Thursday, September 10, 2015

Aulas (3.º período, 2.ª parte: 113-128)



Aula 113-114 (10 [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª], 13/mai [1.ª]) Vai lendo «O tempo n’Os Maias» (p. 246) e completando:

Tempo da história (diegese), medido em anos
Tempo do discurso, medido em páginas
décadas do passado de Afonso da Maia e da formação e vida de ____
dois ____ (I-II)
vários anos
uma única ____ («Mas esse ano passou, outros anos passaram» [l. 61 da p. 249 do nosso manual]) no início do cap. III
um dia de abril em ______
___ capítulo (III)
__ anos da vida de Carlos
___ capítulos (IV-XVII)
vários anos (_____; regresso de Ega a Lisboa)
três páginas iniciais do capítulo ___ (cfr. elipse nas ll. 1-2 da p. 241 do manual)
_____ de Carlos regressado a Lisboa
quase todo um capítulo (___)

Numerando-os de 1 a 6, marca a ordem em que, nos Maias, aparecem no discurso os seguintes segmentos de história:


1820-1875

1875

1875-1877

1877-1879

1879-1887 (embora quase elidido)

1887

Resolve o ponto 1.1 da p. 247:
a. __; b. __; c. __; d. __; e. __; f. __; g. __; h. __

Para responderes ao ponto 1.1 de oralidade da p. 244, completa este meu esboço. As expressões a usar nas lacunas estão todas no próprio esquema.
O quadro, que procura interpretar a _____ de Os Maias, tem duas molduras horizontais («_____», em cima, e «______», em baixo) que correspondem ao título e ao subtítulo do romance (Os Maias; «Episódios da vida romântica»). Com efeito, são esses os dois objetivos enquadradores do livro: traçar a história de uma família ao longo de várias gerações; mostrar como era a sociedade lisboeta à entrada no último quartel do século XIX.
A intriga desdobra-se em duas histórias passionais, a que o esquema reserva colunas específicas: a intitulada «_____» (dedicada às peripécias do _____); e, sob o título «romance», a que diz respeito à relação de ______.
____ é a personagem que aglutina estes dois enredos amorosos, a que assiste (mais do que os vive). Quanto a _____, surge como a personagem que permite a ligação aos diversos episódios de crónica social (entre outros: ______).

A. Campos Matos (org.), Dicionário de Eça de Queiroz, 2.ª ed., Lisboa, Caminho, 1993, s.v. «Tipologia das personagens masculinas»:

Liga dos Campeões (oitavos de final).
TPC — [Só para os que disputarão a segunda pré-eliminatória da Liga Europa:] prepara leitura em voz alta, expressiva, de «Num bairro moderno» (pp. 293-294). Os leitores do jogo A6 vs. B7 preparam as cinco primeiras quintilhas (vv. 1-25); os do jogo C6 vs. D7, as quintilhas dos vv. 26-50; os de B6 vs. A7, vv. 51-75; os de D6 vs. C7, vv. 76-100.

Aula 115-116 (12 [12.ª, 5.ª], 13 [8.ª, 7.ª] 16/mai [1.ª]) Na p. 319, lê «Cristalizações», de Cesário Verde. Como se trata de poema cujo «eu» (sujeito poético, sujeito lírico) é um quase-narrador — e, mais uma vez, em deambulação pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada estrofe. Já o fiz para as primeiras três quintilhas, procede agora do mesmo modo para mais algumas delas. Não uses em cada síntese mais do que vinte palavras.

Vv.
Resumo-Síntese
1-5
Há muita luz, apesar do frio, enquanto os calceteiros trabalham.
6-10
O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão molhado, vê-se a cidade refletida.
11-15
Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem. Veem-se barracas pobres e quintalórios.
16-20

21-25

26-30

31-35

36-40

41-45

46-50

51-55

56-60

61-65

66-70

71-75


Resolve o ponto 6 (da p. 320):
A
B
1

2

3

4

5


Escreve uma resposta para a pergunta 4 (na mesma p. 320):
.....
Liga Europa (com «Num bairro moderno»)
TPC — [Só para os que disputarão os quartos de final da Liga dos Campeões:] prepara leitura em voz alta, expressiva, do poema de Cesário Verde que refiro a seguir — os leitores dos jogos α (alfa) vs. ζ (dzeta, zeta) e β (beta) vs. ε (épsilon) preparam «Contrariedades» (pp. 307-308); os leitores dos jogos γ (gama) vs. θ (theta, teta) e δ (delta) vs. η (eta) preparam «Deslumbramentos» (p. 311). || Até ao fim do ano, ainda teremos um exercício em torno de gramática (orações, sobretudo, e funções sintáticas) e um questionário de verificação da leitura efetiva de Os Maias. Vale a pena ir percebendo aqueles assuntos de gramática e lendo o livro de Eça (resumos não servem, acreditem-me).

Aula 117-118 (17 [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª], 21/mai [1.ª]) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias que está em discurso direto para discurso indireto:

Discurso direto (p. 248, ll. 15-25)
Discurso indireto
Afonso perguntou ________ para onde __________. Perguntou ______ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro ___________ e acrescentou que _____ que ela ______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira e que, ________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha _________, e a pequena. Pedro relatou depois que Maria ________ à governanta e à ama do filho que ia ter ___________ e que elas __________. Exclamou que não poderiam ter dito outra coisa e disse que, quando ________, tinha achado ________ carta.

Sintetizemos as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que decorrem na passagem do discurso direto a discurso indireto:

Travessão ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção subordinativa completiva
Eg «— respondeu Pedro» > «Pedro respondeu _____ »
Vocativo passa a Complemento indireto
Eg «Pedro» > «_____»
Trocas de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)
Presente > _____; Perfeito > _____; Futuro > Condicional; Imperativo > Conjuntivo
Trocas de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)
1.ª, 2.ª > ___
Trocas de deíticos
ontem > na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui > __; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > __
Acomodações (mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade
Eg «Não é só chorar...» talvez pudesse ficar «não bastava chorar»

Repara agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...
Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela carta.

No discurso indireto livre, o narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto livre os tempos verbais mudam.

Em ‘Pós-leitura’ (p. 251), 1.1, são referidos passos de Os Maias que abordam dois modelos de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. Reproduzo aqui os seus trechos iniciais:

[cap. I]
Odiando tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S. João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde de Runa.
O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
Quantos são os inimigos da alma?
E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
— Três. Mundo, Diabo e Carne...
Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...

[cap. III]
Vilaça, sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da orelha, e ia dizendo:
— Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
E o Teixeira acrescentou:
— Enfim era a vontade de Deus, saiu forte. Mas que nós aprovássemos a educação que tem levado, isso nunca aprovámos, nem eu, nem a Gertrudes.

No primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem exemplificar o discurso indireto livre. Sublinha-as.
No trecho já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto livre, o {circunda a melhor opção} primeiro / segundo / terceiro / quarto / quinto /nonagésimo segundo. Para nos apercebermos das características desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe corresponderia nos outros modos de relato do discurso:

Discurso direto
— _____ Senhoria, ___ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que _________ com uma vara de ferro! ________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus __________... Mas não, parece que __ o sistema inglês. ______ correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, ________.

Discurso indireto
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado e que o coitado _______ com uma vara de ferro. Disse ainda que se _______________. {basta até aqui}

Resolve o ponto 10 (p. 251):
a.

b.

c.

d.

e.


Na mesma p. 251, escolhe a alínea falsa em 1.1.1: ______.
Já na p. 252, completa 1.2. («A educação n’Os Maias»):
(1) _______
(2) _______
(3) _______
(4) _______
(5) _______
(6) _______
(7) _______
(8) _______
(9) _______
(10) _______

Vê agora o ponto 1 de escrita da p. 253. O trecho que ponho a seguir, tirado de Carlos Reis, Eça de Queirós, Edições 70, Lisboa, 2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse comentário. Completa as lacunas:
Afonso da Maia, como que procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído _____, adota um modelo educativo britânico regido pelo precetor ______ em vez do ______ e da cartilha defendidos pelo abade ________, a educação de Carlos privilegia agora o exercício físico e o contacto com a _______, o que confere à criança um vigor que contrasta com a debilidade de ________. Entretanto, o que a ação d’Os Maias acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente _______ foi capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.
Algumas das personagens d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda que por vezes em termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos ________ da família Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim, efeitos de uma _______ biológica que parece não afetar _______, como se neste se tivesse recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo, apesar disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um ______ que a transcende.
TPC — [Só para os que disputarão os quartos de final da Liga Europa:] prepara leitura em voz alta, expressiva, de «Cristalizações» (p. 318) e «Reportagem» (p. 306) — os leitores dos jogos A5 vs. ζ (dzeta, zeta) e B5 vs. δ (delta) preparam os vv. 1-50 de «Cristalizações» (ou seja, as dez primeiras quintilhas); os leitores dos jogos C5 vs. γ (gama) e D5 vs. ε (épsilon) preparam as últimas cinco quintilhas de «Cristalizações» (vv. 51-75) e o poema «Reportagem».
[Para todos:] Estuda ficha sobre «Reprodução do discurso no discurso» no Caderno de Atividades (pp. 56-58), que copio também aqui, e, sobretudo, as páginas de gramática que ponho no blogue sobre «Relato do discurso» e «Discurso direto, direto livre, indireto,indireto livre».

Aula 119-120 (19 [12.ª, 5.ª], 20 [8.ª, 7.ª] 23/mai [1.ª]) Transpõe para um contexto contemporâneo a situação dos três primeiros parágrafos de «Um jantar no Hotel Central» (p. 254, ll. 1-24).

Trata-se de escrever texto narrativo-descritivo em que personagem, ou personagens, num contexto tão verosímil para o nosso século quanto o do encontro no Hotel Central para o século XIX, reconheça(m) uma outra personagem que o(s) impressione superlativamente.
Evita os retratos simplistas («Era alta, magra, baixa, gorda, de olhos assim, cabelos assados, ...»). Nestas linhas de Eça não vemos uma única forma dos verbos «Ser», «Ter» ou «Estar», o que te peço tentes também.
Género (isto é, sexo) das personagens é indiferente. Registo de língua será, digamos, «literário». Como sucede no texto de Eça, convém que o terceiro parágrafo contenha uma fala; que o segundo seja largamente descritivo; que o primeiro localize, de uma penada, o episódio. Extensão também semelhante. A caneta.

Um(a) .......... no/a ................
......
Na p. 255, entre as linhas 42 e 48, temos uma fala de Dâmaso em discurso direto. Passa-a para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a voz ainda é, mais claramente, a do narrador, podemos aproveitar parte do parágrafo anterior (ll. 40-41).
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns quinze dias, .....

Também muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no glossário da p. 348.) Por exemplo, em
«Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o adjetivo «____» reporta-se, no fundo, a _____, embora, gramaticalmente, modifique o nome «____». E, em
«Dá-me cá esses ossos honrados, honrado inglês!» (p. 255, l. 62),
Tomás de Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao modificar o nome comum «_____» (ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).

As hipálages seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]
cigarro pensativo
cigarro lânguido
sobrancelhas meditativas
lábios devotos
mão pacificadora
sedas impúdicas
braço concupiscente
braços pasmados
sala séria de tons castos
leito de ferro virginal
chá respeitoso
o peixe austero
as tias, fazendo as suas meias sonolentas
raspar espavorido dos fósforos
as lojas loquazes dos barbeiros
saias ligeiras e ilegítimas
lenta humidade das paredes fatais do Ramalhete
(Também em «Cristalizações», de Cesário Verde, que vimos recentemente, se leem duas hipálages: «marretas possantes» — vv. 42-43 — e «queixo hostil» — v. 71.)
TPC — Sem lhes responderes, relanceia as perguntas 7, 7.1, 7.2 (no fundo, toda a p. 257). O texto a que se alude (visão de Maria Monforte por Pedro, no capítulo I) é este:
Mas um dia, excessos e crises findaram. Pedro da Maia amava! Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam uma existência, a assolam como um furacão, arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos.
Numa tarde, estando no Marrare, vira parar defronte, à porta de Madame Levaillant, uma caleche azul onde vinha um velho de chapéu branco, e uma senhora loura, embrulhada num xale de Caxemira.
O velho, baixote e reforçado, de barba muito grisalha talhada por baixo do queixo, uma face tisnada de antigo embarcadiço e o ar goche, desceu todo encostado ao trintanário como se um reumatismo o tolhesse, entrou arrastando a perna o portal da modista; e ela voltando devagar a cabeça olhou um momento o Marrare.
Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um oiro fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-‑na toda: a friagem fazia-lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave de estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia — pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de imortal e superior à Terra.
Não a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento, de bigodes negros, vestido de negro, que fumava encostado à outra ombreira, numa pose de tédio — vendo o violento interesse de Pedro, o olhar aceso e perturbado com que seguia a caleche trotando Chiado acima, veio tomar-lhe o braço, murmurou-lhe junto à face na sua voz grossa e lenta:
— Queres que te diga o nome, meu Pedro? O nome, as origens, as datas e os feitos principais? E pagas ao teu amigo Alencar, ao teu sequioso Alencar, uma garrafa de champanhe?
Escreve um comentário acerca dos paralelismos, ligações, cruzamentos, etc., entre estes dois momentos e, sobretudo, entre as duas intrigas amorosas em geral — a de Pedro/Maria Monforte e a de Carlos/Maria Eduarda. Usa caneta. (Se ainda não conheces toda a obra, prefiro que a leias primeiro, mesmo em prejuízo deste tepecê.)

[Para Liga dos Campeões (semi-finais):] Prepara leitura em voz alta de «O sentimento dum ocidental. I — Ave Marias» (pp. 298-299), de Cesário Verde. Em Gaveta de Nuvens há link (aqui) para duas declamações desta primeira parte do célebre longo poema de Cesário Verde, que podem ser úteis para esclarecer a pronúncia de alguma palavra.

Aula 121-122 (24 [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª], 28/mai [1.ª]) Reproduz-se o trecho do cap. VI que se segue à apresentação de Tomás Alencar a Carlos (na verdade, um reencontro, dado que Alencar chegara a andar com Carlos ao colo), com que terminava o texto da última aula («Um jantar no Hotel Central», pp. 254-255).

Depois de leres o texto na folha solta (que pertence ao cap. VI de Os Maias e é a imediata sequência de «Um jantar no Hotel Central», que vimos na última aula), circunda a melhor alínea:

«Que se precipitara para ele» (l. 2) é uma oração subordinada
a) substantiva completiva.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adjetiva relativa explicativa.
d) substantiva completiva não finita.

Nas linhas 5-6 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.

O marquês e «Steinbroken» a que alude Ega (ll. 5-6) são, respetivamente,
a) Afonso da Maia e um diplomata alemão em Lisboa.
b) Eusebiozinho e um diplomata inglês em Lisboa.
c) Cruges e um diplomata.
d) Souselas e um diplomata finlandês em Lisboa.

Ao colocar Cohen à sua direita e ao oferecer-lhe uma flor (ll. 11-13), Ega estava a
a) troçar dele.
b) procurar humilhá-lo.
c) procurar homenageá-lo.
d) troçar de Carlos.

Nas linhas 18-24 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.

No parágrafo das linhas 25-29, o «excremento» que refere Alencar é
a) um livro de Émile Zola, L’Assommoir.
b) um cocó de cão.
c) a literatura naturalista.
d) o mundo dos fadistas e da malandragem.

No longo parágrafo 30-57, faz-se um relance biográfico a Alencar. Nas linhas 30-37, resumem-se as características da literatura realista, naturalista. Essa nova escola
a) escangalhara uma catedral romântica.
b) mobilizara Alencar durante a mais produtiva fase da sua vida.
c) era o enlevo de Alencar.
d) tomara como assuntos temas até aí arredados da literatura.

Nas linhas 36-55, mostra-se-nos como Alencar passou a reagir à escola literária que considerava adversária. Passou a defender
a) a moralidade e o recato, o que contrastava com as suas práticas de décadas.
b) o amor ilegítimo, o que contradizia as suas práticas de tantos anos.
c) a moralidade e o recato, o que era coerente com a sua vida de décadas.
d) o amor ilegítimo, como ele próprio praticara durante anos.

Numa fase derradeira (ll. 55-60), Tomás de Alencar percebeu que
a) o autor de «Elvira» encavacara.
b) as suas críticas à literatura realista tinham resultados contrários dos que pretendia.
c) as suas críticas à literatura romântica tinham resultados diferentes dos que esperava.
d) não valia a pena mencionar o «excremento».

Já a partir da l. 61, Craft parece não ser adepto da literatura 
a) romântica, já que a arte era uma idealização.
b) realista, na medida em que, para ele, a arte não se devia ocupar do que não fosse belo.
c) naturalista, já que considerava que a arte devia mostrar a vida real, não apenas a natureza.
d) romântica, porque, para ele, a arte devia ocupar-se apenas do que fosse superior.

Os «dois fogos» (69) entre que se encontrou Ega eram as posições de
a) Alencar versus Craft.
b) Craft/Alencar versus Carlos.
c) Craft/Carlos versus Alencar.
d) Alencar/Carlos versus Craft.

Segundo o parágrafo 69-73, o naturalismo-realismo, para Ega,
a) deveria tornar-se mais fantasista.
b) deveria ainda ir mais longe no seu programa.
c) tinha pouco pitoresco e carecia de estilo.
d) deveria ser mais criativo.

Na linha 77 há
a) discurso indireto livre.
b) discurso indireto.
c) livre indireto.
d) discurso direto.

A observação de Alencar «estão gastando cera com ruins defuntos» (78) significa que
a) adotava a sua mais recente estratégia face ao naturalismo.
b) recuperara a sua primeira maneira de combater o realismo.
c) mudara de posição e atacava agora o romantismo.
d) considerava já do mesmo modo realismo e romantismo.

Na penúltima linha (79), deveria haver uma vírgula depois de «Eu», porque
a) se sucede uma oração adjetiva relativa explicativa.
b) se sucede uma oração adjetiva relativa restritiva.
c) se segue uma oração subordinada adverbial, que convém ficar delimitada.
d) se trata de um vocativo.

A iniciativa deste jantar fora de
a) Ega, por causa de um flirt seu.
b) Carlos, por causa de um incesto seu.
c) Dâmaso, por causa de uma gabarolice.
d) Alencar, por causa de uma sua recordação.

No mesmo jantar, mas em momento posterior ao que se transcreve, dá-se violenta discussão entre
a) Marafona, bracarense, e Maximiliano, uruguaio.
b) Ega e Alencar, por causa de Ana Craveiro.
c) Dâmaso e Carlos, por causa de Eusebiozinho.
d) Carlos e Alencar, por causa de Raquel Cohen.

O que se segue é o início da tradução portuguesa de L’Assommoir, de Émile Zola, o romancista francês que, nas páginas dos Maias que acabámos de ver, exemplificava a literatura naturalista.
Mantive o exato texto desta tradução — cujo título português é A Taberna — mas inseri espaços, que preencherás com escrita da tua lavra. Esses acrescentos devem adotar o estilo desta escola literária: de detalhe descritivo, realista ou, como dizia Alencar, «excrementício». (As páginas 235-238 do nosso manual ocupam-se desta corrente e do seu parente próximo, realismo. Vale a pena relanceares talvez os textos inicial e final.)
embocadura — ‘entrada’ | brunidora — ‘engomadeira’ | interiçado — ‘hirto’ | prorromper — ‘manifestar-‑se com ímpeto’ | algibebe — ‘negociante de roupas novas ou usadas’ | gelosias — ‘persianas’
TPC Completa a leitura de Os Maias. Revê gramática. // [Para Liga dos Campeões (semi-finais):] Prepara leitura em voz alta de «O sentimento dum ocidental. I — Ave Marias» (pp. 298-299); [Para Liga Europa (semi-finais):] Prepara leitura em voz alta de «III — Ao Gás» (pp. 303-304). Estes trechos são as partes I («Ave Marias») e III («Ao Gás») do poema talvez mais importante de Cesário Verde, «O Sentimento dum Ocidental». Em Gaveta de Nuvens encontrarás linque (aqui) para boas declamações do poema, o que não significa que devas imitás-las.

Aula 123-124 (27/mai [8.ª, 7.ª]; esta aula não se realiza nas restantes turmas) Correção de questionário de compreensão sobre o jantar no Hotel Central feito na aula anterior (ver Apresentação).

Na última aula, ao lermos um trecho do capítulo VI de Os Maias, seguimos uma discussão entre a defesa da nova literatura (realismo/naturalismo), a cargo de João da Ega, e a sua rejeição, sobretudo por Tomás de Alencar, o poeta romântico, para quem a escola realista era «o excremento».
Em baixo, fica um poema que exemplifica o chamado ultra-romantismo (a fase que precedeu o realismo e que é já um exagero do romantismo). O poema que Eusebiozinho recitava («A Lua de Londres», de João de Lemos), para deleite da audiência de Santa Olávia, era desta fase decadente. Estoutro — «O Noivado do Sepulcro», de Soares de Passos — é o mais conhecido dessa corrente literária. Nem Tomás de Alencar seria assim tão excessivo. (Já agora, é bastante seguro que, ao criar a personagem Alencar, Eça estava a caricaturar um poeta romântico de então, Bulhão Pato.)
Sabendo que os quartetos do poema têm sempre rima cruzada e que os versos são todos decassilábicos, preenche as lacunas. Cada espaço corresponde a uma palavra.

O noivado do sepulcro — Balada

Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali ______.

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça _____.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral _____,
O mocho pia na marmórea ______.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou _____...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz _____
Os ecos tristes acordou ______:

"Mulher formosa, que adorei na ___,
"E que na tumba não cessei d’amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi ____?

"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra _____?

"Abandonado neste chão _____
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ___!

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do _____
Fundo suspiro de cruel _____.

"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ______
"Na fria terra sem vingança _____!

— "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda
Responde um eco suspirando além...
— "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços _____.

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias _______
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, _____,
"Mas inda pulsa com amor por ____.

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o ____,
"O mundo em trevas sem a luz do ____?

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
— "Oh vejo sim... recordação fatal!
— "Foi à luz dela que jurei ser _____
"Durante a vida, e na mansão final.

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a ____!"

E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz _____.

Quando risonho despontava o _____,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota _____.

Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro ______,
Foram achados num sepulcro ______.
Soares de Passos (1826-1859)

Como é típico do ultra-romantismo, neste poema são muitas as palavras pertencentes ao campo lexical ‘morte’.
Transcreve umas tantas: «morte»; «fantasma»; «sepulcro»; _____; _____; _____; _____; _____; _____; ______; ______; ______; ______.

No sketch «Gajos que tentam adivinhar» (série Meireles) há uma personagem que completa frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo impaciente vai tentando adivinhar têm a mesma função sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das alíneas, usando uma destas funções sintáticas:
predicado
complemento oblíquo
predicativo do sujeito
predicativo do complemento direto
modificador do grupo verbal

Falar-te-ei
... | sobre o André |
... | sobre o primeiro-ministro
... | sobre o último disco da Shakira
... | sobre o almanaque Borda d'Água
... | sobre o Meireles
... | [= _________]

É
... | simpático
... | amarelo
... | muito aberto a novas experiências
... | muito amigo do Rodolfo
... | acintoso
... | [= _________]

Entra
... | em salas de cinema
... | em contradições
... | em auto-estradas
... | em discussões
... | [= _________]

Faz-me sentir
... | sportinguista
... | roxo
... | apertado naquelas calças justas
... | mal
... | [= _________]

O que é que tu / eu
... | estou a fazer aqui
... | comi ao pequeno-almoço
... | quero de presente de anos
... | achas
... | [= _________]

Que achas
... | a propósito da Magda
... | a propósito do alargamento da União Europeia
... | a propósito da falta de consistência da defesa da seleção
... | a propósito da maneira de ser do Meireles
... | [= _________]
TPC — No início da próxima semana faremos pequenos trabalhos sobre gramática e sobre Os Maias. Portanto, termina a leitura do romance (enfim, se ainda não o fizeste); revê funções sintáticas e orações. // Os semi-finalistas na Liga dos Campeões e na Liga Europa devem preparar, respetivamente, as partes I («Ave Marias», pp. 298-299) e III («Ao Gás», pp. 303-304) do longo poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verde.
Decorre até dia 9 de junho o prazo para entrega de trabalhos (no CRE) para o Concurso Literário José Gomes Ferreira. Ponderem concorrer.
Para a modalidade «Conto», serão bastante aproveitáveis os textos com que muitos concorreram ao Correntes d’Escritas (reformular apenas a fonte — para a feia Arial 12 — e o espaço da entrelinha — espaço duplo). Para a modalidade «Teatro», admito que alguns dos textos que fizemos em aula com a criação de uma peça possam ser agora usados para o efeito. Mas, é claro, é sempre possível redigir agora textos novos.

Aula 125-126 (30 [1.ª], 31/mai [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Correção de questionário feito na aula anterior [exceto na 7.ª e na 8.ª, onde a correção já foi feita na aula 123-124].


Escolhe a melhor alínea de cada item.

O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é
a) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais... Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».
b) «Então, que diabo, os rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela melancolia [...]».
c) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair do movimento das suas saias».
d) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».

Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão conversando por Lisboa, a
a) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
b) discutirem sobre as corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
c) discutirem escolas literárias, refletirem sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.
d) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões filosóficas, a esbofetearem um americano.

Um pouco marginais à intriga passional (embora com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:
a) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.
b) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia de casamento burguês.
c) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.
d) jogo de críquete; manhã de veraneio no Estoril, serão em Santa Olávia.

A morte de Afonso
a) é completamente independente da intriga amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
b) ocorre em momento pouco posterior ao reconhecimento da tragédia.
c) é anterior ao conhecimento do parentesco que havia entre Carlos e Maria Eduarda.
d) não chega a ocorrer dentro da cronologia que é dada pelo discurso da obra.

O passo que não é de Os Maias é:
a) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna alumiava. Era a redação d’A Tarde».
b) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».
c) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».
d) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o que eu respondi [...]»

O passo que não é de Os Maias é:
a) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
b) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
c) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».
d) «Mas era impossível encontrar o maestro, porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em casa».

Pertence a Os Maias o trecho
a) «Não, não queria ficar na terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na rua os Jacintos!».
b) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».
c) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».
d) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento então, com a Ameliazinha...».

Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades, Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.
b) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.
c) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.
d) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.

Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias
a) Vilaça, Anselmo, Melanie.
b) Lola, Silva, Baptista.
c) Teixeira, Juliana, Taveira.
d) Domingos, Baptista, Melanie.

As expressões «Chique a valer!», «Oh yes», «C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento» pertencem, respectivamente, a
a) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.
b) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.
c) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.
d) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.

A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio do Dâmaso» corresponde a
a) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.
b) Vilaça, Cohen, Castro Gomes.
c) Eusébio, Ega, Guimarães.
d) Souselas, Ega, Castro Gomes.

Estão ligadas ao jornalismo as personagens
a) Castro Gomes, Neves, Ega.
b) Ega, Neves, Sousa Neto.
c) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.
d) Palma, Neves, Guimarães.

A estes espaços podemos associar, respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Paris, Ramalhete, Sintra.
b) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.
c) Sintra, Toca, Trindade.
d) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.

Quando, pela última vez, se encontra amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) julga ser ela sua prima.
b) não sabe ainda que ela é sua irmã.
c) acredita ser ela um seu tio.
d) sabe que ela é sua irmã.

A alínea que só tem personagens de Os Maias é
a) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.
b) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.
c) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.
d) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.

Não há nenhuma personagem de Os Maias em
a) Melanie, Macário, Basílio.
b) Acácio, Fradique, Artur.
c) Raquel, Mac Gren, Baptista.
d) Ega, Alencar, Tancredo.

A alínea que só tem mamíferos irracionais mencionados nos Maias é
a) Memé, Lucinda, Cavalão.
b) Lucinda, Niniche, Bonifácio.
c) Cavalão, Bonifácio, Niniche.
d) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.

Algumas das personagens, bastantes planas, podem ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos «’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Diogo, Monforte, Steinbroken.
b) Neves, Diogo, Cruges.
c) Neves, Guimarães, Dâmaso.
d) Palma Cavalão, Castro Gomes, Craft.

Esta série de caracterizações — alto funcionário público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a
a) Cruges; Taveira; Mac Gren.
b) Taveira; Sousa Neto; Cruges.
c) Teles da Gama; Cruges; Ega.
d) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.

À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem, por esta ordem,
a) romântico, político corrupto, poeta realista.
b) cobarde, revolucionário, escritor.
c) político conservador, diplomata, poeta.
d) pretensioso, banqueiro judeu, romântico decadente.


Depois de relanceares «Ave Marias» (pp. 298-299), a primeira parte de «O sentimento dum ocidental», de Cesário Verde,
Resolve o ponto 1 da p. 300, sobre início de «O sentimento dum ocidental»: ___.
E o ponto 4:  a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___; g. ___.
Relativamente ao texto na p. 303 — a terceira parte de «O sentimento de um ocidental» —, responde com escrita toda asseada:
Qual será a explicação para o título, «Ao Gás»?
.....
A quarta quadra contrasta com as três estrofes anteriores. Explica como.
.....
No v. 16, «Um cheiro salutar e honesto a pão no forno», destaca-se uma figura de estilo, uma ______.

Textos a preparar pelos finalistas da leitura em voz alta:
Liga Europa — «Lisboa com Cesário e Melancolia»» (p. 302);
Liga dos Campeões — «Cesário Verde» (p. 288).
TPC — Este tepecê não é um tepecê. É uma sugestão. Decorre até dia 9 de junho o prazo para entrega de trabalhos (no CRE) para o Concurso Literário José Gomes Ferreira. Ponderem concorrer.

Aula 127-128 (2 [12.ª, 5.ª], 3/jun [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Finais da Liga Europa e da Liga dos Campeões.
Correção do questionário sobre Os Maias; correção do questionário de gramática (cfr. Apresentação).

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