Monday, August 29, 2016

Aulas (3.º período: 128-163)



Aula 128-129 (19 [1.ª, 5.ª, 7.ª] e 20/abr [8.ª]) Correção de tepecê sobre passo dos Lusíadas em contraste com crónica de MEC.

Lê «Liberdade», de Fernando Pessoa, na p. 57 do manual. Depois, responde:

O poema defende
a) que há coisas mais importantes do que o trabalho intelectual.
b) a natureza, a ingenuidade, a vida simples.
c) que o trabalho dos intelectuais é importante.
d) a preguiça.

«Livros são papéis pintados com tinta» (v. 14) pretende significar que
a) os livros não são assim tão importantes.
b) os livros são fundamentais para o espírito.
c) os livros são baratos.
d) os livros são obras de arte.

Este poema foi escrito a 16 de março de 1935. Em finais de Fevereiro, Salazar — que começara por ser ministro das Finanças e era já então o chefe do governo — fizera um discurso em que dizia como os escritores se deviam comportar relativamente à política. Salazar desvalorizava a escrita e a leitura, concluindo com uma citação do escritor latino Séneca: «Mas virá algum mal ao Mundo de se escrever menos, se se escrever e, sobretudo, se se ler melhor? Relembro a frase de Séneca: “em estantes altas até ao tecto, adornam o aposento do preguiçoso todos os arrazoados e crónicas”».

Ora, a frase «em estantes altas até ao tecto, adornam o aposento do preguiçoso todos os arrazoados [discursos] e crónicas» quer dizer que
a) os livros são importantes.
b) os aposentos dos preguiçosos estão bem decorados.
c) deve ter-se muitos livros em casa.
d) os livros são coisa de preguiçosos.

Pessoa tencionava pôr no poema a mesma frase de Séneca (vê, à direita, o que estava no texto que Pessoa escreveu à máquina). Não o chegou a fazer, porque o poema não foi logo publicado, já que a censura não deixou, e porque o próprio poeta morreria nesse ano de 1935.


Sabendo isto — que era para aparecer no início do poema a frase de Séneca — e que Pessoa estava contra Salazar, percebemos que a verdadeira a intenção do poema «Liberdade» era afinal
a) defender que há coisas mais importantes do que o trabalho intelectual.
b) defender a natureza, a ingenuidade, a vida simples.
c) troçar da posição de Salazar e defender que o trabalho dos intelectuais é importante.
d) defender a preguiça.

Na última estrofe está o que permitiu ao censor perceber que o poema era anti-salazarista e, por isso, impedir a sua publicação. A palavra dessa última estrofe que o censor identificou como alusão a Salazar terá sido ______.



Artigo em que, há uns quinze anos, me ocupei de «Liberdade», de Fernando Pessoa (e em que explico o que em aula resumi muitíssimo):

 
Responde a este modelo de prova de exame:

Grupo I —A
Lê atentamente o excerto do Canto VII de Os Lusíadas, de Luís de Camões, correspondente ao momento anterior ao da narração de Paulo da Gama ao Catual e que constitui uma breve invocação do poeta.

78
Um ramo na mão tinha… Mas, ó cego,
Eu, que cometo, insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário?
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.

79
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A fortuna me traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo e novos danos:
Agora o mar, agora esprimentando
Os perigos Mavórcios1 inumanos,
Qual Cánace2, que à morte se condena,
Nũa mão sempre a espada e noutra a pena;

80
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que pera o Rei Judaico acrecentar-se.

81
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram!

82
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valerosos,
Que assi sabem prezar, com tais favores,
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Pera espertar engenhos curiosos,
Pera porem as cousas em memória
Que merecerem ter eterna glória!

[…]

84         
Nem creais, Ninfas, não, que fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Imigo da divina e humana lei.
Nenhum ambicioso que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
CAMÕES, Luís de, 2006. Os Lusíadas, edição organizada por António José Saraiva,. Lisboa, Figueirinhas (3.ª ed.)

1 — Mavórcios = ‘da guerra’ | 2 — Cánace = ‘filha de Éolo, deus dos ventos, forçada pelo pai a suicidar-se por manter relações incestuosas com um dos irmãos. Antes de se suicidar, já com a espada suspensa numa das mãos, redigiu uma carta com a outra mão’.

Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica o destinatário da mensagem do poeta e o motivo que o leva a dirigir-se-lhe, interpretando a dimensão metafórica da estância 78.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .
2. Ao longo do excerto, o poeta fala da sua vida. Caracteriza-a, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .
3. Na estância 82, o poeta utiliza um tom crítico e sarcástico. Sintetiza os motivos que o determinam.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .
4. Explicita brevemente o conteúdo da última estrofe.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .

Diluição em prosa (por Amélia Pinto Pais) das estâncias da prova:
O Catual pediu então a Paulo da Gama que lhe descrevesse as cenas representadas. A primeira dessas bandeiras representava um velho, vestido com traje grego, e tendo um ramo na mão: — Um ramo na mão tinha...
[Nova invocação e desabafo autobiográfico]
Aqui vou precisar da vossa ajuda, Ninfas do Tejo e do Mondego — sem ela, não me será possível contar devidamente as palavras de Paulo da Gama. É que me sinto desalentado. Há tanto tempo venho cantando o vosso Tejo e os vossos Lusitanos, andando peregrinando por terras diversas, enfrentando trabalhos excessivos e muitos riscos, no mar, como na guerra, numa mão sempre a espada e noutra a pena.
Também a pobreza me tem trazido degredado por hospícios alheios. E sempre que a esperança me volta, logo se lhe segue, de novo, o desalento. Por último, até um naufrágio sofri, e foi grande milagre dele ter escapado com vida.
Mas o que mais me tem magoado é que não bastavam tamanhas misérias; também aqueles que eu vinha cantando me recompensaram, inventando-me trabalhos nunca usados. Ora isso é muito grave, porque é ingratidão e não incentiva a que haja futuros escritores que venham a celebrar tais feitos! Por isso, de novo invoco a vossa proteção, agora que vou ter de cantar feitos tão diversos.
Juro-vos que não irei nunca celebrar quem o não mereça, como aqueles que pensam mais nos seus interesses do que no bem comum; ou os ambiciosos que querem ter cargos para melhor usarem de seus vícios; também não cantarei os que mudam de cor como os camaleões ou o deus Proteu; muito menos cantarei quem, com ar honesto, pretendendo contentar o Rei, despe e rouba o pobre povo. Ou aqueles que acham justo cumprir-se a vontade do rei, mas não acham justo que se pague o suor da servil gente. E também não cantarei aqueles que sempre censuram e põem nódoa, criticando, no que os outros fazem.
Apenas irei cantar aqueles que aventuraram a vida por seu Rei e por seu Deus e que, ao perdê-la, a dilataram em fama.
Apolo e as Musas, que até aqui me acompanharam, hão de ajudar-me, redobrando-me o talento, enquanto descanso um pouco, antes de voltar, mais folgado, ao trabalho.
TPC — Aproveita para fazer tarefas em atraso (ver aqui) e terminar leitura de Memorial do Convento.

Aula 130-131 (20 [7.ª], 21/abr [8.ª, 1.ª, 5.ª]) Correção das respostas redigidas na última aula (incluindo cópia da quarta).
Vê no livro (pp. 185-186) estâncias da parte da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, cantos IX-X). Nas seguintes paráfrases de cada estrofe, (i) preenche com uma palavra o espaço vago e (ii) descobre a palavra intrusa, substituindo-a por aquela que fará sentido. Por ora, não preenchas (iii), destinado a um resumo da estrofe em menos de dez palavras.

17        O prazer de chegar à querida pátria e aos seus caros lares e ____ para contarem a longínqua e invulgar navegação, os vários climas e os diversos povos que tinham visto; o virem a gozar o prémio que tinham ganhado por trabalhos e lances tão longos; tudo isto cada um sentia como gosto tão perfeito, que esse prazer não lhes cabia nos intestinos.
[Resumo: _____________.]

18        Porém, Vénus, que era inspirada por Júpiter para dar auxílio aos portugueses, e orientada para ser deles o anjo da guarda, porque sempre os _____ desde há muitos anos, andava-lhes já preparando a glória alcançada pelos trabalhos que lhes eram devidos e a satisfação dos prejuízos muito sofridos, e pretendia dar-lhes dinheiro nos tristes mares.
[Resumo: _____________.]

19        [Vénus,] depois de ter ponderado por algum tempo a extensão dos mares que os portugueses tinham navegado, os trabalhos que tinham sido causados por ____, já há muito projetava proporcionar-lhes alguma diversão, algum repouso, num mar tranquilo para recompensa de todos os golos que tinham sofrido.
[Resumo: _____________.]

20       [Vénus projetara arranjar-lhes] um pouco de leite, com que pudesse revigorar o ______ organismo dos seus amados navegadores, em paga dos trabalhos que encurtam a vida, já de si breve.
[Resumo: = ao anterior.]

51        Iam, entretanto, as naus portuguesas sulcando o amplo caminho do vasto mar em direção da pátria amada, desejando abastecer-se de fresca coca-cola para a terem na grande e prolongada viagem, quando, estando juntas as naus, avistaram, com repentina alegria, uma ilha inspiradora de amor, quando rompia a _____, meiga e deliciosa.
[Resumo: _____________.]

64       Mas eis que já os segundos ______ punham pé em terra nesta aprazível ilha, em cuja floresta passeavam, como se ignorassem o que ia passar-se, as formosas ninfas. Algumas tangiam melodiosas cítaras; outras, harpas e flautas sonorosas; e outras fingiam perseguir com os arcos de ouro os palhaços, com que, na verdade, se não importavam.
[Resumo: _____________.]

83       Oh! Que famintos beijos se trocavam na floresta! E que mimoso choro lá soava! Que afagos tão doces! Como o esquivarem-se as ninfas resultava em alegres _____! O mais que os portugueses e as idosas passaram na manhã e na sesta, que Vénus, com os seus prazeres, tornava ainda mais ardente, é melhor experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não puder experimentá-lo.
[Resumo: _____________.]

84       Desta maneira, em suma, as formosas ninfas, já concordes com os seus idolatrados _____, os adornaram com lindas coroas de louro e de ouro e muitas flores. Deram-lhes, como esposas, as porquíssimas mãos; com palavras formais e solenes prometeram-se, mutualmente, eterna companhia, honrada e alegre, na vida e na morte.
[Resumo: _____________.]

85       A principal das ninfas, Tétis, a quem todas elas se humilhavam e obedeciam, [...] encarregava-se de, como alta e ____ dama, receber o ilustre Colombo com honrosa e régia pompa.
[Resumo: _____________.]

87       tomou-o [ao Gama] pela mão e conduziu-o ao cume de um elevado e grandioso monte, onde se erguia um rico ____, todo de cristal e cocó fino. Aí passaram a maior parte do dia,
[Resumo: _____________.]

88       Desta forma, passaram quase todo dia o belo sexo e o sexo forte, numa benfazeja, doce e desconhecida alegria, compensando as longas _____; porque o mundo guarda para mais tarde o merecido prémio dos grandes feitos e da esforçada audácia, a diarreia larga e o renome ilustre e nobre.
[Resumo: _____________.]

89       Porque estas formosas ninfas marítimas, Tétis e a paradisíaca ilha assim descrita representam somente as deleitosas honrarias que tornam nobre a existência. Aquelas gloriosas primazias, os triunfos, as nádegas coroadas de palmas e louros, a glória e admiração — eis os gozos que esta ilha _____.
[Resumo: _____________.]


Já na p. 187:
A partir da estância 92, o relato é interrompido, dando lugar a uma reflexão, que vai até à estância 95. Em cerca de dez palavras, faz resumos de cada uma dessas estrofes.
92 _____________
93 _____________
94 _____________
95 _____________

A partir da p. 187, resolve o ponto 1 de Leitura/Compreensão:
1.1 = __; 1.2 = __; 1.3 = __; 1.4 = __; 1.5 = __; 1.6 = __; 1.7 = __; 1.8 = __; 1.9 = __.

E o ponto 3: . . . . . . . . . . . . . . . .

E o ponto 4:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __; g = __.
TPC — Resolve este item de uma prova-modelo de exame antigo:
«Os Lusíadas continuam a interpelar-nos; revelam uma sensibilidade próxima da atual. São um misto de entusiasmo heroico e de melancolia desalentada. Um texto épico e antiépico. Uma afirmação de fé, com um avesso de dúvida, de descrença, de interrogações.»
MATOS, Maria Vitalina Leal de, “Lusíadas (Os)” in SILVA, Vítor Aguiar e (coord.), 2011. Dicionário de Luís de Camões. Alfragide: Caminho
Partindo da perspetiva exposta na citação da página anterior, redige um texto, com [cento e trinta a cento e cinquenta] palavras, no qual apresentes uma justificação fundamentada para a classificação d’Os Lusíadas como «texto épico e antiépico».

Aula 132 (20/abr [só na turma 1.ª])

Num livro saído há pouco (Malparado. Diários (novembro de 2012 — março de 2015), Lisboa, Tinta-da-china, 2017, pp. 56-57), Pedro Mexia escreve o seguinte a propósito do final do ato II de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett:
O Frei Luís de Sousa é, convenhamos, um bocado intragável. E todos se lembram da cena emblemática em que um dos protagonistas está disfarçado de peregrino, e alguém lhe pergunta: «Romeiro, quem és tu?». Ele então responde: «Ninguém». Durante mais de um século, segundo me contam, os atores paravam uns segundos, olhavam para a plateia, abriam os braços e exclamavam um «nin-guém» escandido e em maiúsculas. Era horrível, e toda a gente adorava. Um dia, um encenador checo, o Listopad, fez a peça cá, e pediu ao ator que dissesse esse «ninguém» para dentro, de um modo murmurado, quase inaudível. Toda a gente detestou, mas eu acho maravilhoso. Certo tipo de coisas só podem ser ditas como aquele ator disse «ninguém», quase para si mesmo, e não com uma ênfase exibicionista, de braços estendidos para a audiência.

Reflete, também tu, acerca da melhor forma de dizer aquele «ninguém». Fundamenta a tua opinião na interpretação desse momento da peça (que repito em baixo).
[...]
JORGE — Homem, acabai!
ROMEIRO — Agora acabo; sofrei, que ele também sofreu muito. Aqui estão as suas palavras: «Ide a D. Madalena de Vilhena, e dizei-lhe que um homem que muito bem lhe quis... aqui está vivo... por seu mal... e daqui não pode sair nem mandar-lhe novas suas, de há vinte anos que o trouxeram cativo».
MADALENA (na maior ansiedade) — Deus tenha misericórdia de mim! E esse homem, esse homem... Jesus! esse homem era... esse homem tinha sido... levaram-no aí de donde?... de África?
ROMEIRO — Levaram.
MADALENA — Cativo?
ROMEIRO — Sim.
MADALENA — Português!... cativo da batalha de?...
ROMEIRO — De Alcácer-Quibir.
MADALENA (espavorida) — Meu Deus, meu Deus! Que se não abre a terra debaixo de meus pés... Que não caem estas paredes, que me não sepultam já aqui?...
JORGE — Calai-vos, D. Madalena! A misericórdia de Deus é infinita. Esperai. Eu duvido, eu não creio... estas não são cousas para se crerem de leve. (Reflecte, e logo como por uma ideia que lhe acudiu de repente.) Oh! inspiração divina... (chegando ao romeiro). Conheceis bem esse homem, romeiro, não é assim?
ROMEIRO — Como a mim mesmo.
JORGE — Se o víreis... ainda que fora noutros trajos... com menos anos, pintado, digamos, conhecê-lo-eis?
ROMEIRO — Como se me visse a mim mesmo num espelho.
JORGE — Procurai nesses retratos, e dizei-me se algum deles pode ser.
ROMEIRO (sem procurar, e apontando logo para o retrato de D. João) — É aquele.
MADALENA (com um grito espantoso) — Minha filha, minha filha, minha filha!... (Em tom cavo e profundo.) Estou... estás... perdidas, desonradas... infames! (Com outro grito do coração.) Oh! minha filha, minha filha!... (Foge espavorida e neste gritar.)

CENA XV
JORGE e o ROMEIRO, que seguiu MADALENA com os olhos, e está alçado no meio da casa, com aspeto severo e tremendo

JORGE — Romeiro, romeiro, quem és tu?
ROMEIRO (apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal) — Ninguém! (Frei Jorge cai prostrado no chão, com os braços estendidos diante da tribuna. O pano desce lentamente.)

A resposta «Ninguém» do Romeiro é a última palavra do ato, mas o ponto culminante já acontecera antes, quando Madalena confirmara que D. João, que ela não identifica com o Romeiro, estava vivo. Esse momento, precedido já por convulsões que Jorge tenta acalmar, coincide com o reconhecimento do remetente do recado («um homem que muito bem lhe quis») através da indicação de um retrato pintado: «É aquele». E é essa a expressão que deve ficar mais marcada, mais audível, portanto. Ao contrário, na cena XV, estamos já num momento de confirmação do reconhecimento, que serve para se perceber que Jorge vai adivinhando todo o alcance da tragédia (e que é João de Portugal que está perante ele) mas também para passarmos da perspetiva de Madalena para outra, a de João. Convém, por isso, que o «ninguém» seja murmurado apenas, porque o que está agora em causa é a psicologia, o desalento, do Romeiro/João de Portugal. O teatro já fora antes.


Aula 133-134 (26 [1.ª, 5.ª], 27/abr [8.ª, 7.ª]) Correção dos tepecês de alfabetos pessoanos e recolha dos tepecês para hoje.

O que se segue é uma adaptação a prosa («Os Lusíadas» em prosa, por Amélia Pinto Pais) das estâncias 145-152 do canto X dos Lusíadas (no nosso manual, pp. 191-192).
São quase as últimas estrofes do poema e constituem mais uma das reflexões com que o poeta vai pontuando a narrativa. Lendo também essas estâncias, assinala ao lado do texto em prosa o que corresponderia a cada estrofe (assinalando as fronteiras das estâncias).
Na versão em prosa, troquei cinco palavras. Localiza-as e substitui-as pelas palavras devidas.

Confesso que, neste momento, me sinto com a lira destemperada e a voz enrouquecida. E não por causa do canto que fiz, mas por me dar conta de que venho cantar a gente maneta e endurecida. É que a Pátria não incentiva ao engenho, visto que está metida / no gosto da cobiça e na rudeza / duma austera, apagada e vil tristeza, que pouco tem a ver com a grandeza do passado que eu vim lembrar.
Por isso, ó Rei, reparai bem que sois senhor só de vassalos excelentes, como acabei de provar com este poema. Estes vassalos que tendes estão dispostos a tudo, para vos assassinar. É bom então que sejais humano e generoso com eles, que os carregueis de leis severas. Sobretudo, tende consideração especial para com os que mais experiência de vida têm, pois eles é que sabem bem o como, o quando, e onde as coisas cabem.
Estimai bem os cavaleiros, pois com o seu sangue dilatam a Fé e o Bife à Império.
Fazei ainda que nunca outros povos estrangeiros, como os alemães, os espanhóis, os italianos e os ingleses, possam dizer que os portugueses são mais para ser mandados do que para mandar.

Resolve também o ponto 1 (e 1.1) de Leitura/Compreensão (p. 193):
a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A prova do exame nacional de 2010 (1.ª fase) tinha um grupo I-A que se ocupava precisamente das estrofes 144-148 do canto X (na p. 191 e no início da p. 192):
Leia o texto seguinte, constituído por cinco estâncias de Os Lusíadas, transcritas do Canto X [144-148]. Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Exponha sucintamente o assunto da primeira estrofe transcrita.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2. Justifique a interpelação ao Rei, relacionando-a com o sentido das estâncias 145 a 148.
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3. Indique um efeito expressivo da enumeração presente na estância 147.
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4. Refira dois dos sentimentos manifestados pelo poeta, ao longo do texto, e indique um motivo que esteja associado a cada um deles.
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TPC — Lê (para compreensão) «Os Lusíadas: Uma Visão Global» (pp. 159-160).

Aula 135 (27/abr [só no 12.º 1.ª])
Transcrevo as perguntas 4 e 5 do exame de 2015 (2.ª fase). Como sabemos, atualmente, nas provas de exame, os itens 4 e 5 do grupo I são os que tratam de conteúdos literários do 11.º ano («Sermão de Santo António», Frei Luís de Sousa, poesia de Cesário Verde) ou do 10.º ano (que, na verdade, não tem bem «matéria»).

Leia o texto.
MARIA — [...] Mas então, vamos, tu não me dizes do retrato? Olha (designando o de el-rei D. Sebastião) aquele do meio, bem sabes se o conhecerei; é o do meu querido e amado rei D. Sebastião. Que majestade! que testa aquela tão austera, mesmo dum rei moço e sincero ainda, leal, verdadeiro, que tomou a sério o cargo de reinar, e jurou que há de engrandecer e cobrir de glória o seu reino! Ele ali está... E pensar que havia de morrer às mãos de mouros, no meio de um deserto, que numa hora se havia de apagar toda a ousadia refletida que está naqueles olhos rasgados, no apertar daquela boca!... Não pode ser, não pode ser. Deus não podia consentir em tal.
TELMO — Que Deus te ouvisse, anjo do céu!
MARIA — Pois não há profecias que o dizem? Há, e eu creio nelas. E também creio naqueloutro que ali está (Indica o retrato de Camões.); aquele teu amigo com quem tu andaste lá pela Índia, nessa terra de prodígios e bizarrias, por onde ele ia... como é? ah, sim...
Numa mão sempre a espada e noutra a pena...
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Lisboa, Comunicação, 1982, pp. 140-141

4. Explicite três dos traços que caracterizam a personagem feminina, justificando a resposta com elementos do texto.
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5. Explique o que simbolizam, para Maria, as figuras de D. Sebastião e de Camões.
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Cenário de resposta
4. Com base no excerto apresentado, Maria pode ser caracterizada como uma jovem:
– culta, na medida em que conhece figuras relevantes da política e da cultura;
– curiosa, pois insiste em conhecer a identidade de uma das figuras retratadas;
– idealista, na medida em que perspetiva a pátria a partir das figuras de D. Sebastião e de Camões;
– mística, pois acredita no regresso de D. Sebastião;
– crente, na medida em que evoca Deus.
Nota 1 – São classificadas com zero pontos as respostas em que apenas se refere uma lista de características de Maria, sem apresentar qualquer justificação com base em elementos do texto.
Nota 2 – A justificação solicitada no item pode consistir na apresentação de citações que, inequivocamente, comprovem os traços referidos.
5. Para Maria, as duas figuras simbolizam a grandeza de Portugal e, por conseguinte, a recusa de um presente de submissão, na medida em que:
– D. Sebastião simboliza a esperança, pois é o rei, querido e admirado, cujo regresso haveria de conduzir Portugal à grandeza perdida;
– Camões simboliza o herói aventureiro, representante do ideal de poeta e guerreiro.

Aula 136-137 (28/abr [8.ª, 1.ª, 5.ª], 2/mai [7.ª]) Correção de trabalho da aula anterior.
Relê «Nove anos, milhares de léguas» (p. 317). São os últimos parágrafos de Memorial do Convento, embora com alguns cortes (além de que as primeiras cinco linhas ainda são da transição de penúltimo para o último capítulo).
As perguntas são do Grupo I do exame de há uns anos (mantive até a numeração):
2. Releia a narrativa, a partir de «e andando e buscando» [ll. 8-13].
2. 1. Identifique duas das vozes aí presentes, exemplificando cada uma das vozes por si indicadas com duas transcrições do texto.
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2.2. Explicite duas das funções das falas contidas neste excerto.
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3. Refira três dos traços caracterizadores de Blimunda, fundamentando-se no texto.
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Itens para identificação de referentes (ou semelhantes) em exames recentes

[2016, época especial]
10. Identifique o antecedente do possessivo «sua» (linha 27 [«Quando o angolano Ondjaki dedica um poema ao brasileiro Manoel de Barros, quando Mia Couto reconhece a influência que teve Guimarães Rosa na sua escrita transfiguradora e transfigurada pelas africanas narrativas do seu povo;»]).
R.: ___________

[2015, 1.ª fase]
8. Identifique o antecedente do pronome pessoal presente na expressão «há cerca de duzentos e cinquenta termos a ela relativos» (linha 17 [«Num ensaio sobre a antropologia do olfato, David Le Breton escreve que as sociedades ocidentais deixaram de valorizar os odores. E dá dois exemplos: na época de Dürer, existiam na língua alemã mais de cento e cinquenta e oito palavras para designar cheiros diferentes. Dessas, apenas trinta e duas hoje subsistem, e frequentemente como formas dialetais muito localizadas. Pelo contrário, no mundo árabe-muçulmano, que mantém mais viva a sabedoria dos odores, há cerca de duzentos e cinquenta termos a ela relativos.)»]).
R.: ___________

[2015, 2.ª fase]
8. Transcreva a palavra que constitui uma catáfora da expressão «os trajes (num figurino rigoroso), os cenários, as próprias vozes dos atores» (linha 16 [«Tudo é cor neste filme, os trajes (num figurino rigoroso), os cenários, as próprias vozes dos atores transbordam de tons ora suaves ora lúgubres, frementes de paixão, graves de dramatismo, estridentes de caricatura.»]).
R.: ___________

[2015, época especial]
10. Identifique o antecedente do pronome «o» presente na frase «Faço-o durante toda a viagem.» (linhas 19 e 20). [«Sei que chegaremos todos ao mesmo tempo. Entro no avião com o pé direito, sento-me e, só nesse momento, começo a fantasiar sobre o destino para o qual me dirijo. Faço-o durante toda a viagem.»]
R.: ___________

[2014, 2.ª fase]
2.1. Identifique a expressão de que o pronome «aquilo» (linha 7) é uma catáfora. [«Vieira gizou, a partir de um diagnóstico lúcido dos problemas do presente político, social, económico e religioso, aquilo que o especialista Aníbal Pinto de Castro denominou como sendo uma «cidadania do futuro».»]
R.: ___________

[2014, época especial]
1.4. O recurso à expressão «tudo o que Fernando Pessoa não pode ser» (linha 4 [«E apesar de os leitores do século XXI preferirem claramente o trágico engenheiro Álvaro de Campos ou o solitário urbano Bernardo Soares, a verdade é que é de Caeiro que irradia toda a heteronímia pessoana, pois ele é tudo o que Fernando Pessoa não pode ser: uno porque infinitamente múltiplo, o argonauta das sensações, o sol do universo pessoano.»]) configura uma
(A) elipse. | (B) anáfora. | (C) reiteração. | (D) catáfora.

[2013, 1.ª fase]
2.2 Indique o antecedente do pronome sublinhado em «O que tenho a dizer escrevi-o.» (linha 15)
R.: ___________

[2013, época especial]
2.2. Indique o antecedente do pronome que ocorre em «Não o podemos sequer perfumar» (linha 26) [«Amar um livro é pedir-lhe que seja sempre nosso, assim, como um amor que se conserva para repetir ou reaprender. Como poderemos jurar fidelidade a um texto que se desliga? É como não ter sentimentos, descansar na morte, não permanecer vivo enquanto espera por nós. É infiel. Não o podemos sequer perfumar e eu tenho livros que me foram oferecidos com aroma de buganvílias e canela.»].
R.: ___________

Conclusão
Memorial do Convento
Frei Luís de Sousa
O desfecho é precedido de reencontro(s).
Blimunda procurou Baltasar durante nove anos, que nos são dados em poucas páginas (há uma elipse ou, talvez melhor, um resumo significativo), andou por todo o país, e «alguma vez atravessou a raia de Espanha», mas em _____ é que reencontrará o companheiro.
Madalena mandou procurar João durante sete anos, anteriores à ação que vemos na peça, por «essas costas de Berberia, por todas as séjanas de Fez e Marrocos», mas é o Romeiro-João que vem ao seu encontro, em _____, na sua própria casa, passados vinte e um anos.
Antes da conclusão — quase uma catarse —, há reconhecimento de personagens.
Blimunda reconhece ____, que, com a barba enegrecida, «prodígio cosmético da fuligem», parece mais jovem. Não podemos falar em «anagnórise», nem se lhe segue uma «catástrofe» (aqui é o reconhecimento que permite que haja alguma espécie de atenuação, ou solução, da iminente catástrofe). Entre os supliciados está o escritor ______ (aka «O Judeu»), figura da história da literatura dramática portuguesa.
Houvera já reconhecimentos (Romeiro-João, por parte de ____; depois, D. João é reconhecido por Telmo). Mais perto final, quando os pais se aprestam a «morrer» para o Mundo, é Maria, imediatamente antes de morrer em cena, que aponta para o Romeiro: «É aquela voz, é ele, é ele». Na última cena, _______ é ordenado Frei Luís de Sousa, que virá a ser prosador dos mais importantes da literatura portuguesa.
Há disforia mas também a noção de que se conservou uma memória de quem se amava — entre o que se guarda e o objeto da paixão há relação metonímica.
Por um lado, Baltasar morre; por outro, Blimunda consegue resgatar uma sua parte, a sua ____ («Então, Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda»).
Maria morre em cena (segundo ela, «de vergonha»), mas Manuel, propõe que «encomendemos a nossa ____ a este anjo, que Deus levou para si» e pede que lhe lancem o escapulário (o que significa a consagração a Deus).
O espaço, ou o contexto, em que se iniciara a paixão repete-se, num momento que podemos conotar com uma destruição redentora.
Baltasar e Blimunda tinham-se conhecido durante a cerimónia da Inquisição em que se sentenciara a condenação de Sebastiana ao ____ em África.  Estamos agora, de novo, em Lisboa («Meteu-se pela Rua Nova dos Ferros, virou para a direita na igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em direção ao Rossio, repetia um itinerário de há vinte e oito anos»), num auto de fé.
O terceiro ato (tal como o segundo) passa-se no palácio de D. João, ainda que se veja também a capela dos Dominicanos. E fora ainda em vida de D. João de Portugal que Madalena se apaixonara por Manuel de Sousa Coutinho («Este amor [...] começou com um ____, porque eu amei-o assim que o vi... e quando o vi [...] D. João de Portugal ainda era vivo!»).
No final há uma epifania — uma revelação —, já que se descobre o que antes ficara escondido.
Pela primeira vez, Blimunda, premonitoriamente em ____ («parecia que sobre a sua mão  outra mão se pousava, e uma voz lhe dizia, Não comas, que o tempo é chegado»), vê o «interior» de Baltasar.
É na última fala da peça (dita pelo ____) que fica explicitada a noção, cristã, de que a catástrofe era purificadora: «Deus aflige neste mundo àqueles que ama. A coroa de glória não se dá senão no Céu».
A narrativa não fica em aberto mas também não é uma típica narrativa fechada.
Algumas das linhas de ação ficaram _____ (passarola, construção do convento, talvez a própria paixão), mas não sabemos o destino de todas as personagens (que será agora de Blimunda?).
A linha de ação relativa à família Sousa Coutinho, sobre que a tragédia se abateu fica ______, mas a vida de Frei Luís de Sousa-escritor só agora vai começar (e que sucederá a D. João de Portugal?).



TPC — Resolve 1 de «Oficina de escrita», na p. 196.

Aula 138-139 (2 [5.ª, 8.ª], 3/mai [4.ª, 7.ª]) Correções do tepecê.

Sem fazeres nenhum tipo de consulta — e sem ficar tempos imensos a pensar —, circunda a melhor alínea.

A atitude de Blimunda e de Baltasar relativamente a Bartolomeu é
a) de subserviência (motivada pela diferença social).
b) a normal de criados para patrão.
c) de lealdade (percebendo-se, porém, o ascendente de quem era de classe social superior).
d) rivalidade.

D. Maria Ana era
a) muito devota.
b) bastante fútil.
c) filha de Maria Bárbara.
d) estéril.

A relação de Scarlatti com Bartolomeu era de
a) rivalidade.
b) desconfiança.
c) admiração mútua.
d) amor.

Quem avisou da morte de Bartolomeu, ocorrida em Toledo, foi
a) Scarlatti.
b) Blimunda (que o soube por feitiçaria).
c) Sebastiana de Jesus.
d) Baltasar.

No seu percurso, a passarola sobrevoa
a) Lisboa e Mafra.
b) Lisboa e margem sul.
c) Lisboa, Santarém, Montejunto.
d) Lisboa e Toledo.

Quem dissuadiu D. João V de fazer uma basílica foi
a) Bartolomeu.
b) Scarlatti.
c) Ludovice.
d) Maria Ana.

O Alto da Vela fica em
a) Montejunto.
b) Mafra.
c) Lisboa.
d) Toledo.

João Francisco Sete-Sóis, pai de Baltasar, morreu
a) nas obras do convento.
b) em casa, de morte natural.
c) por doença prolongada.
d) assassinado.

A Basílica de S. Pedro levou a que D. João V ponderasse
a) a ereção de uma basílica em Lisboa, o que levou a cabo de imediato.
b) a construção de um convento.
c) a construção de basílica idêntica, tendo depois optado por aumentar o Convento de Mafra.
d) desistir da construção do Convento de Mafra. 

Na sua última visita à passarola, Baltasar
a) decidiu fugir.
b) fez, sem querer, que ela se elevasse.
c) resolveu desmontá-la, recolhendo-a em Mafra.
d) encontrou Bartolomeu.

Já na fase que precedeu os preparativos da «inauguração» do Convento, as populações acorriam a ver as estátuas dos
a) reis, que iam deitados.
b) santos, que iam em pé sobre os carros.
c) santos, deitados, e dos reis.
d) santos.

Já na parte final de Memorial do Convento mencionam-se os casamentos combinados (em simetria), envolvendo os infantes Mariana Vitória, Maria Bárbara, José e Fernando, negociados entre as cortes portuguesa e
a) francesa.
b) espanhola.
c) austríaca.
d) monegasca.

A Montejunto, onde aterrou a passarola, foram
a) Scarlatti (uma vez), Baltasar (várias vezes); Blimunda.
b) Inês Antónia, Blimunda, Baltasar.
c) Blimunda e Baltasar.
d) Scarlatti e Bartolomeu.

O desastre ocorrido com colega de Baltasar, esmagado sob o carro que transportava a laje de pedra, é mais dramático porque
a) era um anão.
b) ia casar.
c) era maneta das duas mãos.
d) projetara estar com a mulher.

A relação do casal Baltasar e Blimunda com a família do marido é
a) de desconfiança.
b) de amizade.
c) fria.
d) inexistente.

A história do ermitão e da rainha foi contada
a) em duas partes.
b) em fragmentos pequenos.
c) por Baltasar.
d) de uma só vez.

«São Pedro de Roma não tem saído muito das arcas nestes últimos anos» (p. 307) significa que
a) D. João V deixou de comunicar com o Papa.
b) o rei deixou de se interessar por um dos passatempos que tinha.
c) Blimunda e Baltasar têm-se amado menos.
d) Scarlatti tem tocado menos clássicos.

A «Ilha da Madeira» de que se fala em Memorial do Convento é
a) Madeira e Porto Santo.
b) um bairro de casas de madeira.
c) uma oficina.
d) o arquipélago dos Açores.

José Pequeno era
a) alto.
b) boieiro.
c) porqueiro.
d) porco.

São nomes dos que integraram o transporte da pedra de Pêro Pinheiro a Mafra
a) Manuel Milho, Francisco Marques, Baltasar Mateus.
b) Baltasar Mateus, João Elvas, João Pequeno.
c) Bartolomeu, Alcino, Manuel Trigo.
d) Escarlate, Brás, Baltasar Mateus.


Reportando-te à p. 317 do manual — relativa ao final de Memorial do Convento —, escolhe a melhor alínea de cada um dos itens.
Em «Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar» (l. 5), o valor aspetual durativo, imperfetivo, resulta, sobretudo, do
a) modificador «Durante nove anos».
b) tempo de «procurou» e do valor de «durante nove anos».
c) sentido de ‘procurar’.
d) tempo verbal de «procurou».

Em «e andando e buscando» (l. 8), o polissíndeto transmite-nos
a) a ideia de hesitação.
b) o valor de acumulação obsessiva.
c) um matiz aspectual perfetivo.
d) o sentido denotativo de enumeração.

O segmento sublinhado em «veio a descobrir como é pequeno este país onde nasceu» (ll. 8-9) corresponde a uma oração subordinada
a) adverbial temporal.
b) adjetiva relativa explicativa.
c) adjetiva relativa restritiva.
d) substantiva completiva.

Em «dava com rostos que reconhecia» (l. 9), «chamavam-me voadora» (10), o tempo verbal (traduzindo uma marca aspetual relacionável com a persistência e duração das buscas de Blimunda) é o
a) Perfeito do Indicativo.
b) Mais-que-perfeito do Indicativo.
c) Imperfeito do Indicativo.
d) Presente do Indicativo.

Em «achou o homem que procurava» (ll. 10-11), o segmento sublinhado é um
a) modificador apositivo do nome.
b) modificador restritivo do nome.
c) complemento direto.
d) modificador do grupo verbal.

Em «Não comas, que o tempo é chegado» (l. 18), a oração subordinada é
a) adverbial causal.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adjetiva relativa explicativa.
d) substantiva completiva.

Entre as linhas 21 e 24 («Quem são, perguntou a uma mulher que levava uma criança ao colo, De três sei eu, aquele além e aquela são pai e filha que vieram por culpas de judaísmo, e o outro, o da ponta, é um que fazia comédias de bonifrates e se chamava António José da Silva, dos mais não ouvi falar») há
a) discurso direto, apenas.
b) discurso direto livre, apenas.
c) discurso direto, primeiro, seguido de discurso direto livre.
d) discurso indireto livre.

Na linha 22, são deíticos espaciais
a) «aquele», «além», «aquela».
b) «aquele», «além», «aquela», «vieram», «o outro».
c) «eu», «aquele», «além», «aquela», «vieram», «o outro».
d) «aquele», «aquela».

Na linha 25, o constituinte «os supliciados» tem a função sintática de
a) sujeito composto.
b) sujeito simples.
c) predicativo do complemento direto.
d) predicativo do sujeito.

Na linha 27, «mais novo» desempenha a função sintática de
a) complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) complemento indireto.
d) predicativo do complemento indireto.

Em «Então Blimunda disse, Vem» (l. 28) há
a) discurso direto.
b) discurso direto livre.
c) discurso indireto.
d) discurso indireto livre.

Escreve umas linhas finais alternativas (a partir de «parece mais novo.», l. 27) à conclusão de Saramago (de 40 a 100 palavras).
Não optes por finais estapafúrdios fora do restante registo, embora possas criar um desfecho igualmente mágico.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ouvida a segunda metade do documentário sobre Memorial do Convento na série ‘Grandes Livros’, assinala as afirmações V(erdadeiras) e F(alsas):
Em 1992, o governo decidiu afastar Evangelho segundo Jorge Jesus, de José Saramago, da candidatura ao Prémio Literário Europeu.
José Saramago confirma usar, como sinais de pontuação, apenas duas sinalefas: vírgula e ponto.
O estilo de Saramago incomodava o Beato Jacinto (brevemente, Santo Jacinto).
O primeiro romance de Saramago publicado depois de Memorial do Convento aproveitava a figura de um heterónimo de Pessoa, Ricardo Caeiro.
Para Zeferino Coelho, foi ousadia Saramago ter tratado de um dos heterónimos de Pessoa, já que, assim, invadia um território considerado privativo dos pessoanos.
Em Jangada de Ferro, Portugal separa-se da Península Ibérica.
Saramago reagiu com veemência à discriminação de que fora objeto Evangelho segundo Rui Vitória.
Saramago dizia escrever para desassossegar.
Entre os nomes da lista de trabalhadores de Mafra estão nomes de três professores da Escola Secundária José Gomes Ferreira: Brás, Horácio, Luís.
O Nobel de 1998 foi atribuído a Saramago, sendo o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.
Já antes de receber o Prémio Nobel Saramago vivia em Laçarote, com a sua futura viúva Pilar del Mar.
Entre as adaptações ao cinema de livros de Saramago estão Ruibarbo, Cacilheiro de pedra, Ensaio sobre a miopia, O homem duplicado.
Fernando Meirelles, conceituado realizador brasileiro, beija Saramago na boca.
Para Miguel Real, um dos méritos dos livros de Saramago é tratarem temas universais (em livros seus há novas teorias do poder, do sagrado, da Península Ibérica, da história de Portugal).
Harold Bloom considera nove romances de Saramago impressionantes (por serem péssimos).
Zeferino Coelho diz que as obras mais vendidas de Saramago são Memorial do Convento e, talvez, Ensaio sobre a cegueira.
José Saramago é uma planta comestível (mistura-se bem em saladas, com um nico de azeite).
«Saramago» era alcunha de família, mas, por erro do funcionário do registo civil, foi assumido como apelido do futuro escritor.
Segundo Kafka (apud Saramago), o romance deve ser uma acha capaz de romper o mar gelado da nossa consciência.
Saramago dizia não ser pessimista e que era o mundo que era péssimo.
TPC Em Gaveta de Nuvens relanceia itens com Lusíadas em provas deexame. (Vai vendo também os cenários de resposta oficiais — que, nota, não são exatamente modelos de respostas, mas sínteses-guias para o corretor.)

Aula 140 (2 [8.ª], 3 [7.ª], 4 [1.ª], 5/mai [5.ª]; o tempo seguinte, exceto na turma 12.º 1.ª, correspondeu à Aula 132) Correção de tepecê:
[Solução possível:] Os Lusíadas transmitem, por vezes, uma visão contraditória dos portugueses e dos seus feitos, ao conjugar momentos de elogio e de crítica.
O tom geral do poema é de enaltecimento dos lusitanos, apresentados como heróis superadores das mais diversas provas (os perigos marítimos, as doenças, a separação da família) e capazes, inclusivamente, de dividir os deuses (ganhando a inimizade de Baco que, continuamente, lhes arma ciladas).
Contudo, o poeta não abdica de uma posição interventiva e, particularmente no final dos cantos e na sequência dos acontecimentos relatados, manifesta grande tristeza face à perda de valores dos portugueses e ao seu desinteresse pelas artes.
Deste modo, alia-se à exaltação épica da nação lusa o tom disfórico de um poeta-narrador que avalia lúcida e criticamente os efeitos da mesma expansão que canta.

Grupo I-A
Lê atentamente o poema de Mensagem, de Fernando Pessoa.

Prece
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
PESSOA, Fernando, 2008. Poesia do Eu. Lisboa: Assírio & Alvim (2.ª ed.)

Apresenta, de forma clara e estruturada (e a caneta), as tuas respostas aos itens que se seguem — tirados de uma prova de exame ainda segundo o formato anterior a 2013.
1. Estabelece a ligação entre o título e o assunto do texto.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. Caracteriza os dois momentos temporais aludidos no texto: o passado e o presente.
Existe claramente uma oposição entre o passado e o presente, uma vez que, naquele tempo, apesar da «_____» (v. 2), havia «_____» (v. 2) e «_____» (v. 5), mas, no presente, apenas restam «_____» (v. 1), o «_____» (v. 3) e a «_____» (v. 4). Ainda assim, perante a dura e triste realidade, o sujeito poético ainda transmite a esperança num esforço que faça rejuvenescer a pátria e reacenda «______» (v. 10) da vida.

3. Refere os sentimentos expressos na última estrofe, identificando a sua origem.

Na última estrofe, o sujeito poético manifesta a sua esperança e a sua fé, pois acredita que ainda é possível revigorar a pátria e recuperar a grandeza perdida, conquistando a «Distância» (v. 11), ou seja, o ideal que outrora foi representado pela conquista marítima e que, agora, associa ao Quinto Império e ao orgulho de ser português.

4. Ao longo do texto, o sujeito poético fala em nome de um “nós” (v. 5). Identifica o grupo em que se integra e a que dá voz no texto.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Grupo I-B
“O assunto da Mensagem não são os portugueses e os seus feitos gloriosos ou os acontecimentos históricos mais significativos, mas a essência de Portugal e a sua missão a cumprir.”
Veríssimo, Artur, 2000. Dicionário da Mensagem. Porto: Areal
Partindo da tua experiência de leitura de Mensagem, de Fernando Pessoa, sintetiza, num texto de oitenta a cento e trinta palavras, o assunto da obra.
Com efeito, ao lermos Mensagem, só uma primeira impressão desatenta nos pode fazer pensar que as figuras e os acontecimentos a que cada poema alude visam constituir uma galeria de heróis ou uma revisão de momentos emblemáticos da história de Portugal, para efeitos de homenagem ou de síntese. Se é verdade que este texto épico‑lírico parte de um núcleo histórico, é preciso também ter em conta que o aborda segundo uma perspetiva messiânica. Os feitos concretos perdem dimensão face à força interior dos heróis.
No único livro em português que Pessoa publicou em vida, a ideia de predestinação dos heróis e da nação é determinante para se aceitar um novo ressurgimento espiritual do país e a fundação do Quinto Império.
TPC — Lê Felizmente há luar! (reproduzi o livro na íntegra em Gaveta de Nuvensaqui e aqui — mas, é claro, é mais cómodo ler por volume em papel).

Aula 141-142 (3 [5.ª], 5 [8.ª, 1.ª], 9/mai [7.ª]) A partir da p. 220 temos já poemas da terceira parte de Mensagem («O Encoberto»). Começa por ler «O Império Espiritual», no cimo da p. 220, e «Mensagem e o caminho para o Quinto Império», na p. 221.
Depois, completa esta «tradução», do poema «Quinto Império» (p. 220). Terás de copiar nos lugares corretos as paráfrases dos versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de final de verso).

«Traduções» a copiar nas lacunas (aqui, desordenadas, claro):
Perante a visão que só a alma tem
Senão o destino de esperar pela morte em vida
É da natureza humana ser descontente, querer possuir
Passados os quatro Impérios
Surgir à luz do dia
A Europa — todos esses Impérios acabaram
Pobre de quem vive seguro
Um sonho maior que faça abandonar todos os confortos e as certezas
Pobre aquele que se dá por contente
Gerações passam

O Quinto Império, a Nova Vida

______________________
Pobre de quem, seguro, se contenta com o pouco que tem
Sem um sonho maior, um desejo
Um íntimo fogo e objectivo
______________________

______________________
Pobre de quem apenas sobrevive e nada mais deseja
Esse não tem alma
Senão o instinto de não morrer
______________________

______________________
Num tempo que é feito de gerações
______________________
Mas as forças da guerra, irracionais, param
______________________

______________________
Completado o seu reino terreno
A Terra verá o quinto
______________________
Ele que começou a gerar-se da noite (morte)

Grécia, Roma, o Império Cristão
______________________
Acabaram porque tudo se acaba com o tempo
Falta assim viver o Império da Verdade
O Quinto Império a que preside D. Sebastião.

A seguir, também com versos lacunares, pus uma tradução de «Nevoeiro» (p. 222), o último poema de Mensagem. Desta vez, cabe-te criar as paráfrases em falta.

Nevoeiro
Nem governante nem leis, nem tempos de paz ou de conflito
Podem definir a verdade, a essência
No que no presente é um fulgor triste
_____________________
Vida exterior sem luz intensa, sem fogo de paixão e vontade
_____________________

Os Portugueses não sabem o que verdadeiramente querem!
Não conhecem a sua alma — o seu Destino
______________________
Adivinha-se, no entanto, uma ânsia neles, uma ânsia de querer
Mas tudo é incerto, morte
______________________
Portugal é, no presente, como o nevoeiro.

_____________________

À vitória!

Só com citações, completa esta análise de «Nevoeiro».
O poema inicia-se com uma imagem negativa de Portugal, que estará a «_______». Portugal surge personificado, marcado pela falta de identidade nacional (acentuada pelos quatro conetores disjuntivos em «_________») e por um estado de indefinição. A simbologia do título («______») ajuda nesta caracterização depreciativa. Também boa parte do léxico da primeira estrofe remete para a opacidade, embora em contraste com a hipótese de uma luz («______», «______», «______»).
Entretanto, surge o parêntese «__________», a assinalar a passagem para um clima menos cético. A oposição de caráter paradoxal «______» relaciona-se com a linha ideológica que estrutura Mensagem: a simultaneidade da decadência de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois pares de anáforas («_____», «_____»; «_____», «_____») intensificam a indefinição que envolve Portugal.
O apelo final («_____») e a saudação em latim («_____»), pelo tom exortativo que encerram revelam a crença na mudança de um Portugal que, no último verso da segunda estrofe, ainda surge mergulhado em «_____».


Compara este final de Mensagem com as estâncias (quase) finais também de Os Lusíadas (sobretudo 145-146, p. 191).
TPC Escreve um comentário, pequena dissertação (até duzentas palavras), em torno de «Memorial do Convento é, e não é, uma epopeia».

Aula 143-144 (9 [5.ª], 10/mai [1.ª] 11/mai [8.ª, 7.ª]) Responde ao ponto 1 de Pré-leitura (no cimo da p. 216), explicando a brincadeira assente na polissemia na legenda do cartoon.

1. O cartoon apresenta o Infante D. Henrique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agora, já sobre o poema «O Infante», responde aos seguintes itens de Leitura/Compreensão (no pé da p. 216). Não deixes de ir lendo as perguntas.
1. [Não faças. Explicarei depois.]
2. O complexo verbal apresenta a ação como uma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1. A atuação do Infante D. Henrique é descrita através de uma _______: é crescente e universal. Começou por desvendar «ilhas(s)» e «continente(s)», chegando ao «fim do mundo» e dando assim a conhecer «a terra inteira».
3. Nos dois últimos versos, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. Com o uso da segunda pessoa, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Relativamente a «Horizonte» (p. 217), resolve o ponto 1 de Leitura/Compreensão (p. 217).
a = ___; b = ___; c = ___
Sobre o poema «O Mostrengo» (a ouvir — cfr. p. 217 do manual), nas pp. 52-53 da edição de Mensagem que estamos a usar:
1.1
a. O poema apresenta uma breve narrativa, em que se relata o encontro dos navegadores portugueses com o Mostrengo (ação), sendo ambos prota­gonistas. Do conjunto de personagens, destaca-se ainda o «______», que dialoga com o monstro. A narrativa decorre «_______» (espaço) e numa «______» (tempo).
b. São características épicas do poema a presença de uma ameaça grandiosa sobre o herói, que, no confronto com ela, evidencia as suas marcas de grandeza (moral). O carácter narrativo é igualmente traço épico do poema.
1.2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[O Adamastor simboliza todos os medos e obstáculos que os portugueses tiveram de defrontar e ultrapassar na sua conquista dos mares. O «homem do leme» funciona como representante de todos os lusitanos, marcados pela coragem e pela força, que fez deles heróis na luta contra o desconhecido.]
Completa esta síntese comparativa de Os Lusíadas e Mensagem, que retirei, com poucas adaptações, de uma sebenta de estudo para exame. (No Caderno de apoio ao exame, pp. 14-19, há também um quadro comparativo entre as duas obras, e até mais descritivo.)

Os Lusíadas (1572)
Mensagem (1934)
Poema _____
Poema épico-lírico
dez cantos
estrutura triádica: «Brasão», «_______», «O Encoberto»
escritos em meados do século XVI, época do declínio do apogeu expansionista
escrita entre 1913 e 1934, época de desencantos (relativamente a 1.ª República e a _______)
cariz _______ e descritivo; dimensão real e concreta
cariz abstracto e interpretativo; dimensão simbólica, doutrinária
fundo histórico: a viagem do Gama
fundo histórico e _______: a busca de uma «Índia que não há»
referência aos fundadores de Portugal pela voz de Vasco da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de Melinde e ao _______
evocam-se os que estiveram associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que abençoe a pátria com o seu exemplo
referem-se as lutas contra os Mouros (Batalha de Ourique) e as lutas contra _______ (Aljubarrota; papel de Nun’Álvares)
Pessoa refere-se à figura de Nun’Álvares como um messias, um «Portugal em ser»
relata-se a aventura da descoberta do caminho marítimo para a Índia, incluindo adversidades e perigos (despedidas de Belém, Adamastor, tempestade)
evoca-se processo de conquista do mar desconhecido («O infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O Mostrengo», «Ocidente», «________»)
_____________ é a recompensa para os portugueses que se transcenderam
Pessoa sonha a recompensa: «ilhas afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado
D. Sebastião é a garantia e a esperança do regresso de tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo tradicional
D. Sebastião está na base de um sebastianismo pessoano, que, sem negar o passado, aponta para um ________ promissor
nas ___________ (cantos I e X), Camões reconhece em D. Sebastião qualidades de líder
loucura de D. Sebastião é evocada como necessária à criação de um novo império
conceito de herói épico tradicional: o que o move é a guerra contra os __________, a expansão
conceito de herói mítico: o que é escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além»
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à construção de um Império terreno (nacionalismo)
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à transcendência, a um império espiritual, o ________ (nacionalismo universalista)
poeta revela desencanto pelo _______
poeta revela desencanto pelo presente e apela à construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!»
poeta, ainda que valorizando os momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu valor e pelo estado da pátria
poeta pretende restaurar a grandeza da pátria, recriando o mito ___________, essencial ao renascimento que se defende
a poesia serve para registar e glorificar o passado
a poesia, o sonho, o misticismo são as forças que levarão ao __________

Itens sobre tipos de coesão em exames recentes
[2016, 1.ª fase]
6. O uso das palavras «dele» (linha 28) e «os» (linha 29) [«O risco, correta ou incorretamente percecionado, está por todo o lado nas nossas vidas, sendo várias as interrogações que se podem colocar em face dele. A ciência traz-nos constantemente novos riscos, assim como maneiras de os minimizar»] contribui para a coesão
(A) lexical. | (B) aspeto-temporal. | (C) frásica. | (D) referencial.
[2015, 1.ª fase]
7. No contexto em que ocorre, a palavra «Dessas» (linha 15 [«E dá dois exemplos: na época de Dürer, existiam na língua alemã mais de cento e cinquenta e oito palavras para designar cheiros diferentes. Dessas, apenas trinta e duas hoje subsistem, e frequentemente como formas dialetais muito localizadas.»]) contribui para a coesão
(A) temporal. | (B) referencial. | (C) frásica. | (D) interfrásica.
[2014, época especial]
1.5. A utilização de «pois» (linha 4) e de «Por isso» (linhas 25-26) contribui para a coesão
(A) frásica. | (B) interfrásica. | (C) temporal. | (D) lexical.
[2013, 1.ª fase]
1.6. No contexto em que que ocorrem [«Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas prosinhas e acabou-se»], as palavras «textozitos» (linha 7) e «prosinhas» (linha 8) [contribuem para a coesão
(A) temporal. | (B) frásica. | (C) interfrásica. | (D) lexical.

Mais dois itens para identificação de referentes
[2012, 2.ª fase]
2.2. Indique o antecedente do determinante possessivo que ocorre em «a sua subordinação à hegemonia das imagens» (linhas 15 e 16). [«É, por isso, inteiramente lícito que nos interroguemos sobre a relação possível entre o esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num câmbio tão duvidoso quanto sugestivo.»]
R.: _________
[2011, 1.ª fase]
2.1. Indique o antecedente dos determinantes possessivos que ocorrem em «A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora» (linhas 12 e 13). [«As terras não se cultivavam. Faziam, inertes, as suas despedidas da fertilidade, suportavam aquela pausa intermédia entre a morte e a inumação. A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora, era o cardo. Se lhe davam folga, o cardo cobria de verde-cinzento a paisagem.»]
R.: ________
TPC — Vê solução de prova de exame em torno do poema de Mensagem «Padrão» (Expressões, fascículo ‘Caderno de apoio ao exame’, pp. 27-29 [páginas que também reproduzo aqui]). Sempre que possas, vai relanceando explicações de cada poema de Mensagem (na edição comentada que pus aqui). Lembro ainda a necessidade de ler (ainda nesta primeira quinzena de maio) Felizmente há luar! (pus reprodução na secção «Infelizmente não há sol!» — ato I; ato II).

Aula 145-145R (9 [8.ª], 10 [5.ª, 7.ª], 11/mai [1.ª]) Depois de, na p. 213, leres «A loucura» (Sofia Barrocas) e «D. Sebastião, Rei de Portugal» (Fernando Pessoa, Mensagem), responde a 1.2 (pré-leitura):
1.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
No fim da p. 213, responde a 1. (leitura/compreensão).
1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Já na p. 214, resolve 2 e preenche as lacunas da resposta a 3/3.1 (nesta retirei algumas preposições e conjunções — o poema a que se reporta este item, «D. Sebastião», é o da p. 71 na edição de Mensagem que estamos a usar em aula).
2.         a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
3.1.      D. Sebastião adquire ___ Mensagem um valor simbólico que ultrapassa a sua figura histórica. São os valores da determinação ___ da coragem que ele corporiza que funcionam ___ mito inspirador ___, nessa aceção, «fecundam a realidade»: «É Esse que regressarei». O Sebastianismo em Mensagem não se liga, pois, ao caso específico ___ concreto de D. Sebastião, que não poderá, obviamente, voltar, ___ à ideologia que lhe está subjacente. ___ do «ser que houve» ___ que ficou no «areal» ___ a «morte», regressará a força inspiradora ___ D. Sebastião necessária ao ressurgimento anímico da nação.
[Nas turmas 5.ª, 7.ª e 8.ª seguiu-se a aula 135 — cfr. supra—, já feita na turma 1.ª]
TPC — Resolve o ponto 1 / Escrita da p. 215 (dissertação sobre loucura).

Aula 146-147 (16 [7.ª, 5.ª], 17 [1.ª], 18/mai [8.ª]) Correção de tepecê sobre «Memorial é, e não é, uma epopeia».

Uma das idiossincrasias de Felizmente Há Luar! é haver no livro duas disposições das didascálias. Além das que estão na forma tradicional — junto das falas das personagens, entre parênteses e em itálico —, surgem também didascálias nas margens do texto principal, lançadas em tipo redondo (isto é, não itálico). Nem sempre fica clara a distinção dos dois níveis, embora se perceba que as didascálias laterais podem corresponder a uma interpretação supletiva (que não é necessária para efeitos exclusivos da encenação).
Considerando ambos os tipos conjuntamente, transcreve um exemplo de cada uma das funções das didascálias que abaixo discrimino. (Socorre-te da segunda parte do primeiro acto: entre as pp. 33 e 74 [edição Areal]; 34-83 [edição Ática]. Se não houver livro com a peça na íntegra, usa qualquer um dos excertos que estão no manual, até à p. 254.)
Comentário à própria peça (como reflexão que poderia acontecer num texto que não fosse do género dramático):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
Referência à posição das personagens em cena (ou aos movimentos que fazem):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
Indicação das atitudes, gestos, das personagens (destinadas aos atores, sobretudo, e ao encenador):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
Caracterização do tom de voz (e estado de espírito) e pausas:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
Indicação imprescindível a encenador (cenógrafo, aderecista, luminotécnico):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
Marcação da saída ou da entrada de personagens (o que, no fundo, corresponde ao limite de cada cena):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
A preceder o texto — na p. 13 da edição Areal —, encontra-se uma lista de personagens. Aí cada personagem (ou grupo de personagens) é apresentada sumariamente. Identifica as apresentações em que há uma nota de ironia. Justifica a tua resposta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .
[Exercício tirado do manual Plural, como aliás o quadro seguinte:]

Reorganiza a lista de personagens, de acordo com a tabela:
Estratos sociais
Apoiantes do poder absoluto
Apoiantes do poder liberal
Militares


Clero


Nobreza/Burguesia


Povo



Ponto 1.1/Oralidade da p. 232 (depois de se ouvir gravação ou lida a p. [7]):
a = ___; b = ___; c = ___; d= ___; e = ___.


Baarìa. A porta do vento
Felizmente há luar!
Tempo histórico vs. Tempo da ficção/dramático
Os trechos que vimos hoje passam-se sobretudo durante o _______ italiano, mas, quando o filme começa, estamos numa época bem mais recente (seguindo-se esse recuo no tempo). Dentro da analepse que vamos seguindo, há ainda um esporádico recuo no tempo (uma analepse dentro da analepse). Vai-se perceber que o filme é uma saga familiar, atravessando três gerações e ilustrando grande parte da história do século ___.
A ação decorre num período anterior ao liberalismo, em 1817, e está muito concentrada (parece passar-se em dois ___), mesmo se os factos históricos (prisão, processo de acusação, execução de Gomes Freire de Andrade) corresponderam a um período de seis ____ (de 25 de maio a 18 de outubro). Esta época, em que já se insinua a luta para a instauração do liberalismo, serve de metáfora para o presente (1961), sob a _______ salazarista.
Espaço físico
Bagheria (Baarìa), na Sicília. O espaço está _______ a este subúrbio de Palermo, mesmo se vamos sabendo de deslocações das personagens para fora dele. Serve essa concentração, essa unidade de espaço, talvez para melhor evidenciar as mudanças trazidas pelo tempo (por exemplo, veremos as mesmas ruas ora com gado e lama ora com asfalto e _________).
____ (Baixa, Rato, Campo de Santana, Serra de Santo António, avistando-se S. Julião da Barra). A alusão aos espaços surge em falas de personagens, sendo as didascálias económicas quanto a cenários (há informação sobre luz, som, apresentação exterior das personagens, mas pouco se caracterizam os espaços). O cenário que abre o 1.º ato é idêntico ao que abre o 2.º ato, o que pode simbolizar a _____.
Ação dos trechos iniciais
Num tempo em que já há bastantes automóveis (anos oitenta) vemos um miúdo, _____, que abandonaremos pouco depois, ser desafiado, por um grupo de «populares», para uma aposta.
Grupos de populares incluem-se na pouca «cor local» da intriga (como peça «à Brecht», como teatro épico, aposta-se mais nos aspetos didáticos, na «declamação» pelos ____, mais do que no realismo naturalista).
Chegado à sala de aula, Peppino não entra no coro de homenagem ao _____ (o ditador Mussolini), ao contrário da maioria dos colegas, talvez desinformados ou com medo.
O povo é figurado como ora receoso, pouco informado, descrente, constrangido por ambiente opressivo (o da Regência, em 1817; ou, por metáfora, o do ________).
As figuras secundárias da estrutura do poder ou até parte dos próprios oprimidos não são menos ciosos da autoridade do que os chefes de que são capatazes (veja-se a agressividade da _______ ou, no teatro, o zelo dos militares).
Figuras como Vicente (do povo, mas oportunista), Andrade Corvo e ________ (delatores) saem com um retrato mais antipático até do que o dos representantes do poder que servem.
Peppino adormece e vemos uma cena passada antes de nascer (ainda é no tempo do cinema mudo), em que o seu futuro pai, o jovem Cicco Torrenuova, é o mais informado do grupo, porque é o que sabe ____. Avançamos no tempo, surgindo Peppino e o primo Nino junto de trabalhadores explorados mas submissos. E, numa cena num teatro, representantes do poder prendem um primo de Cicco e o pai de Peppino é dos poucos que entendem tudo (de novo, a referência a gostar de __). Ao longo do filme, porém, ele mesmo se revelará impotente para lutar contra os mais poderosos.
A peça abre com monólogo de Manuel (que se repetirá muito semelhantemente no início do ______ ato), que, na lista de personagens, é caracterizado como «o mais ______ dos populares»; e, no entanto, este representante do povo vai mostrando resignação, impotência para lutar contra o poder, apesar da confiança que mantém no general Gomes Freire de Andrade. As suas duplas interrogações no início dos atos («Que posso eu fazer? Sim, que posso eu fazer?»), ao predizerem a sorte da sua classe, lembram intervenções do coro da _____ grega.

TPC — Vê lista de encargos até ao fim do ano (aqui) e vai resolvendo as tarefas segundo o teu calendário. Vê as instruções para atarefa de comentário de filme/Felizmentehá luar!).

Aula 148-148R (16 [8.ª], 17 [7.ª], 18 [1.ª] 20/mai [5.ª]) Lê o texto “O Sebastianismo e o Quinto Império”, na p. 215 do manual.
1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1 A expressão “Cidadão do seu tempo” (l. 1) desempenha a função sintática de
a) complemento oblíquo.
b) predicativo do sujeito.
c) sujeito.
d) modificador do nome apositivo.

1.2 A forma verbal “deixou-se” (l. 1) exemplifica a conjugação
a) pronominal.
b) pronominal recíproca.
c) pronominal reflexa.
d) na voz passiva.

1.3 A oração sublinhada na frase “Usou todos os meios para alcançar este fim” (l. 4) é subordinada adverbial
a) final.
b) causal.
c) concessiva.
d) temporal.

1.4 No contexto, a expressão “erguer das cinzas” (l. 4) é usada com o sentido de
a) exumar o corpo.
b) recuperar a simbologia.
c) imitar a figura.
d) reavivar a biografia.

1.5 O pronome “o” (l. 9) recupera anaforicamente o referente
a) “Encoberto” (l. 9).
b) “Portugal” (l. 9).
c) “Quinto Império” (l. 9).
d) “Esse tal Encoberto que levaria Portugal a constituir-se como Quinto Império.” (l. 9).

1.6 O adjetivo “redivivo” (l. 10) significa
a) regressado.
b) ressuscitado.
c) nascido.
d) figurado.

1.7 O vocábulo “sim” (l. 14) pertence à classe
a) das preposições.
b) das conjunções.
c) dos advérbios.
d) dos quantificadores.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1 Identifica a função sintática desempenhada pela oração subordinada relativa restritiva presente em “Cidadão do seu tempo, Pessoa deixou-se arrastar pela torrente dos novos ventos que sopravam” (ll. 1-2).
__________________
2.2 Classifica a oração iniciada por “porque”, na linha 5.
__________________
2.3 Indica o antecedente do determinante possessivo que ocorre em “substância que essa pessoa e o seu nome simbolizam” (ll. 10-11).
__________________

O texto que se segue contém informações que temos vindo a referir acerca de Mensagem.
Os espaços correspondem a segmentos de uma a cinco palavras. Muitas vezes, não implicam uma resposta única, o que me levará a estranhar se as formulações nas fichas de uma mesma carteira forem recorrentemente iguais.
Podemos dizer que Mensagem é uma versão moderna, espiritualizada e profética de __________. Porém, ao contrário das epopeias clássicas, o poema de Pessoa oscila entre o pendor épico e uma dimensão marcadamente ______, mais típica da poesia _______. Com efeito, o estilo é, muitas vezes, o de quem escreve «à beira-mágoa» (como se diz no único poema do livro que ___________) e, por isso, o melhor modo de classificar Mensagem é como poema épico-______.
As três partes de Mensagem correspondem a três momentos do Império Português: nascimento, realização e morte. No entanto, esta última parte supõe um __________ (um novo império, no fundo). A figura do Encoberto, o regressado _________, alude ao desastre de _________, mas simboliza sobretudo a _________. O último ________ do livro, «É a hora!», exprime esse _________.
Na primeira parte, «Brasão», temos uma galeria das figuras da ___________. Na segunda, percorrem-se os heróis da fase da _________; na terceira, há mais elementos ________ do que verdadeiras personalidades.
Mensagem foi publicada em _______, tendo Pessoa morrido em Novembro de 1935. É o único livro escrito em português que __________. Os vários poemas que o constituem têm datas diversas: por exemplo, a segunda parte, «__________», inclui textos muito anteriores aos começos do Estado Novo (dos textos desta segunda parte lemos em aula o homónimo «________», «O Infante», «Horizonte», «O Mostrengo» e «Prece»). As datas desses poemas correspondem, em geral, à época do _______, o que se pode relacionar com o entusiasmo nacionalista que neles se sente. Já os poemas da terceira parte foram escritos não muito antes do _______ a que o livro se destinava.

A última vez que revimos o «Sermão de Santo António», ficámos no cap. II e anunciámos o cap. III, ambos sobre as virtudes dos peixes.
Dissemos que o capítulo II tratava dos elogios aos peixes, em geral, que eram estes:
foram os primeiros animais a ser criados por Deus;
foram os primeiros animais a ser nomeados;
são os animais que existem em maior quantidade e de maiores dimensões;
ouviram Santo António;
salvaram Jonas (a baleia é considerada como um peixe);
não se deixam domesticar nem corromper pelos homens.
Depois, dissemos que no capítulo III se particularizavam as virtudes alguns peixes. Resumiremos nesta tabela (roubada a Fernanda Carrilho, «Sermão de Santo António aos Peixes» de Padre António Vieira, Lisboa, Texto, 2004, p. 71) as virtudes dos quatro peixes em causa:


Entretanto, nos capítulos IV e V, o orador passa às repreensões (de novo, em geral, primeiro — no cap. IV —, e, depois, em particular — no cap. V).
O exame de 2014 (1.ª fase) incidia sobre um dos peixes criticados no capítulo V:
B
Leia o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado a seguir ao texto.

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas e para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal, porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol ou a fisga, a vós sem fisga nem anzol, mata-vos a vossa presunção e o vosso capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar por cima das entenas e cair morto.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima,
edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 102-103
glossário
entenas – antena, verga fixa a um mastro na qual se prende uma vela triangular ou vela latina.
mofino – infeliz, desgraçado.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
4. Caracterize o tipo humano que o peixe voador simboliza, tendo por base o excerto transcrito.
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5. Explicite as consequências do comportamento do peixe voador, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.
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TPC — Repito ou digo pela primeira vez (consoante as turmas): deves ver a lista de tarefas até ao fim do ano (aqui). Deves ver de imediato as Instruções para tarefa de comentário-análise de filme/Felizmente há luar!. No verso, dou notícia de uma das outras tarefas (ver aqui).

Aula 149-150 (17 [5.ª], 18 [7.ª], 19/mai [8.ª, 1.ª]) Correção do questionário sobre «O Sebastianismo [...]». (Ver Apresentação.)
Lê ensaios na p. 234 (acerca de teatro épico). Escreve comentário acerca de como as duas primeiras notas marginais (manual, p. 242; Felizmente, pp. 15-16) demonstram essa abordagem nos moldes do chamado «teatro épico».
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Relanceando as páginas iniciais (manual, 242-244; Felizmente, 15-21), comenta os sentimentos das personagens que intervêm relativamente a Gomes Freire.
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TPC — Para uma das duas próximas aulas, prepara a leitura em voz alta das falas do ato I de Felizmente que te tiverem calhado (cfr. tabela, que aliás passarás a trazer [ver aqui]):
Será leitura muito expressiva, dramatizada, mas sem representação no palco. Indicações que não tenham reflexo oral — movimentos, gestos, etc. — não são para ser assumidas. Já as pausas, os tons de voz aconselhados nas didascálias, etc. devem ser tidos em conta. Enfim, a leitura deve aproximar-se da que se faria para uma peça radiofónica.
As páginas na coluna à esquerda correspondem às da edição Areal; [as outras, à edição Ática]. (Quem não tenha o Felizmente há luar! pode preparar pela reprodução no blogue, que é da edição Areal.) As personagens a negro são as que têm falas relevantes na «cena» em causa. As falas de personagens que não estejam a negro são assumidas pelos leitores que se tiverem encarregado das falas imediatamente anteriores da mesma personagem. Quanto aos leitores das falas a itálico, ou de outras que ainda faltem, serão designados no momento.

Aula 151-152 (23 [7.ª, 5.ª], 24 [1.ª], 25/mai [8.ª]) Correção de dissertação sobre «Loucura».

Indicações para a dramatização a seguir; escolha de atores em falta.
Leitura dramatizada do ato I. (Ver aqui lista dos leitores/personagens.)
Lê o trecho de Felizmente há Luar! que, na edição Areal, está entre a p. 39 (só a partir da última fala) e a p. 42 (só até à primeira fala). Os limites são, portanto: «Principal Sousa // Se a um ministro de Deus [...]» e «Beresford // [...] nos negócios deste Reino».
Seguem-se perguntas de um exame que tinha à cabeça esse excerto.
1. No início do diálogo ([a primeira fala de Sousa e a primeira fala de D. Miguel]), o principal Sousa e D. Miguel constatam uma mudança no comportamento do povo. Refira em que consiste essa mudança, explicando de que modo se manifesta.
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2. O principal Sousa e D. Miguel não são indiferentes à alteração verificada no comportamento do povo. Mencione dois dos sentimentos que essa alteração suscita em cada uma das personagens.
Essa alteração do comportamento do povo suscita em cada uma das personagens sentimentos reveladores da grande inquietação que as invade.
D. Miguel sente-se desiludido («. . . . . . . . . . . . . . . .»), até porque entende sempre ter «. . . . . . . . . . . . . . . .» e «. . . . . . . . . . . . . . . .». Acresce a impotência de ver que a «. . . . . . . . . . . . . . . ». E acaba por exprimir desencanto face ao absurdo de um mundo que «. . . . . . . . . . . . . . . .».
O principal Sousa manifesta, por outro lado, uma grande determinação no sentido de cumprir «. . . . . . . . . . . . . . . .» de «. . . . . . . . . . . . . . . .» imune aos ventos de mudança que sopram da Revolução Francesa. É natural, portanto, que sinta ódio aos franceses, porque eles vieram abrir os olhos aos oprimidos e acabar com o rendoso sossego dos opressores: «. . . . . . . . . . . . . . . .». Incapaz de conter essa maré de mudanças que avassala a sociedade portuguesa, o principal Sousa sente indignação: «. . . . . . . . . . . . . . . .».
3. Apresente dois dos traços caracterizadores de Beresford, ilustrando cada um deles com uma citação do texto.
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TPC Vai lendo os diversos textos explicativos da unidade sobre Felizmente há luar! (os enquadrados nas pp. 241, 258, 259, 264, 269 e o texto «Portugal: 1817», nas pp. 235-236).

Aula 153-153R (23 [8.ª], 24 [7.ª], 25 [1.ª], 26/mai [5.ª])
Itens de exame com sentidos conferidos por marcadores ou por pontuação
[2015, 1.ª fase]
2. O uso de parênteses nas linhas 8 e 9 [«A dificuldade de narrar um odor (é impossível fazê-lo com precisão, apenas com o recurso a metáforas e comparações lá chegamos) está bem expressa no diálogo perfumado de ironia das Investigações Filosóficas, quando Wittgenstein pergunta: «Procuraste já descrever o aroma do café sem conseguir?»] justifica-se pela introdução de uma
(A) conclusão. | (B) transcrição. | (C) explicação. | (D) enumeração.

[2015, 2.ª fase]
5. A utilização de dois pontos na linha 2 e na linha 8 [«Tenho a sorte de já ter assistido duas vezes a Os Maias de João Botelho. Em maio vi a versão longa, na Cinemateca, pelo que agora escolhi a versão curta. Hesitei nesta escolha: pensei que seria como ler o resumo em lugar de regressar – como tantas vezes já regressei – ao grosso volume do romance de Eça de Queirós. E quem quer ler um resumo quando pode perder-se numa das mais perfeitas narrativas da literatura portuguesa? Não me arrependo de ter escolhido ambas. A montagem do filme permite que não falte, nem numa nem na outra, qualquer episódio ou fala essencial para o completo entendimento da obra. Em ambas as versões as palavras iniciais são uma surpresa: “A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa no outono de 1875...”.»] serve para introduzir, respetivamente,
(A) uma explicação e uma enumeração. | (B) uma explicação e uma citação. | (C) uma enumeração e uma explicação. (D) uma enumeração e uma citação.

[2014, 2.ª fase]
1.3. No contexto em que ocorre, a expressão «Por outro lado» (linha 19 [«Nesta linha, criticou fortemente a atuação da Inquisição e propôs uma reforma séria dos estilos, isto é, de algumas práticas judiciais deste tribunal, nomeadamente o facto de manter sob anonimato os denunciantes e realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos. Por outro lado, Vieira foi um precursor de uma reflexão crítica que favoreceria a emergência de uma consciência moderna do que se veio a designar mais tarde por Direitos Humanos».]) é equivalente a
(A) em contrapartida. | (B) por sua vez. | (C) assim. | (D) além disso.

[2014, época especial]
1.6. No texto, a palavra «nascimento» (linha 10 [«Foi nesta carta a Adolfo Casais Monteiro que Pessoa descreveu o «nascimento» de Caeiro. Apesar de os estudos pessoanos terem demonstrado que a carta não diz toda a verdade sobre a criação do heterónimo, nem dos poemas, a verdade é que aquilo que nela haverá de ficção serve para que Pessoa continue o seu jogo infinito com as racionalmente definidas fronteiras do real e do irreal.»]) encontra-se entre aspas porque se pretende destacar
(A) uma citação. | (B) uma expressão irónica. | (C) um sentido figurado. | (D) um título.

[2013, 2.ª fase]
1.5. A questão iniciada por «Mas» (linha 23), relativamente à questão colocada na linha 21, corresponde
Isso confirma que este livro é a chave para a sua poesia. — Em certo sentido, é a revelação dos recessos da minha poesia, de um certo número de segredos. Todos temos segredos e eu revelo alguns, importantes, que ajudam o leitor a perceber que aquele sujeito que lia o Dante ou o Camões era um indivíduo que podia morrer.
A sua poesia ainda tem segredos para si? A minha poesia é uma luta contra a morte. Contra esse erro que é a morte.
Mas tem zonas obscuras ou tudo nela é cristalino para si? A vida é cristalina, a morte é repelente. Nunca percebi como, no mistério da criação, pode existir a morte. Nisso sou do contra. E procuro o quê? Procuro exaltar tudo o que a vida tem de bom.»]
(A) à introdução de uma ideia nova, oposta à anterior. | (B) a uma síntese da opinião do entrevistado. | (C) a uma leitura alternativa da obra do poeta. | (D) à clarificação daquilo que se pretende perguntar.

[2013, época especial]
1.4. Ao utilizar a interrogação retórica, na linha 24 [«Amar um livro é pedir-lhe que seja sempre nosso, assim, como um amor que se conserva para repetir ou reaprender. Como poderemos jurar fidelidade a um texto que se desliga? É como não ter sentimentos, descansar na morte, não permanecer vivo enquanto espera por nós. É infiel.»], o autor
(A) solicita uma informação. | (B) reforça uma opinião. | (C) introduz uma ideia nova. | (D) reformula um pedido.

O conceito de Marcador discursivo pode ser considerado como um hiperónimo de unidades discursivas invariáveis, apresentando várias funções no plano do texto, como: ligar segmentos maiores ou menores do discurso; organizar os enunciados em blocos (partes) textuais; contribuir para a interpretação dos enunciados; indicar o sentido da conexão dos enunciados; introduzir novos temas e registos discursivos diferentes; facilitar a interpretação do texto; manter e orientar o contacto do locutor com o interlocutor.
Os marcadores discursivos podem subdividir-se em várias classes:

Estruturadores de informação
Têm a função de ordenar a informação, assegurando a abertura, o desenrolar e o fecho de uma série.

Podem apresentar três possibilidades de origem semântica (enumeração, lugar, tempo).
enumeração: em primeiro lugar, inicialmente, de um lado, em segundo lugar, em seguida, depois, por último, finalmente, por outro lado, para terminar, em síntese, etc.
lugar: atrás, além, de um lado, na frente, em cima, à esquerda, etc.
tempo: então, em seguida, (e) depois, após, na véspera, no dia seguinte, etc.
Conectores
Têm a função de ligar enunciados ou sequências de enunciados, estabelecendo uma relação semântica e pragmática entre os membros da cadeia discursiva.

Morfologicamente, são unidades linguísticas invariáveis; pertencem às seguintes classes de palavras: interjeições, advérbios e conjunções.
Conectores aditivos ou sumativos: além disso, ainda por cima, do mesmo modo, igualmente, etc.
Conectores conclusivos e explicativos:
por consequência, logo, portanto, de modo que, donde se segue, etc.
Conectores contrastivos ou contra-argumentativos:
sem embargo, não obstante, todavia, contudo, de qualquer modo, em todo o caso
Reformuladores
Têm a função de explicação e de retificação.
por outras palavras, ou seja, dizendo melhor, ou antes, etc.
Operadores discursivos
Têm a função de reforço argumentativo e de concretização.
de facto, na realidade, por exemplo, mais concretamente, etc.
Marcadores conversacionais
Têm a função de manter e orientar o contacto do locutor com o interlocutor.
ouve, você sabe, então, olha, presta atenção, homem, etc.

Como se pôde verificar, os conectores discursivos são uma classe dos marcadores discursivos: o seu significado dá instruções, que vão orientar o recetor na interpretação dos enunciados, na construção das inferências, no desenvolvimento dos argumentos e dos contra-argumentos; verificam-se tanto na sua realização oral como na realização escrita.
O termo conexão corresponde ao encadeamento de enunciados, podendo ser assegurado por marcadores discursivos e pela pontuação (na escrita).
Todo o texto e tabela em cima são adaptações de um trecho de Inês Silva & Carla Marques, Estudar Gramática no Ensino Secundário ([Lisboa?], Asa, 2011).
No nosso manual (p. 344) há uma lista de conectores e ideias que exprimem.

Classificação de orações
Maria Regina Rocha, Gramática de Português. Ensino Secundário, Porto, Porto Editora, 2016, pp. 127 e 134:



Exercícios tirados de Maria Regina Rocha, Gramática de Português. Ensino Secundário, Porto, Porto Editora, 2016, pp. 248-249, 253:

1. Registe no lugar correto a natureza e o tipo da oração sublinhada.

Oração
Coordenada
Subordinada
a) A Maria tem muita pena, mas não pode ir à festa.
Adversativa
b) Já te disse que não gosto de filmes de terror.


c) Fiz as malas e parti para Londres.


d) A Sofia era a rapariga que falava em voz baixa.


e) Queres gelatina ou preferes salada de frutas?


f) Mal o despertador tocou, o Carlos levantou-se.


g) O nevoeiro era tanto que não se via nada.


h) Se não nos despachamos, perdemos o autocarro.


i) Embora já fosse tarde, ele ficou a ouvi-la.


j) Ele não está a dormir, pois a luz está acesa.


k) Como não estavas cá, não ouviste a conversa.


l) Quem não sabe nadar não deve entrar no rio.



2. Classifique as orações sublinhadas.
e) A Ana não lavou a loiça nem limpou a casa, mas passou a ferro toda a roupa.
f) Por mais que eu lhe pedisse que viesse connosco, não a consegui convencer.

12. Faça a correspondência entre cada uma das orações sublinhadas e a função sintática desempenhada.


O que se segue são os itens 4 e 5 de dois exames com Frei Luís de Sousa. Como se sabe, as perguntas 4 e 5 podem ocupar-se ainda do «Sermão de Santo António» do Padre António Vieira, de algum poema de Cesário Verde (com relevo para «O Sentimento dum Ocidental» — releiam-no e vejam o ensaio sobre ele), de poema lírico de Camões ou até de texto contemporâneo (de escritor «dado» no 10.º ano, mas sem que, nestes casos, haja matéria estudável significativa — daremos um exemplo com a lírica, se ainda for possível).

2015, época especial — grupo I-B
Leia o texto.
CENA VI
ROMEIRO, TELMO; e MADALENA de fora, à porta do fundo

Madalena — Esposo, esposo! abri-me, por quem sois. Bem sei que aqui estais: abri.
Romeiro — É ela que me chama. Santo Deus! Madalena que chama por mim...
Telmo — Por vós!
Romeiro — Pois por quem?... não lhe ouves gritar: — «esposo, esposo»?
Madalena — Marido da minha alma, pelo nosso amor te peço, pelos doces nomes que me deste, pelas memórias da nossa felicidade antiga, pelas saudades de tanto amor e tanta ventura, oh! não me negues este último favor.
Romeiro — Que encanto, que sedução! Como lhe hei de resistir!
Madalena — Meu marido, meu amor, meu Manuel!
Romeiro — Ah!... E eu tão cego que já tomava para mim!... Céu e Inferno! abra-se esta porta... (Investe para a porta com ímpeto; mas para de repente.) Não: o que é dito, é dito. (Vai precipitadamente à corda da sineta, toca com violência; aparece o mesmo irmão converso, e a um sinal do romeiro ambos desaparecem pela porta da esquerda.)
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Lisboa, Comunicação, 1982, pp. 214-216

4. Analise a evolução do estado de espírito do Romeiro ao longo desta cena.
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5. «Por vós!» (linha 8). Explique esta exclamação proferida por Telmo, tendo em conta o seu conhecimento da obra.
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2014, 2.ª fase — grupo I-B
Leia o texto seguinte.

MADALENA — Meu adorado esposo, não te deites a perder, não te arrebates. Que farás tu contra esses poderosos? Eles já te querem tão mal pelo mais que tu vales que eles, pelo teu saber – que esses grandes fingem que desprezam... mas não é assim, o que eles têm é inveja! – O que fará, se lhes deres pretexto para se vingarem da afronta em que os traz a superioridade do teu mérito! – Manuel, meu esposo, Manuel de Sousa, pelo nosso amor...
JORGE — Tua mulher tem razão. Prudência, e lembra-te de tua filha.
MANUEL — Lembro-me de tudo, deixa estar. Não te inquietes, Madalena: eles querem vir para aqui amanhã de manhã; e nós forçosamente havemos de sair antes de eles entrarem. Por isso é preciso já.
MADALENA — Mas para onde iremos nós, de repente, a estas horas?
MANUEL — Para a única parte para onde podemos ir: a casa não é minha... mas é tua, Madalena.
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Lisboa, Comunicação, 1982, pp. 120-121

4. Caracterize Manuel, tendo em conta quer as falas de Madalena, quer as decisões por ele tomadas.
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5. Explique os comportamentos manifestados por Madalena e por Manuel no excerto transcrito, fundamentando a sua resposta com elementos textuais pertinentes.
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TPC — Vai estudando gramática (por exemplo, orações e conjunções, que foram aspeto revisto hoje).

Aula 154-155 (24 [5.ª], 25 [7.ª], 26/mai [8.ª, 1.ª]) Correção de trabalho feito na aula anterior.
As cenas de Felizmente há luar! a que alude o ponto 1 da p. 251 são as que estivemos a rever em filme. Resolve o ponto 1.1 da p. 251 do manual (espero que o teu livro, adquirido sabe-se lá por que vias, não tenha já escrevinhadas as soluções — que aliás sei estarem erradas):

linha
parvoíce
emenda inteligentíssima
2


4


6


7


9


12


14


19


22


25


26


29



À parte da peça que estivemos a rever sucedem as falas em «O chefe da revolta» (pp. 252-254). Responde a estas perguntas (no manual, mas roubadas a prova de exame):
1. Refere a importância do excerto transcrito para o desenvolvimento da ação da peça.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. Relê a frase: «Trata-se de um inimigo natural desta regência.» (l. 44). Explica como, no contexto, esta réplica de Beresford tem um efeito irónico.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Se houver tempo, podes fazer o ponto 3 da p. 256 (mas não deve haver):
a. = __ | b = __ | c = __ | d = __ | e = __

Talvez vejamos ainda o excerto de Conta-me como foi referido no ponto 1 da mesma p. 256. Se sim, pensemos de que modo o vídeo (e o cartoon) representam metaforicamente a situação retratada em Felizmente há luar!.


Baarìa. A porta do vento
Felizmente há luar!
Guerra e ocupação estrangeira
Retomámos hoje o filme no momento em que se resolvia a guerra, a _____ Guerra Mundial, com o desembarque dos aliados e os saques por parte do povo (tendo mais sorte Peppino do que a futura namorada, Mannina). Soldados _____ são bem recebidos — a sua chegada é vista como libertadora —, com Mannina a ser a melhor a interpretar o que querem. Estamos em 1943.
O período que se vive é ainda consequência da guerra, isto é, das _____ francesas (1807, 1809, 1810). Por fuga e estratégia, a corte portuguesa fora para o Brasil em 1808. Na peça estamos em 1817. Chegados para ajudar os portugueses, militares _____ estão instalados no país já há muito — desde 1808 —, o que não agrada ao povo. Quem governa é o Conselho da Regência.
Organizações políticas e secretas
Vive-se num momento de evolução política: por um lado, o fim do ____; por outro, em termos de regime, perspetivava-se a mudança de monarquia para república. Vemos Peppino a inscrever-se no Partido ___. Assistimos a um comício (na sequência do qual, Peppino e Nino lutam entre si, só depois se identificando) e à mobilização de massas por alturas do assassinato de populares. E há outros testemunhos da repressão e da exploração de camponeses e operários. Entretanto, apercebemos-nos dos pequenos expedientes, ora políticos ora comerciais, em que se envolve ___.
Por falas de personagens, sabemos do papel que teria a ___ (aparece também referida como «os pedreiros livres») na promoção de uma mudança política. Gomes Freire era mação (e, aliás, grão-mestre); os próprios Andrade Corvo e Morais Sarmento pertenciam a uma loja maçónica. Pelos cafés, pelos botequins, germinava o ambiente que prenunciava a revolta ___ de 1820; e havia pasquins revolucionários afixados. Nesta altura, em 1817, estaria em curso uma conspiração ou, pelo menos, o poder fez que se fizesse crer que estava em curso essa conjura, alegadamente chefiada por ___.

TPC — Preparação das leituras para as duas Ligas: os leitores do jogo iota [ι] de ambas as ligas preparam as falas em «Matilde de Melo» (p. 257-258); os leitores dos jogos capa [κ], as falas nas duas primeiras páginas (259-260) de «Neste reino as almas não são caras»; os leitores dos jogos lambda [λ], as falas do mesmo texto mas na parte que está nas pp. 261 a 263; os leitores dos jogos mü (ou mi) [μ], as falas do texto «Felizmente há luar!» (pp. 266-268). (As didascálias — marginais ou inseridas no texto — não são para ler, é claro. A leitura será dramatizada.) Entretanto, aqueles a quem for devolvendo os textos sobre Felizmente/filme devem lançar as emendas que marquei e enviar-me de novo o ficheiro (num anexo).

Aula 158-159 (31/mai [5.ª, 7.ª], 1/jun [8.ª, 1.ª]) Recitações de poemas de Mensagem.

Questionário ao estilo de grupo II sobre linguagem de Felizmente Há Luar!:
Lê atentamente o texto «A linguagem em Felizmente Há Luar!», presente na página 264 do manual.
1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1 O verbo utilizado na primeira oração do texto é
a) transitivo direto.
b) intransitivo.
c) copulativo.
d) transitivo-predicativo.

1.2 O uso da conjunção «e» em «são dotadas de uma profunda sensibilidade e poder metafórico» (ll. 4-5) justifica-se por
a) ligar orações coordenadas.
b) associar elementos linguísticos com a mesma função sintática.
c) unir nomes.
d) juntar expressões constituídas por um nome e um adjetivo.

1.3 A expressão «dar conta de» utilizada em «as palavras de Beresford, principal Sousa e D. Miguel dão conta de um sentido prático» (ll. 5-6) significa
a) disfarçar.
b) revelar.
c) enumerar.
d) desejar.

1.4. No contexto, os termos «discurso» (l. 7) e «vozes» (l. 7) mantêm uma relação de
a) equivalência.
b) hierarquia.
c) oposição.
d) inclusão.

1.5 O correferente «as» (l. 11) evita a repetição do referente
a) «falas» (l. 10).
b) «falas muito longas» (l. 10).
c) «discursivas» (l. 10).
d) «algumas» (l. 11).

1.6 Com o uso conjugado de «não só» e «mas também» (ll. 16-17) o enunciador insere
a) uma ligação consecutiva.
b) um nexo causal.
c) uma exemplificação.
d) uma conexão aditiva.

1.7 A repetição das palavras «linguagem» (ll. 1 e 2), «palavras» (ll. 4, 5 e 17) e «falas» (ll. 10, 11 e 16) contribui para garantir a coesão
a) temporoaspetual.
b) lexical.
c) referencial.
d) interfrásica.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1 Justifica o uso das vírgulas na passagem «um sentido prático, utilitário, material.» (l. 6).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Identifica a função sintática de «pela utilização de um nível popular da língua» (l. 8).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 Indica a classe a que pertence a palavra «se» (l. 4).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Identifica a função sintática de «falas muito longas» (l. 10).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 Indica a classe a que pertence a palavra «que» (l. 12).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Depois de assistirmos a um trecho de Baarìa:

Baarìa. A porta do vento
Felizmente há luar!
As personagens femininas principais
_______ só ganha importância no filme a partir do momento em que ______ dela se enamora. É então uma jovem decidida, que rejeita o noivo que lhe querem impor e chega a incitar Peppino a fugirem ambos. Parte do seu retrato posterior resultará da ausência do marido: ela é a mãe de família que ____ pelos filhos num contexto de dificuldades, enquanto Peppino se dedica à política ou está emigrado. Pobre e cansada, revela _____, o que advém de ter de prover às necessidades dos filhos. São a sua preocupação principal, por eles aceitando pedir _____ a comerciantes e mostrando sentido prático (que, no fundo, contrasta com a quase alienação do marido, que nos aparece como ____, um pouco vaidoso e egoísta). Mannina é uma personagem relativamente _____, que mantém um comportamento sempre idêntico.
_______ só intervém no ato II, já depois de se saber que ______ fora preso. Antes de conhecer o segundo marido, quase morrera «aperreada entre paredes sem janelas donde se visse o mundo». Parte do seu atual retrato resulta da ausência do marido: ela é a mulher apaixonada que, apesar da debilidade em que se encontra, procura _____ o General, encarcerado em São Julião da Barra. Desesperada, mostra ______, mesmo se, a partir de certa altura, ganha consciência da dificuldade da sua luta. Confessa que, se o ______ fosse vivo, o aconselharia a ser cobarde e ter preocupações materiais (o que lhe serve de contraste com a atitude _____, justa e desinteressada do marido). Matilde é uma personagem redonda, com psicologia _____, que vai percorrendo vários estados de espírito.

TPCNa próxima aula, testaremos a gramática. Formato será o dos dois trabalhos do período passado (tabela para se escrever ao lado a classificação pedida). Conteúdos voltarão a ser, em primeiro lugar, a classificação de orações e, em segundo lugar, a identificação de funções sintáticas (no fundo, as matérias que mais costumam sair nas três ultimas perguntas do grupo II). Outros conteúdos que posso abordar mas em muito menos itens: classes de palavras; atos ilocutórios; aspetos; processos (morfológicos e  irregulares) de formação de palavras; recursos estilísticos; etc.
Trabalho de averiguação de leitura de Memorial do Convento (que é só para alguns) será também na próxima aula. Verei como o vou elaborar, mas é improvável que use itens de escolha múltipla. Quem leu a obra (não estou a pensar em livros de resumos, é claro) nada tem de recear.

Aula 160-161 (1 [7.ª], 2/jun [1.ª, 5.ª, 7.ª]) Correção de questionário sobre «A linguagem de Felizmente há luar!» (ver Apresentação).
Questionário de gramática:
Versão com brigadeiro de chocolate
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Como estudaste muito, vai ser facílimo.

Para que ele seja feliz, dou os meus dois rins.

O Eleutério recita melhor do que lê.

Éderson, que chuta com força, assinou pelo City.

Desde que saibas gramática, isto é canja.

O advogado defendeu que o homicida era boa pessoa.

A maternidade onde nasci já não existe.

Não só é inteligente como estuda desalmadamente.

Depois que toque, recolherei as provas de exame.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
Naquele dia chegavam as estátuas a Mafra.

Comprei a barraca que me aconselhaste.

A Isabel abraçou-nos com amizade.

A aluna chegou ontem de Belo Horizonte.

Este cocó de cão parece um brigadeiro de chocolate.

Achei os exames deste ano mais difíceis.


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).

amável
derivação por sufixação
ensolarado

[o] toque (< tocar)

agronomia


Indica o valor aspetual (genérico, perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo).

Benfica é uma boa zona.
genérico
Temos jantado no Edmundo todas as sextas.

O aluno resolvia o teste e comia a sua merenda.


Versão com sola de sapato
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Beresford gostava de Portugal, pois prezava o seu salário.

O café Império, onde se comem belos bifes, não fecha hoje.

Sempre que comes sola de sapato, ficas indisposto.

A rapariga cuja saia é verde não é Matilde de Melo.

O professor perguntou-lhe se estudara as substantivas.

Mesmo que bebesse muito, Pessoa escrevia sempre bem.

Ora recitam Pessoa, ora dramatizam Sttau Monteiro.

Já que não sabes russo, tens de perguntar à Anastasiia.

Matilde gritava tanto, que Gomes Freire preferiu a forca.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
Ela viu-me na Síria.

Os adeptos do Vitória, que é de Guimarães, molharam-se.

Considero Marco Silva muito superior a Jesus.

O padre Bartolomeu regressou da Holanda.

Nas escadas da ESJGF pisamos cocós de cão constantemente.

Eleutério, vieram agora os jornais da manhã!


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).

amável
derivação por sufixação
[o] comer (< comer)

conta-gotas

ajoelhar


Indica o valor aspetual (genérico, perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo).

Benfica é uma boa zona.
genérico
Estou a fazer o raio do teste com toda a facilidade.

Resolvi bem o último item do sacana do trabalho.


Para responderes a perguntas segundo o modelo do grupo I-A dos exames, lê com atenção os excertos seguintes de «A Passagem das Horas», de Álvaro de Campos.

                Sentir tudo de todas as maneiras,
                Viver tudo de todos os lados,
                Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
                Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
5              Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

                Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
                Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
                Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
                Seja uma flor ou uma ideia abstrata,
10            Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
                E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
                São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
                E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
                Porque ser inferior é diferente de ser superior,
15            E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
                Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de carácter,
                E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
                E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
                E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
20           Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
                Basta que ela exista para que tenha razão de ser.
                Estreito ao meu peito arfante num abraço comovido
                (No mesmo abraço comovido)
                O homem que dá a camisa ao pobre que desconhece,
25            O soldado que morre pela pátria sem saber o que é pátria,
                E…
                E o matricida, o fratricida, o incestuoso, o violador de crianças,
                O ladrão de estradas, o salteador dos mares,
                O gatuno de carteiras, o sombra que espera nas vielas –
30           Todos são a minha amante predileta pelo menos um momento na vida.
                […]

                Multipliquei-me para me sentir,
                Para me sentir, precisei sentir tudo,
                Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
                Despi-me, entreguei-me,
35            E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
                Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007

1.
Identifica a fase da obra do heterónimo pessoano em que se integra o poema, fundamentando devidamente a tua resposta.
2. Para Álvaro de Campos, a única realidade é a sensação. Explica como esta realidade se torna visível no poema.
3. Identifica os mecanismos linguísticos e estilísticos utilizados para transmitir a forte carga emotiva e o sensacionismo dinâmico ao longo do texto.
4. O poema constitui uma intensa e paradoxal autorreflexão. Comprova a afirmação com elementos textuais.

1.         O texto insere-se na fase futurista/sensacionista da obra de Álvaro de Campos, uma vez que se caracteriza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.        Para o sujeito poético, o mais importante é . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . Afirma que  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.        A emotividade e o dinamismo servem-se, no plano da linguagem e do estilo, dos seguintes recursos: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.        O poema está centrado no “eu”, que se torna presente, no discurso, através de deíticos de primeira pessoa, como pronomes (. . . . . . . . . .), determinantes (. . . . . . . . . .) e formas verbais (. . . . . . . . . .). O sujeito poético reflete sobre o seu sensacionismo que, por ser tão exacerbado, confere à sua personalidade uma dimensão paradoxal, expressa em afirmações como as presentes nos versos 12-13 e 16-17 e resumidas no verso final da composição (que sintetiza metaforicamente a sua veneração por aspetos distintos, mesmo que contraditórios).

Leitura em voz alta de «Luís de Camões, esse desconhecido» (pp. 150-151) e de «Pessoa responde a Ana Moura» (pp. 25-26), para efeitos das semi-finais das duas Ligas.
TPC — Se ainda não o fizeste, não esqueças de enviar reformulações de trabalhos que te tenha devolvido. Ainda antes da última aula lançarei todos as análises filme/Felizmente com as respetivas notas (mas antes do fim de semana não conseguirei afixar quase nada).
Os alunos a quem pedi que tratassem de tarefas há muito atrasadas — e se não o fizeram já — deviam ainda ver o que podem enviar-me (embora já não comprometa a ver tudo com a mesma simpatia que tenho com os vossos trabalhos em geral).
Para a final da Liga dos Campeões, servirá o soneto «Fernando Pessoa» (p. 149), de Manuel Alegre; para a final da Liga Europa, o soneto «A Camões» (p. 148), de Manuel Bandeira.
Sugestão de tepecê: fazer a dissertação 2 ou 3 da p. 272 (não façam exatas duzentas palavras, por favor). Prometo trazê-la corrigida para alguma sessão de «cábulas» que venhamos a fazer antes do exame.

Aula 162-163 (5 [1.ª], 6/jun [7.ª, 5.ª, 8.ª]) Correção do questionário de gramática da penúltima aula.
Soluções do trabalho de gramática
Versão com brigadeiro de chocolate

Como estudaste muito, vai ser facílimo.
subordinada adverbial causal
Para que ele seja feliz, dou os meus dois rins.
subordinada adverbial final
O Eleutério recita melhor do que lê.
subordinada adverbial comparativa
Éderson, que chuta com força, assinou pelo City.
subordinada adjetiva relativa explicativa
Desde que saibas gramática, isto é canja.
subordinada adverbial condicional
O advogado defendeu que o homicida era boa pessoa.
subordinada substantiva completiva
A maternidade onde nasci já não existe.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Não só é inteligente como estuda desalmadamente.
coordenada copulativa
Depois que toque, recolherei as provas de exame.
subordinada adverbial temporal

Naquele dia chegavam as estátuas a Mafra.
sujeito
Comprei a barraca que me aconselhaste.
modificador restritivo do nome
A Isabel abraçou-nos com amizade.
complemento direto
A aluna chegou ontem de Belo Horizonte.
complemento oblíquo
Este cocó de cão parece um brigadeiro de chocolate.
predicativo do sujeito
Achei os exames deste ano mais difíceis.
predicativo do complemento direto

ensolarado
parassíntese
[o] toque (< tocar)
derivação não afixal
agronomia
composição morfológica

Temos jantado no Edmundo todas as sextas.
iterativo
O aluno resolvia o teste e comia a sua merenda.
imperfetivo

Versão com sola de sapato

Beresford gostava de Portugal, pois prezava o seu salário.
coordenada explicativa
O café Império, onde se comem belos bifes, não fecha hoje.
subordinada adjetiva relativa explicativa
Sempre que comes sola de sapato, ficas indisposto.
subordinada adverbial temporal
A rapariga cuja saia é verde não é Matilde de Melo.
subordinada adjetiva relativa restritiva
O professor perguntou-lhe se estudara as substantivas.
subordinada substantiva completiva
Mesmo que bebesse muito, Pessoa escrevia sempre bem.
subordinada adverbial concessiva
Ora recitam Pessoa, ora dramatizam Sttau Monteiro.
coordenada disjuntiva
Já que não sabes russo, tens de perguntar à Anastasiia.
subordinada adverbial causal
Matilde gritava tanto, que Gomes Freire preferiu a forca.
subordinada adverbial consecutiva

Ela viu-me na Síria.
complemento direto
Os adeptos do Vitória, que é de Guimarães, molharam-se.
modificador apositivo do nome
Considero Marco Silva muito superior a Jesus.
predicativo do complemento direto
O padre Bartolomeu regressou da Holanda.
complemento oblíquo
Nas escadas da ESJGF pisamos cocós de cão constantemente.
modificador do grupo verbal
Eleutério, vieram agora os jornais da manhã!
sujeito

[o] comer (< comer)
conversão
conta-gotas
composição morfossintática
ajoelhar
parassíntese

Estou a fazer o raio do teste com toda a facilidade.
imperfetivo
Resolvi bem o último item do sacana do trabalho.
perfetivo

Finais da Liga Europa («A Camões», de Manuel Bandeira) e da Liga dos Campeões («Fernando Pessoa», de Manuel Alegre).

Tarefas mais importantes do 3.º período



Leitura
Aula (& Casa — supunha-se a leitura prévia da obra)
Questionário para verificação da leitura de Memorial do Convento (aula 138-139)
Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos
Escrita
Aula
Itens de grupo I sobre invocação às Tágides e às ninfas do Mondego (aula 128-129)
Itens de grupo I sobre regresso das naus (aula 133-134)
Itens de grupo I sobre final de Memorial do Convento (aula 136-137)
Itens de grupo I sobre Felizmente há luar! (aula 151-152)
Itens de grupo I sobre Felizmente há luar! (aula 156-157)
Perceção da capacidade de redigir para depois ler em aula
Casa
Alfabeto Pessoano (tepecê da aula 126-127)
Comentário acerca de aspetos épicos e antiépicos de Os Lusíadas (tepecê da aula 130-131)
Dissertação sobre tema na p. 196 — pedagogia/atualidade de Lusíadas (tepecê da aula 136-137)
Dissertação sobre «Memorial é, e não é, uma epopeia» (tepecê da aula 141-142)
Dissertação sobre «Loucura» — p. 215 (tepecê da aula 145)
Comentário/análise comparativo de filme e Felizmente há luar! (tepecê de aula 146-147)
Reformulação do texto anterior (tepecê da aula 156-157)
[Dissertação 2. ou 3. da p. 272 (tepecê da aula 160-161)]
Compreensão oral/Produção oral
Aula (& preparação em Casa)
Produção oral (sem leitura no momento)
Recitação de poema de Mensagem (anunciada no tepecê da aula 146-147; realizado na aula 158-159)
Leitura + Produção oral
Leitura dramatizada de Felizmente há luar! (tepecê da aula 102-103; realizado na aula 151-152)
Leituras expressivas de textos diversos para vencedores das leituras anteriores (aula 156-157 e ss.)
Gramática
Gramática + Compreensão
Aula
Questionário sobre «O Sebastianismo e o Quinto Império», tipo grupo II (aula 148 ou 149-150)
Questionário sobre «A linguagem em Felizmente há luar!», tipo grupo II (aula 158-159)
Gramática só
Aula (& estudo em Casa)
Questionário (orações, funções sintáticas, formação de palavras, aspeto) (aula 160-161)
Perceção da atenção em momentos em que se trata de ouvir professor em explicações de conteúdos

Assiduidade


Conselhos
Ir lembrando matérias literárias do 11.º ano (reler folhas nossas, manual — alguns enquadrados são úteis —, mesmo Caderno de atividades e Caderno de apoio ao exame): Padre Vieira, Cesário Verde. (Frei Luís de Sousa parece-me mais sabido, mas também; já Os Maias é quase impossível que seja assunto de exame — não é obra única.)
Não creio devam investir em matéria literária do 10.º ano (mas, nas sessões de cábulas, tratarei brevemente de Camões lírico).
No caso das matérias do 12.º ano, fechar o estudo de Felizmente há luar! (ver enquadrados do manual). Ver melhor alguns textos de Mensagem — os da 1.ª parte — que estão explicados no manual e em que não nos detivemos muito. Relembrar o restante Pessoa ortónimo e os heterónimos. Não sei se vale a pena rever Memorial (enfim, quem não leu a obra talvez o devesse fazer ainda).
E, claro, ir revendo toda a gramática (eu, nas cábulas, farei uma passagem por tudo mas breve).
Ir vendo, no final da página de abertura do blogue, o que possa pôr de informações úteis (incluindo alguma alteração às sessões de cábulas).
Entretanto, se estiverem em Lisboa, não deixem de aparecer:
1.ª sessão de cábulas — dia 12 de junho (2.ª feira), provavelmente, na sala E5 (aliás, na D9):
12.º 5.ª — 8.00-9.45
12.º 8.ª — 9.46-11.31
12.º 7.ª — 11.32-13.17
*12.º 1.ª 14.00-15.45
2.ª sessão de cábulas — dia 16 de junho (6.ª feira), provavelmente, na sala E5 (aliás, na D9):
12.º 5.ª — 8.00-9.45
12.º 8.ª — 9.46-11.31
12.º 7.ª — 11.32-13.17
*12.º 1.ª 14.00-15.45
* Sobretudo os alunos da turma 1.ª poderão, se o entenderem, comparecer a outras sessões (embora não me convenha que todos optem pelo mesmo horário).

Sugestão — Até 16 de junho podes entregar no CRE textos para Concurso José Gomes Ferreira (poesia, conto, teatro). Vê o Regulamento.

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