Leituras possíveis para novembro de 2015

Que livros?

Nas pp. 24-25 do manual há sugestões interessantes (ao lado de outras, parece-me, insensatas — portanto, deves pedir-me opinião). E, antes de dizer o que me parece aconselhável, porei já, neste mesmo primeiro parágrafo, a lista de autores que não queria que lessem (para efeitos desta tarefa, é claro): Nicolas Sparks, Dan Brown, Anne Frank, John Green, José Rodrigues dos Santos, Pedro Chagas Freitas, Miguel Sousa Tavares (a não ser o de crónicas de viagem), Anne Frank, Paulo Coelho, Margarida Rebelo Pinto, os autores que escrevem sobre rapazes com pijamas às riscas, os que fazem lições de iniciação à filosofia misturados com pedagógicas ficções (leiam-nos para Filosofia, mas não queiram matar dois coelhos de uma só cajadada), autores de biografias muito infelizes e reveladores de muito exploração mas que não implicam esforço de leitura inteligente, todos os escritores de livros vendidos nos CTT, Anne Frank, todos os imitadores de Anne Frank, J. K. Rowling, Anne Frank, autores de livros com vampiros (exceto, talvez, Bram Stoker), Christopher Paolini e outros autores de narrativas com dragões, elfos, medievalices fantasmagóricas; os autores de guiões de filmes (que se vão ler porque já se viu o filme), autores que sejam também apresentadores de televisão (exceto Pedro Vieira e, creio, Rodrigo Guedes de Carvalho; e espero não estar a ser injusto com mais algum). Nos parágrafos seguintes, vão exemplos do tipo de livros que acho preferíveis para esta tarefa de leitura. 

Livro de algum Nobel da literatura (mas não a recém-vencedora, Svetlana Aleksievich, por ser uma escrita documental) — vê a lista dos autores premiados com o Nobel aqui.

Grandes autores da literatura universal (em tradução portuguesa — e, por favor, de modo nenhum livros lidos para as disciplinas de Inglês ou para Francês). Mais especificamente até, os autores do romantismo (e do realismo) alemão, francês, inglês (muitos deles, precisamente os que inspiraram Garrett, Eça, Cesário).

Autores eslavos (penso sobretudo em russos/ucranianos) — Tolstoi, Tchékov, Gogol, Dostoiévski, Gorki; de outra geração, o russo-franco-americano Nabokov, etc.

Autores sul-americanos — Gabriel García Márquez, Isabel Allende, Mario Vargas Llosa, Luis Sepúlveda, Héctor Abad Faciolince, Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, etc.

Autores brasileiros — Machado de Assis, Jorge Amado, Erico Veríssimo, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector, João Ubaldo Ribeiro, Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, Bernardo Carvalho, Reinaldo Moraes, etc. (alguns destes escritores são difíceis; outros versam temas que podem ser chocantes — convém por isso poder eu ajudar a escolha).

Premiados com o Prémio Camões — vê a lista aqui —, evitando-se, contudo, os poetas.

Ian McEwan (exceto Expiação).

Miguel Esteves Cardoso (dos livros com recolhas de crónicas); outros cronistas portugueses e brasileiros (exemplos: António Lobo Antunes, Luís Fernando Veríssimo, Pedro Mexia, Rui Cardoso Martins, Millôr Fernandes, etc.). O ano passado, deixei aqui (a meio da secção, sensivelmente) menção de livros de crónicas aconselháveis. Essas leituras são agora aconselháveis de novo.

João Tordo (e outros autores da mesma geração de escritores portugueses).

Eça sem ser o de Os Maias ou de contos.

Um policial (exceto os de Arthur Conan Doyle ou de Agatha Christie, por me parecerem menos exigentes) — vê aqui uma lista.

Uma peça de teatro (não infanto-juvenil, é claro; nem dada em outros anos; nem, como é óbvio, Frei Luís de Sousa).

Contos/novelas fantásticos do romantismo e pós-romantismo (na tradição de Poe, etc.).

Recursos — Não defendo que se vá comprar alguma obra. Em casa de pais, avós ou tios haverá muitos livros destes. Também eu posso trazer e emprestar outras. No CRE há vários livros interessantes requisitáveis (pesquisar por aqui).

Resultado da tarefa — Para já, será apenas ler (façam-no sem preocupações de anotar, resumir ou coisa do género). Porém, digam-me o título para que eu o aprove (ou para vermos como podemos encontrar exemplar). Mais tarde, direi o que pretendo seja feito em torno da leitura havida (mas devem começar já a ler ou a experimentar se gostam do livro escolhido).