,
                O coração latente das nossas duas luzes,
                Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.

15            Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,
                Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
                Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

                Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
                Que fazes, camarada, da janela com luz?

20           Sonho, falta de sono, vida?
                Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...
                Tem graça: não tens luz elétrica.
                Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!
Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002
moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifique os sentimentos do “eu”expressos nas três primeiras estrofes.
2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.
3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).
4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.
[Respostas:]
1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; e algum interesse e até fraternidade para com . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22. Estão também presentes sensações auditivas — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . É de registar, ainda, a presença de sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.
3. O verso 13 do poema pode significar que  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Escreve a função sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando.
Encosta-te a mim
(Jorge Palma)
Encosta-te a mim
Nós já vivemos cem mil anos
Encosta-te a mim
Talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
Dá cabo dos teus desenganos
Não queiras ver quem eu não sou
Deixa-me chegar

Chegado da guerra
Fiz tudo p’ra sobreviver, em nome da terra
No fundo p’ra te merecer
Recebe-me bem
Não desencantes os meus passos
Faz de mim o teu herói
Não quero adormecer

Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
O que não vivi hei de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim

Encosta-te a mim
Desatinamos tantas vezes
Vizinha de mim
Deixa ser meu o teu quintal
Recebe esta pomba que não está armadilhada
Foi comprada, foi roubada, seja como for

Eu venho do nada
Porque arrasei o que não quis
Em nome da estrada, onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
Vai desarmar a flor queimada
Vai beijar o homem-bomba, quero adormecer

Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo, e o que não vivi
Um dia hei de inventar contigo
Sei que não sei às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem

Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem
Encosta-te a mim
TPC — Em Gaveta de Nuvens, «Cruz na porta da tabacaria!», poema atribuído a Álvaro de Campos e relacionável com «Tabacaria».

Aula 36-37 (3 [8.ª], 4 [1.ª], 8/nov [7.ª, 5.ª]) Lê o poema «Lisbon Revisited (1923)», presente nas páginas 131-132 do manual. Para responderes, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada. (Por favor, não consultes outras páginas do manual além das do texto.)
O sujeito da oração no primeiro verso é
a) nulo expletivo.
b) nulo subentendido.
c) nulo indeterminado.
d) simples.

O segundo verso é constituído por
a) uma única oração.
b) duas orações, sendo a segunda subordinada substantiva completiva.
c) duas orações, sendo a segunda coordenada conclusiva.
d) duas orações, sendo a segunda subordinada adjetiva relativa restritiva.

No v. 5, o verbo «trazer» é
a) intransitivo.
b) transitivo direto e indireto.
c) transitivo direto.
d) transitivo indireto.

A frase «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11) apresenta
a) um deítico pessoal.
b) deíticos pessoais e temporais.
c) um deítico temporal.
d) deíticos pessoais e espaciais.

Na mesma frase, «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11), «eu» e «aos deuses todos» desempenham as funções sintáticas de, respetivamente,
a) sujeito, complemento direto.
b) complemento direto, complemento indireto.
c) complemento direto, complemento oblíquo.
d) sujeito, complemento indireto.

No verso «Se têm a verdade, guardem-na!» (v. 12), a vírgula
a) justifica-se por separar uma oração subordinada adverbial da subordinante seguinte.
b) não é obrigatória.
c) justifica-se por suceder a uma subordinante e anteceder a subordinada.
d) justifica-se por separar constituintes com funções sintáticas idênticas.

O pronome pessoal utilizado nos versos 14 e 15 retoma o referente
a) «técnico» (v. 13).
b) «direito» (v. 14).
c) «doido» (v. 14).
d) «todo» (v. 15).

No verso 16, «maçar» é
a) transitivo direto.
b) transitivo indireto.
c) intransitivo.
b) transitivo direto e indireto.

O adjetivo «fútil» (v. 17) tem acento, porque se trata de uma palavra
a) grave.
b) grave terminada em -l.
c) esdrúxula.
d) aguda terminada em -il.

No v. 19, ««outra pessoa» é o
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) predicativo do sujeito.
d) predicativo do complemento direto.

O ato ilocutório concretizado em «Não me peguem no braço!» (v. 24) é
a) expressivo.
b) assertivo.
c) diretivo.
d) compromissivo.

Em «Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?» (v. 17), «casado, fútil, quotidiano e tributável» desempenha a função sintática de
a) predicativo do complemento direto.
b) complemento direto.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.

Em «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «para o diabo» é um
a) modificador do grupo verbal.
b) complemento oblíquo.
c) vocativo.
d) predicativo do sujeito.

Na mesma oração, «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «sem mim» desempenha a função sintática de
a) complemento oblíquo.
b) modificador do grupo verbal.
c) complemento indireto.
d) agente da passiva.

Em «Já disse que sou só sozinho!» (v. 26), a repetição do som /s/ pode constituir uma
a) assonância.
b) aliteração.
c) epístrofe.
d) anáfora.

A palavra «Ah» (v. 27) pertence à classe
a) das exclamações.
b) dos vocativos.
c) das interjeições.
d) das apóstrofes.

Os vv. 28, 30, 32, pelo facto de tomarem Lisboa, o Tejo e «céu azul» como destinatários do enunciador, constituem
a) anáforas.
b) metáforas.
c) apóstrofes.
d) hipérboles.

A expressão entre travessões «o mesmo da minha infância» (v. 28) desempenha a função sintática de
a) modificador restritivo.
b) modificador apositivo.
c) complemento do nome.
d) cocó.

Em «Não tardo, que eu nunca tardo...» (v. 34), «que eu nunca tardo» é uma oração
a) subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) subordinada adjetiva relativa explicativa.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adverbial causal.

A palavra «Silêncio» (v. 35) tem acento gráfico
a) indevidamente.
b) para se distinguir da 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Silenciar».
c) por se tratar de palavra esdrúxula (embora, na verdade, esdrúxula aparente).
d) para se assinalar que a vogal (/e/) é fechada.
Depois de leres «Lisbon Revisited (1926)», responde ao pontos 2 da p. 132. Depois, responde também ao ponto 1.2 da mesma página. (Usa as linhas na folha que distribuí.)

Lisbon Revisited (1926)
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja —
Definidamente pelo indefinido…
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número de porta que me deram.

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta — até essa vida…

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.

Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do Sul impossível aguardam-me náufrago;
Ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra cousa, nem cousa nenhuma…
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas coortes por existir, esfaceladas em Deus.

Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida…
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui…
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar,
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligadas por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?

Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.

Outra vez te revejo — Lisboa e Tejo e tudo —,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver…

Outra vez te revejo,
Sombra que passa através de sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir…

Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim —
Um bocado de ti e de mim!…

Álvaro de Campos
(Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007)
Tendo visto a segunda, e última, parte de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.
Ricardo Reis era médico e monárquico.
Álvaro de Campos era alentejano e formado em engenharia pela Universidade Independente.
Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.
Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.
Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.
Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.
Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.
Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.
Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.
Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».
Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).
Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.
Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.
A revista presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.
Pessoa fundou a Athena, revista onde foram publicados poemas de Ricardo Reis e de Alberto Caeiro.
O único livro em português, publicado em vida, de Pessoa foi Mensagem, destinado a um concurso.
Fernando Pessoa morreu depois de internamento no Hospital de São Luís dos Ingleses.
A última frase que Pessoa escreveu foi «I know not what tomorrow will bring».
Fernando Pessoa foi enterrado nos Prazeres, mas os seus restos mortais repousam agora nos Jerónimos.
TPC — Escreve uma síntese, em 90 a 105 palavras, de «A dor de pensar» (p. 47). Escreve o número de palavras no final. Podes relancear regras da síntese na p. 327 — aliás estão mais detalhadas no livro do ano passado. (E nada de copiarem uns pelos outros, seus sacaninhas.)

Aula 38-39 (4 [8.ª], 9 [1.ª, 5.ª], 10/nov [7.ª]) Explicação de revisão das noções de modo e género (cfr. Apresentação).
Completa a tabela, preenchendo as quadrículas vagas. Não tenhas a preocupação de te deter muito em cada texto. Procura apenas reconhecer o pouco de que precises para completar o quadro com suficiente segurança.

Trecho
Autor
[no caso de Pessoa, especifica se é o ortónimo, se é poema de Mensagem ou o heterónimo de que se trate]
Modo
[narrativo (=épico), lírico, dramático; e, excepcionalmente, épico-lírico]
Género
[epopeia, romance, conto, novela, soneto, ode, quadra, tragédia, comédia, etc.]
em...
[prosa ou verso]
«[Os Lusíadas, canto IV, estâncias 88-89]» (p. 173)



verso
«O Quinto Império»
(p. 220)


cinco quintilhas

[excerto de] «Ode triunfal»
(p. 117)


ode extensa (futurista ou à Walt Whitman)

«[poema] XXXVI [de O Guardador de Rebanhos] (p. 81)


[de nenhuma forma convencionada]

«Cada dia sem gozo não foi teu» (p. 96)


«ode» (numa nona, ou novena)

«Quando as crianças brincam»
(p. 48)
Fernando Pessoa



«Na mão dos reis do Rossio...»
(p. 242)


[veremos depois]

«D. João, quinto do nome na tabela real»
(p. 288)


romance

«Fernando Pessoa» (p. 149)



verso

Os itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» — o terceiro de Mensagem —, na p. 205 do manual. Vai lendo o texto e escolhendo a melhor resposta.
No primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há
a) uma metonímia e uma metáfora.
b) uma metáfora e um oxímoro.
c) uma comparação e uma antítese.
d) um polissíndeto e uma aliteração.

Nos vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão
a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.
b) a Deus, nu mas vivo.
c) ao Céu.
d) a Cristo crucificado, a luz que a todos ilumina.

No v. 1 da segunda estrofe, o deítico «Este» corresponde a
a) ‘o mito’.
b) ‘o mesmo sol que abre os céus’.
c) ‘Ulisses’.
d) ‘o corpo morto de Deus’.

O advérbio «aqui» — um deítico, também — vale por
a) ‘Ítaca’.
b) ‘Troia’.
c) ‘Grécia’.
d) ‘Lisboa’.

Na última estrofe, defende-se que
a) a vida é mais importante do que o mito.
b) só há mito enquanto dura a vida.
c) só há vida enquanto dura o mito.
d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.

Responde ao ponto 1 de Leitura — Compreensão na mesma p. 205 (advertência para quem tenha o manual para professores, com as soluções na lapela direita: tudo o que está aí é absolutamente mentiroso, dado que essas versões do manual são contrafações impressas numa tipografia chinesa, cujas respostas foram elaboradas por alguém que só falava mandarim) e, depois, ao ponto 3 (p. 206):
1.
a) ____;
b) ____;
c) ____;
d) ____;
e) ____;
f) ____;
g) ____;
h) Com o exemplo de Ulisses e da sua importância na fundação lendária de Portugal, apresenta-se a origem de Portugal associada a um caráter mítico; por outro lado, a gesta de Ulisses ajuda a explicar a vocação marítima dos portugueses.
i) ______, que situa as ações de Ulisses num passado remoto, e _____, que atribui à sua lembrança valor duradouro.
3./3.1
a. ___ | _________
b. ___ | _________
c. ___ | _________
d. ___ | _________
e. ___ | _________

Escolhe o primeiro verso de dois dos poemas do quadro que estivemos a preencher. Escreve dois textos em prosa que comecem com cada um desses trechos.
São indiferentes os modos, géneros, subgéneros (desde que em prosa). E podem, ou devem até, ficar inconclusos. A ideia é avançares apenas até o fragmento ter já uma razoável identidade (seja lá o que isso for). Não queria mais de dez linhas por texto.
A gente da cidade, aquele dia, || À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica ||Triste de quem vive em casa, || E há poetas que são artistas || Cada dia sem gozo não foi teu || Quando as crianças brincam || Vem ver agora o meu país que já
TPC — Escreve o texto pedido em «Escrita/1.» na p. 206. (Anota, no final, o número de palavras.)

Aula 40 (10 [1.ª], 15 [8.ª], 16 [7.ª], 18/nov [5.ª]) [Jogo do Stop:] Nos sujeitos e nos complementos diretos não contam eventuais determinantes (a letra será a do nome ou pronome); no complemento indireto, haverá sempre, é claro, a preposição «a» (contraída ou não), mas o que conta será o resto; o «por» não conta no caso de agentes da passiva; no caso de modificadores ou de complementos oblíquos, se houver preposição inicial, esta não conta para definir a letra inicial. Nos verbos das frases passivas, o auxiliar não conta (é a inicial do particípio passado que interessará).
O primeiro a terminar a frase corretamente ganha 3 pontos; o segundo, 2; o terceiro, 1. A cada frase que se revele errada é atribuído um ponto negativo (-1 ponto).

Letra
Estrutura
I
Sujeito
Núcleo do Predicado
Modificador do grupo verbal
Complemento oblíquo [País]
A Irene
i
no inverno
a Inglaterra

Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento indireto
Complemento direto





Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Predicativo do c. direto





Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador do grupo verbal [País]





Modificador do GV [Capital]
Sujeito
Núcleo do Predicado
Predicativo do sujeito





Sujeito
Núcleo do Predicado
Agente da passiva
Modificador do grupo verbal





Sujeito [Figura artística]
Modificador apositivo
Núcleo do Predicado
Complemento direto





Vocativo
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Complemento indireto





Sujeito [Figura pública]
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador do grupo verbal





Sujeito [Desportista]
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador restritivo do nome





Núcleo do Predicado
Complemento direto
Complemento indireto
Modificador do grupo verbal





Sujeito [Banda]
Núcleo do predicado
Agente da passiva
Modificador do grupo verbal





Modificador de frase
Sujeito [Escritor]
Núcleo do Predicado
Complemento direto





TPC — O que se segue são os itens de grupo III dos exames nacionais do 12.º ano dos dois últimos anos. Escolhe um deles e redige a solução (indica o número de palavras).
Grupo III de 2016 (1.ª fase)
«Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social.»
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, 1998, p. 11
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a ideia exposta no excerto transcrito.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Grupo III de 2016 (2.ª fase)
A passagem do tempo é vivida por cada ser humano em função das circunstâncias em que se encontra.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre o modo como o ser humano vive a passagem do tempo, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Grupo III de 2016 (época especial)
A União Europeia preconiza a aprendizagem de, pelo menos, duas línguas estrangeiras, considerando-a crucial para a construção de pontes entre povos e culturas.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a necessidade de aprender línguas estrangeiras, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Grupo III de 2015 (1.ª fase)
Quer no espaço público quer no espaço privado, somos permanentemente sujeitos a estímulos sensoriais (visuais, auditivos, olfativos…), por exemplo, através de campanhas publicitárias. Se, por um lado, essa experiência pode ser considerada enriquecedora, pode, por outro lado, ser perspetivada de forma negativa.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a problemática apresentada.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Grupo III de 2015 (2.ª fase)
Ao longo da história, a crença em ideais (religiosos, políticos, ou outros) tem assumido um papel importante para o ser humano.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a importância dos ideais para os jovens, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Grupo III de 2015 (época especial)
A rotina da vida quotidiana conduz-nos, muitas vezes, ao desejo de evasão.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a importância da evasão da rotina nos dias de hoje.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

Aula 41-42 (10 [8.ª], 11 [1.ª], 15/nov [7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de gramática em torno de «Lisbon Revisited (1923)».

Depois de, na p. 79, leres o poema IX de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro, completa a tabela (sem deixar de reler no manual os passos que cite).

Trechos
Vv.
Figuras
Funcionalidade do recurso estilístico
Sou um guardador de rebanhos.
1
______
O sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa do silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão  será «o sujeito poético é um guardador de ____».
Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.
4-6
Enumeração
Com este inventário de órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3 (a ____ do sentir físico).
Polissíndeto
A articulação dos termos através da ____ «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples, infantil, ao mesmo tempo que acentua o citado predomínio das ____.
______
Hierarquizam-se as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas, as tácteis, as olfativas e, por fim, as gustativas.
E com as mãos e os pés / E com o nariz e a boca.
5-6
_______ / Paralelismo
Através da arrumação paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento, que pretendia também afirmar a simplicidade (caeiriana) do eu.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
7-8
Metáfora / _______
Exemplifica-se o que se teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso, visão, olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é a contrária (gosto = pensar).
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
10
________
O quase paradoxo marca talvez a aversão do eu à perceção mental do gozo.
E fecho os olhos quentes,
12
Sinestesia
Um pouco forçadamente, talvez se possa considerar haver aqui uma associação do ____ («quente») à visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o domínio das _____.
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
13
________
Sugere-se a importância do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à «realidade».
Sei a verdade e sou feliz.
14
Paralelismo / Bipartição do verso
Na sequência da metáfora anterior, confirma-se a supremacia do ____ sobre o pensar, assume-se a sensação como a autêntica forma de _____ e única fonte de felicidade.

Resolve o ponto 5 da p. 80:
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___.
Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-star que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.

Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.

Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.

Meu coração tem pouca alegria,
Vejo que a morte está onde estou.
Taipais jazigo — tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.

Mas ao menos a ele, alguém o via,
Ele era fixo. Eu, porque vou,
Não falto; por mim ninguém diria.
Desde ontem a cidade mudou.
Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, série menor, edição de Cleonice Berardinelli, Lisboa, INCM, 1992
TPC — Lê o texto expositivo «Poesia e poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90).

Aula 43-44 (11 [8.ª], 16 [5.ª] e 17/nov [1.ª, 7.ª]) Os dois textos de Alberto Caeiro na p. 73 não pertencem a «O Guardador de Rebanhos», são de «Poemas Inconjuntos». Parecem autorretratos-epitáfios do heterónimo de Pessoa. Dou-os aqui também, para que preenchas os versos em falta com texto da tua lavra, de modo a que os poemas pudessem ficar como autorretrato teu.
Evita fazer coisa simplista. Forma não destoará da de Caeiro (vai olhando bastante para o original) quanto a registo (literário); conteúdo será o mais possível verdadeiro (enfim, tanto quanto é possível criares já uma quase retrospetiva de vida).
Texto A
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais __________.
Tem _________________.
_____________________.

Sou ______________ de definir.
_____________ como ____________________.
_____________ sem _____________________.
Nunca tive _____________________________.
______________________________________.
Compreendi que _________________________;
Compreendi isto _________________________.
Compreender isto ________________________.

Um dia ____________ como a _____________.
Fechei os olhos e ________________________.
Além disso, fui __________________________.

                Texto B
Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão _______________________.
Fui ______________ como ______________,
De uma ______________________________.
Fui ______ porque não _________________,
Nem ________________________________,
Nem ________________________________
____________________________________.

Não desejei senão _________________ —
_________________________________
_________________________________
_____________,
Sentir ________________,
E ________________________.

Resolve o ponto 7 da p. 74:
a. ___
b. ___
c. ___
d. ___
e. ___
Resolve o ponto 1 da p. 75, em torno de «A novidade de Alberto Caeiro» (pp. 75-76), do próprio Fernando Pessoa.
(1)       _______________
(2)       _______________
(3)       _______________
(4)       _______________
(5)       _______________
(6)       _______________
(7)       _______________
(8)       _______________
(9)       _______________
(10)     _______________
(11)      _______________
(12)     _______________
TPC — Em Gaveta de Nuvens lê (aqui) instruções sobre tarefa «relativamente grande» — com poema de Pessoa e implicando expressão oral —, a enviar até 4 de dezembro.

Aula 45 (17 [1.ª], 22 [8.ª], 23 [7.ª], 25/nov [5.ª]) Nas pp. 77-78 dá-se-nos a primeira metade do poema I de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro. Lê esses trinta versos. Descobre a estrofe que se segue ao v. 30, recopiando — na ordem que te pareça mais plausível — os versos que dou baralhados.
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita coisa feliz ao mesmo tempo),
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
(Ou ser o rebanho todo
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol
E corre um silêncio pela erva fora.
E se desejo às vezes,
Por imaginar, ser cordeirinho
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________

A seguir, dou-te todas as palavras de um dos poemas mais pequenos de «O Guardador de Rebanhos», o poema XI. São só dois tercetos (apenas seis versos, portanto). Tenta chegar ao poema original. Agrupei as palavras por classes, mas em desordem. Os sinais de pontuação são apenas três (aparecendo cada um deles uma vez): ... / ? / .
|| um | a | um | o | o | as | Aquela | O ||
|| dos ||
|| piano | piano | correr | rios | murmúrio | árvores | senhora | Natureza ||
|| agradável | preciso | melhor | ouvidos ||
|| tem | é | é | é | é | fazem | ter | ter | amar ||
|| não ||
|| Para ||
|| E | Nem | mas ||
|| que | Que | que ||
_______________________
_______________________
_______________________

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_______________________
_______________________

Escreve a função sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando.
Morro na praia
(Capitão Fausto)
Trabalhar nunca me fez bem nenhum,
Mas é melhor que ver o tempo a passar.
Atrasado, faço mais um refrão.
Ao menos, vou gastar o tempo todo a cantar.

Não paro enquanto ainda for a tempo.
A tempestade virou costas ao mar,
Por muito que eu não queira,
De hoje não vai passar.

Fecho-me em casa, finjo que sou cantor,
Ostento a tentativa de me levar a sério,
Mas, no fundo, nada mais vai mudar.
Eu canto a parolada, tu só tens de aceitar.

Mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar;
Minha mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar.

Caladinho, tu andaste a pastar,
Por esta altura tinhas já o trunfo na mão.          
Adormeço sempre a equacionar
E durmo mal dormido a pensar nesta canção.

Adio mais um dia perceber
Que aos vinte e seis não posso mais empatar.
Assumo o compromisso,
Deixo as nuvens entrar.

Morro na praia a vinte passos de ser
Um gajo formado, um gajo pronto a vingar;
Mas, no fundo, fundo, tudo tem de mudar,
Agora, que eu não estudo, não me vou mais calar.

Mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar;
Minha mãe, eu só te quero lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar.
TPC — Resolve o ponto 1/1.1 (Escrita) da p. 80.

Aula 46-47 (17 [8.ª], 18 [1.ª], 22/nov [5.ª, 7.ª]) Vai revendo «Poesia e poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90), que te pedira lesses em casa. Em cada item, escolhe a alínea com a melhor opção, circundando a letra respetiva.

Nos dois primeiros parágrafos (ll. 1-9), refere-se duas contradições do primeiro poema da série de «O Guardador de Rebanhos»:
a) entre o paradoxo como processo de representação e a inocência do autor; entre o que se afirma no título e o que se nega quase a seguir.
b) entre um pensamento poético complexo e a inocência de Caeiro; entre os procedimentos poéticos e a natureza.
c) entre Caeiro e o guardador de rebanhos; entre o contacto íntimo com a natureza e a poesia.
d) entre o título e a afirmação no primeiro verso; entre elaboração do discurso e a alegada ingenuidade do eu poético.

Na l. 3, o primeiro «que» é
a) pronome relativo.
b) conjunção completiva.
c) conjunção comparativa.
d) conjunção causal.

No terceiro parágrafo (ll. 10-19), por um lado, menciona-se um processo (de negação do que se afirmara antes) já observado no poema I, mas mostra-se ainda que no poema IX
a) se estabelece uma teoria de raiz sensacionalista.
b) se marca a importância das sensações e, em particular, das visuais.
c) se considera a relação entre o poeta e o mundo como prioritária.
d) a alusão aos sentidos não é aleatória: Caeiro privilegia, antes de todos eles, a visão.

As palavras «sensacionista» (l. 13), «olhos» (l. 14), «ouvidos», «mãos», «pés», «nariz», «boca» (l. 15), «sentidos» (l. 15), «sentidos» (l. 17), «visão», «audição», «tato», «olfato» e «gosto» (l. 19) contribuem para a coesão
a) referencial.
b) lexical.
c) interfrásica.
d) temporoaspetual.

A oração introduzida por «que» em «Com esse misto de inocência e perversidade que é a essência mesma da sua forma de estar no mundo» (ll. 21-22) é subordinada
a) substantiva completiva.
b) adverbial causal.
c) adjetiva relativa restritiva.
d) adjetiva relativa explicativa.

No quarto parágrafo, nas ll. 23-25 são referidas duas aceções de «saber». Por esta ordem:
a) ‘sabor’ e ‘gosto’.
b) ‘gosto’ e ‘conhecimento’.
c) referencial e conotativo.
d) ‘saber’ e ‘sabor’.

A palavra «ambíguo» (l. 23) é usada com o sentido de
a) repetido.
b) polissémico.
c) expressivo.
d) inequívoco.

Segundo o parágrafo incial da p. 90 (ll. 29-41), Caeiro
a) prefere a religião à metafísica.
b) teria uma religiosidade, por assim dizer, pagã, fundada nas sensações e na natureza.
c) prefere a metafísica à religião.
d) dá prioridade às sensações e à natureza, sem, porém, descartar a cultura e a religião convencional.

No contexto em que ocorrem, os termos «sensações» (l. 29) e «metafísica» (l. 30) mantêm entre si um relação de
a) equivalência.
b) inclusão.
c) oposição.
d) hierarquia.

A expressão «sob o signo de», usada na passagem «Caeiro procede a uma espécie de reconstituição da ideia de Deus, sob o signo da Natureza» (ll. 33-34), significa
a) dentro de.
b) com a influência de.
c) ao contrário de.
d) a partir de sinais de.

No parágrafo que abrange as ll. 42-48, a referência à repetição da conjunção copulativa ilustra como
a) o sujeito poético, sofregamente, se deixa conduzir pelos sentimentos.
b) os polissíndetos desmentem as características de Alberto Caeiro.
c) o estilo contradiz a alegada simplicidade de Alberto Caeiro.
d) a linguagem usada no poema imita a espontaneidade de Alberto Caeiro.

Com a utilização de «que» (l. 42), inicia-se uma oração
a) subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) subordinante.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adjetiva relativa explicativa.

Relativamente à reflexão desenvolvida no parágrafo anterior, o parágrafo iniciado por «Contudo» (l. 49) apresenta
a) uma consequência.
b) um facto semelhante.
c) uma ideia equivalente.
d) uma posição adversa.

Com o recurso ao conector «afinal» (l. 59), o enunciador insere um nexo
a) causal.
b) conclusivo.
c) final.
d) condicional.

No último período do penúltimo parágrafo, defende-se que
a) o verso livre faz que a poesia de Caeiro possa ser menos trabalhada.
b) a «prosa dos meus versos» traduz a informalidade da poesia de Caeiro.
c) a rima implica um cuidado rítmico que o verso não rimado dispensa.
d) o verso, mesmo sem rima, obriga já a bastante elaboração poética.

No último parágrafo (ll. 63-69),
a) reconhece-se o magistério de Caeiro relativamente aos outros heterónimos.
b) põe-se em causa a importância de Caeiro.
c) declara-se atenuada a posição crucial de Caeiro relativamente aos outros heterónimos.
d) considera-se estar patente, na poesia de Caeiro, uma conceção contrastante com a do restante Pessoa.

Lê o poema XXI de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro. Depois, responde aos quatro itens seguintes, que poderiam ser os de um grupo I de exame nacional.
                               XXI
                Se eu pudesse trincar a terra toda
                E sentir-lhe um paladar,
                E se a terra fosse uma cousa para trincar,
                Seria mais feliz um momento…
5              Mas eu nem sempre quero ser feliz.
                É preciso ser de vez em quando infeliz
                Para se poder ser natural…
                Nem tudo é dias de sol,
                E a chuva, quando falta muito, pede-se.
10            Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
                Naturalmente, como quem não estranha
                Que haja montanhas e planícies
                E que haja rochedos e erva…

                O que é preciso é ser-se natural e calmo
15            Na felicidade ou na infelicidade,
                Sentir como quem olha,
                Pensar como quem anda,
                E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
                E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
20           E que se assim é, é porque é assim.
Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007.

1. Para o sujeito poético, a sensação é tudo, valorizando a perceção das coisas tais como são. Transcreve do poema expressões que provem que os sentidos estão em atividade.
Para o sujeito poético, é vital sentir, afirmando mesmo que seria mais feliz “se . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .” (v. 3). Neste poema, é evidente a valorização das sensações, como se pode constatar através das expressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . Sendo Caeiro um poeta do “olhar”, verifica-se que dá especial realce às . . . . . . . . . . . . . .
2. O sujeito poético olha o mundo com naturalidade e simplicidade. Explica a influência desta atitude no modo de sentir a vida.
O sujeito poético aceita as coisas tais como elas são, valorizando a diferença . . . . . . . . . . . (“montanhas e planícies”, “rochedos e ervas”, vv. 12-13) e os momentos bons e maus da vida (. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ). Assim, considera que os aspetos menos agradáveis da Natureza e da vida são uma realidade que é necessário sentir e viver.
3. Com o verso “Sentir como quem olha” (v. 16), sintetizam-se algumas características da poesia de Alberto Caeiro. Refere-as.
Partindo do verso “Sentir como quem olha” (v. 16), podem apontar-se algumas características da poesia de Alberto Caeiro, nomeadamente: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. Relaciona o último verso com a mensagem global do poema.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .
TPC Resolve o ponto 1.1 da p. 76 (em cerca de cem palavras).

Aula 48-49 (18 [8.ª], 23 [1.ª, 5.ª], 24/nov [7.ª]) Vamos dar um relance aos poetas das gerações posteriores à de Pessoa.
Caberá a cada um um livro. Manuseia-o com o cuidado que se deve ter sempre (e, sobretudo, quando o livro em causa é de quem não gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados — por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito —, com folhas rasgadas — por os terem folheado negligentemente).
O objetivo é escolher uma estrofe ou duas (mas num total de menos de dez versos). Não interessa se esses versos são do início, do meio ou do fim de um poema (ou se até são um poema completo), mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha (muito legivelmente, por favor). Depois, lê-los-ás à turma.
Elegeremos o melhor trecho poético. A nossa classificação incidirá sobre os versos ouvidos, o que implica que (1) se trate de passos interessantes; (2) a leitura em voz alta seja expressiva.
Ao «diseur» vencedor caberá um prémio Tia Albertina, a repartir com o poeta responsável pelo trecho lírico laureado — se ainda for vivo.
Depois da transcrição, escreve a referência bibliográfica, segundo este modelo:
Vieste! Cingi-te ao peito.
Em redor que noite escura!
Não tinha rendas o leito,
Não tinha lavores na barra
Que era só a rocha dura...
Muito ao longe uma guitarra
Gemia vagos harpejos...
(Vê tu que não me esqueceu)...
E a rocha dura aqueceu
Ao calor dos nossos beijos!
Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, 2.ª ed., Alenquer, Editora «A Romântica», 1850 [1.ª ed.: 1848], pp. 23-25, p. 24.
Ou seja: o que transcrevemos está na página 24 do livro Flores e martírios, de Tomás de Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o poema ocupa mais páginas do que a passagem citada, indicamos as páginas do poema, «pp. 23-25», bem como a precisa página em que fica o trecho transcrito («p. 24»). Pomos também o número da edição, a cidade da editora, a editora, o ano da publicação (e, entre parênteses retos, a data da edição original). Se se tratasse da 1.ª edição — ou não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr a data (ficaria: ‘Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, Monte de Caparica, Editora Bulhão Pato, 1848, pp. 27-29, p. 28’).
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Se tiveres tempo, depois de cumprido o que ficou em cima, descreve a situação que se coaduna com o livro que viste.
Predominam os versos {circunda} rimados / não rimados.
Em geral, {circunda} há /não há uma métrica fixa (nesse caso, há sobretudo {circunda} monossílabos / dissílabos / trissílabos / tetrassílabos / pentassílabos / hexassílabos / heptassílabos / octossílabos / eneassílabos / decassílabos / hendecassílabos / dodecassílabos).
As estrofes {circunda} não seguem / seguem um padrão fixo (há composições em {circunda} dísticos / tercetos / quadras / quintilhas / sextilhas / oitavas / décimas).
{Circunda} Não há / Há composições póeticas estandardizadas (soneto, quadra popular, etc.).
Se quisesse designar o tema que agrega a maioria destes textos, diria que são poemas sobre . . . . . . . . . . . . . .. . . . . Talvez encontre em alguns destes poemas influências de Fernando Pessoa (e heterónimos) — ou de Cesário Verde, quem sabe — ou, ao menos, linhas comuns de abordagem. Por exemplo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



Poeta (nascido entre 1900 e 1974)
lido por...
minha nota
nota do mestre
lugar
José Gomes Ferreira (1900-1985)




José Régio (1901-1969)




Vitorino Nemésio (1901-1978)




António Gedeão (1906-1995)




Miguel Torga (1907-1995)




José Blanc de Portugal (1914-2001)




Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)




Jorge de Sena (1919-1978)




João José Cochofel (1920-1982)




Raul de Carvalho (1920-1984)




Carlos de Oliveira (1921-1981)




Eugénio de Andrade (1923-2005)




Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)




Natália Correia (1923-1992)




Sebastião da Gama (1924-1952)




Alexandre O’Neill (1924-1986)




António Ramos Rosa (1924-2013)




David Mourão Ferreira (1927-1996)




João Rui de Sousa (1928)




Herberto Helder (1930-2015)




Armando Silva Carvalho (1931)




Ruy Belo (1933-1978)




António Osório (1933)




Pedro Tamen (1934)




Manuel Alegre (1936)




Alberto Pimenta (1937)




Fernando Assis Pacheco (1937-1995)




Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)




Luiza Neto Jorge (1939-1989)




João Miguel Fernandes Jorge (1943)




Joaquim Manuel Magalhães (1945)




Al Berto (1948-1997)




Nuno Júdice (1949)




Ana Luísa Amaral (1956)




Fernando Pinto do Amaral (1960)




Adília Lopes (1960)




Pedro Mexia (1972)




Manuel de Freitas (1972)




TPC — O Prémio Literário Correntes d’Escritas — no valor de mil euros — é atribuído anualmente e destina-se a jovens dos 15 aos 18 anos. Em cada ano, alternadamente, o concurso premeia poesia ou prosa. Nesta edição, o prémio vai galardoar um poema. Cada concorrente pode apresentar até dois trabalhos, a enviar até 15 de dezembro. (Há link para o Regulamento completo em Gaveta de Nuvens, mas eu tratarei do envio dos textos que se ache valer a pena concorrerem.) Para já, queria que cada um começasse um texto de poesia. Não invistam na quantidade, mas na boa escolha do caminho do texto. Evitem lugares comuns, lamechices, piroseiras. Rima não é obrigatória, nem a aconselho (a não ser que se disponham a trabalhá-la rigorosamente). Para um concurso destes, o poema não deverá ser curto, mas podemos assumir que estas primeiras versões ainda serão melhoradas e desenvolvidas.

Aula 50 (24 [1.ª], 29 [8.ª], 30/nov [7.ª], 2/dez [5.ª]) Nas pp. 331-333 do manual, temos a matéria relativa a classificação de orações. Em Gaveta de Nuvens há uma reprodução de capítulo de boa gramática sobre o assunto: Coordenação e Subordinação.
O ano passado fizemos estudo razoavelmente detido das subordinadas adjetivas e das subordinadas substantivas.
Quanto às subordinadas adverbiais, fomos mais breves (usámos, para ilustração, umas temporais, causais, condicionais, mas não vimos as comparativas, as consecutivas, as concessivas).
Nas coordenadas, trabalhámos com copulativas, adversativas, disjuntivas; mas evitámos as conclusivas e as explicativas.
As coordenadas explicativas — introduzidas, em geral, por «pois» — poderiam confundir-se com subordinadas causais (no entanto, as subordinadas causais podem antepor-se à subordinante; e as coordenadas explicativas são sempre a segunda oração; além disso, nas subordinadas causais haverá próclise, se for caso disso, e, nas explicativas, ênclise):
Vou lá às terças depois da aula de Português, / porque se come bem naquela taberna.
oração subordinante                                       / oração subordinada adverbial _____
Porque se come bem naquela taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.
oração subordinada adverbial _____ / oração _____
Vou lá às terças depois da aula de Português, / pois come-se bem naquela taberna.
oração coordenada                                         / oração coordenada _____
* Vou lá às terças depois da aula de Português, / pois se come bem naquela taberna.
* Pois come-se bem naquela taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.

As coordenadas conclusivas (introduzidas por «logo» ou «por isso») não oferecem dificuldade, embora estabeleçam uma causalidade por assim dizer inversa da de uma oração subordinada causal:
Não estudei nada para o teste, / por isso tive uma nota bué fraca.
oração ______ / oração coordenada _________

Nas subordinadas substantivas temos insistido nas completivas, embora mais nas finitas («A Alice pretende / que o filho se torne saxofonista») do que nas não finitas («A Amélia pretende / comprar um javali meiguinho»), como aliás com todas as orações.
Não temos trabalhado muito com as substantivas relativas (temos sobretudo pensado nas relativas que têm função de «adjetivo», mas não nestas relativas que não têm antecedente e cumprem função sintática típica de grupo nominal):
Marco a itálico a subordinada substantiva relativa (e sublinho o pronome relativo). Classifica a função de cada oração substantiva relativa:

Função sintática da oração relativa sem antecedente
Frase
Sujeito
Quem te ama / é um grande ingénuo.

Já sei / quem marcará o golo do Fofó.

Dei os parabéns / a quem venceu o Prémio Tia Albertina.

Os lambões só gostavam / de quem lhes trazia gomas.

João Pereira jogará / onde Jesus queira.

Nas orações subordinadas adjetivas relativas temos insistido bastante (e, em particular, na distinção entre restritivas e explicativas).
Quanto às subordinadas adverbiais, deve ter-se em conta que cumprem funções sintáticas típicas dos advérbios: modificador de grupo verbal ou modificador de frase).
As que estudámos mais (causais, temporais, finais) desempenham a função de modificadores do grupo verbal. As orações concessivas (introduzidas por «embora», «ainda que», «mesmo que», «apesar de», etc.) e a orações condicionais têm a função de modificador de frase.
Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» (série Meireles) e em que não pus pontuação, há cinco vocativos. Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.
Senhor Guarda cheire o meu hálito
Está bem está meu badocha
O que é que eu fiz Senhor Guarda
Para que é que tu serves meu palhaço
Senhor Guarda acabo de ser vítima de um roubo
Quantas orações há em cada uma das frases que pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de predicados — lembrando-te ainda de que cada predicado terá de ter um verbo.)
(1)       Se correr, ainda os apanha.
(2)       Quero uma salada, se faz favor.
Em cada período há ___ orações. Os núcleos do predicado da primeira frase são ____ e ____. Os da segunda frase são ____ e ____.
Vejamos agora os sujeitos (classificando-os e identificando-os). Os sujeitos de cada uma das orações da frase 1 são _____; _____. Os sujeitos das orações da frase 2 são: ______; ______.
Na frase 1, na segunda oração («ainda os apanha»), a função sintática de «os» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.
Na frase 2, na 1.ª oração («Quero uma salada»), a função sintática de «uma salada» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.
Tentemos classificar as orações de cada uma destas duas frases. Em cada uma das frases há uma oração subordinada e uma oração subordinante (esta, ao contrário da subordinada, poderia aparecer como frase simples). A subordinante da frase 1 é ______; a subordinante da frase 2 é _______. As duas restantes orações (_____ e _____), introduzidas pela conjunção subordinativa _____ «__», são orações subordinadas adverbiais {escolhe} temporais / causais / condicionais / finais / concessivas / consecutivas / comparativas.

Mais um exercício tirado do citado Português, Caderno de Atividades. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012:
Faz corresponder cada frase à classificação das orações que a compõem.
a) Ainda que esteja mau tempo, terminaremos as obras dentro do prazo estipulado.
b) Comprámos um carro novo para que a viagem fosse mais agradável.
c) Se reciclarmos, estaremos a contribuir para a diminuição do aquecimento global.
d) Como aprecio muito a música clássica, decidi comprar um bilhete para o espetáculo.
e) Mal as janelas da casa se abriram, a sala encheu-se de luz.
f) Foram premiados os alunos que tiveram melhores notas.
g) Veio à festa quem quis.
h) Ele estava certo de que teria sucesso no seu novo emprego.
1. oração subordinada adverbial condicional + oração subordinante
2. oração subordinada adverbial causal + oração subordinante
3. oração subordinada adverbial concessiva + oração subordinante
4. oração subordinante + oração subordinada adverbial final
5. oração subordinante + oração subordinada substantiva completiva
6. oração subordinante + oração subordinada substantiva relativa
7. oração subordinante + oração subordinada adjetiva relativa restritiva
8. oração subordinada adverbial temporal + oração subordinante

Este exercício adapta uma tarefa do «Caderno do aluno» de Plural, 12.º ano:
No texto seguinte., já assinalei as palavras relativas (pronomes relativos, determinantes relativos, advérbios relativos, quantificadores relativos). Identifica os respetivos antecedentes, circundando-os:
A Noite do Oráculo, último título do norte-americano Paul Auster, é um romance que surpreende e cuja ação, a qual inclui várias histórias encaixadas, nos conduz a uma reflexão sobre o tempo. O protagonista é um escritor que acaba de recuperar de uma grave doença e a quem imprevistos diversos acontecem, desde aquele dia de Setembro em que entrou numa papelaria onde um simpático oriental lhe vendeu o caderno de capa azul, de fabrico português. A partir daí, tudo quanto lhe acontece é extraordinário e desconcertante.

Nos exemplos seguintes, distingue as orações subordinadas adjetivas relativas explicativas (E) e as orações subordinadas adjetivas relativas restritivas (R).
Paul Auster, que visitou Lisboa em 1995, pretende voltar.
Ele quer ver os quadros de Bosh que estão no Museu de Arte Antiga.
Entrevistámos o romancista, que nos recebeu na sua casa, em Nova Iorque.
O escritor, com quem tivemos uma interessante conversa, é também argumentista.
Ele é um escritor a quem a crítica costuma elogiar e cujos romances têm grande sucesso em Portugal.
A Noite do Oráculo é o título do romance que fala de um caderno de fabrico português.
O protagonista é um escritor que admira muito Fernando Pessoa.
TPC — Vai estudando gramática (por exemplo, lendo as páginas de gramática que tenho copiado em Gaveta de Nuvens). Sugiro, desta vez, que relanceiem as relativas a ‘Coordenação e subordinação’.

Aula 51-52 (24 [8.ª], 25 [1.ª], 29/nov [7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na aula anterior (ver Apresentação).
Quer o poema XIV (que ponho a seguir) de «O Guardador de Rebanhos» quer o XXXVI (p. 81) abordam a futilidade da forma, a desnecessidade do trabalho estilístico em torno dos textos.
XIV
Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...

Como justifica o sujeito poético o que começa por declarar no v. 1?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
E que o impede de concretizar cabalmente esse seu conceito de poesia?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agora, relaciona o poema XXXVI (no manual, p. 81) com a «poesia natural» defendida por Caeiro em «Não me importo com as rimas».
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Atribui a cada um dos versos um dos valores elencados na pergunta 4.1 (da p. 82):

Vv.
Transcrição
Valor temático
9
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira.
atitude antimetafísica
10
E olho para as flores e sorrio...

13
Mas sei que a verdade está nelas e em mim

14
E na nossa comum divindade

13-14
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade

15-16
E levar ao colo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos

18
E não termos sonhos no nosso sono.


Resolve o ponto 6 da p. 82:
a. = ____; b ____; c. = ____; d = ____; e = ____.
TPC — Lembro que está a decorrer — até 4 de dezembro — o prazo da tarefa com poema de Pessoa. Lê bem as instruções em Gaveta de Nuvens.

Aula 53-54 (25 [8.ª], 30 [1.ª, 5.ª, 7.ª]) Correção dos tepecês das aulas 45 e 46-47. [Tentativa minha de responder ao tepecê da aula 45 (ponto 1.1 da p. 80)]
Robert Bréchon vê em Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis uma comum rendição às vantagens das sensações sobre o pensamento. Como se Pessoa, que tanto lamentou em textos ortónimos a inabilidade para sentir, ou o desconforto de pensar, tivesse engendrado aqueles autores fictícios para comprovação da apologia dos sentidos.
Entretanto, é Caeiro que defende explicitamente o que o ensaísta francês atribui ao processo heteronímico. «Existir é sentir, já não é pensar» equivale à asserção caeiriana «[o] mundo não se fez para pensarmos nele [...] mas para olharmos». Apesar da alegada ingenuidade, é a Caeiro que cabe teorizar, porque Campos vive já as sensações (responde ao ideário) e Reis se compraz com agendar decisões (em conformidade com idêntica filosofia).
Com espontaneidade inocente, sempre respaldada no exemplo da natureza («gentio como o sol e a água») ou na sua fruição («não desejei senão estar ao sol ou à chuva», «sentir calor e frio e vento»), por vezes Caeiro mostra-se quase impertinente para com, digamos, o seu criador. Na afirmação de que «pensar é estar doente dos olhos» não poderíamos ver um remoque ao sujeito dos poemas ortónimos (e até aos dos dois heterónimos requintados)? [194 palavras]
Sugestão de resposta (a partir da proposta do manual) ao tepecê da aula 46-47 (ponto 1.1 da p. 76 [Caeiro, trecho de Jacinto do Prado Coelho, atitude antimetafísica, excerto de poema inconjunto]:
Este passo de um dos poemas inconjuntos de Alberto Caeiro aborda a oposição sentir/pensar, numa perspetiva de recusa do pensamento, por, segundo o sujeito poético, constituir um acrescentamento artificial da realidade — a citada explicação racional da realidade que conferiria sentidos não constatáveis na simples existência empírica do «guardador de rebanhos».
Se «A Realidade é apenas real e não pensada" (v. 11), se tem apenas existência física, tudo o que nela acontece deve ser apenas percecionado pelos sentidos. Nada do que pensemos sobre ela altera o seu curso (vv. 6-7), pelo que se justifica a atitude antimetafísica do «eu» lírico, que pretende ser também natural e espontâneo. [106 palavras]

Lê «A poesia de Ricardo Reis» (p. 93). Depois, resolve o item 1.4.1 (p. 94):
a. carpe diem = ____
b. aurea mediocritas = ____
c. fatum = ____.

Para perceberes a alusão a epicurismo e a estoicismo, lê agora «Epicurismo» e «Estoicismo» (pp. 94-95).
Em função do que pudeste perceber dos dois textos, na lista seguinte marca as características com E (de Epicuro — para epicurismo), Z (de Zenão — para estoicismo), C (de Cocó — para maluquice estúpida).
desvalorização de conceptualização e abstrações
obsessão por mitos
resistência às intempéries
indiferença pelos deuses
indiferença por Jorge Jesus
atitude de fuga das «agitações» do mundo
vício do jogo
procura da ataraxia
defesa da corporalidade
apologia do sexo desenfreado
aceitação do destino
descrença na Virgem Maria
apologia das sensações
defesa da antipatia
defesa da apatia
indiferença pela morte



Lê agora a ode de Ricardo Reis na p. 96 (texto A):
Os primeiros quatro versos constituem uma crítica àqueles que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos restantes quatro versos (5-8), fica justificada aquela crítica. O sujeito poético lembra que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Portanto, a maneira inteligente de vivermos é . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O texto B é uma ode mais difícil, cuja tese, porém, é idêntica à do poema anterior, embora mais detalhada. De cada terceto se pode deduzir um conselho (ou uma máxima de vida). Escreve esses conselhos que o sujeito poético parece estipular:
vv. 1-3: ____________
vv. 4-6: ____________
vv. 7-9: ____________

Sorteio da Liga dos Campeões
Pote 1 — semi-finalistas de 2015-2016 (finalistas ficarão, se houver, nos grupos pequenos)
Turma 1          Catarina C., Carolina D., Maria, Bea Sá*
Turma 5         Cláudia, Patrícia, Carolina, Joana S.
Turma 7         Tomás, Inês, Leonor G., Sebastião
Turma 8         Miguel, João, Madalena F., Madalena S.

Pote 2 — os dos quartos-de-final de 2015-2016 (ou, em substituição, melhores da Liga Europa)
Turma 1          Inês, Madalena, Carolina A., Leal
Turma 5         Catarina R., Bea G., Cabo, Maria
Turma 7         Anastasiia, Catarina, Paulo, Beatriz R.
Turma 8         Vasco G., Zé, Ana Filipa, Bárbara

Pote 3 — os dos oitavos-de-final de 2015-2016 (ou, em substituição, melhores da Liga Europa)
Turma 1          Bea, Joãozão, Catarina F., Marta, Carlota, Pedro, Gonçalo, João R.
Turma 5         Mónica, F. Maia, Tavares, Pedro, Leonor, Susana, João, Tomás
Turma 7         Leonor F., Bernardo, Ariana, Miguel S., Beatriz B., Miguel B., Sara, Débora
Turma 8         Stefanie, Sara, Ana, Elly, Cláudia, Vitória, Xana, Afonso

Pote 4 — os que não estiverem nos anteriores
Turma 1          Isabela, Tiago, Bruno || Joana, Francisca, Adiana, Jacemila, Lorena
Turma 5         Afonso, Tety, Gonçalo, Bea S., Bea R., Manel, Sam || Catarina M., Joana M., Débora, Carlota, Bruno, Diogo
Turma 7         Beatriz C., Carolina || Melissa, Anja, Margarida, Carlos, André, Rebeca, Nathalia, Mateus, João, Givaldo
Turma 8         Pipa, Jonnes, Carolina, Kristina, Catarina S., Kiki, Marco, Catarina A., Vasco Af., Filipe || Matilde, Nycole

Liga dos Campeões — fase de grupos

Grupo A
Grupo B
Grupo C
Grupo D
































TPC — [Deves estar a preparar tarefa com poema de Pessoa. Instruções, aqui.]

Aula 55-56 (2 [8.ª, 1.ª], 6 [5.ª], 13/dez [7.ª]) Depois de leres os três tercetos que constituem a ode de Ricardo Reis «Coroai-me de rosas» (p. 101), resolve o ponto 1 no cimo da mesma página (usa redação acabada, perfeita; cingindo-te ao que é perguntado mas esgotando a solução possível, ainda que sem repetições).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Passa à ode «As rosas amo dos jardins de Adónis», ainda na p. 101. Compara o texto no manual (o que Pessoa/Reis publicou na revista Athena) com a versão inicial manuscrita (que reproduzo estrofe a estrofe). Transcreve os passos diferentes e escreve uma apreciação tua (o que se perdeu ou ganhou com a última versão). Quando houver alternativas acrescentadas ainda no manuscrito — na sobrelinha ou sob a linha —, consideramos que o que está na linha é a versão inicial. (Não ligues à ortografia.)



Versões
O que se obteve em termos estilísticos, etc.
antes:    ________
Ordem das palavras torna-se menos natural, mais difícil, favorecendo imitação da sintaxe latina.
depois:   As rosas amo
antes:    Essas _____

depois:   Essas volucres
antes:    Que _____

depois:   Que em o dia
antes:    ______ dia

depois:   Em esse dia



Versões
O que se obteve em termos estilísticos, etc.
[Não há diferenças]
---------------------



Versões
O que se obteve em termos estilísticos, etc.
antes:    ________

depois:   voluntariamente
antes:    ________

depois:   O pouco que duramos
Resolve os pontos 1.1 e 1.2 de Leitura/Compreensão (p. 101, em baixo).
1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 volucres = ____; eterna = _____; voluntariamente = ____.
Aparentemente, o protagonista de «À média e à belga» (Lopes da Silva) faz a apologia da «aurea mediocritas» (‘dourada mediania’) — conceito horaciano que vimos coadunar-se com a filosofia epicurista-estoicista de Ricardo Reis.
Na verdade, porém, o sketch pretende apenas brincar com uma característica das expressões idiomáticas (expressões que adquiriram um significado comum, não literal, que já não resulta da soma dos lexemas originais). Estas expressões figuradas comportam‑se já como um lexema (palavra) único, independente. Por isso, se quisermos encontrar equivalentes com base na troca de algum dos elementos que a constituíram originalmente, o resultado será ____.
Neste caso, uma das personagens pretende graduar as expressões, julgando chegar assim a aceções atenuadas da expressão inicial. Em vez de «à grande e à francesa», que significa ‘_______’ {consulta verbete}, executaria as ações «_____», expressão que não está dicionarizada (e, claro, não existe). Como a expressão «do bom e do melhor» significa ‘_____’ {consulta verbete}, a personagem cria um «do mais ou menos e do _____», que corresponderia a ‘_____’. Finalmente, em vez de «és boa!» (que corresponde à aceção n.º __ no verbete de «bom»), exclama «_____».
Outro idiomatismo que surge no episódio é «tirar a barriga de misérias», que significa ‘_____’ {vê verbete}. Não existe, entretanto, a expressão «ter a barriga ______», que, supostamente, teria o sentido de ‘ter comido razoavelmente’.




Dada a quantidade de aceções que vemos em cada verbete em cima, percebemos que estas três palavras são claramente ______.
TPC — Lê o texto de Alberto Caeiro na p. 83 do manual, o XXV de «O Guardador de Rebanhos» e responde a estes itens de grupo I de exame nacional: 1. Identifique três pormenores das bolas de sabão que os sentidos captam e justifique com elementos do poema; 2. Explique a identificação das bolas de sabão com «uma filosofia toda»; 3. Refira duas expressões que revelem a efemeridade das bolas de sabão e, naturalmente, das coisas; 4. Indique o modo e o tempo das formas verbais «são» (vv. 3, 6, 9) e «passa» (vv. 11 e 12) e refira os seus valores expressivos.

Aula 57 (6 [8.ª], 7 [7.ª], 9/dez [1.ª, 5.ª]) Mais uns exercícios tirado de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012. (Pode ser útil teres o nosso manual aberto nas páginas relativas às orações: pp. 331-333.) Assinala a hipótese correta em cada item:
Na frase «Limpámos a casa, arrumámos os quartos e fizemos o jantar.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada assindética. || oração coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «Choveu tanto que o telhado da casa abateu.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva.

Na frase «Caso o projeto seja aprovado, iniciaremos o trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial condicional.

Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração coordenada.

Na frase «Ele fala melhor do que escreve.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.

Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada dassifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração subordinada adverbial concessiva.

Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto vou levá-lo.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada explicativa. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «O livro cujo autor foi premiado está à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva completiva.

Delimita e classifica as orações das frases que se seguem.
Dado que a exposição é muito interessante, amanhã visitaremos o museu.
Ele considera que este texto é muito atual.
Ele deparou com vários obstáculos ao longo do caminho, contudo nunca desistiu.
Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é um bom profissional.
A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer a prova.
Assim que a campainha tocou, abri a porta.
Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei os faróis.
A professora deu instruções detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do trabalho.

Do Caderno de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):
Liga as afirmações da coluna A às hipóteses da coluna B que lhes correspondam:
# Correspondência entre orações
A propósito de «C Certinho» (série Zé Carlos), completa esta síntese. Haverá vantagem em relanceares a p. 340 («Registo formal e informal»), embora o ideal fosse vermos as pp. 296-297 do manual do 10.º ano («Variação e normalização linguística»).
A letra da canção assenta em dois tipos de transgressão da adequação discursiva.
Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas das palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso ______ do que do uso ______: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».
Também o registo é mais ______ do que é habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de _____ ou expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»; léxico do calão, como «______»; expressões que talvez sejam relativamente ________: «vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do melhor que há»; «da pesada»).
Podemos dizer que, exceto nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a _______, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, _______, até geográfica) que associamos ao rap.
Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula _____, «amigos», que implica o uso da ____ pessoa do plural (pessoa verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em ‘tu’, porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’ (a verdadeira ____ pessoa do plural).
Quanto a variedades (ou variantes) do português, há um termo que é mais típico da variante _____: «cafageste». Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge (será talvez também da variedade sul-americana).

Do Caderno do Aluno do manual Plural. 12.º ano (Lisboa, Lisboa editora, s.d.):
As frases que seguem apresentam incorreções, não são coesas. Lê-as e estabelece com as afirmações 1-9 as correspondências que explicam o erro gramatical que lhes retira coesão. Transforma as frases em frases coesas.
A. Os jovens gostam de ler livros nas férias de aventuras.
B. Os Lusíadas é o nome da epopeia que escreveu Camões.
C. Se ele escrevesse outras epopeias também a leríamos.
D. Quem escreveu Os Lusíadas é Luís de Camões.
E. A obra de Luís de Camões e de Fernando Pessoa existe na biblioteca.
F. A Mensagem de Fernando Pessoa é um livro que eu gosto.
G. Fernando Pessoa respondeu para Mário de Sá-Carneiro numa breve carta.
H. A Mensagem é uma obra-prima, mas é um grande livro.
I. Ele sempre utilizou.
J. Devido aos seus problemas, a Ana esteve sempre sobre observação.
1. A conjunção adversativa utilizada estabelece uma relação não adequada entre as duas frases.
2. O sujeito deve preceder o verbo.
3. O verbo gostar rege a preposição «de».
4. O verbo da frase não rege a preposição utilizada.
5. Os elementos da frase não estão corretamente ordenados.
6. O tempo verbal utilizado não deve ser o presente.
7. Uso incorreto da preposição.
8. Falta o complemento direto, uma vez que o verbo é transitivo.
9. Não há concordância entre o pronome e o nome.
10. Não há concordância entre o sujeito e o predicado

As frases transcritas em baixo apresentam incoerências sintáticas. Explica o erro gramatical que lhes retira a coerência. Transforma-as em frases coerentes.
Tratam-se, de uma maneira geral, de apartamentos lindíssimos.
Ainda existe muitas pessoas que precisam de casa.
No futuro haverão muitas casas tão boas como essas.
Fazem dez anos que mudei para a casa onde vivo.
Em Portugal precisam-se muito de casas novas.
A casa é muito boa, porém gostei bastante dela.
Em todas as casas há excelentes roupeiros, por conseguinte o Filipe não comprou nenhuma.
Eu perguntei a ele se queria ser meu namorado.
TPC — Lê o texto «O Dr. Ricardo Reis, estoico epicurista» (pp. 110-111). Fica também um modelo de questionário de gramática (a aproveitar para estudo):



Aula 58-59 (7 [1.ª, 5.ª], 9/dez [8.ª]; na turma sétima esta aula será dada já no 2.º período) Lê o excerto da crónica «O arroz-doce quente» (p. 97), de Miguel Esteves Cardoso. Depois, responde ao ponto 1.1:

1.1 . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ouçamos agora uma boa declamação (de Sinde Filipe ou de Luís Lima Barreto) do poema — de Ricardo Reis — cujo primeiro verso é «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (p. 97).
Responde ao ponto 1.1.1 (p. 97):
Enquanto em «O arroz-doce quente» se defende . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , no poema de Ricardo Reis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Relativamente ao ponto 1 (no final da p. 98), circunda as boas opções aqui mesmo:
1. No início do poema, o sujeito lírico, situado num espaço bucólico/urbano, apela, através da perífrase/apóstrofe presente no primeiro verso, à presença de Lídia, a quem exorta/desencoraja a observar o rio e a sua corrente como antíteses/metáforas da vida e da sua transitoriedade. A constatação da brevidade da vida é aceite de modo sereno/perturbado e conduz ao desejo de fruir os momentos e assumir compromissos, mesmo físicos/psicológicos, como a hipótese (marcada pelo recurso aos parênteses) de enlaçar as mãos.
Responde ao ponto 2 da p. 99:
2.1 O conector «_____» estabelece uma sequência temporal mas, ao mesmo tempo, marca o contraste com a quadra anterior, propiciado pelo advento de uma atitude mais racional («______»), informada já do caráter efémero da vida.
2.2       O modificador apositivo «______» agrega dois sentidos, correspondentes ao contraste que já se referiu: os amantes são, na sua espontaneidade e ímpeto inicial, «______»; porém, agora, há que ser mais ______, mais racional, tendo noção do caráter inelutável da morte.
Resolve 7./7.1: A = estrofes ___ | B = estrofes ___ | C = estrofes 1-2 | D = estrofes ___.
Resolve 8 (mas não uses: «porque», «dado que», «embora», «ainda que», «para que»):
a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
As crónicas gastronómicas de MEC — que saem semanalmente na p. 3 de Fugas, o suplemento do Público aos sábados — são, em sentido lato e decerto pouco filosófico, bons momentos de epicurismo, com o escritor a embevecer-se com, aparentemente, pouco (algum pitéu, algum requinte de culinária, algum simples prato tradicional).
Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam entre o género ‘apreciação crítica’ (o das recensões) e a crónica (por vezes, memorialística).
Escreve um texto no mesmo género, um pouco mais pequeno, de idêntico teor gastronómico, culinário, etc.

Também podes ver, a partir deste link, as crónicas diárias de MEC no caderno principal do Publico: https://www.publico.pt/autor/miguel-esteves-cardoso
TPC — Aproveita para, se for caso disso, fazeres/refazeres (e enviar-me) poema para concurso Correntes d’Escritas.

Aula 60-61 (13 [7.ª, 5.ª, 8.ª], 14/dez [1.ª]) Resolução de questionário de gramática (seguem-se as duas versões):




Segue-se o grupo I, parte A, do exame de 2008, 2.ª fase. (Usa-se trecho do cap. XXII de Memorial do Convento, mas as respostas não implicam conhecimento do enredo.)
GRUPO I — A
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

De Montemor a Évora não vão faltar trabalhos. Voltou a chover, tornaram os atoleiros, partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas. A tarde caía rapidamente, o ar arrefecia, e a princesa D. Maria Bárbara, que enfim adormecera, auxiliada pelo torpor emoliente dos caramelos com que aconchegara o estômago e por quinhentos passos de estrada sem buracos, acordou com um grande arrepio, como se um dedo gelado lhe tivesse tocado na testa, e, virando os olhos ensonados para os campos crepusculares, viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze.
Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem delírio, e turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há-de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.
A princesa já não pensa nos homens que viu na estrada. Agora mesmo se lembrou de que, afinal, nunca foi a Mafra, que estranha coisa, constrói-se um convento porque nasceu Maria Bárbara, cumpre-se o voto porque Maria Bárbara nasceu, e Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado, e agora vai Maria Bárbara para Espanha, o convento é para si como um sonho sonhado, uma névoa impalpável, não pode sequer representá-lo na imaginação, se a outra lembrança não serviria a memória.
José Saramago, Memorial do Convento, 27.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998
atoleiros: lugares de solo mole, pantanoso. || gravetos: galhos finos e secos de árvore ou arbusto. || ledice: alegria.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Vários são os imprevistos da viagem que a princesa e a sua comitiva fazem, de Montemor a Évora. Refira três desses imprevistos, fundamentando a sua resposta com elementos do texto.
Na viagem de Montemor a Évora, a princesa e a sua comitiva confrontam-se com vários imprevistos. O primeiro é constituído pelas condições climatéricas adversas que degradam o estado das estradas, assim dificultando a viagem e aumentando o desconforto dos viajantes («voltou a chover», l. 1; «já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio», l. 11). O segundo tem a ver com os efeitos da chuva no estado da estrada e nos meios de transporte («tornaram os atoleiros», l. 1; «partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas», l. 2). O terceiro consiste na descoberta, pela princesa, de um grupo de homens  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. Explicite o sentido do seguinte excerto: «turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo» (linhas 9 a 11).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. Identifique um dos recursos de estilo presentes no último parágrafo do texto e comente a respectiva expressividade.
O recurso de estilo mais visível é a _____ («Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado», ll. 25-29), que realça o contraste entre a indiferença da princesa face à construção do convento e o sofrimento que essa mesma construção acarreta para trabalhadores e suas famílias.
Outra figura apontável seria uma _____ — «o convento é para si como um sonho sonhado» (ll. 30-31) —, que sublinha que o convento não faz parte da realidade de Maria Bárbara. É um sonho inconsistente, um «sonho sonhado», uma redundância que reforça o afastamento do real.
Também era possível citar a _____ «uma névoa impalpável» (l. 31), que traduz a incapacidade de Maria Bárbara para representar o convento. Este, apesar de existir porque Maria Bárbara existe, não é, para a princesa, mais do que essa «névoa» abstrata.
4. Divida o texto em partes lógicas e apresente, para cada uma delas, uma frase que sintetize o respectivo conteúdo.
O texto divide-se em três partes lógicas. Os primeiro e segundo períodos do primeiro parágrafo constituem a primeira parte, em que se enumeram os contratempos e alguns dos _____ surgidos durante a viagem de D. Maria Bárbara de Montemor a Évora. Já a segunda parte inclui o terceiro período do primeiro parágrafo e todo o segundo parágrafo, que se referem ao aparecimento de um grupo de homens amarrados a caminho das obras do convento e ao amor impossível de um jovem oficial pela _____, a quem presta informação sobre o «pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho». Finalmente, a terceira parte é constituída pelo terceiro parágrafo e nela deparamos com uma reflexão em torno do desinteresse da princesa por um _____ que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.

Abre o manual nas pp. 341-342, em Reprodução do discurso no discurso. No segundo parágrafo do texto da prova que estiveste a resolver, sublinhei abonações de modalidades de reprodução do discurso. Na tabela em baixo, classifica cada um dos trechos (com discurso direto, discurso direto livre, discurso indireto, discurso indireto livre — mas não é obrigatório que estejam ilustradas todas as modalidades). Na coluna da direita, completa a fundamentação das classificações.
Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem delírio, e turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há-de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.

trecho de Memorial do Convento
discurso
características
já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera


Forma das falas de Maria Bárbara é mantida. Não há verbos introdutores, nem aspas ou travessões (que isolem as falas relativamente ao discurso do narrador).
a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África
indireto

e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah

Não há travessões ou aspas (embora maiúsculas isolem falas). Surge um verbo introdutor («disse»). Forma das falas originais é mantida.
como estará ela agora, passados todos estes anos

Forma da fala-monólogo do oficial é mantida (suprimindo-se ponto de interrogação, porém). Não se isola essa fala da parte do narrador.

Veremos o início de Marie Antoinette, de Sofia Coppola. É um filme em que encontramos peripécias que nos lembrarão situações análogas de Memorial do Convento. Além disso, a história passa-se na corte que inspirou a de D. João V.
TPC — Lê páginas sobre «Relato do discurso» (NGDP) copiadas em Gaveta de Nuvens.

Aula 62-63 (14 [1.ª], 15 [8.ª, 1.ª], 16/dez [7.ª]) Correção de Grupo I-A de modelo de exame sobre poema XXV de «O Guardador [...]» (p. 83)
[Sugestões de resolução
Conselhos úteis a respostas para exame]
1. Os sentidos veem estas bolas atravessadas pela luz, translúcidas (v. 3), “Claras” (v. 4), “com uma precisão redondinha e aérea” (v. 7), que passam “como a brisa” (v. 11), mal se vendo “no ar lúcido” (v. 10).
A resposta exige três pormenores, embora se possam encontrar outros. Neste caso, deve mostrar a cor e a forma das bolas de sabão que o sentido da visão é capaz de apreender: a transparência (ao recorrer ao advérbio “translucidamente”), a claridade (presente no adjectivo “claras”) e a “precisão redondinha e aérea”.
Complementada com o sentido do tacto, a visão revela que passam “como a brisa”. O sujeito poético vê as bolas levantarem voo, mas por se confundirem com a transparência do ar (“algumas mal se veem no ar lúcido”), quase só percebe o seu movimento tal como sucede quando a brisa toca os sentidos. O termo “lúcido” aqui significa que é cristalino, límpido, luzente, e, por isso, estas bolas, por serem transparentes, confundem-se com o ar, sendo mais difícil distingui-las.
2. “As bolas de sabão (...) / São translucidamente uma filosofia toda” (vv. 1 e 3), porque são bolas translúcidas, transparentes e límpidas, que em si mesmas contêm a verdadeira sabedoria. “São aquilo que são” (v. 6), na sua simplicidade natural. Não fazem pensar em nada mais.
As bolas são feitas de sabão e a sua filosofia está nessa capacidade de se revelarem translúcidas. Nesta questão, convém mostrar que as bolas de sabão devem ser contempladas como elas são, observadas no presente sem complexidade, tal como faz a criança. Não há nada para além daquilo que se vê. As bolas revelam-se na sua translucidez. São lúcidas (cintilantes e transparentes) como o ar e felizes com a sua existência.
Ao juntar o advérbio de modo “translucidamente”, o Poeta procura mostrar que o que capta são bolas feitas de sabão e que a sua filosofia está nessa capacidade de se revelarem translúcidas.
3. As expressões que revelam a efemeridade são as que mostram as bolas de sabão “passageiras como a Natureza” (v. 4) ou “como a brisa que passa” (v. 11).
Na identificação destas duas expressões é importante atender ao sentido de efemeridade, de brevidade, de fugacidade. Assim, o adjectivo “passageiras” pode significar fugazes, momentâneas; o nome “brisa” reforçado com a forma verbal “passa” remete para a aragem ou o sopro de ar que aparece e desaparece de seguida. Também, a forma verbal “aligeira” em “qualquer coisa se aligeira em nós” (v. 13) pode ser identificada com fugacidade ao sugerir abrevia, torna breve.
Nota — Quando se pede uma expressão não é conveniente transcrever a frase toda ou a estrofe (no caso de poemas), sob pena de haver penalização por não saber distinguir a parte da enunciação que se pretende.
4. As formas verbais “são” e “passa” encontram-se no modo indicativo e no tempo presente. Com o indicativo, o poeta enuncia o facto real das bolas que observa; com o presente, dá conta da actualidade das mesmas bolas e do momento de captação.
A resposta deve contemplar não só a identificação do modo indicativo e do tempo presente, mas também o seu valor expressivo. Sabendo que o indicativo enuncia factos reais e que o presente dá conta da sua actualidade, o poeta tinha de recorrer a este modo e a este tempo para mostrar a verdade daquelas bolas que observa e mostrar a intenção de captar esse real sem equívocos.
Todo o poema é enunciado no indicativo para exprimir factos como certos e reais, neste caso, as bolas de sabão que são uma realidade captada pelos sentidos. E o tempo é o presente para indicar que tais factos são actuais e constituem uma verdade universal, ou seja, as bolas de sabão são uma realidade presente e a sua realidade não pode ser subvertida.



  
TPC — No início do 2.º período, iremos já fazendo questionários que implicam terem lido Memorial do Convento, de José Saramago (ou, pelo menos, já alguns bons capítulos).

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