Monday, August 29, 2016

Aulas (2.º período, 1.ª parte: 64-103)



Aula 64-65 (3 [5.ª], 4 [1.ª], 5/jan [8.ª, 7.ª {nesta turma, a sessão começou com o questionário sobre Memorial incluído na aula 67-68}]) Lê o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen na p. 100. Tem algumas semelhanças óbvias com odes de Ricardo Reis — a que alude — e particularmente com «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (pp. 97-98). Descartando as semelhanças formais (quartetos com um/dois versos mais curtos; vocativo «Lídia», uso da 1.ª pessoa do plural), ocupa-te apenas com o contraste em termos de ideologia.
Embora ambos os textos reconheçam a fugacidade da vida, o poema de Sophia, ao contrário do de Ricardo Reis, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Passa ao texto de Ricardo Reis «Prefiro rosas, meu amor, à pátria» (p. 102). Depois de leres o poema, resolve o ponto 1.1, completando o texto informativo «As rosas e a pátria (pp. 102-103).
1 — ____; 2 — ____; 3 — ____; 4 — ____; 5 — ____; 6 — ____; 7 — ____; 8 — ____; 9 — ____; 10 — ____; 11 — ____; 12 — ____; 13 — ____; 14 — ____; 15 — ____; 16 — ____; 17 — ____; 18 — ____; 19 — ____; 20 — ____.
Miguel Esteves Cardoso, «O cronocídio», Público, 17-12-2016, p. 47:
Já ninguém fala em matar o tempo. Agora só se fala no tempo que não se tem. Matar o tempo soa como um crime duma estupidez atroz.
Desligar o telemóvel é receber uma fortuna de tempo. Se formos ver o que fazemos com os telemóveis, é entretermo-nos com coisas. Pensamos que estamos a actualizar-nos ou a manter-nos informados, mas o que estamos a fazer é a participar em passatempos. Agimos como se tivéssemos tempo a mais. E assim matamos o tempo. Assim matamos o tempo que, depois de descontado todo o tempo passado em passatempos, fatalmente já não temos.
Falamos em poupar tempo, mas melhor seria falar em ganhar tempo. Sempre que reduzimos o tempo que gastamos a fazer coisas que não nos dão prazer, estamos a ganhar tempo para fazer as coisas que nos dão. Deveríamos ter, pelo menos, oito horas por dia para fazermos o que nos apetece. Os outros dois terços do dia seriam para dormir, trabalhar e cuidar da higiene.
Oito horas! Oito horas limpas, para ocupar com prazeres verdadeiros que já ninguém nos tira! Oito horas não é pedir muito, mas quem é que as tem? Quase ninguém. E porquê? Porque anda a gastar esse tempo noutras coisas: está, sem dar por isso, a matar o seu próprio tempo, a cometer cronocídio.
A aldeia remota, a ilha do Corvo andam sempre connosco, cá dentro. Temos o mesmo tempo do que quem lá vive — e num sítio com muito mais coisas para fazer. Basta desligar e começar a ganhar tempo até se ter as duas, quatro, seis, oito horas por dia de que precisamos para gozar a vida breve que é a nossa.

Explica «cronocídio» (segundo o sentido que lhe dá o cronista).
Contrasta as posições, quanto a ‘tempo’ de MEC e Ricardo Reis (e Sophia).
Transforma a ode de Reis «As rosas amo dos jardins de Adónis» (a) num trecho de extenso poema sensacionista de Campos; (b) num poema de Caeiro.
Haverá aproveitamentos temáticos do texto de Reis — enfim, perceber-se-á a inspiração inicial apenas, já que nem a ideologia poderá ser a mesma —, mas o essencial será que chegues a bons «pastiches» (imitações) de Campos e de Caeiro.
TPC — [Na próxima aula, já será preciso teres lido alguns capítulos de Memorial do Convento, de José Saramago, que te pedira fosses lendo nas férias.]

Aula 66-66R (3 [8.ª], 4 [7.ª], 5 [1.ª], 6/jan [5.ª]) Numa das provas de 2014 está o único grupo I-B com Cesário Verde:
B
Leia as cinco estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.
Cesário Verde, Obra Completa de Cesário Verde, edição de Joel Serrão, Lisboa, Livros Horizonte, 1988, p. 151
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
4. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a cidade nele provoca.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5. Identifique duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua resposta com elementos textuais pertinentes.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Segue-se o resto da parte I de «O Sentimento dum Ocidental». Em cada um dos versos sabotei uma só palavra: ou troquei uma sua letra ou troquei a palavra toda por outra do mesmo campo lexical (co-hipónima ou co-merónima). Procura repô-las.
E evoco, então, as crónicas nabais:
Ciganos, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul, salvando um DVD, a nado!
Singram soberbas trotinetes que eu não verei jamais!

E o fim da noite inspira-me; e incomoda!
De um couraçado luxemburguês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de loucas e talheres
Flamejam, ao jantar alguns hotéis da mona.

Num trem de praça arengam dois futebolistas;
Um trôpego arlequim braceja numas ondas;
Os querubins do lar flutuam nas barandas;
Às mortas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os manchésteres e as oficinas;
Reluz, viscoso, o tio, apressam-se as obreiras;
E num rebanho negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as narinas.

Vêm sacudindo as orelhas opulentas!
Seus broncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à axila, embalam nas canastras
Os bisnetos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de Marvão,
Desde manhã à noite, a bordo das motorizadas;
E apinham-se num bairro aonde miam patas,
E o peixe podre gela os focos de infeção!


TPC — Lê o capítulo ensaístico sobre «O Sentimento dum Ocidental» (de Helder Macedo, Nós —uma leitura de Cesário Verde, pp. 165-191) copiado aqui.

Aula 67-68 (4 [5.ª], 5 [7.ª {nesta turma, a segunda parte da aula será diluída em outras sessões ou em tepecê, sendo substituída por grande parte da aula 64-65 }], 6/jan [8.ª, 1.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 288-289. Não consultes, portanto, outras folhas do manual com matéria do Memorial do Convento — nem a própria obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.

Em «para dar infantes à coroa portuguesa» (ll. 2-3), o sujeito é
a) nulo expletivo.
b) nulo subentendido, reportando-se a D. João.
c) nulo subentendido, reportando-se a D. Maria Ana.
d) «infantes».

«Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes [...]» (ll. 5-7) mostra que o narrador
a) é participante e está a ser irónico.
b) está focalizado segundo a perspectiva de Baltasar.
c) é objectivo.
d) ainda que omnisciente, assume uma voz marcada pelos preconceitos de época.

«e inda agora a procissão vai na praça» (ll. 8-9) significa que
a) o rei ainda teria mais filhos ilegítimos.
b) só naquele momento começavam as relações entre rei e rainha.
c) rei e a rainha teriam vários filhos.
d) uma procissão atravessava realmente a praça.

No longo período nas linhas 18-33, é-nos dito que o rei
a) era persistente, embora impotente, ao contrário do que se esperaria de um jovem.
b) é vigoroso, tem vinte e um anos, mas, por a rainha ser pouco atraente, não concretiza o ato sexual.
c) tem relações sexuais com a rainha duas vezes por semana, ejaculando muito esperma.
d) não cumpria os chamados «deveres conjugais», por «cristianíssima retenção moral».

Ainda no mesmo período (ll. 18-33), ficamos a saber que a rainha,
a) nas suas relações sexuais, revelava-se humilde e paciente, pelo que se prolongavam os jogos amorosos com o rei.
b) além de rezar, após o ato sexual ficava o mais possível imóvel, a fim de aumentar as possibilidades de gerar um filho.
c) rebelde e sensual, não era, porém, suficientemente estimulada por o ato sexual ser rápido.
d) porque para ela era grande sacrifício ter relações sexuais, duranrte o ato rezava e ficava imóvel.

O sujeito de «fizeram inchar» (l. 32) é
a) nulo indeterminado.
b) «líquidos comuns».
c) nulo subentendido.
d) composto.

«inchar a barriga de D. Maria Ana» (ll. 32-33) é
a) uma anáfora.
b) uma perífrase para ‘engravidam a rainha’.
c) alusão brincalhona aos iogurtes Actívia.
d) hipérbole.

A basílica que o rei está a levantar (ao longo do parágrafo das ll. 34-59) é
a) um modelo de brincar.
b) a verdadeira Basílica de S. Pedro.
c) o modelo do Convento de Mafra.
d) o Convento de Mafra.

O pronome «elas» (l. 52) tem como referente
a) «a ordem e a solenidade» (50).
b) «camaristas» (52)
c) «as vigilantes entidades» (51), cujo antecendente é «as figuras dos profetas e dos santos» (46).
d) «coisas sagradas» (50).

Na linha 60, «no» é
a) ‘nu’, porque despiram o rei.
b) uma anáfora (que, precedida de nasal, implica um ene).
c) o pronome «nos» abreviado.
d) uma catáfora cujo referente é «o rei».

A enumeração nas linhas 60-66 visa
a) enfatizar a importância do ato que se seguiria.
b) mostrar o poder de D. João V.
c) justificar a impotência do rei.
d) caricaturar a repartição de tarefas pelos servidores do rei.

«já não tarda um minuto que D. João V se encaminhe ao quarto da rainha» (ll. 67-68) passa-se
a) em Mafra.
b) na praça de S. Pedro.
c) em Roma.
d) em Lisboa.

O conector que introduz o último período (l. 69) tem sentido
a) consecutivo.
b) de adição.
c) de oposição.
d) conclusivo.

[Seguem-se perguntas sobre informações que já não estão explicitadas nestas páginas. Fecha o manual, por favor, e responde em função da tua leitura dos primeiros capítulos da obra ou de pouco mais.]

A visita que se anuncia no último parágrafo do texto (ll. 69-70) visa propor ao rei que
a) prometa ter um filho.
b) seja mais paciente com Maria Ana.
c) faça uma promessa.
d) visite Mafra.

A gravidez da rainha virá a ser atribuída a
a) um milagre de franciscano.
b) um milagre do Papa Francisco.
c) um milagre de Jorge Jesus.
d) ereção do convento de Mafra.

A promessa de construção do convento teve de ser cumprida dado o nascimento de
a) D. Maria Bárbara.
b) D. João V.
c) Baltasar.
d) D. José.

Um amigo de Baltasar chamava-se
a) João Lisboa.
b) João Elvas.
c) José Castelo Branco.
d) João Portalegre.

Sete-Sóis e Blimunda foram casados, ainda que pouco convencionalmente, por
a) Bartolomeu.
b) Frei Miguel da Anunciação.
c) Frei António de S. José.
d) Baltasar.

Blimunda e Baltasar conheceram-se
a) em Mafra, durante a construção do convento.
b) em Lisboa, no batizado do infante.
c) durante a guerra.
d) em Lisboa, quando a mãe de Blimunda era vítima da Inquisição.

Blimunda via por dentro
a) antes de comer pão, de manhã.
b) depois de beber água.
c) à noite, depois de jantar.
d) antes de fazer cocó, de manhã.

Responde a mais este modelo de exame:
Grupo I —A
Lê atentamente o seguinte poema de Ricardo Reis.
     Segue o teu destino,
     Rega as tuas plantas,
     Ama as tuas rosas.
     O resto é a sombra
5                  De árvores alheias.

     A realidade
     Sempre é mais ou menos
     Do que nós queremos.
     Só nós somos sempre
10                Iguais a nós próprios.

     Suave é viver só.
     Grande e nobre é sempre
     Viver simplesmente.
     Deixa a dor nas aras1
15                 Como ex-voto2 aos deuses.

     Vê de longe a vida.
     Nunca a interrogues.
     Ela nada pode
     Dizer-te. A resposta
20                Está além dos Deuses.

     Mas serenamente
     Imita o Olimpo
     No teu coração.
     Os deuses são deuses
25                Porque não se pensam.
Pessoa, Fernando, 2010. Poesia dos Outros Eus. Lisboa: Assírio & Alvim
1. altares destinados a sacrifícios. 2. objeto oferecido a um deus ou um santo, em cumprimento de um voto.
Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifica o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.
2. Clarifica a mensagem presente nos versos 4 e 5.
3. Mostra como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.
4. Interpreta o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.
TPC — Lê «O reino das marionetas» (p. 291). Entretanto, se ainda não leste a obra, vai avançando o mais possível na leitura de Memorial do Convento.

Aula 69-70 (10 [7.ª, 5.ª], 11 [1.ª], 12/jan [8.ª]) Correção do questionário sobre Memorial (ver Apresentação).

Lê a ode de Ricardo Reis na p. 104 do manual.
Cumpre o ponto 1 («sintetiza o seu assunto numa expressão sugestiva [título-frase-slogan-máxima-lema-epígrafe]»), mas evita «A força do destino».
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Reescreve o primeiro verso do poema, trocando cada um dos «cumpre» por outro verbo (com isso se perceberá que «cumprir» é polissémico e cada uma das formas verbais tem sentido diferente). Não uses os verbos que estão em nota à direita.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ilustra graficamente o quiasmo nos vv. 3-4:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O uso do quiasmo — a troca da posição de «cumpre» e «deseja» — acaba por servir para destacar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Comenta o valor expressivo da comparação nos vv. 5-6.
A comparação dos homens com «_________» visa acentuar a impossibilidade de se lutar contra o ______.
Que atitude nos é aconselhada no último quarteto?
É-nos aconselhada uma atitude de ________.
Respondendo à pergunta 4 [lê-a antes de completares o que ponho a seguir]:
O texto, como sucede tanto com Ricardo Reis, é fundamentalmente diretivo. Essa índole imperativa socorre-se, nos primeiros quatro versos, de um sujeito aparentemente singular («cada um [dos homens]»), através do qual se faz uma ________, vincando-se um facto universal. A mudança para a 1.ª pessoa do plural dá-se quando se explicita melhor, mais próximo de nós, o efeito do destino (vv. 5-8) e, sobretudo, quando se usa o conjuntivo enquanto forma de _________. Através de uma ordem que nos é dada, exacerba-se a impossibilidade de se proceder de outro modo.
Na p. 110 do manual, no ponto 1, temos dois textos de José Gomes Ferreira. Analisa um deles (ou ambos), tendo como termo de contraste — ou de analogia — a escrita, a ideologia, de Ricardo Reis. Evita, porém, um comentário constantemente repartido (‘enquanto X é assim, Y é assado’). Sugiro cerca de cento e cinquenta palavras.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Resolve o ponto 1, de Escrita, no cimo da p. 105. (Nota que o assunto desta dissertação, embora seja sugerido por citação de Ricardo Reis, não é, no essencial, literário. Trata-se de um tema ao estilo de grupo III de exames nacionais.)

Aula 71-71R (10 [8.ª], 11 [7.ª], 12 [1.ª], 13/jan [5.ª])
Conjunções, Coordenação e subordinação
[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:]
Completa o texto com as conjunções e locuções conjuncionais desta lista:
mas / por mais que / que / que / embora / se / logo / sempre que / para que
_____ muitos já não vivam no campo, ____ há mais trabalho, toda a família vem ajudar. ____ este ano, na altura das colheitas, os lavradores verificaram ______ a fruta era tanta ______ a família só não chegava. ________, contrataram mais pessoas ______ tudo fosse apanhado a tempo. __________ não tivessem tido essa ideia, _______ trabalhassem, não teriam conseguido.

Classifica as conjunções e locuções conjuncionais que ficaram nos espaços em cima (já exemplifiquei com a primeira):
Conjunções e locuções
Coordenativas
Subordinativas
Embora

concessiva

























Transforma as seguintes frases numa só frase complexa, utilizando diversas conjunções coordenativas.
D. Quixote de La Mancha é um livro muito conhecido em todo o mundo. Eu nunca o li. Também não vi o filme. Gostaria de o ver. Vou comprá-lo. Seja caro, seja barato.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[Exercício tirado de Estudar Gramática no Ensino Secundário:]
Atente nas frases e pontue-as adequadamente (de acordo com o tipo de oração subordinada relativa nelas presente). Depois, indique ao lado de cada uma se se trata de uma oração adjetiva relativa restritiva ou explicativa:
A casa que Carlos da Maia veio habitar em Lisboa chama-se Ramalhete.
Afonso que durante muitos anos vivera em Santa Olávia decidiu vir morar com o neto em Lisboa.
O Ramalhete que durante anos estivera ao abandono sofreu profundas obras para se adequar aos gostos de Carlos.
Afonso ficou triste porque a vista maravilhosa para o rio que tanto o encantara outrora estava diferente.
A água que corria em fio caía agora numa cascatazinha deliciosa.

Caderno de Apoio ao Estudo. Expressões. 11.º ano, pp. 10-11:



Classifica as orações em que já fui dividindo algumas das frases que ouvimos em «Curso de Literatura para Porteiras» (série Lopes da Silva):
Se não me engano,
Subordinada adverbial condicional
esta é a nossa terceira aula do novo curso de literatura para porteiras.
__________________

Em certa medida, este romance é como uma reflexão sobre as relações da beleza com a corrupção.
Frase simples

Eu não tenho pena nenhuma dela,
__________________
porque a Madame Bovary, […], tem de se dar ao respeito,
__________________
se quer ser respeitada.
__________________

O Sr. Carlos é um bocado chocho,
__________________
mas é bom homem.
__________________

Da Damaia sou eu
__________________
e não sou tão badalhoca.
__________________

Ó Dona Fernanda, como sabe
___________________
que, para a semana, vamos dar Os Maias?
___________________

E agora saiu uma,
___________________
que é a Colóquio-Letras Mais Atrevida,
___________________
que traz todas as posições
___________________
que ela fez com o irmão.
___________________

Divide em orações estas frases — do episódio 6 da 2.ª temporada de O Programa do Aleixo —, classificando as orações na linha sob a frase.
Só faço ‘Revista de imprensa’ quando não foste com o jornal para a casa de banho.
____________________

Achas     /   que as regras dos jornais são as / que se aplicam ao Brick Game.
Subordinante /  Subordinada substantiva completiva  / Subordinada adjetiva relativa
                     (e Subordinante da seguinte)

Viseu ganha em Portugal mas Lisboa ganha no mundo.
____________________

É um ranking só para as cidades que estão sempre em obras.
____________________

É um ranking para as cidades onde é tudo mais longe e mais caro do que é nas outras.
____________________

É um ranking de cidades que acham que um pastel de nata e um pastel de Belém são coisas diferentes.
____________________

Aqui diz que foram analisadas duzentas e vinte e uma cidades de todo o mundo.
____________________

Busto, costumas ter tanto azar nos sorteios, que te escolhemos já.
____________________

Itens de exame recentes (com orações)
[2016, 1.ª fase:]
8. Classifique a oração iniciada por «que» (linha 1). [A ciência tem hoje tantas e tão úteis aplicações nas nossas vidas que a associação mais imediata que o cidadão comum faz hoje à ciência não pode deixar de ser a tecnologia.]
____________________
9. Identifique o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente nas linhas 3 e 4. [Essa associação, embora não diga o essencial sobre a ciência – que é acima de tudo a descoberta do mundo pelo homem –, não deixa de ser adequada.]
____________________
 [2016, 2.ª fase:]
9. Indique o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente na linha 16. [uma gota de água se me desenha na memória, como uma enorme pérola suspensa, que devagar vai engrossando e tarda tanto a cair, e não cai enquanto a olho fascinado.]
____________________
10. Classifique a oração introduzida por «em que» (linha 32). [Duzentos anos a fabricar pedra, a construir uma pequena coluna, um mísero toco em que ninguém reparará depois.]
____________________
[2016, época especial:]
8. Indique o valor da oração relativa «que aqui confesso» (linha 1). [Esta paixão pela língua portuguesa, que aqui confesso, cega não será, superlativa muito menos.]
____________________
9. Indique a função sintática desempenhada pela oração «que houve opressão e apagamento» (linha 9). [Sei, sim, que houve opressão e apagamento.]
____________________
TPC — Experimenta ir resolvendo a ficha sobre ‘Coordenação e subordinação’ no Caderno de Atividades (pp. 9-12), olhando também as soluções. Pus reprodução da ficha/soluções aqui, para o caso de não terem o Caderno de Atividades. Lembro ainda que todo o capítulo «Coordenação e Subordinação» copiado aqui é muito útil para o estudo das orações.

Aula 72-73 (11 [5.ª], 13 [7.ª], 14/jan [8.ª, 1.ª]) Explicação com enquadramento na globalidade do livro do texto a ler a seguir (ver Apresentação).
O narrador de Memorial do Convento é, em geral, omnisciente, mas, por vezes, focaliza-se numa personagem (e, então, vemos os acontecimentos na perspetiva dessa figura).
No trecho do capítulo V que temos no manual («[Baltasar e Blimunda]», pp. 292-293), percebemos que essa focalização interna é feita através da personagem ______, logo que começam a aparecer deíticos que só fazem sentido se os acontecimentos estiverem a ser vistos por quem está a ser julgado no ______. Não se confunda esta focalização interna esporádica — classificação do domínio da ciência do narrador — com a participação do narrador na história, enquanto personagem. Nesse outro tipo de classificação, quanto à presença do narrador, diremos que é heterodiegético, embora haja muitas primeiras pessoas, que não chegam para o implicar como homodiegético (isto é, como participante na intriga).
Completa, reportando-te à p. 292:

deíticos
nome do sentenciado
ato por que é julgado
[foi omitido o passo no manual]
Simeão de Oliveira e Sousa
não sendo padre, dava missa
«________ que ____ vai» (ll. 21-22)
________________________
________________________
«aquele» (l. ___)
Padre António Teixeira de Sousa
________________________
«e _____ ____ ___» (l. 26); mas também: «tenho»; «me»; «aqui vou»; «as minhas»; «comigo»; «ouvi», «minha», «mim», «ali está»; «já me viu»; etc.
________________________
tem _________ e é, em parte, ________________

A focalização interna em Sebastiana termina na antepenúltima linha da p. 292, com uma sequência em que há discurso direto, ainda que sem a pontuação convencional.
Transcreve as linhas 39-43, reformulando o texto, de modo a ficar com a disposição mais clássica do discurso direto. (Evita acrescentar ou omitir palavras. Opera sobretudo com a pontuação: travessões, parágrafo, etc.)
— Adeus, Blimunda, que não te verei mais — murmurou Sebastiana.
. . . . . . . . . . . . .
Na p. 294, responde por escrito (ou pensa na resposta para a defenderes oralmente) a 3.1 e 3.2:
Na mesma página, resolve o ponto 6:
a. = ___; b. = ___; c = ___; d. = ___.
Comparemos os reis que são personagens de Marie Antoinette (de Sofia Coppola, a partir de livro de Antonia Fraser) e de Memorial do Convento (de José Saramago):
Obra
Marie Antoinette
Memorial do Convento
Rei
Luís XVI
João V
Comportamento sexual
Tímido (a certa altura, suspeito de incapacidade para procriar).
Experimentado (insuspeito de ____, até porque «abundam no reino bastardos da real semente»).
Atitude face aos «deveres conjugais»
Por vezes, desinteressado da relação sexual, embora meigo.
______: «duas vezes por semana cumpre vigorosamente o seu dever real».
Relação com rainha
De amizade, afabilidade.
De indiferença, ____.
Papel nas infidelidades
Traído pela rainha (cfr. Conde Fersen).
___ a rainha (cfr. Madre Paula).
Contrato conjugal
Negociado (com Áustria).
Negociado (com ____).
«Conselheiro matrimonial»
O cunhado e os médicos.
O franciscano António (e o bispo _____).
Atividade de lazer
Caça, chaves.
Construção de modelos (miniatura da _____).

Rainha
Marie Antoinette
Maria Ana Josefa
Personalidade
Rebelde.
_____.
Sexualidade
Assaz livre.
_____.
Desejo
Sonha com amante (com quem concretizará um efetivo flirt).
Apenas em sonhos é infiel (mas logo com o cunhado ____).
Interesses
Ópera, natureza.
_____, igrejas.

Transpõe «Baltasar e Blimunda» para contexto actual.
Deves encontrar correspondências que mantenham estes denominadores comuns:
algum espetáculo ou reunião de gente — um «Baltasar» (homem com alguma deficiência ou idiossincrasia física); uma «Blimunda» (rapariga, com algum poder fantástico); conhecimento e aproximação (favorecidos por um familiar, uma «Sebastiana»);
«primeiro encontro» do par — em casa; perto, um adjuvante (um «Bartolomeu», que escusa de ser padre); final igualmente sibilino.
TPC — Lê os textos expositivos «Gastar, gastar, gastar» (pp. 284-285); «Memorial do Convento: um imaginário marcado pelo tempo» (p. 285); «Sete-Sóis e Sete-Luas, heróis do pé descalço» (p. 296); e ainda os curtos trechos enquadrados da p. 295 («O mistério do sete» e «O simbolismo das alcunhas»). E vai avançando cada vez mais na leitura de Memorial.

Aula 74-75 (17 [7.ª, 5.ª], 18 [1.ª], 19/jan [8.ª]) Lê «Autopsicografia» (p. 34), de Fernando Pessoa — ortónimo — e responde a estes itens:

1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese. Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.
«_________» é a tese apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na ___. A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela _____.
2. A 2.ª quadra refere-se à sensação/sentimento que o poema provoca nos leitores. Explicita o que sentem os leitores, considerando o jogo: «as duas (dores) que ele (o poeta) teve» / «a dor lida» / «a (dor) que eles não têm».
Os leitores sentem uma dor que não é a que o poeta sentiu, nem a que ele ____, mas que é a sua não-dor.
3. Experimenta interpretar as metáforas contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia «razão»/«coração» (intelecto/emoção). Relaciona essa dicotomia com a tese apresentada na 1.ª estrofe.
A última estrofe apresenta, metaforicamente, a relação entre ______ e ______. O coração é um comboio de corda, regulado pelas ______. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo _______.
4. Interpreta agora o título do poema, considerando os três constituintes da palavra: auto + psico + grafia.
Tendo em conta o significado de cada um dos elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .
5. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema é constituído por três ____, de versos ____ (também designados versos de «_____ maior»), com o esquema rimático _____ (portanto, em rima _____).
6. Expõe a teoria do «fingimento poético» apresentada neste poema.
De acordo com o poema, a criação poética assenta no _____, na medida em que um poema não diz o que o poeta ____, mas aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma ____ fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção _______ poeticamente, imaginada. Quanto ao _____, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da ______.
Nas pp. 34-35, resolve 2 (2.1: __; 2.2: __; 2.3: __) e 5 (A, __, __; B, 1, a; C, __, __).
Lê «Isto» (p. 36) e responde às seguintes perguntas, usando as frases já começadas:
1. Na l.ª estrofe, o poeta opõe a «imaginação» (razão, intelecto) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza ao escrever?
Ao escrever, o poeta usa ________.
2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas emoções (sonhos, vivências, ausências, perdas) a um «terraço». Como interpretas essa comparação?
As emoções são semelhantes a  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .
3. Nesse terraço de emoções, o poeta procura «outra coisa» — a emoção estética. Qual o verso que a refere?
«___________».
4. Para encontrar essa emoção estética, como escreve o poeta? Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos da última estrofe.)
O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu anteriormente («_____________»), sem ______ («livre do meu enleio»).
5. Mostra a ironia presente neste poema.
O último verso é irónico, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .
6. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema apresenta grande regularidade formal: são três estrofes de cinco versos (isto é, três ___), de ___ sílabas métricas, com o esquema rimático ______ (portanto, de rima _______ e ________).
7. Estabelece a relação entre os poemas «Isto» e «Autopsicografia».
Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como tema comum o ______. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da ______.
Na p. 37, resolve o ponto 6:
a. ___; b. ___; c. ___.
E o ponto 2 de «Pós-leitura»:
1. __; 2. __; 3. __; 4. __; 5. __; 6. __; 7. __; 8. __; 9. __; 10. __; 11. __; 12. __; 13. __; 14. __; 15. __; 16. __.
TPC — [Na próxima aula «grande», testaremos já boa parte da leitura de Memorial.] Completa texto-síntese começado em aula e trá-lo.

Aula 76-76R (17 [8.ª], 18 [7.ª], 19 [1.ª], 20/jan [5.ª]) Socorro-me mais uma vez da Nova Gramática Didática de Português. (Obrigado, NGDP.)
1. Identifique os modos de relato de discurso [discurso direto, discurso indireto, discurso direto livre, discurso indireto livre] presentes nos exemplos seguintes.
Texto 1
— O telefone está a tocar! — disse a mãe.
— É para mim. Não atendas. — respondeu o filho.
Texto 2
— Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!
— Também eu quero a minha, mil raios! — rugiu logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves que o guardavam.
Eça de Queirós, «O Tesouro», Contos.
Texto 3
— «E tu, Chico Calado?» — E o Chico Calado lá explicou na sua linguagem de trejeitos que gostaria de poder impingir os seus elixires sem suportar perseguições nem pedradas.
José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem Medo.
Texto 4
E ele respondeu que nunca na vida fora visto por um médico, nunca tomara um remédio comprado na farmácia, e não era agora que havia de mudar.
António Mota, A Casa das Bengalas.
Texto 5
Metem, quantas vezes forçadamente, estas mulheres em reclusão conventual, aí ficas, por esta forma aliviando partições de heranças, favorecendo o morgadio e outros irmãos varões.
José Saramago, Memorial do Convento.

2. Transponha as frases seguintes para o discurso indireto, utilizando alguns dos verbos listados abaixo, de forma a não repetir o verbo dizer.
insistir
anunciar
exclamar
perguntar
explicar
concordar
prometer
admitir
a) — Vou-me casar para o ano — disse o Honório.

b) — Amanhã estou lá às 10 horas. Não faltarei — disse a Josefa à irmã.
c) — Tens mesmo de ir à minha casa — disse o Adão à Iva.
d) — Deve ligar este fio ao vermelho e carregar no botão — disse o funcionário da loja.
e) — Onde vais amanhã? — disse o Emanuel.
f) — Eu menti porque tive medo. Não volta a acontecer, mãe! — disse o António.
g) — Sim, esta nota é falsa — disse o Duarte ao Rui.
h) — Não aguento mais esta situação! — disse a Helena.

[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:] Reescreve as frases, substituindo as expressões destacadas pelos pronomes pessoais convenientes:

a) Elas lavaram os pratos.
b) Amanhã faremos o bife.
c) A Vénus e eu comprámos os hipopótamos.
d) O Eduardinho telefonou à Júlia e a ti.
e) O meu primo falou aos traficantes.
f) A Iva ofereceu os presentes à aniversariante.
g) Diz a verdade, estúpido!
h) Faria a viagem contigo, Eusébio.
i) Não provarei o cozido.

Mais itens de exame (com orações)
[2015, 1.ª fase:]
9. Identifique a função sintática desempenhada pela oração subordinada presente na frase «E diz que o olfato perdeu importância em favor da visão» (linha 21).
______
10. Classifique a oração iniciada por «mesmo se» (linha 29). [Cresce todo um comércio ligado ao olfato ambiental, com aromas para as várias divisões da casa e para o automóvel, líquidos que imitam o odor do pinheiro ou da lavanda, mesmo se os nossos estilos de vida nos distanciam cada vez mais da natureza.]
______
 [2015, 2.ª fase:]
9. Identifique o valor da oração subordinada adjetiva relativa introduzida por «que» (linha 10). [A fidelidade do realizador ao texto começa nessas palavras, ditas por um narrador que, falando pela voz de Eça, não pretende ser o escritor, nem imitá-lo, mas apenas contar a história por ele, assim continuando em todo o filme, introduzindo lugares, personagens, episódios.]
______
 [2015, época especial:]
7. A oração «que vai começar o embarque» (linha 16) [Quando a voz do altifalante avisa que vai começar o embarque, não tenho pressa.] é uma oração subordinada
(A) substantiva relativa. | (B) substantiva completiva. | (C) adjetiva relativa. | (D) adverbial consecutiva.
8. Identifique o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente em «A mente, ocupada com a obsessão de eliminar problemas antigos, não se liberta a conceber a viagem que começará em breve.» (linhas 7 e 8).
______
9. Identifique a função sintática desempenhada pela oração subordinada presente na frase «Sei que chegaremos todos ao mesmo tempo.» (linha 18).
______
Depois de vermos parte do segundo episódio de O Programa do Aleixo, série 2, na linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que desempenham.

Na Rússia, uma mulher sobreviveu ao ataque de um urso polar.

Os usos polares são os branquinhos,  Busto.

Como os ursos são branquinhos, toda a gente lhes quer fazer festinhas.

Sempre soube que os ursos polares eram os mais perigosos.

O Busto julga-se     mais biólogo do que os outros.

Diz-me o nome da tua rede wireless para eu me ligar à internet.

O nome que eu tinha era «BrunoAleixo2000» e a internet estava lenta.

Olha, chegou o Bussaco.

Os ursos polares não caem em truques básicos.

Fui para o Polo Norte   a pé.

Eu acho que a minha prima deve ser boa.

O Nélson acha a prima    boa.

Itens de exame (com funções sintáticas)
[2016, 1.ª fase:]
5. Nas expressões «protege-nos dos riscos» (linha 17) e «A ciência traz-nos constantemente novos riscos» (linhas 28 e 29), os pronomes pessoais desempenham as funções sintáticas de
(A) complemento indireto e de complemento direto, respetivamente.
(B) complemento direto e de complemento indireto, respetivamente.
(C) complemento indireto, em ambos os casos.
(D) complemento direto, em ambos os casos.
10. Refira a função sintática desempenhada pela oração subordinada presente em «é inevitável que vivamos permanentemente sob ameaças» (linha 8).
[2016, 2.ª fase:]
8. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «o rio Saône» (linha 14). [Vai levando o rio Saône a sua corrente envenenada, e é neste momento que uma gota de água se me desenha na memória, como uma enorme pérola suspensa, que devagar vai engrossando e tarda tanto a cair, e não cai enquanto a olho fascinado.]
[2015, 2.ª fase:]
10. Refira a função sintática desempenhada por «que» (linha 26). [Em Os Maias de João Botelho, ao contrário do que acontece com as personagens, e à parte as cenas de interior, filmadas em ambientes da época que ainda hoje mantêm as suas características — a Casa Veva de Lima, o Grémio Literário —, não encontramos cenários realistas, que a Lisboa de hoje não permitiria.]
[2014, 1.ª fase:]
2.1. Identifique a função sintática desempenhada pela palavra «queirosiano» (linha 13). [Mas se é verdade que Eça continua atual, e Portugal em muitos dos seus traços sociológicos continua queirosiano, parece-me desajustado que se continue a divulgar a ideia de que a sua prosa e os seus tipos constituem uma espécie de bitola geneticamente inultrapassável.]
[2014, 2.ª fase:]
2.3. Identifique a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal em «pode inspirar-nos em cada tempo» (linhas 29 e 30). [O magistério crítico de Vieira ainda faz sentido nos dias de hoje e pode inspirar-nos em cada tempo para não desistirmos de construir uma sociedade mais justa e mais fraterna.]
[2014, época especial:]
2.3. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «viver e pensar» (linha 25). [Caeiro não é um filósofo, é um sábio para quem viver e pensar não são atos separados.]
[2013, 1.ª fase:]
2.3. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «secreta e insolúvel» (linha 22). [Permanecerá para sempre secreta e insolúvel.]
[2013, 1.ª fase, data especial:]
2.3. Identifique o sujeito da oração «mas com as viagens marítimas tudo mudou» (linhas 17 e 18).
[2013, 2.ª fase:]
1.7. Na frase «A mãe tentou compensar-me, tentou lutar contra a minha morte dando-me poesia.» (linha 36), os pronomes pessoais desempenham, respetivamente, as funções sintáticas de
(A) predicativo do sujeito e complemento direto.
(B) complemento indireto e complemento direto.
(C) complemento direto e complemento indireto.
(D) predicativo do sujeito e complemento indireto.
[2013, época especial:]
2.3. Identifique a função sintática do pronome pessoal sublinhado em «eu tenho livros que me foram oferecidos» (linha 26).
TPC — Resolve este item — de um exame que começámos a resolver na penúltima aula do 1.º período. (O ideal é ter já lido toda o Memorial. No entanto, uma leitura que inclua o primeiro terço da obra já fornece matéria suficiente para este comentário.)
A reflexão da princesa Maria Bárbara — “teriam feito bem melhor se me casassem na primavera” — revela que outros, e não ela, é que decidiram sobre o seu casamento. O mesmo não se passa com o casal Baltasar e Blimunda, cuja relação não foi imposta e na qual ninguém interfere.
Fazendo apelo à sua experiência de leitura de Memorial do Convento, comente, num texto de [até cento e cinquenta] palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda.

Aula 77-78 (18 [5.ª], 19 [7:ª], 20/jan [8.ª, 1.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 297-298 («Que padre é este padre?»). Não consultes, portanto, outras folhas do manual com matéria do Memorial do Convento — nem a própria obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.

Nas três primeiras linhas (ll. 1-3) há discurso
a) indireto.
b) direto e indireto.
c) direto livre.
d) indireto livre.
e) direto livre e indireto livre.

O pronome «lhe» (l. 4) tem como referente
a) ‘a corte’ (4).
b) ‘Baltasar’.
c) ‘Bartolomeu’.
d) ‘curiosidade’ (l. 4).
e) ‘usos’ (4).

A anáfora «outro» (l. 14) reporta-se a
a) «Sete-Sóis» (13).
b) «Bartolomeu Lourenço» (15).
c) «trabalho» (14).
d) «o padre» (10).
e) «moço de quinze anos» (18).

Segundo as ll. 9-25, Bartolomeu
a) era aldrabão.
b) tinha qualidades intelectuais indiscutíveis.
c) prometera muito, mas, na verdade, falhara.
d) tinha agora quinze anos.
e) era mais velho que Baltasar.

O espanto de Baltasar (l. 6) advinha de Bartolomeu
a) voar.
b) poder ser da Inquisição e, ao mesmo tempo, conhecer o rei.
c) ter acesso ao rei e, simultaneamente, conhecer Sebastiana.
d) conhecer Blimunda e o rei.
e) ser da Inquisição.

Já na p. 298, ficamos a saber que o rei autorizara Bartolomeu a fazer as suas experiências
a) numa pedreira.
b) em Aveiro.
c) nos arredores de Lisboa.
d) sob a jurisdição do Santo Ofício.
e) em Mafra.

[as perguntas seguintes implicam conhecimentos que não estão nas duas páginas do manual]

No início do texto, o que Bartolomeu procurara apurar («o teu caso», p. 297, l. 3) era a possibilidade de Baltasar
a) casar com Blimunda.
b) ter um espigão novo.
c) ter uma pensão.
d) ter uma casa.
e) ter gancho benzido.

João Francisco era da família de
a) D. João V.
b) Bartolomeu.
c) D. Maria Ana.
d) Baltasar.
e) Blimunda.

Álvaro Diogo era
a) pai de Blimunda.
b) irmão de Bartolomeu.
c) cunhado de Baltasar.
d) irmão de António Diogo.
e) irmão de Baltasar.

Bartolomeu Lourenço era
a) músico, padre, inventor.
b) cientista, orador, soldado.
c) inventor, voador, músico.
d) padre, orador, inventor.
e) jornalista, padre, jurista.

Depois da guerra, Baltasar
a) esteve poucos dias em Lisboa, seguindo logo para Mafra.
b) parou em Lisboa apenas para comer e seguiu para Mafra.
c) fixou-se em Lisboa, nunca mais saindo da cidade.
d) passou anos em Lisboa, até seguir para Mafra.
e) dirigiu-se a Coimbra, ao encontro de Bartolomeu.

Baltasar chegou a trabalhar como
a) escriba.
b) camareiro-mor.
c) almeida.
d) empresário.
e) talhante.

Aquando da epidemia de febre amarela, Baltasar e Blimunda
a) instalaram-se em Coimbra.
b) percorriam as ruas de Lisboa.
c) fugiram para Mafra.
d) não saíram de casa.
e) adoeceram.

Um dos espetáculos descritos na primeira metade da obra é
a) uma espécie de wrestling entre anões.
b) uma tourada com touros de morte.
c) um jogo semelhante ao futebol.
d) uma corrida de cavalos.
e) uma corrida de galgos.

Quando o conhecemos, Baltasar, depois da guerra, chegava a Lisboa, vindo
a) do Porto.
b) do Alentejo.
c) de Chaves, triste devido ao mau resultado do Sporting.
d) de Chaves.
e) da Holanda.

A certa altura, o narrador
a) informa que, desde a promessa de edificação do convento, passaram dois anos até que a rainha engravidasse.
b) insinua que a rainha já estaria grávida antes mesmo da promessa feita pelo rei.
c) insinua que a rainha poderia ter dormido com um franciscano.
d) põe a hipótese de Maria Bárbara ser filha de Madre Paula.
e) diz-nos que a rainha tivera relações sexuais com o cunhado.

Marta Maria é
a) mãe de Bartolomeu.
b) filha de Maria Ana.
c) sogra de Blimunda.
d) a Marta do 12.º 1.º.
e) pai de Sebastiana.

Scarlatti viera para Portugal como
a) padre e orador.
b) mestre da infanta.
c) cozinheiro do rei.
d) arquiteto do convento.
e) cantor castrado.

Scarlatti levaria para a quinta onde se construía a passarola
a) uma rosa.
b) um malmequer.
c) um violino.
d) um cravo.
e) diversas plantas.

Blimunda ficaria encarregada de recolher
a) medos.
b) espíritos.
c) indícios.
d) vontades.
e) cocós de cão.

Resolve o ponto 7 da p. 298:
a. = ___; b. = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Resolve o ponto 1/Pós-leitura, na parte inferior da p. 299 e na p. 300:
1 = ___; 2 = ___; 3 = ___; 4 = ___; 5 = ___; 6 = ___; 7 = ___; 8 = ___; 9 = ___; 10 = ___.
O texto de Fernando Pessoa na p. 40 («Não sei ser triste a valer») é um poema com regularidade métrica (heptassilábico, ou seja, em redondilha maior) e — se descontarmos os últimas seis versos — rimática e estrófica. Tem, é claro, características típicas da poesia: abordagem metafórica, discurso entrecortado, ora assertivo ora expressivo; frases relativamente curtas e, por vezes, paralelas, musicais; exclamações, interrogações.
Transpõe as «teses» defendidas pelo poeta para um texto na 1.ª pessoa mas de prosa expositiva. (Extensão não será muito maior do que a do poema. Já comecei o texto.)
Não consigo assumir os meus estados de espírito com coerência e verdade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Se houver tempo, faz o ponto 8 da p. 41:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.
TPC — Resolve este item saído numa das provas nacionais de 2013. (A estrutura das provas não era exatamente igual à atual. Pergunta semelhante seria possível ainda agora, mas ancorada em texto da obra e sem indicação de número de palavras aconselhado. A cotação seria vinte pontos (12 [C] + 8 [F]), em vez dos trinta (18 [C] + 12 [F]) que vemos no quadro com «descritores de nível de desempenho», que resolvi reproduzir mesmo assim. É que essa descrição dos níveis seria idêntica, embora com menos escalões.)
«Fazendo apelo à sua experiência de leitura do romance Memorial do Convento, de José Saramago, explique em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a sua exposição em dois exemplos significativos. Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras».
Aproveita para, ainda antes, leres pequenos textos ensaísticos no manual acerca de Bartolomeu: «Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão: uma personagem peculiar» (p. 300); «Sonho, projeto e execução» (p. 313). Ao responderes, podes ter em conta que, nos critérios de correção divulgados após a prova, eram estes os níveis definidos para este item:
Critérios específicos de classificação
Aspetos de conteúdo (C) = 18 pontos

Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina

6
Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um muito bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
18
5
Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
15
4
Explica, com esporádicas imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
OU
Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
12
3
Explica, com imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
OU
Explica, com esporádicas imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
9
2
Explica, com imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento insuficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
6
1
Tece comentários gerais sobre os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão que o impelem à construção da passarola, fazendo referências que refletem um conhecimento incipiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.
3
Aspetos de forma (F) — estruturação do discurso (7 pontos) e correção linguística (5 pontos) = 12 pontos

Aula 79-80 (24 [7.ª, 5.ª], 25 [1.ª], 26/jan [8.ª]) Correção do questionário sobre «Que padre é este padre?» (ver Apresentação).

Na p. 58, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo, para completares a minha síntese:
Cerca de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «_________»; «_________»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se ______. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência _______ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).
Transcrevo agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise, Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os prencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:
Podemos encontrar no ______ dois momentos significativos.
No primeiro momento (as duas primeiras ____), o sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no ____ poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos outros eus.
O segundo momento (última ____), introduzido pelo ____ «por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de humildade, o sujeito _____ não atribui a si próprio o mérito do ato de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo sentimento de solidão.
Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações do seu eu. As _____ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O ___ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».
A nível formal verifica-se uma certa regularidade _____ (três oitavas), ____ (redondilha maior) e ____ (rima cruzada e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma necessidade de busca de unidade.
Resolve o ponto 3 da p. 59:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __.
Na p. 64, lê o poema de Fernando Pessoa (ortónimo) «Deixo ao cego e ao surdo» e resolve o ponto 4 na mesma página.
a. _______________
b. _______________
c. _______________
Na página ao lado (p. 65), vê o cartoon para o poderes explicar (oralmente). Lê ainda os dois excertos (A e B) transcritos quase no pé da página.

Um curto poema de Mário de Sá-Carneiro, de há cerca de cem anos (é de fevereiro de 1914), evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em relação à sua personalidade:
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
O grupo I-B do exame de 2009 (1.ª fase) implicava resposta que passaria bastante por assunto que tratámos recentemente, a teoria pessoana do fingimento poético:
Comente a opinião, a seguir transcrita, sobre a teoria do fingimento poético em Pessoa ortónimo, referindo-se a poemas relevantes para o tema em análise. Escreva um texto de oitenta a cento e vinte palavras.
«É na poesia ortónima que o Pessoa ‘restante’, o que não cabe nos heterónimos laboriosamente inventados, se afirma e ‘normaliza’: é então que ele ‘faz’ de si e os seus poemas são ‘chaves’ para compreender o seu extraordinário universo literário.»
António Mega Ferreira, Visão do Século As Grandes Figuras do Mundo nos Últimos Cem Anos, Linda-a-Velha, Visão, 1999
TPC — Lê o texto expositivo «O rosto e as máscaras da heteronímia» (p. 142); e termina Memorial.

Aula 81-81R (24 [8.ª], 25 [7.ª], 26 [1.ª], 27/jan [5.ª]) Valor restritivo e não restritivo dos adjetivos
Quando os adjetivos surgem em posição pós-nominal costumam ter valor restritivo:
Os alunos passaram de ano. vs. Os alunos estudiosos passaram de ano.
A casas são caras. vs. As casas grandes são caras.
(O adjetivo incide sobre a realidade designada pelo nome, especificando-a, limitando-a, reduzindo-a.)
Estes adjetivos pospostos ao nome podem aliás ser substituídos por uma oração relativa de valor restritivo:
Os alunos que estudaram passaram de ano.
As casas que são grandes são caras.
Em posição pré-nominal surgem sobretudo adjetivos que exprimem qualidades, avaliações, noções associadas a certa subjetividade. Estes adjetivos têm um valor não restritivo:
Um bom aluno. / Um esplêndido dia.
(Neste caso, os adjetivos não restringem a realidade designada, avaliam-na.)
Muitos adjetivos podem surgir em qualquer das posições, mas a opção de colocação trará um sentido ora mais subjetivo (conotativo), quando antes do nome, ora mais objetivo (denotativo), quando depois do nome:
Um amigo velho (= ‘idoso’) vs. Um velho amigo (= ‘querido’).
Um homem pobre (= ‘sem dinheiro’) vs. Um pobre homem (= ‘infeliz’).
(À margem: os adjetivos relacionais não surgem antes do nome nem são graduáveis:
A revolta estudantil vs. *A estudantil revolta. / *A revolta muito estudantil.
O campeonato mundial vs. *O campeonato muito mundial. / *O mundial campeonato.)

Relê o texto — que há tempos pedira relanceasses em casa — «Sete-Sóis e Sete-Luas, heróis do pé descalço», na p. 296 do manual. O que se segue é o grupo II de um modelo de prova de exame sobre esse ensaio. Valeria 50 pontos (10 itens x 5 pontos).
II
1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1 O adjetivo «simpático» (l. 2) é utilizado no primeiro parágrafo no grau
a) normal.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo relativo de superioridade.
d) superlativo absoluto analítico.
1.2 A palavra «pontes» (ll. 6-7) é utilizada com o sentido figurado de
a) construções.
b) ligações.
c) passagens.
d) elevações.
1.3 Em «dando pretexto ao narrador para a crítica política» (l. 9), o constituinte «ao narrador» desempenha a função sintática de
a) modificador frásico.
b) complemento direto.
c) sujeito.
d) complemento indireto.
1.4 No segmento «da qual sai maneta» (ll. 8-9) o referente de «da qual» é
a) «guerra» (l. 8).
b) «sucessão espanhola» (l. 8).
c) «guerra da sucessão espanhola» (l. 8).
d) «construção da máquina voadora» (ll. 9-10).
1.5 A expressão «Heróis do pé descalço» (l. 17 e 38) significa
a) Heróis sem recursos financeiros.
b) Heróis sem sapatos.
c) Heróis caminhantes.
d) Heróis extravagantes.
1.6 O recurso ao vocábulo de cariz religioso «via-sacra» (l. 26) salienta
a) o sofrimento de Blimunda em busca de Baltasar.
b) o sacrifício de Baltasar.
c) os meios de procura utilizados por Blimunda durante a sua viagem.
d) o carácter inconstante e débil de Blimunda.
1.7 Os adjetivos presentes na passagem «uma história invulgar ou insólita, de personagens modeladas ou redondas» (l. 29) possuem um valor
a) exemplificativo.
b) restritivo.
c) explicativo.
d) conclusivo.
2. Responde de forma correta aos itens apresentados.
2.1 Identifica o ato ilocutório concretizado no sexto parágrafo (ll. 20-21).
__________
2.2 Indica o antecedente de «esta», usado na linha 23.
__________
2.3 Refere o valor da referência deítica «No último auto de fé» (l. 25).
_________

Ainda mais itens com orações saídos em exame
[2014, 1.ª fase]
2.2. Classifique a oração «onde mal cabia» (linha 16). [É inquestionável que Eça ultrapassou de longe a Escola Realista, onde mal cabia, e chegou mesmo a pressentir o Modernismo que iria estilhaçar muito em breve o conceito da criação como reprodução da realidade.]
[2014, 2.ª fase]
2.2. Classifique a oração «se bem que apreciadas por alguns» (linha 25). [As ideias de Vieira e as suas propostas reformistas, se bem que apreciadas por alguns, encontraram muitos opositores poderosos no seu tempo, os quais, em grande medida, acabaram por boicotar a sua aplicação plena.]
[2014, época especial]
2.1. Classifique a oração «que a carta não diz toda a verdade sobre a criação do heterónimo, nem dos poemas» (linhas 11-12). [Apesar de os estudos pessoanos terem demonstrado que a carta não diz toda a verdade sobre a criação do heterónimo, nem dos poemas, a verdade é que aquilo que nela haverá de ficção serve para que Pessoa continue o seu jogo infinito com as racionalmente definidas fronteiras do real e do irreal.]
2.2. Indique o valor da oração subordinada adjetiva relativa seguinte: «que rejeita a ideia defendida por muitos estudiosos da “alma una” de Caeiro.» (linha 17). [Ele resolveu todos os dramas entre a vida e a consciência», diz o filósofo José Gil, que rejeita a ideia defendida por muitos estudiosos da «alma una» de Caeiro.]
Depois de ouvires «Fiscal das danças ridículas» (série Lopes da Silva), preenche a coluna do meio, relativa ao ato ilocutório (assertivo, expressivo, diretivo, compromissivo, declarativo):

Passo de «Fiscal das danças ridículas» ou de separadores
Ato ilocutório
Descrição útil para tipificar ato
[Incorreu na prática de danças ridículas.] Vai ter de abandonar o estabelecimento.

Frase deôntica dita por um «fiscal de danças ridículas».
Vi-o a efetuar uma espécie de um comboiinho.

Relato, relativamente a que o enunciador se responsabiliza, de um acontecimento anterior.
O que é que eu fiz?

Interrogação dirigida ao fiscal.
Não posso pactuar com comboiinhos!

Frase na 1.ª pessoa, dita com ênfase, com indignação.
Não vou fechar os olhos a uma situação como a que o vi fazer.

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo do verbo principal) com valor de futuro próximo.
Não perca a atualização das notícias sobre a seleção nacional.

Frase com uso do conjuntivo, correspondente a imperativo negativo.
Ao contrário do que fora anunciado, Paulo Ferreira não jantou o prato de peixe.

Informação, relato de uma circunstância, negando-se informação anterior.
Vamos ter oportunidade de ouvir uma entrevista com Dona Maria da Conceição Ferradinha, uma alentejana que viu o autocarro da seleção duas vezes.

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo de verbo principal) com valor de futuro próximo.
Ui, tantos episódios!

Frase exclamativa, com algum teor descritivo, mas sobretudo admirativa.
Agora é calcar!

Frase de teor apelativo, ainda que sem uso de modo imperativo.
Eu estou a perder a cabeça!

Descrição de estado de espírito, sublinhada com nervosismo evidente.

Itens de exame em torno de atos ilocutórios
 [2014, 1.ª fase]
2.3. Classifique o ato ilocutório presente em «Como um dia veremos.» (linha 29). [É por isso que, para além do culto que a obra de Eça legitimamente merece, por mérito próprio e grandeza genuína, se deve reconhecer, para sermos justos, que muita da admiração totalitária que Eça desencadeia nasce porventura duma espécie de preguiça e lentidão em entender, ainda nos nossos dias, a linguagem diferente daqueles que lhe sucederam. O que não parece vir a propósito, embora venha. Como um dia veremos.]
[2013, 1.ª fase]
1.7. Na frase «E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim num pedaço de papel.» (linhas 9 e 10), o autor realiza um ato ilocutório
(A) compromissivo. | (B) declarativo. | (C) expressivo. | (D) diretivo.
[2013, 2.ª fase]
2.2. Classifique o ato ilocutório presente em «A sua poesia ainda tem segredos para si?» (linha 21).
TPC — Faz a dissertação correspondente ao ponto 1.1 no fim da p. 54.

Aula 82-83 (25 [5.ª], 26 [7.ª], 27/jan [8.ª, 1.ª]) Correção de tepecê(s) em torno de Bartolomeu e de Baltasar/Blimunda (ver Apresentação).
Lê «Apócrifo pessoano» (p. 60). Trata-se de texto de Fernando Pinto do Amaral, de quem já ouvimos em aula algum outro poema (quando cada um de vocês escolheu versos de um de três dezenas de poetas portugueses do século XX).
É um pastiche de Pessoa (ortónimo). Nessa imitação, mais decisivos até do que a métrica (redondilha maior) e que o esquema estrófico (quintilhas) — realmente bastante usuais em Fernando Pessoa ele próprio — são a temática e a linguagem. Há, no entanto, dois ou três versos em que a ironia parece suplantar a imitação. Copia-os:
______________
______________
______________

Na p. 54, propõe-se-nos a audição de «Tudo que faço ou medito», de Pessoa, poema em três quartetos, com rima cruzada. Antes de o ouvirmos, tenta copiar o poema — cujos versos ponho em desordem (à exceção do primeiro) — na sequência devida.

Tudo que faço ou medito
E eu sou um mar de sargaço —
Querendo, quero o infinito.
Fragmentos de um mar de além...
Não o sei e sei-o bem.
Ao olhar para o que faço!
Vontades ou pensamentos?
Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica
Minha alma é lúcida e rica,
Um mar onde boiam lentos
Fica sempre na metade.

Tudo que faço ou medito
________________
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________________
Fernando Pessoa, Poesias, Lisboa, Ática, 1942

Na p. 52, lê o poema «Cai do firmamento», do ortónimo. Como verás, é um texto em que o sujeito poético descreve uma atmosfera exterior — fria e desagradável — que parece espelhar o seu estado de espírito — de tédio e angústia.
Mantendo a métrica (redondilha menor — ou seja, pentassílabos), esquema estrófico (quadras) e rimático (rima cruzada), escreve um poema em que o eu lírico revele um estado de espírito diferente do do sujeito do poema de Pessoa, ao mesmo tempo que aluda a um cenário exterior que, como em Pessoa, pareça influenciar esse bom ânimo.

_______________
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_______________

Eis as quatro perguntas do grupo I-A do exame de 2007 (2.ª fase), em torno de poema de Fernando Pessoa (ortónimo):
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

Em toda a noite o sono não veio. Agora
                Raia do fundo
Do horizonte, encoberta e fria, a manhã.
                Que faço eu no mundo?
Nada que a noite acalme ou levante a aurora,
                Coisa séria ou vã.

Com olhos tontos da febre vã da vigília
                Vejo com horror
«O novo dia trazer-me o mesmo dia do fim
                Do mundo e da dor –
Um dia igual aos outros, da eterna família
                De serem assim.

Nem o símbolo ao menos vale, a significação
                Da manhã que vem
Saindo lenta da própria essência da noite que era,
                Para quem,
Por tantas vezes ter sempre ’sperado em vão,
                Já nada ’spera.
Fernando Pessoa, Poesias, 15.ª ed., Lisboa, Ática, 1995

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Caracterize os momentos temporais representados na primeira estrofe do poema.
2. Refira um dos sentidos produzidos pela interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4).
3. Atente nos três primeiros versos da terceira estrofe. Explicite, sucintamente, a relação entre a «noite» e a «manhã» estabelecida nos versos 14 e 15.
4. Tendo em conta todo o poema, identifique duas das razões do sentimento de «horror» referido no verso 8.
TPC — Ao longo desta ou da próxima semana, envia-me (ou dá-me impressa) a primeira versão do tepecê sobre Memorial do Convento que explicarei aqui.

Aula 84-85 (31/jan [7.ª, 5.ª], 1 [1.ª], 2/fev [8.ª]) Correção de trabalho de respostas a item de prova de exame feitas na aula anterior (ver Apresentação; e também a seguir).

1. Os momentos temporais representados na primeira estrofe do poema são a noite (passado recente), caracterizada como um tempo longo de vigília, de insónia — «Em toda a noite o sono não veio» (v. 1) — e a madrugada (instante presente), que «[r]aia do fundo / Do horizonte, encoberta e fria» (vv. 2-3).
2. A interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4) exprime o autoquestionamento desesperado do «eu» sobre o seu papel no mundo, sobre o valor da sua existência, que nenhum condicionalismo (a noite ou a aurora, a treva ou a luz) consegue alterar. A longa insónia fragiliza-o, acentua a consciência da solidão e a angústia do «eu» em relação a uma vida sem perspectivas.
3. Os três primeiros versos da terceira estrofe representam a noite como o lugar onde emerge a «manhã», que, se o «símbolo» valesse («Nem o símbolo ao menos vale» — v. 3), poderia trazer ao «eu» alguma esperança, mas, dada essa impossibilidade («Por tantas vezes ter esperado em vão», v. 17), então «[j]á nada espera» (v. 18). O desespero da insónia noturna não encontra na «manhã» que se levanta a esperança que o símbolo promete, «[p]or tantas vezes ter esperado em vão» (v. 17).
4. O sentimento de «horror» referido no verso 8 resulta do facto de o sujeito poético, «Por tantas vezes ter esperado em vão», ter concluído que cada novo dia lhe traz sempre a mesma desilusão de verificar que, depois da «febre vã da vigília», depois de uma noite de insónia e desespero angustiante, nada se altera, por mais radiosa que seja a manhã: «o novo dia» traz-lhe, sempre, «o mesmo dia do fim/ Do mundo e da dor — / Um dia igual aos outros», como se, na sua alma, fosse sempre noite.
Lê o poema «Ó sino da minha aldeia» (p. 50), de Fernando Pessoa (ortónimo), não sem antes dares também um relance ao excerto de carta enquadrado no ponto 1.
Elabora itens («perguntas») a que pudessem corresponder as respostas dadas a seguir (todas sobre o poema «Ó sino da minha aldeia»). Usa a terceira pessoa do singular, a forma de tratamento usada nos exames e pelos professores mais delicados. Usa o estilo formal, mas escorreito, deste tipo de enunciados.

1.  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
1. O recurso estilístico presente no primeiro verso da primeira estrofe é a apóstrofe.

1.1  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
1.1 Os elementos que evidenciam a existência do diálogo entre o sujeito poético e o sino são os pronomes pessoais na primeira pessoa «me, mim», os determinantes possessivos «tua, teu» e as formas verbais «tanjas, soas».

2.  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
2. O toque do sino é dolente, lento, triste e vibrante.

2.1  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
2.1 O toque do sino não é indiferente ao sujeito poético, atingindo-o no âmago — «Cada tua badalada / Soa dentro da minha alma». Assim, cada badalada desperta no sujeito poético reminiscências e nostalgia de um passado distante, real ou imaginário — «Sinto mais longe o passado, / Sinto a saudade mais perto».

3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
3. A caracterização que o sujeito poético faz do sino corresponde ao seu estado de espírito, daí haver uma identificação entre os dois. Tal como o toque do sino, o sujeito poético sente-se dolente, triste e, apesar de errante, tem sempre presente cada badalada. O som do toque do sino é-lhe tão familiar que «a primeira pancada / Tem um som de repetida».

4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .
4. Entre o sino e o sonho estabelece-se uma relação de comparação. Assim, o toque do sino remete o sujeito poético, tal como o sonho, para um tempo distante, de tal forma que o toque que ele ouve não é o físico, mas o do seu sonho.
Se houver tempo, resolve o ponto 1 da p. 51:
1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____; 1.4 = ____; 1.5 = ____; 1.6 = ____.
Significado dos verbos mais usados em enunciados (tirado de Entre Margens, 12.º ano):


Mais um grupo I-A de uma prova-modelo de exame:

                Chove. Que fiz eu da vida?
                Fiz o que ela fez de mim...
                De pensada, mal vivida...
                Triste de quem é assim!

5              Numa angústia sem remédio
                Tenho febre na alma, e, ao ser,
                Tenho saudade, entre o tédio,
                Só do que nunca quis ter...

                Quem eu pudera ter sido,
10            Que é dele? Entre ódios pequenos
                De mim, 'stou de mim partido.
                Se ao menos chovesse menos!
Fernando Pessoa

1. Regista três traços caracterizadores do «eu», fundamentando-te no texto.
. . . . . . . . . . .
2. Explicita a relação de sentido entre o tempo meteorológico e o estado emocional do sujeito poético.
. . . . . . . . . . .
3. Identifica uma expressão textual que aponte para a fragmentação do «eu», explicando o seu sentido.
. . . . . . . . . . .
4. Comprova a natureza circular do poema.
. . . . . . . . . . .

Esboço de léxico porventura útil para respostas a grupos I
o «eu» poético / o «eu» lírico / o sujeito poético / o sujeito lírico / o «eu» do texto / o «eu» / o sujeito / o poeta / [o narrador] / ...
trecho / texto / excerto / passagem / passo / período / parágrafo / segmento / frase / expressão / estrofe / terceto / quadra / quintilha / dístico / sextilha / verso / ...
trata de / aborda / conota / denota / remete para / implica / evoca / alude a / refere / traduz / significa / assinala / menciona / exprime / traça / esboça / desenha / perfila / desenha / marca / vinca / acentua / sublinha / sugere / insinua / salienta / valoriza / desvaloriza / prefere / pretere / favorece / desfavorece / privilegia / prejudica / enumera / elenca / estabelece / distingue / ...
infere-se / conjectura-se / adivinha-se / percebe-se / nota-se / é percetível / é notório / evidencia-se / é evidente / apercebemo-nos de que /...
oposição / paralelismo / contraste / simetria / tema agregador / assunto / leitmotiv / binómio / motivo / símbolo / direção / vetor / linha de sentido / tópico / alusão / dicotomia / ...
Entretanto, / Acrescente-se que / Note-se ainda que / Diga-se também / É de notar / Por outro lado, / Na verdade, / Com efeito, / ...
TPC — À medida que for devolvendo, já corrigidas por mim, as primeiras versões da análise-comentário de Canção/Memorial, lança no ficheiro word as alterações que sugeri e envia-mo com o texto já alterado (Convento corrigido de Heliodoro do 12.º 0.º). Entretanto, como tenho multiplamente pedido, aproveita para terminar leitura de Memorial.

Aula 86-86R (31/jan [8.ª], 1/fev [7.ª], 2/fev [1.ª], 3/fev [5.ª]) Iniciamos, ou reiniciamos, a revisão das Classes de palavras.
Ainda da Nova Gramática Didática de Português:
Complete as frases com determinantes das subclasses indicadas.

a) ________ (det. artigo definido) pessoas deviam praticar algum exercício físico.
b) Comprei o _______ (det. possessivo) presente na loja perto da minha escola.
c) ________ (det. artigo indefinido) dia vou até ao México.
d) ________ (det. demonstrativo) casas são mais antigas do que estas.

Faça corresponder o tipo de determinantes à afirmação que lhes diz respeito.


Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).
A — Os quantificadores são palavras que quantificam os elementos de um conjunto.
B — Qualquer é um quantificador existencial.
C — Ambos é um quantificador universal.
D — Um quantificador existencial expressa uma quantidade não exata de elementos de um conjunto.
E — Os numerais ordinais são um tipo de quantificadores.
F — Na frase «Fiz tudo quanto pude», a palavra quanto é um quantificador interrogativo.

Complete as frases seguintes com as palavras a negro, antecedidas dos quantificadores adequados. Siga o exemplo e faça as alterações que achar necessárias.
sumos | quadros | anos | pessoas | pão | gaivotas
Tenho fome! Vou comprar algum pão.
a) _________ foram pintados por Renoir.
b) Nunca tinha visto _______ à volta de um barco! Deve vir cheio de peixe.
c) Eu conheço ______ capazes de ajudar os outros sem esperar nada em troca.
d) Comprei ______ para beber ao jantar; um para ti, outro para mim.
e) ______ viveste em Angola?
São frases do sketch «General e soldados» (Meireles). Entre as palavras sublinhadas, distingue determinantes (demonstrativos, possessivos, indefinidos, [relativos], [interrogativos], artigos definidos, artigos indefinidos), pronomes (pessoais, indefinidos, demonstrativos, [possessivos], [relativos], [interrogativos]), quantificadores (existenciais, numerais, [universais], [relativos], [interrogativos]). Entre parênteses retos, pus as subclasses que não aparecem representadas nas frases. Sublinhei um único adjetivo numeral. No caso dos pronomes pessoais, tenta também indicar a função sintática que está em causa.

Euvos disse que eles são anões?
eu = _____ | vos = _____ | eles = _____

Este pau sozinho matou trinta alemães.
este = _____ | trinta = _____

Este pau fez a segunda guerra mundial.
este = ____ | a = ____ | segunda = ____

Meu general, temos outra dúvida.
meu = _____ | outra = _____

Nós também somos muitos, soldado Meireles.
nós = _____ | muitos = _____

Os inimigos dispõem unicamente de canhões, algumas metralhadoras e três mísseis.
os = _____ | algumas = ____ | três = ____

São os soldados mais cobardolas que alguma vez vi na minha vida.
os = ____ | alguma = _____ | minha = _____

Isso é verdade.
isso = _____

Eles são trinta mil.
eles = ____ | trinta mil = _____

Somos só nós os três.
nós = ____ | os = ____ | três = ____

Ainda bem que faz essa pergunta.
essa = ____

São uma vergonha para o exército!
uma = ___ | o = ____

Ainda da NGDP (no segundo item, inseri três alíneas e tirei outras tantas).
Leia atentamente a letra da música que se segue e identifique a classe a que pertencem os elementos destacados.

Eu queria ser astronauta,
O meu país não deixou,
Depois quis ir jogar à bola,
A minha mãe não deixou.

Tive vontade de voltar à escola,
Mas o doutor não deixou,
Fechei os olhos e tentei dormir,
Aquela dor não deixou...

Ó meu anjo da guarda,
Faz-me voltar a sonhar,
Faz-me ser astronauta,
E voar...

O meu quarto é o meu mundo,
O ecrã é a janela,
Não choro em frente à minha mãe,
Eu que gosto tanto dela.

Mas esta dor não quer desaparecer
Vai-me levar com ela...

Ó meu anjo da guarda,
Faz-me voltar a sonhar,
Faz-me ser astronauta,
E voar...

Acordar, meter os pés no chão.
Levantar, pegar no que tens mais à mão,
Voltar a rir, voltar a andar, voltar, voltar...
Voltarei... (8x)

Acordar, meter os pés no chão,
Levantar, pegar no que tens mais à mão,
Voltar a rir, voltar a andar, voltarei...
Tim, «Voar»

queria = _______
minha = _______
vontade = _______
O = _______
Não = _______
Eu = ________
tanto = _________
Mas = ________
Ó = _______

Transforme as frases simples que se seguem em frases complexas recorrendo a uma palavra relativa (pronome relativo, advérbio relativo, quantificador relativo, determinante relativo).
a) O João frequenta a minha faculdade. A minha faculdade fica em Entrecampos.
b) Os meus amigos compraram um carro. Eles trabalharam durante as férias para juntar dinheiro.
c) O Nuno viajou. Falei-te ontem do Nuno.
d) Alguns iogurtes têm bolor. As tampas desses iogurtes registam prazos de validade ultrapassados.
e) O Arnaldo comeu bastantes amoras. O Arnaldo comeu as amoras que lhe agradavam.
f) A Irondina vive numa vila. Nessa vila há um monstro.

Itens/Soluções de grupos I-B sobre Cesário (a ler apenas; a completar)
Exemplo 1
Grupo I-B
1. Observe com atenção o quadro do pintor impressionista Claude Monet, intitulado «Le Déjeuner».

1.1. Relacione o quadro com uma das temáticas estruturantes da poesia de Cesário Verde.
A dimensão realista e pictórica da poética de Cesário Verde é indiscutível, tanto mais que o próprio poeta afirma «Pinto quadro por letras». A essa dimensão associa-se a introdução do quotidiano na poesia. De facto, composições poéticas como «Num Bairro Moderno» e «De Tarde» oferecem-nos uma visão cinematográfica de figuras individualizadas ou coletivas que protagonizam realidades e vivências sociais burguesas, envoltas em sabores e cores. Assim, é possível relacionar este quadro com motivos cesarianos, como as referências a cenas domésticas, ora situadas em casas apalaçadas e em jardins acolhedores, ora em ambientes campestres.
1.2. Associe a figura feminina retratada na pintura com um dos tipos da imagética feminina característicos da poesia de Cesário Verde.
Na poesia de Cesário Verde, são retratados fundamentalmente dois tipos de imagética feminina: a mulher vítima de injustiça e de humilhação social -— que desperta no sujeito poético sentimentos de piedade e de revolta pela situação degradante em que vive — e a mulher fatal, altiva — que o humilha e despreza, mas que também o atrai, pelo seu porte e pela sua sensualidade. É este segundo tipo de imagética que poderá ser associado à figura feminina representada no quadro de Monet.

Exemplo 2
Na obra de Cesário Verde emerge um sentimento da modernidade, revelando o poeta-pintor, na busca da dimensão humana da cidade-mulher, fatal, sensual e inquietante, em imagens justapostas e objetivas, por vezes transfiguradas por algum bucolismo.
Recorde a poesia de Cesário Verde que teve a oportunidade de estudar no 11.º ano.
1. Procure associar a qualidade de poeta-pintor a um sentimento de modernidade que a poesia de Cesário evidencia.
1. Verdadeiro artista plástico impressionista, fixa a população da cidade em processo, recorrendo a sinestesias e acumulando pormenores das sensações captadas. Não lhe interessa a visão estática da realidade, mas a sua visão particular. De facto, Cesário Verde antecipa a modernidade quer ao ocupar com a poesia o espaço da ___ narrativa, quer na construção de imagens intensas e sonoras das pessoas, da cidade e do campo ou das emoções. Além disso, é capaz de recolher simples temas ____ e de encontrar neles uma face poética.
A visão plástica do «poeta-____» assume lugar de destaque, por exemplo, no poema «De tarde», através do registo do pormenor de «uma coisa simplesmente bela», digna de ser pintada, ou do cenário do campo com o granzoal e os penhascos, onde acampam para o «piquenique de burguesas». Ainda o facto de se tratar de um fim de tarde («inda o Sol se via»), associado aos frutos («melão», «damascos», «pão de ló») e às cores: o azul (do granzoal), o rubro (da papoula), o amarelo (do pão de ló).
2. Comprove a existência de uma dimensão humana da cidade na poesia de Cesário, muitas vezes associada à mulher e às suas características.
2. A modernidade da obra de Cesário observa-se também na figura da cidade, humanizada, com feições singulares, tradutoras da efemeridade da mutação do mundo. Ao ____ pela cidade, revive, por evocação, o passado e os seus dramas, ou sofre uma opressão que lhe provoca um desejo «absurdo de sofrer», como diz em «____».
Na poesia de Cesário, a _____ aparece viva, com homens vivos, mas nela há a doença, a dor, a miséria, o grotesco, a beleza e a sua decomposição fatal. De facto, as imagens da cidade surgem, frequentemente, com uma dimensão humana. Podemos mesmo falar numa metáfora de cidade-mulher que atrai, fatalmente, pela sua beleza e sensualidade, mas que, frequentemente, arrasta para a morte. Assim, em imagens justapostas, esta cidade-mulher torna-se fria e perde a sensualidade devido ao capitalismo que subjuga o operário; associa-se à ausência de amor, pois menospreza a naturalidade.
3. Servindo-se de dois exemplos, refira o modo como foi tratado o tema da mulher fatal na obra poética do autor.
3. A mulher fatal surge na poesia de Cesário Verde incorporando um valor erótico que simultaneamente ________. O poeta vê esse corpo belo e luminoso ao mesmo tempo que o fantasia pelo poder da sedução. Mas se, por um lado, desse corpo de mulher irradia uma luz que o torna cada vez mais nítido e sensual, por outro lado, há um pressentimento de fatalidade que lentamente o transforma em símbolo da morte. Em «Esplêndida», considera que «Ela, de olhos cerrados, a cismar, / Atrai como a voragem!» e em «Vaidosa», diz «eu sei que tu, que como um ópio / Me matas, me desvairas e adormeces». Nestes poemas, a mulher fatal arrasta para a morte; em «Frígida», é a mulher o símbolo direto da própria morte, que leva o poeta «ao persegui-la, penso acompanhar de longe / O sossegado espetro angélico da Morte!» Cesário dá-nos conta, frequentemente, da voluptuosidade da mulher fascinante, mas acaba por se sentir humilhado. Na vida social, encontra um paralelo entre as classes _____ que, como as burguesinhas ricas, o fascinam, e as classes ______, que têm de se remeter à sua baixa condição.
TPC — Lê em Gaveta de Nuvens o que há sobre as ‘Classes de palavras’ em que nos detivemos hoje (aqui).

Aula 87-88 (1 [5.ª], 2 [7.ª], 3/jan [1.ª, 8.ª]) Relê o texto «O rosto e as máscaras da heteronímia» (p. 142 do manual), que já te pedira relanceasses em casa.
1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.

1.1 O uso das aspas em «desaprender» (l. 6) assinala
a) o uso denotativo do verbo.
b) a ironia do autor.
c) a frequência da ação.
d) a invulgaridade da ação.

1.2 O recurso estilístico concretizado na expressão «complexa ‘simplicidade’» (l. 7) é
a) a antítese.
b) a hipérbole.
c) o paradoxo.
d) a metáfora.

1.3 No segmento «o intérprete sensível das grandes depressões nervosas» (ll. 12-13) possui/possuem valor restritivo
a) apenas o adjetivo «grandes».
b) a expressão «grandes depressões».
c) os adjetivos «sensível» e «nervosas».
d) apenas o adjetivo «sensível».

1.4 O constituinte sublinhado em «Alberto Caeiro, desejando-se um simples homem da natureza» (ll. 26-27) desempenha a função sintática de
a) predicativo do complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) complemento do nome.
d) complemento direto.

1.5 O elemento linguístico «que» sublinhado na passagem «Ricardo Reis, por seu turno, não mais desejou que viver segundo o ensinamento de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe» (ll. 32-34) é
a) uma conjunção subordinativa completiva.
b) uma conjunção subordinativa causal.
c) uma conjunção subordinativa consecutiva.
d) um pronome relativo.

1.6 O conector «Em suma» (l. 34), introduz, no contexto, um nexo
a) comparativo.
b) conclusivo.
c) consecutivo.
d) causal.

1.7 O termo «ininterrupto» (l. 40) é usado com o sentido de
a) breve.
b) contínuo.
c) interrupto.
d) profícuo.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. ___; e. ___.
A
a. Com o uso do pronome «Isto» (l. 3),
b. Com o recurso ao conector «por sua vez» (ll. 15-16),
c. Com a utilização da expressão «o Horácio do nosso tempo» (ll. 18-19),
d. Com o recurso ao pronome «as» (l. 37),
e. Com o uso do advérbio conectivo «todavia» (l. 40),
B
1. o enunciador recupera sinteticamente o processo anteriormente descrito.
2. o enunciador insere uma ligação adversativa.
3. o enunciador serve-se de um correferente para evitar a repetição do nome.
4. o enunciador predica algo sobre o sujeito.
5. o enunciador concretiza um processo de catáfora.
6. o enunciador predica algo acerca do complemento direto.
7. o enunciador introduz uma consequência.
8. o enunciador introduz uma sequencialização.

Lê (relê) «Cem homens e cem formigas» (pp. 301-302). Repara como neste texto — e ao longo de todo o romance — o narrador desempenha várias funções. Na tabela, põe ao lado das transcrições as etiquetas (de tipo de narrador) que lhes convirão.

Narrador heterodiegético (HET)
Narrador aparentemente homodiegético (na verdade, o uso da 1.ª pessoa do plural não significa participação enquanto verdadeira personagem) (HOM)
Narrador reflexivo (REF)
Narrador sentenciador (SENT)
Narrador levemente irónico (IRON)
Narrador omnisciente (que até exibe a faculdade de ir gerindo o enredo) (OMN)

Trecho de «Cem homens e cem formigas»
Narrador
«Nem sempre se pode ter tudo» (l. 1)

«a pobre não emprestes, a rico não devas, a frade não prometas» (ll. 5-6)

«porém sosseguemos» (ll. 5-6)

«Haveremos convento.» (l. 6)

«El-rei foi a Mafra escolher o sítio onde há de ser levantado o convento.» (l. 7)

«um homem pode ser grande voador, mas é-lhe muito conveniente que saia bacharel, licenciado e doutor, e então, ainda que não voe, o consideram» (ll. 13-15)

«estava a abegoaria em abandono, dispersos pelo chão os materiais que não valera a pena arrumar, ninguém adivinharia o que ali se andara perpetrando» (ll. 17-20)

«com todas as disposições, licenças e matriculações necessárias, partiu o padre Bartolomeu Lourenço para Coimbra» (ll. 25-28)

«Até à vila de Mafra, aonde primeiro vai, não tem a viagem história, salvo a das pessoas que por estes lugares moram» (ll. 29-32)


Lê depois o trecho ensaístico e o esquema no cimo da p. 303.
Lê também «O espaço físico: um espaço (simbólico) de construção» (p. 303).

Em «Cem homens e cem formigas» são referidos três espaços (descontando já a Holanda e, claro, a alusão a Alcobaça): Alto da Vela (Mafra); São Sebastião da Pedreira; Coimbra.
Explica como são vistos estes locais no texto e o seu enquadramento no enredo do romance, associando-os ao simbolismo que possam ter, num comentário de cerca de cento e cinquenta palavras.

Memorial do Convento
A Vida Secreta dos Nossos Bichos
Como se articulam as linhas diegéticas?
Há alguma alternância entre duas linhas narrativas (a da construção da ______; a da construção do Convento), que se cruzam aqui e ali.
Há também dois eixos (o dos donos que saem e regressam, mas de cujo dia pouco sabemos; o dos  _____), que coincidem apenas no início e no final.
O amor situa-se em que eixo?
A linha diegética do amor de _______ e Blimunda pode talvez considerar-se integrante do eixo da passarola.
A paixão Gidget e ______ é ainda menos transversal, decerto privativa do mundo dos bichos.
A luta de classes ultrapassa os eixos?
O eixo da construção da passarola tem como protagonistas os heróis (Baltasar, Blimunda, do povo, e ____, do clero mas transgressor) e funciona também como exemplo de contra-poder. É no eixo da construção do Convento que evoluem as personagens do poder (__, sobretudo) e se dá o retrato do povo explorado (os dois extremos, portanto).
Do eixo dos donos pouco se sabe (o seu regresso a casa é dado em alternância brevíssima no final — as várias casas são vistas numa espécie de _____ externa, como se olhássemos um prédio descarnado e espiássemos vários lares). No eixo dos bichos assume-se uma focalização ____ (por personagem coletiva, os bichos): vemos os acontecimentos pelo olhar dos animais.
Há visitas de personagens de um dado eixo ao outro?
Scarlatti, Bartolomeu surgem nos dois eixos, de passarola e de Convento — são personagens com essa mobilidade transversal. O músico ______ funciona, para o eixo da passarola, como personagem adjuvante. Ocasionalmente, há comparências de outras personagens em ambas as linhas diegéticas.
Dentro do eixo dos bichos, os humanos encarregados da recolha de animais abandonados funcionam como ______ (pertencerão ao eixo dos donos? — estão no seu emprego também); e há estratificação social: os revolucionários do esgoto, os privilegiados por viverem com donos.
É o elemento feminino do casal que luta pela sua paixão
Blimunda procura Baltasar durante ___ anos.
Gidget procura Max durante o ___ todo.
Enredo fecha-se numa retoma do início, circularmente
Baltasar e Blimunda conhecem-num auto de fé, em 1711. Intriga termina com outro auto de fé (histórico, o de António José da Silva), em 1739 — decorrem ______ anos, balizados até por acontecimentos históricos
Chegada de Katie com Duke desencadeia o conflito (Max-Duke) já resolvido no regresso da dona. Saída e regresso dos donos enquadra paixão de Gidget por Max — decorrem as ____ horas de um dia completo.
As multidões em viagem são recorrentes
Recordem-se o grupo de trabalhadores que transporta «mãe da ____»; o grupo de trabalhadores arregimentados com que se cruzou Maria Bárbara; as procissões; etc.
Recordem-se o exército de animais chefiado pelo coelho ____; o grupo dos animais de estimação comandado pelo cão em cadeira de rodas; etc.

TPC — Termina a leitura de Memorial do Convento.

Aula 89-90 (7 [7.ª, 5.ª], 8 [1.ª], 9/fev [8.ª]) Entre o passo que hoje vamos (re)ler de Memorial do Convento — «Enfim chegou o dia» — e o filme Locke (realizado por Steven Knight) é possível encontrar contrastes, oposições, que procurei resumir na tabela a seguir. Vai lendo as pp. 304-305 e completando sobretudo a parte esquerda do quadro.


Memorial do Convento, excertos das pp. 178-184
Locke, primeiros quinze minutos
«Enfim chegou o dia» é título que marca um acontecimento histórico: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
«Enfim chegou o dia» também poderia ser o título, reportado a dois acontecimentos na vida do protagonista: . . . . . . . . . . . . . . . ; e uma operação de construção civil decisiva.
O primeiro parágrafo — que começa por se centrar na figura do cunhado de Baltasar, Álvaro Diogo, pedreiro, que o narrador, numa prolepse, antecipa que trabalhará depois como  . . . . . . . . . . . . . . . — dá-nos conta sobretudo da azáfama provocada pela construção de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Através de um primeiro telefonema — dirigido a uma mulher, Bethan, com quem estivera apenas uma noite —, ficamos a saber que Ivan Locke tenta chegar rapidamente a  . . . . . . . . . . . . . . . Os telefonemas imediatos dão-nos conta da sua preocupação em avisar a . . . . .  (estava combinado um jantar-serão animado) e contactar subordinados e superiores da . . . . . . . . . . . . . . .
No segundo parágrafo, explica-se que uma tempestade, comparável ao sopro do  . . . . . . . . . . . . . . , implicara que se tivesse de, em tempo mínimo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O rei, embevecido com essa diligência do seu povo, distribui . . . . . . . . . . . . . . . (do Brasil, podemos presumir).
Pelos diálogos com o pessoal da empresa, percebemos que no dia seguinte se iniciaria uma importante operação de . . . . . . . . . . . . . . . (necessária à construção de uns arranha-céus), o que implicava que, em tempo mínimo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ivan Locke, à distância, tenta organizar o seu pessoal, distribuir  . . . . . . . . . . . . . . .
Os terceiro, quarto e quinto parágrafos vincam a . . . . . . . . . . . . das cerimónias, a grande admiração de todos por alguma coisa que ainda nem começou mas já se pode ir  . . . . . . . . . . . . . . . A reação dos populares a estas encenações (de rei e clero) é de aparente . . . . . . . . . . . . . («ajoelhava à passagem, e, tendo constantemente motivos para ajoelhar-se [...], já nem se levantava» — lembrando JJ depois do célebre golo de Kélvin no estádio do Dragão). De certo modo, o rei invadiu um território que não era dele, mas todos o  . . . . . . . . . . bem.
Os diálogos ao telefone acerca das tarefas a realizar na manhã seguinte vincam a  . . . . . . . . . . . . daqueles trabalhos de construção civil, o seu custo e o perigo de algo . . . . . . . . . . . A reação à atitude de Ivan por parte dos funcionários da empresa é de . . . . . . . . . . . . . . (em dez anos Locke nunca falhara e espantam-se com o que lhes conta acerca da sua decisão). De certo modo, todos . . . . . . . . . . . . . . . dissesse estar doente (ou ter uma consulta, como fazem alguns alunos do 12.º 7.ª e do 12.º 8.ª).

Podes tentar responder aos pontos 2.1, 2.2. e 3 da p. 306:
2.1 = __ | 2.2 = 1711: ___, ___, ___; 1730: ___, ___, ___, ___; 1739: ___; ___. | 3 = __
Vai lendo a entrevista de Carlos Vaz Marques a José Saramago, pp. 308-309, e, se houver tempo, relanceando «O tratamento do tempo em Memorial do Convento» (pp. 306-307).
Responde ao ponto 1.2 da p. 309. No entanto, podes desenvolver a resposta, referindo-te sobretudo a outros poderes mágicos que pudesses/pudéssemos ter.
(Apesar de a sugestão de um poder mágico implicar, é claro, um momento de imaginação, de inverosimilhança, gostaria que a tua exposição-reflexão no resto fosse racional, argumentativa, em registo formal.)
TPC — Lê o texto expositivo «O tratamento do tempo em Memorial do Convento» (pp. 306-307).

Aula 91-91R (7 [8.ª], 8 [7.ª], 9 [1.ª], 10/fev [5.ª]) Retomamos os exercícios sobre Classes de palavras, tirados da generosa Nova Gramática Didática de Português. Aproveito de novo para te aconselhar a leres o capítulo «Classes de palavras», da mesma gramática, que, ilicitamente (com grande risco meu, portanto), copiei na íntegra em Gaveta de Nuvens.

Nos provérbios seguintes, sublinhe as conjunções e as locuções conjuncionais e classifique-as.
a) A viagem é mais rápida quando se tem companhia.
b) A vida é uma escola: enquanto vivemos, aprendemos.
c) O galo fecha os olhos quando canta porque sabe a música de cor.
d) Basta uma ovelha ronhosa para perder o rebanho.
e) Se saudades matassem, muita gente morreria.
f) Quereis que vos sirva, bom rei? Dai-me do que viva.
g) Ninguém é tão pobre que não possa dar nem tão rico que não possa receber.
h) Segue a razão, ainda que a uns agrade e a outros não.

Leia atentamente a letra da canção que se segue e circunde os nomes comuns que encontrar. Depois, distribua-os pelas subclasses referidas nas alíneas abaixo.
sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor

sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor amor sei-te de cor

sei por que becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor

sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor

sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor
Paulo Gonzo, «Sei-te de cor»

Nomes contáveis — . . . . . . . . . . . . . .
Nomes não contáveis — . . . . . . . . . . . . . .

Preencha os espaços em branco com uma palavra da classe indicada entre parênteses. Utilize as palavras fornecidas no quadro abaixo.
finalmente | malta | cinema | curioso | hoje | à tarde | onde | bastante | não | boa | primeiro | computador | férias | português | ali | realmente | sempre | turma
_____ (advérbio de predicado com valor temporal) acordei com uma ____ (adjetivo qualificativo) sensação. ______ (advérbio conectivo) chegaram as ______ (nome comum não contável)!
A ______ (nome comum coletivo não contável) da ______ (nome coletivo contável) combinou ir ao ______ (nome comum contável) ver um filme _____ (adjetivo relacional) que a professora de Língua Portuguesa tinha recomendado. É o _____ (adjetivo numeral) filme de Manoel de Oliveira que vou ver, por isso, estou _____ (adjetivo qualificativo).
_____ (locução adverbial de tempo), combinámos ir _____ (advérbio de predicado com valor locativo) ao parque para nos encontrarmos com o resto do pessoal para dois dedos de conversa. Este é o sítio ____ (advérbio relativo) passamos grande parte do tempo juntos.
Além dos programas com os amigos, também vou passar _____ (advérbio de quantidade) tempo a dormir, a ver televisão e a jogar no meu ___ (nome comum contável). _____ (advérbio de frase), as férias perderiam toda a graça se eu _____ (advérbio de negação) tivesse estas máquinas _____ (advérbio de predicado com valor temporal) à minha disposição!
É claro que haverá muita coisa para fazer, basta haver imaginação.

Complete o torto crucigrama com nomes coletivos. Siga as indicações. Conjunto de...

(1) animais característicos de uma região.
(2) desportistas.
(3) prisioneiros.
(4) foguetes simultâneos.
(5) atores.
(6) pinheiros.
(7) mercadores.
(8) navios.
(9) lobos.
(10) mosquitos ou gafanhotos.
(11) eleitores.
(12) plantas características de uma região.
(13) porcos.
(14) pássaros.
(15) pessoas.
(16) ilhas.

Dos nomes coletivos identificados, indique os não contáveis.
_______

Eis uns exercícios — que agradeço penhoradamente a NGDP — sobre classes de palavras. Para já, adjetivos, advérbios, preposições, conjunções:

1. Identifique os adjetivos presentes no texto e circunde-os.
Medalhas e medalhados
Para que conste, desde há muito que existem bons atletas portugueses! Ora olhemos para 2006.
Francis Ubikwelu, grande atleta naturalizado português, ganhou a medalha de ouro nos cem e duzentos metros nas Competições Europeias de 2006. Naide Gomes conquistou o segundo lugar no salto em comprimento e João Vieira, o terceiro lugar nos 20 km marcha. Nos Mundiais Juniores de Triatlo, João Silva ficou em terceiro lugar. Nos Campeonatos do Mundo de Atletismo para Deficientes, a estafeta 4 x 100 metros portuguesa obteve o primeiro lugar. Gabriel Potra conquistou o terceiro lugar no pentatlo para amblíopes. Na Taça do Mundo de Lisboa, o judoca João Neto obteve o primeiro lugar e Pedro Dias alcançou o segundo, na categoria de 66 kg.
Estes são apenas alguns exemplos de sucesso no desporto português. Nem só de futebol vive Portugal e é lamentável que tão bons desportistas não tenham o destaque merecido!
1.1 Classifique os adjetivos que identificou:
qualificativos — . . . . . . . . . . . . . . .;
relacionais — . . . . . . . . . . . . . . .;;
numerais — . . . . . . . . . . . . . . .;.

2. Assinale os pares de frases em que a posição do adjetivo qualificativo implica uma mudança de sentido.
A — O falso médico fez um mau diagnóstico. / O médico falso fez um mau diagnóstico.
B — Um rapaz bonito entrou na sala. / Um bonito rapaz entrou na sala.
C — É uma grande mulher! / É uma mulher grande!
D — Uma jornalista verdadeira participa num debate. / Uma verdadeira jornalista participa num debate.
E — A pobre mulher trabalha de sol a sol. / A mulher pobre trabalha de sol a sol.
F — Desejo-te um feliz dia. / Desejo-te um dia feliz.

3. Partindo das frases seguintes, transforme o nome destacado num adjetivo relacional.
a) Ele propôs uma transação de comércio. | transação ...
b) A empresa fez uma proposta de negócio. | proposta ...
c) Gosto de ler literatura para jovens. |literatura ...
d) Fiz uma receita de França. | receita ...
e) Ela procura produtos da horta. | produtos ...
f) Li um romance de Camilo. | romance ...
g) Tenho uma casa no campo. | casa ...
h) Hoje houve uma revolta de estudantes. | revolta ...
i) Ele é um excelente crítico de literatura. | crítico ...
j) Gosto da vida na cidade. | vida ...

4. Descubra nesta canja de galinha vinte e um advérbios de predicado:

4.1 Distribua os advérbios consoante o seu valor:
valor locativo — . . . . . . . . . . . . . .
valor temporal — . . . . . . . . . . . . . .
valor de modo — . . . . . . . . . . . . . .

5. Usando advérbios interrogativos, formule as questões para as respostas em baixo.
a)        P: . . . . . . . . . . . . . .
            R: Estou no Estádio da Luz.
b)        P: . . . . . . . . . . . . . .
            R: Chegámos anteontem à tarde.
c)         P: . . . . . . . . . . . . . .
            R: Não me sinto nada bem (com toda esta lã de vidro).
d)        P: . . . . . . . . . . . . . .
            R: Eles foram ao estádio porque são corajosos e não receiam ficar soterrados.

6. Substitua as expressões destacadas por advérbios com o sufixo -mente.
a) Jornal que se publica todos os dias. | ...
b) Revista que sai todas as semanas. | ...
c) Festa que decorreu de modo agradável. | ...
d) Aluno que faz o exercício com cuidado. | ...
e) Ator que atua com frequência. | ...
f) Alguém que avança com cautela. | ...
g) Criança que age de modo instintivo. | ...

7. Na sopa de legumes seguinte, descubra dezanove vegetais (aliás, preposições).


8. Complete as frases seguintes com as preposições adequadas, fazendo contrações sempre que seja necessário.
a) ___ as refeições, não é aconselhável entrar __ mar.
b) Quero o trabalho feito ___ quinta-feira. E __ vocês!
c) Não vamos falar mais ___ esse assunto. Que isto fique só _____ nós!
d) O réu apresentou-se ____ o juiz ____ o advogado de defesa.
e) Posso ir ___ o Júlio às compras, mãe?
f) Conheço o meu vizinho ____ o dia em que vim morar ___ esta casa, mas é como se nos conhecêssemos há muito mais tempo.
g) Estou a falar ___ sério!
h) Trabalho nesta empresa ____ 2001.
i) Sou ___ essa política do governo.

TPC — Em «Duas mil vontades» (p. 308), vemos Bartolomeu a aconselhar a Blimunda uma série de acontecimentos sociais (procissões, touradas, autos de fé) onde recolheria «vontades» mais facilmente. Depois de relanceares também o item «Pós-leitura» (p. 309) e o enquadrado «O espaço social em Memorial do Convento», escreve um comentário (de cerca de cento e cinquenta palavras) em torno da importância desses momentos, e de outros similares, no retrato do povo e, em geral, na economia de Memorial do Convento.

Aula 92-93 (8 [5.ª], 9 [7.ª], 10/fev [1.ª, 8.ª]) Correção do questionário de modelo de grupo II feito na última/penúltima aula e explicações gramaticais — advérbio conectivo vs. conjunção; pronome relativo e outras palavras relativas, orações relativas adjetivas e substantivas (ver Apresentação).
Relendo «Um segredo» (pp. 310-311 do manual), vai completando o que falte.

ll.
Trecho de «Um segredo»
Paráfrase em registo neutro
O que se deve inferir
2-3
«Em tom que facilmente dava a entender não ser essa a matéria importante que ali se iria tratar»
Num estilo pelo qual se percebia não ser aquele o assunto ___
Scarlatti tinha ____
5-6
«Com que a mim não me distinguiu nunca, mas não o digo por qualquer sentimento de inveja, antes me louvo de ver honrada num seu filho a nação italiana»
Nunca tive eu a sua sorte, mas até fico contente de o rei dar esse privilégio a um ___
Bartolomeu talvez tenha ficado ___, mas recompõe-se e disfarça muito bem.
7-8
«Dizem-me que el-rei é grande edificador, será por causa disso este seu gosto de levantar com as suas próprias mãos a cabeça arquitetural da Santa Igreja, ainda que em escala reduzida»
O rei gosta muito de fazer construir (monumentos); talvez por isso também goste de construções em ____
Scarlatti talvez esteja a ser crítico do ___ e da discricionariedade do rei.
10-11
«Como se mostram variadas as obras das mãos do homem, são de som as minhas»
Cada um tem a sua arte, a minha é a ____
Scarlatti identifica-se como ____
14-16
«Parece apenas um gracioso jogo de palavras, um brincar com os sentidos que elas têm, como nesta época se usa, sem que extremamente importe o entendimento ou propositadamente o escurecendo»
O diálogo anterior parece um jogo de linguagem (com quiasmos, metáforas, ...), mais elegante que claro, como é de uso nesta ____
O narrador lembra que estamos na época ____
18-19
«Disseram a verdade do que então viram, depois ficaram cegos para a verdade que a primeira escondeu»
O que ouviu quanto à primeira experiência é verdadeiro mas, desde aí, tenho sido ____
Bartolomeu mostra-se ____ por não acreditarem em si.
20-21
«Há doze anos que isso foi, desde então a verdade mudou muito»
Nestes doze anos, a situação ____.
Bartolomeu insinua ____
21-22
«A essa pergunta responderei que, quanto imagino, só a música é aérea»
Para mim, só a ___ se levanta no ar.
Scarlatti diz não ___ (para o acicatar a revelar-lhe mais).
24-26
«Domenico Scarlatti aproximou-se da máquina, que se equilibrava sobre uns espeques laterais, pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e, singularmente, toda a ave vibrou apesar do seu grande peso»
Scarlatti tocou na passarola como se estivesse a tocar cravo, e esta, estranhamente, ____
A música e a arte ____
33
«Baltasar e Bartolomeu olharam-se perplexos»
Baltasar e Bartolomeu ficaram sem saber como ____
Ambos eram bastante ____
34-35
«Há um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for preciso»
Quando for necessário, destroem-se telhas e paredes para ____
Blimunda é ____
38-39
«É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica»
A Scarlatti, que tem ____ clássica, Blimunda e Baltasar sugerem Vénus e Vulcano.
Baltasar, por trabalhar na ____, é como o deus do Fogo (que era casado com a deusa do Amor e, como Baltasar, deficiente: era coxo).
61-63
«e Domenico Scarlatti ouviu ressoar dentro de si a corda mais grave duma harpa.»
Scarlatti ficou emocionado ao ver ____
Os poderes mágicos de Blimunda tiveram algum reflexo em quem ela olhava ou Scarlatti ____
63-65
«Ostensivamente Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho, e disse, Acabou a merenda, vamos trabalhar»
Baltasar, com alguma ____, interrompeu a conversa.
Baltasar ficou ___
70-72
«Senhor Scarlatti, quando o enfadar o paço, lembre-se deste lugar»
_____ sempre que quiser.
______ confia em Scarlatti.
75-78
«Senhor Escarlate, disse Baltasar, tomando bruscamente a palavra, venha quando quiser, se o senhor padre Bartolomeu Lourenço autoriza, mas, Mas, No lugar da minha mão esquerda tenho este gancho, ou um espigão em vez dele, sobre o coração uma cruz de sangue»
Acato as decisões do Padre Bartolomeu, mas poderei não ser _____ consigo, Senhor Scarlatti.
Baltasar, talvez ciumento (ou com medo de que o músico os ____), pretende atemorizar Scarlatti.
78-79
«Sou o irmão de todos, disse Scarlatti, se me aceitarem»
Se permitirem, farei parte deste vosso grupo, como membro ____
Scarlatti procura ____
____ a sua boa intenção.
80
«Senhor Escarlate, querendo que eu ajude a trazer o cravo, não tem mais que dizer»
Senhor ____, se quiser, ajudá-lo-ei a transportar o cravo.
Baltasar já ____ no músico.

Resolve o ponto 8 da p. 312:
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d.= ___.
Ouviremos agora o trecho correspondente ao momento em que principia a jornada aérea. Podes ter o livro aberto na p. 314 e ir lendo, no cimo, o ponto 1. Depois, na mesma página, releremos «Que maravilha é viver e inventar».
Resolve o ponto 2 da p. 314
TPC — Escreve o texto que corresponde ao grupo III de exame na p. 324 do manual.

Aula 94-95 (14 [7.ª, 5.ª], 15 [1.ª], 16/fev [8.ª]) Itens de exames recentes em torno de de classes de palavras

[2016, 2.ª fase]
5. Nas linhas 13 e 15, a palavra «se» [«Não iria longe esta crónica se não fosse a providência dos cronistas, a qual é (aqui o confesso) a associação de ideias. Vai levando o rio Saône a sua corrente envenenada, e é neste momento que uma gota de água se me desenha na memória, como uma enorme pérola suspensa»] é
(A) uma conjunção em ambos os casos.
(B) um pronome em ambos os casos.
(C) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(D) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
[2016, época especial]
6. Nas expressões «Se chega» (linha 15) e «se desnuda» (linha 16), as palavras sublinhadas são [«Mas acontece que a repressão é mecânica e a língua é biológica. Se chega às terras de outros povos na bagagem do colonizador, em breve sai e se desnuda e se alimenta, e adormece e procria.»]
(A) conjunção e pronome, respetivamente.
(B) pronome e conjunção, respetivamente.
(C) conjunções, em ambos os casos.
(D) pronomes, em ambos os casos.
[2015, 1.ª fase]
4. Na expressão «desde as imagens mais triviais às mais sofisticadas» (linha 18), os adjetivos significam, respetivamente,
(A) comuns e sensuais.
(B) conhecidas e misteriosas.
(C) banais e requintadas.
(D) sugestivas e luxuosas.
*[2015, época especial]
5. A anteposição do pronome «lhe» (linha 35) justifica-se pela [«No que diz respeito ao olhar, impôs-se aquele que está lá e que privilegia a experiência simples dos sentidos. No fundo, para quem foi, o mais fundamental desse tempo, aquilo que efetivamente lhe acrescentou mundo, foi ter ido, ter estado lá realmente, ter olhado em volta.»]
(A) presença de uma expressão adverbial enfática.
(B) presença de um advérbio de negação.
(C) sua integração numa frase em discurso indireto livre.
(D) sua integração numa oração subordinada relativa.
[2014, 2.ª fase]
1.7. No excerto «Denunciou as estruturas de corrupção, que considerava uma espécie de cancro que afetava gravemente a missão dos governos e o superior interesse do Reino e dos súbditos do rei.» (linhas 9 a 11), as palavras sublinhadas são
(A) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(B) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(C) pronomes em ambos os contextos.
(D) conjunções em ambos os contextos.
[2014, época especial]
1.7. No excerto «Inês Pedrosa refere que Caeiro seria a “figura da musa” para o poeta, que aliás o descreve em termos helénicos, louro como um deus grego.» (linhas 18-19), as palavras sublinhadas são
(A) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(B) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(C) pronomes em ambos os casos.
(D) conjunções em ambos os casos.

[Pergunta I-B do exame de 2010, 1.ª fase:]
Comenta a importância de Blimunda na consecução do sonho de voar, em Memorial do Convento, de José Saramago, fazendo referências pertinentes à obra. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras [aliás, no nosso caso, de cerca de cento e trinta palavras].
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ouvida esta primeira metade do documentário sobre Memorial do Convento na série ‘Grandes Livros’, circunda a opção certa (entre as que ponho dentro de chavetas):
Começa por se considerar que o convento de Mafra é o {centro / epicentro / diâmetro / fulcro} de Memorial do Convento.
A primeira cena (da adaptação feita pelo grupo Éter} tem como personagens {D. João V e D. Nuno da Cunha / D. João V e um franciscano / Bartolomeu e Baltasar / D. João V e o padre Bartolomeu}.
Para Carlos Reis, o começo do romance tem alguma coisa de {surrealista / inesperado / paródico / satírico}.
O narrador do documentário considera que naquele tempo andavam de mãos dadas os poderes {espiritual e carnal / temporal e espiritual / espiritual e militar / espiritual e secular}.
Considera ainda que a construção do convento é, relativamente ao que o autor quer contar, o {fim último / ponto de partida / âmago / tronco}.
Saramago nasceu em 1922 numa aldeia {alentejana / ribatejana / minhota / da Côte d’Azur}.
Antes de profissional da escrita, Saramago foi {mendigo, arrumador de carros, banqueiro/ futebolista, modelo, ator / serralheiro, funcionário administrativo, desenhador / professor, funcionário administrativo, publicitário}.
O seu primeiro romance foi {A terra do pecado / Terra do pecado / Os Maias / Levantado do Chão}
A viúva de Saramago chama-se {Pilar del Rio / Pila del Rio / Pilar del Mar / Pilar del Ribero}.
Para ela, o marido, ao trabalhar, assemelhava-se a um {artista ou compositor / artesão ou camponês / operário têxtil e futebolista / revisor e burocrata}.
Por dia, Saramago escrevia, geralmente, {duas / três / quatro / cinco} páginas.
Rui Tavares descobre em duas personagens de livros de José Saramago semelhanças com o escritor, reportando-se a {Levantado do Chão e Ensaio sobre a Cegueira / História do Cerco de Lisboa e Todos os nomes / A viagem do elefante e Ensaio sobre a lucidez / A Caverna e O homem duplicado}.
No fim dos anos cinquenta, José Saramago trabalhou em {Paris / editora / Espanha / escolas}.
Tornar-se-ia depois, por alturas do 25 de abril, diretor-adjunto do {Diário de Notícias / Voz Ativa / Jornal de Letras / Diário de Lisboa}
É demitido aos {cinquenta / zero / cento e dez / cinquenta e três} anos.
Manual de pintura e caligrafia é um {manual / ensaio de romance / poema em prosa / flop}.
O primeiro livro em que Saramago subverteu as regras de pontuação foi {Memorial do Convento / Levantado do Chão / As pequenas memórias / A Jangada de Pedra}.
Quando descobriu Memorial do Convento, a então jornalista e futura mulher de Saramago estava acompanhada de {quatro amigas / cinco amigas / três caniches / setenta e oito amigos}.
Carlos Reis destaca no amor de Blimunda e Baltasar o tratar-se de um amor {físico / intuitivo / carnal / platónico}.
Rui Tavares considera Bartolomeu de Gusmão um {barroco / pré-iluminista / aldrabão da pior espécie / padre castiço}.

O que se segue é o Grupo I-A de exame de há poucos anos. O texto quase coincidia com o que lemos na última aula, «Um segredo» (pp. 310-311). Não o transcrevo todo, até porque o item que queria que resolvessem, o quarto, implica só o último parágrafo.
[...] Baltasar e o padre Bartolomeu Lourenço olharam-se perplexos, e depois para fora. Blimunda estava ali, com um cesto cheio de cerejas, e respondia, Há um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for pre­ciso. Esta é que é Blimunda, disse o padre, Sete-Luas, acrescentou o músico.
Ela tinha brincos de cerejas nas orelhas, trazia-as assim para se mostrar a Baltasar, e por isso foi para ele, sorrindo e oferecendo o cesto, É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica, sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste, e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é. Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem, veria facilmente nos corações amantes, em alguma coisa há de um simples mortal prevalecer sobre as divindades. E sem contar que sobre Vulcano também Bal­tasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher.
José Saramago, Memorial do Convento, 11.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998

1. Considere o primeiro parágrafo do texto. Descreva o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado no «segredo», fundamentando a resposta em três citações do texto.
2. Interprete a resposta do músico: «Quantas vezes assim mesmo se volta dele» (linhas 6 e 7).
3. Scarlatti e Baltasar têm perceções diferentes da «ave gigantesca» (linha 15). Explique em que consiste a diferença, ilustrando o ponto de vista de cada uma des­tas personagens com uma citação adequada.
4. No último parágrafo, o narrador assume uma atitude de comentador. Transcreva do texto dois excertos exemplificativos de tal atitude e explicite a intenção que pode estar subjacente a esses comentários.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Vê resto do documentário sobre Memorial (aqui).

Aula 96-96R (14 [8.ª], 15 [7.ª], 16 [1.ª], 17/fev [5.ª]) Reveremos os processos morfológicos de formação de palavras.
Começamos pela derivação e, para já, pela derivação com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base. (Na parassíntese os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)

derivação com adição de constituintes morfológicos
prefixação
reler, incompleto
sufixação
amável, guerrear
prefixação e sufixação
desorganização, inesperadamente
parassíntese
alindar, entristecer

Depois, consideram-se os processos de derivação que não envolvem afixos (ou seja, sem adição de constituintes morfológicos) No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (aka derivação regressiva), implica ter havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma, também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (ou derivação imprópria) nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

derivação sem adição de constituintes morfológicos
conversão (derivação imprópria)
burro (< burro), um porto (< Porto)
derivação não afixal
pesca (< pescar), gajo (< gajão)

Na composição, distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras; e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma palavra (um radical é uma unidade não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).

composição
composição morfológica
apicultura, socioeconómico
composição morfossintática
conta-gotas, bomba-relógio


Distribui pelos quadros em cima as seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato de engate» e «Baratas à procura de casa» (série Lopes da Silva):
papa-formigas | formicida | saprófago | [o] quente
[a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto (< assaltar) | avizinhar
retrovisor | formigueiro | gordura | vizinhança | engordurar | arejar

Gentilmente cedido pela Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011):

1. Atente nas frases apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as palavras destacadas.
a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!
b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.
c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.
d) — Ali? O teu ali é muito confuso...
e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.
f) — Porquê? Queres saber o porquê?

1.1 Perante os exemplos apresentados, defina conversão (aka derivação imprópria):
A conversão é um processo de formação em que as palavras mudam de _____ mas não de _____.

2. Seguindo o exemplo, crie, para cada verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe diferente. Identifique a respetiva classe.
a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa)
b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê)
c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado)
d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto)
e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra)


3. Na sopa de letras, encontrará sete pares de palavras que são exemplos de derivação não afixal (ou derivação regressiva). Registe-os:

1 = _____________
2 = _____________
3 = _____________
4 = _____________
5 = _____________
6 = _____________
7 = _____________

4. Forme palavras compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.
‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _____
‘Que tem duas dimensões’ — _____
‘Que tem forma de fuso’ — _____
‘Descrição da vida de alguém’ — _____
‘Ciência que estuda os fósseis’ — _____
‘Dor na região lombar’ — _____
‘Medo de recintos fechados’ — ____

Além dos processos morfológicos de formação de palavras, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos irregulares de formação de palavras».
Vamos, portanto, até à p. 335. Revê as sete definições, e respetivos exemplos, no ponto 2, «Processos irregulares de formação de palavras». Depois lança no quadro as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que pusemos em exercício idêntico há dois anos; as que vais ter de colocar agora são, em parte, retiradas do sketch «Curso de preparação para o casamento», da série Lopes da Silva):
mousse | São (< Conceição) | gravar [a eucaristia] (‘fixar sons ou imagens em disco ou fita magnética’ [< ‘esculpir com buril ou cinzel; estampar; imprimir’]) | abreijos (abraços + beijos)
NCMDL (< Núcleo de Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa)
CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate

Processos de neologia
Exemplos
Extensão semântica
navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)
Empréstimo
scanear, pizza
Amálgama
portunhol, motel
Sigla
CEE, ESJGF
Acrónimo
CRE, ovni
Onomatopeia
coaxar, tiquetaque
Truncação
zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino

Os exercícios seguintes são tirados de Nova Gramática didática do português:

1. Os exemplos listados abaixo ilustram um processo irregular de formação de palavras. Identifique-o. ________
rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo informático’)
leitor (‘aquele que lê’) > leitor (‘professor universitário’)
portal (‘porta grande’) > portal (‘página da Internet’)
salvar (‘livrar de perigo’) > salvar (‘guardar’)

2. Distribua as palavras que se seguem pelo quadro abaixo.
soirée | restaurante | menu | jeep | bife | lambreta | diesel | airoso | flamenco | maestro | recuerdo | futebol | confetti | piloto | dobermann | stock | alzheimer | tapa | tablier | muesli

Empréstimos
Galicismos

Anglicismos

Italianismos

Espanholismos

Germanismos


3. Descubra, na sopa de letras, seis palavras formadas por amálgama. Encontrá-las-á na horizontal e na vertical.


4. A lista de palavras apresentada é composta por acrónimos e siglas. Classifique-as e especifique o seu significado. [Não especifiques por escrito; pensa só.]
a) PALOP
b) CD
c) PSP
d) BD
e) OTAN
f) OMS
g) ONU
h) TAP
i) UE
j) PME

5. Recorra ao processo de truncação para formar palavras.
a) motociclo > _____
b) fotografia > _____
c) exposição > _____
d) zoológico > _____
e) quilograma > _____
f) metropolitano > _____
g) hipermercado > _____
h) discoteca > _____

6. Proponha uma onomatopeia para cada caso apresentado.
a) avalancha — _______
b) mergulho — _______
c) vidro partido — ______
d) chuva — _______
e) batida na porta — ______
f) vento — _______
g) trovão — ______
h) queda — ______

Itens de exame recentes em torno de processos de formação de palavras
[2014, 2.ª fase]
1.5. Os processos de formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17 [«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,
(A) derivação e amálgama. | (B) composição e truncação. | (C) amálgama e parassíntese. | (D) composição e derivação.
[2013, prova intermédia]
1.3. Os processos de formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos. Segundo o estudo publicado na Environmental Science & Technology, é uma verdadeira «plastisfera», um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha 21) são, respetivamente,
(A) derivação e composição. | (B) truncação e composição. | (C) parassíntese e amálgama. | (D) amálgama e composição.
TPC — Relanceia o que está em Gaveta de Nuvens sobre «Processosmorfológicos de formação de palavras» e sobre «Processos irregulares deformação de palavras».

Aula 97-98 (15 [5.ª], 16 [7.ª], 17/fev [8.ª, 1.ª]) Trata-se do Grupo II de um exame nacional, a que acrescentei apenas dois itens.

Leia, atentamente, o seguinte texto.
Não creio que as classificações acrescentem o que quer que seja à fruição de uma obra de arte, seja ela literária ou de outra qualquer natureza; mas também não penso que a prejudiquem. Por isso, ao terminar a leitura de Memorial do Convento, ainda sob o império da fascinação que ela me provocou, surpreendi-me a interrogar: que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever? Um romance histórico? Um romance realista? Uma alegoria? Uma parábola? Uma epopeia? Um conto de fadas? Uma história de amor? […] A resposta surgiu, inevitável, irrecusável por assim dizer: Memorial do Convento é tudo isso, um caleidoscópio, […] um espelho do real reinventado, diverso e complexo, à imagem e semelhança do mundo e dos homens que nele habitam e o fazem avançar. […]
Este romance não é apenas um romance histórico, a sua duração transcende os limites cronológicos do quadro histórico em que à primeira vista parece encerrar-se […]. A cada passo surgem referências a acontecimentos que virão a produzir-se muito para além do marco temporal da história que nos é contada – a propósito dos damascos carmesins e dos panos verdes que ornamentam o coro da Igreja alude-se ao «gosto português pelo verde e pelo encarnado, que, em vindo uma república, dará bandeira» […]. É que, neste romance […], a história não é uma categoria imutável e fixa, mas a contínua respiração da realidade, rio cujas águas nunca param e nunca se repetem. […]
A luta de classes. De outra coisa não fala este romance que por isso mesmo é também um romance realista – e uma epopeia. Às duas epígrafes que o autor lhe antepôs – uma do Padre Manuel Velho, a outra de Marguerite Yourcenar – poderia ter acrescentado uma terceira, extraída do conhecido poema de Brecht intitulado «Perguntas de um Operário Letrado», que começa por estes três versos: «Quem construiu Tebas, a das sete portas? / / Nos livros vem o nome dos reis. / Mas foram os reis que transportaram as pedras?» É a uma pergunta análoga que o Memorial dá resposta. Para assegurar a sua progénie, um rei beato promete erigir um convento de franciscanos na vila de Mafra. Mas são os servos da gleba que, com o seu sangue e o seu suor hão-de construí-lo, homens vindos de todos os cantos do país, atraídos pela esperança de melhor salário, levados à força outros como se gado fossem […].
Com tudo isto, ficou ainda por dizer que o romance deve muito da sua força narrativa ao estilo incomparável de Saramago, ao seu perfeito domínio da língua portuguesa, a que este livro é uma permanente homenagem, à opulência de uma escrita em que o extremo rigor e a liberdade estreme se conjugam, numa rara aliança em que nenhum deles é sacrificado pelo outro e antes mutuamente se enriquecem.
Luís Francisco Rebelo, Memorial do Convento, José Saramago, 25 anos da 1.ª edição: A recepção da crítica na época, Lisboa, Caminho, s.d.

epígrafe: fragmento de texto, citação curta, máxima, etc., colocada em frontispício de livro, no início de uma narrativa, de um capítulo, de uma composição poética, etc., como orientação de leitura ou objectivos afins.
progénie: descendência, sucessão.
estreme: pura, radical.

1. Circunda a melhor alínea.
A palavra «que» (linha 1, a seguir a «Não creio») pertence à classe
a) das conjunções consecutivas.
b) das conjunções concessivas.
c) dos pronomes relativos.
d) das conjunções completivas.

Segundo o autor, na fruição de uma obra de arte, classificá-la torna-se
a) inadequado.
b) impossível.
c) indiferente.
d) imprescindível.

O recurso a interrogativas (linhas 4-6) serve ao autor como
a) introdução à temática que vai desenvolver.
b) questionamento dirigido a outros críticos.
c) rol de suspeitas decorrentes da leitura do livro.
d) efeito meramente retórico e estilístico.

Com o recurso ao termo «caleidoscópio» (linha 8), o autor vê Memorial do Convento como uma obra
a) obscura na sua multiplicidade.
b) multifacetada como a vida.
c) emaranhada como um labirinto.
d) única na sua singularidade.

Com a transcrição do poema de Brecht (linhas 22-24), o autor pretende sublinhar
a) o testemunho de um autor dramático.
b) a variedade possível de epígrafes.
c) o paralelismo com Memorial do Convento.
d) a semelhança com as anteriores epígrafes.

A palavra «que» (linha 29) pertence à classe
a) dos pronomes relativos.
b) das conjunções completivas.
c) das conjunções coordenativas.
d) das conjunções consecutivas.

O antecedente do pronome «que» (linha 31) é
a) «romance» (linha 29).
b) «estilo incomparável» (linha 30).
c) «perfeito domínio» (linha 30).
d) «língua portuguesa» (linha 30-31).

A colocação do pronome «se» (linha 32) em posição anteposta ao verbo justifica-se pela sua
a) inclusão numa frase em discurso indireto.
b) inserção numa frase subordinada relativa.
c) dependência de uma construção negativa.
d) integração numa frase interrogativa indireta.

2. Associa cada elemento de A ao único elemento de B que lhe corresponde.
            A
1. Com o recurso a «É que» (linha 15),
2. Com o recurso à conjunção «mas» (linha 16),
3. Com a utilização da frase negativa iniciada por «De outra coisa não fala» (linha 18),
4. Com o recurso ao travessão duplo (linhas 19-20),
5. Com a utilização da forma do verbo auxiliar modal «poderia» (linha 20),
            B
a) o enunciador exprime oposição em relação à ideia apresentada anteriormente.
b) o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.
c) o enunciador nega para afirmar com mais veemência.
d) o enunciador estabelece uma lógica de finalidade.
e) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido anteriormente.
f) o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.
g) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual anterior.
h) o enunciador explica a ideia expressa desde o início do parágrafo.
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___.


Na p. 286, vai lendo «Esta é a história de Memorial do Convento...» (p. 286) e, como se pede no ponto 1, completando as lacunas com nomes próprios ou comuns:
1. _____;
2. _____;
3. _____;
4. _____;
5. _____;
6. _____;
7. _____;
8. _____;
9. _____;
10. _____;
11. _____;
12. _____;
13. _____;

Na p. 287, atenta no verbete para ‘memorial’ do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, reparando nas quatro aceções aí anotadas. Lê depois os dois trechos ensaísticos no enquadrado «Memorial do Convento: o título».
Em escrita muito revista, responde a estas duas perguntas:
Explica — desenvolvendo-a — esta questão posta por Carlos Reis (no último dos trechos no final da p. 287):
«este “memorial do convento” privilegiará o que numa certa memória se reteve acerca do Convento, da sua origem, da sua construção e dos que nela trabalharam; mas não será ele também um memorial pelo Convento?».
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Pensa em um outro título que pudesse ter o livro de Saramago. Indica esse título e justifica a tua escolha à luz dos aspetos da narrativa que esse título vincasse.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Completa (em geral, com termos de narratologia ou com nomes de personagens):

Tempo do discurso vs. Tempo da história
Memorial do Convento
Locke
Há alterações na ordem dos acontecimentos?
A _____ não é recurso essencial, mas, por vezes, somos informados de factos anteriores à história que está a ser narrada: por exemplo, as diligências, por parte dos ____, anteriores a 1711 (já em 1624 e em 1705), para se construir um convento. As ____ são mais significativas, até porque costumam ser menos habituais nos romances. Há algumas que remetem para os nossos dias ou para o século XX genericamente: referência às cores da bandeira republicana [cap. XII]; a praia como local de lazer [cap. XIII]; cravos e 25 de abril de 74 [cap. XIII], ida à lua, Junot em Mafra, cinema [cap. XVII], Fernando Pessoa [cap. XVIII]. Também há prolepses que dão conta de situações futuras mas pertencentes à própria intriga do romance (vimos há dias como se antecipava a morte de ____; logo no início alude-se aos vindouros bastardos de ____: «quando acabar a sua história se hão de contar por dezenas os filhos assim arranjados»).
Não há propriamente analepses ou prolepses, uma vez que o tempo do discurso (medido em «película» de filme) e o tempo da ____ (no fundo, o de uma viagem de carro entre duas cidades inglesas) parecem coincidir completamente. Pretende-se que acreditemos que a ação decorre «em direto» (abordagem que implica não haver distorções entre tempo da história e do ____). Há alusões ao passado, mas apenas na conversa entre personagens (entre Locke e ____ ou Katrina, sobretudo relativamente a um dia de há sete meses; ou em desabafos dos colegas de trabalho de Locke, acerca dos nove ou dez anos anteriores). Não se pode considerar que essas menções ao passado por parte das personagens constituam alterações da ____ dos acontecimentos. O mesmo se diga de intenções quanto ao ____, reveladas aqui e ali, por parte de Locke ou das duas mulheres. São apenas isso: atos de fala de cada uma das personagens.
Há distorções na duração (omissões, resumos, pausas)?
Há ____ (cortes, saltos no relato): «Meses inteiros se passaram desde então, o ano é já outro» [cap. VIII]; «Encerrados na quinta, Baltasar e Blimunda assistem ao passar dos dias. Agosto acabou. Setembro vai em meio» [cap. XVI]. Há ____ (em que um grande lapso de tempo é dado em poucas pinceladas): «tornou o padre aos estudos, já bacharel, já licenciado, doutor não tarda...»; a busca de Baltasar por Blimunda também é dada em resumo/elipse. Estes momentos, como é óbvio, ____ o ritmo da narrativa.
Ao contrário, haverá zonas em que o relato parece demorar-se excessivamente, ____ assim a velocidade da narrativa (por exemplo, a narração da «epopeia da pedra», em que o tempo do discurso parece mais lento do que o da história).
A duração do discurso, no caso do cinema, corresponderá ao que demora o filme a ser visto (num livro, a duração do ____ pode ser medida em páginas). Tal como se viu acontecer em termos de ordem, também quanto à duração em Locke se assume haver completa equivalência entre o tempo da ação e o da nossa receção. Por exemplo, somos instados a crer que não há ____ e que, portanto, não houve momentos mortos na viagem: Locke esteve sempre ao telemóvel ou em monologais ajustes de contas com o ____ (e estes monólogos até parecem demorar o tempo «real»). Se considerássemos dentro da diegese o que originara a ação presente, poder-se-ia dizer que se recorrera a ____, incluídos nos diálogos, para se conseguir incorporar, compactados, esses longos sete meses.

TPC — Termina resposta(s) iniciada(s) em aula.

Aula 99-100 (21 [7.ª, 5.ª], 22 [1.ª], 23/fev [8.ª]) Correção de questionário de compreensão (ver Apresentação).

Questionário de gramática
Turmas 5 & 7
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
A Lu andou ao sol, ficou doente, foi internada.

A Amélia, que foi minha namorada, está bonita.

Estava já com fome, pois almoçara apenas insetos.

O professor anunciou que os alunos estavam aprovados.

Saiu, depois que a noite chegou.

Estava tanto calor, que todos se despiram.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
A ideia foi-lhe apresentada por Heliodoro.

Camões dedicou o livro a Sebastião.

Irritei-te desnecessariamente.

Salvador gostava de Helena.

A secretária elegeu a pesca do salmão como a solução ideal.

Pôs o telemóvel sob a carteira para enganar o professor.


Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram é legível na vertical.
Ela
pronome
pretendia que se vivia bem

em Lisboa, embora

a olhassem de soslaio.


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
derivação por sufixação
perda

cronómetro

esvoaçar


Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo).
Prometo pontuar este teste com vinte valores.
compromissivo
Não te agrada esta nossa decisão?

Este cocó de cão não estava aqui há pouco.


Turmas 5 & 7
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Cantas tão bem, que fico logo alegre.

Mal entrou, o ambiente ficou diferente.

O Vicente, que é um bom homem, tem dívidas tremendas.

O diretor avisou que as matrículas estavam encerradas.

Não tinha dinheiro, portanto não comprei nada.

Chegou, viu e venceu.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
Camões pediu inspiração a Calíope.

A família de Ernesto foi para a Toscânia.

A pesca do salmão no Iémen foi impulsionada pelo xeque.

Vou pôr a mesa quando chegar o salmão.

O povo não nomeou D. João V seu governante.

Leva-me ao Iémen.


Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram é legível na vertical.
Ele integrava
pronome
a equipa que vencera

os colegas de Paris,

mas não parecia.


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
derivação por sufixação
encurtar

chave [(= ‘solução’)]

piscicultura


Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo).
Prometo pontuar este teste com vinte valores.
compromissivo
Declaro-me felicíssimo com esta minha nova vida.

O Heliodoro já foi à rua fazer cocó?


Turmas 1 & 8
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
És de tal modo irritante, que te odeio.

Diria que este trabalho de gramática é facílimo.

Mal o tempo mudou, foi à praia.

Conhé, que jogava à baliza, era o meu ídolo.

Se pudesse, via esta pergunta no telemóvel.

Soube-lhe bem, apesar de que os ovos estavam estragados.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
O rei melindano ouviu atentamente.

Gostas do ‘Tia Albertina’ que te dei?

O Gama vinha de Lisboa.

Jonas considerava a pesca de salmão no Iémen uma loucura.

Trata-me bem, por favor.

O chato discurso foi ouvido pelo coitado do rei.


Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram é legível na vertical.
Ela
pronome
tinha um carro que todos invejavam,

quando

a viam sair.


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
derivação por sufixação
esclarecer

saca-rolhas

[o] alcance


Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo).
Prometo pontuar este teste com vinte valores.
compromissivo
Creio que nem todas as mesas estão ocupadas.

São, como devo fazer esta mousse de chocolate?


Turmas 1 & 8
Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).
A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Camões escreve tão bem, que não o suporto.

Declaramos que nos opomos a isso.

Comeu o bolo, bebeu a aguardente, trincou a noz.

Sempre que chove, a ESJGF fica alagada.

Odeio os alunos que não sabem orações substantivas.

Ainda que o Benfica perca, lá estarei no Marquês.


Classifica a função sintática do segmento sublinhado.
Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.
vocativo
As Tágides deram-lhe inspiração.

O bom do Gama foi enganado pelo rei de Mombaça.

Vi Ângela, mas abandonei-a.

O rei ouviu o discurso com atenção.

Harriet tinha Jones por ingénuo.

Vasco da Gama foi à Índia.


Indica a classe das palavras sublinhadas (determinante, pronome, quantificador, preposição, conjunção, interjeição, nome, verbo, adjetivo, advérbio). O período em que se integram é legível na vertical.
Ele integrava
pronome
aquela turma, numa escola onde,

com sorte, se estudava

ou se brincava.


Indica o processo de formação (derivação por prefixação, por sufixação, por prefixação e sufixação, por parassíntese; conversão, derivação não afixal; composição morfológica, composição morfossintática || extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
amável
derivação por sufixação
[o] ataque

arruivado

geologia


Classifica o ato ilocutório (declarativo, assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo).
Prometo pontuar este teste com vinte valores.
compromissivo
Queres ir comigo ao cinema?

Encontrei o Zeferino no restaurante.


Em tepecê recente, vimos como, um pouco como já acontecia em Os Maias, havia em Memorial uma série de momentos que formavam uma galeria de quadros sociais. O que se segue é uma tabela acerca do espaço social já semi-preenchida. Completa as lacunas:

Quadros
Personagens/Classes sociais envolvidas
Temas e/ou aspectos visados
Entrudo, Quaresma (procissão de penitência) [cap. III]
______

a religião como pretexto para a prática de excessos; sensualidade & misticismo
Histórias de milagres e de crimes [XIV; II; XVII]
______ e povo;
o frade ladrão
superstição e crendice;
libertinagem
Autos de fé [V; XXV]
cfr. leitura em aula
_______
repressão ____ e política;
fanatismo
Baptizados e funerais régios [VIII; X]
rei e rainha; nobreza e ____;
(povo assistindo)
luxo e ostentação;
vida e morte como espetáculo
Elevação a cardeal do inquisidor [VIII]
_____ e nobreza;
(povo ______)
luxo e ostentação
Vida conventual [II; VIII]
frades e freiras;
nobreza
______;
______
Tourada [IX]
_______
o sangue e a morte como espectáculo
Procissão do Corpo de Deus [XIII]
todas as classes
sobreposição do profano ao _____;
a libertinagem do _____
Cortejo de casamento [XXII] *cfr. exame respondido em aula ainda no 1.º período
casal real, infantes, nobreza, clero;
(povo assistindo)
o casamento na realeza, a vida das mulheres; luxo e ostentação; contraste com miséria do ______; estado dos _______

Nas pp. 48 e 49 há dois textos de Pessoa (A e B), ortónimo, e uma crónica de Luís de Sttau Monteiro. Depois de leres os três textos, escreve um comentário focado no modo como em Pessoa se alude à infância, com referência sobretudo àqueles dois poemas (ou só a um deles), mas em que poderás, se quiseres, aproveitar algum contraste com o texto de Sttau Monteiro.
(Cerca de 150 palavras.)

Memorial do Convento
Locke
Os títulos incluem referência a um edifício ou a personagem muito ligada à construção civil:
o ______ de Mafra
Ivan _____
Os títulos esclarecem-nos sobre o foco principal e o género da obra.
Logo o título inclui uma expressão que parece evocar o género memorialístico. Com efeito, a palavra «______» tem três aceções possíveis: ‘exposição sumária para esclarecer questão prática’; ‘obra em que estão relatados factos memoráveis’; ‘monumento comemorativo’, o que confirma que a narrativa tem índole ______ e, em sentido lato, memorialística.
O título socorre-se de um nome próprio, um antropónimo, o apelido da personagem principal. Esta escolha deve significar que se pretende realçar a ______ do herói. Com efeito, mostra-se-nos Ivan Locke sozinho com as suas resoluções, que explicita aos outros sem hesitar, raciocinando agora apenas para levar a cabo as decisões que já tomara. Algures se considera este filme um thriller _______.
As obras evidenciam contexto e sociedade.
No caso de Memorial, devemos ter em conta que, no rosto, ou frontispício, há a indicação «romance». Enfim, não será muito errado considerar este um romance histórico, com uma intenção também de intervenção _____.
O filme não deixa de retratar situações que revelam preocupações de ordem ______ (as relações familiares, a solidão, as hierarquias profissionais, o  desporto e a televisão), ainda que nos pareçam menos programáticas do que as do livro de Saramago).
Em ambas as narrativas, a construção de edifício (ou peripécias à sua volta) é uma das linhas de ação.
A construção do convento implica boa parte do enredo, marcando temporalmente a ação (por exemplo: em 1717, bênção da primeira pedra; em 1730, a ___).
A betonagem a ocorrer na madrugada é o assunto crucial das diligências ao telemóvel. E na origem do outro eixo da intriga (o nascimento de um filho) estiveram os ____ de uma outra obra.
Em ambas as narrativas, o eixo da tarefa de construção é cruzado pelas outras linhas de ação.
Passarola passa por Mafra; família de ____ vive em Mafra; Blimunda e Baltasar vão viver para Mafra; etc.
Um só exemplo: a certa altura, Ivan precisa de um número de telefone para efeitos da obra, mas ____ recusa dar-lho.
Ambas as construções se relacionam com a vertente sociológica, o retrato da vida dos operários.
Em Memorial, a construção do convento é a causa da exploração dos trabalhadores e até da ____ de personagens (Francisco Marques, Álvaro Diogo), embora também seja fonte de emprego temporário.
Em Locke, os contactos de Ivan dão-nos ideia de quem pode intervir neste tipo de obra: Donal, os polacos, o albanês, outros biscateiros (versus ___ em Chicago; e chefe local), funcionários da Câmara, etc.
TPC No máximo até ao fim do Carnaval termina a leitura de Memorial do Convento (depois de a teres feito, é claro).

Aula 101-101R (21 [8.ª], 22 [7.ª], 23 [1.ª], 24/fev [5.ª]) Mais uma tarefa que agradeço à Gramática Didática de Português (Santillana, 2011):
1. Identifique as figuras de estilo presentes nos excertos seguintes.
a)
Tentei uma brecha naquela impenetrável muralha de palavras, já cansada de andar para cá e para lá no corredor, enquanto a minha mãe, da sala perguntava, pela 756.ª vez, quem era.
Alice Vieira, Chocolate à Chuva.
b)
Bastava a ponta dos meus dedos sobre a mesa, e logo o coração da mesa respondia, batendo pausadamente ao ritmo do meu.
Alice Vieira, Chocolate à Chuva.
c)
Na primavera
o sol
faz o ninho
no beiral da minha casa.
Francisco Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, «Ave», Breviário do Sol.
d)
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Eugénio de Andrade, «As Palavras», Antologia Breve.
e)
[...] aquela menina casadoira,
que mora junto ao largo,
vem à varanda ver a Lua.
Manuel da Fonseca, «Noite de Verão», Obra Poética.
f)
Perdido num sonho:
o sol, o deserto...
Na linha dos olhos
tão longe, tão perto
ondula... a miragem?
Francisco Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, «Ave», Breviário do Sol.
g)
Já descoberto tínhamos diante,
Lá no novo Hemisfério, nova estrela,
Luís de Camões, Os Lusíadas.
h)
Viva a Mademoiselle! Viva a minha precetora! Viva o papá que mandou a outra ir embora! Viva! Viva!
Augusto Gil, Gente de Palmo e Meio.
i)
Fidalgo: — Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida?
Diabo: — Vai pera a ilha perdida e há-de partir logo ess’ora.
Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno.
j)
Não há ninguém mais rico no mundo. Sou riquíssimo. Sou podre de rico. Cheiro mal de rico.
José Gomes Ferreira, Aventuras de João sem Medo.
k)
Batizei quase todos os poemas que escrevi. Certo dia, coloquei-os pela ordem alfabética dos títulos e deixei-os sobre a mesa a repousar, cansados de tanto trabalho com as palavras.
João Pedro Mêsseder, De Que Cor é o Desejo?
l)
Que medonho sítio!
Irene Lisboa, Uma Mão Cheia de Nada e Outra de Coisa Nenhuma.
m)
— Senhor João Sem Medo: cá o meco chama-se Zé Porco... Este meu sócio é o Chico Calado, mudo de nascença... E aquele tem a alcunha de «Louro» porque passa a vida a beberricar pelas tabernas, onde improvisa cada versalhada de se lhe tirar o chapéu.
«Sim, senhor... — pensou João Sem Medo. — Linda coleção!»
José Gomes Ferreira, Aventuras de João sem Medo.
n)
— Não acredito — disse Gil. — Você não tem fibra para ensinar a esgadanhar um bocado de Liszt a essas monas filhas de tubarões da finança e medíocres cortesãs.
Agustina Bessa-Luís, Contos Impopulares.
o)
E erguendo a cabeça do bordado explicou-se melhor:
— Quando Deus quer, até os cegos veem.
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva.
p)
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
Luís de Camões, Os Lusíadas.
q)
Meio-dia
O Sol tem os seus
Caprichos: não gosta
Que o olhem
Olhos nos olhos.
Francisco Duarte Mangas; João Pedro Mêsseder, Breviário do Sol.
r)
Que, da ocidental praia lusitana
Luís de Camões, Os Lusíadas.
s)
Era um céu alto, sem resposta, cor de frio.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares.
t)
Uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há-de ser o sermão: há-de ter raízes fortes e sólidas, porque há-de ser fundado no Evangelho; há-de ter um tronco, porque há-de ter um só assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão-de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes.
u)
Enquanto os vermes iam roendo esses cadáveres amarrados pelos grilhões da morte.
Alexandre Herculano, Eurico, o Presbítero.
v)
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Jorge de Sena, «Quem A Tem».
w)
O céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Um pouco de luz perdeu, como enfiado.
Luís de Camões, Os Lusíadas.
Padre António Vieira, «Sermão de Santo António [aos peixes]»
Grupo I-B
Isto suposto, quero hoje, à imitação de Santo António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão. Os demais podem deixar o sermão, pois não é para eles. Maria, quer dizer, Domina maris: «Senhora do mar»; e posto que o assunto seja tão desusado, espero que me não falte com a costumada graça. Ave Maria.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, Cap. I, Biblioteca digital, Porto Editora
1. Este excerto inclui duas das quatro partes da estrutura interna do Sermão de Santo António aos Peixes.
1.1. Identifique-as, justificando convenientemente a sua resposta.
1.2. A Confirmação é a mais longa das partes, na estrutura interna deste sermão.
1.2.1 Estabeleça os seus limites. Redija uma frase para cada um dos capítulos da Confirmação, capaz de resumir o con­teúdo de cada um deles.
1.3. Refira-se de forma breve à última parte do Sermão (capítulo VI), destacando a função que desempenha e os assuntos aí tratados.
Grupo I-B
[Soluções possíveis — completa-as, usando só termos da Retórica, os relativos às partes de um sermão; consulta o quadro atrás, se for caso disso]
1.1. As duas partes do Sermão presentes no excerto apresentado são o _____ (exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender), que parte do conceito predicável «Vós sois o sal da terra», em que se destaca a referência às obrigações do sal, a indicação das virtudes dos peixes e a crítica aos homens e a _____ (pedido de auxílio divino).
1.2.1. A terceira parte do Sermão de Santo António aos Peixes é a Confirmação (subdividida em _____ e _____) com a exposição do tema, das ideias e seu desenvolvimento, que engloba a argumentação e a crítica aos comportamentos, a cen­sura à prepotência dos grandes, a crítica à vaidade dos homens e a censura aos ambiciosos, aos hipócritas e aos traidores.
O Padre António Vieira indicou, no início do Cap. II, que dividia o desenvolvimento do seu sermão em duas partes. Assim, temos dois diferentes momentos de exposição e dois diferentes momentos de confirmação:
— no primeiro momento de exposição (Cap. II), destaca os louvores dos peixes em geral, seguindo-se a respetiva _______, no Cap. III, com os louvores em particular (peixe de Tobias, rémora, torpedo e quatro-olhos);
— o segundo momento de ______ surge no Cap. IV, ao falar da repreensão dos vícios em geral, seguindo-se a respetiva confirmação, no Cap. V, com as repreensões em particular (roncadores, pegadores, voadores e polvo).
1.3. A quarta parte do Sermão é a _______, uma conclusão que utiliza um desfecho forte para impressionar o auditório, uma última advertência aos peixes e a descrição de si próprio como pecador. O sermão termina com um hino de louvor a Deus.
[Quadro tirado de Projetos, 11.º ano, Santillana]
TPC — Lê o que vou pôr em Gaveta de Nuvens sobre figuras deestilo.

Aula 102-103 (22 [5.ª], 23 [7.ª], 24/fev [8.ª, 1.ª]) Leitura de «Epopeia» (p. 154), para responder a itens V/F.
Na p. 156, lê «Os Lusíadas: poema épico», para preencheres as lacunas:
a = _____; | b = _____; | c = _____; | d = _____; e = _____; | f = _____; | g = _____; | h = _____; i = _____; | j = _____; | k = ______; | l = ______; m = _____; | n = _____; |o = _____; |p = _____.

Os livros distribuídos são todos do género épico (epopeias, poemas narrativos em verso sobre assunto merecedor de glorificação). No entanto, podemos distinguir três tipos:
(1) epopeias estrangeiras (traduzidas em português, em prosa ou em verso).
(2) epopeias portuguesas (menos célebres do que Os Lusíadas, mas, ainda assim, poemas épicos com propósitos sérios).
(3) epopeias paródicas ou poemas herói-cómicos (ainda que escritos segundo as regras da epopeia, têm objetivos satíricos; o próprio assunto pode ser ridículo).
Procurei que em cada mesa ficasse um exemplar dos tipos 1 ou 2 (epopeias a sério) e um exemplar de 3 (epopeias satíricas).
Comecem por identificar os livros que lhes tenham cabido (assinalando-os na lista):
1
Homero, Ilíada, trad. de Frederico Lourenço, 2005 [séc. VIII a.C.]
Homero, Odisseia, trad. de Frederico Lourenço, 2003 [séc. VIII a.C.]
Virgílio, Eneida, trad. de Agostinho da Silva, 1997 [séc. I a.C.]
Vergílio, Eneida, trad. de vários professores da FLUL, 2003
João Franco Barreto, Eneida Portuguesa, 1664
Coelho de Carvalho, A Eneida de Vergilio lida hoje, 1908
Ludovico Ariosto, Orlando Furioso, trad. de Margarida Periquito, 2007 [1516]
Torquato Tasso, Jerusalem Libertada, versão de José Ramos Coelho, 1905 [1581]
Kalevala. O poema épico da Finlândia, trad. de Orlando Moreira, 2007 [1849]
2
Jerónimo Corte-Real, Sucesso do segundo cerco de Diu, 1546
Vasco Mouzinho de Quevedo, Afonso Africano, 1611
Gabriel Pereira de Castro, Ulisseia ou Lisboa Edificada, 1636
José Martins Rua, Pedreida. Poema heroico da liberdade portugueza, 1843
José Agostinho de Macedo, O Oriente, 1854
José Agostinho de Macedo, Newton, 1854
Tomás Ribeiro, D. Jayme, 1862
José Agostinho de Macedo, A Creação, 1865
António José Viale, Bosquejo metrico da historia de Portugal, 1866
Augusto Bacelar, Migueleida. Poema em memoria do Senhor Dom Miguel de Bragança, 1867
Carlos Alberto Nunes, Os Brasileidas, 1938
3
Camões do Rossio [Caetano da Silva Souto-Maior], A Martinhada, séc. XVIII
Francisco de Paula de Figueiredo, Santarenaida, 1792
António Diniz da Cruz e Silva, O Hyssope, 1808
João Jorge de Carvalho, Gaticanea ou cruelissima guerra entre os cães e os gatos [...], 1816
[Nuno Pato Moniz], Agostinheida, 1817
J. M. P. [Camilo Aureliano Silva e Sousa], Os Ratos da Alfandega de Pantana, 1849
A Revolução, 1850
Alexandre de Almeida Garrett, As Viagens a Leixões ou a Troca das Nereidas, 1855
Francisco de Almeida, Os Lusiadas do seculo XIX, 1865
Manuel Roussado, Roberto, 1867
Quatro estudantes de Evora, Parodia ao primeiro canto dos Lusiadas de Camões, 1880
Pedro de Azevedo Tojal, Foguetario, 1904
Marco António, Republicaniadas, 1913
Um velho tripeiro, «A Carrileida». Poema épico-commercial, 1917
Octávio de Medeiros, Affonseida, 1925
Padre Ângelo do Carmo Minhava, Cabrilíada, 1947
Amândio Vilares, Portuscale, s.d.

Relativamente ao livro do tipo 1 ou 2:
Assunto do poema [a própria proposição já os pode ajudar bastante nessa síntese, já que, por definição, anuncia o que o autor se propõe «cantar»]: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A proposição vai da estância 1 à ____.
A invocação vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ____.
A narração começa na estância ____.
Nem todos os poemas terão invocação (embora seja de regra) e, ainda menos, dedicatória (inovação dos Lusíadas mas que não era habitual nas epopeias).
Número de cantos (ou livros): ____.
Tipo de estrofes: {escolhe} oitavas / [outro:] ____ / indiferenciadas.
Esquema rimático: {escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:] _______.
Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] _______.

Relativamente ao livro do tipo 3:
Assunto do poema: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A proposição vai da estância 1 à ____.
A invocação vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ______.
A narração começa na estância ____.
Nem todos os poemas terão invocação (embora seja de regra) e, ainda menos, dedicatória (inovação dos Lusíadas mas que não era habitual nas epopeias).
Número de cantos (ou livros): ____.
Tipo de estrofes: {escolhe} oitavas / [outro:] _____ / indiferenciadas.
Esquema rimático: {escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:] ______.
Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] ______.
TPC — Para depois do Carnaval prepara leitura em voz alta das três estâncias de Os Lusíadas na p. 161, bem como das quatro estâncias na p. 164. (Para conseguires leitura razoável, não chegará reconheceres as estrofes pouco antes da aula. Pretende-se uma leitura profissional — afinal, trata-se da Liga dos Campeões.)

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