Thursday, September 10, 2015

Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-26)



Aula 1-2 (21 [1.ª] e 22/set [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Apenas poucas indicações úteis ao trabalho ao longo do ano: blogue, manuais, folhas no caderno, gramática; avaliação (reservando-se a informação sobre aspetos do programa e calendário para mais tarde). Cfr. Apresentação da aula (mais em baixo).

Os parágrafos que se seguem tratam dos autores de que este ano mais falaremos: o Padre António Vieira (88-135), Almeida Garrett (136-225), Eça de Queirós (226-285), Cesário Verde (286-320). Entre parênteses, as páginas das secções que lhes correspondem no manual, embora não seja muito útil a sua consulta para esta tarefa.
Deves assinalar a veracidade (V) ou falsidade (F) das frases. Algumas escondem subtis impossibilidades, anacronias; mas também é preciso ter em conta que os escritores são muitas vezes excêntricos.
O aluno que tiver melhor resultado receberá uma parvoíce qualquer (tipo prémio Tia Albertina).

            António Vieira (1608-1697)
O Padre António Vieira, que, aos seis anos, partira para o Brasil com os pais — os portugueses Cristóvão Vieira Ravasco e Maria Azevedo —, era mestiço.
O Padre António Vieira atravessou o Atlântico sete vezes, tendo morrido na Baía.
Nas suas actividades evangelizadoras dos índios, no Brasil, os jesuítas — a Companhia de Jesus, a que pertencia o Padre Vieira — usavam a variante sul-americana do português.
Para assistir aos sermões do Padre António Vieira, ia-se de madrugada à igreja, a fim de reservar o lugar. Havia até quem acampasse à frente da igreja, nos dias anteriores.
Um dos mais famosos sermões de Vieira, o «Sermão de Santo António [aos Peixes]», foi feito no Oceanário de Lisboa, em frente às carpas e aos atuns.

            Almeida Garrett (1799-1854)
Garrett era filho de António Bernardo da Silva e de Ana Augusta de Almeida Leitão.
Careca, Garrett usava uma peruca, mas tinha o cuidado especial de que o seu cabelo parecesse natural e, por isso, ia trocando de cabeleira periodicamente, simulando o crescimento natural do cabelo.
Garrett usava um espartilho, para parecer ter a cintura muito fina, e um sutiã, para parecer ter um peito bem proporcionado.
Aos vinte e tal anos, Garrett namorou uma rapariga de onze.
Garrett tinha pernas — ou parte das pernas — postiças, mas movia-se com assinalável elegância.
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, é uma peça que, fantasiando-os, se inspirou em factos da vida do escritor cujo nome Garrett pôs no título, Manuel de Sousa Coutinho (1555-1632).
A primeira representação de Frei Luís de Sousa foi feita no Jardim Zoológico de Lisboa, perto da zona dos elefantes.

            Eça de Queirós (1845-1900)
Eça de Queirós, aclamado em Vila do Conde como natural desta cidade, nasceu na Póvoa de Varzim.
Ramalho Ortigão (1836-1915) — co-autor, com Eça, do Mistério da Estrada de Sintra — foi professor do amigo, quando este tinha cerca de dez anos.
Na Relíquia, romance de Eça de Queirós, o protagonista tem o azar de fazer uma troca na prenda que queria oferecer à sua tia beata (cuja fortuna queria herdar): em vez de uma relíquia da Terra Santa embalou a camisa de dormir da mulher com quem estivera.
Em Os Maias há pelo menos quinze refeições completas, algumas narradas em três páginas mas outras em vinte e seis.
Dois dos romances de Eça aproveitam situações de incesto. Em A Tragédia da Rua das Flores, o incesto envolve mãe e filho; em Os Maias, o incesto é entre irmãos.

            Cesário Verde (1855-1886)
Em casa dos pais de Cesário Verde, aos serões, saboreavam-se doçarias de cocó.
Na loja de ferragens, negócio da família, Cesário Verde, vestido de azul, tinha à venda camisolas de algodão e chinelas de tranças. Chegou a vender calda de tomate.
Cesário Verde, já muito doente, esteve, a conselho do médico-santo Sousa Martins, a aproveitar os ares do campo em Caneças e, depois, no Lumiar, onde aliás morreria.
O conto O Berloque Vermelho, escrito por Silva Pinto na 1.ª pessoa e precisamente no ano em que conhecera Verde, descreve uma paixão entre dois rapazes, o que já se tem interpretado como sintomático do tipo de relação que haveria entre os dois escritores. Silva Pinto veio a ser o editor do póstumo O Livro de Cesário Verde.


Preenchimento da ficha de caderneta (incluindo definição telegráfica).

O primeiro texto no Expressões-11, na p. 10, é o poema «Issilva», de Alexandre O’Neill. Como no manual faltam alguns versos (10-21), fica o texto reproduzido em baixo, completo:
Se bem grafados, «issilva» e «dassilva» ficariam «_____» e «____». O efeito obtido com aquela grafia errada era o de ___________.
A parte que, no manual, foi omitida talvez tornasse ainda mais nítida uma característica dos nomes escolhidos: trata-se, quase sempre, de apelidos __________.
Quase não é possível fazer perguntas de sintaxe acerca deste poema, já que nele as palavras não se relacionam em frases. É como se estivéssemos perante uma lista de palavras soltas, maioritariamente de uma única classe, a dos ____. No entanto, vendo mais de perto, percebemos que surgem três outras classes de palavras, entre as quais duas que servem precisamente para estabelecer conexões (entre frases ou palavras): a das ____ (ilustrada por «de») e a das ____ (representada por «e»). A classe de palavras que falta referir é a dos ____ (abonada pelo artigo «a», presente numa contração com a preposição já mencionada).

Escreve um texto expositivo-argumentativo cujo objectivo (em termos de mensagem a passar aos outros, tese defendida, finalidade crítica) seja equivalente ao do poema de O’Neill. (Os tipos de texto expositivo e argumentativo estão definidos nas pp. 345-346 [e 94], mas parece-me escusado ires rever essas noções.)

Aula 3-4 (24 [12.ª, 5.ª] e 25/set [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção do texto expositivo-argumentativo feito na aula anterior e agora devolvido.

[Tentativa minha para texto expositivo-argumentativo em torno do assunto pedido]
Muitos se lembrarão desse momento de Mr. Bean em férias: numa cabine telefónica, junto da linha do TGV, o nosso herói tenta descobrir um preciso número de telemóvel entre uma centena de possibilidades. Anotara os algarismos, mas falhara os das dezenas e das unidades. Por isso, vai experimentando todas as combinações e respondem-lhe dos mais variados locais ou contextos (senhora no cabeleireiro; homem distinto em velório; bebé durante a papa). Ficamos com a certeza da aleatoriedade do processo: aqueles cem números, pela diversidade dos recetores e situações a que conduziam, seriam uma amostra credível da sociedade francesa.
Podemos perguntar-nos se se chegaria a um resultado tão heterogéneo se o meticuloso Bean tivesse tido de recorrer a uma lista telefónica, e se se tratasse de descobrir o contacto certo entre uma ou duas colunas de proprietários de telefone fixo. Talvez não. Não esqueçamos que as listas de telefones se organizam por apelidos. Não era pequena a probabilidade de irmos dar a um conjunto de endereços a que correspondessem perfis próximos em termos sociais, em função de o apelido ser mais ou menos popular ou rebuscado. A coluna dos «Ávila», «Avilez», «Ayala» não nos sugeriria palacetes, mesmo se porventura arruinados? A dos «Ó», «Oca», «Oleirinha» não tem forte sabor rural?
É certo que este raciocínio decorre mais de estereótipos do que de ciência investigada. Dir-se-á também que, calhando-nos uma das muitas dezenas de páginas de «Silvas» ou de «Santos», de novo ficaríamos com um retrato verosímil, distribuído por todos os níveis sociais e proveniências. E, no entanto, pense-se que, dentro dessas séries de apelidos frequentes, a ordem alfabética dos primeiros nomes levaria a que nos pudéssemos deparar, por exemplo, com uma maioria de «Marias de qualquer coisa», o que decerto condicionaria o retrato sociológico do elenco que obtivéssemos.
[faltava a conclusão:]

Vai lendo o texto das pp. 11-13, «O top dos nomes», e, em cada item, circundando a alínea com a melhor solução.

Segundo o que se afirma na síntese nas linhas 1-5, o nome «Maria»
a) tem-se tornado mais raro.
b) mantém-se como um dos mais frequentes.
c) ainda é muito usado, embora as certidões de nascimento mostrem que é agora menos popular.
d) ainda é o mais frequente dos nomes.

«Cinco milhões de portugueses viram a cabeça quando ouvem pronunciar estes “sons”!» (ll. 8-10) significa que há cinco milhões de portugueses
a) com os nomes «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
b) que não respondem quando ouvem «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
c) que conhecem pessoas com os nomes «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
d) que não ligam quando interpelados.

O adjetivo «nacionais» (22) corresponde a
a) «de Espanha».
b) «de Portugal».
c) «de ‘Maria’ e de ‘José’».
d) «ibéricos».

Segundo o parágrafo 23-31, os nomes
a) entram em moda e em desuso ciclicamente.
b) perduram, resistindo à erosão do tempo e da memória.
c) são sobretudo resultado de fenómenos de moda.
d) mantêm-se em uso indefinidamente (em alguns casos) ou vão entrando e saindo de moda (em outros).

No parágrafo constituído pelas ll. 33-49, a falta de variedade na escolha dos nomes em Portugal é justificada com
a) a pouca imaginação dos padrinhos.
b) o hábito de se atribuírem nomes de familiares.
c) o facto de serem os pais e, por vezes, os irmãos a sugerirem os nomes.
d) o facto de a escolha, naturalmente, não ser feita pelo próprio.

As aspas que delimitam «partilhar» (42-43)
a) assinalam uma citação.
b) marcam tratar-se de discurso reproduzido.
c) enfatizam um sentido irónico.
d) vincam o sentido denotativo do termo.

O parágrafo 50-76 serve sobretudo para mostrar uma importante influência na adoção dos nomes —
a) o calendário.
b) o computador.
c) a religião.
d) as páginas eletrónicas.

O antecedente do pronome anafórico «o» (87) é
a) «um traço».
b) «uma marca».
c) «tanto».
d) «o nosso nome».

A pergunta que abre o parágrafo nas ll. 89-100
a) é uma interrogação puramente retórica.
b) é feita por Paula Matos.
c) serve para introduzir a argumentação seguinte (que, no fundo, lhe responde negativamente).
d) serve para introduzir a argumentação seguinte (que, no fundo, lhe responde afirmativamente).

Nas linhas 101-113 fica implícito que a autora considera
a) serem «Durvalino» e «Hermenegilda» nomes que podem estigmatizar quem assim se chame.
b) que «Diogo» e «Durvalino» são nomes com idênticas probabilidades de serem bem aceites.
c) que os nomes não se refletem na atitude daqueles a quem foram atribuídos.
d) que também os nomes «Diogo» ou «Catarina» podem não agradar aos seus detentores.

Segundo o parágrafo 115-131, os portugueses
a) costumam ter mais apelidos do que os franceses.
b) costumam ter mais nomes do que os franceses.
c) costumam ter menos sobrenomes do que os franceses.
d) costumam ter menos apelidos do que os espanhóis.

No parágrafo das linhas 132-149, diz-se que, em Portugal,
a) o último apelido tem de ser o paterno.
b) o penúltimo apelido pode ser o materno ou o paterno.
c) não há legislação sobre a atribuição dos apelidos.
d) é obrigatório ter-se quatro apelidos.

Segundo o parágrafo 150-169, designam-se «patronímicos»
a) os apelidos derivados dos primeiros nomes dos pais.
b) apelidos como «Pereira» ou «Rapado».
c) nomes com «Afonso».
d) os apelidos usados na Idade Média.

Segundo o parágrafo 151-169, além dos patronímicos, os étimos dos apelidos podem repartir-se em
a) alcunhas, topónimos.
b) nomes próprios, alcunhas, nomes de localidades.
c) características físicas, profissões, outros aspetos particulares.
d) nomes de localidades, nomes próprios.

Os parênteses usados no mesmo parágrafo das linhas 151-169 servem para
a) apresentar informação adicional.
b) fornecer dados explicativos da informação anterior.
c) se fazer um aparte, uma observação marginal.
d) inserir um modificador apositivo.

A pergunta que abre o último parágrafo (170-180)
a) é respondida nas linhas que se lhe seguem.
b) serve para afirmar uma ideia.
c) estabelece um cenário que é exemplificado depois.
d) é contrariada nas linhas seguintes.

O último período do texto salienta a importância
a) da identidade.
b) da história da língua.
c) da moda.
d) de, ao caminhar, atentarmos na possível presença de cocós de cão.

Como viste no texto lido («O top dos nomes», pp. 11-13), boa parte dos apelidos começaram por ser patronímicos (= ‘nomes de pai’): o primeiro Marques era filho de um Marco; o primeiro Simões, filho de um Simão; o primeiro Lopes, filho de um Lopo. (Estes apelidos terminavam em -z, porque o morfema que se afixava ao nome de batismo do pai era -ici, que evoluiu para -iz, -ez ou -z e, com a reforma ortográfica de 1911, para -s.) Atrás de muitos apelidos terminados em -s estão, portanto, primeiros nomes de homem.
Na tabela seguinte, deduz os patronímicos ou os primeiros nomes (alguns destes eram comuns na Idade Média mas caíram em desuso depois).

Nome
Patronímico
Sancho

Soeiro

Estêvão

Gonçalo


Dias

Mendes
Nuno


Anes

Peres / Pires

Vasques

Álvares
Paio / Pelágio


Antunes

Porém, nem todos os esses em final de apelido se devem àquele -ici. Por exemplo, os apelidos Reis e Santos celebram datas do calendário cristão: o Dia de ___ e o Dia de Todos os ____).
O trecho que vimos do Programa do Aleixo (início do episódio 1, da temporada 2) faz apresentarem-se-nos personagens (Bruno Aleixo, Nelson Miguel Rodrigues Pinto, Buçaco [«Bussaco» é erro ortográfico], Renato Alexandre, Busto) que podem ilustrar as quatro origens mais comuns dos apelidos: patronímicos, alcunhas, topónimos, invocação religiosa.
«Rodrigues» é um caso de _____ (o étimo é o nome «Rodrigo»). «Pinto» é um apelido que deve provir de uma _____ (o étimo terá sido «pinto», a cria da galinha). «Buçaco» exemplifica bem o processo de formação a partir de ______ (de certo modo, mostra até os dois momentos: primeiro, o nome do lugar está explícito em «[Homem do] Buçaco»; no final, Bruno trata o amigo já apenas por «Buçaco»). Quanto ao apelido do nosso protagonista, «Aleixo», pode ter várias explicações, mas uma delas é a de se tratar de ________ (se supusermos que a origem é «Santo Aleixo»).
Há uma característica inevitável da língua: a maneira como ela é diferente conforme a idade das pessoas, os sítios que frequentam, os seus interlocutores. Esta característica tem o nome de variação. E tem um resultado: a língua de quem vive em determinado tempo é sempre muito diferente da dos seus antepassados. A isso se chama mudança linguística.
As duas tabelas mostram um caso de variação e mudança no campo particular das escolhas de nomes de pessoas. Excecionalmente, até podemos trabalhar com referência a poucas décadas, porque, sendo uma área da língua muito exposta às vaidades humanas e influenciada por acontecimentos diretos — telenovelas, surgimento de vedetas de futebol, etc. —, o ritmo das mudanças é anormalmente elevado.
Nas colunas já preenchidas estão os nomes mais populares em cada década (a fonte dos dados é a 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa). À direita, deixei espaço para fazeres uma tentativa de acertar no top dos nomes dos nascidos em 2000.

Nomes femininos

1960
1970
1980
1990
2000 (segundo tu)
1.º
Maria
Maria
Ana
Ana

2.º
Ana
Ana
Carla/Maria
Joana

3.º
Isabel
Carla
Sónia
Sara

4.º
Anabela
Paula
Sandra
Andreia

5.º
Teresa
Sandra
Cláudia
Cátia

6.º
Helena
Isabel
Susana
Inês

7.º
Cristina
Anabela
Andreia
Catarina

8.º
Elisabete
Elisabete
Patrícia
Cláudia

9.º
Fernanda
Elsa
Marta
Vanessa

10.º
Luísa

Cátia
Maria


Nomes masculinos

1960
1970
1980
1990
2000 (segundo tu)
1.º
José
Paulo
Ricardo
João

2.º
António
José
Pedro
Tiago

3.º
João
João
Nuno
André

4.º
Luís
Luís
João
Pedro

5.º
Carlos
Carlos
Bruno
Ricardo

6.º
Pedro
António
Carlos
Diogo

7.º
Paulo
Rui
Paulo
Fábio

8.º
Fernando
Pedro
Rui
Nuno

9.º
Manuel
Nuno
Hugo/Luís
Bruno

10.º
Rui
Jorge
Tiago
Miguel


Em folha solta, faz um comentário a «Maria Albertina» (p. 21). Nesse comentário (com, pelo menos, cem palavras; talvez cerca de cento e cinquenta palavras), explicitarás em que medida a letra da canção apresenta uma crítica à escolha de nomes no nosso país. Inclui uma citação, pelo menos.

TPC — Resolve as perguntas 9 e 10 da p. 16 do manual. (Por favor, testa mesmo o teu conhecimento, mesmo se as respostas já estiverem lançadas no livro com que estejas a trabalhar.)

Aula 5-6 (28 [1.ª] e 29/set [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Sinais usados na correção de redações (cfr. Apresentação); correção dos comentários. [Exemplo de comentário:]

Na letra de «Maria Albertina», o sujeito poético dirige-se a uma 2.ª pessoa, que é precisamente a personagem que dá o título à canção. Este «tu» — marcado pelo vocativo no refrão, pelo pronome «te», pelos determinantes «teu» e «tua», por «foste» e pelo imperativo «deixa» — é alvo de uma crítica: ter batizado a filha com o nome «Vanessa», que considera não ser um nome tipicamente português e popular («cá da terra»).
A má escolha do nome sai realçada pelo facto de a culpada por essa cedência a modas importadas ter ela própria um nome exemplar em termos de portuguesismo, o genuíno «Maria Albertina» (que «tem muito encanto», ainda que o poeta sempre vá reconhecendo não ser «um espanto»). Também o retrato da vítima («cheiinha e muito moreninha») parece ter como objetivo vincar o contraste entre o nome estrangeiro e a aparência física, que seria, segundo o estereótipo, até muito lusitana.
(150 palavras)
Sobre avaliação e mais indicações úteis (cfr. Apresentação).

Nestes sketches (ambos da série Barbosa), encontramos todos os atos ilocutórios que convém ficarem fixados: assertivo, diretivo, compromissivo, expressivo, declarativo.
Identifica o tipo de ato a que corresponde cada trecho. Na primeira tabela assinala também se o ato é direto ou indireto.


«Na dúvida, a culpa é do africano»
Tipo do ato ilocutório
Todos em pé!
Diretivo
Direto
Façam o favor de se sentar.

Direto-(Indireto)
Levantem-se os réus.


O coletivo não conseguiu estabelecer com 100% de certeza qual dos réus é o culpado.

Direto
Consideramos que, na dúvida, a culpa é do indivíduo de raça negra.
Assertivo

A sentença será lida na próxima semana.

Direto
Está encerrada a sessão.

Direto
Mas que é isto?

Indireto
Está calado, pá.


Mas que grande injustiça...




«O polícia que prova tudo»
Tipo do ato ilocutório
Senta-te no chão.
diretivo
Pernas cruzadas! Cotovelos em cima dos joelhos!

Sempre quero ver o que está aqui.

Isto é droga.

Sabes o que é isto?

Consideramos-te suspeito (arguido / culpado).


Na p. 20, lê o texto «O sr. José», de José Saramago. Depois, mantendo o estilo do texto (que é do tipo narrativo-descritivo), registo linguístico (bastante formal), perfil de narrador, escreve uma sua continuação, com extensão aproximada da do que escreveu Saramago. Esta continuação não tem de, mas pode, ser conclusiva.
O filme O Discurso do Rei interessa-nos a vários títulos. Sobretudo, far-nos-á reconhecer a importância da oratória, neste caso ilustrada por peripécias verídicas: as dificuldades de fala de Jorge VI, a terapia da sua expressão oral, o decisivo discurso com que anunciou a II Guerra Mundial. Entretanto, no início do filme há várias referências ao onomástico (aos nomes próprios) e é esse o tópico que nos vai mobilizar por enquanto.
_____ — nome que talvez não entre em moda tão cedo — foi um grande orador grego. Ter seixos na boca enquanto ensaiava os discursos, episódio sempre citado, era uma das estratégias a que recorrera para vencer a gaguez de que padecia.
O apelido do original terapeuta da fala, cujo primeiro nome é Lionel, quase parece inventado propositadamente. Com efeito, «____» assemelha-se ao radical grego ‘logo’, que significa ‘discurso, palavra, razão, estudo’ (cfr. «logorreia», «logótipo», «logogrifo», «logopedia», «logograma»).
Também é interessante o apelido usado pelo futuro rei, quando pretendia passar incógnito: ____ é decerto um dos apelidos mais comuns em Inglaterra e é um patronímico (significa ‘___ de John’, sendo equivalente ao português Anes, ao russo Ivanov, ao sérvio Jovanović, ao holandês Jansen, ao dinamarquês Jensen, ao sueco Johansson, ao galês Jones, etc.). Outro apelido com origem patronímica é o da presidente da Sociedade de Terapeutas da Fala, que teria recomendado Lionel, a senhora Eillen ____ (onde adivinhamos um antepassado escocês filho de um Leod).
A certa altura alude-se aos nomes de batismo do então Duque de Iorque. Chamava-se ele «Alberto Frederico Artur Jorge», embora o tratassem familiarmente pelo hipocorístico ___ (< Albert). Mais à frente se verá o motivo de, aquando da coroação, ter preferido o nome ___, em detrimento dos outros.
Uma última menção se pode fazer. Surgem, ainda crianças, as princesas ____ e Margaret. A primeira é a atual rainha e, como já expliquei, será responsável pela relativa popularidade deste nome em Portugal há quase de sessenta anos, já que visitou o país em 1957. É um caso curioso, porque sempre fora muito corrente um outro nome seu cognato: «____». Também ____ e Jaime são divergentes de um mesmo étimo, Iacobu.
TPC — Resolve — mesmo se olhando também as soluções — as pp. 51-52 do Caderno de Atividades, que versam sobre ‘Atos ilocutórios’. (Ponho aqui uma reprodução dessas páginas, para o caso de haver quem não disponha do Caderno.) Sobre o mesmo assunto, podes também estudar as pp. 337-338 do manual e ver as páginas que, aqui, reproduzo de uma boa gramática.

Aula 7-8 (1 [12.ª, 5.ª] e 2/out [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «O top dos nomes» (cfr. Apresentação).

Como resposta alternativa à pergunta 11 da p. 16, assinala os intrusos na lista que ponho (se for necessário, há breve definição de ‘campo lexical’ na p. 332):
Campo lexical de «nome»
nome
onomástico
cocó
hipocorístico
identificar
assinar
designar
Não invoques em vão o santo nome de Maria!
alcunha
apelido
topónimo
com
batismo
nomeação
nómada

O ano passado revimos o verbo — a sua conjugação, a sua flexão —, mas não relembrámos as suas subclasses.
O verbo pode ser...




principal
intransitivo
não seleciona complementos


transitivo

direto
seleciona complemento direto
indireto
seleciona complemento indireto (ou complemento oblíquo)
direto e indireto
seleciona dois complementos
predicativo
seleciona complemento direto e predicativo do complemento direto

copulativo
associa-se a um predicativo do sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar, permanecer, tornar-se, etc.)


auxiliar
dos tempos compostos
ter, haver
da passiva
ser
temporal
ir, haver de
aspetual
estar, continuar, começar, acabar, ir, vir, ficar
modal
ter de, poder, dever

Sobre os valores modais (ou modalidades), tens uma explicação no final da p. 335 do manual. As três modalidades são: epistémica (valores de probabilidade, possibilidade, certeza); deôntica (permissão, obrigação); apreciativa.
Na tabela, preenche a coluna da direita com a modalidade que esteja em causa.

«O desensofador» (série Lopes da Silva)
modalidade
Ui!


Não lhe vou mentir: está muito complicado...
Vai ser preciso desmontar: tenho de tirar a almofada.


Tenho de fazer a verificação do forro a nível do extravio de acepipes.
Não pode recolocar agora?


Não posso voltar cá.
Tenho um serviço num dentista que deve ser demorado.

Que horror: parece impossível!


Parece incrível como há gente assim em pleno século XXI...
E posso colocar eu a almofada?


Por mim, pode.
Pode só virar o fecho éclair ao contrário...


Pode meter mal a almofada...
A única coisa que pode acontecer é desfigurar o sofá para sempre.
Posso oferecer-lhe uma cerveja?

Devemos ter cuidado com chaves e naperons — o mundo tornou-se complicado para os sofás.


Escreve uma curtíssima síntese do texto «Comunicação» (p. 28), completando o que se segue:
Neste verbete de dicionário chama-se a atenção para o facto de, ao comunicarmos, estarmos condicionados por um ______. O uso da fala, o domínio do discurso, não exigiria apenas destrezas de ordem linguística, implicaria ________.
Depois de ler o seu discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a importância da comunicação nos tempos que corriam:
«Este aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas: tornámo-nos atores.»
Vê o cartoon na p. 53. Escreve um texto expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à citação de Jorge V e à imagem (e, em parte, ao já lido «Comunicação»).
Podes incluir, mas sem que sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do que defendas —, alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático de Jorge VI) e ao desenho.
...
TPC — Resolve as perguntas 14, 15, 16 (pp. 17-18 do manual), que se ocupam de matérias que já demos o ano passado. Revê as matérias que estudámos hoje. No manual, tens «D. Valor modal. / 1. Modalidade» (p. 335); e aqui há um trecho sobre o mesmo assunto no final de ‘Tempo, aspeto, modalidade’. Sobre as subclasses do verbo, podes ver a parte 4.1.2 [«Verbo»] de ‘Classes de palavras’ (aqui).

Aula 9-10 (5 [1.ª] e 6/out [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção de redações entregues.

[Exemplo meu de solução possível:]
No século XX, o advento de dois meios de comunicação que fizeram que o discurso e a imagem do orador chegassem a toda a população reorientou o modo de agir dos governantes. O sucesso da política passou a depender de competências de comunicação. A constatação, feita por Jorge V, de que, dado o surgimento da telefonia, a forma como os outros percecionavam o que o rei dizia se tornara decisiva («Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos») tem correspondência no cartoon de Angel Boligan, onde um aparelho de televisão condiciona a mole que parece obedecer-lhe cega e submissamente.
Por hipérbole, na caricatura a televisão deixou de ser simples intermediária de quem discursasse e apoderou-se das funções do orador, sem que o povo disso se apercebesse. O braço que fura o vidro simboliza o poder da forma e do meio, que já suplantaram conteúdo e agente.
(149 palavras)
Fica a seguir a continuação do trecho «O sr. José» (p. 20 do manual), como está no livro de José Saramago, Todos os Nomes:
tratamento. Que, diga-se já, não vale o de senhor tanto quanto em princípio pareceria prometer, pelo menos aqui na Conservatória Geral, onde o facto de todos se tratarem dessa maneira, desde o conservador ao mais recente dos auxiliares de escrita, não tem sempre o mesmo significado na prática das relações hierárquicas, podendo mesmo observar-se, nos modos de articular a breve palavra e segundo os diferentes escalões de autoridade ou os humores do momento, modulações tão distintas como sejam as da condescendência, da irritação, da ironia, do desdém, da humildade, da lisonja, o que mostra bem a que ponto podem chegar as potencialidades expressivas de duas curtíssimas emissões de voz que, à simples vista, assim reunidas, pareciam estar a dizer uma coisa só. Com as duas sílabas de José, e as duas de senhor, quando estas precedem o nome, sucede mais ou menos o mesmo. Nelas será sempre possível distinguir, ao dirigir-se alguém, na Conservatória e fora dela, ao nomeado, um tom de desdém, ou de ironia, ou de irritação, ou de condescendência. Os restantes tons, os da humildade e da lisonja, embaladores e melodiosos, esses nunca soaram aos ouvidos do auxiliar de escrita Sr. José, esses não têm entrada na escala cromática dos sentimentos que lhe são manifestados habitualmente. Há que esclarecer, no entanto, que alguns destes sentimentos são muitíssimo mais complexos do que os antes enumerados, de certo modo primários e óbvios, feitos de uma peça só. Quando, por exemplo, o conservador deu a ordem, [...]
Por esta reprodução de manuscrito de Fernando Pessoa (BNP Esp. E3/48I-4), vemos que o poeta terá feito uma lista de fórmulas de tratamento possíveis para um José da Silva (que, claro, nada tinha que ver com o «sr. José» de Saramago). Coloca as doze «maneiras de tratar» em ordem descendente de formalidade (da mais formal à mais informal). Com isso, responderás indiretamente a 22.1 da p. 20. Em baixo, decifro a letra de Pessoa.
Vossa Excellencia || Vocelencia (ou Vocencia) || O sr. José da Silva || Dr. Silva || Sr. José || O senhor || O José da Silva || O Silva || O José || Você || Tu || Vocemecê || [linha como para apresentar resultado] || 12 maneiras de tratar
...
...
...
Correção do tepecê (ver Apresentação).
Na última aula, muito à pressa, fez-se uma síntese do texto expositivo «Comunicação». Como é típico da síntese, condensava-se a informação mas sem a preocupação de manter a ordem do original ou a exata proporção dos tópicos. Também usámos um enquadramento especial, deixando cair o sistema de pessoas e tempos do texto que se reduzia.
Agora, peço-te um resumo do comunicado na p. 41. Ao contrário do que sucede na síntese, num resumo a condensação deve manter o sistema de enunciação do texto-fonte, adotar a mesma ordem, conservar tempos e pessoas, evitar pontos de vista exteriores. (Normalmente, o resumo deve ainda cumprir o número de parágrafos do original. Neste caso, porém, é nítido que — sobretudo na segunda metade do comunicado — há demasiados parágrafos pequenos e, portanto, convém que a condensação a que se procederá agregue alguns deles.) Na p. 324, lembram-se as regras para elaboração de resumos.
No dia 25 de novembro comemora-se o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres.
A APAV ...
...
...
...
Na p. 36, enunciam-se as características habituais de um Comunicado. Verifica se essas várias características se encontram efetivamente no texto da APAV (p. 41). Já «chequei» a primeira:
Características do registo linguístico
— Linguagem objetiva e clara marcada pela denotação;
— Utilização da terceira pessoa do singular ou do plural;
— Recurso a frases e a parágrafos curtos e de fácil compreensão.
Estrutura do comunicado
— Título (sucinto, atrativo e objetivo) e subtítulo;
— Origem da informação (emissor);
— Lead (informação essencial, presente nos primeiros parágrafos, respondendo às questões: Quem? O quê? Quando? Onde?);
— Corpo do comunicado (não deverá ser demasiado extenso e o surgimento da informação deverá ser de importância decrescente);
— Fecho (data e entidade responsável pela comunicação — nome, morada, endereço de correio eletrónico, contacto telefónico...).

No final do trecho de hoje do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI usa, uma série de imprecações. Esses termos soltos — no caso, de registo muito popular —, não desempenham qualquer função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras, são integráveis nas interjeições. Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática Prática — não contém todas as interjeições, já que se trata de uma classe de palavras aberta (como a dos nomes ou a dos adjetivos mas ao contrário das preposições ou das conjunções).
Em que fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’), «F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)?

Reações expressas
Interjeições
Locuções interjetivas
dor
Ui!, Ai!
Ai de mim!, Pobre de mim!
alegria
Ah!, Oh!

espanto, surpresa
Hi!, Ah!, Olá!, Ena!, Caramba!
Essa é boa!
advertência
Cuidado!

desejo
Oxalá!
Deus queira!, Quem dera!, Bem haja!
dúvida
Hum!, Ora!

encorajamento, animação
Eia!, Coragem!, Força!, Avante!, Vamos!
Para a frente!
aplauso
Bis!, Bravo!, Viva!
Muito bem!
impaciência, aborrecimento
Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!, Apre!, Irra!, Hem!
Raios te partam!, Ora bolas!
resignação
Paciência!

chamamento, invocação
Ó! Psiu!, Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro!
Ó da guarda!, Aqui d'el-rei!
[pedido de] silêncio
Psiu!, Chiu!, Silêncio!, Caluda!

reclamação, repulsa, rejeição
Hei!, Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda!

suspensão
Alto!, Basta!
Alto lá!
indignação
Oh!, Homessa!
Essa agora!
medo, terror
Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio!
Valha-me Deus!
cansaço
Uf!, Ah!


TPC — Resolve (estuda) as pp. 18-20 do Caderno de Atividades, sobre ‘Processos morfológicos de formação de palavras’ (aqui). Também podes relancear umas páginas de gramática sobre o mesmo assunto (aqui).

Aula 11-12 (8 [12.ª, 5.ª] e 9/out [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Lê o texto «Maus tratos» (p. 43), de O Caderno, de José Saramago. Sem me inquirires sobre o seu significado, em cada item que se segue circunda uma das quatro palavras à direita, a que tenha o valor mais aproximado da usada no texto (a que pus a negro e à esquerda). Eventuais diferenças de género (masculino, feminino) ou número (plural, singular) não devem ser tidas como critério eliminatório.

Nota que fui buscar todas as quatro hipóteses a um Dicionário de Sinónimos, o que nos permite concluir que o significado de uma palavra está longe de ser fixo e não é aferível sem que se tenha em conta o contexto em que surge.
insistência (linha 2) — escala / continuação / apego / importunidade
radical (l. 2) — inerente / tema / raiz / integral
espécie (l. 3) — homem / caráter / particularidade / distinção
moral (4) — ético / pudor / decente / doutrina
abertura (7) — cova / preâmbulo / confidência / fraqueza
insana (8) — árdua / furiosa / tresvariada / excessiva
préstimo (10) — auxílio / serventia / talento / mérito
restauradora (11) — renovadora / pagadora / restaurante / benfeitora
ataduras (12) — ligações / faixas / conexões / prisões
presumia (13) — cria / desconfiava / previa / aperfeiçoava
varão (13) — tranca / macho / corajoso / barão
costumes (16) — trajos / manias / hábitos / manhas
tirania (17) — violência / ingratidão / garra / despotismo
excelência (19) — quilate / primazia / majestade / bondade
ninho (20) — toca / região / berço / jazigo
empresa (20) — emblema / façanha / divisa / negócio
princípio (22) — génese / agente / doutrina / infância
delicada (26-27) — susceptível / meiga / perigosa / embaraçosa
exclusão (27) — recusa / repulsa / reprovação / privação

Explicação sobre valores aspetuais (cfr. Apresentação)
Verifica quais são os valores aspetuais (cfr. p. 335) mais nítidos em cada frase de «E tudo o convento levou» (série Lopes da Silva), preenchendo a segunda coluna com uma destas palavras: genérico, imperfetivo, perfetivo, habitual, durativo, pontual, iterativo.
Na coluna da direita, identifica o responsável por esse matiz: verbo auxiliar (AUX); o significado do verbo principal (V); o tempo em que o verbo está usado (T); alguma expressão temporal presente na frase.

Frase
Aspeto
Através de...
A competição é inevitável
genérico

As carmelitas descalças estão a comercializar doçaria conventual

Aux (estar a)
As freiras vicentinas andam a vender rendas de bilro


As carmelitas sabem perfeitamente que os doces conventuais são o nosso negócio
situação estativa
Deus é grande [mas parece ser pequeno para o amor destas religiosas]

V (ser)
Tudo estava bem [até que as carmelitas quiseram mais]
durativo
imperfetivo

Lá vem ela

T (presente)
Nós sempre dominámos o mundo dos bordados
durativo

Às vezes, dá-me vontade de rir

«às vezes», T (presente)
Já recordei todos os trocadilhos com freiras

T (perfeito), «já»
O Maior costuma observar o vosso Bingo

Aux (costumar)
O Maior vê sempre os vossos cartões
habitual

Quem ama o Senhor são as vicentinas
situação estativa
As carmelitas têm ido a Santiago todos os meses
iterativo

As vicentinas tropeçaram nas escadas

T (perfeito), V (tropeçar)

Nestes dois passos, mais do que o aspeto interessam os valores temporais: anterioridade, simultaneidade, posterioridade.

Frase
Localização temporal
Através de...
Vai dizer à tua abadessa [que quem ama o Senhor são as vicentinas]
posterioridade

Na procissão de Maio vamos rezar menos uma novena por elas

«Na procissão de Maio», Aux (ir)

Depois de ouvires «Fraldas descartáveis», responde ao ponto 1 da p. 39:
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g. ___.

Depois de leres o comunicado «Bebés mais ecológicos» (p. 37), escreve uma resposta toda muito cuidadosa à pergunta 2 da p. 39.
...
Responde ao item 10 da p. 38:

1. = ___; 2. = ___; 3 = ___.

Num texto do tipo «comentário», responde conjuntamente aos itens 1.1, 1.1.1, 1.2 e 1.2.1, da p. 40:
...
TPC — Resolve (estuda) a p. 48 do Caderno de Atividades (aqui). Também deves relancear ‘Tempo, Modo, Aspeto’ (aqui).

Aula 13-14 (12 [1.ª], 13/out [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de leitura feito na aula anterior, «Maus tratos». (ver Apresentação)

Correção da resposta sobre Leonel Morgado/Quercus (e do comentário ao cartaz de APAV.
[Exemplo de solução para a pergunta 2 da p. 39 (resposta sugerida no manual):] Para Leonel Morgado, as fraldas descartáveis são o resultado de um grande avanço tecnológico e, por isso mesmo, um material que merece o seu lugar na sociedade, apesar de alguns defeitos que há necessidade de ultrapassar. Numa perspetiva muito diferente coloca-se a Quercus, defendendo, por razões ambientais comprovadas, as fraldas reutilizáveis, ignorando todos os aspetos tecnológicos salientados por Leonel Morgado.
[Exemplo de comentário acerca do cartaz da APAV (resposta minha):] A legenda no canto superior esquerdo parecia ser do tipo descritivo, como se estivéssemos a ler um verdadeiro catálogo de moda. No entanto, se nos detivermos no segundo dístico («Cinto em cabedal castanho com fivela de ferro cromada»), percebemos que menciona um objeto que não figura no vestuário da imagem mas se deduz seja o causador das nódoas negras no braço da modelo.
Também o slogan na etiqueta em baixo explora uma ambiguidade permitida pelos campos lexicais de ‘moda’ e de ‘violência’: «Há marcas que ninguém deve usar» aproveita a polissemia da palavra «marca», cujo campo semântico inclui a aceção ‘símbolo que identifica produtos comerciais’ mas, igualmente, a de ‘nódoa causada por contusão’. E é para esta que a APAV pretende alertar. Afinal, trata-se de um texto sobretudo diretivo, de apelo à vigilância relativamente à violência doméstica.

As páginas 341-344 do manual tratam de Coesão e de Coerência dos textos. Em aula, dois sketches dos Monty Python ilustrarão as diferenças entre estas duas noções.
Especificamente sobre a coesão, a tabela a seguir tenta agrupar erros encontrados em textos vossos (ou de colegas de outras turmas) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos.

Coesão frásica

trecho agramatical
trecho corrigido
fonte do problema
conhecido pelo o nome
conhecido ___ nome

ortografia
à [á] tempos encontrei o José
__ tempos encontrei o José
o facto de haverem nomes portugueses
o facto de __ nomes portugueses

concordância
o grupo mais numeroso dos apelidos vêm de
o grupo mais numeroso dos apelidos ___ de
prefiro isto do que aquilo
prefiro isto ____



regência
os políticos aperceberam-se que
os políticos aperceberam-se _____
a convicção que Lionel era bom médico
a convicção _____ Lionel era bom médico
o aspeto que chamei a atenção
o aspeto ____ chamei a atenção
a parte que mais gostei
a parte ____ mais gostei
chamou a filha de «Maria Albertina»
chamou a filha «Maria Albertina»
o rei Jorge VI que era gago, tinha de discursar
o rei Jorge _____ tinha de discursar


função sintática (e pontuação que implica)
«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi escrita por Variações
«Maria Albertina» _______ foi escrita por Variações
como por exemplo a telefonia
________ a telefonia

Coesão interfrásica

terminou o discurso continuando a
terminou o _____ a




reconhecimento de subordinação ou coordenação

A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada pelos Humanos
A letra foi criada por ______ a música foi modernizada pelos Humanos
Sendo que
..., sendo que
Pois
______
Estando o rei cada vez mais gago.
Estando o rei cada vez mais gago, ...
o facto da Albertina ter uma filha
o facto ___ Albertina ter uma filha
apesar do rei sofrer de gaguez
apesar ___ rei sofrer de gaguez
Concluindo,
Ou seja,
Como já referi,
Hoje em dia,
Nos dias de hoje,
Na minha opinião,

ø



banalização de articuladores

Direi então que
_______
Coesão temporal

Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley
Bertie não discursou no Natal mas, antes, _____ em Wembley


correlação dos tempos verbais
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie _____ várias terapias
não falava com Lionel meses
não falava com Lionel ______ meses
Não acho que será correto
Não acho que ______ correto
modo exigido pela negativa
Agrada-me que escolheste um bom nome
Agrada-me que ______ um bom nome
modo exigido pela subordinação

Coesão referencial

O surgimento da rádio foi o grande azar de Bertie. Porém, ele venceria a rádio
O surgimento da rádio foi o grande azar de Bertie. Porém, ______

anáfora e elipse
António Variações critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a
_____ critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a

catáfora
Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que
Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do que
______
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. Ele tinha aquelas duas filhas
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. ______ tinha aquelas duas filhas
correferência não anafórica
O rapaz [de] que o pai era Jorge V
O rapaz ____ pai era Jorge V
pronominalizações diversas
O século passado, onde nasceu a telefonia,
O século passado, _____ nasceu a telefonia,

Coesão lexical

a citação que faz Jorge V
a _____ que faz Jorge V
pertinência do termo
o cartoon demonstra
o cartoon ______
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
A rádio acabava de surgir. Foi a _______ que
sinonímia
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa não originalidade
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa _____

antonímia
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
A rádio acabava de surgir. Foi ____ que
hiperonímia
coisas do género
[termo mais específico]
______

TPC — Resolve — ou, ao menos, relanceia e estuda — as páginas sobre coesão no Caderno de Atividades (59-65; aqui); vê também, em «Coerência e coesão textual» — que reproduzi de uma gramática (aqui) —, a parte sobre ‘Coesão’.

Aula 15-16 (15 [12.ª, 5.ª], 16/out [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção dos comentários ora entregues (a «se uma rosa não se chamasse “rosa” [...]»). (Cfr. Apresentação.)

[Tentativa minha, apressada:
Quase todas as palavras são arbitrárias, a relação com os seus referentes é puramente convencional. Porém, esta assunção — afinal a mesma da citação de Romeu e Julieta —, é contrariada com os casos das onomatopeias (que simulam o som do objeto para que remetem) e de certos hipocorísticos (cujo som parece traduzir a afetividade para com a quem se aplicam). Também o apego de alguns a ortografias antigas (Pessoa, por exemplo, fazia questão de usar as grafias rebuscadas de antes de 1911, ilustráveis pelo caprichoso «rhythmo») parece decorrer da ideia de que a forma contribui para a substância do objeto de que seria apenas uma vestimenta.
A estes exemplos se pode contrapor a variedade de designações aplicadas a um mesmo referente (por exemplo, ‘palavra’) providenciadas pelos milhares de línguas que ainda existem. As palavras «word», «mot» e «palavra» designam o que parece ser um mesmo conceito. E, no entanto, ...]
Vai lendo o texto das pp. 70-71, «Anaquim — Bem-vindos às vidas dos outros», e, em cada item, circunda a alínea com a melhor solução.

Em «mas este é um daqueles álbuns que chama pelo calor» (4-5), «este» é uma
a) catáfora.
b) anáfora, cujo referente é «As Vidas dos Outros».
c) cadeia anafórica.
d) elipse.

Na mesma frase (4-5), «um daqueles álbuns que chama pelo calor» tem uma falha de coesão
a) frásica (em vez de «chama», devia estar «chamam»).
b) temporal (em vez de «chama», devia estar «chamaria»).
c) referencial (a «um daqueles», era preferível «daqueles»).
d) lexical (era preferível «verão» a «calor»).

No início do segundo parágrafo, «este anãozinho»» (19) é correferente
a) do antecedente «Anaquim» (7).
b) de «As Vidas dos Outros» (22).
c) do antecedente «José Rebola» (13).
d) do sucedente «um duende que chegou aqui sem ter um passado, nem uma tradição, nem preconceitos e faz observações sobre o que nos acontece» (9-11).

O período que abre o mesmo segundo parágrafo (19-22) destaca
a) o estilo de crítica que fazem os Anaquim— humorística mas incisiva e sensível aos tiques da sociedade.
b) o tipo de música que consegue fazer o anão Anaquim: mordaz, perspicaz, pecador.
c) o que mais conta naquele anãozinho.
d) a abordagem alegre, de análise da sociedade, que se consegue em A Vida dos Outros

No terceiro parágrafo, nas linhas 45-47 há um problema de coesão:
a) a preposição «em» (45) está a mais.
b) a preposição «em» (46) está a mais.
c) o nome «país» (46) devia estar escrito com maiúscula.
d) «Lusíadas» (47) devia estar escrito «Os Lusíadas».

Segundo o quarto parágrafo (54-66), o estilo de música dos Anaquim é difícil de adivinhar, porque
a) o disco é uma autêntica salada.
b) a tradição musical coimbrã recente é heterogénea.
c) a primeira banda de Rebola enquadrava-se no universo do psycho-billy.
d) José Rebola tem um percurso musical diversificado.

No quinto parágrafo, «uma grande editora» (79) é usado como
a) hiperónimo do hipónimo «Universal» (78).
b) holónimo do merónimo «Universal» (78).
c) sinónimo de «Universal» (78).
d) hipónimo de «Sons em Trânsito» (77).

No primeiro período do último parágrafo (81), pretende dizer-se que
a) os Anaquim nos lembram de imediato os Deolinda.
b) os Anaquim e Deolinda têm ligações.
c) os Anaquim, mais tarde ou mais cedo, vão juntar-se aos Deolinda.
d) Deolinda vai amancebar-se com um anão.

O pronome «os» (83) reporta-se a
a) Deolinda e Ana Bacalhau.
b) Deolinda e Anaquim.
c) Anaquim e Carjaquim.
d) Ana Bacalhau e Anaquim.

Em «Os Deolinda são mais tradicionalistas e tem um fundo musical simples, só de cordas» (86-88) há uma falha de coesão
a) frásica («tem» não concorda em número com o seu sujeito).
b) interfrásica (deveria haver vírgula antes de «e»).
c) temporal (em vez de «tem», deveria estar «tinha»).
d) referencial («Os Deolinda» deveria dar lugar a «Estes»).

«Agora falta testar este Anaquim ao vivo» (93-94) significa que é preciso
a) ver como o público reage.
b) ver como se porta o grupo em atuações ao vivo e como o público as acompanha.
c) fazer testes cada vez mais difíceis, para todos os alunos da ESJGF reprovarem.
d) verificar como se porta o duende em concertos.

O pronome «o» na penúltima linha do texto (96) tem como referente
a) «o seu espaço» (96-97).
b) «instrumentos» (94-95).
c) «este Anaquim» (93).
d) «o país» (95).

Na penúltima linha do texto, o determinante possessivo «seu» reporta-se a
a) «o país» (95).
b) «Anaquim» (93).
c) «Eles» (94).
d) «cocó de duende verde» (98).
São estes os títulos das faixas do álbum dos Anaquim de que se ocupava a apreciação crítica que estiveste a ler:
1. Intro
2. As vidas dos outros
3. Horas vagas
4. Lídia
5. Lusíadas
6. Chama-me vida
7. Na minha rua
8. O meu coração
9. Balalaikas
10. Bocados de mim
11. Monstro
12. Saltimbanco
13. Vampiros
14. Metamorfose
15. Pobre velho louco
16. Epílogo
Descartemos o primeiro e o último título (que parecem dever-se sobretudo à própria estrutura da arrumação das canções). Para cerca de metade dos restantes catorze, cria textos «literários», fragmentários — como se se tratasse de trechos soltos de um livro maior —, de géneros e tipos diversos (romance, reflexão cronística, texto intimista, diário, memórias, impressões de viagens, etc.).
Os títulos das faixas não serão aproveitados como títulos dos teus trechos; corresponderão, isso sim, a palavra ou expressão que aparecerá nas tuas redações (e que sublinharás), independentemente de se tratar ou não do seu tópico principal.
...
TPC — Usando obrigatoriamente dez dos conectores da p. 342 — de preferência, de filas diferentes — escreve um texto expositivo-argumentativo, com entre 150 a 200 palavras, sobre assunto do teu interesse. Procura que não se note que a presença daqueles articuladores foi imposta. Sublinha-os. Usa folha solta e escreve a tinta. Fica aqui a página 342 do manual:

Aula 17-18 (19 [1.ª], 20/out [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão escrita feito na última aula (ver Apresentação).

Os sketches «Carjaquim» e «O meu filho é uma joia de moço» recorrem, caricaturalmente, a nomes de batismo tidos como ultrapassados (Joaquim, Fernando, Carlos Jorge, José António). Além disso, servem para revermos os processos irregulares de formação de palavras (cfr. p. 333). À esquerda, a palavra que interessa; ao centro, a etimologia; à direita, porás o processo (vê a lista na p. 333).

palavra
étimo
processo de formação
inglês carjacking
car + hijacking

carjacking
inglês carjacking

carjaquim
carjacking + Jaquim (< Joaquim)

badalhoca (‘mulher suja’)
badalhoca (‘bola de excremento e terra pendente entre as pernas das ovelhas e cabras’)

droga
francês drogue

mota [ou moto]
motorizada ou motocicleta

joia (‘adorno de matéria preciosa’)
francês joie (‘alegria’)

joia (‘pessoa muito estimável’)
joia (‘adorno de matéria preciosa’)

grego diabetes (‘diabetes’)
grego diabetes (‘sifão’)

Cajó
Cá (< Carlos) + Jó (< Jorge)
duas ______________
José

FPE [pronunciado «fê-pê-é»]
Fernando por esticão

FPE [pronunciado «fpé»]
Fernando por esticão


Completa agora com o aspeto. Podes ver na p. 335, mas sugiro que uses apenas estes termos: genérico; perfetivo, imperfetivo; habitual; iterativo; pontual.

frase
aspeto
«Carjacking» é uma palavra estrangeira

alguns bandidos começaram a praticar uma variante
imperfetivo, [incoativo ou ingressivo]
a nossa reportagem acabou por voltar (porque estava frio)
perfetivo, [cessativo ou conclusivo]
aquilo que faço é uma espécie de carjacking

foi uma experiência muito traumática

a malta pergunta-me constantemente: «tu não ...»

andas metido nos diabetes

morreu atropelado por uma mota

estou a conversar com este gafanhoto gigante chamado Zé António


Lê a crónica «Estrelas dos livros» (p. 73) e escreve uma sua síntese (cfr. p. 324). Diria que a extensão aconselhada é de cerca de um terço do original, umas cem palavras.
...
Depois de, na p. 76, leres as palavras que, acerca da crítica, escreveu o humorista brasileiro Millôr Fernandes, escreve um pequeno comentário a esse trecho (porventura, tendo também presente a crónica lida hoje e a tua experiência pessoal).
...
TPC — Resolve/estuda ‘Processos irregulares de formação de palavras’ (Caderno de Atividades, 43-45; aqui). Vê as páginas sobre o mesmo assunto reproduzidas em Gaveta de Nuvens (aqui).

Aula 19-20 (22 [12.ª, 5.ª], 23/out [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção de síntese e de comentário feitos na última aula. (Ver Apresentação.)

[Exemplo de síntese de «Estrelas dos livros» (p. 73):]
Em «Estrelas dos livros», Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes defendem que a crítica cultural está distante daqueles a quem se devia destinar. Começam por ilustrar esse afastamento com o que acontece com as apreciações de cinema: os filmes menos pontuados nas secções especializadas dos jornais acabam por se tornar os preferidos pelos espetadores. No caso da literatura, os cronistas lembram primeiro a proverbial escassez do espaço concedido aos livros na imprensa, para depois vincarem que quem escreve sobre livros nos jornais o faz num estilo rebuscado, inacessível, desaproveitando-se assim a oportunidade de atrair leitores e influenciar as suas escolhas. (100 palavras)
[Exemplo de comentário ao trecho de Millôr Fernandes (p. 76):]
O passo de Millôr Fernandes ilustra, com ironia, o já citado afastamento da crítica de cinema relativamente aos gostos dos espetadores. O cronista brasileiro teria ido ver os filmes mais cotados nos jornais — talvez não por acaso, em boa parte de filmografias exóticas — e concluíra que aquelas recomendações entusiásticas não se justificavam (ou talvez significassem apenas que os críticos o queriam «fazer de imbecil»).
Lê as citações acerca do policial White Jazz, no início da p. 77 (ponto 1.). Depois, lê a recensão que Miguel Esteves Cardoso fez à mesma obra («O tédio macho», pp. 77-78).
Responde a 5. (p. 78) — o subtítulo é o que está sob o título «O tédio macho» («Ellroy berra em vez de escrever, como tantos outros, a ver se são ouvidos em vez de serem lidos»); o décimo parágrafo é o das linhas 56-62 (para perceberes a alusão a Allen Ginsberg, recordo que era o escritor biografado no filme, que vimos o ano passado, Uivo, e que Jack Kerouac, o célebre autor de Pela estrada fora, era um dos seus amigos).
...
Responde a 4.1 (p. 78).
...
Ouviremos um outro texto de apreciação crítica ao mesmo livro — agora por Fátima Lopes Cardoso. Verificaremos as afirmações em 1 (p. 79):
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g. ___.
Albert George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi um excelente atleta, serviu na Armada Real, lutou na I Guerra Mundial, tendo sido sempre educado no pressuposto de que o seu irmão Eduardo seria rei. Na realidade, Eduardo subiu ao trono, mas a sua paixão por Wallis Simpson, uma americana duas vezes divorciada, dificultou-lhe a aceitação pública. Ou Eduardo VIII não se casava, e estavam em jogo razões sociais, políticas e religiosas, ou abdicava. Eduardo VIII abdicou. Caberia a Jorge VI governar a Inglaterra numa época mais uma vez dramática. Como rei, coube-lhe a ele anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.
[O discurso do rei]
Nesta hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos diretamente.
Pela segunda vez nas nossas vidas, estamos em guerra.
Tentámos e tentámos descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos inimigos; mas tudo foi em vão.
Fomos forçados a um conflito, pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada do mundo.
É um princípio que permite a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um Estado soberano e independente de outros Estados.
Um tal princípio, despido de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.
Mas, mais do que isto, os povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.
Este é o derradeiro fim que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa causa.
Peço-vos que permaneçais calmos e firmes e unidos nesta prova.
A tarefa será dura. Aproximam-se certamente dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.
[texto introdutório e tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso em análise, Lisboa, Plátano, 2011]
TPC — Põe em dia as noções de gramática que demos este ano ou, pelo menos, revimos. Relanceia folhas usadas em aula, exercícios recomendados do Caderno de Atividades, folhas de gramática do manual e, em Gaveta de Nuvens, páginas de gramática que fui reproduzindo ou apresentações usadas em aula.
O que se segue é um elenco de objetivos que deves dominar (com exemplos de itens). Podes usá-lo como exercício de treino — porei as soluções em Gaveta de Nuvens. Nota que, para poder listar os conteúdos, fui explicitando os termos a usar nas respostas, mas convém que os saibas também de cor.

Classifica os verbos (em função da frase dada) como transitivos (diretos, indiretos, diretos e indiretos), intransitivo, transitivos-predicativos, copulativos:
Ontem, Van Persie marcou sete golos ao Benfica. || transitivo direto e indireto
Jesus continua arrogante. || copulativo
O povo português elegeu Catarina Martins chefe da oposição. || transitivo-predicativo
O Boavista renasceu. || intransitivo
Larguei-a. || transitivo direto
Ao longe, acenaste-me. || transitivo indireto

Classifica o ato ilocutório em cada um dos enunciados (assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo, declarativo). Se houver algum ato indireto [vs. direto], menciona-o.
Como fico contente com o facto de teres tido boa nota a Português! || expressivo
A partir de agora farei sempre os tepecês. || compromissivo
Não tenho dúvidas de que a Irondina votou no PAN. || assertivo
O candidato é aprovado com a classificação de Muito Bom [dito por presidente do júri de um exame]. || declarativo
Tens lume? || diretivo (indireto [seria mais direto: «Dá-me lume»])

Classifica o valor aspetual (imperfetivo, perfetivo; pontual; habitual; iterativo; genérico).
Tem chuviscado todo o santo dia. || iterativo
Estudei ontem toda a gramática que vai sair. || perfetivo
Ele anda a comer muito. || imperfetivo, habitual
Na infância, brincávamos às casinhas. || imperfetivo
Teve um ataque fulminante. || perfetivo, pontual
A Adília é linda. || genérico

Classifica o valor temporal nos enunciados (relativamente ao enunciador): anterior, simultâneo, posterior.
Estou a tirar macacos do nariz. || simultâneo
Hoje à noite vou ao cinema. || posterior
Estava a comer um chocolate Belleville. || anterior

Classifica o valor temporal do verbo sublinhado relativamente ao resto do enunciado: anterior, simultâneo, posterior.
Esteve no Estádio da Luz, mas passara pelo Colombo. || anterior
Às cinco fui ao jogo, mas ainda iria à natação. || posterior

Classifica o valor modal (epistémico / deôntico / apreciativo) as formas verbais sublinhadas.
Os árbitros deviam apreciar os lances com honestidade, mas o Benfica-Sporting deste domingo deve dar mais uma polémica. || deôntico / epistémico

Classifica o valor modal (epistémico / deôntico / apreciativo). Tenta especificar ainda valores de possibilidade-probabilidade, proibição-permissão/imposição-obrigação.
Pode vir aí uma trovoada. Se quiseres, podes levar a minha gabardina. || epistémico (probabilidade-possibilidade) / deôntico (permissão)

Classifica o tipo de mecanismo de coesão textual realçada através do sublinhado (frásica, interfrásica, temporal, lexical, referencial).
O Viriato gosta de bolos. É um rapaz guloso. Aliás, os jovens portugueses deleitam-se com a doçaria. || lexical
Lia muitos livros, porque frequentava bibliotecas e conhecia também diversos alfarrabistas. || interfrásica
Foi a Paris, mas já estivera na Holanda e haveria de viajar até à Índia. || temporal
O Félix viu-os e disse-lhes do que o trazia ali. || referencial
A maioria dos deputados prefere um governo estável à instabilidade. || frásica

Identifica os processos morfológicos de formação de palavras (derivação — por prefixação, sufixação, parassíntese —, derivação não afixal, conversão; composiçãomorfológica e morfossintática).
resgate (< resgatar) || derivação não afixal
o olhar [nome] (< olhar [verbo]) || conversão
bebé-proveta || composição morfossintática
psicopata || composição morfológica
tristemente || derivação por sufixação
repor || derivação por prefixação
amanhecer || derivação por parassíntese

Identifica os processos irregulares de formação de palavras (extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
prof (< professor) || truncação
ACA-M (‘Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados’, dito [akαm]) || acrónimo
AR (‘Assembleia da República’, dito a-erre) || sigla
borbotixa (borboleta + lagartixa) || amálgama
líder (< ingl. leader) || empréstimo
leitor (‘aparelho que permite aceder a documentos em DVD, CD, cassete, etc.’) || extensão semântica
tilintar [de moedas] || onomatopeia

Outras destrezas que fomos ensaiando já este ano:
indicar termos de um campo lexical
reconhecer campo semântico
identificar vocativo
identificar predicativo do sujeito
identificar modificador apositivo
distinguir hiperónimo-hipónimo
reconhecer valores de conectores
reconhecer anáforas, catáforas, referentes (sucedente ou antecedente), correferentes
reconhecer interjeições e locuções interjetivas

Aula 21-22 (26 [1.ª], 27/out [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Em trabalho individual (nestas tarefas de leitura, só há treino se cada um dos leitores chegar sozinho às inferências necessárias), preenche a síntese-esquema seguinte, relativa à recensão crítica de Eduardo Pitta a romance de João Tordo (p. 74 do manual).


Responde ao ponto 5. da p. 76:
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___.
Lê o pequeno trecho de O Bom Inverno reproduzido no ponto 1. da p. 76. Notarás mais tarde que refere assuntos de narratologia que estão bastante em causa no filme que vamos ver lá para o final da aula.

Do mesmo modo que há umas aulas escreveste uma continuação de texto inicial de Todos os Nomes, de Saramago, agora pedia-te que preenchesses com texto teu estas lacunas entre excertos de O Bom Inverno (aliás, todos já do final do romance), de João Tordo.
A tua redação deve adotar registo linguístico idêntico ao do original e não pode chocar com o que está nos trechos que reproduzo, nem em termos de coerência (lógica da intriga) nem em termos de imediata coesão textual (atentar nos tempos, na pessoa verbal, etc.).

...
...
...
... O campo verde, repleto de flores amarelas, estendia-se para um dos lados; do outro, uma estrada de terra batida conduzia a uma duna.
Elsa emergiu de baixo da lona e deitou-se de costas sobre as flores. Respirava pesadamente, arfando como se tivesse corrido durante muito tempo. Os seus olhos magoados fitavam o céu que começava a despertar num imenso azul. Ainda de joelhos, aproximei-me dela e, suavemente, levei os meus lábios aos seus. Ela fechou os olhos e pareceu sorrir. Eu conhecia bem aquela boca; era uma boca que também me conhecia, éramos velhos amigos. Depois tirei os sapatos e descalcei as meias sua­das. Lentamente desapertei, um a um, os botões da camisa encardida que trazia vestida. Pensei: ...
...
...
Avancei na direcção da estrada, a coxear, arrastando a perna doente com o peso do corpo ainda são. Quando os meus pés entraram no caminho de terra, que permanecia um tanto húmida da noite de temporal, a bengala era já uma memória de outra vida. Caminhava ansiosamente na direcção da duna. Caí duas vezes no chão antes de chegar à praia. ...
...
...
...
Nada está decidido, penso. Coxeio lentamente na direcção do mar. A areia morna afaga-me os dedos nus. Pé ante pé, chegarei à beira da água e nela mergulharei para lavar o meu corpo de culpas. Olho para o céu onde não existe uma única nuvem à vista. Saltámos uma estação, pois o Verão — o verdadeiro, não esta escusada mentira — acabou de chegar.
...
...
...
...
Nos últimos três meses, surgiram notícias dispersas sobre os desaparecimentos de John McGill, Roger e Stella Dormant e Vincenzo Gentile. Não surgiu qualquer notícia sobre o desaparecimento de Olivia Fontana ou Nina Millhouse Pascal. Nenhum dos desaparecimentos relatados foi ainda relacionado com a morte de Don Metzger. A Polícia continua a investigar os casos separadamente.
Não existe qualquer referência a Andrés Bosco nos jornais.
Nunca mais tornei a ver Elsa Gorski. Embora tenha a certeza de que, um dia destes, nos voltaremos a encontrar.

Expiação (Atonement) é baseado num romance de Ian McEwan. Tem o interesse de salientar a diferença entre narrador (e, também, sujeito lírico ou sujeito poético) e escritor. Habitualmente, a confusão entre estas duas entidades é relativamente fácil de se fazer — e, ainda mais, quando a narração usa a 1.ª pessoa.
Expiação organiza-se em, pelo menos, dois níveis narrativos. O protagonista de um deles — uma escritora —, supostamente identificável com o narrador da história primeira, vai comprovar-nos a distinção que referi. Mas só o perceberemos no final.
Neste trecho inicial, fica sobretudo evidente a diferença entre diegese (história, realidade) e discurso (narração). Vamos ter, por exemplo, uma mesma parte da ação mostrada duas vezes, sem cumprir, no tempo do discurso, a ordem do tempo da diegese, e vincando a faculdade narrativa de se variar a focalização (o ponto de vista segundo o qual os acontecimentos nos são apresentados).
Para o nosso trabalho, tem ainda utilidade direta a cena em que se prepara a leitura de um texto dramático (de teatro). Ainda não é a preparação da representação da peça, mas o reconhecimento do original, a distribuição dos papéis, etc.).
TPC — [Aproveita para fazer as revisões de gramática que propus no tepecê anterior: experimenta o teste-inventário de conteúdos (cujas soluções já lancei); relanceia as nossas folhas, as gramáticas reproduzidas, folhas finais do livro, Caderno de atividades, etc.]

Aula 23-24 (29 [12.ª, 5.ª], 30/out [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Circunda a letra da melhor alínea de cada item.

Quando se chama aos jogadores Nicolás Gaetán e Teófilo Gutiérrez, respetivamente, «Nico» e «Téo», recorre-se a
a) truncações (que simplificam e mostram afeto).
b) extensões semânticas (recorde-se que o radical «teo» significa ‘Deus’).
c) aféreses (que servem de hipocorísticos).
d) empréstimos (especificamente, a castelhanismos).

O casal, agora desavindo, Luciana Abreu-Yannick Djaló escolheu como nome da primeira filha «Lyonce Viiktórya». «Lyonce» reúne as iniciais dos nomes de cantora-atriz e futebolista e o fim do nome da mais famosa Beyonce. Trata-se, no essencial, de
a) uma truncação.
b) uma amálgama.
c) um empréstimo.
d) uma onomatopeia.

O advérbio «mutuamente» é
a) uma palavra derivada por parassíntese.
b) uma forma de base.
c) uma palavra derivada por sufixação.
d) um composto morfológico.

Na palavra «abandalhar» encontramos os afixos «a» e «ar» (a forma de base é «bandalho»; não está dicionarizado «bandalhar»). Trata-se de uma palavra
a) derivada por prefixação.
b) derivada por sufixação.
c) derivada por prefixação e sufixação.
d) derivada por parassíntese.

A alínea que inclui apenas compostos morfossintáticos é
a) «geógrafo», «guarda-redes», «girassol».
b) «amá-los», «saca-rolhas», «guarda-chuva».
c) «anjo da guarda», «picapau», «couve-flor».
d) «egiptólogo», «lusodescendente», «autódromo».

Uma conversão implica
a) afixação somada à forma de base.
b) nova classe de palavra.
c) subtração de um suposto sufixo.
d) radicais.

O nome «sobra» vem do verbo «sobrar». O processo de formação ocorrido é o da
a) derivação por afixação.
b) conversão.
c) derivação não afixal.
d) derivação por parassíntese.

A alínea que tem apenas verbos com valor epistémico é
a) «Podes comer a manga que não te deve fazer mal».
b) «Pode ser que eu faça um bom teste de Matemática: o azar não deve continuar».
c) «Deves lavar os dentes, porque, de outro modo, podes ficar com cáries».
d) «Eu posso ser estúpido, mas, quanto a mim, um professor não deve comer na aula».

Não tem verbos com valor deôntico a alínea
a) «Tens de estudar mais, Albertina».
b) «Devem ler a p. 3456 do manual — vai sair essa matéria».
c) «Podes seguir pela direita — não deves é sair do passeio».
d) «Deve estar a começar uma trovoada».

A alínea em que há apenas interjeições e/ou locuções interjetivas é:
a) «Ó Deolinda!» | «Oh!» |«Irra!».
b) «Sua badalhoca!» | «Upa!» | «Ah!».
c) «Valha-me Deus!» | «Bravo!» | «Apre!».
d) «Trrim-trrim» | «Ui!» | «Eia!».

Há valor aspetual pontual em
a) «Eles têm praticado curling todos os sábados.»
b) «Ireneu levantou-se.»
c) «Na infância, lia compulsivamente.»
d) «Dou aulas na ESJGF.»

No passo «Por nervosismo, costumava mordiscar os lábios» há os valores aspetuais
a) perfetivo (pelo verbo auxiliar) e habitual (lexicalmente, no verbo principal).
b) habitual (pelo verbo auxiliar) e iterativo (lexicalmente, no verbo principal).
c) imperfetivo (pelo verbo auxiliar) e pontual (lexicalmente, no verbo principal).
d) genérico (pelo verbo auxiliar) e perfetivo (lexicalmente, no verbo principal).

O uso do presente em «Ele joga básquete no CDUL» implica um valor aspetual
a) perfetivo.
b) pontual.
c) imperfetivo.
d) genérico.

O predicado da frase «A Albertina parece boa pessoa» tem um verbo
a) intransitivo.
b) copulativo e um nome predicativo do sujeito.
c) transitivo direto e o seu complemento direto.
d) transitivo indireto e o respetivo complemento indireto.

Em «Ainda não lhes dei os prémios Tia Albertina», o verbo é
a) transitivo direto.
b) transitivo direto e indireto.
c) transitivo indireto.
d) copulativo.

A frase «Tens horas?» constitui um ato ilocutório
a) expressivo, indireto.
b) diretivo, indireto.
c) compromissivo, direto.
d) assertivo, direto.

«Admito que o tempo piorasse» consubstancia um ato de fala
a) declarativo, indireto.
b) assertivo, direto.
c) diretivo, direto.
d) expressivo, direto.

O uso dos conectores adequados é um dos mecanismos de coesão
a) referencial.
b) lexical.
c) temporal.
d) interfrásica.

No trecho «Fernando Pessoa morreu em 30 de novembro de 1935. Há quem ache que o grande poeta português tivera uma crise hepática provocada pela bebida, mas isso não é certo.», há um processo de coesão (referencial-lexical) conseguido através de
a) elipse no primeiro período.
b) uso de hiperónimo no segundo período (para evitar repetição do sujeito do primeiro).
c) uso de sinónimo no segundo período (para evitar repetição do sujeito do primeiro).
d) uso do pretérito mais-que-perfeito no segundo período.

Em «À entrada da escola, vi-o. Era um cocó de cão luzidio. Aliás, as fezes mais robustas que alguma vez ornaram aquele passeio.»,
a) «o» é uma catáfora.
b) «um cocó de cão luzidio» é uma anáfora.
c) «o» e «aquele passeio» são correferentes.
d) «aquele passeio» é uma anáfora.

Entre as pp. 80 e 85 aborda-se um novo género de texto, ainda que também dos média: o editorial. Lê o editorial do Público de 19 de março de 2010, intitulado «Não nos podemos esquecer» (p. 80).
Repara que a possível sequência deste título percebe-se bem, se lermos o penúltimo período do texto ou o subtítulo:
Não nos podemos esquecer de que, apesar ...

Que acontecimento justifica esta confiança nas iniciativas da sociedade civil?
No dia seguinte, haveria ...

Este exercício de cidadania coincidiu temporalmente com outro, de outro tipo?
Sim, com ...

Vê agora a síntese sobre o género editorial, na p. 82. Na coluna da direita da tabela seguinte, mostra, com exemplos, de que modo o texto lido na p. 80 cumpre os preceitos de um editorial:

tipo de editorial
polémico / interpretativo / objetivo-analítico
_________ {escolher}
características do registo linguístico
deíticos temporais e espaciais que situam o acontecimento
__________
formas verbais no presente, perfeito e futuro
__________ {um exemplo de cada tempo}
frases do tipo declarativo
__________ {uma só frase}
conectores e organizadores discursivos argumentativos
__________ {uns três}
verbos auxiliares modais
__________
pronomes pessoais (nós, se)
__________
estrutura do editorial
apresentação do tema
linhas ______
exposição das implicações e consequências
ll. ______
tomada de posição pessoal
ll. ______

Resolve o ponto 1 da p. 85:
(a) = ___; (b) = ___; (c) = ___; (d) = ___; (e) = ___; (f) = ___; (g) = ___; (h) = ___; (i) = ___; (j) = ___; (k) = ___.
Escreve o texto pedido no ponto 1.1 da p. 84. Como se trata de editorial, convém assumir um acontecimento próximo (se inventado, verosímil) que pudesse levar ao tratamento do assunto.
TPCEscreve o texto pedido no ponto 1.1 da p. 84. Como se trata de editorial, convém assumir um acontecimento próximo (se inventado, verosímil) que pudesse levar ao tratamento do assunto.

Aula 25-26 (2 [1.ª], 3/nov [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação).


Completa a tabela, relativa aos quatro anúncios da p. 64:


A
B
C
D
É publicidade comercial?

Sim


Foco do apelo


defesa dos animais

Recursos estilísticos no título
polissemia de «concentrar; fórmula «Era uma vez»




Resolve o ponto 4. da p. 65:
Nos títulos dos anúncios ___ concretizam-se atos ilocutórios ___.

«Às Vezes (Escuto e Observo Erros de Português)» (D.A.M.A / Vasco Palmeirim):

Às vezes oiço cada coisa e não fico ok
Às vezes leio em português que não está bem
Ninguém faz de propósito, eu sei
Mas acontece tantas vezes — ai Jesus, minha mãe!

Sei que às vezes eu pareço zangado
Mas isto faz-me ficar preocupado
Não quero ver a nossa língua neste estado
O português anda a ser tão maltratado
Quando há faltas para amarelo entradas de pé em riste
Gente que em vez de «estiveste» pergunta «onde é que tu estives-te?»
Às vezes é deixar o hífen bem sossegado
E não pôr a vírgula entre o sujeito e o predicado
Eu não sou perfeito, não sou uma Edite Estrela
Mas sei que não se pede uma «sande de mortandela»
Passam horas, dias, choro: fico muito triste
Quando «houveram novidades», porque isso não existe
São raros os casos de plural do verbo «haver»
E são muitos os que compram um automóvel num «stander»
E isto não são histórias tipo «era uma vez»
Isto é o que se passa com o nosso português

Refrão

Se eu tivesse poderes, homens e mulheres não diziam «quaisqueres»
Eu sei que é difícil distinguir o «à» do «há»
Para onde é o acento? Qual deles leva o «h»? Oh mãe!
E acredita rapaz — que toda a gente é capaz
De não escrever um «z» na palavra «ananás»
E era maravilha — ver «você» sem cedilha
E que ninguém dissesse «há muitos anos atrás»
Aquilo que eu quero como tu muito bem vês
Sendo bem sincero quero bom português
E tenho a certeza que toda a gente consegue
Se até JJ sabe dizer Lopetegui

Refrão

«Há-des» — isto assim não está bem
«Salchicha» — isto assim não está bem
«Devia de haver» — isto assim não está bem
E dizer «tu fizestes» também não está bem!

Refrão

Completa:

Erro
Forma corrigida
Explicação do processo que leva ao erro. [Conselho.]
estives-te

____
Toma-se como pronome o que é parte da forma verbal. [Saber flexão dos verbos; experimentar substituir falso pronome.]
pôr vírgula entre o sujeito e o predicado
não pôr vírgula entre o sujeito e o predicado
Na oralidade, por vezes, fazemos essa pausa. [Ter em conta que a ____ depende sobretudo da análise da sintaxe, não é mera equivalência da entoação.]
sande de mortandela
sandes (ou sanduíche)
Derivação não afixal ainda não aceite — «sande» seria um singular de «sandes» (e «sandes» já é uma acomodação popular do ___ «sanduíche»).
___
Nasalização indevida (talvez por assimilação ao m- inicial).
houveram novidades
houve novidades
O complemento direto «novidades» é interpretado como ___. [Recordar que o verbo haver é impessoal.]
stander
____ [no pg. do Brasil: estande]
Acomodação ao português de um empréstimo, assumindo-se ser o final do étimo semelhante ao de outros anglicismos.
quaisqueres
quaisquer
Fez-se plural das duas palavras-base, esquecendo-se que uma delas («quer») é uma forma ___.
á
à
Esquece-se que o acento usado na contração a + a é grave. [Recordar as poucas palavras com este acento: à, às, àquele(s), àquela(s), ___, àqueloutro(s), àqueloutra(s).]
à cinco anos
há cinco anos
Confunde-se o «há» destas expressões com a contração de _____ e determinante. [Perceber que há sentido de ‘existência’ («haver»), embora de tempo.]
ananaz
_____
Faz-se erro de ortografia advertível apenas por memória.
voçê
você
Esquece-se que ci e ce nunca levam ____. [Ao contrário de -ça, -ço, -çu — que se opõem a ca, co, cuce e ci contrastam com que, qui.]
há muitos anos atrás
há muitos anos
Faz-se um pleonasmo: «atrás» repete o que já está _____ em «há».
há-des
____
Faz-se analogia com outras pessoas do verbo e dos verbos em geral (a 2.ª pessoa costuma terminar em -s). [Recordar que «de» é uma preposição.]
salchicha
salsicha
Assimila-se som da penúltima sílaba ao da última ___.
deve de haver
____
Usa-se regência errada.
fizestes
fizeste
Faz-se analogia com o que é habitual na 2.ª pessoa dos outros tempos verbais (terminar em -s), o que é favorecido por já não se usar a 2.ª pessoa do plural (que é efetivamente em -tes). [Conhecer o pretérito ___.]

Depois de relanceares «Publicidade», nas pp. 62-63, faz uma análise do anúncio às águas das Pedras Salgadas (63) ou às maçãs de Alcobaça (61). Procura incorporar alguns dos termos da nomenclatura explicada no texto expositivo das pp. 62-63. Usa caneta.

TPC — Vê em Gaveta de Nuvens (aqui) o que digo acerca da tarefa de ler um livro.

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