Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-26)
Aula 1-2 (21 [1.ª] e 22/set [12.ª, 8.ª, 7.ª,
5.ª]) Apenas poucas indicações úteis ao trabalho ao longo do ano: blogue,
manuais, folhas no caderno, gramática; avaliação (reservando-se a informação
sobre aspetos do programa e calendário para mais tarde). Cfr. Apresentação da aula (mais em baixo).
Os
parágrafos que se seguem tratam dos autores de que este ano mais falaremos: o
Padre António Vieira (88-135), Almeida Garrett (136-225), Eça de Queirós
(226-285), Cesário Verde (286-320). Entre parênteses, as páginas das secções
que lhes correspondem no manual, embora não seja muito útil a sua consulta para
esta tarefa.
Deves
assinalar a veracidade (V) ou
falsidade (F) das frases. Algumas
escondem subtis impossibilidades, anacronias; mas também é preciso ter em conta
que os escritores são muitas vezes excêntricos.
O
aluno que tiver melhor resultado receberá uma parvoíce qualquer (tipo prémio Tia
Albertina).
António
Vieira (1608-1697)
O Padre António Vieira, que, aos seis anos,
partira para o Brasil com os pais — os portugueses Cristóvão Vieira Ravasco e Maria Azevedo —, era
mestiço.
O Padre António Vieira atravessou o Atlântico
sete vezes, tendo morrido na Baía.
Nas suas actividades evangelizadoras dos índios,
no Brasil, os jesuítas — a Companhia de Jesus, a que pertencia o Padre Vieira —
usavam a variante sul-americana do português.
Para assistir aos sermões do Padre António
Vieira, ia-se de madrugada à igreja, a fim de reservar o lugar. Havia até quem
acampasse à frente da igreja, nos dias anteriores.
Um dos mais famosos sermões de Vieira, o «Sermão
de Santo António [aos Peixes]», foi feito no Oceanário de Lisboa, em frente às
carpas e aos atuns.
Almeida
Garrett (1799-1854)
Garrett era filho de António Bernardo da Silva e
de Ana Augusta de Almeida Leitão.
Careca, Garrett usava uma peruca, mas tinha o
cuidado especial de que o seu cabelo parecesse natural e, por isso, ia trocando
de cabeleira periodicamente, simulando o crescimento natural do cabelo.
Garrett usava um espartilho, para parecer ter a
cintura muito fina, e um sutiã, para parecer ter um peito bem proporcionado.
Aos vinte e tal anos, Garrett namorou uma
rapariga de onze.
Garrett tinha pernas — ou parte das pernas —
postiças, mas movia-se com assinalável elegância.
Frei Luís
de Sousa,
de Almeida Garrett, é uma peça que, fantasiando-os, se inspirou em factos da
vida do escritor cujo nome Garrett pôs no título, Manuel de Sousa Coutinho
(1555-1632).
A primeira representação de Frei Luís de Sousa foi feita no Jardim Zoológico de Lisboa, perto
da zona dos elefantes.
Eça de
Queirós (1845-1900)
Eça de Queirós, aclamado em Vila do Conde como
natural desta cidade, nasceu na Póvoa de Varzim.
Ramalho Ortigão (1836-1915) — co-autor, com Eça,
do Mistério da Estrada de Sintra —
foi professor do amigo, quando este tinha cerca de dez anos.
Na Relíquia,
romance de Eça de Queirós, o protagonista tem o azar de fazer uma troca na
prenda que queria oferecer à sua tia beata (cuja fortuna queria herdar): em vez
de uma relíquia da Terra Santa embalou a camisa de dormir da mulher com quem
estivera.
Em Os
Maias há pelo menos quinze refeições completas, algumas narradas em três
páginas mas outras em vinte e seis.
Dois dos romances de Eça aproveitam situações de
incesto. Em A Tragédia da Rua das Flores,
o incesto envolve mãe e filho; em Os
Maias, o incesto é entre irmãos.
Cesário
Verde (1855-1886)
Em casa dos pais de Cesário Verde, aos serões,
saboreavam-se doçarias de cocó.
Na loja de ferragens, negócio da família, Cesário
Verde, vestido de azul, tinha à venda camisolas de algodão e chinelas de
tranças. Chegou a vender calda de tomate.
Cesário Verde, já muito doente, esteve, a
conselho do médico-santo Sousa
Martins, a aproveitar os ares do campo em Caneças e, depois,
no Lumiar, onde aliás morreria.
O conto O
Berloque Vermelho, escrito por Silva Pinto na 1.ª pessoa e precisamente no
ano em que
conhecera Verde, descreve uma paixão entre dois rapazes, o
que já se tem interpretado como sintomático do tipo de relação que haveria entre
os dois escritores. Silva Pinto veio a ser o editor do póstumo O Livro de Cesário Verde.
Preenchimento
da ficha de caderneta (incluindo definição telegráfica).
O
primeiro texto no Expressões-11, na
p. 10, é o poema «Issilva», de Alexandre O’Neill. Como no manual faltam alguns
versos (10-21), fica o texto reproduzido em baixo, completo:
Se
bem grafados, «issilva» e «dassilva» ficariam «_____» e «____». O efeito obtido
com aquela grafia errada era o de ___________.
A
parte que, no manual, foi omitida talvez tornasse ainda mais nítida uma
característica dos nomes escolhidos: trata-se, quase sempre, de apelidos __________.
Quase
não é possível fazer perguntas de sintaxe
acerca deste poema, já que nele as palavras não se relacionam em frases. É como
se estivéssemos perante uma lista de palavras soltas, maioritariamente de uma
única classe, a dos ____. No entanto, vendo mais de perto, percebemos que surgem
três outras classes de palavras,
entre as quais duas que servem precisamente para estabelecer conexões (entre
frases ou palavras): a das ____ (ilustrada por «de») e a das ____ (representada
por «e»). A classe de palavras que falta referir é a dos ____ (abonada pelo
artigo «a», presente numa contração com a preposição já mencionada).
Escreve
um texto expositivo-argumentativo cujo objectivo (em termos de mensagem a
passar aos outros, tese defendida, finalidade crítica) seja equivalente ao do
poema de O’Neill. (Os tipos de texto
expositivo e argumentativo estão definidos nas pp. 345-346 [e 94], mas
parece-me escusado ires rever essas noções.)
Aula 3-4 (24 [12.ª, 5.ª] e 25/set
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção do texto expositivo-argumentativo feito na aula
anterior e agora devolvido.
[Tentativa minha para texto
expositivo-argumentativo em torno do assunto pedido]
Muitos
se lembrarão desse momento de Mr. Bean em
férias: numa cabine telefónica, junto da linha do TGV, o nosso herói tenta
descobrir um preciso número de telemóvel entre uma centena de possibilidades.
Anotara os algarismos, mas falhara os das dezenas e das unidades. Por isso, vai
experimentando todas as combinações e respondem-lhe dos mais variados locais ou
contextos (senhora no cabeleireiro; homem distinto em velório; bebé durante a
papa). Ficamos com a certeza da aleatoriedade do processo: aqueles cem números,
pela diversidade dos recetores e situações a que conduziam, seriam uma amostra
credível da sociedade francesa.
Podemos
perguntar-nos se se chegaria a um resultado tão heterogéneo se o meticuloso Bean
tivesse tido de recorrer a uma lista telefónica, e se se tratasse de descobrir
o contacto certo entre uma ou duas colunas de proprietários de telefone fixo. Talvez
não. Não esqueçamos que as listas de telefones se organizam por apelidos. Não
era pequena a probabilidade de irmos dar a um conjunto de endereços a que
correspondessem perfis próximos em termos sociais, em função de o apelido ser
mais ou menos popular ou rebuscado. A coluna dos «Ávila», «Avilez», «Ayala» não
nos sugeriria palacetes, mesmo se porventura arruinados? A dos «Ó», «Oca»,
«Oleirinha» não tem forte sabor rural?
É
certo que este raciocínio decorre mais de estereótipos do que de ciência
investigada. Dir-se-á também que, calhando-nos uma das muitas dezenas de
páginas de «Silvas» ou de «Santos», de novo ficaríamos com um retrato
verosímil, distribuído por todos os níveis sociais e proveniências. E, no
entanto, pense-se que, dentro dessas séries de apelidos frequentes, a ordem
alfabética dos primeiros nomes levaria a que nos pudéssemos deparar, por
exemplo, com uma maioria de «Marias de qualquer coisa», o que decerto
condicionaria o retrato sociológico do elenco que obtivéssemos.
[faltava a conclusão:]
Vai
lendo o texto das pp. 11-13, «O top dos nomes», e, em cada item, circundando a
alínea com a melhor solução.
Segundo
o que se afirma na síntese nas linhas 1-5, o nome «Maria»
a)
tem-se tornado mais raro.
b)
mantém-se como um dos mais frequentes.
c) ainda
é muito usado, embora as certidões de nascimento mostrem que é agora menos
popular.
d)
ainda é o mais frequente dos nomes.
«Cinco
milhões de portugueses viram a cabeça quando ouvem pronunciar estes “sons”!»
(ll. 8-10) significa que há cinco milhões de portugueses
a)
com os nomes «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
b)
que não respondem quando ouvem «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
c)
que conhecem pessoas com os nomes «Maria», «José», «Manuel», «António», «Ana».
d)
que não ligam quando interpelados.
O
adjetivo «nacionais» (22) corresponde a
a)
«de Espanha».
b)
«de Portugal».
c)
«de ‘Maria’ e de ‘José’».
d)
«ibéricos».
Segundo
o parágrafo 23-31, os nomes
a)
entram em moda e em desuso ciclicamente.
b)
perduram, resistindo à erosão do tempo e da memória.
c)
são sobretudo resultado de fenómenos de moda.
d)
mantêm-se em uso indefinidamente (em alguns casos) ou vão entrando e saindo de
moda (em outros).
No
parágrafo constituído pelas ll. 33-49, a falta de variedade na escolha dos
nomes em Portugal é justificada com
a) a
pouca imaginação dos padrinhos.
b) o
hábito de se atribuírem nomes de familiares.
c) o
facto de serem os pais e, por vezes, os irmãos a sugerirem os nomes.
d) o
facto de a escolha, naturalmente, não ser feita pelo próprio.
As
aspas que delimitam «partilhar» (42-43)
a)
assinalam uma citação.
b)
marcam tratar-se de discurso reproduzido.
c)
enfatizam um sentido irónico.
d)
vincam o sentido denotativo do termo.
O
parágrafo 50-76 serve sobretudo para mostrar uma importante influência na
adoção dos nomes —
a) o
calendário.
b) o
computador.
c) a
religião.
d) as
páginas eletrónicas.
O
antecedente do pronome anafórico «o» (87) é
a)
«um traço».
b)
«uma marca».
c)
«tanto».
d) «o
nosso nome».
A
pergunta que abre o parágrafo nas ll. 89-100
a) é
uma interrogação puramente retórica.
b) é
feita por Paula Matos.
c)
serve para introduzir a argumentação seguinte (que, no fundo, lhe responde
negativamente).
d)
serve para introduzir a argumentação seguinte (que, no fundo, lhe responde
afirmativamente).
Nas
linhas 101-113 fica implícito que a autora considera
a)
serem «Durvalino» e «Hermenegilda» nomes que podem estigmatizar quem assim se
chame.
b)
que «Diogo» e «Durvalino» são nomes com idênticas probabilidades de serem bem
aceites.
c)
que os nomes não se refletem na atitude daqueles a quem foram atribuídos.
d)
que também os nomes «Diogo» ou «Catarina» podem não agradar aos seus
detentores.
Segundo
o parágrafo 115-131, os portugueses
a)
costumam ter mais apelidos do que os franceses.
b)
costumam ter mais nomes do que os franceses.
c)
costumam ter menos sobrenomes do que os franceses.
d)
costumam ter menos apelidos do que os espanhóis.
No
parágrafo das linhas 132-149, diz-se que, em Portugal,
a) o
último apelido tem de ser o paterno.
b) o
penúltimo apelido pode ser o materno ou o paterno.
c)
não há legislação sobre a atribuição dos apelidos.
d) é
obrigatório ter-se quatro apelidos.
Segundo
o parágrafo 150-169, designam-se «patronímicos»
a) os
apelidos derivados dos primeiros nomes dos pais.
b)
apelidos como «Pereira» ou «Rapado».
c)
nomes com «Afonso».
d) os
apelidos usados na Idade Média.
Segundo
o parágrafo 151-169, além dos patronímicos, os étimos dos apelidos podem
repartir-se em
a)
alcunhas, topónimos.
b)
nomes próprios, alcunhas, nomes de localidades.
c)
características físicas, profissões, outros aspetos particulares.
d)
nomes de localidades, nomes próprios.
Os
parênteses usados no mesmo parágrafo das linhas 151-169 servem para
a)
apresentar informação adicional.
b)
fornecer dados explicativos da informação anterior.
c) se
fazer um aparte, uma observação marginal.
d)
inserir um modificador apositivo.
A
pergunta que abre o último parágrafo (170-180)
a) é
respondida nas linhas que se lhe seguem.
b)
serve para afirmar uma ideia.
c)
estabelece um cenário que é exemplificado depois.
d) é
contrariada nas linhas seguintes.
O
último período do texto salienta a importância
a) da
identidade.
b) da
história da língua.
c) da
moda.
d)
de, ao caminhar, atentarmos na possível presença de cocós de cão.
Como
viste no texto lido («O top dos nomes», pp. 11-13), boa parte dos apelidos
começaram por ser patronímicos (=
‘nomes de pai’): o primeiro Marques era filho de um Marco; o primeiro Simões, filho
de um Simão; o primeiro Lopes, filho de um Lopo. (Estes apelidos terminavam em -z, porque o morfema que se afixava ao
nome de batismo do pai era -ici, que
evoluiu para -iz, -ez ou -z e, com a reforma ortográfica de 1911, para -s.) Atrás de muitos apelidos terminados em -s estão, portanto, primeiros nomes de homem.
Na
tabela seguinte, deduz os patronímicos ou os primeiros nomes (alguns destes
eram comuns na Idade Média mas caíram em desuso depois).
Nome
|
Patronímico
|
Sancho
|
|
Soeiro
|
|
Estêvão
|
|
Gonçalo
|
|
Dias
|
|
Mendes
|
|
Nuno
|
|
Anes
|
|
Peres
/ Pires
|
|
Vasques
|
|
Álvares
|
|
Paio
/ Pelágio
|
|
Antunes
|
Porém,
nem todos os esses em final de apelido se devem àquele -ici. Por exemplo, os apelidos Reis e Santos celebram datas
do calendário cristão: o Dia de ___ e o Dia de Todos os ____).
O trecho que vimos do Programa
do Aleixo (início do episódio 1, da temporada 2) faz apresentarem-se-nos
personagens (Bruno Aleixo, Nelson Miguel Rodrigues Pinto, Buçaco [«Bussaco» é
erro ortográfico], Renato Alexandre, Busto) que podem ilustrar as quatro
origens mais comuns dos apelidos: patronímicos,
alcunhas, topónimos, invocação
religiosa.
«Rodrigues» é um caso de _____ (o étimo é o nome «Rodrigo»). «Pinto»
é um apelido que deve provir de uma _____ (o étimo terá sido «pinto», a cria da
galinha). «Buçaco» exemplifica bem o processo de formação a partir de ______ (de
certo modo, mostra até os dois momentos: primeiro, o nome do lugar está
explícito em «[Homem do] Buçaco»; no final, Bruno trata o amigo já apenas por
«Buçaco»). Quanto ao apelido do nosso protagonista, «Aleixo», pode ter várias
explicações, mas uma delas é a de se tratar de ________ (se supusermos que a
origem é «Santo Aleixo»).
Há
uma característica inevitável da língua: a maneira como ela é diferente
conforme a idade das pessoas, os sítios que frequentam, os seus interlocutores.
Esta característica tem o nome de variação.
E tem um resultado: a língua de quem vive em determinado tempo é sempre muito
diferente da dos seus antepassados. A isso se chama mudança linguística.
As
duas tabelas mostram um caso de variação e mudança no campo particular das escolhas
de nomes de pessoas. Excecionalmente, até podemos trabalhar com referência a
poucas décadas, porque, sendo uma área da língua muito exposta às vaidades
humanas e influenciada por acontecimentos diretos — telenovelas, surgimento de vedetas
de futebol, etc. —, o ritmo das mudanças é anormalmente elevado.
Nas
colunas já preenchidas estão os nomes mais populares em cada década (a fonte
dos dados é a 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa). À direita, deixei
espaço para fazeres uma tentativa de acertar no top dos nomes dos nascidos em
2000.
Nomes femininos
|
|||||
1960
|
1970
|
1980
|
1990
|
2000 (segundo tu)
|
|
1.º
|
Maria
|
Maria
|
Ana
|
Ana
|
|
2.º
|
Ana
|
Ana
|
Carla/Maria
|
Joana
|
|
3.º
|
Isabel
|
Carla
|
Sónia
|
Sara
|
|
4.º
|
Anabela
|
Paula
|
Sandra
|
Andreia
|
|
5.º
|
Teresa
|
Sandra
|
Cláudia
|
Cátia
|
|
6.º
|
Helena
|
Isabel
|
Susana
|
Inês
|
|
7.º
|
Cristina
|
Anabela
|
Andreia
|
Catarina
|
|
8.º
|
Elisabete
|
Elisabete
|
Patrícia
|
Cláudia
|
|
9.º
|
Fernanda
|
Elsa
|
Marta
|
Vanessa
|
|
10.º
|
Luísa
|
Cátia
|
Maria
|
Nomes masculinos
|
|||||
1960
|
1970
|
1980
|
1990
|
2000 (segundo tu)
|
|
1.º
|
José
|
Paulo
|
Ricardo
|
João
|
|
2.º
|
António
|
José
|
Pedro
|
Tiago
|
|
3.º
|
João
|
João
|
Nuno
|
André
|
|
4.º
|
Luís
|
Luís
|
João
|
Pedro
|
|
5.º
|
Carlos
|
Carlos
|
Bruno
|
Ricardo
|
|
6.º
|
Pedro
|
António
|
Carlos
|
Diogo
|
|
7.º
|
Paulo
|
Rui
|
Paulo
|
Fábio
|
|
8.º
|
Fernando
|
Pedro
|
Rui
|
Nuno
|
|
9.º
|
Manuel
|
Nuno
|
Hugo/Luís
|
Bruno
|
|
10.º
|
Rui
|
Jorge
|
Tiago
|
Miguel
|
Em
folha solta, faz um comentário a «Maria Albertina» (p. 21). Nesse comentário (com,
pelo menos, cem palavras; talvez cerca de cento e cinquenta palavras),
explicitarás em que medida a letra da canção apresenta uma crítica à escolha de
nomes no nosso país. Inclui uma citação, pelo menos.
TPC — Resolve as perguntas 9 e 10 da p. 16
do manual. (Por favor, testa mesmo o teu conhecimento, mesmo se as respostas já
estiverem lançadas no livro com que estejas a trabalhar.)
Aula 5-6 (28 [1.ª] e 29/set
[12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Sinais usados na correção de redações (cfr. Apresentação); correção dos
comentários. [Exemplo de comentário:]
Na
letra de «Maria Albertina», o sujeito poético dirige-se a uma 2.ª pessoa, que é
precisamente a personagem que dá o título à canção. Este «tu» — marcado pelo
vocativo no refrão, pelo pronome «te», pelos determinantes «teu» e «tua», por
«foste» e pelo imperativo «deixa» — é alvo de uma crítica: ter batizado a filha
com o nome «Vanessa», que considera não ser um nome tipicamente português e
popular («cá da terra»).
A má
escolha do nome sai realçada pelo facto de a culpada por essa cedência a modas
importadas ter ela própria um nome exemplar em termos de portuguesismo, o
genuíno «Maria Albertina» (que «tem muito encanto», ainda que o poeta sempre vá
reconhecendo não ser «um espanto»). Também o retrato da vítima («cheiinha e
muito moreninha») parece ter como objetivo vincar o contraste entre o nome
estrangeiro e a aparência física, que seria, segundo o estereótipo, até muito
lusitana.
(150 palavras)
Sobre avaliação e mais indicações úteis (cfr. Apresentação).
Nestes
sketches (ambos da série Barbosa), encontramos
todos os atos
ilocutórios que convém ficarem fixados: assertivo, diretivo, compromissivo, expressivo, declarativo.
Identifica
o tipo de ato a que corresponde cada trecho. Na primeira tabela assinala também
se o ato é direto ou indireto.
«Na dúvida, a culpa é do africano»
|
Tipo do
ato ilocutório
|
|
Todos
em pé!
|
Diretivo
|
Direto
|
Façam
o favor de se sentar.
|
Direto-(Indireto)
|
|
Levantem-se
os réus.
|
||
O coletivo não conseguiu estabelecer com 100% de certeza
qual dos réus é o culpado.
|
Direto
|
|
Consideramos que, na dúvida, a culpa é do indivíduo de
raça negra.
|
Assertivo
|
|
A
sentença será lida na próxima semana.
|
Direto
|
|
Está
encerrada a sessão.
|
Direto
|
|
Mas
que é isto?
|
Indireto
|
|
Está
calado, pá.
|
||
Mas
que grande injustiça...
|
«O
polícia que prova tudo»
|
Tipo do ato
ilocutório
|
Senta-te no chão.
|
diretivo
|
Pernas cruzadas! Cotovelos em cima dos
joelhos!
|
|
Sempre quero ver o que está aqui.
|
|
Isto é droga.
|
|
Sabes o que é isto?
|
|
Consideramos-te suspeito (arguido / culpado).
|
Na p.
20, lê o texto «O sr. José», de José Saramago. Depois, mantendo o estilo do
texto (que é do tipo narrativo-descritivo), registo linguístico (bastante
formal), perfil de narrador, escreve uma sua continuação, com extensão
aproximada da do que escreveu Saramago. Esta continuação não tem de, mas pode,
ser conclusiva.
O
filme O Discurso do Rei interessa-nos
a vários títulos. Sobretudo, far-nos-á reconhecer a importância da oratória, neste caso ilustrada por
peripécias verídicas: as dificuldades de fala de Jorge VI, a terapia da sua
expressão oral, o decisivo discurso com que anunciou a II Guerra Mundial. Entretanto,
no início do filme há várias referências ao onomástico (aos nomes próprios) e é esse o tópico que nos vai
mobilizar por enquanto.
_____
— nome que talvez não entre em moda tão cedo — foi um grande orador grego. Ter
seixos na boca enquanto ensaiava os discursos, episódio sempre citado, era uma
das estratégias a que recorrera para vencer a gaguez de que padecia.
O apelido do original terapeuta da fala,
cujo primeiro nome é Lionel, quase parece inventado propositadamente. Com
efeito, «____» assemelha-se ao radical
grego ‘logo’, que significa ‘discurso, palavra, razão, estudo’ (cfr. «logorreia», «logótipo»,
«logogrifo», «logopedia», «logograma»).
Também
é interessante o apelido usado pelo futuro rei, quando pretendia passar
incógnito: ____ é decerto um dos apelidos mais comuns em Inglaterra e é um patronímico (significa ‘___ de John’,
sendo equivalente ao português Anes, ao russo Ivanov, ao sérvio Jovanović, ao
holandês Jansen, ao dinamarquês Jensen, ao sueco Johansson, ao galês Jones,
etc.). Outro apelido com origem patronímica é o da presidente da Sociedade de
Terapeutas da Fala, que teria recomendado Lionel, a senhora Eillen ____ (onde
adivinhamos um antepassado escocês filho de um Leod).
A
certa altura alude-se aos nomes de
batismo do então Duque de Iorque. Chamava-se ele «Alberto Frederico Artur
Jorge», embora o tratassem familiarmente pelo hipocorístico ___ (< Albert). Mais à frente se verá o motivo de,
aquando da coroação, ter preferido o nome ___, em detrimento dos outros.
Uma
última menção se pode fazer. Surgem, ainda crianças, as princesas ____ e
Margaret. A primeira é a atual rainha e, como já expliquei, será responsável
pela relativa popularidade deste nome em Portugal há quase de sessenta anos, já
que visitou o país em 1957. É um caso curioso, porque sempre fora muito
corrente um outro nome seu cognato:
«____». Também ____ e Jaime são divergentes
de um mesmo étimo, Iacobu.
TPC — Resolve — mesmo se olhando também as
soluções — as pp. 51-52 do Caderno de
Atividades, que versam sobre ‘Atos ilocutórios’. (Ponho aqui uma
reprodução dessas páginas, para o caso de haver quem não disponha do Caderno.) Sobre o mesmo assunto, podes
também estudar as pp. 337-338 do manual e ver as páginas que, aqui,
reproduzo de uma boa gramática.
Aula 7-8 (1 [12.ª, 5.ª] e 2/out
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «O top dos
nomes» (cfr. Apresentação).
Como
resposta alternativa à pergunta 11 da p. 16, assinala os intrusos na lista que
ponho (se for necessário, há breve definição de ‘campo lexical’ na p. 332):
Campo lexical de «nome»
nome
onomástico
cocó
hipocorístico
identificar
assinar
designar
Não
invoques em vão o santo nome de Maria!
alcunha
apelido
topónimo
com
há
batismo
nomeação
nómada
O ano
passado revimos o verbo — a sua conjugação, a sua
flexão —, mas não relembrámos as suas subclasses.
O verbo pode ser...
principal
|
intransitivo
|
não seleciona complementos
|
|
transitivo
|
direto
|
seleciona complemento direto
|
|
indireto
|
seleciona complemento indireto (ou complemento
oblíquo)
|
||
direto e
indireto
|
seleciona dois complementos
|
||
predicativo
|
seleciona complemento direto e predicativo do
complemento direto
|
||
copulativo
|
associa-se a um predicativo do sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar, permanecer, tornar-se, etc.)
|
||
auxiliar
|
dos
tempos compostos
|
ter,
haver
|
|
da
passiva
|
ser
|
||
temporal
|
ir, haver de
|
||
aspetual
|
estar, continuar,
começar, acabar, ir, vir, ficar
|
||
modal
|
ter de, poder, dever
|
Sobre
os valores
modais (ou modalidades), tens uma
explicação no final da p. 335 do manual. As três modalidades são: epistémica (valores de probabilidade,
possibilidade, certeza); deôntica
(permissão, obrigação); apreciativa.
Na
tabela, preenche a coluna da direita com a modalidade que esteja em causa.
«O desensofador» (série Lopes da Silva)
|
modalidade
|
Ui!
|
|
Não
lhe vou mentir: está muito complicado...
|
|
Vai
ser preciso desmontar: tenho de
tirar a almofada.
|
|
Tenho de
fazer a verificação do forro a nível do extravio de acepipes.
|
|
Não pode recolocar agora?
|
|
Não posso voltar cá.
|
|
Tenho
um serviço num dentista que deve
ser demorado.
|
|
Que
horror: parece impossível!
|
|
Parece
incrível como há gente assim em pleno século XXI...
|
|
E posso colocar eu a almofada?
|
|
Por
mim, pode.
|
|
Pode só virar o fecho éclair ao contrário...
|
|
Pode meter mal a almofada...
|
|
A
única coisa que pode acontecer é
desfigurar o sofá para sempre.
|
|
Posso oferecer-lhe uma cerveja?
|
|
Devemos ter
cuidado com chaves e naperons — o mundo tornou-se complicado para os sofás.
|
Escreve
uma curtíssima síntese do texto «Comunicação» (p. 28), completando o que se
segue:
Neste
verbete de dicionário chama-se a atenção para o facto de, ao comunicarmos,
estarmos condicionados por um ______. O uso da fala, o domínio do discurso, não
exigiria apenas destrezas de ordem linguística, implicaria ________.
Depois
de ler o seu discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho,
sublinha-lhe a importância da comunicação nos tempos que corriam:
«Este
aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não
cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes
simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas:
tornámo-nos atores.»
Vê o cartoon na p. 53. Escreve um texto
expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à
citação de Jorge V e à imagem (e, em parte, ao já lido «Comunicação»).
Podes
incluir, mas sem que sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas
enquanto ilustração do que defendas —, alguma alusão à frase de Jorge V (e ao
caso dramático de Jorge VI) e ao desenho.
...
TPC — Resolve as perguntas 14, 15, 16 (pp.
17-18 do manual), que se ocupam de matérias que já demos o ano passado. Revê as
matérias que estudámos hoje. No manual, tens «D. Valor modal. / 1. Modalidade»
(p. 335); e aqui há um
trecho sobre o mesmo assunto no final de ‘Tempo, aspeto, modalidade’. Sobre as subclasses do verbo, podes ver a parte
4.1.2 [«Verbo»] de ‘Classes de palavras’ (aqui).
Aula 9-10 (5 [1.ª] e 6/out [12.ª,
8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção de redações entregues.
[Exemplo meu de solução possível:]
No século XX, o advento de dois meios de
comunicação que fizeram que o discurso e a imagem do orador chegassem a toda a
população reorientou o modo de agir dos governantes. O sucesso da política
passou a depender de competências de comunicação. A constatação, feita por
Jorge V, de que, dado o surgimento da telefonia, a forma como os outros
percecionavam o que o rei dizia se tornara decisiva («Agora, temos de entrar na
casa das pessoas e ser-lhes simpáticos») tem correspondência no cartoon de
Angel Boligan, onde um aparelho de televisão condiciona a mole que parece
obedecer-lhe cega e submissamente.
Por hipérbole, na caricatura a televisão deixou
de ser simples intermediária de quem discursasse e apoderou-se das funções do
orador, sem que o povo disso se apercebesse. O braço que fura o vidro simboliza
o poder da forma e do meio, que já suplantaram conteúdo e agente.
(149
palavras)
Fica
a seguir a continuação do trecho «O sr. José» (p. 20 do manual), como está no
livro de José Saramago, Todos os Nomes:
tratamento. Que, diga-se já, não
vale o de senhor tanto quanto em princípio pareceria prometer, pelo menos aqui
na Conservatória Geral, onde o facto de todos se tratarem dessa maneira, desde
o conservador ao mais recente dos auxiliares de escrita, não tem sempre o mesmo
significado na prática das relações hierárquicas, podendo mesmo observar-se, nos
modos de articular a breve palavra e segundo os diferentes escalões de
autoridade ou os humores do momento, modulações tão distintas como sejam as da
condescendência, da irritação, da ironia, do desdém, da humildade, da lisonja,
o que mostra bem a que ponto podem chegar as potencialidades expressivas de
duas curtíssimas emissões de voz que, à simples vista, assim reunidas, pareciam
estar a dizer uma coisa só. Com as duas sílabas de José, e as duas de senhor,
quando estas precedem o nome, sucede mais ou menos o mesmo. Nelas será sempre
possível distinguir, ao dirigir-se alguém, na Conservatória
e fora dela, ao nomeado, um tom de desdém, ou de ironia, ou de irritação, ou de
condescendência. Os restantes tons, os da humildade e da lisonja, embaladores e
melodiosos, esses nunca soaram aos ouvidos do auxiliar de escrita Sr. José,
esses não têm entrada na escala cromática dos sentimentos que lhe são
manifestados habitualmente. Há que esclarecer, no entanto, que alguns destes
sentimentos são muitíssimo mais complexos do que os antes enumerados, de certo
modo primários e óbvios, feitos de uma peça só. Quando, por exemplo, o
conservador deu a ordem, [...]
Por esta reprodução de manuscrito de Fernando Pessoa (BNP
Esp. E3/48I-4), vemos que o poeta terá feito uma lista de fórmulas de
tratamento possíveis para um José da Silva (que, claro, nada tinha que ver com
o «sr. José» de Saramago). Coloca as doze «maneiras de tratar» em ordem
descendente de formalidade (da mais formal à mais informal). Com isso,
responderás indiretamente a 22.1 da p. 20. Em baixo, decifro a letra de Pessoa.
Vossa
Excellencia || Vocelencia (ou Vocencia) || O sr. José da Silva || Dr. Silva ||
Sr. José || O senhor || O José da Silva || O Silva || O José || Você || Tu ||
Vocemecê || [linha como para apresentar
resultado] || 12 maneiras de tratar
...
...
...
Correção
do tepecê (ver Apresentação).
Na
última aula, muito à pressa, fez-se uma síntese do texto expositivo
«Comunicação». Como é típico da síntese, condensava-se a informação
mas sem a preocupação de manter a ordem do original ou a exata proporção dos
tópicos. Também usámos um enquadramento especial, deixando cair o sistema de
pessoas e tempos do texto que se reduzia.
Agora,
peço-te um resumo do comunicado na p. 41. Ao contrário do que
sucede na síntese, num resumo a condensação deve manter o sistema de enunciação
do texto-fonte, adotar a mesma ordem, conservar tempos e pessoas, evitar pontos
de vista exteriores. (Normalmente, o resumo deve ainda cumprir o número de
parágrafos do original. Neste caso, porém, é nítido que — sobretudo na segunda
metade do comunicado — há demasiados parágrafos pequenos e, portanto, convém
que a condensação a que se procederá agregue alguns deles.) Na p. 324,
lembram-se as regras para elaboração de resumos.
No
dia 25 de novembro comemora-se o Dia Internacional Contra a Violência Contra as
Mulheres.
A
APAV ...
...
...
...
Na p.
36, enunciam-se as características habituais de um Comunicado. Verifica
se essas várias características se encontram efetivamente no texto da APAV (p.
41). Já «chequei» a primeira:
Características do
registo linguístico
—
Linguagem objetiva e clara marcada pela denotação; √
—
Utilização da terceira pessoa do singular ou do plural;
Estrutura do comunicado
— Título (sucinto, atrativo e
objetivo) e subtítulo; √
— Origem
da informação (emissor);
— Lead (informação essencial,
presente nos primeiros parágrafos, respondendo às questões: Quem? O quê?
Quando? Onde?);
— Corpo do comunicado (não deverá ser
demasiado extenso e o surgimento da informação deverá ser de importância
decrescente);
— Fecho (data e entidade responsável pela comunicação —
nome, morada, endereço de correio eletrónico, contacto telefónico...).
No
final do trecho de hoje do Discurso do
Rei, o futuro Jorge VI usa, uma série de imprecações. Esses termos soltos —
no caso, de registo muito popular —, não desempenham qualquer função sintática,
exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras, são
integráveis nas interjeições. Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática
Prática — não contém todas as interjeições, já que se trata de uma classe
de palavras aberta (como a dos nomes
ou a dos adjetivos mas ao contrário das preposições ou das conjunções).
Em
que fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’),
«F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)?
Reações expressas
|
Interjeições
|
Locuções
interjetivas
|
dor
|
Ui!,
Ai!
|
Ai de mim!, Pobre de
mim!
|
alegria
|
Ah!, Oh!
|
|
espanto,
surpresa
|
Hi!,
Ah!,
Olá!, Ena!, Caramba!
|
Essa é boa!
|
advertência
|
Cuidado!
|
|
desejo
|
Oxalá!
|
Deus queira!, Quem
dera!, Bem haja!
|
dúvida
|
Hum!, Ora!
|
|
encorajamento,
animação
|
Eia!, Coragem!, Força!, Avante!, Vamos!
|
Para a frente!
|
aplauso
|
Bis!, Bravo!, Viva!
|
Muito bem!
|
impaciência,
aborrecimento
|
Ui!,
Bolas!,
Poça!, Arre!, Apre!, Irra!, Hem!
|
Raios te partam!, Ora
bolas!
|
resignação
|
Paciência!
|
|
chamamento,
invocação
|
Ó! Psiu!,
Pst!,
Alô!, Olá!, Eh!, Socorro!
|
Ó da guarda!, Aqui d'el-rei!
|
[pedido
de] silêncio
|
Psiu!, Chiu!, Silêncio!, Caluda!
|
|
reclamação,
repulsa, rejeição
|
Hei!, Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda!
|
|
suspensão
|
Alto!, Basta!
|
Alto lá!
|
indignação
|
Oh!, Homessa!
|
Essa agora!
|
medo,
terror
|
Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!,
Abrenúncio!
|
Valha-me Deus!
|
cansaço
|
Uf!, Ah!
|
TPC — Resolve (estuda) as pp. 18-20 do Caderno de Atividades, sobre ‘Processos
morfológicos de formação de palavras’ (aqui). Também podes relancear umas páginas de gramática
sobre o mesmo assunto (aqui).
Aula 11-12 (8 [12.ª, 5.ª] e 9/out
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Lê o texto «Maus tratos» (p. 43), de O Caderno, de José Saramago. Sem me inquirires sobre o seu
significado, em cada item que se segue circunda uma das quatro palavras à
direita, a que tenha o valor mais aproximado da usada no texto (a que pus a
negro e à esquerda). Eventuais diferenças de género (masculino, feminino) ou
número (plural, singular) não devem ser tidas como critério eliminatório.
Nota
que fui buscar todas as quatro hipóteses a um Dicionário de Sinónimos, o que nos permite concluir que o
significado de uma palavra está longe de ser fixo e não é aferível sem que se
tenha em conta o contexto em que surge.
insistência
(linha
2) — escala / continuação / apego / importunidade
radical (l. 2) — inerente / tema
/ raiz / integral
espécie (l. 3) — homem /
caráter / particularidade / distinção
moral (4) — ético / pudor /
decente / doutrina
abertura (7) — cova / preâmbulo
/ confidência / fraqueza
insana (8) — árdua / furiosa /
tresvariada / excessiva
préstimo (10) — auxílio /
serventia / talento / mérito
restauradora (11) — renovadora /
pagadora / restaurante / benfeitora
ataduras (12) — ligações /
faixas / conexões / prisões
presumia (13) — cria /
desconfiava / previa / aperfeiçoava
varão (13) — tranca / macho /
corajoso / barão
costumes (16) — trajos / manias
/ hábitos / manhas
tirania (17) — violência /
ingratidão / garra / despotismo
excelência (19) — quilate /
primazia / majestade / bondade
ninho (20) — toca / região /
berço / jazigo
empresa (20) — emblema /
façanha / divisa / negócio
princípio (22) — génese / agente
/ doutrina / infância
delicada (26-27) — susceptível /
meiga / perigosa / embaraçosa
exclusão (27) — recusa / repulsa
/ reprovação / privação
Explicação
sobre valores aspetuais (cfr. Apresentação)
Verifica
quais são os valores aspetuais (cfr. p. 335) mais nítidos em cada
frase de «E tudo o convento levou» (série Lopes da Silva), preenchendo a
segunda coluna com uma destas palavras: genérico,
imperfetivo, perfetivo, habitual, durativo, pontual, iterativo.
Na
coluna da direita, identifica o responsável por esse matiz: verbo auxiliar (AUX); o significado do verbo principal
(V); o tempo em que o verbo está
usado (T); alguma expressão temporal
presente na frase.
Frase
|
Aspeto
|
Através de...
|
A
competição é inevitável
|
genérico
|
|
As
carmelitas descalças estão a comercializar doçaria conventual
|
Aux
(estar a)
|
|
As freiras vicentinas andam a vender rendas de bilro
|
||
As
carmelitas sabem perfeitamente que os doces conventuais são o nosso negócio
|
situação estativa
|
|
Deus
é grande [mas parece ser pequeno
para o amor destas religiosas]
|
V
(ser)
|
|
Tudo
estava bem [até que as carmelitas
quiseram mais]
|
durativo
imperfetivo
|
|
Lá
vem ela
|
T
(presente)
|
|
Nós
sempre dominámos o mundo dos bordados
|
durativo
|
|
Às
vezes, dá-me vontade de rir
|
«às
vezes», T (presente)
|
|
Já
recordei todos os trocadilhos com freiras
|
T
(perfeito), «já»
|
|
O
Maior costuma observar o vosso Bingo
|
Aux (costumar)
|
|
O
Maior vê sempre os vossos cartões
|
habitual
|
|
Quem
ama o Senhor são as vicentinas
|
situação estativa
|
|
As
carmelitas têm ido a Santiago todos os meses
|
iterativo
|
|
As
vicentinas tropeçaram nas escadas
|
T (perfeito), V (tropeçar)
|
Nestes
dois passos, mais do que o aspeto interessam os valores temporais: anterioridade, simultaneidade, posterioridade.
Frase
|
Localização temporal
|
Através de...
|
Vai dizer à tua abadessa [que
quem ama o Senhor são as vicentinas]
|
posterioridade
|
|
Na
procissão de Maio vamos rezar menos uma novena por elas
|
«Na procissão de Maio», Aux (ir)
|
Depois
de ouvires «Fraldas descartáveis», responde ao ponto 1 da p. 39:
a.
___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g. ___.
Depois
de leres o comunicado «Bebés mais ecológicos» (p. 37), escreve uma resposta
toda muito cuidadosa à pergunta 2 da p. 39.
...
Responde
ao item 10 da p. 38:
1. =
___; 2. = ___; 3 = ___.
Num
texto do tipo «comentário», responde conjuntamente
aos itens 1.1, 1.1.1, 1.2 e 1.2.1, da p. 40:
...
TPC — Resolve (estuda) a p. 48 do Caderno de Atividades (aqui). Também deves
relancear ‘Tempo, Modo, Aspeto’ (aqui).
Aula 13-14 (12 [1.ª], 13/out
[12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de leitura feito na aula
anterior, «Maus tratos». (ver Apresentação)
Correção
da resposta sobre Leonel Morgado/Quercus (e do comentário ao cartaz de APAV.
[Exemplo de solução para a pergunta 2 da p.
39 (resposta sugerida no manual):] Para Leonel Morgado, as fraldas
descartáveis são o resultado de um grande avanço tecnológico e, por isso mesmo,
um material que merece o seu lugar na sociedade, apesar de alguns defeitos que
há necessidade de ultrapassar. Numa perspetiva muito diferente coloca-se a
Quercus, defendendo, por razões ambientais comprovadas, as fraldas
reutilizáveis, ignorando todos os aspetos tecnológicos salientados por Leonel
Morgado.
[Exemplo de comentário acerca do cartaz da
APAV (resposta minha):] A legenda no canto superior esquerdo parecia ser do
tipo descritivo, como se estivéssemos a ler um verdadeiro catálogo de moda. No
entanto, se nos detivermos no segundo dístico («Cinto em cabedal castanho com
fivela de ferro cromada»), percebemos que menciona um objeto que não figura no
vestuário da imagem mas se deduz seja o causador das nódoas negras no braço da
modelo.
Também
o slogan na etiqueta em baixo explora uma ambiguidade permitida pelos campos
lexicais de ‘moda’ e de ‘violência’: «Há marcas que ninguém deve usar»
aproveita a polissemia da palavra «marca», cujo campo semântico inclui a aceção
‘símbolo que identifica produtos comerciais’ mas, igualmente, a de ‘nódoa
causada por contusão’. E é para esta que a APAV pretende alertar. Afinal,
trata-se de um texto sobretudo diretivo, de apelo à vigilância relativamente à
violência doméstica.
As
páginas 341-344 do manual tratam de Coesão e de Coerência dos textos.
Em aula, dois sketches dos Monty
Python ilustrarão as diferenças entre estas duas noções.
Especificamente
sobre a coesão, a tabela a seguir
tenta agrupar erros encontrados em textos vossos (ou de colegas de outras
turmas) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos
recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que
evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos.
Coesão
frásica
trecho agramatical
|
trecho corrigido
|
fonte do problema
|
conhecido pelo
o nome
|
conhecido ___ nome
|
ortografia
|
à [á] tempos encontrei o José
|
__ tempos encontrei o José
|
|
o facto de haverem nomes portugueses
|
o facto de __ nomes portugueses
|
concordância
|
o grupo mais numeroso dos
apelidos vêm de
|
o grupo mais numeroso dos
apelidos ___ de
|
|
prefiro isto do que aquilo
|
prefiro isto ____
|
regência
|
os políticos aperceberam-se que
|
os políticos aperceberam-se _____
|
|
a convicção que Lionel era bom médico
|
a convicção _____ Lionel
era bom médico
|
|
o aspeto que
chamei a atenção
|
o aspeto ____ chamei a atenção
|
|
a parte que
mais gostei
|
a parte ____ mais gostei
|
|
chamou a filha de «Maria Albertina»
|
chamou a filha «Maria Albertina»
|
|
o rei Jorge VI que era gago, tinha de discursar
|
o rei Jorge _____ tinha de discursar
|
função sintática (e pontuação que implica)
|
«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi
escrita por Variações
|
«Maria Albertina» _______
foi escrita por Variações
|
|
como por
exemplo a
telefonia
|
________ a telefonia
|
Coesão
interfrásica
terminou o discurso continuando a
|
terminou o _____ a
|
reconhecimento de subordinação ou coordenação
|
A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada
pelos Humanos
|
A letra foi criada por ______
a música foi modernizada pelos Humanos
|
|
Sendo que
|
..., sendo que
|
|
Pois
|
______
|
|
Estando o rei cada vez mais gago.
|
Estando o rei cada vez mais gago, ...
|
|
o facto da
Albertina ter uma filha
|
o facto ___ Albertina ter uma filha
|
|
apesar do
rei sofrer de gaguez
|
apesar ___ rei sofrer de gaguez
|
|
Concluindo,
Ou seja,
Como já referi,
Hoje em dia,
Nos dias de hoje,
Na minha opinião,
|
ø
|
banalização de articuladores
|
Direi então
que
|
_______
|
Coesão
temporal
Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley
|
Bertie não discursou no Natal mas, antes, _____
em Wembley
|
correlação dos tempos verbais
|
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias
|
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie _____
várias terapias
|
|
não falava com Lionel há meses
|
não falava com Lionel ______ meses
|
|
Não acho que será correto
|
Não acho que ______ correto
|
modo exigido pela negativa
|
Agrada-me que escolheste um bom nome
|
Agrada-me que ______ um bom nome
|
modo exigido pela
subordinação
|
Coesão
referencial
O surgimento da rádio foi o grande azar de
Bertie. Porém, ele venceria a rádio
|
O surgimento da rádio foi o grande azar de
Bertie. Porém, ______
|
anáfora e elipse
|
António
Variações
critica o novorriquismo nos nomes. António
Variações refere a
|
_____ critica o novorriquismo nos nomes.
António Variações refere a
|
catáfora
|
Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que
|
Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do
que
|
______
|
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. Ele tinha aquelas duas
filhas
|
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. ______ tinha aquelas duas filhas
|
correferência não anafórica
|
O rapaz [de]
que o pai era Jorge V
|
O rapaz ____ pai era Jorge V
|
pronominalizações diversas
|
O século passado, onde nasceu a telefonia,
|
O século passado, _____ nasceu a telefonia,
|
Coesão
lexical
a
citação que faz Jorge V
|
a _____ que faz Jorge V
|
pertinência do termo
|
o cartoon demonstra
|
o cartoon ______
|
|
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
|
A rádio acabava de surgir. Foi a _______ que
|
sinonímia
|
a escolha dos nomes mostra que os portugueses
têm pouca criatividade. Essa não
originalidade
|
a escolha dos nomes mostra que os portugueses
têm pouca criatividade. Essa _____
|
antonímia
|
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
|
A rádio acabava de surgir. Foi ____ que
|
hiperonímia
|
coisas do género
|
[termo
mais específico]
|
______
|
TPC — Resolve — ou, ao menos, relanceia e
estuda — as páginas sobre coesão no Caderno
de Atividades (59-65; aqui); vê também, em «Coerência e coesão textual» — que
reproduzi de uma gramática (aqui) —, a parte sobre ‘Coesão’.
Aula 15-16 (15 [12.ª, 5.ª], 16/out
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção dos comentários ora entregues (a «se uma rosa não se
chamasse “rosa” [...]»). (Cfr. Apresentação.)
[Tentativa minha, apressada:
Quase
todas as palavras são arbitrárias, a relação com os seus referentes é puramente
convencional. Porém, esta assunção — afinal a mesma da citação de Romeu e Julieta —, é contrariada com os
casos das onomatopeias (que simulam o som do objeto para que remetem) e de
certos hipocorísticos (cujo som parece traduzir a afetividade para com a quem
se aplicam). Também o apego de alguns a ortografias antigas (Pessoa, por
exemplo, fazia questão de usar as grafias rebuscadas de antes de 1911, ilustráveis
pelo caprichoso «rhythmo») parece decorrer da ideia de que a forma contribui
para a substância do objeto de que seria apenas uma vestimenta.
A
estes exemplos se pode contrapor a variedade de designações aplicadas a um
mesmo referente (por exemplo, ‘palavra’) providenciadas pelos milhares de
línguas que ainda existem. As palavras «word», «mot» e «palavra» designam o que
parece ser um mesmo conceito. E, no entanto, ...]
Vai
lendo o texto das pp. 70-71, «Anaquim
— Bem-vindos às vidas dos outros», e, em cada item, circunda a alínea com a
melhor solução.
Em
«mas este é um daqueles álbuns que chama pelo calor» (4-5), «este» é uma
a) catáfora.
b) anáfora,
cujo referente é «As Vidas dos Outros».
c)
cadeia anafórica.
d)
elipse.
Na
mesma frase (4-5), «um daqueles álbuns que chama pelo calor» tem uma falha de
coesão
a)
frásica (em vez de «chama», devia estar «chamam»).
b)
temporal (em vez de «chama», devia estar «chamaria»).
c)
referencial (a «um daqueles», era preferível «daqueles»).
d)
lexical (era preferível «verão» a «calor»).
No
início do segundo parágrafo, «este anãozinho»» (19) é correferente
a) do
antecedente «Anaquim» (7).
b) de
«As Vidas dos Outros» (22).
c) do
antecedente «José Rebola» (13).
d) do
sucedente «um duende que chegou aqui sem ter um passado, nem uma tradição, nem
preconceitos e faz observações sobre o que nos acontece» (9-11).
O
período que abre o mesmo segundo parágrafo (19-22) destaca
a) o
estilo de crítica que fazem os Anaquim— humorística mas incisiva e sensível aos
tiques da sociedade.
b) o
tipo de música que consegue fazer o anão Anaquim: mordaz, perspicaz, pecador.
c) o
que mais conta naquele anãozinho.
d) a
abordagem alegre, de análise da sociedade, que se consegue em A Vida dos Outros
No
terceiro parágrafo, nas linhas 45-47 há um problema de coesão:
a) a
preposição «em» (45) está a mais.
b) a
preposição «em» (46) está a mais.
c) o
nome «país» (46) devia estar escrito com maiúscula.
d) «Lusíadas» (47) devia estar escrito «Os Lusíadas».
Segundo
o quarto parágrafo (54-66), o estilo de música dos Anaquim é difícil de
adivinhar, porque
a) o
disco é uma autêntica salada.
b) a
tradição musical coimbrã recente é heterogénea.
c) a
primeira banda de Rebola enquadrava-se no universo do psycho-billy.
d)
José Rebola tem um percurso musical diversificado.
No
quinto parágrafo, «uma grande editora» (79) é usado como
a)
hiperónimo do hipónimo «Universal» (78).
b)
holónimo do merónimo «Universal» (78).
c)
sinónimo de «Universal» (78).
d)
hipónimo de «Sons em Trânsito» (77).
No
primeiro período do último parágrafo (81), pretende dizer-se que
a) os
Anaquim nos lembram de imediato os Deolinda.
b) os
Anaquim e Deolinda têm ligações.
c) os
Anaquim, mais tarde ou mais cedo, vão juntar-se aos Deolinda.
d)
Deolinda vai amancebar-se com um anão.
O
pronome «os» (83) reporta-se a
a)
Deolinda e Ana Bacalhau.
b)
Deolinda e Anaquim.
c)
Anaquim e Carjaquim.
d)
Ana Bacalhau e Anaquim.
Em
«Os Deolinda são mais tradicionalistas e tem um fundo musical simples, só de
cordas» (86-88) há uma falha de coesão
a)
frásica («tem» não concorda em número com o seu sujeito).
b)
interfrásica (deveria haver vírgula antes de «e»).
c)
temporal (em vez de «tem», deveria estar «tinha»).
d)
referencial («Os Deolinda» deveria dar lugar a «Estes»).
«Agora
falta testar este Anaquim ao vivo» (93-94) significa que é preciso
a)
ver como o público reage.
b)
ver como se porta o grupo em atuações ao vivo e como o público as acompanha.
c)
fazer testes cada vez mais difíceis, para todos os alunos da ESJGF reprovarem.
d) verificar
como se porta o duende em concertos.
O
pronome «o» na penúltima linha do texto (96) tem como referente
a) «o
seu espaço» (96-97).
b)
«instrumentos» (94-95).
c)
«este Anaquim» (93).
d) «o
país» (95).
Na
penúltima linha do texto, o determinante possessivo «seu» reporta-se a
a) «o
país» (95).
b)
«Anaquim» (93).
c)
«Eles» (94).
d)
«cocó de duende verde» (98).
São
estes os títulos das faixas do álbum dos Anaquim de que se ocupava a apreciação
crítica que estiveste a ler:
1. Intro
2. As vidas dos outros
3. Horas vagas
4. Lídia
5. Lusíadas
6. Chama-me vida
7. Na minha rua
8. O meu coração
9. Balalaikas
10. Bocados de mim
11. Monstro
12. Saltimbanco
13. Vampiros
14. Metamorfose
15. Pobre velho louco
16. Epílogo
Descartemos
o primeiro e o último título (que parecem dever-se sobretudo à própria
estrutura da arrumação das canções). Para cerca de metade dos restantes
catorze, cria textos «literários», fragmentários — como se se tratasse de
trechos soltos de um livro maior —, de géneros e tipos diversos (romance,
reflexão cronística, texto intimista, diário, memórias, impressões de viagens,
etc.).
Os
títulos das faixas não serão aproveitados como títulos dos teus trechos;
corresponderão, isso sim, a palavra ou expressão que aparecerá nas tuas
redações (e que sublinharás), independentemente de se tratar ou não do seu
tópico principal.
...
TPC — Usando obrigatoriamente dez dos conectores da p. 342 — de
preferência, de filas diferentes — escreve um texto expositivo-argumentativo,
com entre 150 a 200 palavras, sobre assunto do teu interesse. Procura que não
se note que a presença daqueles articuladores foi imposta. Sublinha-os. Usa
folha solta e escreve a tinta. Fica
aqui a página 342 do manual:
Aula 17-18 (19 [1.ª], 20/out [12.ª,
8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão escrita feito na última
aula (ver Apresentação).
Os sketches «Carjaquim» e «O meu filho é
uma joia de moço» recorrem, caricaturalmente, a nomes de batismo tidos como
ultrapassados (Joaquim, Fernando, Carlos Jorge, José António). Além disso,
servem para revermos os processos irregulares de formação de palavras
(cfr. p. 333). À esquerda, a palavra que interessa; ao centro, a etimologia; à
direita, porás o processo (vê a lista na p. 333).
palavra
|
étimo
|
processo de formação
|
inglês carjacking
|
car + hijacking
|
|
carjacking
|
inglês carjacking
|
|
carjaquim
|
carjacking + Jaquim (< Joaquim)
|
|
badalhoca
(‘mulher suja’)
|
badalhoca
(‘bola de excremento e terra pendente entre as pernas das ovelhas e cabras’)
|
|
droga
|
francês drogue
|
|
mota
[ou moto]
|
motorizada ou
motocicleta
|
|
joia
(‘adorno de matéria preciosa’)
|
francês joie (‘alegria’)
|
|
joia
(‘pessoa muito estimável’)
|
joia (‘adorno
de matéria preciosa’)
|
|
grego diabetes (‘diabetes’)
|
grego diabetes (‘sifão’)
|
|
Cajó
|
Cá (< Carlos) + Jó (< Jorge)
|
duas
______________
|
Zé
|
José
|
|
FPE
[pronunciado «fê-pê-é»]
|
Fernando por esticão
|
|
FPE
[pronunciado «fpé»]
|
Fernando
por esticão
|
Completa
agora com o aspeto. Podes ver na p. 335, mas sugiro que uses apenas
estes termos: genérico; perfetivo, imperfetivo; habitual; iterativo; pontual.
frase
|
aspeto
|
«Carjacking»
é uma palavra estrangeira
|
|
alguns
bandidos começaram a praticar uma
variante
|
imperfetivo, [incoativo ou ingressivo]
|
a
nossa reportagem acabou por voltar
(porque estava frio)
|
perfetivo, [cessativo ou
conclusivo]
|
aquilo
que faço é uma espécie de
carjacking
|
|
foi uma experiência muito traumática
|
|
a
malta pergunta-me constantemente: «tu
não ...»
|
|
andas metido nos diabetes
|
|
morreu atropelado por uma mota
|
|
estou a conversar com este gafanhoto
gigante chamado Zé António
|
Lê a
crónica «Estrelas dos livros» (p. 73) e escreve uma sua síntese (cfr. p. 324).
Diria que a extensão aconselhada é de cerca de um terço do original, umas cem
palavras.
...
Depois
de, na p. 76, leres as palavras que, acerca da crítica, escreveu o humorista
brasileiro Millôr Fernandes, escreve um pequeno comentário a esse trecho
(porventura, tendo também presente a crónica lida hoje e a tua experiência
pessoal).
...
TPC — Resolve/estuda ‘Processos irregulares
de formação de palavras’ (Caderno de Atividades,
43-45; aqui). Vê as páginas sobre o mesmo assunto reproduzidas em Gaveta de Nuvens (aqui).
Aula 19-20 (22 [12.ª, 5.ª], 23/out
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção de síntese e de comentário feitos na última aula. (Ver Apresentação.)
[Exemplo de síntese de
«Estrelas dos livros» (p. 73):]
Em
«Estrelas dos livros», Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes defendem que a
crítica cultural está distante daqueles a quem se devia destinar. Começam por
ilustrar esse afastamento com o que acontece com as apreciações de cinema: os
filmes menos pontuados nas secções especializadas dos jornais acabam por se
tornar os preferidos pelos espetadores. No caso da literatura, os cronistas
lembram primeiro a proverbial escassez do espaço concedido aos livros na
imprensa, para depois vincarem que quem escreve sobre livros nos jornais o faz
num estilo rebuscado, inacessível, desaproveitando-se assim a oportunidade de atrair
leitores e influenciar as suas escolhas. (100 palavras)
[Exemplo de comentário
ao trecho de Millôr Fernandes (p. 76):]
O passo de
Millôr Fernandes ilustra, com ironia, o já citado afastamento da crítica de
cinema relativamente aos gostos dos espetadores. O cronista brasileiro teria
ido ver os filmes mais cotados nos jornais — talvez não por acaso, em boa parte
de filmografias exóticas — e concluíra que aquelas recomendações entusiásticas
não se justificavam (ou talvez significassem apenas que os críticos o queriam
«fazer de imbecil»).
Lê as
citações acerca do policial White Jazz,
no início da p. 77 (ponto 1.). Depois, lê a recensão que Miguel Esteves Cardoso
fez à mesma obra («O tédio macho», pp. 77-78).
Responde
a 5. (p. 78) — o subtítulo é o que está sob o título «O tédio macho» («Ellroy
berra em vez de escrever, como tantos outros, a ver se são ouvidos em vez de
serem lidos»); o décimo parágrafo é o das linhas 56-62 (para perceberes a
alusão a Allen Ginsberg, recordo que era o escritor biografado no filme, que
vimos o ano passado, Uivo, e que Jack
Kerouac, o célebre autor de Pela estrada
fora, era um dos seus amigos).
...
Responde
a 4.1 (p. 78).
...
Ouviremos
um outro texto de apreciação crítica ao mesmo livro — agora por Fátima Lopes
Cardoso. Verificaremos as afirmações em 1 (p. 79):
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g.
___.
Albert
George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi um
excelente atleta, serviu na Armada Real, lutou na I Guerra Mundial, tendo sido
sempre educado no pressuposto de que o seu irmão Eduardo seria rei. Na
realidade, Eduardo subiu ao trono, mas a sua paixão por Wallis Simpson, uma
americana duas vezes divorciada, dificultou-lhe a aceitação pública. Ou Eduardo
VIII não se casava, e estavam em jogo razões sociais, políticas e religiosas,
ou abdicava. Eduardo VIII abdicou. Caberia a Jorge VI governar a Inglaterra
numa época mais uma vez dramática. Como rei, coube-lhe
a ele
anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.
[O discurso do rei]
Nesta
hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os
lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo
sentimento profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas
casas e falar-vos diretamente.
Pela
segunda vez nas nossas vidas, estamos em guerra.
Tentámos
e tentámos descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós
e os nossos inimigos; mas tudo foi em vão.
Fomos
forçados a um conflito, pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um
desafio que põe em causa um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em
qualquer linha civilizada do mundo.
É
um princípio que permite a um Estado, numa simples procura egoísta de poder,
desrespeitar tratados e juramentos solenes, justificando o uso da força ou da
ameaça da força contra um Estado soberano e independente de outros Estados.
Um tal princípio, despido de qualquer disfarce, é
certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui um direito, e, se
este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade do nosso próprio
país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.
Mas, mais do que isto, os povos do mundo estariam unidos
pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de uma paz estável e segura, de
justiça e liberdade entre as nações.
Este
é o derradeiro fim que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar,
que fará dele a nossa causa.
Peço-vos
que permaneçais calmos e firmes e unidos nesta prova.
A tarefa será dura. Aproximam-se certamente dias sombrios e a
guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas só poderemos agir
bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa causa a Deus. Se a
ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício que nos
seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.
[texto introdutório e
tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O
discurso em análise, Lisboa, Plátano, 2011]
TPC — Põe em dia as noções de gramática que
demos este ano ou, pelo menos, revimos. Relanceia folhas usadas em aula,
exercícios recomendados do Caderno de
Atividades, folhas de gramática do manual e, em Gaveta de Nuvens, páginas de gramática que fui reproduzindo ou
apresentações usadas em aula.
O que
se segue é um elenco de objetivos que deves dominar (com exemplos de itens).
Podes usá-lo como exercício de treino — porei as soluções em Gaveta de Nuvens. Nota que, para poder
listar os conteúdos, fui explicitando os termos a usar nas respostas, mas
convém que os saibas também de cor.
Classifica os verbos (em função da frase
dada) como transitivos (diretos, indiretos, diretos
e indiretos), intransitivo, transitivos-predicativos, copulativos:
Ontem, Van
Persie marcou sete golos ao Benfica. || transitivo direto e indireto
Jesus
continua arrogante. || copulativo
O povo
português elegeu Catarina Martins chefe da oposição. || transitivo-predicativo
O Boavista
renasceu. || intransitivo
Larguei-a.
|| transitivo direto
Ao longe,
acenaste-me. || transitivo indireto
Classifica o ato ilocutório em cada um dos
enunciados (assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo,
declarativo). Se houver algum ato indireto [vs. direto],
menciona-o.
Como fico
contente com o facto de teres tido boa nota a Português! || expressivo
A partir de
agora farei sempre os tepecês. || compromissivo
Não tenho
dúvidas de que a Irondina votou no PAN. || assertivo
O
candidato é aprovado com a classificação de Muito Bom [dito por presidente do júri de um exame]. || declarativo
Tens lume?
|| diretivo (indireto [seria mais direto: «Dá-me lume»])
Classifica o valor aspetual (imperfetivo, perfetivo;
pontual; habitual; iterativo; genérico).
Tem
chuviscado todo o santo dia. || iterativo
Estudei
ontem toda a gramática que vai sair. || perfetivo
Ele anda a
comer muito. || imperfetivo, habitual
Na
infância, brincávamos às casinhas. || imperfetivo
Teve um
ataque fulminante. || perfetivo, pontual
A Adília é
linda. || genérico
Classifica o valor temporal nos enunciados
(relativamente ao enunciador): anterior, simultâneo, posterior.
Estou a
tirar macacos do nariz. || simultâneo
Hoje à
noite vou ao cinema. || posterior
Estava a
comer um chocolate Belleville. || anterior
Classifica o valor temporal do verbo sublinhado
relativamente ao resto do enunciado: anterior, simultâneo, posterior.
Esteve no
Estádio da Luz, mas passara pelo Colombo. || anterior
Às cinco
fui ao jogo, mas ainda iria à natação. || posterior
Classifica o valor modal (epistémico / deôntico
/ apreciativo) as formas verbais sublinhadas.
Os
árbitros deviam apreciar os lances com honestidade, mas o
Benfica-Sporting deste domingo deve dar mais uma polémica. || deôntico /
epistémico
Classifica o valor modal (epistémico / deôntico
/ apreciativo). Tenta especificar ainda valores de possibilidade-probabilidade,
proibição-permissão/imposição-obrigação.
Pode vir aí uma trovoada. Se quiseres, podes levar a minha
gabardina. || epistémico (probabilidade-possibilidade) / deôntico (permissão)
Classifica o tipo de mecanismo de coesão
textual
realçada através do sublinhado (frásica,
interfrásica, temporal, lexical, referencial).
O Viriato gosta de bolos. É um rapaz guloso.
Aliás, os jovens portugueses deleitam-se com a doçaria. || lexical
Lia
muitos livros, porque frequentava bibliotecas e conhecia também
diversos alfarrabistas. || interfrásica
Foi a Paris, mas já estivera
na Holanda e haveria de viajar até à Índia. || temporal
O
Félix viu-os e disse-lhes do que o trazia ali. ||
referencial
A
maioria dos deputados
prefere um governo estável à instabilidade. || frásica
Identifica os processos morfológicos de
formação de palavras
(derivação — por prefixação, sufixação, parassíntese —, derivação não afixal, conversão;
composição — morfológica e morfossintática).
resgate
(< resgatar) || derivação não afixal
o
olhar [nome] (< olhar [verbo]) || conversão
bebé-proveta
|| composição morfossintática
psicopata
|| composição morfológica
tristemente
|| derivação por sufixação
repor
|| derivação por prefixação
amanhecer
|| derivação por parassíntese
Identifica os processos irregulares de
formação de palavras
(extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo, truncação, onomatopeia).
prof
(< professor) || truncação
ACA-M
(‘Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados’, dito [akαm]) || acrónimo
AR
(‘Assembleia da República’, dito a-erre) || sigla
borbotixa
(borboleta + lagartixa) || amálgama
líder
(< ingl. leader) || empréstimo
leitor
(‘aparelho que permite aceder a documentos em DVD, CD, cassete, etc.’) ||
extensão semântica
tilintar
[de moedas] || onomatopeia
Outras
destrezas que fomos ensaiando já este ano:
indicar
termos de um campo lexical
reconhecer
campo semântico
identificar
vocativo
identificar
predicativo do sujeito
identificar
modificador apositivo
distinguir
hiperónimo-hipónimo
reconhecer
valores de conectores
reconhecer
anáforas, catáforas, referentes (sucedente ou antecedente), correferentes
reconhecer
interjeições e locuções interjetivas
Aula 21-22 (26 [1.ª], 27/out
[12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Em trabalho individual (nestas tarefas de leitura, só há
treino se cada um dos leitores chegar sozinho às inferências necessárias),
preenche a síntese-esquema seguinte, relativa à recensão crítica de Eduardo
Pitta a romance de João Tordo (p. 74 do manual).
Responde ao
ponto 5. da p. 76:
a.
= ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___.
Lê
o pequeno trecho de O Bom Inverno reproduzido
no ponto 1. da p. 76. Notarás mais tarde que refere assuntos de narratologia que estão bastante em
causa no filme que vamos ver lá para o final da aula.
Do
mesmo modo que há umas aulas escreveste uma continuação de texto inicial de Todos os Nomes, de Saramago, agora
pedia-te que preenchesses com texto teu estas lacunas entre excertos de O Bom Inverno (aliás, todos já do final
do romance), de João Tordo.
A tua
redação deve adotar registo linguístico idêntico ao do original e não pode
chocar com o que está nos trechos que reproduzo, nem em termos de coerência
(lógica da intriga) nem em termos de imediata coesão textual (atentar nos
tempos, na pessoa verbal, etc.).
...
...
...
... O campo verde, repleto de flores amarelas, estendia-se
para um dos lados; do outro, uma estrada de terra batida
conduzia a uma duna.
Elsa emergiu de baixo da lona e deitou-se
de costas sobre as flores. Respirava pesadamente, arfando
como se tivesse corrido durante muito tempo. Os seus olhos magoados fitavam o
céu que começava a despertar num imenso azul. Ainda de joelhos, aproximei-me
dela e, suavemente, levei os meus lábios aos seus. Ela
fechou os olhos e pareceu sorrir. Eu conhecia bem aquela boca; era uma boca que
também me conhecia, éramos velhos amigos. Depois
tirei os sapatos e descalcei as meias suadas. Lentamente desapertei, um a um,
os botões da camisa encardida que trazia vestida. Pensei: ...
...
...
Avancei na direcção da estrada, a coxear, arrastando a perna doente com
o peso do corpo ainda são. Quando os meus pés entraram no caminho de terra, que
permanecia um tanto húmida da noite de temporal, a bengala era já uma memória de
outra vida. Caminhava ansiosamente na direcção da duna. Caí duas vezes no chão
antes de chegar à praia. ...
...
...
...
Nada
está decidido, penso. Coxeio lentamente na direcção do mar. A areia morna afaga-me os dedos nus. Pé ante pé, chegarei à beira da
água e nela mergulharei para lavar o meu corpo de culpas. Olho para o céu onde
não existe uma única nuvem à vista. Saltámos uma estação, pois o Verão — o
verdadeiro, não esta escusada mentira — acabou de chegar.
...
...
...
...
Nos
últimos três meses, surgiram notícias dispersas sobre os desaparecimentos de
John McGill, Roger e Stella Dormant e Vincenzo Gentile. Não surgiu qualquer
notícia sobre o desaparecimento de Olivia Fontana ou Nina Millhouse Pascal.
Nenhum dos desaparecimentos relatados foi ainda relacionado com a morte de Don
Metzger. A Polícia continua a investigar os casos separadamente.
Não
existe qualquer referência a Andrés Bosco nos jornais.
Nunca
mais tornei a ver Elsa Gorski. Embora tenha a certeza de que, um dia destes,
nos voltaremos a encontrar.
Expiação (Atonement) é baseado num romance de Ian
McEwan. Tem o interesse de salientar a diferença entre narrador (e,
também, sujeito lírico ou sujeito poético) e escritor.
Habitualmente, a confusão entre estas duas entidades é relativamente fácil de
se fazer — e, ainda mais, quando a narração usa a 1.ª pessoa.
Expiação organiza-se
em, pelo menos, dois níveis narrativos. O protagonista de um deles — uma
escritora —, supostamente identificável com o narrador da história primeira,
vai comprovar-nos a distinção que referi. Mas só o perceberemos no final.
Neste trecho inicial, fica sobretudo evidente a
diferença entre diegese (história, realidade) e discurso
(narração). Vamos ter, por exemplo, uma mesma parte da ação mostrada duas
vezes, sem cumprir, no tempo do discurso, a ordem do tempo da diegese,
e vincando a faculdade narrativa de se variar a focalização (o ponto de
vista segundo o qual os acontecimentos nos são apresentados).
Para o nosso trabalho, tem ainda utilidade direta a
cena em que se prepara a leitura de um texto dramático (de teatro).
Ainda não é a preparação da representação da peça, mas o reconhecimento do original,
a distribuição dos papéis, etc.).
TPC — [Aproveita para fazer as revisões de
gramática que propus no tepecê anterior: experimenta o teste-inventário de
conteúdos (cujas soluções já lancei); relanceia as nossas folhas, as gramáticas
reproduzidas, folhas finais do livro, Caderno
de atividades, etc.]
Aula 23-24 (29 [12.ª, 5.ª], 30/out
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Circunda a letra da melhor alínea de cada item.
Quando
se chama aos jogadores Nicolás Gaetán e Teófilo Gutiérrez, respetivamente,
«Nico» e «Téo», recorre-se a
a)
truncações (que simplificam e mostram afeto).
b)
extensões semânticas (recorde-se que o radical «teo» significa ‘Deus’).
c) aféreses
(que servem de hipocorísticos).
d) empréstimos
(especificamente, a castelhanismos).
O
casal, agora desavindo, Luciana Abreu-Yannick Djaló escolheu como nome da
primeira filha «Lyonce Viiktórya». «Lyonce» reúne as iniciais dos nomes de
cantora-atriz e futebolista e o fim do nome da mais famosa Beyonce. Trata-se,
no essencial, de
a)
uma truncação.
b)
uma amálgama.
c) um
empréstimo.
d)
uma onomatopeia.
O
advérbio «mutuamente» é
a)
uma palavra derivada por parassíntese.
b)
uma forma de base.
c)
uma palavra derivada por sufixação.
d) um
composto morfológico.
Na
palavra «abandalhar» encontramos os afixos «a» e «ar» (a forma de base é
«bandalho»; não está dicionarizado «bandalhar»). Trata-se de uma palavra
a)
derivada por prefixação.
b)
derivada por sufixação.
c)
derivada por prefixação e sufixação.
d)
derivada por parassíntese.
A
alínea que inclui apenas compostos morfossintáticos é
a)
«geógrafo», «guarda-redes», «girassol».
b)
«amá-los», «saca-rolhas», «guarda-chuva».
c)
«anjo da guarda», «picapau», «couve-flor».
d)
«egiptólogo», «lusodescendente», «autódromo».
Uma conversão
implica
a)
afixação somada à forma de base.
b)
nova classe de palavra.
c)
subtração de um suposto sufixo.
d)
radicais.
O
nome «sobra» vem do verbo «sobrar». O processo de formação ocorrido é o da
a)
derivação por afixação.
b) conversão.
c)
derivação não afixal.
d)
derivação por parassíntese.
A
alínea que tem apenas verbos com valor epistémico é
a)
«Podes comer a manga que não te deve fazer mal».
b)
«Pode ser que eu faça um bom teste de Matemática: o azar não deve continuar».
c)
«Deves lavar os dentes, porque, de outro modo, podes ficar com cáries».
d)
«Eu posso ser estúpido, mas, quanto a mim, um professor não deve comer na
aula».
Não
tem verbos com valor deôntico a alínea
a)
«Tens de estudar mais, Albertina».
b)
«Devem ler a p. 3456 do manual — vai sair essa matéria».
c)
«Podes seguir pela direita — não deves é sair do passeio».
d)
«Deve estar a começar uma trovoada».
A
alínea em que há apenas interjeições e/ou locuções interjetivas é:
a) «Ó
Deolinda!» | «Oh!» |«Irra!».
b)
«Sua badalhoca!» | «Upa!» | «Ah!».
c)
«Valha-me Deus!» | «Bravo!» | «Apre!».
d)
«Trrim-trrim» | «Ui!» | «Eia!».
Há
valor aspetual pontual em
a)
«Eles têm praticado curling todos os
sábados.»
b) «Ireneu
levantou-se.»
c)
«Na infância, lia compulsivamente.»
d)
«Dou aulas na ESJGF.»
No
passo «Por nervosismo, costumava mordiscar os lábios» há os valores aspetuais
a)
perfetivo (pelo verbo auxiliar) e habitual (lexicalmente, no verbo principal).
b)
habitual (pelo verbo auxiliar) e iterativo (lexicalmente, no verbo principal).
c)
imperfetivo (pelo verbo auxiliar) e pontual (lexicalmente, no verbo principal).
d)
genérico (pelo verbo auxiliar) e perfetivo (lexicalmente, no verbo principal).
O uso
do presente em «Ele joga básquete no CDUL» implica um valor aspetual
a)
perfetivo.
b)
pontual.
c)
imperfetivo.
d)
genérico.
O
predicado da frase «A Albertina parece boa pessoa» tem um verbo
a)
intransitivo.
b)
copulativo e um nome predicativo do sujeito.
c) transitivo
direto e o seu complemento direto.
d) transitivo
indireto e o respetivo complemento indireto.
Em «Ainda
não lhes dei os prémios Tia Albertina», o verbo é
a)
transitivo direto.
b)
transitivo direto e indireto.
c)
transitivo indireto.
d)
copulativo.
A
frase «Tens horas?» constitui um ato ilocutório
a)
expressivo, indireto.
b)
diretivo, indireto.
c)
compromissivo, direto.
d)
assertivo, direto.
«Admito
que o tempo piorasse» consubstancia um ato de fala
a)
declarativo, indireto.
b)
assertivo, direto.
c)
diretivo, direto.
d)
expressivo, direto.
O uso
dos conectores adequados é um dos mecanismos de coesão
a)
referencial.
b)
lexical.
c)
temporal.
d) interfrásica.
No
trecho «Fernando Pessoa morreu em 30 de novembro de 1935. Há quem ache que o
grande poeta português tivera uma crise hepática provocada pela bebida, mas
isso não é certo.», há um processo de coesão (referencial-lexical) conseguido
através de
a)
elipse no primeiro período.
b)
uso de hiperónimo no segundo período (para evitar repetição do sujeito do
primeiro).
c)
uso de sinónimo no segundo período (para evitar repetição do sujeito do
primeiro).
d)
uso do pretérito mais-que-perfeito no segundo período.
Em «À
entrada da escola, vi-o. Era um cocó de cão luzidio. Aliás, as fezes mais
robustas que alguma vez ornaram aquele passeio.»,
a)
«o» é uma catáfora.
b)
«um cocó de cão luzidio» é uma anáfora.
c)
«o» e «aquele passeio» são correferentes.
d) «aquele
passeio» é uma anáfora.
Entre
as pp. 80 e 85 aborda-se um novo género de texto, ainda que também dos média: o
editorial.
Lê o editorial do Público de 19 de
março de 2010, intitulado «Não nos podemos esquecer» (p. 80).
Repara
que a possível sequência deste título percebe-se bem, se lermos o penúltimo
período do texto ou o subtítulo:
Não
nos podemos esquecer de que, apesar ...
Que
acontecimento justifica esta confiança nas iniciativas da sociedade civil?
No
dia seguinte, haveria ...
Este
exercício de cidadania coincidiu temporalmente com outro, de outro tipo?
Sim,
com ...
Vê
agora a síntese sobre o género editorial,
na p. 82. Na coluna da direita da tabela seguinte, mostra, com exemplos, de que
modo o texto lido na p. 80 cumpre os preceitos de um editorial:
tipo de editorial
|
|
polémico / interpretativo / objetivo-analítico
|
_________ {escolher}
|
características do
registo linguístico
|
|
deíticos temporais e espaciais que situam o
acontecimento
|
__________
|
formas verbais no presente, perfeito e futuro
|
__________ {um exemplo de cada tempo}
|
frases do tipo declarativo
|
__________ {uma só frase}
|
conectores e organizadores discursivos
argumentativos
|
__________ {uns três}
|
verbos auxiliares modais
|
__________
|
pronomes pessoais (nós, se)
|
__________
|
estrutura do editorial
|
|
apresentação do tema
|
linhas ______
|
exposição das implicações e consequências
|
ll. ______
|
tomada de posição pessoal
|
ll. ______
|
Resolve
o ponto 1 da p. 85:
(a) =
___; (b) = ___; (c) = ___; (d) = ___; (e) = ___; (f) = ___; (g) = ___; (h) =
___; (i) = ___; (j) = ___; (k) = ___.
Escreve o texto pedido no ponto 1.1 da p. 84. Como se trata de editorial, convém assumir um
acontecimento próximo (se inventado, verosímil) que pudesse levar ao tratamento
do assunto.
TPC — Escreve o texto pedido no ponto 1.1 da p. 84. Como se trata de editorial, convém assumir um
acontecimento próximo (se inventado, verosímil) que pudesse levar ao tratamento
do assunto.
Aula 25-26 (2 [1.ª], 3/nov [12.ª,
8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação).
Completa a
tabela, relativa aos quatro anúncios da p. 64:
A
|
B
|
C
|
D
|
|
É publicidade comercial?
|
Sim
|
|||
Foco do apelo
|
defesa dos animais
|
|||
Recursos estilísticos no título
|
polissemia de «concentrar; fórmula «Era uma
vez»
|
Resolve
o ponto 4. da p. 65:
Nos
títulos dos anúncios ___ concretizam-se atos ilocutórios ___.
«Às
Vezes (Escuto e Observo Erros de Português)» (D.A.M.A / Vasco Palmeirim):
Às
vezes oiço cada coisa e não fico ok
Às
vezes leio em português que não está bem
Ninguém
faz de propósito, eu sei
Mas
acontece tantas vezes — ai Jesus, minha mãe!
Sei
que às vezes eu pareço zangado
Mas
isto faz-me ficar preocupado
Não
quero ver a nossa língua neste estado
O
português anda a ser tão maltratado
Quando
há faltas para amarelo entradas de pé em riste
Gente
que em vez de «estiveste» pergunta «onde é que tu estives-te?»
Às
vezes é deixar o hífen bem sossegado
E
não pôr a vírgula entre o sujeito e o predicado
Eu
não sou perfeito, não sou uma Edite Estrela
Mas
sei que não se pede uma «sande de mortandela»
Passam
horas, dias, choro: fico muito triste
Quando
«houveram novidades», porque isso não existe
São
raros os casos de plural do verbo «haver»
E
são muitos os que compram um automóvel num «stander»
E
isto não são histórias tipo «era uma vez»
Isto
é o que se passa com o nosso português
Refrão
Se
eu tivesse poderes, homens e mulheres não diziam «quaisqueres»
Eu
sei que é difícil distinguir o «à» do «há»
Para
onde é o acento? Qual deles leva o «h»? Oh mãe!
E
acredita rapaz — que toda a gente é capaz
De
não escrever um «z» na palavra «ananás»
E
era maravilha — ver «você» sem cedilha
E
que ninguém dissesse «há muitos anos atrás»
Aquilo
que eu quero como tu muito bem vês
Sendo
bem sincero quero bom português
E
tenho a certeza que toda a gente consegue
Se
até JJ sabe dizer Lopetegui
Refrão
«Há-des»
— isto assim não está bem
«Salchicha»
— isto assim não está bem
«Devia
de haver» — isto assim não está bem
E
dizer «tu fizestes» também não está bem!
Refrão
Completa:
Erro
|
Forma corrigida
|
Explicação do processo
que leva ao erro. [Conselho.]
|
estives-te
|
____
|
Toma-se como pronome o que é parte da forma verbal. [Saber
flexão dos verbos; experimentar substituir falso pronome.]
|
pôr vírgula entre o
sujeito e o predicado
|
não pôr vírgula entre o
sujeito e o predicado
|
Na
oralidade, por vezes, fazemos essa pausa. [Ter em conta que a ____ depende sobretudo
da análise da sintaxe, não é mera equivalência da entoação.]
|
sande
de mortandela
|
sandes
(ou sanduíche)
|
Derivação
não afixal ainda não aceite — «sande» seria um singular de «sandes» (e
«sandes» já é uma acomodação popular do ___ «sanduíche»).
|
___
|
Nasalização
indevida (talvez por assimilação ao m-
inicial).
|
|
houveram
novidades
|
houve
novidades
|
O
complemento direto «novidades» é interpretado como ___. [Recordar que o verbo
haver é impessoal.]
|
stander
|
____
[no pg. do Brasil: estande]
|
Acomodação ao português de um empréstimo, assumindo-se ser
o final do étimo semelhante ao de outros anglicismos.
|
quaisqueres
|
quaisquer
|
Fez-se
plural das duas palavras-base, esquecendo-se que uma delas («quer») é uma
forma ___.
|
á
|
à
|
Esquece-se
que o acento usado na contração a +
a é grave. [Recordar as poucas
palavras com este acento: à, às, àquele(s), àquela(s), ___,
àqueloutro(s), àqueloutra(s).]
|
à
cinco anos
|
há
cinco anos
|
Confunde-se
o «há» destas expressões com a contração de _____ e determinante. [Perceber
que há sentido de ‘existência’ («haver»), embora de tempo.]
|
ananaz
|
_____
|
Faz-se
erro de ortografia advertível apenas por memória.
|
voçê
|
você
|
Esquece-se
que ci e ce nunca levam ____. [Ao
contrário de -ça, -ço, -çu — que se opõem a ca,
co, cu — ce e ci contrastam com que, qui.]
|
há
muitos anos atrás
|
há
muitos anos
|
Faz-se
um pleonasmo: «atrás» repete o que já está _____ em «há».
|
há-des
|
____
|
Faz-se
analogia com outras pessoas do verbo e dos verbos em geral (a 2.ª pessoa
costuma terminar em -s). [Recordar
que «de» é uma preposição.]
|
salchicha
|
salsicha
|
Assimila-se
som da penúltima sílaba ao da última ___.
|
deve
de haver
|
____
|
Usa-se
regência errada.
|
fizestes
|
fizeste
|
Faz-se
analogia com o que é habitual na 2.ª pessoa dos outros tempos verbais
(terminar em -s), o que é
favorecido por já não se usar a 2.ª pessoa do plural (que é efetivamente em -tes). [Conhecer o pretérito ___.]
|
Depois
de relanceares «Publicidade», nas pp. 62-63, faz uma análise do anúncio às
águas das Pedras Salgadas (63) ou às maçãs de Alcobaça (61). Procura incorporar
alguns dos termos da nomenclatura explicada no texto expositivo das pp. 62-63.
Usa caneta.
TPC — Vê em Gaveta de
Nuvens (aqui) o que digo acerca da tarefa de ler um livro.
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