Aulas (1.º período, 2.ª parte: 35-63)
Aula 35
(3 [1.ª], 8 [8.ª], 9 [7.ª],
11/nov [5.ª]) Correção de tarefa de síntese sobre contracapa para Álvaro de
Campos (ver também Apresentação).
«Tenho febre e escrevo» poderia servir de
epígrafe a toda a obra de Álvaro de Campos, com os seus poemas vibrantes, que
introduzem o leitor no mundo pessoano e lhe proporcionam uma viagem empolgante
pela escrita futurista.
Neste segundo volume da coleção ‘Pessoa Hoje’,
reunimos os poemas mais importantes de Campos, repartidos pelas três fases que
este heterónimo atravessou: a decadentista, representada por «Opiário»; a
sensacionista, em que sobressai a «Ode triunfal»; e a intimista, que inclui
poemas como «O que há em mim é sobretudo cansaço».
Não perca o próximo volume, Poemas escolhidos de Ricardo Reis.
Resolve
estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª fase), aproveitando
o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.
Grupo I
A
Leia, atentamente, o
texto a seguir transcrito.
1 Acordo de noite, muito de noite,
no silêncio todo.
São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela diretamente, no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
5 O quadrado com cruz de uma janela
iluminada!
Fraternidade na noite!
Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.
10 Quem serás? Doente, moedeiro falsol,
insone2 simples como eu?
Não importa. A noite eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas
janelas,
O coração latente das nossas duas luzes,
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a
vida.
15 Sobre o parapeito da janela da
traseira da casa,
Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.
Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da janela com luz?
20 Sonho, falta de sono, vida?
Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...
Tem graça: não tens luz elétrica.
Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!
Álvaro
de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim,
2002
moedeiro falso:
pessoa
que falsifica moeda.|| insone:
pessoa que tem insónias.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas
respostas aos itens que se seguem.
1. Identifique os sentimentos do “eu”expressos
nas três primeiras estrofes.
2. Refira as sensações
representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se
fundamenta.
3. Apresente uma
interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).
4. Comente o sentido da
apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.
[Respostas:]
1. Os sentimentos do
sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou
contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e
alguma satisfação ou consolo, ao deparar . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . ; e algum interesse e até fraternidade para com
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. No poema estão
representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela
iluminada!” (v. 5), “Tom
amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos
versos 9, 13, 19 e 22. Estão também presentes sensações auditivas — . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . É de registar, ainda, a presença de
sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões
auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.
3. O
verso 13 do poema pode significar que .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . .
4. A
apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância
perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Escreve
a função
sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando.
Encosta-te
a mim
(Jorge Palma)
Encosta-te a mim
Nós já vivemos cem mil anos
Encosta-te a mim
Talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
Dá cabo dos teus
desenganos
Não queiras ver
quem eu não sou
Deixa-me
chegar
Chegado da guerra
Fiz tudo p’ra
sobreviver, em nome da terra
No fundo p’ra te
merecer
Recebe-me bem
Não desencantes os
meus passos
Faz de mim o teu
herói
Não quero
adormecer
Tudo
o que eu vi
Estou a partilhar
contigo
O que não vivi hei
de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender
o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a
mim
Encosta-te
a mim
Desatinamos tantas
vezes
Vizinha de mim
Deixa ser meu
o teu quintal
Recebe
esta pomba que não está armadilhada
Foi comprada, foi
roubada, seja como for
Eu venho do
nada
Porque arrasei o que
não quis
Em nome da
estrada, onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
Vai desarmar a
flor queimada
Vai
beijar o homem-bomba, quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar
contigo, e o que não vivi
Um dia hei de
inventar contigo
Sei
que não sei às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te
bem
Encosta-te a mim
TPC — Em Gaveta
de Nuvens, lê «Cruz na porta da tabacaria!», poema atribuído a Álvaro de Campos e relacionável com «Tabacaria».
Aula 36-37
(3 [8.ª], 4 [1.ª], 8/nov
[7.ª, 5.ª]) Lê o poema «Lisbon Revisited (1923)», presente nas páginas 131-132 do
manual. Para responderes, seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação adequada. (Por favor, não consultes outras páginas do manual além das
do texto.)
O
sujeito da oração no primeiro verso é
a) nulo expletivo.
b) nulo subentendido.
c) nulo indeterminado.
d) simples.
O
segundo verso é constituído por
a) uma única oração.
b) duas orações, sendo a segunda subordinada
substantiva completiva.
c) duas orações, sendo a segunda coordenada
conclusiva.
d) duas orações, sendo a segunda subordinada
adjetiva relativa restritiva.
No v. 5, o verbo «trazer» é
a) intransitivo.
b) transitivo
direto e indireto.
c) transitivo
direto.
d) transitivo
indireto.
A frase
«Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11) apresenta
a) um deítico pessoal.
b) deíticos pessoais e temporais.
c) um deítico temporal.
d) deíticos pessoais e espaciais.
Na
mesma frase, «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11), «eu» e «aos deuses
todos» desempenham as funções sintáticas de, respetivamente,
a) sujeito, complemento direto.
b) complemento direto, complemento indireto.
c) complemento direto, complemento oblíquo.
d) sujeito, complemento indireto.
No
verso «Se têm a verdade, guardem-na!» (v. 12), a
vírgula
a) justifica-se
por separar uma oração subordinada adverbial da subordinante seguinte.
b) não é
obrigatória.
c) justifica-se
por suceder a uma subordinante e anteceder a subordinada.
d) justifica-se
por separar constituintes com funções sintáticas idênticas.
O
pronome pessoal utilizado nos versos 14 e 15 retoma o referente
a) «técnico» (v. 13).
b) «direito» (v. 14).
c) «doido» (v. 14).
d) «todo»
(v. 15).
No
verso 16, «maçar» é
a) transitivo direto.
b) transitivo indireto.
c) intransitivo.
b) transitivo direto e indireto.
O
adjetivo «fútil» (v. 17) tem acento, porque se trata de uma palavra
a) grave.
b) grave terminada em -l.
c) esdrúxula.
d) aguda terminada em -il.
No
v. 19, ««outra pessoa» é o
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) predicativo do sujeito.
d) predicativo do complemento
direto.
O
ato ilocutório concretizado em «Não me peguem no braço!» (v. 24) é
a) expressivo.
b) assertivo.
c) diretivo.
d) compromissivo.
Em
«Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?» (v. 17), «casado, fútil,
quotidiano e tributável» desempenha a função sintática de
a) predicativo do complemento direto.
b) complemento direto.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.
Em
«Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «para o diabo» é um
a) modificador do grupo verbal.
b) complemento oblíquo.
c) vocativo.
d) predicativo do sujeito.
Na
mesma oração, «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «sem mim» desempenha a função
sintática de
a) complemento oblíquo.
b) modificador do grupo
verbal.
c) complemento indireto.
d) agente da passiva.
Em
«Já disse que sou só sozinho!» (v. 26), a repetição do som /s/ pode constituir
uma
a) assonância.
b) aliteração.
c) epístrofe.
d) anáfora.
A
palavra «Ah» (v. 27) pertence à classe
a) das
exclamações.
b) dos vocativos.
c) das interjeições.
d) das apóstrofes.
Os
vv. 28, 30, 32, pelo facto de tomarem Lisboa, o Tejo e «céu azul» como
destinatários do enunciador, constituem
a) anáforas.
b) metáforas.
c) apóstrofes.
d) hipérboles.
A
expressão entre travessões «o mesmo da minha infância» (v. 28) desempenha a
função sintática de
a) modificador restritivo.
b) modificador apositivo.
c) complemento do nome.
d) cocó.
Em «Não
tardo, que eu nunca tardo...» (v. 34), «que eu nunca tardo» é uma oração
a) subordinada
adjetiva relativa restritiva.
b) subordinada
adjetiva relativa explicativa.
c) subordinada
substantiva completiva.
d) subordinada
adverbial causal.
A
palavra «Silêncio» (v. 35) tem acento gráfico
a) indevidamente.
b) para se distinguir da 1.ª pessoa do singular
do Presente do Indicativo de «Silenciar».
c) por se tratar de palavra esdrúxula (embora,
na verdade, esdrúxula aparente).
d) para se assinalar que a vogal (/e/) é
fechada.
Depois de leres «Lisbon Revisited (1926)», responde
ao pontos 2 da p. 132. Depois, responde também ao ponto 1.2 da mesma página. (Usa
as linhas na folha que distribuí.)
Lisbon Revisited (1926)
Nada
me prende a nada.
Quero
cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio
com uma angústia de fome de carne
O
que não sei que seja —
Definidamente
pelo indefinido…
Durmo
irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De
quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me
todas as portas abstratas e necessárias.
Correram
cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não
há na travessa achada o número de porta que me deram.
Acordei
para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até
os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até
os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até
a vida só desejada me farta — até essa vida…
Compreendo
a intervalos desconexos;
Escrevo
por lapsos de cansaço;
E
um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não
sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não
sei que ilhas do Sul impossível aguardam-me náufrago;
Ou
que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não,
não sei isto, nem outra cousa, nem cousa nenhuma…
E,
no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos
campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E
o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas
estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde
supus o meu ser,
Fogem
desmantelados, últimos restos
Da
ilusão final,
Os
meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As
minhas coortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra
vez te revejo,
Cidade
da minha infância pavorosamente perdida…
Cidade
triste e alegre, outra vez sonho aqui…
Eu?
Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E
aqui tornei a voltar, e a voltar,
E
aqui de novo tornei a voltar?
Ou
somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma
série de contas-entes ligadas por um fio-memória,
Uma
série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra
vez te revejo,
Com
o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra
vez te revejo — Lisboa e Tejo e tudo —,
Transeunte
inútil de ti e de mim,
Estrangeiro
aqui como em toda a parte,
Casual
na vida como na alma,
Fantasma
a errar em salas de recordações,
Ao
ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No
castelo maldito de ter que viver…
Outra
vez te revejo,
Sombra
que passa através de sombras, e brilha
Um
momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E
entra na noite como um rastro de barco se perde
Na
água que deixa de se ouvir…
Outra
vez te revejo,
Mas,
ai, a mim não me revejo!
Partiu-se
o espelho mágico em que me revia idêntico,
E
em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim —
Um
bocado de ti e de mim!…
Álvaro de Campos
(Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio
& Alvim, 2007)
Tendo visto a segunda, e última, parte de documentário sobre Fernando
Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada
período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa
tinha vinte e seis anos.
Ricardo Reis era médico e
monárquico.
Álvaro de Campos era alentejano e formado em engenharia pela
Universidade Independente.
Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera
ter evoluído por várias fases literárias.
Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca
tendo saído de Portugal.
Bernardo Soares, ajudante de
guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.
Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas
pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.
Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.
Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que
também trabalhava Pessoa.
Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios
de comissões e de tabaco.
Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro
estranha-se, depois emprenha-se».
Em 1930, fixou-se na sua residência final (a
Campo de Ourique).
Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto
charlatão.
Pessoa terá colaborado na encenação de suposto
suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.
A revista presença
foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.
Pessoa fundou a Athena, revista onde foram publicados poemas de Ricardo
Reis e de Alberto Caeiro.
O único livro em português, publicado em vida,
de Pessoa foi Mensagem, destinado a
um concurso.
Fernando Pessoa morreu depois de internamento no
Hospital de São Luís dos Ingleses.
A última frase que Pessoa escreveu foi «I know
not what tomorrow will bring».
Fernando Pessoa foi enterrado nos Prazeres, mas
os seus restos mortais repousam agora nos Jerónimos.
TPC — Escreve uma
síntese, em 90 a 105 palavras, de «A dor de pensar» (p. 47). Escreve o número
de palavras no final. Podes relancear regras da síntese na p. 327 — aliás estão
mais detalhadas no livro do ano passado. (E nada de copiarem uns pelos outros,
seus sacaninhas.)
Aula 38-39 (4 [8.ª], 9 [1.ª, 5.ª], 10/nov [7.ª]) Explicação
de revisão das noções de modo e género (cfr.
Apresentação).
Completa
a tabela, preenchendo as quadrículas vagas. Não tenhas a preocupação de te
deter muito em cada texto. Procura apenas reconhecer o pouco de que precises
para completar o quadro com suficiente segurança.
Trecho
|
Autor
[no caso de Pessoa, especifica se é o ortónimo,
se é poema de Mensagem ou o
heterónimo de que se trate]
|
Modo
[narrativo (=épico), lírico, dramático; e,
excepcionalmente, épico-lírico]
|
Género
[epopeia, romance, conto, novela, soneto, ode,
quadra, tragédia, comédia, etc.]
|
em...
[prosa ou verso]
|
«[Os
Lusíadas, canto IV, estâncias 88-89]» (p. 173)
|
verso
|
|||
«O Quinto Império»
(p. 220)
|
cinco quintilhas
|
|||
[excerto de] «Ode triunfal»
(p. 117)
|
ode extensa (futurista ou à Walt Whitman)
|
|||
«[poema] XXXVI [de O Guardador de Rebanhos] (p. 81)
|
[de nenhuma forma convencionada]
|
|||
«Cada dia sem gozo não foi teu» (p. 96)
|
«ode» (numa nona, ou novena)
|
|||
«Quando as crianças brincam»
(p. 48)
|
Fernando Pessoa
|
|||
«Na mão dos reis do Rossio...»
(p. 242)
|
[veremos
depois]
|
|||
«D. João, quinto do nome na tabela real»
(p. 288)
|
romance
|
|||
«Fernando Pessoa» (p. 149)
|
verso
|
Os
itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» — o terceiro de Mensagem —, na p. 205 do manual. Vai
lendo o texto e escolhendo a melhor resposta.
No
primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há
a) uma metonímia e uma metáfora.
b) uma metáfora e um oxímoro.
c) uma comparação e uma antítese.
d) um polissíndeto e uma aliteração.
Nos
vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão
a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.
b) a Deus, nu mas vivo.
c) ao Céu.
d) a Cristo crucificado, a luz que a todos
ilumina.
No
v. 1 da segunda estrofe, o deítico «Este» corresponde a
a) ‘o mito’.
b) ‘o mesmo sol que abre os
céus’.
c) ‘Ulisses’.
d) ‘o corpo morto de Deus’.
O
advérbio «aqui» — um deítico, também — vale por
a) ‘Ítaca’.
b) ‘Troia’.
c) ‘Grécia’.
d) ‘Lisboa’.
Na
última estrofe, defende-se que
a) a vida é mais importante do que o mito.
b) só há mito enquanto dura a vida.
c) só há vida enquanto dura o mito.
d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.
Responde
ao ponto 1 de Leitura — Compreensão na
mesma p. 205 (advertência para quem tenha o manual para professores, com as
soluções na lapela direita: tudo o que está aí é absolutamente mentiroso, dado
que essas versões do manual são contrafações impressas numa tipografia chinesa,
cujas respostas foram elaboradas por alguém que só falava mandarim) e, depois,
ao ponto 3 (p. 206):
1.
a) ____;
b) ____;
c) ____;
d) ____;
e) ____;
f) ____;
g) ____;
h) Com o exemplo de Ulisses e da sua importância
na fundação lendária de Portugal, apresenta-se a origem de Portugal associada a
um caráter mítico; por outro lado, a gesta de Ulisses ajuda a explicar a
vocação marítima dos portugueses.
i) ______, que situa as ações de Ulisses num
passado remoto, e _____, que atribui à sua lembrança valor duradouro.
3./3.1
a. ___ | _________
b. ___ | _________
c. ___ | _________
d. ___ | _________
e. ___ | _________
Escolhe o primeiro
verso de dois dos poemas do quadro que estivemos a preencher. Escreve dois textos
em prosa que comecem com cada um desses trechos.
São indiferentes os
modos, géneros, subgéneros (desde que em prosa). E
podem, ou devem até, ficar inconclusos. A ideia é avançares apenas até o
fragmento ter já uma razoável identidade (seja lá o que isso for). Não queria
mais de dez linhas por texto.
A gente da cidade, aquele dia, || À dolorosa luz
das grandes lâmpadas elétricas da fábrica ||Triste de quem vive em casa, || E
há poetas que são artistas || Cada dia sem gozo não foi teu || Quando as
crianças brincam || Vem ver agora o meu país que já
TPC — Escreve o texto pedido em «Escrita/1.»
na p. 206. (Anota, no final, o número de palavras.)
Aula 40 (10 [1.ª], 15 [8.ª], 16 [7.ª], 18/nov
[5.ª]) [Jogo do Stop:] Nos sujeitos e nos complementos diretos não contam
eventuais determinantes (a letra será a do nome ou pronome); no complemento
indireto, haverá sempre, é claro, a preposição «a» (contraída ou não), mas o
que conta será o resto; o «por» não conta no caso de agentes da passiva; no
caso de modificadores ou de complementos oblíquos, se houver preposição
inicial, esta não conta para definir a letra inicial. Nos verbos das frases
passivas, o auxiliar não conta (é a inicial do particípio passado que
interessará).
O
primeiro a terminar a frase corretamente ganha 3 pontos; o segundo, 2; o
terceiro, 1. A cada frase que se revele errada é atribuído um ponto negativo
(-1 ponto).
Letra
|
Estrutura
|
|||
I
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Modificador do grupo verbal
|
Complemento oblíquo [País]
|
A
Irene
|
irá
|
no
inverno
|
a
Inglaterra
|
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento indireto
|
Complemento
direto
|
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Predicativo do c. direto
|
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Modificador do grupo verbal [País]
|
|
Modificador do GV [Capital]
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Predicativo do sujeito
|
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado
|
Agente da passiva
|
Modificador do grupo verbal
|
|
Sujeito [Figura artística]
|
Modificador apositivo
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
|
Vocativo
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Complemento indireto
|
|
Sujeito [Figura pública]
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Modificador do grupo verbal
|
|
Sujeito [Desportista]
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Modificador restritivo do nome
|
|
Núcleo do Predicado
|
Complemento direto
|
Complemento indireto
|
Modificador do grupo verbal
|
|
Sujeito [Banda]
|
Núcleo do predicado
|
Agente da passiva
|
Modificador do grupo verbal
|
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Modificador de frase
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Sujeito [Escritor]
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Núcleo do Predicado
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Complemento direto
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TPC — O que se segue são os itens de grupo III dos exames
nacionais do 12.º ano dos dois últimos anos. Escolhe um deles e redige a
solução (indica o número de palavras).
Grupo III
de 2016 (1.ª fase)
«Ante os
múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à
humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça
social.»
Relatório
para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, 1998, p. 11
Num texto
bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
defenda um ponto de vista pessoal sobre a ideia exposta no excerto transcrito.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no
mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Grupo III
de 2016 (2.ª fase)
A passagem do tempo é vivida por cada ser humano
em função das circunstâncias em que se encontra.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de
duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal
sobre o modo como o ser humano vive a passagem do tempo, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no
mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Grupo III
de 2016 (época especial)
A União Europeia preconiza a aprendizagem de,
pelo menos, duas línguas estrangeiras, considerando-a crucial para a construção
de pontes entre povos e culturas.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de
duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda uma perspetiva pessoal
sobre a necessidade de aprender línguas estrangeiras, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no
mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Grupo III
de 2015 (1.ª fase)
Quer no espaço público quer no espaço privado,
somos permanentemente sujeitos a estímulos sensoriais (visuais, auditivos,
olfativos…), por exemplo, através de campanhas publicitárias. Se, por um lado,
essa experiência pode ser considerada enriquecedora, pode, por outro lado, ser
perspetivada de forma negativa.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de
duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal
sobre a problemática apresentada.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no
mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Grupo III
de 2015 (2.ª fase)
Ao longo da história, a crença em ideais
(religiosos, políticos, ou outros) tem assumido um papel importante para o ser
humano.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de
duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda um ponto de vista pessoal
sobre a importância dos ideais para os jovens, na atualidade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no
mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Grupo III de 2015 (época especial)
A rotina da vida
quotidiana conduz-nos, muitas vezes, ao desejo de evasão.
Num texto bem
estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
defenda uma perspetiva pessoal sobre a importância da evasão da rotina nos dias
de hoje.
Fundamente o seu
ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles
com, pelo menos, um exemplo significativo.
Aula 41-42 (10 [8.ª], 11 [1.ª], 15/nov [7.ª, 5.ª]) Correção
do questionário de gramática em torno de «Lisbon Revisited (1923)».
Depois
de, na p. 79, leres o poema IX de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro,
completa a tabela (sem deixar de reler no manual os passos que cite).
Trechos
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Vv.
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Figuras
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Funcionalidade do
recurso estilístico
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Sou
um guardador de rebanhos.
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1
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______
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O
sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa do
silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão será «o sujeito poético é um guardador de
____».
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Penso
com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a
boca.
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4-6
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Enumeração
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Com
este inventário de órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3
(a ____ do sentir físico).
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Polissíndeto
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A
articulação dos termos através da ____ «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples,
infantil, ao mesmo tempo que acentua o citado predomínio das ____.
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||
______
|
Hierarquizam-se
as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as
impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas,
as tácteis, as olfativas e, por fim, as gustativas.
|
||
E
com as mãos e os pés / E com o nariz e a boca.
|
5-6
|
_______
/ Paralelismo
|
Através
da arrumação paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento,
que pretendia também afirmar a simplicidade (caeiriana) do eu.
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Pensar
uma flor é vê-la e cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
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7-8
|
Metáfora
/ _______
|
Exemplifica-se
o que se teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso,
visão, olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é
a contrária (gosto = pensar).
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Me
sinto triste de gozá-lo tanto,
|
10
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________
|
O
quase paradoxo marca talvez a aversão do eu
à perceção mental do gozo.
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E
fecho os olhos quentes,
|
12
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Sinestesia
|
Um
pouco forçadamente, talvez se possa considerar haver aqui uma associação do
____ («quente») à visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o
domínio das _____.
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Sinto
todo o meu corpo deitado na realidade,
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13
|
________
|
Sugere-se
a importância do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à
«realidade».
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Sei
a verdade e sou feliz.
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14
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Paralelismo
/ Bipartição do verso
|
Na
sequência da metáfora anterior, confirma-se a supremacia do ____ sobre o
pensar, assume-se a sensação como a autêntica forma de _____ e única fonte de
felicidade.
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Resolve o ponto
5 da p. 80:
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___.
Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-star que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.
Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.
Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.
Meu coração tem pouca alegria,
Vejo que a morte está onde estou.
Taipais jazigo — tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.
Mas ao menos a ele, alguém o via,
Ele era fixo. Eu, porque vou,
Não falto; por mim ninguém diria.
Desde ontem a cidade mudou.
Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, série menor, edição de Cleonice
Berardinelli, Lisboa, INCM, 1992
TPC — Lê o texto expositivo «Poesia e
poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90).
Aula 43-44 (11 [8.ª], 16 [5.ª] e 17/nov [1.ª, 7.ª])
Os dois textos de Alberto Caeiro na p. 73 não pertencem a «O Guardador de
Rebanhos», são de «Poemas Inconjuntos». Parecem autorretratos-epitáfios do
heterónimo de Pessoa. Dou-os aqui também, para que preenchas os versos em falta
com texto da tua lavra, de modo a que os poemas pudessem ficar como
autorretrato teu.
Evita
fazer coisa simplista. Forma não destoará da de Caeiro (vai olhando bastante
para o original) quanto a registo (literário); conteúdo será o mais possível
verdadeiro (enfim, tanto quanto é possível criares já uma quase retrospetiva de
vida).
Texto A
Se,
depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não
há nada mais __________.
Tem
_________________.
_____________________.
Sou
______________ de definir.
_____________
como ____________________.
_____________
sem _____________________.
Nunca
tive _____________________________.
______________________________________.
Compreendi
que _________________________;
Compreendi
isto _________________________.
Compreender
isto ________________________.
Um
dia ____________ como a _____________.
Fechei
os olhos e ________________________.
Além
disso, fui __________________________.
Texto B
Se
eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca
fui senão _______________________.
Fui
______________ como ______________,
De
uma ______________________________.
Fui
______ porque não _________________,
Nem
________________________________,
Nem
________________________________
____________________________________.
Não
desejei senão _________________ —
_________________________________
_________________________________
_____________,
Sentir
________________,
E
________________________.
Resolve
o ponto 7 da p. 74:
a. ___
b. ___
c. ___
d. ___
e. ___
Resolve
o ponto 1 da p. 75, em torno de «A novidade de Alberto Caeiro» (pp. 75-76), do
próprio Fernando Pessoa.
(1) _______________
(2) _______________
(3) _______________
(4) _______________
(5) _______________
(6) _______________
(7) _______________
(8) _______________
(9) _______________
(10) _______________
(11) _______________
(12) _______________
TPC — Em Gaveta
de Nuvens lê (aqui) instruções sobre tarefa «relativamente grande» — com poema de
Pessoa e implicando expressão oral —, a enviar até 4 de dezembro.
Aula 45 (17 [1.ª], 22 [8.ª], 23 [7.ª], 25/nov
[5.ª]) Nas pp. 77-78 dá-se-nos a primeira metade do poema I de «O Guardador de
Rebanhos», de Alberto Caeiro. Lê esses trinta versos. Descobre a estrofe que se
segue ao v. 30, recopiando — na ordem que te pareça mais plausível — os versos
que dou baralhados.
Para
andar espalhado por toda a encosta
A
ser muita coisa feliz ao mesmo tempo),
Ou
quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
(Ou
ser o rebanho todo
É
só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol
E
corre um silêncio pela erva fora.
E
se desejo às vezes,
Por
imaginar, ser cordeirinho
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
A
seguir, dou-te todas as palavras de um dos poemas mais pequenos de «O Guardador
de Rebanhos», o poema XI. São só dois tercetos (apenas seis versos, portanto).
Tenta chegar ao poema original. Agrupei as palavras por classes, mas em
desordem. Os sinais de pontuação são apenas três (aparecendo cada um deles uma
vez): ... / ? / .
||
um | a | um | o | o | as | Aquela | O ||
||
dos ||
||
piano | piano | correr | rios | murmúrio | árvores | senhora | Natureza ||
||
agradável | preciso | melhor | ouvidos ||
||
tem | é | é | é | é | fazem | ter | ter | amar ||
||
não ||
||
Para ||
||
E | Nem | mas ||
||
que | Que | que ||
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
Escreve
a função
sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando.
Morro na
praia
(Capitão Fausto)
Trabalhar nunca me fez bem nenhum,
Mas é melhor que ver
o tempo a passar.
Atrasado, faço mais
um refrão.
Ao menos, vou gastar
o tempo todo a cantar.
Não paro enquanto
ainda for a tempo.
A tempestade virou
costas ao mar,
Por muito que eu não
queira,
De hoje não vai
passar.
Fecho-me em casa, finjo que sou
cantor,
Ostento a tentativa
de me levar a sério,
Mas, no fundo, nada
mais vai mudar.
Eu canto a parolada, tu só tens de
aceitar.
Mãe, eu só te quero
lembrar,
Até morrer no peito
eu vou-te levar;
Minha mãe, eu só te
quero lembrar,
Até morrer no peito
eu vou-te levar.
Caladinho, tu andaste
a pastar,
Por esta altura
tinhas já o trunfo na mão.
Adormeço sempre a
equacionar
E durmo mal dormido a
pensar nesta canção.
Adio mais um dia
perceber
Que aos vinte e seis
não posso mais empatar.
Assumo o compromisso,
Deixo as nuvens
entrar.
Morro na praia a
vinte passos de ser
Um gajo formado, um
gajo pronto a vingar;
Mas, no fundo, fundo,
tudo tem de mudar,
Agora, que eu não
estudo, não me vou mais calar.
Mãe, eu só te quero
lembrar,
Até morrer no peito eu vou-te levar;
Minha mãe, eu só te
quero lembrar,
Até morrer no peito
eu vou-te levar.
TPC — Resolve o ponto 1/1.1 (Escrita) da p.
80.
Aula 46-47 (17 [8.ª], 18 [1.ª], 22/nov [5.ª, 7.ª]) Vai
revendo «Poesia e poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90), que te pedira lesses
em casa. Em cada item, escolhe a alínea com a melhor opção, circundando a letra
respetiva.
Nos
dois primeiros parágrafos (ll. 1-9), refere-se duas contradições do primeiro
poema da série de «O Guardador de Rebanhos»:
a) entre o paradoxo como processo de
representação e a inocência do autor; entre o que se afirma no título e o que
se nega quase a seguir.
b) entre um pensamento poético complexo e a
inocência de Caeiro; entre os procedimentos poéticos e a natureza.
c) entre Caeiro e o guardador de rebanhos; entre
o contacto íntimo com a natureza e a poesia.
d) entre o título e a afirmação no primeiro
verso; entre elaboração do discurso e a alegada ingenuidade do eu poético.
Na
l. 3, o primeiro «que» é
a) pronome relativo.
b) conjunção completiva.
c) conjunção comparativa.
d) conjunção causal.
No
terceiro parágrafo (ll. 10-19), por um lado, menciona-se um processo (de
negação do que se afirmara antes) já observado no poema I, mas mostra-se ainda
que no poema IX
a) se estabelece uma teoria de raiz sensacionalista.
b) se marca a importância das sensações e, em
particular, das visuais.
c) se considera a relação entre o poeta e o
mundo como prioritária.
d) a alusão aos sentidos não é aleatória: Caeiro
privilegia, antes de todos eles, a visão.
As
palavras «sensacionista» (l. 13), «olhos» (l. 14), «ouvidos», «mãos», «pés»,
«nariz», «boca» (l. 15), «sentidos» (l. 15), «sentidos» (l. 17), «visão»,
«audição», «tato», «olfato» e «gosto» (l. 19) contribuem para a coesão
a) referencial.
b) lexical.
c) interfrásica.
d) temporoaspetual.
A
oração introduzida por «que» em «Com esse misto de inocência e perversidade que
é a essência mesma da sua forma de estar no mundo» (ll. 21-22) é subordinada
a) substantiva completiva.
b) adverbial causal.
c) adjetiva relativa restritiva.
d) adjetiva relativa explicativa.
No
quarto parágrafo, nas ll. 23-25 são referidas duas aceções de «saber». Por esta
ordem:
a) ‘sabor’ e ‘gosto’.
b) ‘gosto’ e ‘conhecimento’.
c) referencial e conotativo.
d) ‘saber’ e ‘sabor’.
A
palavra «ambíguo» (l. 23) é usada com o sentido de
a) repetido.
b) polissémico.
c) expressivo.
d) inequívoco.
Segundo
o parágrafo incial da p. 90 (ll. 29-41), Caeiro
a) prefere a religião à metafísica.
b) teria uma religiosidade, por assim dizer,
pagã, fundada nas sensações e na natureza.
c) prefere a metafísica à religião.
d) dá prioridade às sensações e à natureza, sem,
porém, descartar a cultura e a religião convencional.
No
contexto em que ocorrem, os termos «sensações» (l. 29) e «metafísica» (l. 30)
mantêm entre si um relação de
a) equivalência.
b) inclusão.
c) oposição.
d) hierarquia.
A
expressão «sob o signo de», usada na passagem «Caeiro procede a uma espécie de
reconstituição da ideia de Deus, sob o signo da Natureza» (ll. 33-34),
significa
a) dentro de.
b) com a influência de.
c) ao contrário de.
d) a partir de sinais de.
No
parágrafo que abrange as ll. 42-48, a referência à repetição da conjunção
copulativa ilustra como
a) o sujeito poético, sofregamente, se deixa
conduzir pelos sentimentos.
b) os polissíndetos desmentem as características
de Alberto Caeiro.
c) o estilo contradiz a alegada simplicidade de
Alberto Caeiro.
d) a linguagem usada no poema imita a
espontaneidade de Alberto Caeiro.
Com
a utilização de «que» (l. 42), inicia-se uma oração
a) subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) subordinante.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adjetiva relativa explicativa.
Relativamente
à reflexão desenvolvida no parágrafo anterior, o parágrafo iniciado por
«Contudo» (l. 49) apresenta
a) uma consequência.
b) um facto semelhante.
c) uma ideia equivalente.
d) uma posição adversa.
Com
o recurso ao conector «afinal» (l. 59), o enunciador insere um nexo
a) causal.
b) conclusivo.
c) final.
d) condicional.
No
último período do penúltimo parágrafo, defende-se que
a) o verso livre faz que a poesia de Caeiro
possa ser menos trabalhada.
b) a «prosa dos meus versos» traduz a
informalidade da poesia de Caeiro.
c) a rima implica um cuidado rítmico que o verso
não rimado dispensa.
d) o verso, mesmo sem rima, obriga já a bastante
elaboração poética.
No
último parágrafo (ll. 63-69),
a) reconhece-se o magistério de Caeiro
relativamente aos outros heterónimos.
b) põe-se em causa a importância de Caeiro.
c) declara-se atenuada a posição crucial de
Caeiro relativamente aos outros heterónimos.
d) considera-se estar patente, na poesia de Caeiro,
uma conceção contrastante com a do restante Pessoa.
Lê
o poema XXI de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro. Depois, responde
aos quatro itens seguintes, que poderiam ser os de um grupo I de exame
nacional.
XXI
Se
eu pudesse trincar a terra toda
E
sentir-lhe um paladar,
E
se a terra fosse uma cousa para trincar,
Seria
mais feliz um momento…
5 Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É
preciso ser de vez em quando infeliz
Para
se poder ser natural…
Nem
tudo é dias de sol,
E
a chuva, quando falta muito, pede-se.
10 Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente,
como quem não estranha
Que
haja montanhas e planícies
E
que haja rochedos e erva…
O
que é preciso é ser-se natural e calmo
15 Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir
como quem olha,
Pensar
como quem anda,
E
quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E
que o poente é belo e é bela a noite que fica…
20 E que se assim é, é porque é assim.
Fernando
Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard
Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007.
1. Para o sujeito poético, a sensação é
tudo, valorizando a perceção das coisas tais como são. Transcreve do poema
expressões que provem que os sentidos estão em atividade.
Para
o sujeito poético, é vital sentir, afirmando mesmo que seria mais feliz “se . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .” (v. 3). Neste
poema, é evidente a valorização das sensações, como se pode constatar através
das expressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . .. . . . . . . . . . . . Sendo Caeiro um poeta do “olhar”,
verifica-se que dá especial realce às . . . . . . . . . . . . . .
2. O sujeito poético olha o mundo com
naturalidade e simplicidade. Explica a influência desta atitude no modo de
sentir a vida.
O sujeito poético aceita as
coisas tais como elas são, valorizando a diferença . . . . . . . . . . .
(“montanhas e planícies”, “rochedos e ervas”, vv. 12-13) e os momentos bons e
maus da vida (. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . ). Assim, considera que os aspetos menos agradáveis da Natureza e
da vida são uma realidade que é necessário sentir e viver.
3. Com o verso “Sentir como quem olha” (v.
16), sintetizam-se algumas características da poesia de Alberto Caeiro. Refere-as.
Partindo do verso “Sentir como
quem olha” (v. 16), podem apontar-se algumas características da poesia de
Alberto Caeiro, nomeadamente: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. Relaciona o último verso com a mensagem
global do poema.
. . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .
TPC —
Resolve o ponto 1.1 da p. 76 (em cerca de cem palavras).
Aula 48-49 (18 [8.ª], 23 [1.ª, 5.ª], 24/nov [7.ª]) Vamos dar um relance aos poetas das gerações posteriores à de Pessoa.
Caberá a cada um um livro. Manuseia-o com o cuidado
que se deve ter sempre (e, sobretudo, quando o livro em causa é de quem não
gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados
— por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito —, com folhas
rasgadas — por os terem folheado negligentemente).
O objetivo é escolher uma estrofe ou duas
(mas num total de menos de dez versos). Não interessa se esses versos
são do início, do meio ou do fim de um poema (ou se até são um poema completo),
mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha (muito
legivelmente, por favor). Depois, lê-los-ás à turma.
Elegeremos o melhor trecho poético. A nossa
classificação incidirá sobre os versos ouvidos, o que implica que (1) se trate
de passos interessantes; (2) a leitura em voz alta seja
expressiva.
Ao «diseur» vencedor caberá
um prémio Tia Albertina, a repartir com o poeta responsável pelo trecho lírico
laureado — se ainda for vivo.
Depois da transcrição, escreve a referência
bibliográfica, segundo este modelo:
Vieste! Cingi-te ao
peito.
Em redor que noite
escura!
Não tinha rendas o
leito,
Não tinha lavores na
barra
Que era só a rocha
dura...
Muito ao longe uma
guitarra
Gemia vagos
harpejos...
(Vê tu que não me
esqueceu)...
E a rocha dura aqueceu
Ao calor dos nossos
beijos!
Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores
e martírios, 2.ª ed., Alenquer, Editora «A Romântica», 1850 [1.ª ed.:
1848], pp. 23-25, p. 24.
Ou seja: o que
transcrevemos está na página 24 do livro Flores
e martírios, de Tomás de Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o
poema ocupa mais páginas do que a passagem citada, indicamos as páginas do
poema, «pp. 23-25», bem como a precisa página em que fica o trecho transcrito
(«p. 24»). Pomos também o número da edição, a cidade da editora, a editora, o
ano da publicação (e, entre parênteses retos, a data da edição original). Se se
tratasse da 1.ª edição — ou não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr
a data (ficaria: ‘Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, Monte de Caparica, Editora Bulhão Pato, 1848,
pp. 27-29, p. 28’).
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Se tiveres tempo, depois de cumprido o que ficou em
cima, descreve a situação que se coaduna com o livro que viste.
Predominam os versos {circunda} rimados / não rimados.
Em geral, {circunda} há /não há uma métrica fixa (nesse
caso, há sobretudo {circunda}
monossílabos / dissílabos / trissílabos / tetrassílabos / pentassílabos /
hexassílabos / heptassílabos / octossílabos / eneassílabos / decassílabos /
hendecassílabos / dodecassílabos).
As estrofes {circunda} não seguem / seguem um padrão
fixo (há composições em {circunda}
dísticos / tercetos / quadras / quintilhas / sextilhas / oitavas / décimas).
{Circunda} Não há / Há composições póeticas estandardizadas (soneto,
quadra popular, etc.).
Se quisesse designar o
tema que agrega a maioria destes textos, diria que são poemas sobre . . . . . .
. . . . . . . .. . . . . Talvez encontre em alguns destes poemas influências de
Fernando Pessoa (e heterónimos) — ou de Cesário Verde, quem sabe — ou, ao
menos, linhas comuns de abordagem. Por exemplo, . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . .
Poeta (nascido entre 1900 e 1974)
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lido por...
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minha nota
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nota do mestre
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lugar
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José Gomes Ferreira (1900-1985)
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José Régio
(1901-1969)
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Vitorino Nemésio
(1901-1978)
|
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António Gedeão
(1906-1995)
|
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Miguel Torga
(1907-1995)
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||||
José Blanc de
Portugal (1914-2001)
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Sophia de Mello
Breyner Andresen (1919-2004)
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||||
Jorge de Sena
(1919-1978)
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João José Cochofel
(1920-1982)
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Raul de Carvalho
(1920-1984)
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||||
Carlos de Oliveira
(1921-1981)
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Eugénio de Andrade
(1923-2005)
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Mário Cesariny de
Vasconcelos (1923-2006)
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Natália Correia
(1923-1992)
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Sebastião da Gama
(1924-1952)
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Alexandre O’Neill
(1924-1986)
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António Ramos Rosa (1924-2013)
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David Mourão Ferreira (1927-1996)
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João Rui de Sousa
(1928)
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Herberto Helder
(1930-2015)
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Armando Silva
Carvalho (1931)
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Ruy Belo (1933-1978)
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António Osório
(1933)
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Pedro Tamen (1934)
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Manuel Alegre (1936)
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Alberto Pimenta
(1937)
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Fernando Assis
Pacheco (1937-1995)
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Fiama Hasse Pais
Brandão (1938-2007)
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Luiza Neto Jorge
(1939-1989)
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João Miguel
Fernandes Jorge (1943)
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Joaquim Manuel
Magalhães (1945)
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Al Berto (1948-1997)
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Nuno Júdice (1949)
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Ana Luísa Amaral
(1956)
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Fernando Pinto do
Amaral (1960)
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Adília Lopes (1960)
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Pedro Mexia (1972)
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Manuel de Freitas
(1972)
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TPC — O Prémio
Literário Correntes d’Escritas
— no valor de mil euros — é atribuído anualmente e destina-se a jovens dos 15
aos 18 anos. Em cada ano, alternadamente, o concurso premeia poesia ou prosa.
Nesta edição, o prémio vai galardoar um poema.
Cada concorrente pode apresentar até dois trabalhos, a enviar até 15 de
dezembro. (Há link para o Regulamento
completo em Gaveta de Nuvens, mas eu
tratarei do envio dos textos que se ache valer a pena concorrerem.) Para já,
queria que cada um começasse um texto de
poesia. Não invistam na quantidade, mas na boa escolha do caminho do texto.
Evitem lugares comuns, lamechices, piroseiras. Rima não é obrigatória, nem a
aconselho (a não ser que se disponham a trabalhá-la rigorosamente). Para um
concurso destes, o poema não deverá ser curto, mas podemos assumir que estas primeiras
versões ainda serão melhoradas e desenvolvidas.
Aula 50 (24 [1.ª], 29 [8.ª], 30/nov [7.ª], 2/dez
[5.ª]) Nas pp. 331-333 do manual, temos a matéria relativa a classificação de
orações. Em Gaveta de Nuvens há uma
reprodução de capítulo de boa gramática sobre o assunto: Coordenação e Subordinação.
O
ano passado fizemos estudo razoavelmente detido das subordinadas adjetivas
e das subordinadas
substantivas.
Quanto
às subordinadas
adverbiais, fomos mais breves (usámos, para ilustração, umas temporais, causais, condicionais,
mas não vimos as comparativas, as consecutivas, as concessivas).
Nas
coordenadas,
trabalhámos com copulativas, adversativas, disjuntivas; mas evitámos as conclusivas
e as explicativas.
As
coordenadas explicativas — introduzidas, em geral, por «pois» —
poderiam confundir-se com subordinadas causais (no entanto, as subordinadas
causais podem antepor-se à subordinante; e as coordenadas explicativas são
sempre a segunda oração; além disso, nas subordinadas causais haverá próclise,
se for caso disso, e, nas explicativas, ênclise):
Vou lá às terças depois da aula de Português, / porque
se come bem naquela taberna.
oração
subordinante
/ oração
subordinada adverbial _____
Porque se come bem naquela
taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.
oração
subordinada adverbial _____ / oração _____
Vou lá às terças depois da aula de Português, / pois come-se bem naquela taberna.
oração
coordenada / oração
coordenada _____
* Vou lá às terças depois da aula de Português, /
pois se come bem naquela taberna.
* Pois
come-se bem naquela taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.
As
coordenadas conclusivas (introduzidas por «logo» ou «por isso») não
oferecem dificuldade, embora estabeleçam uma causalidade por assim dizer
inversa da de uma oração subordinada causal:
Não estudei nada para o teste, / por isso tive
uma nota bué fraca.
oração
______ / oração coordenada _________
Nas
subordinadas
substantivas temos insistido nas completivas, embora mais nas finitas
(«A Alice pretende / que o filho se torne
saxofonista») do que nas não finitas
(«A Amélia pretende / comprar um javali
meiguinho»), como aliás com todas as orações.
Não
temos trabalhado muito com as substantivas
relativas (temos sobretudo pensado nas relativas que têm função de
«adjetivo», mas não nestas relativas que não têm antecedente e cumprem função
sintática típica de grupo nominal):
Marco a itálico a subordinada substantiva relativa (e sublinho o pronome relativo).
Classifica a função de cada oração substantiva relativa:
Função sintática da oração relativa sem antecedente
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Frase
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Sujeito
|
Quem te ama / é um grande ingénuo.
|
Já sei / quem
marcará o golo do Fofó.
|
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Dei os parabéns / a quem venceu o Prémio Tia Albertina.
|
|
Os lambões só gostavam / de quem lhes trazia gomas.
|
|
João Pereira jogará / onde Jesus queira.
|
Nas
orações subordinadas
adjetivas relativas temos insistido bastante (e, em particular, na
distinção entre restritivas e explicativas).
Quanto
às subordinadas
adverbiais, deve ter-se em conta que cumprem funções sintáticas
típicas dos advérbios: modificador de
grupo verbal ou modificador de frase).
As
que estudámos mais (causais, temporais, finais) desempenham a função de modificadores do grupo verbal. As orações concessivas (introduzidas por «embora», «ainda que», «mesmo que»,
«apesar de», etc.) e a orações condicionais
têm a função de modificador de frase.
Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» (série Meireles) e em que não
pus pontuação, há cinco vocativos.
Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.
Senhor Guarda cheire
o meu hálito
Está bem está meu
badocha
O que é que eu fiz
Senhor Guarda
Para que é que tu
serves meu palhaço
Senhor Guarda acabo
de ser vítima de um roubo
Quantas orações
há em cada uma das frases que pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de
predicados — lembrando-te ainda de que cada predicado terá de ter um verbo.)
(1) Se correr, ainda os apanha.
(2) Quero uma salada, se faz favor.
Em cada período há ___ orações. Os núcleos do predicado da primeira frase
são ____ e ____. Os da segunda frase são ____ e ____.
Vejamos agora os sujeitos (classificando-os e identificando-os). Os sujeitos de cada
uma das orações da frase 1 são _____; _____. Os sujeitos das orações da frase 2
são: ______; ______.
Na frase 1, na segunda oração («ainda os apanha»), a função sintática de «os»
é de {escolhe} sujeito / predicado /
complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.
Na frase 2, na 1.ª oração («Quero uma salada»), a função sintática de
«uma salada» é de {escolhe} sujeito /
predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.
Tentemos classificar as orações de cada uma destas
duas frases. Em cada uma das frases há uma oração subordinada e uma oração subordinante
(esta, ao contrário da subordinada, poderia aparecer como frase simples). A subordinante
da frase 1 é ______; a subordinante da frase 2 é _______. As duas restantes
orações (_____ e _____), introduzidas pela conjunção
subordinativa _____ «__», são orações
subordinadas adverbiais {escolhe}
temporais / causais / condicionais / finais / concessivas / consecutivas /
comparativas.
Mais
um exercício tirado do citado Português,
Caderno de Atividades. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012:
Faz corresponder cada frase à classificação das
orações que a compõem.
a) Ainda que esteja mau tempo, terminaremos as
obras dentro do prazo estipulado.
b) Comprámos um carro novo para que a viagem
fosse mais agradável.
c) Se reciclarmos, estaremos a contribuir para a
diminuição do aquecimento global.
d) Como aprecio muito a música clássica, decidi
comprar um bilhete para o espetáculo.
e) Mal as janelas da casa se abriram, a sala
encheu-se de luz.
f) Foram premiados os alunos que tiveram
melhores notas.
g) Veio à festa quem quis.
h) Ele estava certo de que teria sucesso no seu
novo emprego.
1. oração subordinada adverbial condicional +
oração subordinante
2. oração subordinada adverbial causal + oração
subordinante
3. oração subordinada adverbial concessiva +
oração subordinante
4. oração subordinante + oração subordinada
adverbial final
5. oração subordinante + oração subordinada
substantiva completiva
6. oração subordinante + oração subordinada
substantiva relativa
7. oração subordinante + oração subordinada
adjetiva relativa restritiva
8. oração subordinada adverbial temporal +
oração subordinante
Este
exercício adapta uma tarefa do «Caderno do aluno» de Plural, 12.º ano:
No texto seguinte., já assinalei as palavras relativas (pronomes relativos,
determinantes relativos, advérbios relativos, quantificadores relativos).
Identifica os respetivos antecedentes,
circundando-os:
A Noite do Oráculo, último título do norte-americano Paul
Auster, é um romance que surpreende e cuja ação, a qual
inclui várias histórias encaixadas, nos conduz a uma reflexão sobre o tempo. O
protagonista é um escritor que acaba de recuperar de uma grave doença e
a quem imprevistos diversos acontecem, desde aquele dia de Setembro em que
entrou numa papelaria onde um simpático oriental lhe vendeu o caderno de
capa azul, de fabrico português. A partir daí, tudo quanto lhe acontece é extraordinário e
desconcertante.
Nos exemplos seguintes, distingue
as orações subordinadas adjetivas
relativas explicativas (E) e as orações subordinadas adjetivas relativas restritivas (R).
Paul Auster, que visitou Lisboa em 1995,
pretende voltar.
Ele quer ver os quadros de Bosh que estão no Museu
de Arte Antiga.
Entrevistámos o romancista, que nos recebeu na
sua casa, em Nova Iorque.
O escritor, com quem tivemos uma interessante
conversa, é também argumentista.
Ele é um escritor a quem a
crítica costuma elogiar e cujos romances têm grande sucesso em Portugal.
A Noite do
Oráculo
é o título do romance que fala de um caderno de fabrico português.
O protagonista é um escritor que admira
muito Fernando Pessoa.
TPC — Vai estudando gramática (por exemplo,
lendo as páginas de gramática que tenho copiado em Gaveta de Nuvens). Sugiro, desta vez, que relanceiem as relativas a
‘Coordenação e subordinação’.
Aula 51-52 (24 [8.ª], 25 [1.ª], 29/nov [7.ª, 5.ª]) Correção
do questionário de compreensão feito na aula anterior (ver Apresentação).
Quer
o poema XIV (que ponho a seguir) de «O Guardador de Rebanhos» quer o XXXVI (p.
81) abordam a futilidade da forma, a desnecessidade do trabalho estilístico em
torno dos textos.
XIV
Não
me importo com as rimas. Raras vezes
Há
duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso
e escrevo como as flores têm cor
Mas
com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque
me falta a simplicidade divina
De
ser todo só o meu exterior.
Olho
e comovo-me,
Comovo-me
como a água corre quando o chão é inclinado,
E
a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...
Como justifica o sujeito poético o que começa
por declarar no v. 1?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
E que o impede de concretizar cabalmente esse
seu conceito de poesia?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agora, relaciona o poema XXXVI (no manual, p.
81) com a «poesia natural» defendida por Caeiro em «Não me importo com as
rimas».
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Atribui
a cada um dos versos um dos valores elencados na pergunta 4.1 (da p. 82):
Vv.
|
Transcrição
|
Valor temático
|
9
|
Penso
nisto, não como quem pensa, mas como quem respira.
|
atitude
antimetafísica
|
10
|
E
olho para as flores e sorrio...
|
|
13
|
Mas
sei que a verdade está nelas e em mim
|
|
14
|
E
na nossa comum divindade
|
|
13-14
|
Mas
sei que a verdade está nelas e em mim
E
na nossa comum divindade
|
|
15-16
|
E
levar ao colo pelas Estações contentes
E
deixar que o vento cante para adormecermos
|
|
18
|
E não termos sonhos no nosso sono.
|
Resolve
o ponto 6 da p. 82:
a. = ____; b ____; c. = ____; d = ____; e =
____.
TPC — Lembro que está a decorrer — até 4 de
dezembro — o prazo da tarefa com poema de Pessoa. Lê bem as instruções em Gaveta de Nuvens.
Aula 53-54 (25 [8.ª], 30 [1.ª, 5.ª, 7.ª]) Correção
dos tepecês das aulas 45 e 46-47. [Tentativa
minha de responder ao tepecê da aula 45 (ponto 1.1 da p. 80)]
Robert Bréchon vê em Alberto Caeiro, Álvaro de
Campos e Ricardo Reis uma comum rendição às vantagens das sensações sobre o
pensamento. Como se Pessoa, que tanto lamentou em textos ortónimos a
inabilidade para sentir, ou o desconforto de pensar, tivesse engendrado aqueles
autores fictícios para comprovação da apologia dos sentidos.
Entretanto, é Caeiro que defende explicitamente
o que o ensaísta francês atribui ao processo heteronímico. «Existir é sentir,
já não é pensar» equivale à asserção caeiriana «[o] mundo não se fez para
pensarmos nele [...] mas para olharmos». Apesar da alegada ingenuidade, é a
Caeiro que cabe teorizar, porque Campos vive já as sensações (responde ao
ideário) e Reis se compraz com agendar decisões (em conformidade com idêntica
filosofia).
Com espontaneidade inocente, sempre respaldada
no exemplo da natureza («gentio como o sol e a água») ou na sua fruição («não
desejei senão estar ao sol ou à chuva», «sentir calor e frio e vento»), por vezes
Caeiro mostra-se quase impertinente para com, digamos, o seu criador. Na
afirmação de que «pensar é estar doente dos olhos» não poderíamos ver um
remoque ao sujeito dos poemas ortónimos (e até aos dos dois heterónimos
requintados)? [194
palavras]
Sugestão de resposta (a
partir da proposta do manual) ao tepecê da aula 46-47 (ponto 1.1 da p. 76 [Caeiro, trecho de Jacinto do Prado
Coelho, atitude antimetafísica, excerto de poema
inconjunto]:
Este passo de um dos poemas inconjuntos de Alberto Caeiro aborda a oposição
sentir/pensar, numa perspetiva de recusa do pensamento, por, segundo o sujeito
poético, constituir um acrescentamento artificial da realidade — a citada
explicação racional da realidade que conferiria sentidos não constatáveis na simples
existência empírica do «guardador de rebanhos».
Se «A
Realidade é apenas real e não pensada" (v. 11), se tem apenas existência física,
tudo o que nela acontece deve ser apenas percecionado pelos sentidos. Nada do
que pensemos sobre ela altera o seu curso (vv. 6-7), pelo que se justifica a
atitude antimetafísica do «eu» lírico, que pretende ser também natural e
espontâneo. [106
palavras]
Lê
«A poesia de Ricardo Reis» (p. 93). Depois, resolve o item 1.4.1 (p. 94):
a. carpe
diem = ____
b. aurea
mediocritas = ____
c. fatum
= ____.
Para
perceberes a alusão a epicurismo e a
estoicismo, lê agora «Epicurismo» e
«Estoicismo» (pp. 94-95).
Em
função do que pudeste perceber dos dois textos, na lista seguinte marca as
características com E (de Epicuro — para epicurismo),
Z
(de Zenão — para estoicismo), C
(de Cocó — para maluquice estúpida).
desvalorização de conceptualização e abstrações
obsessão por mitos
resistência às intempéries
indiferença pelos deuses
indiferença por Jorge Jesus
atitude de fuga das «agitações» do mundo
vício do jogo
procura da ataraxia
defesa da corporalidade
apologia do sexo desenfreado
aceitação do destino
descrença na Virgem Maria
apologia das sensações
defesa da antipatia
defesa da apatia
indiferença pela morte
Lê
agora a ode de Ricardo Reis na p. 96 (texto A):
Os primeiros quatro versos constituem uma
crítica àqueles que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos restantes quatro versos (5-8), fica
justificada aquela crítica. O sujeito poético lembra que . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
Portanto, a maneira inteligente de vivermos é .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . .
O
texto B é uma ode mais difícil, cuja
tese, porém, é idêntica à do poema anterior, embora mais detalhada. De cada
terceto se pode deduzir um conselho (ou uma máxima de vida). Escreve esses
conselhos que o sujeito poético parece estipular:
vv. 1-3: ____________
vv. 4-6: ____________
vv. 7-9: ____________
Sorteio da Liga dos Campeões
Pote 1 — semi-finalistas de
2015-2016 (finalistas ficarão, se houver, nos grupos pequenos)
Turma 1 Catarina C., Carolina D.,
Maria, Bea Sá*
Turma 5 Cláudia, Patrícia, Carolina, Joana S.
Turma 7 Tomás, Inês, Leonor G.,
Sebastião
Turma 8 Miguel, João, Madalena
F., Madalena S.
Pote 2 — os dos
quartos-de-final de 2015-2016 (ou, em
substituição, melhores da Liga Europa)
Turma 1 Inês,
Madalena, Carolina A., Leal
Turma 5 Catarina
R., Bea G., Cabo, Maria
Turma 7 Anastasiia,
Catarina, Paulo, Beatriz R.
Turma 8 Vasco
G., Zé, Ana Filipa, Bárbara
Pote 3 — os dos
oitavos-de-final de 2015-2016 (ou, em
substituição, melhores da Liga Europa)
Turma 1 Bea,
Joãozão, Catarina F., Marta, Carlota, Pedro, Gonçalo, João R.
Turma 5 Mónica,
F. Maia, Tavares, Pedro, Leonor, Susana, João, Tomás
Turma 7 Leonor
F., Bernardo, Ariana, Miguel S., Beatriz B., Miguel B., Sara, Débora
Turma 8 Stefanie,
Sara, Ana, Elly, Cláudia, Vitória, Xana, Afonso
Pote 4 — os que não estiverem
nos anteriores
Turma 1 Isabela,
Tiago, Bruno || Joana, Francisca, Adiana, Jacemila, Lorena
Turma 5 Afonso,
Tety, Gonçalo, Bea S., Bea R., Manel, Sam || Catarina M., Joana M., Débora,
Carlota, Bruno, Diogo
Turma 7 Beatriz
C., Carolina || Melissa, Anja, Margarida, Carlos, André, Rebeca, Nathalia, Mateus,
João, Givaldo
Turma 8 Pipa,
Jonnes, Carolina, Kristina, Catarina S., Kiki, Marco, Catarina A., Vasco Af., Filipe
|| Matilde, Nycole
Liga dos
Campeões — fase de grupos
Grupo A
|
Grupo B
|
Grupo C
|
Grupo D
|
TPC — [Deves estar a preparar tarefa com
poema de Pessoa. Instruções, aqui.]
Aula 55-56 (2 [8.ª, 1.ª], 6 [5.ª], 13/dez [7.ª]) Depois de leres os três tercetos que constituem a
ode de Ricardo Reis «Coroai-me de rosas» (p. 101), resolve o ponto 1 no cimo da
mesma página (usa redação acabada, perfeita; cingindo-te ao que é perguntado
mas esgotando a solução possível, ainda que sem repetições).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Passa
à ode «As rosas amo dos jardins de Adónis», ainda na p. 101. Compara o texto no
manual (o que Pessoa/Reis publicou na revista Athena) com a versão inicial manuscrita (que reproduzo estrofe a
estrofe). Transcreve os passos diferentes e escreve uma apreciação tua (o que
se perdeu ou ganhou com a última versão). Quando houver alternativas
acrescentadas ainda no manuscrito — na sobrelinha ou sob a linha —,
consideramos que o que está na linha é a versão inicial. (Não ligues à
ortografia.)
Versões
|
O que se
obteve em termos estilísticos, etc.
|
antes: ________
|
Ordem das palavras torna-se menos natural,
mais difícil, favorecendo imitação da sintaxe latina.
|
depois: As rosas amo
|
|
antes: Essas _____
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depois: Essas volucres
|
|
antes: Que _____
|
|
depois: Que em o dia
|
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antes: ______ dia
|
|
depois: Em esse dia
|
Versões
|
O que se
obteve em termos estilísticos, etc.
|
[Não há diferenças]
|
---------------------
|
Versões
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O que se
obteve em termos estilísticos, etc.
|
antes: ________
|
|
depois: voluntariamente
|
|
antes: ________
|
|
depois: O pouco que duramos
|
Resolve
os pontos 1.1 e 1.2 de Leitura/Compreensão (p. 101, em baixo).
1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2
volucres = ____; eterna = _____; voluntariamente
= ____.
Aparentemente,
o protagonista de «À média e à belga» (Lopes da Silva) faz a apologia da «aurea
mediocritas» (‘dourada mediania’) — conceito horaciano que vimos coadunar-se
com a filosofia epicurista-estoicista de Ricardo Reis.
Na
verdade, porém, o sketch pretende
apenas brincar com uma característica das expressões
idiomáticas (expressões que adquiriram um significado comum, não literal,
que já não resulta da soma dos lexemas originais). Estas expressões figuradas
comportam‑se já como um lexema (palavra) único, independente. Por isso, se
quisermos encontrar equivalentes com base na troca de algum dos elementos que a
constituíram originalmente, o resultado será ____.
Neste
caso, uma das personagens pretende graduar as expressões, julgando chegar assim
a aceções atenuadas da expressão inicial. Em vez de «à grande e à francesa»,
que significa ‘_______’ {consulta verbete},
executaria as ações «_____», expressão que não está dicionarizada (e, claro,
não existe). Como a expressão «do bom e do melhor» significa ‘_____’ {consulta verbete}, a personagem cria um «do
mais ou menos e do _____», que corresponderia a ‘_____’. Finalmente, em
vez de «és boa!» (que corresponde à aceção n.º __ no verbete de «bom»), exclama
«_____».
Outro
idiomatismo que surge no episódio é «tirar a barriga de misérias», que significa
‘_____’ {vê verbete}. Não existe,
entretanto, a expressão «ter a barriga ______», que, supostamente, teria o
sentido de ‘ter comido razoavelmente’.
Dada a quantidade de aceções que vemos em cada
verbete em cima, percebemos que estas três palavras são claramente ______.
TPC — Lê o
texto de Alberto Caeiro na p. 83 do manual, o XXV de «O Guardador de Rebanhos»
e responde a estes itens de grupo I de exame nacional: 1. Identifique três
pormenores das bolas de sabão que os sentidos captam e justifique com elementos
do poema; 2. Explique a identificação das bolas de sabão com «uma filosofia
toda»; 3. Refira duas expressões que revelem a efemeridade das bolas de sabão
e, naturalmente, das coisas; 4. Indique o modo e o tempo das formas verbais
«são» (vv. 3, 6, 9) e «passa» (vv. 11 e 12) e refira os seus valores
expressivos.
Aula 57 (6 [8.ª], 7 [7.ª], 9/dez [1.ª, 5.ª]) Mais
uns exercícios tirado de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes,
Caderno de Atividades. Português. 12.º
ano, Carnaxide, Santillana, 2012. (Pode ser útil teres o nosso manual
aberto nas páginas relativas às orações: pp. 331-333.) Assinala a hipótese correta
em cada item:
Na
frase «Limpámos a casa, arrumámos os quartos e fizemos o jantar.», a oração destacada
classifica-se como...
oração coordenada assindética. || oração
coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada
conclusiva.
Na
frase «Choveu tanto que o telhado da casa abateu.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada
substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. ||
oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial
consecutiva.
Na
frase «Caso o projeto seja aprovado, iniciaremos o trabalho no próximo mês.», a oração destacada
classifica-se como...
oração subordinada adverbial consecutiva. ||
oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial
causal. || oração subordinada adverbial condicional.
Na
frase «Os animais
que nasceram recentemente no Jardim Zoológico atraíram muitos
visitantes.», a oração
destacada classifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada
adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa
explicativa. || oração coordenada.
Na
frase «Ele fala melhor do que escreve.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada
substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração
subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.
Na
frase «Enquanto víamos o filme,
comíamos pipocas.», a oração destacada dassifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada
adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração
subordinada adverbial concessiva.
Na
frase «Este quadro é o mais bonito, portanto vou levá-lo.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada explicativa. || oração
subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. ||
oração coordenada conclusiva.
Na
frase «O livro cujo autor foi premiado
está à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adjetiva
relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. ||
oração subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva
completiva.
Delimita
e classifica as orações das frases que se seguem.
Dado que a exposição é muito interessante,
amanhã visitaremos o museu.
Ele considera que este texto é muito atual.
Ele deparou com vários obstáculos ao longo do
caminho, contudo nunca desistiu.
Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é
um bom profissional.
A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer
a prova.
Assim que a campainha tocou, abri a porta.
Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei
os faróis.
A professora deu instruções
detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do
trabalho.
Do
Caderno de Atividades. Português. 11.º
ano (Carnaxide, Santillana, 2011):
Liga
as afirmações da coluna A às hipóteses da coluna B que lhes correspondam:
#
Correspondência entre orações
A
propósito de «C Certinho» (série Zé
Carlos), completa esta síntese. Haverá vantagem em relanceares a p. 340
(«Registo formal e informal»), embora o ideal fosse vermos as pp. 296-297 do
manual do 10.º ano («Variação e normalização linguística»).
A letra da canção assenta em dois tipos de
transgressão da adequação discursiva.
Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas
das palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso ______ do que do uso ______:
«fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo banditismo», «furtar»,
«redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».
Também o registo
é mais ______ do que é habitual neste género de canções, embora haja algumas
raras marcas de _____ ou expressões mais coloquiais, familiares (as
interjeições «ui», «ei» e «hum»; léxico do calão, como «______»; expressões que
talvez sejam relativamente ________: «vestida para o pecado», «ninguém me
tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do melhor que há»; «da pesada»).
Podemos dizer que, exceto nestes poucos casos
mencionados, se segue o padrão, a
_______, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, _______, até geográfica) que
associamos ao rap.
Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula _____, «amigos», que implica o uso
da ____ pessoa do plural (pessoa verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona
como plural do tratamento em ‘tu’, porque, mesmo em registos formais,
praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’ (a verdadeira ____ pessoa do
plural).
Quanto a variedades
(ou variantes) do português, há um termo que é mais típico da variante _____:
«cafageste». Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em
que surge (será talvez também da variedade sul-americana).
Do
Caderno do Aluno do manual Plural. 12.º ano (Lisboa, Lisboa
editora, s.d.):
As
frases que seguem apresentam incorreções, não são coesas. Lê-as e estabelece
com as afirmações 1-9 as correspondências que explicam o erro gramatical que lhes
retira coesão. Transforma as frases em frases coesas.
A. Os jovens gostam de ler livros nas férias de
aventuras.
B. Os
Lusíadas é
o nome da epopeia que escreveu Camões.
C. Se ele escrevesse outras epopeias também a leríamos.
D. Quem escreveu Os Lusíadas é Luís de Camões.
E. A obra de Luís de
Camões e de Fernando Pessoa existe na biblioteca.
F. A Mensagem de Fernando Pessoa é
um livro que eu gosto.
G. Fernando Pessoa
respondeu para Mário de Sá-Carneiro numa breve carta.
H. A Mensagem é uma obra-prima, mas é
um grande livro.
I. Ele sempre utilizou.
J.
Devido aos seus problemas, a Ana esteve sempre sobre observação.
1. A conjunção adversativa utilizada estabelece uma relação
não adequada entre as duas frases.
2. O sujeito deve preceder
o verbo.
3. O verbo gostar rege a
preposição «de».
4. O verbo da frase não
rege a preposição utilizada.
5. Os elementos da frase
não estão corretamente ordenados.
6. O tempo verbal
utilizado não deve ser o presente.
7. Uso incorreto da
preposição.
8. Falta o complemento
direto, uma vez que o verbo é transitivo.
9. Não há concordância
entre o pronome e o nome.
10. Não há concordância
entre o sujeito e o predicado
As
frases transcritas em baixo apresentam incoerências sintáticas. Explica o erro gramatical que lhes
retira a coerência. Transforma-as em frases coerentes.
Tratam-se, de uma maneira geral, de apartamentos
lindíssimos.
Ainda existe muitas pessoas que precisam de
casa.
No futuro haverão muitas casas tão boas como
essas.
Fazem dez anos que mudei para a casa onde vivo.
Em Portugal precisam-se muito de casas novas.
A casa é muito boa, porém gostei bastante dela.
Em todas as casas há
excelentes roupeiros, por conseguinte o Filipe não comprou nenhuma.
Eu perguntei a ele se queria ser meu namorado.
TPC — Lê o texto «O Dr. Ricardo Reis,
estoico epicurista» (pp. 110-111). Fica também um modelo de questionário de
gramática (a aproveitar para estudo):
Aula 58-59 (7 [1.ª, 5.ª], 9/dez [8.ª]; na turma
sétima esta aula será dada já no 2.º período) Lê o excerto da crónica «O
arroz-doce quente» (p. 97), de Miguel Esteves Cardoso. Depois, responde ao
ponto 1.1:
1.1
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .
Ouçamos
agora uma boa declamação (de Sinde Filipe ou de Luís Lima Barreto) do poema —
de Ricardo Reis — cujo primeiro verso é «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira
do rio» (p. 97).
Responde
ao ponto 1.1.1 (p. 97):
Enquanto em «O arroz-doce quente» se defende . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . , no
poema de Ricardo Reis . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Relativamente
ao ponto 1 (no final da p. 98), circunda as boas opções aqui mesmo:
1.
No início
do poema, o sujeito lírico, situado num espaço bucólico/urbano, apela, através da
perífrase/apóstrofe presente no primeiro verso, à presença de Lídia, a quem
exorta/desencoraja
a observar o rio e a sua corrente como antíteses/metáforas da vida e da sua
transitoriedade. A constatação da brevidade da vida é aceite de modo
sereno/perturbado
e conduz ao desejo de fruir os momentos e assumir compromissos, mesmo
físicos/psicológicos, como a hipótese (marcada pelo recurso aos parênteses) de
enlaçar as mãos.
Responde
ao ponto 2 da p. 99:
2.1 O conector «_____» estabelece uma sequência
temporal mas, ao mesmo tempo, marca o contraste com a quadra anterior,
propiciado pelo advento de uma atitude mais racional («______»), informada já
do caráter efémero da vida.
2.2 O
modificador apositivo «______» agrega dois sentidos, correspondentes ao
contraste que já se referiu: os amantes são, na sua espontaneidade e ímpeto
inicial, «______»; porém, agora, há que ser mais ______, mais racional, tendo
noção do caráter inelutável da morte.
Resolve
7./7.1: A = estrofes ___ | B = estrofes ___ | C = estrofes 1-2 | D
= estrofes ___.
Resolve
8 (mas não uses: «porque», «dado que», «embora», «ainda que», «para que»):
a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . .
b. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . .
c. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . .
As crónicas gastronómicas de MEC — que saem
semanalmente na p. 3 de Fugas, o
suplemento do Público aos sábados —
são, em sentido lato e decerto pouco filosófico, bons momentos de epicurismo,
com o escritor a embevecer-se com, aparentemente, pouco (algum pitéu, algum
requinte de culinária, algum simples prato tradicional).
Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê
como estes textos ficam entre o género ‘apreciação crítica’ (o das recensões) e
a crónica (por vezes, memorialística).
Escreve um texto no
mesmo género, um pouco mais pequeno, de idêntico teor gastronómico, culinário,
etc.
Também
podes ver, a partir deste link, as crónicas diárias de MEC no caderno principal
do Publico: https://www.publico.pt/autor/miguel-esteves-cardoso
TPC — Aproveita para, se for caso disso,
fazeres/refazeres (e enviar-me) poema para concurso Correntes d’Escritas.
Aula 60-61 (13 [7.ª, 5.ª, 8.ª], 14/dez [1.ª]) Resolução
de questionário de gramática (seguem-se as duas versões):
Segue-se
o grupo I, parte A, do exame de 2008, 2.ª fase. (Usa-se trecho do cap. XXII de Memorial do Convento, mas as respostas
não implicam conhecimento do enredo.)
GRUPO I
— A
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.
De Montemor a Évora não vão faltar trabalhos.
Voltou a chover, tornaram os atoleiros, partiram-se eixos, rachavam-se como
gravetos os raios das rodas. A tarde caía rapidamente, o ar arrefecia, e a
princesa D. Maria Bárbara, que enfim adormecera, auxiliada pelo torpor
emoliente dos caramelos com que aconchegara o estômago e por quinhentos passos
de estrada sem buracos, acordou com um grande arrepio, como se um dedo gelado
lhe tivesse tocado na testa, e, virando os olhos ensonados para os campos
crepusculares, viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do
caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze.
Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem
delírio, e turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das
suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo
tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na
primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou
que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e
se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por
muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e
vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um
plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse,
Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do
convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê,
Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas
almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as
doces palavras trocadas, há-de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará
do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.
A princesa já não pensa nos homens que viu na
estrada. Agora mesmo se lembrou de que, afinal, nunca foi a Mafra, que estranha
coisa, constrói-se um convento porque nasceu Maria Bárbara, cumpre-se o voto
porque Maria Bárbara nasceu, e Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o
dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas
mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis
sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da
mulher que teve o seu homem esmagado, e agora vai Maria Bárbara para Espanha, o
convento é para si como um sonho sonhado, uma névoa impalpável, não pode sequer
representá-lo na imaginação, se a outra lembrança não serviria a memória.
José Saramago, Memorial
do Convento, 27.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998
atoleiros: lugares de solo mole, pantanoso. || gravetos: galhos
finos e secos de árvore ou arbusto. || ledice: alegria.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que
se seguem.
1. Vários são os imprevistos da
viagem que a princesa e a sua comitiva fazem, de Montemor a Évora. Refira três
desses imprevistos, fundamentando a sua resposta com elementos do texto.
Na viagem de Montemor a Évora, a princesa e a
sua comitiva confrontam-se com vários imprevistos. O primeiro é constituído
pelas condições climatéricas adversas que degradam o estado das estradas, assim
dificultando a viagem e aumentando o desconforto dos viajantes («voltou a
chover», l. 1; «já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio»,
l. 11). O segundo tem a ver com os efeitos da chuva no estado da estrada e nos
meios de transporte («tornaram os atoleiros», l. 1; «partiram-se eixos,
rachavam-se como gravetos os raios das rodas», l. 2). O terceiro consiste na
descoberta, pela princesa, de um grupo de homens . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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.
2. Explicite o sentido do seguinte excerto:
«turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas
bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo» (linhas 9 a 11).
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . .
3. Identifique um dos recursos de estilo presentes
no último parágrafo do texto e comente a respectiva expressividade.
O recurso de estilo mais visível é a _____
(«Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a
primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos
pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do
braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu
homem esmagado», ll. 25-29), que realça o contraste entre a indiferença da
princesa face à construção do convento e o sofrimento que essa mesma construção
acarreta para trabalhadores e suas famílias.
Outra figura apontável
seria uma _____ — «o convento é para si como um sonho sonhado» (ll. 30-31) —,
que sublinha que o convento não faz parte da realidade de Maria Bárbara. É um
sonho inconsistente, um «sonho sonhado», uma redundância que reforça o
afastamento do real.
Também era possível
citar a _____ «uma névoa impalpável» (l. 31), que traduz a incapacidade de
Maria Bárbara para representar o convento. Este, apesar de existir porque Maria
Bárbara existe, não é, para a princesa, mais do que essa «névoa» abstrata.
4. Divida o texto em partes lógicas e apresente,
para cada uma delas, uma frase que sintetize o respectivo conteúdo.
O texto divide-se em três partes lógicas. Os
primeiro e segundo períodos do primeiro parágrafo constituem a primeira parte,
em que se enumeram os contratempos e alguns dos _____ surgidos durante a viagem
de D. Maria Bárbara de Montemor a Évora. Já a segunda parte inclui o terceiro
período do primeiro parágrafo e todo o segundo parágrafo, que se referem ao
aparecimento de um grupo de homens amarrados a caminho das obras do convento e
ao amor impossível de um jovem oficial pela _____, a quem presta informação
sobre o «pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho».
Finalmente, a terceira parte é constituída pelo terceiro parágrafo e nela
deparamos com uma reflexão em torno do desinteresse da princesa por um _____
que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.
Abre
o manual nas pp. 341-342, em Reprodução do discurso no discurso.
No segundo parágrafo do texto da prova que estiveste a resolver, sublinhei
abonações de modalidades de reprodução
do discurso. Na tabela em baixo, classifica cada um dos trechos (com discurso direto, discurso direto livre, discurso
indireto, discurso indireto livre
— mas não é obrigatório que estejam ilustradas todas as modalidades). Na coluna
da direita, completa a fundamentação das classificações.
Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem
delírio, e turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das
suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o
péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me
casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria
Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham
feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial
em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos
que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e
desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou,
não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão
trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente
de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem,
Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial
repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há-de ser velho,
caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela
agora, passados todos estes anos.
trecho de Memorial do Convento
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discurso
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características
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já não chegava o péssimo tempo que faz, esta
chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera
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Forma das falas de Maria Bárbara é mantida. Não
há verbos introdutores, nem aspas ou travessões (que isolem as falas
relativamente ao discurso do narrador).
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a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse
saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para
o Limoeiro ou para a África
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indireto
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e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra,
nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão
atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah
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Não há travessões
ou aspas (embora maiúsculas isolem falas). Surge um verbo introdutor
(«disse»). Forma das falas originais é mantida.
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como estará ela
agora, passados todos estes anos
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Forma da
fala-monólogo do oficial é mantida (suprimindo-se ponto de interrogação,
porém). Não se isola essa fala da parte do narrador.
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Veremos
o início de Marie Antoinette, de
Sofia Coppola. É um filme em que encontramos peripécias que nos lembrarão
situações análogas de Memorial do
Convento. Além disso, a história passa-se na corte que inspirou a de D.
João V.
TPC — Lê páginas sobre
«Relato do discurso» (NGDP) copiadas
em Gaveta de Nuvens.
Aula 62-63 (14 [1.ª], 15 [8.ª, 1.ª], 16/dez [7.ª]) Correção
de Grupo I-A de modelo de exame sobre poema XXV de «O
Guardador [...]» (p. 83)
[Sugestões de resolução
Conselhos úteis a
respostas para exame]
1. Os sentidos veem estas bolas
atravessadas pela luz, translúcidas (v. 3), “Claras” (v. 4), “com uma
precisão redondinha e aérea” (v.
7), que passam “como a brisa” (v.
11), mal se vendo “no ar lúcido” (v.
10).
A resposta exige três pormenores, embora se
possam encontrar outros. Neste caso, deve mostrar a cor e a forma das bolas de
sabão que o sentido da visão é capaz de apreender: a transparência (ao recorrer
ao advérbio “translucidamente”), a claridade (presente
no adjectivo “claras”) e a “precisão redondinha e aérea”.
Complementada com o sentido do tacto, a visão
revela que passam “como a brisa”. O sujeito poético vê as
bolas levantarem voo, mas por se confundirem com a transparência do ar (“algumas mal se veem no ar lúcido”), quase só percebe o seu
movimento tal como sucede quando a brisa toca os sentidos. O termo “lúcido” aqui significa que é cristalino, límpido, luzente, e, por
isso, estas bolas, por serem transparentes, confundem-se com o ar, sendo mais
difícil distingui-las.
2. “As bolas de sabão (...) / São
translucidamente uma filosofia toda”
(vv. 1 e 3), porque são bolas translúcidas, transparentes e límpidas, que em si
mesmas contêm a verdadeira sabedoria. “São aquilo que são” (v. 6), na sua simplicidade
natural. Não fazem pensar em nada mais.
As bolas são feitas de sabão e a sua filosofia
está nessa capacidade de se revelarem translúcidas. Nesta questão, convém
mostrar que as bolas de sabão devem ser contempladas como elas são, observadas
no presente sem complexidade, tal como faz a criança. Não há nada para além
daquilo que se vê. As bolas revelam-se na sua translucidez. São lúcidas
(cintilantes e transparentes) como o ar e felizes com a sua existência.
Ao juntar o advérbio de modo “translucidamente”, o
Poeta procura mostrar que o que capta são bolas feitas de sabão e que a sua
filosofia está nessa capacidade de se revelarem translúcidas.
3. As expressões que revelam a efemeridade
são as que mostram as bolas de sabão “passageiras como a Natureza” (v. 4) ou “como a brisa
que passa” (v. 11).
Na identificação destas duas expressões é
importante atender ao sentido de efemeridade, de brevidade, de fugacidade.
Assim, o adjectivo “passageiras” pode significar
fugazes, momentâneas; o nome “brisa” reforçado com a forma
verbal “passa” remete para a aragem ou o sopro de ar que aparece e desaparece
de seguida. Também, a forma verbal
“aligeira” em “qualquer coisa se aligeira em nós” (v. 13) pode ser
identificada com fugacidade ao sugerir
abrevia, torna breve.
Nota — Quando se pede uma
expressão não é conveniente transcrever a frase toda ou a estrofe (no caso de
poemas), sob pena de haver penalização por não saber distinguir a parte da
enunciação que se pretende.
4. As formas verbais
“são” e
“passa” encontram-se no modo
indicativo e no tempo presente. Com o indicativo, o poeta enuncia o facto real
das bolas que observa; com o presente, dá conta da actualidade das mesmas bolas
e do momento de captação.
A resposta deve contemplar não só a
identificação do modo indicativo e do tempo presente, mas também o seu valor
expressivo. Sabendo que o indicativo enuncia factos reais e que o presente dá
conta da sua actualidade, o poeta tinha de recorrer a este modo e a este tempo
para mostrar a verdade daquelas bolas que observa e mostrar a intenção de
captar esse real sem equívocos.
Todo o poema é enunciado no indicativo para
exprimir factos como certos e reais, neste caso, as bolas de sabão que são uma
realidade captada pelos sentidos. E o tempo é o presente para indicar que tais
factos são actuais e constituem uma verdade universal, ou seja, as bolas de
sabão são uma realidade presente e a sua realidade não pode ser subvertida.
TPC — No início do 2.º período, iremos já
fazendo questionários que implicam terem lido Memorial do Convento, de José Saramago (ou, pelo menos, já alguns
bons capítulos).
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