Aulas (3.º período, 2.ª parte: 113-128)
Aula
113-114 (10 [12.ª, 8.ª,
7.ª, 5.ª], 13/mai [1.ª]) Vai lendo «O tempo n’Os Maias» (p. 246) e completando:
Tempo da história
(diegese), medido em anos
|
Tempo do discurso,
medido em páginas
|
décadas
do passado de Afonso da Maia e da formação e vida de ____
|
dois
____ (I-II)
|
vários anos
|
uma
única ____ («Mas esse ano passou, outros anos passaram» [l. 61 da p. 249 do
nosso manual]) no início do cap. III
|
um
dia de abril em ______
|
___
capítulo (III)
|
__
anos da vida de Carlos
|
___
capítulos (IV-XVII)
|
vários
anos (_____; regresso de Ega a Lisboa)
|
três
páginas iniciais do capítulo ___ (cfr.
elipse nas ll. 1-2 da p. 241 do manual)
|
_____
de Carlos regressado a Lisboa
|
quase
todo um capítulo (___)
|
Numerando-os de
1 a 6, marca a ordem em que, nos Maias,
aparecem no discurso os seguintes segmentos de história:
1820-1875
|
|
1875
|
|
1875-1877
|
|
1877-1879
|
|
1879-1887
(embora quase elidido)
|
|
1887
|
Resolve o ponto
1.1 da p. 247:
a.
__; b. __; c. __; d. __; e. __; f. __; g. __; h. __
Para
responderes ao ponto 1.1 de oralidade da p. 244, completa este meu esboço. As
expressões a usar nas lacunas estão todas no próprio esquema.
O quadro, que procura interpretar a _____ de Os Maias, tem duas molduras horizontais
(«_____», em cima, e «______», em baixo) que correspondem ao título e ao
subtítulo do romance (Os Maias;
«Episódios da vida romântica»). Com efeito, são esses os dois objetivos
enquadradores do livro: traçar a história de uma família ao longo de várias
gerações; mostrar como era a sociedade lisboeta à entrada no último quartel do
século XIX.
A intriga desdobra-se em duas histórias
passionais, a que o esquema reserva colunas específicas: a intitulada «_____»
(dedicada às peripécias do _____); e, sob o título «romance», a que diz
respeito à relação de ______.
____ é a personagem que aglutina estes dois
enredos amorosos, a que assiste (mais do que os vive). Quanto a _____, surge
como a personagem que permite a ligação aos diversos episódios de crónica
social (entre outros: ______).
A. Campos Matos (org.), Dicionário de Eça de Queiroz, 2.ª ed., Lisboa, Caminho, 1993, s.v.
«Tipologia das personagens masculinas»:
Liga dos Campeões (oitavos de final).
TPC — [Só para os que disputarão a segunda
pré-eliminatória da Liga Europa:] prepara leitura em voz alta, expressiva, de
«Num bairro moderno» (pp. 293-294). Os leitores do jogo A6 vs. B7 preparam as cinco primeiras quintilhas (vv. 1-25); os do
jogo C6 vs. D7, as quintilhas dos vv.
26-50; os de B6 vs. A7, vv. 51-75; os
de D6 vs. C7, vv. 76-100.
Aula 115-116 (12 [12.ª, 5.ª], 13 [8.ª, 7.ª] 16/mai
[1.ª]) Na p. 319, lê «Cristalizações», de Cesário Verde. Como se trata de poema
cujo «eu» (sujeito poético, sujeito lírico) é um quase-narrador — e, mais uma
vez, em deambulação pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada
estrofe. Já o fiz para as primeiras três quintilhas, procede agora do mesmo
modo para mais algumas delas. Não uses em cada síntese mais do que vinte
palavras.
Vv.
|
Resumo-Síntese
|
1-5
|
Há muita luz, apesar do frio, enquanto os
calceteiros trabalham.
|
6-10
|
O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão
molhado, vê-se a cidade refletida.
|
11-15
|
Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem.
Veem-se barracas pobres e quintalórios.
|
16-20
|
|
21-25
|
|
26-30
|
|
31-35
|
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36-40
|
|
41-45
|
|
46-50
|
|
51-55
|
|
56-60
|
|
61-65
|
|
66-70
|
|
71-75
|
Resolve
o ponto 6 (da p. 320):
A
|
B
|
1
|
|
2
|
|
3
|
|
4
|
|
5
|
Escreve
uma resposta para a pergunta 4 (na mesma p. 320):
.....
Liga Europa (com «Num bairro moderno»)
TPC — [Só para os que disputarão os quartos
de final da Liga dos Campeões:] prepara leitura em voz alta, expressiva, do
poema de Cesário Verde que refiro a seguir — os leitores dos jogos α (alfa) vs. ζ (dzeta, zeta) e β (beta) vs.
ε (épsilon) preparam «Contrariedades» (pp. 307-308); os leitores dos jogos γ
(gama) vs. θ (theta, teta) e δ (delta) vs.
η (eta) preparam «Deslumbramentos» (p. 311). || Até ao fim do ano, ainda
teremos um exercício em torno de gramática (orações, sobretudo, e funções
sintáticas) e um questionário de verificação da leitura efetiva de Os Maias. Vale a pena ir percebendo
aqueles assuntos de gramática e lendo o livro de Eça (resumos não servem,
acreditem-me).
Aula
117-118 (17 [12.ª, 8.ª,
7.ª, 5.ª], 21/mai [1.ª]) Este assunto é de gramática mas também respeita ao
estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua
característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias que está em discurso direto para discurso indireto:
Discurso direto (p. 248, ll. 15-25)
Discurso indireto
Afonso perguntou ________ para onde __________.
Perguntou ______ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro ___________ e
acrescentou que _____ que ela ______. Disse também que ele saíra de Lisboa na
segunda-feira e que, ________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com
uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha _________, e a
pequena. Pedro relatou depois que Maria ________ à governanta e à ama do filho
que ia ter ___________ e que elas __________. Exclamou que não poderiam ter
dito outra coisa e disse que, quando ________, tinha achado ________ carta.
Sintetizemos
as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que
decorrem na passagem do discurso direto
a discurso indireto:
Travessão
ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção
subordinativa completiva
|
Eg «— respondeu Pedro»
> «Pedro respondeu _____ »
|
Vocativo
passa a Complemento indireto
|
Eg «Pedro» > «_____»
|
Trocas
de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)
|
Presente
> _____; Perfeito > _____; Futuro > Condicional; Imperativo >
Conjuntivo
|
Trocas
de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)
|
1.ª,
2.ª > ___
|
Trocas
de deíticos
|
ontem
> na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui
> __; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > __
|
Acomodações
(mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade
|
Eg «Não é só chorar...»
talvez pudesse ficar «não bastava chorar»
|
Repara
agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não
era só chorar...
Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele
saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa
carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha
agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele.
Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela
carta.
No
discurso indireto livre, o narrador
relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente mas sem
fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se
marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao
discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto
livre os tempos verbais mudam.
Em
‘Pós-leitura’ (p. 251), 1.1, são referidos passos de Os Maias que abordam dois modelos de educação: a de Pedro
(romântica) e a de Carlos. Reproduzo aqui os seus trechos iniciais:
[cap. I]
Odiando
tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse
estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio
católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S.
João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a
religião. A alma do seu Pedrinho não
abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques,
capelão do conde de Runa.
O
Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a
cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das
ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos
estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
— Quantos
são os inimigos da alma?
E o
pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
— Três.
Mundo, Diabo e Carne...
Pobre
Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e
sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o
joelho...
[cap. III]
Vilaça,
sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço,
por trás da orelha, e ia dizendo:
—
Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem
governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...
Mas o
Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e
mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma
vara de ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco
anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para
dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades.
Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a
queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não,
parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às
árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E
depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às
vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
E o
Teixeira acrescentou:
—
Enfim era a vontade de Deus, saiu forte. Mas que nós aprovássemos a educação
que tem levado, isso nunca aprovámos, nem eu, nem a Gertrudes.
No
primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem
exemplificar o discurso indireto livre.
Sublinha-as.
No
trecho já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a
educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava
a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto
livre, o {circunda a melhor opção}
primeiro / segundo / terceiro / quarto / quinto /nonagésimo segundo. Para nos apercebermos das características
desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe corresponderia
nos outros modos de relato do discurso:
Discurso direto
— _____ Senhoria, ___
«mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que _________ com uma vara de ferro!
________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem
lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às
vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande
paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus __________...
Mas não, parece que __ o sistema inglês. ______ correr, cair, trepar às
árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o
rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a
criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o
Teixeira, muito grave, muito sério, ________.
Discurso indireto
Mas o Teixeira, muito
grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado
e que o coitado _______ com uma vara de ferro. Disse ainda que se _______________.
{basta até aqui}
Resolve o ponto
10 (p. 251):
a.
|
|
b.
|
|
c.
|
|
d.
|
|
e.
|
Na
mesma p. 251, escolhe a alínea falsa em 1.1.1: ______.
Já na p. 252, completa 1.2. («A educação n’Os Maias»):
(1) _______
(2) _______
(3) _______
(4) _______
(5) _______
(6) _______
(7) _______
(8) _______
(9) _______
(10) _______
Vê agora o ponto 1 de escrita da p. 253. O trecho
que ponho a seguir, tirado de Carlos
Reis, Eça de Queirós,
Edições 70, Lisboa, 2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse
comentário. Completa as lacunas:
Afonso da Maia, como que
procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído _____, adota um
modelo educativo britânico regido pelo precetor ______ em vez do ______ e da
cartilha defendidos pelo abade ________, a educação de Carlos privilegia agora
o exercício físico e o contacto com a _______, o que confere à criança um vigor
que contrasta com a debilidade de ________. Entretanto, o que a ação d’Os Maias
acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente _______ foi
capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.
Algumas das personagens
d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda
que por vezes em
termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da
Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à
presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos ________ da família
Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim, efeitos de
uma _______ biológica que parece não afetar _______, como se neste se tivesse
recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo, apesar
disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao
fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família
antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um ______
que a transcende.
TPC — [Só para os que disputarão os quartos
de final da Liga Europa:] prepara leitura em voz alta, expressiva, de
«Cristalizações» (p. 318) e «Reportagem» (p. 306) — os leitores dos jogos A5 vs. ζ (dzeta, zeta) e B5 vs. δ
(delta) preparam os vv. 1-50 de «Cristalizações» (ou seja, as dez primeiras
quintilhas); os leitores dos jogos C5 vs.
γ (gama) e D5 vs. ε (épsilon)
preparam as últimas cinco quintilhas de «Cristalizações» (vv. 51-75) e o poema
«Reportagem».
[Para
todos:] Estuda ficha sobre «Reprodução do discurso no discurso» no Caderno de Atividades (pp. 56-58), que
copio também aqui, e, sobretudo, as páginas de gramática que ponho no
blogue sobre «Relato do discurso» e «Discurso direto, direto livre, indireto,indireto livre».
Aula 119-120 (19 [12.ª, 5.ª], 20 [8.ª, 7.ª] 23/mai
[1.ª]) Transpõe para um contexto
contemporâneo a situação dos três
primeiros parágrafos de «Um jantar no Hotel Central» (p. 254, ll. 1-24).
Trata-se
de escrever texto narrativo-descritivo em que personagem, ou personagens, num
contexto tão verosímil para o nosso século quanto o do encontro no Hotel
Central para o século XIX, reconheça(m) uma outra personagem que o(s)
impressione superlativamente.
Evita
os retratos simplistas («Era alta, magra, baixa, gorda, de olhos assim, cabelos
assados, ...»). Nestas linhas de Eça não vemos uma única forma dos verbos
«Ser», «Ter» ou «Estar», o que te peço tentes também.
Género
(isto é, sexo) das personagens é indiferente. Registo de língua será, digamos,
«literário». Como sucede no texto de Eça, convém que o terceiro parágrafo
contenha uma fala; que o segundo seja largamente descritivo; que o primeiro
localize, de uma penada, o episódio. Extensão também semelhante. A caneta.
Um(a) .......... no/a
................
......
Na
p. 255, entre as linhas 42 e 48, temos uma fala de Dâmaso em discurso direto.
Passa-a para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a
voz ainda é, mais claramente, a do narrador, podemos aproveitar parte do
parágrafo anterior (ll. 40-41).
Estas palavras
pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente,
aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns quinze dias, .....
Também muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se
transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou
vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no glossário da p. 348.) Por
exemplo, em
«Carlinhos,
arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o adjetivo «____» reporta-se, no fundo, a _____, embora,
gramaticalmente, modifique o nome «____». E, em
«Dá-me cá esses ossos honrados,
honrado inglês!» (p. 255, l. 62),
Tomás de Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao
modificar o nome comum «_____» (ainda antes de repetir o qualificativo,
aplicado então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).
As hipálages seguintes são de diversos livros de
Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um
objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas
Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]
cigarro pensativo
cigarro lânguido
sobrancelhas
meditativas
lábios devotos
mão pacificadora
sedas impúdicas
braço concupiscente
braços pasmados
sala séria de tons
castos
leito de ferro
virginal
chá respeitoso
o peixe austero
as tias, fazendo as
suas meias sonolentas
raspar espavorido dos
fósforos
as lojas loquazes dos
barbeiros
saias ligeiras e
ilegítimas
lenta humidade das
paredes fatais do Ramalhete
(Também
em «Cristalizações», de Cesário Verde, que vimos recentemente, se leem duas
hipálages: «marretas possantes» — vv. 42-43 — e «queixo hostil» — v. 71.)
TPC — Sem lhes responderes, relanceia as
perguntas 7, 7.1, 7.2 (no fundo, toda a p. 257). O texto a que se alude (visão
de Maria Monforte por Pedro, no capítulo I) é este:
Mas
um dia, excessos e crises findaram. Pedro da Maia amava! Era um amor à Romeu,
vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbradora, uma dessas
paixões que assaltam uma existência, a assolam como um furacão, arrancando a
vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos.
Numa
tarde, estando no Marrare, vira parar defronte, à porta de Madame Levaillant,
uma caleche azul onde vinha um velho de chapéu branco, e uma senhora loura,
embrulhada num xale de Caxemira.
O
velho, baixote e reforçado, de barba muito grisalha talhada por baixo do
queixo, uma face tisnada de antigo embarcadiço e o ar goche, desceu todo
encostado ao trintanário como se um reumatismo o tolhesse, entrou arrastando a
perna o portal da modista; e ela voltando devagar a cabeça olhou um momento o
Marrare.
Sob
as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um oiro
fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-‑na toda:
a friagem fazia-lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu
perfil grave de estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale
cingia — pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de imortal e superior à
Terra.
Não
a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento, de bigodes negros, vestido de negro,
que fumava encostado à outra ombreira, numa pose de tédio — vendo o violento
interesse de Pedro, o olhar aceso e perturbado com que seguia a caleche
trotando Chiado acima, veio tomar-lhe o braço, murmurou-lhe junto à face na sua
voz grossa e lenta:
— Queres que te diga o nome, meu Pedro? O nome,
as origens, as datas e os feitos principais? E pagas ao teu amigo Alencar, ao
teu sequioso Alencar, uma garrafa de champanhe?
Escreve
um comentário acerca dos paralelismos, ligações, cruzamentos, etc., entre estes
dois momentos e, sobretudo, entre as duas intrigas amorosas em geral — a de
Pedro/Maria Monforte e a de Carlos/Maria Eduarda. Usa caneta. (Se ainda não
conheces toda a obra, prefiro que a leias primeiro, mesmo em prejuízo deste
tepecê.)
[Para Liga dos Campeões (semi-finais):]
Prepara leitura em voz alta de «O sentimento dum ocidental. I — Ave Marias»
(pp. 298-299), de Cesário Verde. Em Gaveta
de Nuvens há link (aqui) para duas declamações desta primeira parte do célebre longo
poema de Cesário Verde, que podem ser úteis para esclarecer a pronúncia de
alguma palavra.
Aula
121-122 (24 [12.ª, 8.ª,
7.ª, 5.ª], 28/mai [1.ª]) Reproduz-se o trecho do cap. VI que se segue à
apresentação de Tomás Alencar a Carlos (na verdade, um reencontro, dado que
Alencar chegara a andar com Carlos ao colo), com que terminava o texto da
última aula («Um jantar no Hotel Central», pp. 254-255).
Depois
de leres o texto na folha solta (que pertence ao cap. VI de Os Maias e é a imediata sequência de «Um
jantar no Hotel Central», que vimos na última aula), circunda a melhor alínea:
«Que
se precipitara para ele» (l. 2) é uma oração subordinada
a) substantiva completiva.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adjetiva relativa explicativa.
d) substantiva completiva não finita.
Nas
linhas 5-6 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
O
marquês e «Steinbroken» a que alude Ega (ll. 5-6) são, respetivamente,
a) Afonso da Maia e um diplomata alemão em
Lisboa.
b) Eusebiozinho e um diplomata inglês em Lisboa.
c) Cruges e um diplomata.
d) Souselas e um diplomata finlandês em Lisboa.
Ao
colocar Cohen à sua direita e ao oferecer-lhe uma flor (ll. 11-13), Ega estava
a
a) troçar dele.
b) procurar humilhá-lo.
c) procurar homenageá-lo.
d) troçar de Carlos.
Nas
linhas 18-24 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
No
parágrafo das linhas 25-29, o «excremento» que refere Alencar é
a) um livro de Émile Zola, L’Assommoir.
b) um cocó de cão.
c) a literatura naturalista.
d) o mundo dos fadistas e da malandragem.
No
longo parágrafo 30-57, faz-se um relance biográfico a Alencar. Nas linhas
30-37, resumem-se as características da literatura realista, naturalista. Essa
nova escola
a) escangalhara uma catedral romântica.
b) mobilizara Alencar durante a mais produtiva
fase da sua vida.
c) era o enlevo de Alencar.
d) tomara como assuntos temas até aí arredados
da literatura.
Nas
linhas 36-55, mostra-se-nos como Alencar passou a reagir à escola literária que
considerava adversária. Passou a defender
a) a moralidade e o recato, o que contrastava
com as suas práticas de décadas.
b) o amor ilegítimo, o que contradizia as suas
práticas de tantos anos.
c) a moralidade e o recato, o que era coerente
com a sua vida de décadas.
d) o amor ilegítimo, como ele próprio praticara
durante anos.
Numa
fase derradeira (ll. 55-60), Tomás de Alencar percebeu que
a) o autor de «Elvira» encavacara.
b) as suas críticas à literatura realista tinham
resultados contrários dos que pretendia.
c) as suas críticas à literatura romântica
tinham resultados diferentes dos que esperava.
d) não valia a pena mencionar o «excremento».
Já
a partir da l. 61, Craft parece não ser adepto da literatura
a) romântica, já que a arte era uma idealização.
b) realista, na medida em que, para ele, a arte
não se devia ocupar do que não fosse belo.
c) naturalista, já que considerava que a arte
devia mostrar a vida real, não apenas a natureza.
d) romântica, porque, para ele, a arte devia
ocupar-se apenas do que fosse superior.
Os
«dois fogos» (69) entre que se encontrou Ega eram as posições de
a) Alencar versus
Craft.
b) Craft/Alencar versus Carlos.
c) Craft/Carlos versus Alencar.
d) Alencar/Carlos versus Craft.
Segundo
o parágrafo 69-73, o naturalismo-realismo, para Ega,
a) deveria tornar-se mais fantasista.
b) deveria ainda ir mais longe no seu programa.
c) tinha pouco pitoresco e carecia de estilo.
d) deveria ser mais criativo.
Na
linha 77 há
a) discurso indireto livre.
b) discurso indireto.
c) livre indireto.
d) discurso direto.
A
observação de Alencar «estão gastando cera com ruins defuntos» (78) significa
que
a) adotava a sua mais recente estratégia face ao
naturalismo.
b) recuperara a sua primeira maneira de combater
o realismo.
c) mudara de posição e atacava agora o
romantismo.
d) considerava já do mesmo modo realismo e
romantismo.
Na
penúltima linha (79), deveria haver uma vírgula depois de «Eu», porque
a) se sucede uma oração adjetiva relativa
explicativa.
b) se sucede uma oração adjetiva relativa
restritiva.
c) se segue uma oração subordinada adverbial,
que convém ficar delimitada.
d) se trata de um vocativo.
A
iniciativa deste jantar fora de
a) Ega, por causa de um flirt seu.
b) Carlos, por causa de um incesto seu.
c) Dâmaso, por causa de uma gabarolice.
d) Alencar, por causa de uma sua recordação.
No
mesmo jantar, mas em momento posterior ao que se transcreve, dá-se violenta
discussão entre
a) Marafona, bracarense, e Maximiliano,
uruguaio.
b) Ega e Alencar, por causa de Ana Craveiro.
c) Dâmaso e Carlos, por causa de Eusebiozinho.
d) Carlos e Alencar, por causa de Raquel Cohen.
O que se segue é o início da tradução
portuguesa de L’Assommoir, de Émile
Zola, o romancista francês que, nas páginas dos Maias que acabámos de ver, exemplificava a literatura naturalista.
Mantive o exato texto desta tradução —
cujo título português é A Taberna —
mas inseri espaços, que preencherás com escrita da tua lavra. Esses acrescentos
devem adotar o estilo desta escola literária: de detalhe descritivo, realista
ou, como dizia Alencar, «excrementício». (As páginas 235-238 do nosso manual
ocupam-se desta corrente e do seu parente próximo, realismo. Vale a pena relanceares talvez os textos inicial e
final.)
embocadura — ‘entrada’ | brunidora — ‘engomadeira’ | interiçado — ‘hirto’ | prorromper — ‘manifestar-‑se com ímpeto’
| algibebe — ‘negociante de roupas
novas ou usadas’ | gelosias — ‘persianas’
TPC — Completa a leitura de Os Maias. Revê
gramática. // [Para Liga dos Campeões
(semi-finais):] Prepara leitura em voz alta de «O sentimento dum
ocidental. I — Ave Marias» (pp. 298-299); [Para Liga Europa (semi-finais):]
Prepara leitura em voz alta de «III — Ao Gás» (pp. 303-304). Estes trechos são
as partes I («Ave Marias») e III («Ao Gás») do poema talvez mais importante de
Cesário Verde, «O Sentimento dum Ocidental». Em Gaveta de Nuvens encontrarás linque (aqui) para boas declamações do poema,
o que não significa que devas imitás-las.
Aula
123-124 (27/mai [8.ª,
7.ª]; esta aula não se realiza nas restantes turmas) Correção de questionário
de compreensão sobre o jantar no Hotel Central feito na aula anterior (ver Apresentação).
Na
última aula, ao lermos um trecho do capítulo VI de Os Maias, seguimos uma discussão entre a defesa da nova literatura
(realismo/naturalismo), a cargo de
João da Ega, e a sua rejeição, sobretudo por Tomás de Alencar, o poeta
romântico, para quem a escola realista era «o excremento».
Em baixo, fica um poema que exemplifica o
chamado ultra-romantismo
(a fase que precedeu o realismo e que é já um exagero do romantismo). O poema
que Eusebiozinho recitava («A Lua de Londres», de João de Lemos), para deleite
da audiência de Santa Olávia, era desta fase decadente. Estoutro — «O Noivado
do Sepulcro», de Soares de Passos — é o mais conhecido dessa corrente literária.
Nem Tomás de Alencar seria assim tão excessivo. (Já agora, é bastante seguro
que, ao criar a personagem Alencar, Eça estava a caricaturar um poeta romântico
de então, Bulhão Pato.)
Sabendo que os quartetos do poema têm
sempre rima cruzada e que os versos são todos decassilábicos, preenche as
lacunas. Cada espaço corresponde a uma palavra.
O
noivado do sepulcro — Balada
Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali ______.
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça _____.
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral _____,
O mocho pia na marmórea ______.
Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou _____...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.
Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz _____
Os ecos tristes acordou ______:
"Mulher formosa, que adorei na ___,
"E que na tumba não cessei d’amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi ____?
"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra _____?
"Abandonado neste chão _____
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ___!
"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do _____
Fundo suspiro de cruel _____.
"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ______
"Na fria terra sem vingança _____!
— "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda
Responde um eco suspirando além...
— "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços _____.
Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias _______
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.
"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, _____,
"Mas inda pulsa com amor por ____.
"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o ____,
"O mundo em trevas sem a luz do ____?
"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
— "Oh vejo sim... recordação fatal!
— "Foi à luz dela que jurei ser _____
"Durante a vida, e na mansão final.
"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a ____!"
E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz _____.
Quando risonho despontava o _____,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota _____.
Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro ______,
Foram achados num sepulcro ______.
Soares de Passos (1826-1859)
Como é típico do ultra-romantismo, neste
poema são muitas as palavras pertencentes ao campo lexical ‘morte’.
Transcreve umas tantas:
«morte»; «fantasma»; «sepulcro»; _____; _____; _____; _____; _____; _____; ______;
______; ______; ______.
No sketch
«Gajos que tentam adivinhar» (série Meireles) há uma personagem que completa
frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo impaciente
vai tentando adivinhar têm a mesma função
sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das alíneas, usando
uma destas funções sintáticas:
predicado
complemento oblíquo
predicativo do sujeito
predicativo do complemento direto
modificador do grupo verbal
Falar-te-ei
... | sobre o André |
... | sobre o
primeiro-ministro
... | sobre o último
disco da Shakira
... | sobre o
almanaque Borda d'Água
... | sobre o
Meireles
... | [= _________]
É
... | simpático
... | amarelo
... | muito aberto a
novas experiências
... | muito amigo do
Rodolfo
... | acintoso
... | [= _________]
Entra
... | em salas de
cinema
... | em contradições
... | em
auto-estradas
... | em discussões
... | [= _________]
Faz-me sentir
... | sportinguista
... | roxo
... | apertado
naquelas calças justas
... | mal
... | [= _________]
O que é que tu / eu
... | estou a fazer
aqui
... | comi ao
pequeno-almoço
... | quero de
presente de anos
... | achas
... | [= _________]
Que achas
... | a propósito da
Magda
... | a propósito do
alargamento da União Europeia
... | a propósito da
falta de consistência da defesa da seleção
... | a propósito da
maneira de ser do Meireles
... | [= _________]
TPC — No início da próxima semana faremos
pequenos trabalhos sobre gramática e sobre Os
Maias. Portanto, termina a leitura do romance (enfim, se ainda não o
fizeste); revê funções sintáticas e orações. // Os semi-finalistas na Liga dos
Campeões e na Liga Europa devem preparar, respetivamente, as partes I («Ave
Marias», pp. 298-299) e III («Ao Gás», pp. 303-304) do longo poema «O
Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.
Decorre
até dia 9 de junho o prazo para entrega de trabalhos (no CRE) para o Concurso
Literário José Gomes Ferreira. Ponderem concorrer.
Para
a modalidade «Conto», serão bastante aproveitáveis os textos com que muitos
concorreram ao Correntes d’Escritas
(reformular apenas a fonte — para a feia Arial
12 — e o espaço da
entrelinha — espaço duplo). Para a modalidade «Teatro», admito que alguns dos
textos que fizemos em aula com a criação de uma peça possam ser agora usados
para o efeito. Mas, é claro, é sempre possível redigir agora textos novos.
Aula
125-126 (30 [1.ª],
31/mai [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção de questionário feito na aula anterior
[exceto na 7.ª e na 8.ª, onde a correção já foi feita na aula 123-124].
Escolhe
a melhor alínea de cada item.
O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é
a) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em
Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais...
Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo
D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».
b) «Então, que diabo, os rapazes tinham
querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as
suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela
melancolia [...]».
c) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss
Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se
sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair
do movimento das suas saias».
d) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso —
exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».
Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão
conversando por Lisboa, a
a) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem
considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
b) discutirem sobre as corridas de cavalos,
recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
c) discutirem escolas literárias, refletirem
sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.
d) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões
filosóficas, a esbofetearem um americano.
Um pouco marginais à intriga passional (embora
com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que
constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal
oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:
a) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.
b) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia
de casamento burguês.
c) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.
d) jogo de críquete; manhã de veraneio no
Estoril, serão em Santa Olávia.
A morte de Afonso
a) é completamente independente da intriga
amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
b) ocorre em momento pouco posterior ao
reconhecimento da tragédia.
c) é anterior ao conhecimento do parentesco que
havia entre Carlos e Maria Eduarda.
d) não chega a ocorrer dentro da cronologia que
é dada pelo discurso da obra.
O passo que não é de Os Maias é:
a) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que
rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna
alumiava. Era a redação d’A Tarde».
b) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande
poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às
escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez
derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».
c) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de
canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar
encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».
d) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe
arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o
que eu respondi [...]»
O passo que não é de Os Maias é:
a) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não
pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu
Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
b) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao
colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu
lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
c) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça!
Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».
d) «Mas era impossível encontrar o maestro,
porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em
casa».
Pertence a Os
Maias o trecho
a) «Não, não queria ficar na terra perversa
donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na
rua os Jacintos!».
b) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança.
Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».
c) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha
havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se
daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».
d) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento
então, com a Ameliazinha...».
Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades,
Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.
b) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.
c) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.
d) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.
Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias
a) Vilaça, Anselmo, Melanie.
b) Lola, Silva, Baptista.
c) Teixeira, Juliana, Taveira.
d) Domingos, Baptista, Melanie.
As expressões «Chique a valer!», «Oh yes»,
«C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento»
pertencem, respectivamente, a
a) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.
b) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.
c) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.
d) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.
A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio
do Dâmaso» corresponde a
a) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.
b) Vilaça, Cohen, Castro
Gomes.
c) Eusébio, Ega, Guimarães.
d) Souselas, Ega, Castro
Gomes.
Estão ligadas ao jornalismo as personagens
a) Castro Gomes,
Neves, Ega.
b) Ega, Neves, Sousa Neto.
c) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.
d) Palma, Neves, Guimarães.
A estes espaços podemos associar,
respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Paris, Ramalhete, Sintra.
b) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.
c) Sintra, Toca, Trindade.
d) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.
Quando, pela última vez, se encontra
amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) julga ser ela sua prima.
b) não sabe ainda que ela é sua irmã.
c) acredita ser ela um seu tio.
d) sabe que ela é sua irmã.
A alínea que só tem personagens de Os Maias é
a) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.
b) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.
c) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.
d) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.
Não há nenhuma personagem de Os Maias em
a) Melanie, Macário, Basílio.
b) Acácio, Fradique, Artur.
c) Raquel, Mac Gren, Baptista.
d) Ega, Alencar, Tancredo.
A alínea que só tem mamíferos irracionais
mencionados nos Maias é
a) Memé, Lucinda, Cavalão.
b) Lucinda, Niniche, Bonifácio.
c) Cavalão, Bonifácio, Niniche.
d) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.
Algumas das personagens, bastantes planas, podem
ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos
«’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Diogo, Monforte, Steinbroken.
b) Neves, Diogo, Cruges.
c) Neves, Guimarães, Dâmaso.
d) Palma Cavalão, Castro
Gomes, Craft.
Esta série de caracterizações — alto funcionário
público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a
a) Cruges; Taveira; Mac Gren.
b) Taveira; Sousa Neto; Cruges.
c) Teles da Gama; Cruges; Ega.
d) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.
À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem,
por esta ordem,
a) romântico, político corrupto, poeta realista.
b) cobarde, revolucionário, escritor.
c) político conservador, diplomata, poeta.
d) pretensioso, banqueiro judeu, romântico
decadente.
Depois
de relanceares «Ave Marias» (pp. 298-299), a primeira parte de «O sentimento
dum ocidental», de Cesário Verde,
Resolve o ponto 1 da p. 300, sobre início de «O
sentimento dum ocidental»: ___.
E o ponto 4:
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g. ___.
Relativamente
ao texto na p. 303 — a terceira parte de «O sentimento de um ocidental» —,
responde com escrita toda asseada:
Qual será a explicação para o título, «Ao Gás»?
.....
A quarta quadra contrasta com as três estrofes
anteriores. Explica como.
.....
No v. 16, «Um cheiro salutar e honesto
a pão no forno», destaca-se uma figura de estilo, uma ______.
Textos
a preparar pelos finalistas da leitura em voz alta:
Liga Europa — «Lisboa com Cesário e Melancolia»»
(p. 302);
Liga dos Campeões — «Cesário Verde» (p. 288).
TPC — Este tepecê não é um tepecê. É uma
sugestão. Decorre até dia 9 de junho o prazo para entrega de trabalhos (no CRE)
para o Concurso
Literário José Gomes Ferreira. Ponderem concorrer.
Aula
127-128
(2 [12.ª, 5.ª], 3/jun [8.ª,
7.ª, 1.ª]) Finais da Liga Europa e da Liga dos Campeões.
Correção
do questionário sobre Os Maias; correção
do questionário de gramática (cfr.
Apresentação).
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