Aulas (2.º período, 1.ª parte: 64-103)
Aula 64-65
(3 [5.ª], 4
[1.ª], 5/jan [8.ª, 7.ª {nesta turma, a sessão começou com o questionário sobre Memorial incluído na aula 67-68}]) Lê o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen na p.
100. Tem algumas semelhanças óbvias com odes de Ricardo Reis — a que alude — e
particularmente com «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (pp. 97-98).
Descartando as semelhanças formais (quartetos com um/dois versos mais curtos;
vocativo «Lídia», uso da 1.ª pessoa do plural), ocupa-te apenas com o contraste
em termos de ideologia.
Embora
ambos os textos reconheçam a fugacidade da vida, o poema de Sophia, ao
contrário do de Ricardo Reis, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Passa
ao texto de Ricardo Reis «Prefiro rosas, meu amor, à pátria» (p. 102). Depois
de leres o poema, resolve o ponto 1.1, completando o texto informativo «As
rosas e a pátria (pp. 102-103).
1 — ____; 2 — ____; 3 — ____; 4 — ____; 5 —
____; 6 — ____; 7 — ____; 8 — ____; 9 — ____; 10 — ____; 11 — ____; 12 — ____;
13 — ____; 14 — ____; 15 — ____; 16 — ____; 17 — ____; 18 — ____; 19 — ____; 20
— ____.
Miguel
Esteves Cardoso, «O cronocídio», Público,
17-12-2016, p. 47:
Já ninguém fala em matar o tempo. Agora só se
fala no tempo que não se tem. Matar o tempo soa como um crime duma estupidez
atroz.
Desligar o telemóvel é receber uma fortuna de
tempo. Se formos ver o que fazemos com os telemóveis, é entretermo-nos com
coisas. Pensamos que estamos a actualizar-nos ou a manter-nos informados, mas o
que estamos a fazer é a participar em passatempos. Agimos como se tivéssemos
tempo a mais. E assim matamos o tempo. Assim matamos o tempo que, depois de
descontado todo o tempo passado em passatempos, fatalmente já não temos.
Falamos em poupar tempo, mas melhor seria falar
em ganhar tempo. Sempre que reduzimos o tempo que gastamos a fazer coisas que
não nos dão prazer, estamos a ganhar tempo para fazer as coisas que nos dão.
Deveríamos ter, pelo menos, oito horas por dia para fazermos o que nos apetece.
Os outros dois terços do dia seriam para dormir, trabalhar e cuidar da higiene.
Oito horas! Oito horas limpas, para ocupar com
prazeres verdadeiros que já ninguém nos tira! Oito horas não é pedir muito, mas
quem é que as tem? Quase ninguém. E porquê? Porque anda a gastar esse tempo
noutras coisas: está, sem dar por isso, a matar o seu próprio tempo, a cometer
cronocídio.
A aldeia remota, a ilha do Corvo andam sempre
connosco, cá dentro. Temos o mesmo tempo do que quem lá vive — e num sítio com
muito mais coisas para fazer. Basta desligar e começar a ganhar tempo até se
ter as duas, quatro, seis, oito horas por dia de que precisamos para gozar a
vida breve que é a nossa.
Explica
«cronocídio» (segundo o sentido que lhe dá o cronista).
Contrasta
as posições, quanto a ‘tempo’ de MEC e Ricardo Reis (e Sophia).
Transforma a ode de Reis «As rosas amo dos
jardins de Adónis» (a) num trecho de extenso poema sensacionista de Campos; (b)
num poema de Caeiro.
Haverá aproveitamentos temáticos do texto de
Reis — enfim, perceber-se-á a inspiração inicial apenas, já que nem a ideologia
poderá ser a mesma —, mas o essencial será que chegues a bons «pastiches»
(imitações) de Campos e de Caeiro.
TPC — [Na próxima aula, já será preciso
teres lido alguns capítulos de Memorial
do Convento, de José Saramago, que te
pedira fosses lendo nas férias.]
Aula 66-66R (3 [8.ª], 4 [7.ª], 5 [1.ª], 6/jan [5.ª])
Numa das provas de 2014 está o único grupo I-B com Cesário Verde:
B
Leia as cinco
estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.
Cesário Verde, Obra Completa de Cesário Verde, edição
de Joel Serrão, Lisboa, Livros Horizonte, 1988, p. 151
Apresente, de
forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
4. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético
e relacione-o com os efeitos que a cidade nele provoca.
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5. Identifique duas características temáticas da
poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua resposta com elementos textuais
pertinentes.
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Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento dum
Ocidental». Em cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei uma sua
letra ou troquei a palavra toda por outra do mesmo campo lexical (co-hipónima
ou co-merónima). Procura repô-las.
E evoco, então, as crónicas nabais:
Ciganos, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul, salvando um DVD, a nado!
Singram soberbas trotinetes que eu não verei jamais!
E o fim da noite inspira-me; e incomoda!
De um couraçado luxemburguês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de loucas e talheres
Flamejam, ao jantar alguns hotéis da mona.
Num trem de praça arengam dois futebolistas;
Um trôpego arlequim braceja numas ondas;
Os querubins do lar flutuam nas barandas;
Às mortas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se os manchésteres e as oficinas;
Reluz, viscoso, o tio, apressam-se as obreiras;
E num rebanho negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as narinas.
Vêm sacudindo as orelhas opulentas!
Seus broncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à axila, embalam nas canastras
Os bisnetos que depois naufragam nas tormentas.
Descalças! Nas descargas de Marvão,
Desde manhã à noite, a bordo das motorizadas;
E apinham-se num bairro aonde miam patas,
E o peixe podre gela os focos de infeção!
TPC —
Lê o capítulo ensaístico sobre «O Sentimento dum Ocidental» (de Helder Macedo, Nós
—uma leitura de Cesário Verde, pp. 165-191) copiado aqui.
Aula 67-68 (4 [5.ª], 5 [7.ª {nesta turma, a segunda parte da aula será
diluída em outras sessões ou em tepecê, sendo substituída por grande parte da
aula 64-65 }], 6/jan [8.ª, 1.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 288-289. Não
consultes, portanto, outras folhas do manual com matéria do Memorial do Convento — nem a própria
obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.
Em «para dar
infantes à coroa portuguesa» (ll. 2-3), o sujeito é
a) nulo expletivo.
b) nulo subentendido, reportando-se a D. João.
c) nulo subentendido, reportando-se a D. Maria Ana.
d) «infantes».
«Que caiba a
culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens,
das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes [...]» (ll. 5-7) mostra
que o narrador
a) é participante e está a ser irónico.
b) está focalizado segundo a perspectiva de Baltasar.
c) é objectivo.
d) ainda que omnisciente, assume uma voz marcada pelos preconceitos de
época.
«e inda agora
a procissão vai na praça» (ll. 8-9) significa que
a) o rei ainda teria mais filhos ilegítimos.
b) só naquele momento começavam as relações entre rei e rainha.
c) rei e a rainha teriam vários filhos.
d) uma procissão atravessava realmente a praça.
No longo
período nas linhas 18-33, é-nos dito que o rei
a) era persistente, embora impotente, ao contrário do que se esperaria
de um jovem.
b) é vigoroso, tem vinte e um anos, mas, por a rainha ser pouco
atraente, não concretiza o ato sexual.
c) tem relações sexuais com a rainha duas vezes por semana, ejaculando
muito esperma.
d) não cumpria os chamados «deveres conjugais», por «cristianíssima
retenção moral».
Ainda no mesmo
período (ll. 18-33), ficamos a saber que a rainha,
a) nas suas relações sexuais, revelava-se humilde e paciente, pelo que
se prolongavam os jogos amorosos com o rei.
b) além de rezar, após o ato sexual ficava o mais possível imóvel, a fim
de aumentar as possibilidades de gerar um filho.
c) rebelde e sensual, não era, porém, suficientemente estimulada por o
ato sexual ser rápido.
d) porque para ela era grande sacrifício ter relações sexuais, duranrte
o ato rezava e ficava imóvel.
O sujeito de
«fizeram inchar» (l. 32) é
a) nulo indeterminado.
b) «líquidos comuns».
c) nulo subentendido.
d) composto.
«inchar a
barriga de D. Maria Ana» (ll. 32-33) é
a) uma anáfora.
b) uma perífrase para ‘engravidam a rainha’.
c) alusão brincalhona aos iogurtes Actívia.
d) hipérbole.
A basílica que
o rei está a levantar (ao longo do parágrafo das ll. 34-59) é
a) um modelo de brincar.
b) a verdadeira Basílica de S. Pedro.
c) o modelo do Convento de Mafra.
d) o Convento de Mafra.
O pronome
«elas» (l. 52) tem como referente
a) «a ordem e a solenidade» (50).
b) «camaristas» (52)
c) «as vigilantes entidades» (51), cujo antecendente é «as figuras dos
profetas e dos santos» (46).
d) «coisas sagradas» (50).
Na linha 60,
«no» é
a) ‘nu’, porque despiram o rei.
b) uma anáfora (que, precedida de nasal, implica um ene).
c) o pronome «nos» abreviado.
d) uma catáfora cujo referente é «o rei».
A enumeração
nas linhas 60-66 visa
a) enfatizar a importância do ato que se seguiria.
b) mostrar o poder de D. João V.
c) justificar a impotência do rei.
d) caricaturar a repartição de tarefas pelos servidores do rei.
«já não tarda
um minuto que D. João V se encaminhe ao quarto da rainha» (ll. 67-68) passa-se
a) em Mafra.
b) na praça de S. Pedro.
c) em Roma.
d) em Lisboa.
O conector que
introduz o último período (l. 69) tem sentido
a) consecutivo.
b) de adição.
c) de oposição.
d) conclusivo.
[Seguem-se perguntas sobre informações que já não
estão explicitadas nestas páginas. Fecha o manual, por favor, e responde em
função da tua leitura dos primeiros capítulos da obra ou de pouco mais.]
A visita que
se anuncia no último parágrafo do texto (ll. 69-70) visa propor ao rei que
a) prometa ter um filho.
b) seja mais paciente com Maria Ana.
c) faça uma promessa.
d) visite Mafra.
A gravidez da rainha virá a ser atribuída
a
a) um milagre de
franciscano.
b) um milagre do Papa
Francisco.
c) um milagre de Jorge
Jesus.
d) ereção do convento de
Mafra.
A promessa de construção do convento teve
de ser cumprida dado o nascimento de
a) D. Maria Bárbara.
b) D. João V.
c) Baltasar.
d) D. José.
Um amigo de Baltasar chamava-se
a) João Lisboa.
b) João Elvas.
c) José Castelo Branco.
d) João Portalegre.
Sete-Sóis e Blimunda foram casados, ainda
que pouco convencionalmente, por
a) Bartolomeu.
b) Frei Miguel da
Anunciação.
c) Frei António de S.
José.
d) Baltasar.
Blimunda e Baltasar conheceram-se
a) em Mafra, durante a
construção do convento.
b) em Lisboa, no
batizado do infante.
c) durante a guerra.
d) em Lisboa, quando a
mãe de Blimunda era vítima da Inquisição.
Blimunda via por dentro
a) antes de comer pão,
de manhã.
b) depois de beber água.
c) à noite, depois de
jantar.
d) antes de fazer cocó,
de manhã.
Responde a mais este modelo de exame:
Grupo I —A
Lê atentamente o seguinte poema de Ricardo Reis.
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
5 De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
10 Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras1
15 Como ex-voto2 aos
deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
20 Está além dos Deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
25 Porque não se pensam.
Pessoa, Fernando, 2010. Poesia dos
Outros Eus. Lisboa: Assírio & Alvim
1.
altares destinados a sacrifícios. 2. objeto
oferecido a um deus ou um santo, em cumprimento de um voto.
Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que
se seguem.
1. Identifica o modo
verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.
2. Clarifica a mensagem
presente nos versos 4 e 5.
3. Mostra como se
concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.
4. Interpreta o conselho
que o sujeito poético apresenta na última estrofe.
TPC — Lê «O reino das marionetas» (p. 291).
Entretanto, se ainda não leste a obra, vai avançando o mais possível na leitura
de Memorial do Convento.
Aula 69-70
(10 [7.ª, 5.ª], 11
[1.ª], 12/jan [8.ª]) Correção do questionário sobre Memorial (ver Apresentação).
Lê
a ode de Ricardo Reis na p. 104 do manual.
Cumpre
o ponto 1 («sintetiza o seu assunto numa expressão sugestiva
[título-frase-slogan-máxima-lema-epígrafe]»), mas evita «A força do destino».
. . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
Reescreve
o primeiro verso do poema, trocando cada um dos «cumpre» por outro verbo (com
isso se perceberá que «cumprir» é polissémico e cada uma das formas verbais tem
sentido diferente). Não uses os verbos que estão em nota à direita.
. . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
Ilustra
graficamente o quiasmo nos vv. 3-4:
. . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
O uso do quiasmo — a
troca da posição de «cumpre» e «deseja» — acaba por servir para destacar . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . .
Comenta
o valor expressivo da comparação nos vv. 5-6.
A comparação dos
homens com «_________» visa acentuar a impossibilidade de se lutar contra o
______.
Que
atitude nos é aconselhada no último quarteto?
É-nos aconselhada uma
atitude de ________.
Respondendo
à pergunta 4 [lê-a antes de completares o
que ponho a seguir]:
O texto, como sucede
tanto com Ricardo Reis, é fundamentalmente diretivo. Essa índole imperativa
socorre-se, nos primeiros quatro versos, de um sujeito aparentemente singular
(«cada um [dos homens]»), através do qual se faz uma ________, vincando-se um
facto universal. A mudança para a 1.ª pessoa do plural dá-se quando se
explicita melhor, mais próximo de nós, o efeito do destino (vv. 5-8) e,
sobretudo, quando se usa o conjuntivo enquanto forma de _________. Através de
uma ordem que nos é dada, exacerba-se a impossibilidade de se proceder de outro
modo.
Na p. 110 do manual,
no ponto 1, temos dois textos de José Gomes Ferreira. Analisa um deles (ou ambos),
tendo como termo de contraste — ou de analogia — a escrita, a ideologia, de
Ricardo Reis. Evita, porém, um comentário constantemente repartido (‘enquanto X
é assim, Y é assado’). Sugiro cerca de cento e cinquenta palavras.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Resolve o ponto 1, de Escrita, no cimo da p. 105. (Nota que o
assunto desta dissertação, embora seja sugerido por citação de Ricardo Reis,
não é, no essencial, literário. Trata-se de um tema ao estilo de grupo III de
exames nacionais.)
Aula 71-71R (10 [8.ª], 11 [7.ª], 12 [1.ª], 13/jan
[5.ª])
Conjunções,
Coordenação e subordinação
[Exercício
de Gramática Prática de Português. Da
Comunicação à Expressão. Exercícios:]
Completa
o texto com as conjunções e locuções conjuncionais desta lista:
mas / por mais que / que
/ que / embora / se / logo / sempre que / para que
_____ muitos já não vivam no campo, ____ há mais
trabalho, toda a família vem ajudar. ____ este ano, na altura das colheitas, os
lavradores verificaram ______ a fruta era tanta ______ a
família só não chegava. ________, contrataram mais pessoas ______ tudo fosse
apanhado a tempo. __________ não tivessem tido essa ideia, _______
trabalhassem, não teriam conseguido.
Classifica
as conjunções e locuções conjuncionais que ficaram nos espaços em cima (já
exemplifiquei com a primeira):
Conjunções
e locuções
|
Coordenativas
|
Subordinativas
|
Embora
|
concessiva
|
|
Transforma
as seguintes frases numa só frase complexa, utilizando diversas conjunções
coordenativas.
D. Quixote
de La Mancha
é um livro muito conhecido em todo o mundo. Eu nunca o li. Também não vi o
filme. Gostaria de o ver. Vou comprá-lo. Seja caro, seja barato.
. . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
[Exercício
tirado de Estudar Gramática no Ensino
Secundário:]
Atente
nas frases e pontue-as adequadamente (de acordo com o tipo de oração
subordinada relativa nelas presente). Depois, indique ao lado de cada uma se se
trata de uma oração adjetiva relativa restritiva
ou explicativa:
A casa que Carlos da Maia veio habitar em Lisboa
chama-se Ramalhete.
Afonso que durante muitos anos vivera em Santa
Olávia decidiu vir morar com o neto em Lisboa.
O Ramalhete que durante anos estivera ao
abandono sofreu profundas obras para se adequar aos gostos de Carlos.
Afonso ficou triste porque a vista maravilhosa
para o rio que tanto o encantara outrora estava diferente.
A água que corria em fio caía agora numa
cascatazinha deliciosa.
Caderno de Apoio ao Estudo.
Expressões. 11.º ano,
pp. 10-11:
Classifica
as orações em que já fui dividindo algumas das frases que ouvimos em «Curso de
Literatura para Porteiras» (série Lopes da Silva):
Se não me engano,
Subordinada adverbial condicional
esta é a nossa
terceira aula do novo curso de literatura para porteiras.
__________________
Em certa medida, este
romance é como uma reflexão sobre as relações da beleza com a corrupção.
Frase
simples
Eu não tenho pena
nenhuma dela,
__________________
porque a Madame
Bovary, […], tem de se dar ao respeito,
__________________
se quer ser
respeitada.
__________________
O Sr. Carlos é um
bocado chocho,
__________________
mas é bom homem.
__________________
Da Damaia sou eu
__________________
e não sou tão
badalhoca.
__________________
Ó Dona Fernanda, como
sabe
___________________
que, para a semana,
vamos dar Os Maias?
___________________
E agora saiu uma,
___________________
que é a Colóquio-Letras
Mais Atrevida,
___________________
que traz todas as
posições
___________________
que ela fez com o
irmão.
___________________
Divide
em orações estas frases — do episódio 6 da 2.ª temporada de O Programa do Aleixo —, classificando as
orações na linha sob a frase.
Só faço ‘Revista de
imprensa’ quando não foste com o jornal para a casa de banho.
____________________
Achas / que
as regras dos jornais são as / que se aplicam ao Brick Game.
Subordinante
/ Subordinada
substantiva completiva / Subordinada adjetiva relativa
(e Subordinante da seguinte)
Viseu ganha em
Portugal mas Lisboa ganha no mundo.
____________________
É um ranking só para
as cidades que estão sempre em obras.
____________________
É um ranking para as
cidades onde é tudo mais longe e mais caro do que é nas outras.
____________________
É um ranking de
cidades que acham que um pastel de nata e um pastel de Belém são coisas
diferentes.
____________________
Aqui diz que foram analisadas duzentas e vinte e
uma cidades de todo o mundo.
____________________
Busto, costumas ter tanto azar nos sorteios, que
te escolhemos já.
____________________
Itens de exame recentes (com
orações)
[2016, 1.ª fase:]
8. Classifique a oração iniciada por
«que» (linha 1). [A ciência tem hoje tantas e tão úteis aplicações nas nossas vidas que a associação mais imediata que o
cidadão comum faz hoje à ciência não pode deixar de ser a tecnologia.]
____________________
9. Identifique
o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente nas linhas 3 e 4. [Essa
associação, embora não diga o essencial sobre a ciência – que é acima de tudo a
descoberta do mundo pelo homem –, não deixa de ser adequada.]
____________________
[2016, 2.ª fase:]
9. Indique o valor da
oração subordinada adjetiva relativa presente na linha 16. [uma gota de água se
me desenha na memória, como uma enorme pérola suspensa, que devagar vai
engrossando e tarda tanto a cair, e não cai enquanto a olho fascinado.]
____________________
10. Classifique a
oração introduzida por «em que» (linha 32). [Duzentos anos a fabricar pedra, a
construir uma pequena coluna, um mísero toco em que ninguém reparará depois.]
____________________
[2016, época especial:]
8. Indique o valor da
oração relativa «que aqui confesso» (linha 1). [Esta paixão pela língua
portuguesa, que aqui confesso, cega não será, superlativa muito menos.]
____________________
9. Indique a função
sintática desempenhada pela oração «que houve opressão e apagamento» (linha 9).
[Sei, sim, que houve opressão e apagamento.]
____________________
TPC — Experimenta ir resolvendo a ficha sobre
‘Coordenação e subordinação’ no Caderno
de Atividades (pp. 9-12), olhando também as soluções. Pus reprodução da
ficha/soluções aqui, para o caso de não terem o Caderno de Atividades. Lembro ainda que
todo o capítulo «Coordenação e Subordinação» copiado aqui é muito útil
para o estudo das orações.
Aula 72-73 (11 [5.ª], 13 [7.ª], 14/jan [8.ª, 1.ª]) Explicação
com enquadramento na globalidade do livro do texto a ler a seguir (ver Apresentação).
O narrador de Memorial
do Convento é, em geral, omnisciente,
mas, por vezes, focaliza-se numa personagem (e, então, vemos os acontecimentos
na perspetiva dessa figura).
No
trecho do capítulo V que temos no manual («[Baltasar e Blimunda]», pp. 292-293),
percebemos que essa focalização interna
é feita através da personagem ______, logo que começam a aparecer deíticos que
só fazem sentido se os acontecimentos estiverem a ser vistos por quem está a
ser julgado no ______. Não se confunda esta focalização interna esporádica —
classificação do domínio da ciência do
narrador — com a participação do narrador na história, enquanto personagem.
Nesse outro tipo de classificação, quanto à presença do narrador, diremos que é heterodiegético, embora haja muitas primeiras pessoas, que não
chegam para o implicar como homodiegético
(isto é, como participante na intriga).
Completa,
reportando-te à p. 292:
deíticos
|
nome do
sentenciado
|
ato por
que é julgado
|
[foi
omitido o passo no manual]
|
Simeão de Oliveira e Sousa
|
não sendo padre, dava missa
|
«________ que ____ vai» (ll. 21-22)
|
________________________
|
________________________
|
«aquele» (l. ___)
|
Padre
António Teixeira
de Sousa
|
________________________
|
«e _____ ____ ___» (l. 26); mas também:
«tenho»; «me»; «aqui vou»; «as minhas»; «comigo»; «ouvi», «minha», «mim»,
«ali está»; «já me viu»; etc.
|
________________________
|
tem _________ e é, em parte, ________________
|
A
focalização interna em Sebastiana termina na antepenúltima linha da p. 292, com
uma sequência em que há discurso direto, ainda que sem a pontuação convencional.
Transcreve
as linhas 39-43, reformulando o texto, de modo a ficar com a disposição mais
clássica do discurso direto. (Evita acrescentar ou omitir palavras. Opera
sobretudo com a pontuação: travessões, parágrafo, etc.)
— Adeus, Blimunda, que
não te verei mais — murmurou Sebastiana.
. . . . . . . . . . .
. .
Na
p. 294, responde por escrito (ou pensa na resposta para a defenderes oralmente)
a 3.1 e 3.2:
Na
mesma página, resolve o ponto 6:
a. = ___; b. = ___; c
= ___; d. = ___.
Comparemos
os reis que são personagens de Marie Antoinette (de Sofia Coppola, a
partir de livro de Antonia Fraser) e de Memorial do Convento (de José
Saramago):
Obra
|
Marie Antoinette
|
Memorial do Convento
|
Rei
|
Luís
XVI
|
João
V
|
Comportamento sexual
|
Tímido
(a certa altura, suspeito de incapacidade para procriar).
|
Experimentado
(insuspeito de ____, até porque «abundam no reino bastardos da real semente»).
|
Atitude face aos
«deveres conjugais»
|
Por
vezes, desinteressado da relação sexual, embora meigo.
|
______:
«duas vezes por semana cumpre vigorosamente o seu dever real».
|
Relação com rainha
|
De
amizade, afabilidade.
|
De
indiferença, ____.
|
Papel nas infidelidades
|
Traído
pela rainha (cfr. Conde Fersen).
|
___
a rainha (cfr. Madre Paula).
|
Contrato conjugal
|
Negociado
(com Áustria).
|
Negociado
(com ____).
|
«Conselheiro matrimonial»
|
O
cunhado e os médicos.
|
O
franciscano António (e o bispo _____).
|
Atividade de lazer
|
Caça,
chaves.
|
Construção
de modelos (miniatura da _____).
|
Rainha
|
Marie
Antoinette
|
Maria
Ana Josefa
|
Personalidade
|
Rebelde.
|
_____.
|
Sexualidade
|
Assaz
livre.
|
_____.
|
Desejo
|
Sonha
com amante (com quem concretizará um efetivo flirt).
|
Apenas
em sonhos é infiel (mas logo com o cunhado ____).
|
Interesses
|
Ópera,
natureza.
|
_____,
igrejas.
|
Transpõe «Baltasar e Blimunda» para contexto actual.
Deves encontrar
correspondências que mantenham estes denominadores comuns:
algum espetáculo ou
reunião de gente — um «Baltasar» (homem com alguma deficiência ou
idiossincrasia física); uma «Blimunda» (rapariga, com algum poder fantástico);
conhecimento e aproximação (favorecidos por um familiar, uma «Sebastiana»);
«primeiro encontro» do
par — em casa; perto, um adjuvante (um «Bartolomeu», que escusa de ser padre);
final igualmente sibilino.
TPC — Lê os textos expositivos «Gastar,
gastar, gastar» (pp. 284-285); «Memorial
do Convento: um imaginário marcado pelo tempo» (p. 285); «Sete-Sóis e
Sete-Luas, heróis do pé descalço» (p. 296); e ainda os curtos trechos
enquadrados da p. 295 («O mistério do sete» e «O simbolismo das alcunhas»). E
vai avançando cada vez mais na leitura de Memorial.
Aula 74-75
(17 [7.ª, 5.ª], 18
[1.ª], 19/jan [8.ª]) Lê «Autopsicografia» (p. 34), de Fernando Pessoa
— ortónimo — e responde a estes itens:
1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese.
Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a
dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.
«_________» é a tese apresentada no poema.
Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na ___.
A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela _____.
2. A 2.ª quadra refere-se à
sensação/sentimento que o poema provoca nos leitores. Explicita o que sentem os
leitores, considerando o jogo: «as duas (dores)
que ele (o poeta) teve» /
«a dor lida» / «a (dor) que eles não
têm».
Os leitores sentem uma dor que não é a que o
poeta sentiu, nem a que ele ____, mas que é a sua não-dor.
3. Experimenta interpretar as metáforas
contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia
«razão»/«coração» (intelecto/emoção).
Relaciona essa dicotomia com a tese apresentada na 1.ª estrofe.
A última estrofe apresenta, metaforicamente, a
relação entre ______ e ______. O coração é um comboio de corda, regulado pelas
______. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo _______.
4. Interpreta agora o título do poema, considerando os três
constituintes da palavra: auto + psico + grafia.
Tendo em conta o significado de cada um dos
elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .
5. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema é constituído por três ____, de versos ____
(também designados versos de «_____ maior»), com o esquema rimático _____
(portanto, em rima _____).
6. Expõe a teoria do «fingimento poético» apresentada neste poema.
De acordo com o poema, a criação poética assenta no _____, na medida em que um poema
não diz o que o poeta ____, mas aquilo que imagina a partir do que
anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma ____ fingida,
fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas
chega ao poema transfigurada, na tal emoção _______ poeticamente, imaginada.
Quanto ao _____, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que será
diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da ______.
Nas
pp. 34-35, resolve 2 (2.1: __; 2.2:
__; 2.3: __) e 5 (A, __, __; B, 1,
a; C, __, __).
Lê «Isto» (p. 36) e responde às seguintes perguntas, usando as frases
já começadas:
1. Na l.ª estrofe, o poeta opõe a «imaginação» (razão, intelecto) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza ao
escrever?
Ao escrever, o poeta usa ________.
2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas
emoções (sonhos, vivências, ausências, perdas) a um
«terraço». Como interpretas
essa comparação?
As emoções são semelhantes a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .
. . . . . . . . . . . . .
3. Nesse terraço de emoções, o poeta
procura «outra coisa» — a emoção estética. Qual o verso que a refere?
«___________».
4. Para encontrar essa emoção estética,
como escreve o poeta? Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos
da última estrofe.)
O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu
anteriormente («_____________»), sem ______ («livre do meu enleio»).
5. Mostra a ironia
presente neste poema.
O último verso é irónico, . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .
6. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema apresenta grande regularidade formal:
são três estrofes de cinco versos (isto é, três ___), de ___ sílabas métricas,
com o esquema rimático ______ (portanto, de rima _______ e ________).
7. Estabelece a relação entre os poemas
«Isto» e
«Autopsicografia».
Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como
tema comum o ______. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto
intelectualização da ______.
Na p. 37, resolve o ponto 6:
a. ___; b. ___; c. ___.
E o ponto 2
de «Pós-leitura»:
1. __; 2. __; 3. __; 4.
__; 5. __; 6. __; 7. __; 8. __; 9. __; 10. __; 11. __; 12. __; 13. __; 14. __;
15. __; 16. __.
TPC — [Na próxima aula «grande», testaremos já boa parte da
leitura de Memorial.] Completa
texto-síntese começado em aula e trá-lo.
Aula 76-76R
(17 [8.ª], 18 [7.ª], 19 [1.ª], 20/jan [5.ª]) Socorro-me mais uma vez da Nova Gramática Didática de Português.
(Obrigado, NGDP.)
1. Identifique os modos de relato de discurso [discurso direto, discurso indireto, discurso
direto livre, discurso indireto livre]
presentes nos exemplos seguintes.
Texto 1
—
O telefone está a tocar! — disse a mãe.
—
É para mim. Não atendas. — respondeu o filho.
Texto 2
— Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero
fechar a minha fechadura e levar a minha chave!
— Também eu quero a minha, mil raios! — rugiu
logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do
ouro cabia uma das chaves que o guardavam.
Eça de Queirós, «O Tesouro», Contos.
Texto 3
— «E tu, Chico Calado?» — E o Chico Calado lá
explicou na sua linguagem de trejeitos que gostaria de poder impingir os seus
elixires sem suportar perseguições nem pedradas.
José Gomes
Ferreira, Aventuras de João Sem Medo.
Texto 4
E ele respondeu que nunca na vida fora visto por
um médico, nunca tomara um remédio comprado na farmácia, e não era agora que
havia de mudar.
António Mota, A Casa das Bengalas.
Texto 5
Metem, quantas vezes forçadamente, estas
mulheres em reclusão conventual, aí ficas, por esta forma aliviando partições
de heranças, favorecendo o morgadio e outros irmãos varões.
José Saramago, Memorial do Convento.
2. Transponha as frases seguintes para o
discurso indireto, utilizando alguns dos verbos listados abaixo, de forma a não
repetir o verbo dizer.
insistir
anunciar
exclamar
perguntar
explicar
concordar
prometer
admitir
a)
— Vou-me casar para o ano — disse o Honório.
b)
— Amanhã estou lá às 10 horas. Não faltarei — disse a Josefa à irmã.
c)
— Tens mesmo de ir à minha casa — disse o Adão à Iva.
d)
— Deve ligar este fio ao vermelho e carregar no botão — disse o funcionário da
loja.
e)
— Onde vais amanhã? — disse o Emanuel.
f)
— Eu menti porque tive medo. Não volta a acontecer, mãe! — disse o António.
g)
— Sim, esta nota é falsa — disse o Duarte ao Rui.
h)
— Não aguento mais esta situação! — disse a Helena.
[Exercício
de Gramática Prática de Português. Da
Comunicação à Expressão. Exercícios:] Reescreve as frases, substituindo as
expressões destacadas pelos pronomes pessoais convenientes:
a)
Elas lavaram os
pratos.
b) Amanhã faremos o bife.
c)
A Vénus e eu comprámos
os hipopótamos.
d)
O Eduardinho telefonou à
Júlia e a ti.
e) O meu primo falou aos traficantes.
f) A Iva ofereceu
os presentes à aniversariante.
g) Diz a
verdade, estúpido!
h) Faria a viagem contigo, Eusébio.
i)
Não provarei o cozido.
Mais itens de exame (com orações)
[2015,
1.ª fase:]
9. Identifique a
função sintática desempenhada pela oração subordinada presente na frase «E diz
que o olfato perdeu importância em favor da visão» (linha 21).
______
10. Classifique a oração iniciada por «mesmo se» (linha 29). [Cresce todo um comércio ligado ao olfato ambiental, com aromas para
as várias divisões da casa e para o automóvel, líquidos que imitam o odor do
pinheiro ou da lavanda, mesmo se os nossos estilos de vida nos distanciam cada
vez mais da natureza.]
______
[2015, 2.ª fase:]
9. Identifique o valor
da oração subordinada adjetiva relativa introduzida por «que» (linha 10). [A
fidelidade do realizador ao texto começa nessas palavras, ditas por um narrador
que, falando pela voz de Eça, não pretende ser o escritor, nem imitá-lo, mas
apenas contar a história por ele, assim continuando em todo o filme,
introduzindo lugares, personagens, episódios.]
______
[2015,
época especial:]
7. A oração «que vai
começar o embarque» (linha 16) [Quando a voz do altifalante avisa que vai
começar o embarque, não tenho pressa.] é uma oração subordinada
(A) substantiva relativa. | (B) substantiva completiva. | (C) adjetiva relativa.
| (D) adverbial consecutiva.
8. Identifique o valor
da oração subordinada adjetiva relativa presente em «A mente, ocupada com a
obsessão de eliminar problemas antigos, não se liberta a conceber a viagem que
começará em breve.» (linhas 7 e 8).
______
9. Identifique a
função sintática desempenhada pela oração subordinada presente na frase «Sei
que chegaremos todos ao mesmo tempo.» (linha 18).
______
Depois
de vermos parte do segundo episódio de O
Programa do Aleixo, série 2, na linha sob os constituintes destacados identifica
a função
sintática que desempenham.
Na Rússia, uma mulher
sobreviveu ao ataque de um urso polar.
Os usos polares são os branquinhos, Busto.
Como os ursos são
branquinhos, toda a gente lhes
quer fazer festinhas.
Sempre soube que os ursos polares eram os mais
perigosos.
O Busto julga-se mais
biólogo do que os outros.
Diz-me o nome da tua rede wireless para eu me ligar à internet.
O nome que eu tinha era «BrunoAleixo2000»
e a internet estava lenta.
Olha, chegou o Bussaco.
Os ursos polares não caem em truques básicos.
Fui para o Polo Norte a
pé.
Eu acho que a minha prima deve ser boa.
O Nélson acha a prima boa.
Itens de exame (com funções sintáticas)
[2016,
1.ª fase:]
5. Nas expressões «protege-nos dos riscos» (linha 17)
e «A ciência traz-nos constantemente novos riscos» (linhas 28 e 29), os
pronomes pessoais desempenham as funções sintáticas de
(A) complemento indireto
e de complemento direto, respetivamente.
(B) complemento direto e
de complemento indireto, respetivamente.
(C) complemento indireto,
em ambos os casos.
(D) complemento direto,
em ambos os casos.
10. Refira a função
sintática desempenhada pela oração subordinada presente em «é inevitável que
vivamos permanentemente sob ameaças» (linha 8).
[2016,
2.ª fase:]
8. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «o rio
Saône» (linha 14). [Vai levando o rio Saône a sua corrente envenenada, e é
neste momento que uma gota de água se me desenha na memória, como uma enorme
pérola suspensa, que devagar vai engrossando e tarda tanto a cair, e não cai
enquanto a olho fascinado.]
[2015,
2.ª fase:]
10. Refira a função
sintática desempenhada por «que» (linha 26). [Em Os Maias de João Botelho, ao contrário
do que acontece com as personagens, e à parte as cenas de interior, filmadas em
ambientes da época que ainda hoje
mantêm as suas características — a Casa Veva de Lima, o Grémio Literário —, não
encontramos cenários realistas, que a Lisboa de hoje não permitiria.]
[2014, 1.ª fase:]
2.1. Identifique a função sintática desempenhada pela palavra «queirosiano»
(linha 13). [Mas se é verdade que Eça continua atual, e Portugal em muitos dos
seus traços sociológicos continua queirosiano,
parece-me desajustado que se continue a divulgar a ideia de que a sua prosa e
os seus tipos constituem uma espécie de bitola geneticamente inultrapassável.]
[2014, 2.ª fase:]
2.3. Identifique a
função sintática desempenhada pelo pronome pessoal em «pode inspirar-nos em
cada tempo» (linhas 29 e 30). [O magistério crítico de Vieira ainda faz sentido
nos dias de hoje e pode inspirar-nos em cada tempo para não desistirmos de
construir uma sociedade mais justa e mais fraterna.]
[2014, época especial:]
2.3. Identifique a
função sintática desempenhada pela expressão «viver e pensar» (linha 25).
[Caeiro não é um filósofo, é um sábio para quem viver e pensar não são atos separados.]
[2013, 1.ª fase:]
2.3. Identifique a função
sintática desempenhada pela expressão «secreta e insolúvel» (linha 22).
[Permanecerá para sempre secreta e insolúvel.]
[2013, 1.ª fase, data
especial:]
2.3. Identifique o sujeito da oração «mas com as viagens marítimas tudo
mudou» (linhas 17 e 18).
[2013, 2.ª fase:]
1.7. Na frase «A mãe
tentou compensar-me, tentou lutar contra a minha morte dando-me poesia.» (linha
36), os pronomes pessoais desempenham, respetivamente, as funções sintáticas de
(A) predicativo do
sujeito e complemento direto.
(B) complemento
indireto e complemento direto.
(C) complemento direto
e complemento indireto.
(D) predicativo do sujeito e complemento indireto.
[2013, época especial:]
2.3. Identifique a
função sintática do pronome pessoal sublinhado em «eu tenho livros que me
foram oferecidos» (linha 26).
TPC —
Resolve este item — de um exame que começámos a resolver na penúltima aula do
1.º período. (O ideal é ter já lido toda o Memorial. No entanto, uma
leitura que inclua o primeiro terço da obra já fornece matéria suficiente para
este comentário.)
A reflexão da princesa
Maria Bárbara — “teriam feito bem melhor se me casassem na primavera” — revela
que outros, e não ela, é que decidiram sobre o seu casamento. O mesmo não se
passa com o casal Baltasar e Blimunda, cuja relação não foi imposta e na qual
ninguém interfere.
Fazendo apelo à sua
experiência de leitura de Memorial do Convento, comente, num texto de
[até cento e cinquenta] palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda.
Aula 77-78
(18 [5.ª], 19 [7:ª],
20/jan [8.ª, 1.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 297-298
(«Que padre é este padre?»). Não consultes, portanto, outras folhas do manual com
matéria do Memorial do Convento — nem
a própria obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.
Nas três primeiras linhas (ll. 1-3) há
discurso
a) indireto.
b) direto e indireto.
c) direto livre.
d) indireto livre.
e) direto livre e
indireto livre.
O pronome «lhe» (l. 4) tem como referente
a) ‘a corte’ (4).
b) ‘Baltasar’.
c) ‘Bartolomeu’.
d) ‘curiosidade’ (l. 4).
e) ‘usos’ (4).
A anáfora «outro» (l. 14) reporta-se a
a) «Sete-Sóis» (13).
b) «Bartolomeu Lourenço»
(15).
c) «trabalho» (14).
d) «o padre» (10).
e) «moço de quinze anos»
(18).
Segundo as ll. 9-25, Bartolomeu
a) era aldrabão.
b) tinha qualidades intelectuais
indiscutíveis.
c) prometera muito, mas,
na verdade, falhara.
d) tinha agora quinze
anos.
e) era mais velho que
Baltasar.
O espanto de Baltasar (l. 6) advinha de
Bartolomeu
a) voar.
b) poder ser da
Inquisição e, ao mesmo tempo, conhecer o rei.
c) ter acesso ao rei e,
simultaneamente, conhecer Sebastiana.
d) conhecer Blimunda e o
rei.
e) ser da Inquisição.
Já na p. 298, ficamos a saber que o rei
autorizara Bartolomeu a fazer as suas experiências
a) numa pedreira.
b) em Aveiro.
c) nos arredores de
Lisboa.
d) sob a jurisdição do
Santo Ofício.
e) em Mafra.
[as
perguntas seguintes implicam conhecimentos que não estão nas duas páginas do
manual]
No início do texto, o que Bartolomeu
procurara apurar («o teu caso», p. 297, l. 3) era a possibilidade de Baltasar
a) casar com Blimunda.
b) ter um espigão novo.
c) ter uma pensão.
d) ter uma casa.
e) ter gancho benzido.
João Francisco era da família de
a) D. João V.
b) Bartolomeu.
c) D. Maria Ana.
d) Baltasar.
e) Blimunda.
Álvaro Diogo era
a) pai de Blimunda.
b) irmão de Bartolomeu.
c) cunhado de Baltasar.
d) irmão de António
Diogo.
e) irmão de Baltasar.
Bartolomeu Lourenço era
a) músico, padre,
inventor.
b) cientista, orador,
soldado.
c) inventor, voador,
músico.
d) padre, orador,
inventor.
e) jornalista, padre,
jurista.
Depois da guerra, Baltasar
a) esteve poucos dias em
Lisboa, seguindo logo para Mafra.
b) parou em Lisboa
apenas para comer e seguiu para Mafra.
c) fixou-se em Lisboa,
nunca mais saindo da cidade.
d) passou anos em
Lisboa, até seguir para Mafra.
e) dirigiu-se a Coimbra,
ao encontro de Bartolomeu.
Baltasar chegou a trabalhar como
a) escriba.
b) camareiro-mor.
c) almeida.
d) empresário.
e) talhante.
Aquando da epidemia de febre amarela,
Baltasar e Blimunda
a) instalaram-se em
Coimbra.
b) percorriam as ruas de
Lisboa.
c) fugiram para Mafra.
d) não saíram de casa.
e) adoeceram.
Um dos espetáculos descritos na primeira
metade da obra é
a) uma espécie de wrestling entre anões.
b) uma tourada com
touros de morte.
c) um jogo semelhante ao
futebol.
d) uma corrida de
cavalos.
e) uma corrida de
galgos.
Quando o conhecemos, Baltasar, depois da
guerra, chegava a Lisboa, vindo
a) do Porto.
b) do Alentejo.
c) de Chaves, triste
devido ao mau resultado do Sporting.
d) de Chaves.
e) da Holanda.
A
certa altura, o narrador
a) informa que, desde a promessa de edificação
do convento, passaram dois anos até que a rainha engravidasse.
b) insinua que a rainha já estaria grávida antes
mesmo da promessa feita pelo rei.
c) insinua que a rainha poderia ter dormido com
um franciscano.
d) põe a hipótese de Maria Bárbara ser filha de
Madre Paula.
e) diz-nos que a rainha tivera relações sexuais
com o cunhado.
Marta
Maria é
a) mãe de Bartolomeu.
b) filha de Maria Ana.
c) sogra de Blimunda.
d) a Marta do 12.º 1.º.
e) pai de Sebastiana.
Scarlatti viera para Portugal como
a) padre e orador.
b) mestre da infanta.
c) cozinheiro do rei.
d) arquiteto do
convento.
e) cantor castrado.
Scarlatti levaria para a quinta onde se
construía a passarola
a) uma rosa.
b) um malmequer.
c) um violino.
d) um cravo.
e) diversas plantas.
Blimunda ficaria encarregada de recolher
a) medos.
b) espíritos.
c) indícios.
d) vontades.
e) cocós de cão.
Resolve o ponto 7 da p. 298:
a. = ___; b. = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Resolve
o ponto 1/Pós-leitura, na parte inferior da p. 299 e na p. 300:
1
= ___; 2 = ___; 3 = ___; 4 = ___; 5 = ___; 6 = ___; 7 = ___; 8 = ___; 9 = ___;
10 = ___.
O
texto de Fernando Pessoa na p. 40 («Não sei ser triste a valer») é um poema com
regularidade métrica (heptassilábico, ou seja, em redondilha maior) e — se
descontarmos os últimas seis versos — rimática e estrófica. Tem, é claro,
características típicas da poesia: abordagem metafórica, discurso entrecortado,
ora assertivo ora expressivo; frases relativamente curtas e, por vezes,
paralelas, musicais; exclamações, interrogações.
Transpõe
as «teses» defendidas pelo poeta para um texto na 1.ª pessoa mas de prosa
expositiva. (Extensão não será muito maior do que a do poema. Já comecei o
texto.)
Não consigo assumir os meus estados de espírito
com coerência e verdade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Se
houver tempo, faz o ponto 8 da p. 41:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.
TPC — Resolve este item saído numa das
provas nacionais de 2013. (A estrutura das provas não era exatamente igual à
atual. Pergunta semelhante seria possível ainda agora, mas ancorada em texto da
obra e sem indicação de número de palavras aconselhado. A cotação seria vinte
pontos (12 [C] + 8 [F]), em vez dos trinta (18 [C] + 12 [F]) que vemos no
quadro com «descritores de nível de desempenho», que resolvi reproduzir mesmo
assim. É que essa descrição dos níveis seria idêntica, embora com menos escalões.)
«Fazendo apelo à sua
experiência de leitura do romance Memorial do
Convento, de José Saramago, explique em que medida os
traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a sua exposição em dois exemplos significativos.
Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras».
Aproveita para, ainda antes, leres pequenos
textos ensaísticos no manual acerca de Bartolomeu: «Padre Bartolomeu Lourenço
de Gusmão: uma personagem peculiar» (p. 300); «Sonho, projeto e execução» (p.
313). Ao responderes, podes ter em conta que, nos critérios de correção
divulgados após a prova, eram estes os níveis definidos para este item:
Critérios específicos de classificação
• Aspetos de conteúdo
(C) = 18 pontos
Descritores do nível de desempenho no
domínio específico da disciplina
|
||
6
|
Explica, com pertinência e rigor, em que medida
os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e
fazendo referências que refletem um muito bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José
Saramago.
|
18
|
5
|
Explica, com pertinência e rigor, em que medida
os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e
fazendo referências que refletem um bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José
Saramago.
|
15
|
4
|
Explica, com esporádicas imprecisões, em que
medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à
construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos
significativos e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente
do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
OU
Explica, com pertinência e rigor, em que medida
os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e
fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José
Saramago.
|
12
|
3
|
Explica, com imprecisões, em que medida os
traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e
fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José
Saramago.
OU
Explica, com esporádicas imprecisões, em que
medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à
construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo
significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente
do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
|
9
|
2
|
Explica, com imprecisões, em que medida os
traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e
fazendo referências que refletem um conhecimento insuficiente do romance Memorial do Convento, de José
Saramago.
|
6
|
1
|
Tece comentários gerais sobre os traços de
carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão que o impelem à construção da
passarola, fazendo referências que refletem um conhecimento incipiente do
romance Memorial do Convento, de José Saramago.
|
3
|
• Aspetos de forma
(F) — estruturação do discurso (7 pontos) e correção linguística (5 pontos) =
12 pontos
Aula 79-80 (24 [7.ª, 5.ª], 25 [1.ª], 26/jan [8.ª]) Correção
do questionário sobre «Que padre é este padre?» (ver Apresentação).
Na p. 58, lê
«Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo, para
completares a minha síntese:
Cerca
de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si
mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «_________»; «_________»; «Diverso, móbil
e só, não sei sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria
paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da
necessidade que o poeta tem de se ______. Também remetem para a fragmentação do
eu, na medida em que parecem supor uma consciência _______ ao próprio poeta
(que o pudesse observar de fora).
Transcrevo
agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise,
Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os prencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:
Podemos encontrar no ______ dois momentos
significativos.
No primeiro momento (as duas primeiras ____), o
sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se
vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca
me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no ____
poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao
mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma postura passiva em relação
ao desfile dos outros eus.
O segundo momento (última ____), introduzido
pelo ____ «por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro,
tentativa de conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou
lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento,
acabando por responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa
atitude de humildade, o sujeito _____ não atribui a si próprio o mérito do ato
de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável
pelo sentimento de solidão.
Os sentimentos que dominam o sujeito poético são
a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias
manifestações do seu eu. As _____ que melhor documentam este estado de espírito
são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil
e só». O ___ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me
estranho».
A nível formal verifica-se uma certa
regularidade _____ (três oitavas), ____ (redondilha maior) e ____ (rima cruzada
e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de
fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se
ainda por uma necessidade de busca de unidade.
Resolve o ponto
3 da p. 59:
a
= __; b = __; c = __; d = __; e = __.
Na
p. 64, lê o poema de Fernando Pessoa (ortónimo) «Deixo ao cego e ao surdo» e
resolve o ponto 4 na mesma página.
a. _______________
b. _______________
c. _______________
Na
página ao lado (p. 65), vê o cartoon para o poderes explicar (oralmente). Lê
ainda os dois excertos (A e B) transcritos quase no pé da página.
Um curto poema de Mário de Sá-Carneiro, de há cerca de cem anos (é de
fevereiro de 1914), evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face
a si próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito
poético em relação à sua personalidade:
Eu
não sou eu nem sou o outro,
Sou
qualquer coisa de intermédio:
Pilar
da ponte de tédio
Que
vai de mim para o Outro.
O grupo I-B do
exame de 2009 (1.ª fase) implicava resposta que passaria bastante por assunto
que tratámos recentemente, a teoria pessoana do fingimento poético:
Comente a opinião, a seguir transcrita, sobre a
teoria do fingimento poético em Pessoa ortónimo, referindo-se a poemas
relevantes para o tema em análise. Escreva um texto de oitenta a cento e vinte
palavras.
«É na poesia ortónima que o Pessoa ‘restante’, o
que não cabe nos heterónimos laboriosamente inventados, se afirma e
‘normaliza’: é então que ele ‘faz’ de si e os seus poemas são ‘chaves’ para
compreender o seu extraordinário universo literário.»
António
Mega Ferreira, Visão do
Século — As Grandes
Figuras do Mundo nos Últimos Cem Anos, Linda-a-Velha,
Visão, 1999
TPC — Lê o texto expositivo «O rosto e as
máscaras da heteronímia» (p. 142); e termina Memorial.
Aula 81-81R (24 [8.ª], 25 [7.ª], 26 [1.ª], 27/jan [5.ª]) Valor restritivo e não restritivo dos adjetivos
Quando
os adjetivos surgem em posição
pós-nominal costumam ter valor
restritivo:
Os alunos passaram de ano. vs. Os alunos estudiosos passaram de ano.
A casas são caras. vs. As casas grandes são caras.
(O adjetivo incide sobre a realidade designada
pelo nome, especificando-a, limitando-a, reduzindo-a.)
Estes
adjetivos pospostos ao nome podem aliás ser substituídos por uma oração relativa de valor restritivo:
Os alunos que estudaram passaram de ano.
As casas que são grandes são caras.
Em
posição pré-nominal surgem sobretudo
adjetivos que exprimem qualidades, avaliações, noções associadas a certa
subjetividade. Estes adjetivos têm um valor
não restritivo:
Um bom aluno. / Um esplêndido dia.
(Neste caso, os adjetivos não restringem a
realidade designada, avaliam-na.)
Muitos
adjetivos podem surgir em qualquer das posições, mas a opção de colocação trará
um sentido ora mais subjetivo (conotativo),
quando antes do nome, ora mais objetivo (denotativo),
quando depois do nome:
Um amigo velho (= ‘idoso’) vs. Um velho amigo (= ‘querido’).
Um homem pobre (= ‘sem dinheiro’) vs. Um pobre homem (= ‘infeliz’).
(À
margem: os adjetivos relacionais não surgem antes do nome nem são graduáveis:
A revolta estudantil vs. *A estudantil revolta. / *A revolta muito estudantil.
O campeonato mundial vs. *O campeonato muito mundial. / *O mundial
campeonato.)
Relê
o texto — que há tempos pedira relanceasses em casa — «Sete-Sóis e Sete-Luas,
heróis do pé descalço», na p. 296 do manual. O que se segue é o grupo II de um
modelo de prova de exame sobre esse ensaio. Valeria 50 pontos (10 itens x 5
pontos).
II
1. Para responderes a cada um dos itens
1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada
ao sentido do texto.
1.1 O adjetivo «simpático» (l. 2) é
utilizado no primeiro parágrafo no grau
a) normal.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo relativo de superioridade.
d) superlativo absoluto analítico.
1.2 A palavra «pontes» (ll. 6-7) é utilizada
com o sentido figurado de
a) construções.
b) ligações.
c) passagens.
d) elevações.
1.3 Em «dando pretexto ao narrador para a
crítica política» (l. 9), o constituinte «ao narrador» desempenha a função
sintática de
a) modificador frásico.
b) complemento direto.
c) sujeito.
d) complemento indireto.
1.4 No segmento «da qual sai maneta» (ll.
8-9) o referente de «da qual» é
a) «guerra» (l. 8).
b) «sucessão espanhola» (l. 8).
c) «guerra da sucessão espanhola» (l. 8).
d) «construção da máquina voadora» (ll. 9-10).
1.5 A expressão «Heróis do pé descalço» (l.
17 e 38) significa
a) Heróis sem recursos financeiros.
b) Heróis sem sapatos.
c) Heróis caminhantes.
d) Heróis extravagantes.
1.6 O recurso ao vocábulo de cariz religioso
«via-sacra» (l. 26) salienta
a) o sofrimento de Blimunda em busca de
Baltasar.
b) o sacrifício de Baltasar.
c) os meios de procura utilizados por Blimunda
durante a sua viagem.
d) o carácter inconstante e débil de Blimunda.
1.7 Os adjetivos presentes na passagem «uma
história invulgar ou insólita, de personagens modeladas ou redondas» (l. 29)
possuem um valor
a) exemplificativo.
b) restritivo.
c) explicativo.
d) conclusivo.
2. Responde de forma correta aos itens
apresentados.
2.1 Identifica o ato
ilocutório concretizado no sexto parágrafo (ll. 20-21).
__________
2.2 Indica o antecedente de
«esta», usado na linha 23.
__________
2.3 Refere o valor da
referência deítica «No último auto de fé» (l. 25).
_________
Ainda mais itens com orações saídos em exame
[2014, 1.ª fase]
2.2. Classifique a oração «onde mal cabia» (linha 16).
[É inquestionável que Eça ultrapassou de longe a Escola Realista, onde mal
cabia, e chegou mesmo a pressentir o Modernismo que iria estilhaçar muito em
breve o conceito da criação como reprodução da realidade.]
[2014, 2.ª fase]
2.2. Classifique a oração «se bem que apreciadas por
alguns» (linha 25). [As ideias de Vieira e as suas propostas reformistas, se
bem que apreciadas por alguns, encontraram muitos opositores poderosos no seu
tempo, os quais, em grande medida, acabaram por boicotar a sua aplicação
plena.]
[2014, época especial]
2.1. Classifique a oração «que a carta não diz toda a
verdade sobre a criação do heterónimo, nem dos poemas» (linhas 11-12). [Apesar
de os estudos pessoanos terem demonstrado que a carta não diz toda a verdade
sobre a criação do heterónimo, nem dos poemas, a verdade é que aquilo que nela
haverá de ficção serve para que Pessoa continue o seu jogo infinito com as racionalmente
definidas fronteiras do real e do irreal.]
2.2. Indique o valor da oração subordinada adjetiva
relativa seguinte: «que rejeita a ideia defendida por muitos estudiosos da
“alma una” de Caeiro.» (linha 17). [Ele resolveu todos os dramas entre a vida e
a consciência», diz o filósofo José Gil, que rejeita a ideia defendida por
muitos estudiosos da «alma una» de Caeiro.]
Depois de ouvires
«Fiscal das danças ridículas» (série Lopes da Silva), preenche a
coluna do meio, relativa ao ato ilocutório (assertivo, expressivo, diretivo, compromissivo, declarativo):
Passo de «Fiscal das danças ridículas» ou de
separadores
|
Ato ilocutório
|
Descrição útil para tipificar ato
|
[Incorreu na
prática de danças ridículas.] Vai ter de abandonar o estabelecimento.
|
Frase deôntica
dita por um «fiscal de danças ridículas».
|
|
Vi-o a efetuar
uma espécie de um comboiinho.
|
Relato,
relativamente a que o enunciador se responsabiliza, de um acontecimento
anterior.
|
|
O que é que eu
fiz?
|
Interrogação
dirigida ao fiscal.
|
|
Não posso pactuar
com comboiinhos!
|
Frase na 1.ª
pessoa, dita com ênfase, com indignação.
|
|
Não vou fechar os
olhos a uma situação como a que o vi fazer.
|
Frase com
complexo verbal (ir + infinitivo do
verbo principal) com valor de futuro próximo.
|
|
Não perca a
atualização das notícias sobre a seleção nacional.
|
Frase com uso do conjuntivo, correspondente a imperativo negativo.
|
|
Ao contrário do
que fora anunciado, Paulo Ferreira não jantou o prato de peixe.
|
Informação,
relato de uma circunstância, negando-se informação anterior.
|
|
Vamos ter oportunidade de ouvir uma entrevista com Dona Maria da
Conceição Ferradinha, uma alentejana que viu o autocarro da seleção duas
vezes.
|
Frase com
complexo verbal (ir + infinitivo de
verbo principal) com valor de futuro próximo.
|
|
Ui, tantos
episódios!
|
Frase
exclamativa, com algum teor descritivo, mas sobretudo admirativa.
|
|
Agora é calcar!
|
Frase de teor
apelativo, ainda que sem uso de modo imperativo.
|
|
Eu estou a perder
a cabeça!
|
Descrição de
estado de espírito, sublinhada com nervosismo evidente.
|
Itens de exame em torno de atos ilocutórios
[2014, 1.ª fase]
2.3. Classifique o ato ilocutório presente em «Como um
dia veremos.» (linha 29). [É por isso que,
para além do culto que a obra de Eça legitimamente merece, por mérito próprio e
grandeza genuína, se deve reconhecer, para sermos justos, que muita da
admiração totalitária que Eça desencadeia nasce porventura duma espécie de
preguiça e lentidão em entender, ainda nos nossos dias, a linguagem diferente
daqueles que lhe sucederam. O que não parece vir a propósito, embora venha.
Como um dia veremos.]
[2013, 1.ª fase]
1.7. Na frase «E, após isso, ninguém lerá uma só
palavra posta por mim num pedaço de papel.» (linhas 9 e 10), o autor realiza um
ato ilocutório
(A) compromissivo.
| (B) declarativo. | (C) expressivo. | (D) diretivo.
[2013, 2.ª fase]
2.2. Classifique o ato
ilocutório presente em «A sua poesia ainda tem segredos para si?» (linha 21).
TPC — Faz a
dissertação correspondente ao ponto 1.1 no fim da p. 54.
Aula 82-83 (25 [5.ª], 26 [7.ª], 27/jan [8.ª, 1.ª]) Correção
de tepecê(s) em torno de Bartolomeu e de Baltasar/Blimunda (ver Apresentação).
Lê «Apócrifo pessoano» (p. 60). Trata-se
de texto de Fernando Pinto do Amaral, de quem já ouvimos em aula algum outro
poema (quando cada um de vocês escolheu versos de um de três dezenas de poetas
portugueses do século XX).
É um pastiche de Pessoa
(ortónimo). Nessa imitação, mais decisivos até do que a métrica (redondilha
maior) e que o esquema estrófico (quintilhas) — realmente bastante usuais em
Fernando Pessoa ele próprio — são a temática e a linguagem. Há, no entanto,
dois ou três versos em que a ironia parece suplantar a imitação. Copia-os:
______________
______________
______________
Na
p. 54, propõe-se-nos a audição de «Tudo que faço ou medito», de Pessoa, poema
em três quartetos, com rima cruzada. Antes de o ouvirmos, tenta copiar o poema
— cujos versos ponho em desordem (à exceção do primeiro) — na sequência devida.
Tudo
que faço ou medito
E
eu sou um mar de sargaço —
Querendo,
quero o infinito.
Fragmentos
de um mar de além...
Não
o sei e sei-o bem.
Ao
olhar para o que faço!
Vontades
ou pensamentos?
Fazendo,
nada é verdade.
Que
nojo de mim me fica
Minha
alma é lúcida e rica,
Um
mar onde boiam lentos
Fica sempre na metade.
Tudo
que faço ou medito
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
Fernando Pessoa, Poesias, Lisboa, Ática, 1942
Na
p. 52, lê o poema «Cai do firmamento», do ortónimo. Como verás, é um texto em
que o sujeito poético descreve uma atmosfera exterior — fria e desagradável —
que parece espelhar o seu estado de espírito — de tédio e angústia.
Mantendo a métrica (redondilha menor — ou seja,
pentassílabos), esquema estrófico (quadras) e rimático (rima cruzada), escreve
um poema em que o eu lírico revele um estado de espírito diferente do do
sujeito do poema de Pessoa, ao mesmo tempo que aluda a um cenário exterior que,
como em Pessoa, pareça influenciar esse bom ânimo.
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
Eis as quatro
perguntas do grupo I-A do exame de
2007 (2.ª fase), em torno de poema de Fernando Pessoa (ortónimo):
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.
Em toda a noite o sono não veio. Agora
Raia
do fundo
Do horizonte, encoberta e fria, a manhã.
Que
faço eu no mundo?
Nada que a noite acalme ou levante a aurora,
Coisa
séria ou vã.
Com olhos tontos da febre vã da vigília
Vejo
com horror
«O novo dia trazer-me o mesmo dia do fim
Do
mundo e da dor –
Um dia igual aos outros, da eterna família
De
serem assim.
Nem o símbolo ao menos vale, a significação
Da
manhã que vem
Saindo lenta da própria essência da noite que
era,
Para
quem,
Por tantas vezes ter sempre ’sperado em vão,
Já
nada ’spera.
Fernando Pessoa,
Poesias, 15.ª ed.,
Lisboa, Ática, 1995
Apresente, de forma bem estruturada, as suas
respostas aos itens que se seguem.
1. Caracterize os
momentos temporais representados na primeira estrofe do poema.
2. Refira um dos
sentidos produzidos pela interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4).
3. Atente nos três
primeiros versos da terceira estrofe. Explicite, sucintamente, a relação entre
a «noite» e a «manhã» estabelecida nos versos 14 e 15.
4. Tendo em conta todo o poema, identifique duas das
razões do sentimento de «horror» referido no verso 8.
TPC — Ao longo desta ou da próxima semana,
envia-me (ou dá-me impressa) a primeira versão do tepecê sobre Memorial do Convento que explicarei aqui.
Aula 84-85
(31/jan [7.ª, 5.ª], 1 [1.ª], 2/fev [8.ª]) Correção de trabalho de respostas a
item de prova de exame feitas na aula anterior (ver Apresentação; e também a seguir).
1. Os momentos temporais
representados na primeira estrofe do poema são a noite (passado recente),
caracterizada como um tempo longo de vigília, de insónia — «Em toda a noite o
sono não veio» (v. 1) — e a madrugada (instante presente), que «[r]aia do fundo
/ Do horizonte, encoberta e fria» (vv. 2-3).
2. A interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4)
exprime o autoquestionamento desesperado do «eu» sobre o seu papel no mundo,
sobre o valor da sua existência, que nenhum condicionalismo (a noite ou a
aurora, a treva ou a luz) consegue alterar. A longa insónia fragiliza-o,
acentua a consciência da solidão e a angústia do «eu» em relação a uma vida sem
perspectivas.
3. Os três primeiros versos da terceira estrofe
representam a noite como o lugar onde emerge a «manhã», que, se o «símbolo»
valesse («Nem o símbolo ao menos vale» — v. 3), poderia trazer ao «eu» alguma
esperança, mas, dada essa impossibilidade («Por tantas vezes ter esperado em
vão», v. 17), então «[j]á nada espera» (v. 18). O desespero da insónia noturna
não encontra na «manhã» que se levanta a esperança que o símbolo promete, «[p]or
tantas vezes ter esperado em vão» (v. 17).
4. O sentimento de «horror» referido no verso 8
resulta do facto de o sujeito poético, «Por tantas vezes ter esperado em vão»,
ter concluído que cada novo dia lhe traz sempre a mesma desilusão de verificar
que, depois da «febre vã da vigília», depois de uma noite de insónia e
desespero angustiante, nada se altera, por mais radiosa que seja a manhã: «o
novo dia» traz-lhe, sempre, «o mesmo dia do fim/ Do mundo e da dor — / Um dia
igual aos outros», como se, na sua alma, fosse sempre noite.
Lê
o poema «Ó sino da minha aldeia» (p. 50), de Fernando Pessoa (ortónimo), não
sem antes dares também um relance ao excerto de carta enquadrado no ponto 1.
Elabora
itens («perguntas») a que pudessem corresponder as respostas dadas a seguir
(todas sobre o poema «Ó sino da minha aldeia»). Usa a terceira pessoa do
singular, a forma de tratamento usada nos exames e pelos professores mais
delicados. Usa o estilo formal, mas escorreito, deste tipo de enunciados.
1. . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
1. O recurso estilístico presente no primeiro
verso da primeira estrofe é a apóstrofe.
1.1 . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
1.1 Os elementos que
evidenciam a existência do diálogo entre o sujeito poético e o sino são os
pronomes pessoais na primeira pessoa «me, mim», os determinantes possessivos
«tua, teu» e as formas verbais «tanjas, soas».
2. . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
2. O toque do sino é dolente, lento, triste e
vibrante.
2.1 . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
2.1 O toque do
sino não é indiferente ao sujeito poético, atingindo-o no âmago — «Cada tua
badalada / Soa dentro da minha alma». Assim, cada badalada desperta no sujeito
poético reminiscências e nostalgia de um passado distante, real ou imaginário —
«Sinto mais longe o passado, / Sinto a saudade mais perto».
3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . .. . . .
3. A caracterização que o sujeito poético faz do
sino corresponde ao seu estado de espírito, daí haver uma identificação entre
os dois. Tal como o toque do sino, o sujeito poético sente-se dolente, triste
e, apesar de errante, tem sempre presente cada badalada. O som do toque do sino
é-lhe tão familiar que «a primeira pancada / Tem um som de repetida».
4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . .. . . .
4. Entre o sino
e o sonho estabelece-se uma relação de comparação. Assim, o toque do sino
remete o sujeito poético, tal como o sonho, para um tempo distante, de tal
forma que o toque que ele ouve não é o físico, mas o do seu sonho.
Se
houver tempo, resolve o ponto 1 da p. 51:
1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____; 1.4 = ____;
1.5 = ____; 1.6 = ____.
Significado dos verbos mais usados em enunciados (tirado de Entre Margens, 12.º ano):
Mais
um grupo I-A de uma prova-modelo de
exame:
Chove.
Que fiz eu da vida?
Fiz
o que ela fez de mim...
De
pensada, mal vivida...
Triste
de quem é assim!
5 Numa angústia sem remédio
Tenho
febre na alma, e, ao ser,
Tenho
saudade, entre o tédio,
Só
do que nunca quis ter...
Quem
eu pudera ter sido,
10 Que é dele? Entre ódios pequenos
De
mim, 'stou de mim partido.
Se
ao menos chovesse menos!
Fernando
Pessoa
1. Regista três traços caracterizadores do «eu»,
fundamentando-te no texto.
. . . . . . . . . . .
2. Explicita a relação de
sentido entre o tempo meteorológico e o estado emocional do sujeito poético.
. . . . . . . . . . .
3. Identifica uma expressão
textual que aponte para a fragmentação do «eu», explicando o seu sentido.
. . . . . . . . . . .
4. Comprova a natureza circular do poema.
. . . . . . . . . . .
Esboço
de léxico porventura útil para respostas a grupos I
o «eu» poético / o «eu» lírico / o sujeito
poético / o sujeito lírico / o «eu» do texto / o «eu» / o sujeito / o poeta /
[o narrador] / ...
trecho / texto / excerto / passagem / passo /
período / parágrafo / segmento / frase / expressão / estrofe / terceto / quadra
/ quintilha / dístico / sextilha / verso / ...
trata de / aborda / conota / denota / remete
para / implica / evoca / alude a / refere / traduz / significa / assinala /
menciona / exprime / traça / esboça / desenha / perfila / desenha / marca /
vinca / acentua / sublinha / sugere / insinua / salienta / valoriza /
desvaloriza / prefere / pretere / favorece / desfavorece / privilegia / prejudica
/ enumera / elenca / estabelece / distingue / ...
infere-se / conjectura-se / adivinha-se /
percebe-se / nota-se / é percetível / é notório / evidencia-se / é evidente /
apercebemo-nos de que /...
oposição / paralelismo / contraste / simetria /
tema agregador / assunto / leitmotiv / binómio / motivo / símbolo / direção /
vetor / linha de sentido / tópico / alusão / dicotomia / ...
Entretanto, / Acrescente-se que / Note-se ainda
que / Diga-se também / É de notar / Por outro lado, / Na verdade, / Com efeito,
/ ...
TPC — À medida que for devolvendo, já
corrigidas por mim, as primeiras versões da análise-comentário de Canção/Memorial, lança no ficheiro word as
alterações que sugeri e envia-mo com o texto já alterado (Convento corrigido de Heliodoro do 12.º 0.º). Entretanto, como
tenho multiplamente pedido, aproveita para terminar leitura de Memorial.
Aula 86-86R (31/jan [8.ª], 1/fev [7.ª], 2/fev [1.ª], 3/fev
[5.ª]) Iniciamos, ou
reiniciamos, a revisão das Classes de palavras.
Ainda
da Nova Gramática Didática de Português:
Complete as
frases com determinantes das subclasses indicadas.
a)
________ (det. artigo definido) pessoas deviam praticar algum exercício físico.
b)
Comprei o _______ (det. possessivo) presente na loja perto da minha escola.
c)
________ (det. artigo indefinido) dia vou até ao México.
d)
________ (det. demonstrativo) casas são mais antigas do que estas.
Faça
corresponder o tipo de determinantes à afirmação que lhes diz respeito.
Classifique
as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).
A — Os quantificadores
são palavras que quantificam os elementos de um conjunto.
B — Qualquer é um quantificador
existencial.
C — Ambos é um quantificador
universal.
D — Um quantificador existencial expressa uma quantidade não
exata de elementos de um conjunto.
E — Os numerais ordinais
são um tipo de quantificadores.
F — Na frase «Fiz tudo quanto pude», a palavra
quanto é um quantificador interrogativo.
Complete
as frases seguintes com as palavras a negro,
antecedidas dos quantificadores adequados. Siga o exemplo e faça as alterações
que achar necessárias.
sumos | quadros | anos | pessoas | pão | gaivotas
Tenho fome! Vou comprar algum pão.
a) _________ foram pintados por Renoir.
b) Nunca tinha visto _______ à volta de um
barco! Deve vir cheio de peixe.
c) Eu conheço ______ capazes de ajudar os outros
sem esperar nada em troca.
d) Comprei ______ para beber ao jantar; um para
ti, outro para mim.
e)
______ viveste em Angola?
São frases do sketch
«General e soldados» (Meireles). Entre as palavras sublinhadas, distingue determinantes (demonstrativos,
possessivos, indefinidos, [relativos], [interrogativos], artigos definidos,
artigos indefinidos), pronomes
(pessoais, indefinidos, demonstrativos, [possessivos], [relativos], [interrogativos]), quantificadores (existenciais,
numerais, [universais], [relativos], [interrogativos]). Entre parênteses retos,
pus as subclasses que não aparecem representadas nas frases. Sublinhei um único
adjetivo numeral. No caso dos
pronomes pessoais, tenta também indicar a função sintática que está em causa.
Eu já vos disse que eles são anões?
eu = _____ | vos =
_____ | eles = _____
Este pau sozinho matou trinta alemães.
este = _____ | trinta
= _____
Este pau fez a segunda guerra mundial.
este = ____ | a =
____ | segunda = ____
Meu general, temos outra dúvida.
meu = _____ | outra =
_____
Nós também somos muitos, soldado Meireles.
nós = _____ | muitos
= _____
Os inimigos dispõem unicamente de canhões, algumas metralhadoras e três
mísseis.
os = _____ | algumas
= ____ | três = ____
São os
soldados mais cobardolas que alguma vez vi na minha vida.
os = ____ | alguma =
_____ | minha = _____
Isso é verdade.
isso = _____
Eles são trinta mil.
eles = ____ | trinta
mil = _____
Somos só nós os
três.
nós = ____ | os =
____ | três = ____
Ainda bem que faz essa
pergunta.
essa = ____
São uma
vergonha para o exército!
uma = ___ | o = ____
Ainda
da NGDP (no segundo item, inseri três
alíneas e tirei outras tantas).
Leia
atentamente a letra da música que se segue e identifique a classe a que pertencem os elementos destacados.
Eu
queria ser astronauta,
O
meu país não deixou,
Depois
quis ir jogar à bola,
A
minha mãe não deixou.
Tive
vontade de voltar à escola,
Mas
o doutor não deixou,
Fechei
os olhos e tentei dormir,
Aquela
dor não deixou...
Ó
meu anjo da guarda,
Faz-me
voltar a sonhar,
Faz-me
ser astronauta,
E
voar...
O
meu quarto é o meu mundo,
O ecrã é a janela,
Não choro em frente à minha
mãe,
Eu que gosto tanto dela.
Mas esta dor não quer
desaparecer
Vai-me
levar com ela...
Ó meu anjo da guarda,
Faz-me
voltar a sonhar,
Faz-me
ser astronauta,
E
voar...
Acordar,
meter os pés no chão.
Levantar,
pegar no que tens mais à mão,
Voltar
a rir, voltar a andar,
voltar, voltar...
Voltarei...
(8x)
Acordar,
meter os pés no chão,
Levantar,
pegar no que tens mais à mão,
Voltar
a rir, voltar a andar, voltarei...
Tim, «Voar»
queria
= _______
minha
= _______
vontade
= _______
O
= _______
Não
= _______
Eu
= ________
tanto
= _________
Mas
= ________
Ó
= _______
Transforme
as frases simples que se seguem em frases complexas recorrendo a uma palavra relativa (pronome relativo,
advérbio relativo, quantificador relativo, determinante relativo).
a) O João frequenta a minha faculdade. A minha
faculdade fica em Entrecampos.
b) Os meus amigos compraram um carro. Eles
trabalharam durante as férias para juntar dinheiro.
c) O Nuno viajou. Falei-te ontem do Nuno.
d) Alguns iogurtes têm bolor. As tampas desses
iogurtes registam prazos de validade ultrapassados.
e) O Arnaldo comeu bastantes amoras. O Arnaldo
comeu as amoras que lhe agradavam.
f) A Irondina vive numa vila. Nessa vila há um
monstro.
Itens/Soluções de grupos I-B sobre Cesário (a ler apenas; a completar)
Exemplo
1
Grupo I-B
1. Observe com atenção o quadro do pintor
impressionista Claude Monet, intitulado «Le Déjeuner».
1.1. Relacione o quadro com uma das temáticas
estruturantes da poesia de Cesário Verde.
A dimensão realista e pictórica da poética de
Cesário Verde é indiscutível, tanto mais que o próprio poeta afirma «Pinto
quadro por letras». A essa dimensão associa-se a introdução do quotidiano na
poesia. De facto, composições poéticas como «Num Bairro Moderno» e «De Tarde»
oferecem-nos uma visão cinematográfica de figuras individualizadas ou coletivas
que protagonizam realidades e vivências sociais burguesas, envoltas em sabores
e cores. Assim, é possível relacionar este quadro com motivos cesarianos, como
as referências a cenas domésticas, ora situadas em casas apalaçadas e em
jardins acolhedores, ora em ambientes campestres.
1.2. Associe a figura feminina retratada na
pintura com um dos tipos da imagética feminina característicos da poesia de
Cesário Verde.
Na poesia de Cesário Verde, são retratados
fundamentalmente dois tipos de imagética feminina: a mulher vítima de injustiça
e de humilhação social -— que desperta no sujeito poético sentimentos de
piedade e de revolta pela situação degradante em que vive — e a mulher fatal,
altiva — que o humilha e despreza, mas que também o atrai, pelo seu porte e
pela sua sensualidade. É este segundo tipo de imagética que poderá ser
associado à figura feminina representada no quadro de Monet.
Exemplo
2
Na
obra de Cesário Verde emerge um sentimento da modernidade, revelando o
poeta-pintor, na busca da dimensão humana da cidade-mulher, fatal, sensual e
inquietante, em imagens justapostas e objetivas, por vezes transfiguradas por
algum bucolismo.
Recorde
a poesia de Cesário Verde que teve a oportunidade de estudar no 11.º ano.
1. Procure associar a qualidade de
poeta-pintor a um sentimento de modernidade que a poesia de Cesário evidencia.
1. Verdadeiro artista
plástico impressionista, fixa a população da cidade em processo, recorrendo a
sinestesias e acumulando pormenores das sensações captadas. Não lhe interessa a
visão estática da realidade, mas a sua visão particular. De facto, Cesário
Verde antecipa a modernidade quer ao ocupar com a poesia o espaço da ___
narrativa, quer na construção de imagens intensas e sonoras das pessoas, da
cidade e do campo ou das emoções. Além disso, é capaz de recolher simples temas
____ e de encontrar neles uma face poética.
A visão plástica do «poeta-____» assume lugar de destaque, por exemplo, no poema «De tarde», através do registo do pormenor de «uma coisa simplesmente bela», digna de ser pintada,
ou do cenário do campo com o granzoal e os penhascos, onde acampam para o «piquenique de burguesas». Ainda o facto de se tratar de um fim de
tarde («inda o Sol se via»), associado aos frutos («melão», «damascos», «pão de ló») e às cores: o azul (do
granzoal), o rubro (da papoula), o amarelo (do pão de ló).
2. Comprove a existência de uma dimensão
humana da cidade na poesia de Cesário, muitas vezes associada à mulher e às
suas características.
2. A modernidade da obra
de Cesário observa-se também na figura da cidade, humanizada, com feições
singulares, tradutoras da efemeridade da mutação do mundo. Ao ____ pela cidade,
revive, por evocação, o passado e os seus dramas, ou sofre uma opressão que lhe
provoca um desejo «absurdo de sofrer», como diz em «____».
Na poesia de Cesário, a _____ aparece viva, com
homens vivos, mas nela há a doença, a dor, a miséria, o grotesco, a beleza e a
sua decomposição fatal. De facto, as imagens da cidade surgem, frequentemente,
com uma dimensão humana. Podemos mesmo falar numa metáfora de cidade-mulher que
atrai, fatalmente, pela sua beleza e sensualidade, mas que, frequentemente,
arrasta para a morte. Assim, em imagens justapostas, esta cidade-mulher
torna-se fria e perde a sensualidade devido ao capitalismo que subjuga o
operário; associa-se à ausência de amor, pois menospreza a naturalidade.
3. Servindo-se de dois exemplos, refira o
modo como foi tratado o tema da mulher fatal na obra poética do autor.
3. A mulher fatal surge na
poesia de Cesário Verde incorporando um valor erótico que simultaneamente
________. O poeta vê esse corpo belo e luminoso ao mesmo tempo que o fantasia
pelo poder da sedução. Mas se, por um lado, desse corpo de mulher irradia uma
luz que o torna cada vez mais nítido e sensual, por outro lado, há um
pressentimento de fatalidade que lentamente o transforma em símbolo da morte.
Em «Esplêndida», considera que «Ela, de olhos
cerrados, a cismar, / Atrai como a voragem!» e em «Vaidosa», diz «eu sei que tu, que como um ópio / Me matas, me desvairas
e adormeces».
Nestes poemas, a mulher fatal arrasta para a morte; em «Frígida», é a mulher o
símbolo direto da própria morte, que leva o poeta
«ao persegui-la, penso acompanhar de longe / O sossegado espetro angélico da
Morte!» Cesário
dá-nos conta, frequentemente, da voluptuosidade da mulher fascinante, mas acaba
por se sentir humilhado. Na vida social, encontra um paralelo entre as classes
_____ que, como as burguesinhas ricas, o fascinam, e as classes ______, que têm
de se remeter à sua baixa condição.
TPC — Lê em Gaveta de Nuvens o que há sobre as ‘Classes de palavras’ em que nos
detivemos hoje (aqui).
Aula 87-88
(1 [5.ª], 2 [7.ª], 3/jan [1.ª, 8.ª]) Relê o texto «O rosto e as máscaras da
heteronímia» (p. 142 do manual), que já te pedira relanceasses em casa.
1.
Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que
permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1
O uso das aspas em «desaprender» (l. 6) assinala
a) o uso denotativo do verbo.
b) a ironia do autor.
c) a frequência da ação.
d) a invulgaridade da ação.
1.2
O recurso estilístico concretizado na expressão «complexa ‘simplicidade’» (l.
7) é
a) a antítese.
b) a hipérbole.
c) o paradoxo.
d) a metáfora.
1.3
No segmento «o intérprete sensível das grandes depressões nervosas» (ll. 12-13)
possui/possuem valor restritivo
a) apenas o adjetivo «grandes».
b) a expressão «grandes depressões».
c) os adjetivos «sensível» e «nervosas».
d) apenas o adjetivo «sensível».
1.4
O constituinte sublinhado em «Alberto Caeiro, desejando-se um simples homem
da natureza» (ll. 26-27) desempenha a função sintática de
a) predicativo do complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) complemento do nome.
d) complemento direto.
1.5
O elemento linguístico «que» sublinhado na passagem «Ricardo Reis, por seu
turno, não mais desejou que viver segundo o ensinamento de todas as culturas,
sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe» (ll. 32-34) é
a) uma conjunção subordinativa completiva.
b) uma conjunção subordinativa causal.
c) uma conjunção subordinativa consecutiva.
d) um pronome relativo.
1.6
O conector «Em suma» (l. 34), introduz, no contexto, um nexo
a) comparativo.
b) conclusivo.
c) consecutivo.
d) causal.
1.7
O termo «ininterrupto» (l. 40) é usado com o sentido de
a) breve.
b) contínuo.
c) interrupto.
d) profícuo.
2.
Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto.
Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. ___; e. ___.
A
a. Com o uso do pronome «Isto» (l. 3),
b. Com o recurso ao conector «por sua vez» (ll.
15-16),
c. Com a utilização da expressão «o Horácio do
nosso tempo» (ll. 18-19),
d. Com o recurso ao pronome «as» (l. 37),
e. Com o uso do advérbio conectivo «todavia» (l.
40),
B
1. o enunciador recupera sinteticamente o
processo anteriormente descrito.
2. o enunciador insere uma ligação adversativa.
3. o enunciador serve-se de um correferente para
evitar a repetição do nome.
4. o enunciador predica algo sobre o sujeito.
5. o enunciador concretiza um processo de
catáfora.
6. o enunciador predica algo acerca do
complemento direto.
7. o enunciador introduz uma consequência.
8. o enunciador introduz uma sequencialização.
Lê
(relê) «Cem homens e cem formigas» (pp. 301-302). Repara como neste texto — e
ao longo de todo o romance — o narrador desempenha várias funções. Na tabela,
põe ao lado das transcrições as etiquetas (de tipo de narrador) que lhes
convirão.
Narrador heterodiegético (HET)
Narrador
aparentemente homodiegético (na verdade, o uso da 1.ª pessoa do plural não
significa participação enquanto verdadeira personagem) (HOM)
Narrador
reflexivo (REF)
Narrador sentenciador (SENT)
Narrador levemente irónico (IRON)
Narrador omnisciente (que até exibe a faculdade
de ir gerindo o enredo) (OMN)
Trecho de «Cem homens e cem formigas»
|
Narrador
|
«Nem sempre se pode ter tudo» (l. 1)
|
|
«a pobre não emprestes, a rico não devas, a
frade não prometas» (ll. 5-6)
|
|
«porém sosseguemos» (ll. 5-6)
|
|
«Haveremos convento.» (l. 6)
|
|
«El-rei foi a Mafra escolher o sítio onde há
de ser levantado o convento.» (l. 7)
|
|
«um homem pode ser grande
voador, mas é-lhe muito conveniente que saia bacharel, licenciado e doutor, e
então, ainda que não voe, o consideram» (ll. 13-15)
|
|
«estava a abegoaria em abandono, dispersos
pelo chão os materiais que não valera a pena arrumar, ninguém adivinharia o
que ali se andara perpetrando» (ll. 17-20)
|
|
«com todas as disposições, licenças e
matriculações necessárias, partiu o padre Bartolomeu Lourenço para Coimbra» (ll. 25-28)
|
|
«Até à vila de Mafra, aonde primeiro vai, não
tem a viagem história, salvo a das pessoas que por estes lugares moram» (ll. 29-32)
|
Lê
depois o trecho ensaístico e o esquema no cimo da p. 303.
Lê
também «O espaço físico: um espaço (simbólico) de construção» (p. 303).
Em «Cem homens e cem formigas» são referidos três
espaços (descontando já a Holanda e, claro, a alusão a Alcobaça): Alto da Vela
(Mafra); São Sebastião da Pedreira; Coimbra.
Explica como são vistos estes locais no texto e o
seu enquadramento no enredo do romance, associando-os ao simbolismo que possam
ter, num comentário de cerca de cento e cinquenta palavras.
Memorial do Convento
|
A Vida Secreta dos Nossos
Bichos
|
Como se articulam as linhas
diegéticas?
|
|
Há alguma alternância entre
duas linhas narrativas (a da construção da ______; a da construção do
Convento), que se cruzam aqui e ali.
|
Há também dois eixos (o dos
donos que saem e regressam, mas de cujo dia pouco sabemos; o dos _____), que coincidem apenas no início e no
final.
|
O amor situa-se em que eixo?
|
|
A linha diegética do amor de
_______ e Blimunda pode talvez considerar-se integrante do eixo da passarola.
|
A paixão Gidget e ______ é
ainda menos transversal, decerto privativa do mundo dos bichos.
|
A luta de classes ultrapassa
os eixos?
|
|
O eixo da construção da passarola tem como
protagonistas os heróis (Baltasar, Blimunda, do povo, e ____, do clero mas
transgressor) e funciona também como exemplo de contra-poder. É no eixo da
construção do Convento que evoluem as personagens do poder (__, sobretudo) e
se dá o retrato do povo explorado (os dois extremos, portanto).
|
Do eixo dos donos pouco se
sabe (o seu regresso a casa é dado em alternância brevíssima no final — as
várias casas são vistas numa espécie de _____ externa, como se olhássemos um
prédio descarnado e espiássemos vários lares). No eixo dos bichos assume-se
uma focalização ____ (por personagem coletiva, os bichos): vemos os
acontecimentos pelo olhar dos animais.
|
Há visitas de personagens de
um dado eixo ao outro?
|
|
Scarlatti, Bartolomeu surgem nos dois eixos, de
passarola e de Convento — são personagens com essa mobilidade transversal. O
músico ______ funciona, para o eixo da passarola, como personagem adjuvante.
Ocasionalmente, há comparências de outras personagens em ambas as linhas
diegéticas.
|
Dentro do eixo dos bichos, os humanos
encarregados da recolha de animais abandonados funcionam como ______
(pertencerão ao eixo dos donos? — estão no seu emprego também); e há
estratificação social: os revolucionários do esgoto, os privilegiados por
viverem com donos.
|
É o elemento feminino do
casal que luta pela sua paixão
|
|
Blimunda procura Baltasar durante ___ anos.
|
Gidget procura Max durante o ___ todo.
|
Enredo fecha-se numa retoma
do início, circularmente
|
|
Baltasar e Blimunda conhecem-num auto de fé, em
1711. Intriga termina com outro auto de fé (histórico, o de António José da
Silva), em 1739 — decorrem ______ anos, balizados até por acontecimentos
históricos
|
Chegada de Katie com Duke desencadeia o conflito
(Max-Duke) já resolvido no regresso da dona. Saída e regresso dos donos
enquadra paixão de Gidget por Max — decorrem as ____ horas de um dia
completo.
|
As multidões em viagem são
recorrentes
|
|
Recordem-se o grupo de trabalhadores que
transporta «mãe da ____»; o grupo de trabalhadores arregimentados com que se
cruzou Maria Bárbara; as procissões; etc.
|
Recordem-se o exército de animais chefiado pelo
coelho ____; o grupo dos animais de estimação comandado pelo cão em cadeira
de rodas; etc.
|
TPC — Termina a leitura de Memorial do Convento.
Aula 89-90
(7 [7.ª, 5.ª], 8 [1.ª], 9/fev [8.ª]) Entre o passo que hoje vamos (re)ler de Memorial do Convento — «Enfim chegou o
dia» — e o filme Locke (realizado por
Steven Knight) é possível encontrar contrastes, oposições, que procurei resumir
na tabela a seguir. Vai lendo as pp. 304-305 e completando sobretudo a parte
esquerda do quadro.
Memorial do Convento, excertos das pp. 178-184
|
Locke, primeiros quinze minutos
|
«Enfim chegou o dia» é título que marca um acontecimento histórico: . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
|
«Enfim chegou o dia» também poderia ser o
título, reportado a dois acontecimentos na vida do protagonista: . . . . . .
. . . . . . . . . ; e uma operação de construção civil decisiva.
|
O
primeiro parágrafo
— que começa por se centrar na figura do cunhado de Baltasar, Álvaro Diogo,
pedreiro, que o narrador, numa prolepse, antecipa que trabalhará depois como . . . . . . . . . . . . . . . — dá-nos conta
sobretudo da azáfama provocada pela construção de . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
|
Através de um primeiro telefonema — dirigido a
uma mulher, Bethan, com quem estivera apenas uma noite —, ficamos a saber que
Ivan Locke tenta chegar rapidamente a . . . . . . . . . . . . . . . Os telefonemas
imediatos dão-nos conta da sua preocupação em avisar a . . . . . (estava combinado um jantar-serão animado) e
contactar subordinados e superiores da . . . . . . . . . . . . . . .
|
No
segundo parágrafo,
explica-se que uma tempestade, comparável ao sopro do . . . . . . . . . . . . . . , implicara que
se tivesse de, em tempo mínimo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O rei, embevecido com essa diligência
do seu povo, distribui . . . . . . . . . . . . . . . (do Brasil, podemos
presumir).
|
Pelos diálogos com o pessoal da empresa,
percebemos que no dia seguinte se iniciaria uma importante operação de . . .
. . . . . . . . . . . . (necessária à construção de uns arranha-céus), o que
implicava que, em tempo mínimo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . Ivan Locke, à distância, tenta organizar o seu pessoal,
distribuir . . . . . . . . . . . . . .
.
|
Os
terceiro, quarto e quinto parágrafos vincam a . . . . . . . . . . . . das
cerimónias, a grande admiração de todos por alguma coisa que ainda nem
começou mas já se pode ir . . . . . .
. . . . . . . . . A reação dos populares a estas encenações (de rei e clero)
é de aparente . . . . . . . . . . . . . («ajoelhava à passagem, e, tendo
constantemente motivos para ajoelhar-se [...], já nem se levantava» —
lembrando JJ depois do célebre golo de Kélvin no estádio do Dragão). De certo
modo, o rei invadiu um território que não era dele, mas todos o . . . . . . . . . . bem.
|
Os diálogos ao telefone acerca das tarefas a
realizar na manhã seguinte vincam a .
. . . . . . . . . . . daqueles trabalhos de construção civil, o seu custo e o
perigo de algo . . . . . . . . . . . A reação à atitude de Ivan por parte dos
funcionários da empresa é de . . . . . . . . . . . . . . (em dez anos Locke
nunca falhara e espantam-se com o que lhes conta acerca da sua decisão). De
certo modo, todos . . . . . . . . . . . . . . . dissesse estar doente (ou ter
uma consulta, como fazem alguns alunos do 12.º 7.ª e do 12.º 8.ª).
|
Podes
tentar responder aos pontos 2.1, 2.2. e 3 da p. 306:
2.1 = __ | 2.2 = 1711: ___, ___, ___; 1730: ___,
___, ___, ___; 1739: ___; ___. | 3 = __
Vai
lendo a entrevista de Carlos Vaz Marques a José Saramago, pp. 308-309, e, se
houver tempo, relanceando «O tratamento do tempo em Memorial do Convento» (pp. 306-307).
Responde ao ponto 1.2 da p. 309. No entanto, podes
desenvolver a resposta, referindo-te sobretudo a outros poderes mágicos que
pudesses/pudéssemos ter.
(Apesar de a sugestão de um poder mágico implicar, é
claro, um momento de imaginação, de inverosimilhança, gostaria que a tua
exposição-reflexão no resto fosse racional, argumentativa, em registo formal.)
TPC — Lê o texto expositivo «O tratamento do
tempo em Memorial do Convento» (pp.
306-307).
Aula
91-91R (7 [8.ª], 8
[7.ª], 9 [1.ª], 10/fev [5.ª]) Retomamos os exercícios sobre Classes
de palavras, tirados da generosa Nova
Gramática Didática de Português. Aproveito de novo para te aconselhar a
leres o capítulo «Classes de palavras», da mesma gramática, que, ilicitamente
(com grande risco meu, portanto), copiei na íntegra em Gaveta de Nuvens.
Nos
provérbios seguintes, sublinhe as conjunções e as locuções
conjuncionais e classifique-as.
a)
A viagem é mais rápida quando se tem companhia.
b)
A vida é uma escola: enquanto vivemos, aprendemos.
c)
O galo fecha os olhos quando canta porque sabe a música de cor.
d)
Basta uma ovelha ronhosa para perder o rebanho.
e)
Se saudades matassem, muita gente morreria.
f)
Quereis que vos sirva, bom rei? Dai-me do que viva.
g)
Ninguém é tão pobre que não possa dar nem tão rico que não possa receber.
h)
Segue a razão, ainda que a uns agrade e a outros não.
Leia
atentamente a letra da canção que se segue e circunde os nomes comuns que
encontrar. Depois, distribua-os pelas subclasses referidas nas alíneas abaixo.
sei
de cor
cada
traço do teu rosto, do teu olhar
cada
sombra da tua voz e cada silêncio,
cada
gesto que tu faças,
meu
amor sei-te de cor
sei
cada capricho teu e o que não dizes
ou
preferes calar, deixa-me adivinhar
não
digas que o louco sou eu
se
for tanto melhor amor sei-te de cor
sei
por que becos te escondes,
sei
ao pormenor o teu melhor e o pior
sei
de ti mais do que queria
numa
palavra diria
sei-te
de cor
sei
cada capricho teu e o que não dizes
ou
preferes calar deixa-me adivinhar
não
digas que o louco sou eu
se
for tanto melhor
amor
sei-te de cor
sei
de cor
cada
traço do teu rosto, do teu olhar
cada
sombra da tua voz e cada silêncio,
cada
gesto que tu faças
meu
amor sei-te de cor
Paulo Gonzo, «Sei-te de cor»
Nomes
contáveis — . . . . . . . . . . . . . .
Nomes
não contáveis — . . . . . . . . . . . . . .
Preencha
os espaços em branco com uma palavra da classe indicada entre parênteses.
Utilize as palavras fornecidas no quadro abaixo.
finalmente | malta |
cinema | curioso | hoje | à tarde | onde | bastante | não | boa | primeiro |
computador | férias | português | ali | realmente | sempre | turma
_____ (advérbio
de predicado com valor temporal) acordei com uma ____ (adjetivo qualificativo) sensação. ______ (advérbio conectivo) chegaram as ______ (nome comum não contável)!
A ______ (nome
comum coletivo não contável) da ______ (nome
coletivo contável) combinou ir ao ______ (nome comum contável) ver um filme _____ (adjetivo relacional) que a professora de Língua Portuguesa tinha
recomendado. É o _____ (adjetivo numeral)
filme de Manoel de Oliveira que vou ver, por isso, estou _____ (adjetivo qualificativo).
_____ (locução
adverbial de tempo), combinámos ir _____ (advérbio de predicado com valor locativo) ao parque para nos
encontrarmos com o resto do pessoal para dois dedos de conversa. Este é o sítio
____ (advérbio relativo) passamos
grande parte do tempo juntos.
Além dos programas com os amigos, também vou passar
_____ (advérbio de quantidade) tempo
a dormir, a ver televisão e a jogar no meu ___ (nome comum contável). _____ (advérbio
de frase), as férias perderiam toda a graça se eu _____ (advérbio de negação) tivesse estas
máquinas _____ (advérbio de predicado com
valor temporal) à minha disposição!
É claro que haverá muita coisa para fazer, basta
haver imaginação.
Complete o torto
crucigrama com nomes coletivos. Siga as indicações. Conjunto de...
(1)
animais característicos de uma região.
(2)
desportistas.
(3)
prisioneiros.
(4)
foguetes simultâneos.
(5)
atores.
(6)
pinheiros.
(7)
mercadores.
(8)
navios.
(9)
lobos.
(10)
mosquitos ou gafanhotos.
(11)
eleitores.
(12)
plantas características de uma região.
(13)
porcos.
(14)
pássaros.
(15)
pessoas.
(16)
ilhas.
Dos nomes coletivos identificados, indique os não
contáveis.
_______
Eis
uns exercícios — que agradeço penhoradamente a NGDP — sobre classes de palavras. Para já, adjetivos,
advérbios, preposições, conjunções:
1. Identifique
os adjetivos
presentes no texto e circunde-os.
Medalhas e medalhados
Para que conste, desde há muito que existem bons
atletas portugueses! Ora olhemos para 2006.
Francis Ubikwelu, grande atleta naturalizado
português, ganhou a medalha de ouro nos cem e duzentos metros nas Competições
Europeias de 2006. Naide Gomes conquistou o segundo lugar no salto em
comprimento e João Vieira, o terceiro lugar nos 20 km marcha. Nos Mundiais
Juniores de Triatlo, João Silva ficou em terceiro lugar. Nos Campeonatos do
Mundo de Atletismo para Deficientes, a estafeta 4 x 100 metros portuguesa
obteve o primeiro lugar. Gabriel Potra conquistou o terceiro lugar no pentatlo
para amblíopes. Na Taça do Mundo de Lisboa, o judoca João Neto obteve o
primeiro lugar e Pedro Dias alcançou o segundo, na categoria de 66 kg.
Estes são apenas alguns exemplos de sucesso no
desporto português. Nem só de futebol vive Portugal e é lamentável que tão bons
desportistas não tenham o destaque merecido!
1.1
Classifique os adjetivos que identificou:
qualificativos
— . . . . . . . . . . . . . . .;
relacionais
— . . . . . . . . . . . . . . .;;
numerais
— . . . . . . . . . . . . . . .;.
2.
Assinale os pares de frases em que a posição do adjetivo qualificativo
implica uma mudança de sentido.
A — O falso
médico fez um mau diagnóstico. / O médico falso
fez um mau diagnóstico.
B — Um rapaz bonito entrou na sala. / Um bonito rapaz entrou na sala.
C — É uma grande
mulher! / É uma mulher grande!
D — Uma jornalista verdadeira participa num debate. / Uma verdadeira jornalista participa num debate.
E — A pobre
mulher trabalha de sol a sol. / A mulher pobre
trabalha de sol a sol.
F — Desejo-te um feliz dia. / Desejo-te um dia feliz.
3.
Partindo das frases seguintes, transforme o nome destacado num adjetivo relacional.
a)
Ele propôs uma transação de comércio.
| transação ...
b)
A empresa fez uma proposta de negócio.
| proposta ...
c)
Gosto de ler literatura para jovens.
|literatura ...
d)
Fiz uma receita de França. |
receita ...
e)
Ela procura produtos da horta.
| produtos ...
f)
Li um romance de Camilo. |
romance ...
g)
Tenho uma casa no campo. |
casa ...
h)
Hoje houve uma revolta de estudantes.
| revolta ...
i)
Ele é um excelente crítico de literatura.
| crítico ...
j)
Gosto da vida na cidade. |
vida ...
4.
Descubra nesta canja de galinha vinte e um advérbios de predicado:
4.1
Distribua os advérbios consoante o seu valor:
valor locativo — . . . . . . . . . . . . . .
valor temporal — . . . . . . . . . . . . . .
valor de modo — . . . . . . . . . . . . . .
5.
Usando advérbios
interrogativos, formule as questões para as respostas em baixo.
a)
P: . . . . . . . . . . . . . .
R: Estou no Estádio da Luz.
b) P: . . . . . . . . . . . . . .
R: Chegámos anteontem à tarde.
c) P:
. . . . . . . . . . . . . .
R: Não me sinto nada bem (com toda
esta lã de vidro).
d) P: .
. . . . . . . . . . . . .
R: Eles foram ao estádio porque são
corajosos e não receiam ficar soterrados.
6. Substitua as
expressões destacadas por advérbios
com o sufixo -mente.
a)
Jornal que se publica todos os dias.
| ...
b)
Revista que sai todas as semanas.
| ...
c)
Festa que decorreu de modo agradável.
| ...
d)
Aluno que faz o exercício com cuidado.
| ...
e)
Ator que atua com frequência.
| ...
f)
Alguém que avança com cautela.
| ...
g)
Criança que age de modo instintivo.
| ...
7. Na sopa de legumes
seguinte, descubra dezanove vegetais
(aliás, preposições).
8.
Complete as frases seguintes com as preposições
adequadas, fazendo contrações sempre que seja necessário.
a) ___ as refeições, não é
aconselhável entrar __ mar.
b) Quero o trabalho feito ___ quinta-feira. E __
vocês!
c) Não vamos falar mais ___ esse assunto. Que
isto fique só _____ nós!
d) O réu apresentou-se ____ o juiz ____ o
advogado de defesa.
e) Posso ir ___ o Júlio às compras, mãe?
f) Conheço o meu vizinho ____ o dia em que vim
morar ___ esta casa, mas é como se nos conhecêssemos há muito mais tempo.
g) Estou a falar ___ sério!
h) Trabalho nesta empresa ____ 2001.
i) Sou ___ essa política do governo.
TPC — Em «Duas mil vontades» (p. 308), vemos
Bartolomeu a aconselhar a Blimunda uma série de acontecimentos sociais
(procissões, touradas, autos de fé) onde recolheria «vontades» mais facilmente.
Depois de relanceares também o item «Pós-leitura» (p. 309) e o enquadrado «O
espaço social em Memorial do Convento»,
escreve um comentário (de cerca de cento e cinquenta palavras) em torno da
importância desses momentos, e de outros similares, no retrato do povo e, em
geral, na economia de Memorial do
Convento.
Aula 92-93 (8 [5.ª], 9 [7.ª], 10/fev [1.ª, 8.ª]) Correção
do questionário de modelo de grupo II feito na última/penúltima aula e
explicações gramaticais — advérbio conectivo vs. conjunção; pronome relativo e outras palavras relativas,
orações relativas adjetivas e substantivas (ver
Apresentação).
Relendo
«Um segredo» (pp. 310-311 do manual), vai completando o que falte.
ll.
|
Trecho de «Um segredo»
|
Paráfrase em registo
neutro
|
O que se deve inferir
|
2-3
|
«Em
tom que facilmente dava a entender não ser essa a matéria importante que ali
se iria tratar»
|
Num
estilo pelo qual se percebia não ser aquele o assunto ___
|
Scarlatti
tinha ____
|
5-6
|
«Com
que a mim não me distinguiu nunca, mas não o digo por qualquer sentimento de
inveja, antes me louvo de ver honrada num seu filho a nação italiana»
|
Nunca
tive eu a sua sorte, mas até fico contente de o rei dar esse privilégio a um ___
|
Bartolomeu
talvez tenha ficado ___, mas recompõe-se e disfarça muito bem.
|
7-8
|
«Dizem-me
que el-rei é grande edificador, será por causa disso este seu gosto de
levantar com as suas próprias mãos a cabeça arquitetural da Santa Igreja,
ainda que em escala reduzida»
|
O
rei gosta muito de fazer construir (monumentos); talvez por isso também goste
de construções em ____
|
Scarlatti
talvez esteja a ser crítico do ___ e da discricionariedade do rei.
|
10-11
|
«Como
se mostram variadas as obras das mãos do homem, são de som as minhas»
|
Cada
um tem a sua arte, a minha é a ____
|
Scarlatti
identifica-se como ____
|
14-16
|
«Parece
apenas um gracioso jogo de palavras, um brincar com os sentidos que elas têm,
como nesta época se usa, sem que extremamente importe o entendimento ou
propositadamente o escurecendo»
|
O
diálogo anterior parece um jogo de linguagem (com quiasmos, metáforas, ...),
mais elegante que claro, como é de uso nesta ____
|
O
narrador lembra que estamos na época ____
|
18-19
|
«Disseram
a verdade do que então viram, depois ficaram cegos para a verdade que a
primeira escondeu»
|
O
que ouviu quanto à primeira experiência é verdadeiro mas, desde aí, tenho
sido ____
|
Bartolomeu
mostra-se ____ por não acreditarem em si.
|
20-21
|
«Há
doze anos que isso foi, desde então a verdade mudou muito»
|
Nestes
doze anos, a situação ____.
|
Bartolomeu
insinua ____
|
21-22
|
«A
essa pergunta responderei que, quanto imagino, só a música é aérea»
|
Para
mim, só a ___ se levanta no ar.
|
Scarlatti
diz não ___ (para o acicatar a revelar-lhe mais).
|
24-26
|
«Domenico
Scarlatti aproximou-se da máquina, que se equilibrava sobre uns espeques
laterais, pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e,
singularmente, toda a ave vibrou apesar do seu grande peso»
|
Scarlatti
tocou na passarola como se estivesse a tocar cravo, e esta, estranhamente, ____
|
A
música e a arte ____
|
33
|
«Baltasar
e Bartolomeu olharam-se perplexos»
|
Baltasar
e Bartolomeu ficaram sem saber como ____
|
Ambos
eram bastante ____
|
34-35
|
«Há
um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as
telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for
preciso»
|
Quando
for necessário, destroem-se telhas e paredes para ____
|
Blimunda
é ____
|
38-39
|
«É
Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica»
|
A
Scarlatti, que tem ____ clássica, Blimunda e Baltasar sugerem Vénus e
Vulcano.
|
Baltasar,
por trabalhar na ____, é como o deus do Fogo (que era casado com a deusa do
Amor e, como Baltasar, deficiente: era coxo).
|
61-63
|
«e
Domenico Scarlatti ouviu ressoar dentro de si a corda mais grave duma harpa.»
|
Scarlatti
ficou emocionado ao ver ____
|
Os
poderes mágicos de Blimunda tiveram algum reflexo em quem ela olhava ou
Scarlatti ____
|
63-65
|
«Ostensivamente
Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho, e disse, Acabou a
merenda, vamos trabalhar»
|
Baltasar,
com alguma ____, interrompeu a conversa.
|
Baltasar
ficou ___
|
70-72
|
«Senhor
Scarlatti, quando o enfadar o paço, lembre-se deste lugar»
|
_____
sempre que quiser.
|
______
confia em Scarlatti.
|
75-78
|
«Senhor
Escarlate, disse Baltasar, tomando bruscamente a palavra, venha quando quiser,
se o senhor padre Bartolomeu Lourenço autoriza, mas, Mas, No lugar da minha
mão esquerda tenho este gancho, ou um espigão em vez dele, sobre o coração
uma cruz de sangue»
|
Acato
as decisões do Padre Bartolomeu, mas poderei não ser _____ consigo, Senhor
Scarlatti.
|
Baltasar,
talvez ciumento (ou com medo de que o músico os ____), pretende atemorizar
Scarlatti.
|
78-79
|
«Sou
o irmão de todos, disse Scarlatti, se me aceitarem»
|
Se
permitirem, farei parte deste vosso grupo, como membro ____
|
Scarlatti
procura ____
____ a sua boa intenção. |
80
|
«Senhor
Escarlate, querendo que eu ajude a trazer o cravo, não tem mais que dizer»
|
Senhor
____, se quiser, ajudá-lo-ei a transportar o cravo.
|
Baltasar
já ____ no músico.
|
Resolve
o ponto 8 da p. 312:
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d.= ___.
Ouviremos
agora o trecho correspondente ao momento em que principia a jornada aérea.
Podes ter o livro aberto na p. 314 e ir lendo, no cimo, o ponto 1. Depois, na
mesma página, releremos «Que maravilha é viver e inventar».
Resolve o ponto 2 da p. 314
TPC — Escreve o texto que corresponde ao
grupo III de exame na p. 324 do manual.
Aula 94-95
(14 [7.ª, 5.ª], 15
[1.ª], 16/fev [8.ª]) Itens de exames recentes em torno de de
classes de palavras
[2016, 2.ª fase]
5. Nas linhas 13 e 15,
a palavra «se» [«Não iria longe esta crónica se não fosse a providência dos cronistas, a qual é (aqui o
confesso) a associação de ideias. Vai levando o rio Saône a sua corrente
envenenada, e é neste momento que uma gota de água se me desenha na memória, como uma enorme pérola suspensa»] é
(A) uma conjunção em ambos os casos.
(B) um pronome em ambos os casos.
(C) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(D) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
[2016, época especial]
6. Nas expressões «Se
chega» (linha 15) e «se desnuda» (linha 16), as palavras sublinhadas são
[«Mas acontece que a repressão é mecânica e a língua é biológica. Se chega às terras de outros povos na
bagagem do colonizador, em breve sai e se
desnuda e se alimenta, e adormece e procria.»]
(A) conjunção e pronome, respetivamente.
(B) pronome e conjunção, respetivamente.
(C) conjunções, em ambos os casos.
(D) pronomes, em ambos os casos.
[2015, 1.ª fase]
4. Na expressão «desde
as imagens mais triviais às mais sofisticadas» (linha 18), os adjetivos
significam, respetivamente,
(A) comuns e sensuais.
(B) conhecidas e
misteriosas.
(C) banais e
requintadas.
(D) sugestivas e luxuosas.
*[2015, época especial]
5. A anteposição do
pronome «lhe» (linha 35) justifica-se pela [«No que diz respeito ao olhar,
impôs-se aquele que está lá e que privilegia a experiência simples dos
sentidos. No fundo, para quem foi, o mais fundamental desse tempo, aquilo que
efetivamente lhe acrescentou mundo, foi ter ido, ter estado lá realmente, ter
olhado em volta.»]
(A) presença de uma
expressão adverbial enfática.
(B) presença de um
advérbio de negação.
(C) sua integração numa
frase em discurso indireto livre.
(D) sua integração numa oração subordinada relativa.
[2014, 2.ª fase]
1.7. No excerto
«Denunciou as estruturas de corrupção, que considerava uma espécie de
cancro que afetava gravemente a missão dos governos e o superior
interesse do Reino e dos súbditos do rei.» (linhas 9 a 11), as palavras
sublinhadas são
(A) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(B) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(C) pronomes em ambos os contextos.
(D) conjunções em ambos os contextos.
[2014, época especial]
1.7. No excerto «Inês
Pedrosa refere que Caeiro seria a “figura da musa” para o poeta, que
aliás o descreve em termos helénicos, louro como um deus grego.» (linhas
18-19), as palavras sublinhadas são
(A) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(B) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(C) pronomes em ambos os casos.
(D) conjunções em ambos os casos.
[Pergunta I-B do exame de 2010, 1.ª fase:]
Comenta a importância de Blimunda na consecução do
sonho de voar, em Memorial do Convento, de José Saramago, fazendo referências
pertinentes à obra. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras [aliás, no nosso caso, de cerca de cento e
trinta palavras].
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ouvida
esta primeira metade do documentário sobre Memorial
do Convento na série ‘Grandes Livros’, circunda a opção certa (entre as que
ponho dentro de chavetas):
Começa por se considerar que o convento de Mafra
é o {centro / epicentro / diâmetro / fulcro} de Memorial do Convento.
A primeira cena (da adaptação feita pelo grupo
Éter} tem como personagens {D. João V e D. Nuno da Cunha / D. João V e um
franciscano / Bartolomeu e Baltasar / D. João V e o padre Bartolomeu}.
Para Carlos Reis, o começo do romance tem alguma
coisa de {surrealista / inesperado / paródico / satírico}.
O narrador do documentário considera que naquele
tempo andavam de mãos dadas os poderes {espiritual e carnal / temporal e
espiritual / espiritual e militar / espiritual e secular}.
Considera ainda que a construção do convento é,
relativamente ao que o autor quer contar, o {fim último / ponto de partida /
âmago / tronco}.
Saramago nasceu em 1922 numa aldeia {alentejana
/ ribatejana / minhota / da Côte d’Azur}.
Antes de profissional da escrita, Saramago foi
{mendigo, arrumador de carros, banqueiro/ futebolista, modelo, ator / serralheiro,
funcionário administrativo, desenhador / professor, funcionário administrativo,
publicitário}.
O seu primeiro romance foi {A terra do pecado / Terra do
pecado / Os Maias / Levantado do Chão}
A viúva de Saramago chama-se {Pilar del Rio /
Pila del Rio / Pilar del Mar / Pilar del Ribero}.
Para ela, o marido, ao trabalhar, assemelhava-se
a um {artista ou compositor / artesão ou camponês / operário têxtil e
futebolista / revisor e burocrata}.
Por dia, Saramago escrevia, geralmente, {duas /
três / quatro / cinco} páginas.
Rui Tavares descobre em duas personagens de
livros de José Saramago semelhanças com o escritor, reportando-se a {Levantado do Chão e Ensaio sobre a Cegueira / História
do Cerco de Lisboa e Todos os nomes
/ A viagem do elefante e Ensaio sobre a lucidez / A Caverna e O homem duplicado}.
No fim dos anos cinquenta, José Saramago
trabalhou em {Paris / editora / Espanha / escolas}.
Tornar-se-ia depois, por alturas do 25 de abril,
diretor-adjunto do {Diário de Notícias
/ Voz Ativa / Jornal de Letras / Diário de
Lisboa}
É demitido aos {cinquenta / zero / cento e dez /
cinquenta e três} anos.
Manual de
pintura e caligrafia
é um {manual / ensaio de romance / poema em prosa / flop}.
O primeiro livro em que Saramago subverteu as regras
de pontuação foi {Memorial do Convento
/ Levantado do Chão / As pequenas memórias / A Jangada de Pedra}.
Quando descobriu Memorial do Convento, a então jornalista e futura mulher de
Saramago estava acompanhada de {quatro amigas / cinco amigas / três caniches /
setenta e oito amigos}.
Carlos Reis destaca no amor de Blimunda e
Baltasar o tratar-se de um amor {físico / intuitivo / carnal / platónico}.
Rui Tavares considera Bartolomeu de Gusmão um {barroco
/ pré-iluminista / aldrabão da pior espécie / padre castiço}.
O
que se segue é o Grupo I-A de exame de há poucos anos. O texto quase coincidia
com o que lemos na última aula, «Um segredo» (pp. 310-311). Não o transcrevo
todo, até porque o item que queria que resolvessem, o quarto, implica só o último parágrafo.
[...] Baltasar e o padre Bartolomeu Lourenço
olharam-se perplexos, e depois para fora. Blimunda estava ali, com um cesto
cheio de cerejas, e respondia, Há um tempo para construir e um tempo para
destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão
abaixo, e todas as paredes, se for preciso. Esta é que é Blimunda, disse o
padre, Sete-Luas, acrescentou o músico.
Ela tinha brincos de cerejas nas orelhas,
trazia-as assim para se mostrar a Baltasar, e por isso foi para ele, sorrindo e
oferecendo o cesto, É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia
comparação clássica, sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas
grosseiras que veste, e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de
não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é. Sem falar
que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda
tem, veria facilmente nos corações amantes, em alguma coisa há de um simples
mortal prevalecer sobre as divindades. E sem contar que sobre Vulcano também
Baltasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a
mulher.
José Saramago, Memorial do Convento, 11.ª ed., Lisboa, Caminho,
1998
1. Considere o primeiro parágrafo do texto.
Descreva o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado no
«segredo», fundamentando a resposta em três citações do texto.
2. Interprete a resposta do músico: «Quantas
vezes assim mesmo se volta dele» (linhas 6 e 7).
3. Scarlatti e Baltasar têm perceções diferentes
da «ave gigantesca» (linha 15). Explique em que consiste a diferença,
ilustrando o ponto de vista de cada uma destas personagens com uma citação
adequada.
4. No último parágrafo, o
narrador assume uma atitude de comentador. Transcreva do texto dois excertos
exemplificativos de tal atitude e explicite a intenção que pode estar
subjacente a esses comentários.
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TPC — Vê resto do documentário sobre Memorial (aqui).
Aula 96-96R (14 [8.ª], 15 [7.ª], 16 [1.ª], 17/fev [5.ª]) Reveremos os processos morfológicos de
formação de palavras.
Começamos
pela derivação
e, para já, pela derivação com adição de constituintes morfológicos.
Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base. (Na parassíntese os dois afixos
aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as palavras sem o
sufixo ou sem o prefixo.)
derivação com adição de
constituintes morfológicos
|
|
prefixação
|
reler, incompleto
|
sufixação
|
amável, guerrear
|
prefixação e sufixação
|
desorganização, inesperadamente
|
parassíntese
|
alindar, entristecer
|
Depois,
consideram-se os processos de derivação que não envolvem afixos (ou seja, sem
adição de constituintes morfológicos) No entanto, note-se que um
deles, a derivação
não afixal (aka derivação regressiva), implica ter
havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada palavra era já uma derivada
por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma,
também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada
regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de
nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (ou derivação
imprópria) nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma
palavra passa a ser usada numa nova classe.
derivação sem adição de
constituintes morfológicos
|
|
conversão (derivação imprópria)
|
burro (< burro), um porto (< Porto)
|
derivação não afixal
|
pesca (< pescar), gajo (< gajão)
|
Na
composição,
distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de
duas ou mais palavras; e a composição morfológica, em que se
associam dois radicais ou um radical e uma palavra (um radical é uma unidade não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).
composição
|
|
composição morfológica
|
apicultura, socioeconómico
|
composição morfossintática
|
conta-gotas, bomba-relógio
|
Distribui
pelos quadros em cima as seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato
de engate» e «Baratas à procura de casa» (série Lopes da Silva):
papa-formigas | formicida | saprófago | [o] quente
[a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto
(< assaltar) | avizinhar
retrovisor | formigueiro | gordura | vizinhança | engordurar | arejar
Gentilmente
cedido pela Nova Gramática didática de português
(Carnaxide, Santillana, 2011):
1. Atente nas frases apresentadas abaixo e
identifique a classe a que pertencem as palavras destacadas.
a)
— São horas de jantar e o jantar já está na mesa!
b)
As irmãs Silva têm uma silva no jardim.
c)
O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.
d) — Ali? O teu ali é muito confuso...
e)
Ele é rápido, mas o cão corre ainda
mais rápido.
f)
— Porquê? Queres saber o
porquê?
1.1 Perante os exemplos apresentados, defina conversão (aka derivação imprópria):
A conversão é um
processo de formação em que as palavras mudam de _____ mas não de _____.
2. Seguindo o exemplo, crie, para cada
verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe
diferente. Identifique a respetiva classe.
a)
«Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa)
b)
«Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê)
c)
«É o poder / que você sabe que tem
bem» (Nelly Furtado)
d)
«Estou num paraíso onde nada vai mudar»
(Beto)
e)
«Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra)
3. Na sopa de letras, encontrará sete pares
de palavras que são exemplos de derivação não afixal (ou derivação regressiva).
Registe-os:
1
= _____________
2
= _____________
3
= _____________
4
= _____________
5
= _____________
6
= _____________
7
= _____________
4. Forme palavras compostas utilizando
radicais de origem latina ou grega.
‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _____
‘Que
tem duas dimensões’ — _____
‘Que
tem forma de fuso’ — _____
‘Descrição
da vida de alguém’ — _____
‘Ciência
que estuda os fósseis’ — _____
‘Dor
na região lombar’ — _____
‘Medo
de recintos fechados’ — ____
Além
dos processos morfológicos de formação
de palavras, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com
os chamados «processos irregulares de formação de palavras».
Vamos,
portanto, até à p. 335. Revê as sete definições, e respetivos exemplos, no
ponto 2, «Processos irregulares de formação de palavras». Depois lança no
quadro as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que
pusemos em exercício idêntico há dois anos; as que vais ter de colocar agora são,
em parte, retiradas do sketch «Curso
de preparação para o casamento», da série Lopes da Silva):
mousse | São (< Conceição) | gravar
[a eucaristia] (‘fixar sons ou imagens em disco ou fita magnética’ [<
‘esculpir com buril ou cinzel; estampar; imprimir’]) | abreijos (abraços + beijos)
NCMDL (< Núcleo de
Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa)
CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool
Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate
Processos de neologia
|
Exemplos
|
Extensão semântica
|
navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)
|
Empréstimo
|
scanear, pizza
|
Amálgama
|
portunhol,
motel
|
Sigla
|
CEE, ESJGF
|
Acrónimo
|
CRE, ovni
|
Onomatopeia
|
coaxar, tiquetaque
|
Truncação
|
zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino
|
Os
exercícios seguintes são tirados de Nova
Gramática didática do português:
1.
Os exemplos listados abaixo ilustram um processo irregular de formação de
palavras. Identifique-o. ________
rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo
informático’)
leitor (‘aquele que lê’) >
leitor
(‘professor universitário’)
portal (‘porta grande’) >
portal
(‘página da Internet’)
salvar (‘livrar de perigo’) > salvar
(‘guardar’)
2. Distribua as palavras
que se seguem pelo quadro abaixo.
soirée | restaurante | menu | jeep | bife |
lambreta | diesel | airoso | flamenco | maestro | recuerdo | futebol | confetti
| piloto | dobermann | stock | alzheimer | tapa | tablier | muesli
Empréstimos
|
|
Galicismos
|
|
Anglicismos
|
|
Italianismos
|
|
Espanholismos
|
|
Germanismos
|
3.
Descubra, na sopa de letras, seis palavras formadas por amálgama.
Encontrá-las-á na horizontal e na vertical.
4.
A lista de palavras apresentada é composta por acrónimos e siglas.
Classifique-as e especifique o seu significado. [Não especifiques por escrito;
pensa só.]
a) PALOP
b) CD
c) PSP
d) BD
e) OTAN
f)
OMS
g) ONU
h) TAP
i) UE
j) PME
5. Recorra ao
processo de truncação para formar palavras.
a)
motociclo > _____
b)
fotografia > _____
c)
exposição > _____
d)
zoológico > _____
e)
quilograma > _____
f)
metropolitano > _____
g)
hipermercado > _____
h)
discoteca > _____
6. Proponha uma
onomatopeia para cada caso apresentado.
a)
avalancha — _______
b)
mergulho — _______
c)
vidro partido — ______
d)
chuva — _______
e)
batida na porta — ______
f)
vento — _______
g)
trovão — ______
h)
queda — ______
Itens de exame recentes em torno de processos
de formação de palavras
[2014, 2.ª fase]
1.5. Os processos de
formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17
[«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,
(A) derivação e amálgama. | (B) composição e truncação. | (C) amálgama e
parassíntese. | (D) composição e derivação.
[2013, prova intermédia]
1.3. Os processos de
formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico
está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de
recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos.
Segundo o estudo publicado na Environmental
Science & Technology, é uma verdadeira
«plastisfera», um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha 21) são,
respetivamente,
(A) derivação e composição. | (B) truncação e composição. | (C) parassíntese e
amálgama. | (D) amálgama e composição.
TPC — Relanceia o que está em Gaveta de Nuvens sobre «Processosmorfológicos de formação de palavras» e sobre «Processos irregulares deformação de palavras».
Aula 97-98 (15 [5.ª], 16 [7.ª], 17/fev [8.ª, 1.ª]) Trata-se
do Grupo
II de um exame nacional, a que acrescentei apenas dois itens.
Leia,
atentamente, o seguinte texto.
Não creio que as classificações acrescentem o que
quer que seja à fruição de uma obra de arte, seja ela literária ou de outra
qualquer natureza; mas também não penso que a prejudiquem. Por isso, ao
terminar a leitura de Memorial do Convento, ainda sob o império da fascinação que ela me provocou, surpreendi-me
a interrogar: que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever?
Um romance histórico? Um romance realista? Uma alegoria? Uma parábola? Uma
epopeia? Um conto de fadas? Uma história de amor? […] A resposta surgiu,
inevitável, irrecusável por assim dizer: Memorial do
Convento é tudo isso, um caleidoscópio, […] um espelho do
real reinventado, diverso e complexo, à imagem e semelhança do mundo e dos
homens que nele habitam e o fazem avançar. […]
Este romance não é apenas um romance histórico, a
sua duração transcende os limites cronológicos do quadro histórico em que à
primeira vista parece encerrar-se […]. A cada passo surgem referências a
acontecimentos que virão a produzir-se muito para além do marco temporal da
história que nos é contada – a propósito dos damascos carmesins e dos panos
verdes que ornamentam o coro da Igreja alude-se ao «gosto português pelo verde
e pelo encarnado, que, em vindo uma república, dará bandeira» […]. É que, neste
romance […], a história não é uma categoria imutável e fixa, mas a contínua
respiração da realidade, rio cujas águas nunca param e nunca se repetem. […]
A luta de classes. De outra coisa não fala este
romance que por isso mesmo é também um romance realista – e uma epopeia. Às
duas epígrafes que o autor lhe antepôs – uma
do Padre Manuel Velho, a outra de Marguerite Yourcenar – poderia ter
acrescentado uma terceira, extraída do conhecido poema de Brecht intitulado
«Perguntas de um Operário Letrado», que começa por estes três versos: «Quem
construiu Tebas, a das sete portas? / / Nos livros vem o nome dos reis. / Mas
foram os reis que transportaram as pedras?» É a uma pergunta análoga que o Memorial dá resposta. Para assegurar a
sua progénie, um rei beato promete erigir um convento de franciscanos na vila
de Mafra. Mas são os servos da gleba que, com o seu sangue e o seu suor hão-de
construí-lo, homens vindos de todos os cantos do país, atraídos pela esperança
de melhor salário, levados à força outros como se gado fossem […].
Com tudo isto, ficou ainda por dizer que o
romance deve muito da sua força narrativa ao estilo incomparável de Saramago,
ao seu perfeito domínio da língua portuguesa, a que este livro é uma permanente
homenagem, à opulência de uma escrita em que o extremo rigor e a liberdade
estreme se conjugam, numa rara aliança
em que nenhum deles é sacrificado pelo outro e antes mutuamente se enriquecem.
Luís Francisco Rebelo, Memorial
do Convento, José Saramago, 25 anos da 1.ª edição: A recepção da crítica na
época, Lisboa, Caminho, s.d.
epígrafe: fragmento
de texto, citação curta, máxima, etc., colocada em frontispício de livro, no
início de uma narrativa, de um capítulo, de uma composição poética, etc., como
orientação de leitura ou objectivos afins.
progénie: descendência, sucessão.
estreme: pura, radical.
1. Circunda a melhor alínea.
A palavra «que»
(linha 1, a seguir a «Não creio») pertence à classe
a) das conjunções
consecutivas.
b) das conjunções
concessivas.
c) dos pronomes
relativos.
d) das conjunções
completivas.
Segundo o autor, na fruição de uma obra de arte,
classificá-la torna-se
a) inadequado.
b) impossível.
c) indiferente.
d) imprescindível.
O recurso a interrogativas (linhas 4-6) serve ao
autor como
a) introdução à temática que vai desenvolver.
b) questionamento dirigido a outros críticos.
c) rol de suspeitas decorrentes da leitura do livro.
d) efeito meramente retórico e estilístico.
Com o recurso ao termo «caleidoscópio» (linha 8),
o autor vê Memorial do Convento como uma obra
a) obscura na sua multiplicidade.
b) multifacetada como a vida.
c) emaranhada como um labirinto.
d) única na sua singularidade.
Com a transcrição do poema de Brecht (linhas
22-24), o autor pretende sublinhar
a) o testemunho de um autor dramático.
b) a variedade possível de epígrafes.
c) o paralelismo com Memorial do Convento.
d) a semelhança com as anteriores epígrafes.
A palavra «que»
(linha 29) pertence à classe
a) dos pronomes
relativos.
b) das conjunções
completivas.
c) das conjunções
coordenativas.
d) das conjunções
consecutivas.
O antecedente do pronome «que» (linha 31) é
a) «romance» (linha 29).
b) «estilo incomparável» (linha 30).
c) «perfeito domínio» (linha 30).
d) «língua portuguesa» (linha 30-31).
A colocação do pronome «se» (linha 32) em posição
anteposta ao verbo justifica-se pela sua
a) inclusão numa frase em discurso indireto.
b) inserção numa frase subordinada relativa.
c) dependência de uma construção negativa.
d) integração numa frase interrogativa indireta.
2. Associa cada
elemento de A ao único elemento de B que lhe corresponde.
A
1. Com o recurso a «É que» (linha 15),
2. Com o recurso à conjunção «mas» (linha 16),
3. Com a utilização da frase negativa iniciada por «De outra coisa não
fala» (linha 18),
4. Com o recurso ao travessão duplo (linhas 19-20),
5. Com a utilização da forma do verbo auxiliar modal «poderia» (linha
20),
B
a) o enunciador exprime oposição em relação à ideia apresentada
anteriormente.
b) o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.
c) o enunciador nega para afirmar com mais veemência.
d) o enunciador estabelece uma lógica de finalidade.
e) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido
anteriormente.
f) o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.
g) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual
anterior.
h) o enunciador explica a ideia expressa desde o início do parágrafo.
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. =
___.
Na
p. 286, vai lendo «Esta é a história de Memorial
do Convento...» (p. 286) e, como se pede no ponto 1, completando as lacunas
com nomes próprios ou comuns:
1. _____;
2. _____;
3. _____;
4. _____;
5. _____;
6. _____;
7. _____;
8. _____;
9. _____;
10. _____;
11. _____;
12. _____;
13. _____;
Na
p. 287, atenta no verbete para ‘memorial’ do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, reparando nas quatro
aceções aí anotadas. Lê depois os dois trechos ensaísticos no enquadrado «Memorial do Convento: o título».
Em
escrita muito revista, responde a estas duas perguntas:
Explica — desenvolvendo-a — esta questão posta
por Carlos Reis (no último dos trechos no final da p. 287):
«este “memorial do convento” privilegiará o que
numa certa memória se reteve acerca do Convento, da sua origem, da sua
construção e dos que nela trabalharam; mas não será ele também um memorial pelo
Convento?».
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Pensa em um outro título que pudesse ter o livro
de Saramago. Indica esse título e justifica a tua escolha à luz dos aspetos da
narrativa que esse título vincasse.
.
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Completa
(em geral, com termos de narratologia ou com nomes de personagens):
Tempo do discurso vs.
Tempo da história
|
|
Memorial do Convento
|
Locke
|
Há
alterações na ordem dos
acontecimentos?
|
|
A _____ não é recurso essencial, mas, por
vezes, somos informados de factos anteriores à história que está a ser
narrada: por exemplo, as diligências, por parte dos ____, anteriores a 1711
(já em 1624 e em 1705), para se construir um convento. As ____ são mais
significativas, até porque costumam ser menos habituais nos romances. Há
algumas que remetem para os nossos dias ou para o século XX genericamente:
referência às cores da bandeira republicana [cap. XII]; a praia como local de
lazer [cap. XIII]; cravos e 25 de abril de 74 [cap. XIII], ida à lua, Junot
em Mafra, cinema [cap. XVII], Fernando Pessoa [cap. XVIII]. Também há
prolepses que dão conta de situações futuras mas pertencentes à própria
intriga do romance (vimos há dias como se antecipava a morte de ____; logo no
início alude-se aos vindouros bastardos de ____: «quando acabar a sua
história se hão de contar por dezenas os filhos assim arranjados»).
|
Não há propriamente analepses ou prolepses,
uma vez que o tempo do discurso (medido em «película» de filme) e o tempo da
____ (no fundo, o de uma viagem de carro entre duas cidades inglesas) parecem
coincidir completamente. Pretende-se que acreditemos que a ação decorre «em
direto» (abordagem que implica não haver distorções entre tempo da história e
do ____). Há alusões ao passado, mas apenas na conversa entre personagens
(entre Locke e ____ ou Katrina, sobretudo relativamente a um dia de há sete
meses; ou em desabafos dos colegas de trabalho de Locke, acerca dos nove ou
dez anos anteriores). Não se pode considerar que essas menções ao passado por
parte das personagens constituam alterações da ____ dos
acontecimentos. O mesmo se diga de intenções quanto ao ____, reveladas aqui e
ali, por parte de Locke ou das duas mulheres. São apenas isso: atos de fala
de cada uma das personagens.
|
Há
distorções na duração (omissões,
resumos, pausas)?
|
|
Há ____ (cortes, saltos no relato): «Meses
inteiros se passaram desde então, o ano é já outro» [cap. VIII]; «Encerrados
na quinta, Baltasar e Blimunda assistem ao passar dos dias. Agosto acabou.
Setembro vai em meio» [cap. XVI]. Há ____ (em que um grande lapso de tempo é
dado em poucas pinceladas): «tornou o padre aos estudos, já bacharel, já
licenciado, doutor não tarda...»; a busca de Baltasar por Blimunda também é
dada em resumo/elipse. Estes momentos, como é óbvio, ____ o ritmo da
narrativa.
Ao contrário, haverá zonas em que o relato
parece demorar-se excessivamente, ____ assim a velocidade da narrativa (por
exemplo, a narração da «epopeia da pedra», em que o tempo do discurso parece
mais lento do que o da história).
|
A duração do discurso, no caso do cinema,
corresponderá ao que demora o filme a ser visto (num livro, a duração do ____
pode ser medida em páginas). Tal como se viu acontecer em termos de ordem,
também quanto à duração em Locke se
assume haver completa equivalência entre o tempo da ação e o da nossa
receção. Por exemplo, somos instados a crer que não há ____ e que, portanto,
não houve momentos mortos na viagem: Locke esteve sempre ao telemóvel ou em
monologais ajustes de contas com o ____ (e estes monólogos até parecem
demorar o tempo «real»). Se considerássemos dentro da diegese o que originara
a ação presente, poder-se-ia dizer que se recorrera a ____, incluídos
nos diálogos, para se conseguir incorporar, compactados, esses longos sete
meses.
|
Aula
99-100 (21 [7.ª, 5.ª],
22 [1.ª], 23/fev [8.ª]) Correção de questionário de compreensão (ver Apresentação).
Questionário
de gramática
Turmas 5
& 7
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma
classificação completa da oração).
A
Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
A
Lu andou ao sol, ficou doente, foi internada.
|
|
A
Amélia, que foi minha namorada, está bonita.
|
|
Estava
já com fome, pois almoçara apenas insetos.
|
|
O
professor anunciou que os alunos estavam aprovados.
|
|
Saiu,
depois que a noite chegou.
|
|
Estava
tanto calor, que todos se despiram.
|
Classifica
a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados
alunos,
por favor, não resolvam este grupo.
|
vocativo
|
A
ideia foi-lhe apresentada por Heliodoro.
|
|
Camões
dedicou o livro a Sebastião.
|
|
Irritei-te
desnecessariamente.
|
|
Salvador
gostava de Helena.
|
|
A
secretária elegeu a pesca do salmão como a solução ideal.
|
|
Pôs
o telemóvel sob a carteira para enganar o professor.
|
Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram
é legível na vertical.
Ela
|
pronome
|
pretendia
que se vivia bem
|
|
em Lisboa, embora
|
|
a olhassem de soslaio.
|
Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por
parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
|
derivação
por sufixação
|
perda
|
|
cronómetro
|
|
esvoaçar
|
Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo,
expressivo, diretivo).
Prometo
pontuar este teste com vinte valores.
|
compromissivo
|
Não
te agrada esta nossa decisão?
|
|
Este
cocó de cão não estava aqui há pouco.
|
Turmas 5
& 7
Classifica
as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A
Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
Cantas
tão bem, que fico logo alegre.
|
|
Mal
entrou,
o ambiente ficou diferente.
|
|
O
Vicente, que é um bom homem, tem dívidas tremendas.
|
|
O
diretor avisou que as matrículas estavam encerradas.
|
|
Não
tinha dinheiro, portanto não comprei nada.
|
|
Chegou,
viu e venceu.
|
Classifica
a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados
alunos,
por favor, não resolvam este grupo.
|
vocativo
|
Camões
pediu inspiração a Calíope.
|
|
A
família de Ernesto foi para a Toscânia.
|
|
A
pesca do salmão no Iémen foi impulsionada pelo xeque.
|
|
Vou
pôr a mesa quando chegar o salmão.
|
|
O
povo não nomeou D. João V seu governante.
|
|
Leva-me
ao Iémen.
|
Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram
é legível na vertical.
Ele integrava
|
pronome
|
a
equipa que vencera
|
|
os
colegas de Paris,
|
|
mas não parecia.
|
Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por
parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
|
derivação
por sufixação
|
encurtar
|
|
chave
[(= ‘solução’)]
|
|
piscicultura
|
Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo,
expressivo, diretivo).
Prometo
pontuar este teste com vinte valores.
|
compromissivo
|
Declaro-me
felicíssimo com esta minha nova vida.
|
|
O
Heliodoro já foi à rua fazer cocó?
|
Turmas 1
& 8
Classifica
as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A
Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
És
de tal modo irritante, que te odeio.
|
|
Diria
que este trabalho de gramática é facílimo.
|
|
Mal
o tempo mudou,
foi à praia.
|
|
Conhé,
que jogava à baliza, era o meu ídolo.
|
|
Se
pudesse, via esta pergunta no telemóvel.
|
|
Soube-lhe
bem, apesar de que os ovos estavam estragados.
|
Classifica
a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados
alunos,
por favor, não resolvam este grupo.
|
vocativo
|
O
rei melindano ouviu atentamente.
|
|
Gostas
do ‘Tia Albertina’ que te dei?
|
|
O
Gama vinha de Lisboa.
|
|
Jonas
considerava a pesca de salmão no Iémen uma loucura.
|
|
Trata-me
bem, por favor.
|
|
O
chato discurso foi ouvido pelo coitado do rei.
|
Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram
é legível na vertical.
Ela
|
pronome
|
tinha
um carro que todos invejavam,
|
|
quando
|
|
a viam sair.
|
Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por
parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
|
derivação
por sufixação
|
esclarecer
|
|
saca-rolhas
|
|
[o]
alcance
|
Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo,
expressivo, diretivo).
Prometo
pontuar este teste com vinte valores.
|
compromissivo
|
Creio
que nem todas as mesas estão ocupadas.
|
|
São,
como devo fazer esta mousse de chocolate?
|
Turmas 1
& 8
Classifica
as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A
Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
Camões
escreve tão bem, que não o suporto.
|
|
Declaramos
que nos opomos a isso.
|
|
Comeu
o bolo, bebeu a aguardente, trincou a noz.
|
|
Sempre
que chove,
a ESJGF fica alagada.
|
|
Odeio
os alunos que não sabem orações substantivas.
|
|
Ainda
que o Benfica perca,
lá estarei no Marquês.
|
Classifica
a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados
alunos,
por favor, não resolvam este grupo.
|
vocativo
|
As
Tágides deram-lhe inspiração.
|
|
O
bom do Gama foi enganado pelo rei de Mombaça.
|
|
Vi
Ângela, mas abandonei-a.
|
|
O
rei ouviu o discurso com atenção.
|
|
Harriet
tinha Jones por ingénuo.
|
|
Vasco
da Gama foi à Índia.
|
Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram
é legível na vertical.
Ele integrava
|
pronome
|
aquela turma, numa escola
onde,
|
|
com sorte, se estudava
|
|
ou se brincava.
|
Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por
parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
|
derivação
por sufixação
|
[o]
ataque
|
|
arruivado
|
|
geologia
|
Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo,
expressivo, diretivo).
Prometo
pontuar este teste com vinte valores.
|
compromissivo
|
Queres
ir comigo ao cinema?
|
|
Encontrei
o Zeferino no restaurante.
|
Em
tepecê recente, vimos como, um pouco como já acontecia em Os Maias, havia em Memorial
uma série de momentos que formavam uma galeria de quadros sociais. O que se
segue é uma tabela acerca do espaço
social já semi-preenchida. Completa as lacunas:
Quadros
|
Personagens/Classes
sociais envolvidas
|
Temas
e/ou aspectos visados
|
Entrudo, Quaresma
(procissão de penitência) [cap. III]
|
______
|
a
religião como pretexto para a prática de excessos; sensualidade &
misticismo
|
Histórias de milagres e
de crimes
[XIV; II; XVII]
|
______
e povo;
o
frade ladrão
|
superstição
e crendice;
libertinagem
|
Autos de fé [V; XXV]
cfr.
leitura em aula
|
_______
|
repressão
____ e política;
fanatismo
|
Baptizados e funerais
régios
[VIII; X]
|
rei
e rainha; nobreza e ____;
(povo
assistindo)
|
luxo
e ostentação;
vida
e morte como espetáculo
|
Elevação a cardeal do
inquisidor [VIII]
|
_____
e nobreza;
(povo
______)
|
luxo
e ostentação
|
Vida conventual [II; VIII]
|
frades
e freiras;
nobreza
|
______;
______
|
Tourada [IX]
|
_______
|
o
sangue e a morte como espectáculo
|
Procissão do Corpo de
Deus
[XIII]
|
todas
as classes
|
sobreposição
do profano ao _____;
a
libertinagem do _____
|
Cortejo de casamento [XXII] *cfr. exame
respondido em aula ainda no 1.º período
|
casal
real, infantes, nobreza, clero;
(povo
assistindo)
|
o
casamento na realeza, a vida das mulheres; luxo e ostentação; contraste com
miséria do ______; estado dos _______
|
Nas pp. 48 e 49 há dois textos de Pessoa (A e B),
ortónimo, e uma crónica de Luís de Sttau Monteiro. Depois de leres os três
textos, escreve um comentário focado no modo como em Pessoa se alude à infância,
com referência sobretudo àqueles dois poemas (ou só a um deles), mas em que
poderás, se quiseres, aproveitar algum contraste com o texto de Sttau Monteiro.
(Cerca de 150
palavras.)
Memorial do Convento
|
Locke
|
Os títulos incluem
referência a um edifício ou a personagem muito ligada à construção civil:
|
|
o ______ de Mafra
|
Ivan _____
|
Os títulos
esclarecem-nos sobre o foco principal e o género da obra.
|
|
Logo o título inclui uma expressão que parece
evocar o género memorialístico. Com efeito, a palavra «______» tem três
aceções possíveis: ‘exposição sumária para esclarecer questão prática’; ‘obra
em que estão relatados factos memoráveis’; ‘monumento comemorativo’, o que
confirma que a narrativa tem índole ______ e, em sentido lato,
memorialística.
|
O título socorre-se de um nome próprio, um
antropónimo, o apelido da personagem principal. Esta escolha deve significar que
se pretende realçar a ______ do herói. Com efeito, mostra-se-nos Ivan Locke
sozinho com as suas resoluções, que explicita aos outros sem hesitar,
raciocinando agora apenas para levar a cabo as decisões que já tomara.
Algures se considera este filme um thriller
_______.
|
As obras evidenciam
contexto e sociedade.
|
|
No caso de Memorial,
devemos ter em conta que, no rosto, ou frontispício, há a indicação
«romance». Enfim, não será muito errado considerar este um romance histórico,
com uma intenção também de intervenção _____.
|
O filme não deixa de retratar situações que
revelam preocupações de ordem ______ (as relações familiares, a solidão, as
hierarquias profissionais, o desporto
e a televisão), ainda que nos pareçam menos programáticas do que as do livro
de Saramago).
|
Em ambas as narrativas,
a construção de edifício (ou peripécias à sua volta) é uma das linhas de
ação.
|
|
A construção do convento implica boa parte do
enredo, marcando temporalmente a ação (por exemplo: em 1717, bênção da
primeira pedra; em 1730, a ___).
|
A betonagem a ocorrer na madrugada é o assunto
crucial das diligências ao telemóvel. E na origem do outro eixo da intriga (o
nascimento de um filho) estiveram os ____ de uma outra obra.
|
Em ambas as narrativas,
o eixo da tarefa de construção é cruzado pelas outras linhas de ação.
|
|
Passarola passa por Mafra; família de ____
vive em Mafra; Blimunda e Baltasar vão viver para Mafra; etc.
|
Um só exemplo: a certa altura, Ivan precisa de
um número de telefone para efeitos da obra, mas ____ recusa dar-lho.
|
Ambas as construções se
relacionam com a vertente sociológica, o retrato da vida dos operários.
|
|
Em Memorial,
a construção do convento é a causa da exploração dos trabalhadores e até da ____
de personagens (Francisco Marques, Álvaro Diogo), embora também seja fonte de
emprego temporário.
|
Em Locke,
os contactos de Ivan dão-nos ideia de quem pode intervir neste tipo de obra:
Donal, os polacos, o albanês, outros biscateiros (versus ___ em Chicago; e chefe local), funcionários da Câmara,
etc.
|
TPC —
No máximo até ao fim do Carnaval termina a leitura de Memorial do Convento
(depois de a teres feito, é claro).
Aula
101-101R (21 [8.ª], 22 [7.ª], 23 [1.ª], 24/fev [5.ª]) Mais uma tarefa
que agradeço à Gramática Didática de
Português (Santillana, 2011):
1. Identifique
as figuras
de estilo presentes nos excertos seguintes.
a)
Tentei uma brecha naquela impenetrável
muralha de palavras, já cansada de andar para cá e para lá no corredor,
enquanto a minha mãe, da sala perguntava, pela 756.ª vez, quem era.
Alice Vieira,
Chocolate à Chuva.
b)
Bastava a ponta dos meus dedos sobre a mesa, e
logo o coração da mesa respondia, batendo pausadamente ao ritmo do meu.
Alice Vieira,
Chocolate à Chuva.
c)
Na
primavera
o
sol
faz
o ninho
no
beiral da minha casa.
Francisco Duarte Mangas; João Pedro
Mêsseder, «Ave», Breviário
do Sol.
d)
São
como um cristal,
as
palavras.
Algumas,
um punhal,
um
incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Eugénio de Andrade, «As Palavras», Antologia Breve.
e)
[...] aquela menina casadoira,
que
mora junto ao largo,
vem
à varanda ver
a Lua.
Manuel da
Fonseca,
«Noite de Verão», Obra Poética.
f)
Perdido
num sonho:
o
sol, o deserto...
Na
linha dos olhos
—
tão longe, tão perto —
ondula...
a miragem?
Francisco Duarte Mangas; João Pedro
Mêsseder, «Ave», Breviário
do Sol.
g)
Já
descoberto tínhamos diante,
Lá
no novo Hemisfério, nova estrela,
Luís de Camões, Os Lusíadas.
h)
Viva a Mademoiselle! Viva a minha precetora! Viva
o papá que mandou a outra ir embora! Viva! Viva!
Augusto
Gil, Gente de Palmo e Meio.
i)
Fidalgo:
— Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida?
Diabo:
— Vai pera a ilha perdida e há-de partir logo ess’ora.
Gil
Vicente, Auto da Barca do Inferno.
j)
Não há ninguém mais rico no mundo. Sou riquíssimo.
Sou podre de rico. Cheiro mal de rico.
José
Gomes Ferreira,
Aventuras de João sem Medo.
k)
Batizei quase todos os poemas que escrevi. Certo
dia, coloquei-os pela ordem alfabética dos títulos e deixei-os sobre a mesa a
repousar, cansados de tanto trabalho com as palavras.
João Pedro Mêsseder, De Que Cor é o Desejo?
l)
Que
medonho sítio!
Irene
Lisboa, Uma Mão Cheia de Nada e Outra de Coisa
Nenhuma.
m)
— Senhor João Sem Medo: cá o meco chama-se Zé
Porco... Este meu sócio é o Chico Calado, mudo de nascença... E aquele tem a
alcunha de «Louro» porque passa a vida a beberricar pelas tabernas, onde
improvisa cada versalhada de se lhe tirar o chapéu.
«Sim,
senhor... — pensou João Sem Medo. — Linda coleção!»
José
Gomes Ferreira,
Aventuras de João sem Medo.
n)
— Não acredito — disse Gil. — Você não tem fibra
para ensinar a esgadanhar um bocado de Liszt a essas monas filhas de
tubarões da finança e medíocres cortesãs.
Agustina
Bessa-Luís,
Contos Impopulares.
o)
E
erguendo a cabeça do bordado explicou-se melhor:
—
Quando Deus quer, até os cegos veem.
Carlos
de Oliveira,
Uma Abelha na Chuva.
p)
Cessem
do sábio Grego e do Troiano
As
navegações grandes que fizeram;
Cale-se
de Alexandre e de Trajano
A
fama das vitórias que tiveram;
Que
eu canto o peito ilustre Lusitano,
Luís de Camões, Os Lusíadas.
q)
Meio-dia
O
Sol tem os seus
Caprichos:
não gosta
Que
o olhem
Olhos
nos olhos.
Francisco Duarte Mangas; João Pedro
Mêsseder, Breviário
do Sol.
r)
Que,
da ocidental praia lusitana
Luís de Camões,
Os Lusíadas.
s)
Era
um céu alto, sem resposta, cor de frio.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares.
t)
Uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem
folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há-de ser o sermão: há-de ter
raízes fortes e sólidas, porque há-de ser fundado no Evangelho; há-de ter um
tronco, porque há-de ter um só assunto e tratar uma só matéria; deste tronco
hão-de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma
matéria e continuados nela.
Padre
António Vieira,
Sermão de Santo António aos Peixes.
u)
Enquanto
os vermes iam roendo esses cadáveres amarrados pelos grilhões da morte.
Alexandre
Herculano, Eurico, o Presbítero.
v)
Eu
não posso senão ser
desta
terra em que nasci.
Jorge de Sena, «Quem
A Tem».
w)
O
céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Um
pouco de luz perdeu, como enfiado.
Luís de Camões, Os Lusíadas.
Padre
António Vieira, «Sermão de Santo António [aos peixes]»
Grupo I-B
Isto suposto, quero hoje, à imitação de Santo
António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam,
pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão. Os demais podem
deixar o sermão, pois não é para eles. Maria, quer dizer, Domina maris:
«Senhora do mar»; e posto que o assunto seja tão desusado, espero que me não
falte com a costumada graça. Ave Maria.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António
aos Peixes,
Cap. I, Biblioteca digital, Porto Editora
1. Este excerto inclui duas das quatro
partes da estrutura interna do Sermão de Santo António aos Peixes.
1.1. Identifique-as, justificando
convenientemente a sua resposta.
1.2. A Confirmação é a mais longa das partes,
na estrutura interna deste sermão.
1.2.1 Estabeleça os seus limites. Redija uma
frase para cada um dos capítulos da Confirmação, capaz de resumir o conteúdo
de cada um deles.
1.3. Refira-se de forma breve à última parte
do Sermão (capítulo VI), destacando a função que desempenha e os assuntos aí
tratados.
Grupo I-B
[Soluções
possíveis — completa-as, usando só termos da
Retórica, os relativos às partes de um sermão; consulta o quadro atrás, se for
caso disso]
1.1.
As duas partes do Sermão presentes no
excerto apresentado são o _____ (exposição do plano a desenvolver e das ideias
a defender), que parte do conceito predicável «Vós
sois o sal da terra»,
em que se destaca a referência às obrigações do sal, a indicação das virtudes
dos peixes e a crítica aos homens e a _____ (pedido de auxílio divino).
1.2.1. A terceira parte do Sermão de Santo
António aos Peixes
é a Confirmação (subdividida em _____ e _____) com a exposição do tema, das
ideias e seu desenvolvimento, que engloba a argumentação e a crítica aos
comportamentos, a censura à prepotência dos grandes, a crítica à vaidade dos
homens e a censura aos ambiciosos, aos hipócritas e aos traidores.
O Padre António Vieira indicou, no início do
Cap. II, que dividia o desenvolvimento do seu sermão em duas partes. Assim,
temos dois diferentes momentos de exposição e dois diferentes momentos de
confirmação:
— no primeiro momento de exposição (Cap. II),
destaca os louvores dos peixes em geral, seguindo-se a respetiva _______, no
Cap. III, com os louvores em particular (peixe de Tobias, rémora, torpedo e
quatro-olhos);
— o segundo momento de ______ surge no Cap. IV,
ao falar da repreensão dos vícios em geral, seguindo-se a respetiva
confirmação, no Cap. V, com as repreensões em particular (roncadores,
pegadores, voadores e polvo).
1.3.
A quarta parte do Sermão é a _______, uma conclusão que utiliza um desfecho
forte para impressionar o auditório, uma última advertência aos peixes e a
descrição de si próprio como pecador. O sermão termina com um hino de louvor a
Deus.
[Quadro tirado de Projetos, 11.º ano, Santillana]
TPC — Lê o que vou pôr em Gaveta de Nuvens sobre figuras deestilo.
Aula
102-103 (22 [5.ª], 23
[7.ª], 24/fev [8.ª, 1.ª]) Leitura de «Epopeia» (p. 154), para responder a itens
V/F.
Na
p. 156, lê «Os Lusíadas: poema
épico», para preencheres as lacunas:
a = _____; | b = _____; | c = _____; | d =
_____; e = _____; | f = _____; | g = _____; | h = _____; i = _____; | j =
_____; | k = ______; | l = ______; m = _____; | n = _____; |o = _____; |p =
_____.
Os
livros distribuídos são todos do género épico (epopeias, poemas narrativos em verso sobre assunto merecedor de
glorificação). No entanto, podemos distinguir três tipos:
(1) epopeias estrangeiras (traduzidas em português, em prosa ou em verso).
(2) epopeias portuguesas (menos célebres do que Os Lusíadas, mas, ainda assim, poemas épicos com propósitos
sérios).
(3) epopeias paródicas ou poemas herói-cómicos (ainda que escritos segundo as
regras da epopeia, têm objetivos satíricos; o próprio assunto pode ser
ridículo).
Procurei
que em cada mesa ficasse um exemplar dos tipos 1 ou 2 (epopeias a sério) e um
exemplar de 3 (epopeias satíricas).
Comecem
por identificar os livros que lhes tenham cabido (assinalando-os na lista):
1
Homero, Ilíada,
trad. de Frederico Lourenço, 2005 [séc. VIII a.C.]
Homero, Odisseia,
trad. de Frederico Lourenço, 2003 [séc. VIII a.C.]
Virgílio, Eneida,
trad. de Agostinho da Silva, 1997 [séc. I a.C.]
Vergílio, Eneida,
trad. de vários professores da FLUL, 2003
João Franco Barreto, Eneida Portuguesa, 1664
Coelho de Carvalho, A Eneida de Vergilio lida hoje, 1908
Ludovico Ariosto, Orlando Furioso, trad. de Margarida Periquito, 2007 [1516]
Torquato Tasso, Jerusalem Libertada, versão de José Ramos Coelho, 1905 [1581]
Kalevala.
O poema épico da Finlândia, trad. de Orlando Moreira, 2007 [1849]
2
Jerónimo Corte-Real, Sucesso do segundo cerco de Diu, 1546
Vasco Mouzinho de Quevedo, Afonso Africano, 1611
Gabriel Pereira de Castro, Ulisseia ou Lisboa Edificada, 1636
José Martins Rua, Pedreida. Poema heroico da liberdade portugueza, 1843
José Agostinho de Macedo, O Oriente, 1854
José Agostinho de Macedo, Newton, 1854
Tomás Ribeiro, D. Jayme, 1862
José Agostinho de Macedo, A Creação, 1865
António José Viale, Bosquejo metrico da historia de Portugal, 1866
Augusto Bacelar, Migueleida. Poema em memoria do Senhor Dom Miguel de Bragança, 1867
Carlos Alberto Nunes, Os Brasileidas, 1938
3
Camões do Rossio [Caetano da Silva Souto-Maior],
A Martinhada, séc. XVIII
Francisco de Paula de Figueiredo, Santarenaida, 1792
António Diniz da Cruz e Silva, O Hyssope, 1808
João Jorge de Carvalho, Gaticanea ou cruelissima guerra entre os cães e os gatos [...],
1816
[Nuno Pato Moniz], Agostinheida, 1817
J. M. P. [Camilo Aureliano Silva e Sousa], Os Ratos da Alfandega de Pantana, 1849
A
Revolução,
1850
Alexandre de Almeida Garrett, As Viagens a Leixões ou a Troca das Nereidas,
1855
Francisco de Almeida, Os Lusiadas do seculo XIX, 1865
Manuel Roussado, Roberto, 1867
Quatro estudantes de Evora, Parodia ao primeiro canto dos Lusiadas de Camões, 1880
Pedro de Azevedo Tojal, Foguetario, 1904
Marco António, Republicaniadas, 1913
Um velho tripeiro, «A Carrileida». Poema épico-commercial, 1917
Octávio de Medeiros, Affonseida, 1925
Padre Ângelo do Carmo Minhava, Cabrilíada, 1947
Amândio Vilares, Portuscale, s.d.
Relativamente
ao livro do tipo 1 ou 2:
Assunto do
poema
[a própria proposição já os pode ajudar bastante nessa síntese, já que, por
definição, anuncia o que o autor se propõe «cantar»]: . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A proposição
vai da estância 1 à ____.
A invocação
vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ____.
A narração
começa na estância ____.
Nem todos os poemas terão invocação (embora seja
de regra) e, ainda menos, dedicatória
(inovação dos Lusíadas mas que não
era habitual nas epopeias).
Número de cantos
(ou livros): ____.
Tipo de estrofes:
{escolhe} oitavas / [outro:] ____ /
indiferenciadas.
Esquema
rimático:
{escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:]
_______.
Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] _______.
Relativamente
ao livro do tipo 3:
Assunto do
poema: .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .
A proposição
vai da estância 1 à ____.
A invocação
vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ______.
A narração
começa na estância ____.
Nem todos os poemas terão invocação (embora seja
de regra) e, ainda menos, dedicatória
(inovação dos Lusíadas mas que não
era habitual nas epopeias).
Número de cantos
(ou livros): ____.
Tipo de estrofes:
{escolhe} oitavas / [outro:] _____ /
indiferenciadas.
Esquema
rimático:
{escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:]
______.
Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] ______.
TPC — Para depois do Carnaval prepara
leitura em voz alta das três estâncias de Os
Lusíadas na p. 161, bem como das quatro estâncias na p. 164. (Para
conseguires leitura razoável, não chegará reconheceres as estrofes pouco antes
da aula. Pretende-se uma leitura profissional — afinal, trata-se da Liga dos
Campeões.)
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