Aulas (1.º período, 2.ª parte: 27-50)
Aula 27-28 (5 [12.ª, 5.ª], 6/nov
[8.ª, 7.ª, 1.ª]) Correção da análise de anúncios publicitários:
O
cartaz dedicado à água das Pedras Salgadas aposta sobretudo na associação da
água das Pedras à ideia de pureza («sem qualquer alteração»; «intocada pelo
Homem»). Esta qualidade seria conferida pelo caráter absolutamente natural do
produto. Não surpreende por isso que imagem, título e slogan façam da Natureza,
com maiúscula, o foco do anúncio.
Sublinha-se,
mais até do que as propriedades da água, o facto de esta não ser adulterada por
processos da responsabilidade da civilização, mesmo na sua recolha e
transporte. De tal modo, que só é trazida até nós, como reza o título, «pela
Natureza». A imagem é uma alegoria desse momento. Um esquilo, aparentemente sem
esforço, carrega uma garrafa das Pedras, decerto mais pesada do que ele. O
slogan explica a força hercúlea: «O poder da Natureza é infinito». Como é
infinito o verde que cobre o cartaz, da garrafa ao bosque.
[145 palavras]
O
cartaz «Maçãs de Alcobaça» pretende sensibilizar-nos através de um discurso que
parece apenas preocupado com a promoção da saúde. Dir-se-ia tratar-se até de
publicidade institucional. O corpo do anúncio é um texto expositivo, que pouco
se distingue do que encontraríamos numa enciclopédia ou num manual sobre
nutrição. Impressiona o léxico científico («fitonutrientes», «sódio», «gordura
saturada», etc.).
No
entanto, nos limites destas linhas de informação e conselho desinteressado,
descobrimos um enunciado diretivo, o slogan «Coma maçãs. Nenhuma dentada é de
mais». Porém, só o título fará a síntese entre a defesa sanitária e os vis
instintos comerciais. As duas metáforas quase bélicas em «Combata a obesidade à
dentada» aproximam, finalmente, saúde e maçãs, e são ilustradas por um
verdíssimo pomo que alguém trincou vorazmente. Entretanto, no canto inferior
direito avista-se, tímido, o logotipo que desvenda a marca, «Maçã de Alcobaça».
[141 palavras]
Relativamente
aos anúncios da p. 66:
Na p.
62, salientara-se a importância de cinco elementos do processo publicitário,
tradutíveis ______ {no acrónimo / na
sigla} AIDMA. Sintetiza como os anúncios da campanha de criopreservação do
cordão umbilical, da Cytothera, atingem aquelas cinco estratégias.
Atenção
|
Capta-se
a atenção através ______________
|
Interesse
|
A
escolha de pessoas _____________
|
Desejo
|
Aposta-se,
neste caso, no instinto ______________
|
Memorização
|
Vinca-se,
pela repetição, a necessidade de os pais serem preventivos (apostando numa
responsabilização subliminar): «as grandes decisões tomam-se muito cedo»; «os
primeiros momentos [...] são importantes»», «pense nele logo no primeiro
instante»; «Não perca mais tempo».
|
Ação
|
Remetidos
para o final, em cor diferente, os contactos da firma que presta o serviço de
criopreservação.
|
Relativamente
ao anúncio televisivo que veremos (cfr. ponto 2 da p. 68):
Marca ou Instituição
|
|
Título da campanha
|
Faz o teste do VIH/SIDA
|
Slogan
|
|
Argumentos
|
«Anónimo», «Confidencial», «Gratuito».
|
Expressividade da banda sonora
|
Soturna e grave, mas ritmada e
progressivamente enfática.
|
Valor do texto icónico
|
Sequência essencialmente a preto e branco,
investindo-se no mistério, na obscuridade, para sublinhar a revelação final,
o conselho-solução
|
Relativamente
aos anúncios (A e B) na p. 69, preenche:
A
|
B
|
|
ONG
|
APAV
|
|
Público-alvo
|
||
Problemáticas
sociais em causa
|
Resolve
1.4:
a. __;
b. __; c. __.
Título:
[Não há]
Slogan:
Have a Guinness when you’re tired /
Tome uma Guinness se estiver cansado
Imagem:
Tartaruga com copo de cerveja
Idealiza
um anúncio (cartaz) para cerveja. Cria o título (assertivo), descreve
brevemente a imagem, escreve o slogan (diretivo).
Título assertivo:
Imagem (descrição breve de...):
Slogan diretivo:
Esboça
outro anúncio, agora sobre pasta de dentes. Título será expressivo; slogan,
compromissivo.
Título expressivo:
Imagem (descrição breve de...):
Slogan
compromissivo:
TPC — Terminar (melhorar) a idealização de
anúncios agora começados.
Tarefa de leitura — Em
folha solta, ao longo da próxima semana, trazer-me referência
bibliográfica (ou referências) — e, já agora, bem redigida (exemplo de como
se faz referência: Rubem Fonseca, O selvagem da ópera, Porto, Sextante
Editora, 2015) — do que estão a pensar ler. Se não tiverem ainda ideia,
dizer-mo, porventura assinalando as perspetivas e preferências que tenham ou ideias
de que precisem. Porém, leiam antes o que deixei escrito em ‘Leituras possíveispara tarefa em novembro de 2015’. Aceito que me deem notícia por mail. E também há dias em que
tenho horário para receção dos alunos (ver ‘Horário’) e também posso falar
convosco em intervalos.
Aula 29-30 (9 [1.ª], 10/nov [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª]) Situa-te
entre as pp. 58-59.
Resume
o texto de Luís Carmelo (p. 58). O original terá cerca de trezentas palavras;
redu-lo para perto de cem. As regras de um resumo já as conheces (cfr. pp. 323-324).
...
Escreve
agora uma síntese do primeiro texto na página, de Nuno Júdice (p. 58). Também
deves usar apenas cerca de um terço das palavras do original, portanto, umas
cinquenta. Sobre a síntese, p. 324.
...
[resumo do texto de Luís Carmelo na p. 58]
Atualmente, os críticos são especializados numa
dada disciplina e, em geral, analisam uma obra específica, com propósitos
formativos e avaliativos. Nas últimas décadas, tornaram-se também objeto da
crítica áreas que se vulgarizaram com a expansão do lazer, como a gastronomia,
a enologia, o turismo, o mercado automobilístico, a informática ou a moda.
O crítico tem de emitir um juízo, que deve
procurar enquadrar, evitando que seja ofensivo em termos pessoais, sem deixar
de assumir um papel de guia, de conselheiro, do seu leitor.
Daí a importância de o crítico salvaguardar a
sua independência relativamente aos autores das obras que aprecia e ao sistema
que os envolve. (106)
[síntese do texto de Nuno Júdice na p. 58]
Neste passo do ensaio ABC da Crítica, Nuno Júdice defende a necessidade de a crítica
(literária, subentende-se) ajudar os leitores a compreenderem as obras, para o
que terá de assentar numa abordagem mais analítica, fundamentada, menos
puramente valorativa. (38)
O
sketch «Cheese shop» (Monty Python)
tem como protagonista um indivíduo que, sobretudo à chegada à loja — talvez
porque esteja especialmente eufórico —, usa várias expressões figuradas.
Diz «fiquei com alguma ____», em vez de «tenho
fome»; «infiltrei-me no seu estabelecimento para negociar a venda de produtos
laticínios», em vez de «quero _____»; «sou daqueles que se deleitam com todas
as manifestações da musa Terpsícore», pelo mais simples «gosto de _____». No
entanto, acaba por ter de recorrer a termos mais _____ {conotativos / denotativos},
já que o comerciante não percebe aquelas figuras de estilo (metáfora,
perífrase, metonímia).
O miolo do episódio é constituído por um longo
enunciado de tipos de queijo. Essa série pode integrar o _____ de ‘queijo’.
Além disso, esses nomes de queijo são {escolhe:
merónimo(s) / holónimo(s) / hiperónimo(s) / hipónimo(s)} _____ do _____
«queijo».
Escreve
um pequeno comentário ao cartoon de Luís Afonso (p. 59).
...
TPC — Quem não me deu hoje referência do
livro que esteja a pensar ir ler (nem mo disse através de outro meio) deve
trazer-ma na próxima aula. (Lembro que tratei do assunto em Gaveta de Nuvens — ‘leituras possíveispara tarefa em novembro de 2015’.)
Aula 31-32 (11 [12.ª, 5.ª], 12/nov [8.ª, 7.ª, 1.ª])
Na p. 326 lê o que se diz sobre sujeito.
[Aqui fica
um resumo:
Os sujeitos podem ser simples, compostos ou
nulos. No caso dos sujeitos simples,
talvez valha a pena notar que, além das classes de palavras mais esperáveis («O
Cristiano é irmão da Ronalda»; «Messi tem pouco jeito para o
futebol»; «Ele está triste»), uma oração também pode servir de sujeito
(«Quem vai ao mar perde o lugar»; «Comer é bom»). Os sujeitos compostos implicam a
coordenação das classes referidas acima: «Comer e beber é excelente»; «Cristiano
e Messi jogam pouco». Quanto aos sujeitos
nulos:
O sujeito
nulo subentendido corresponde à situação em que o sujeito não está expresso
mas, dado o contexto, é subentendível. As elipses, que referimos a propósito da coesão
referencial, correspondem muitas vezes a estes sujeitos nulos subentendidos.
O sujeito
nulo indeterminado corresponde ao que se costumava designar «sujeito
indeterminado» (sabemos que alguém fez
mas somos incapazes de especificar quem).
O sujeito
nulo expletivo sucede quando o verbo é impessoal
e corresponde ao que antes designávamos «sujeito inexistente».]
À
direita, escreve uma destas classificações: subentendido; indeterminado; expletivo.
A
|
Aprende-se melhor Português, se
se tiver penicos de louça fina.
|
sujeito nulo _____
|
B
|
Na Idade Média havia anjos com bonitas auréolas coloridas.
|
sujeito nulo _____
|
C
|
Deste uma sova no bom do
padre?
|
sujeito nulo _____
|
D
|
Comunicaram à escola as datas dos
exames de Lavores.
|
sujeito nulo _____
|
E
|
Hoje nevou
no concelho de Sintra.
|
sujeito nulo _____
|
F
|
Estou cada vez mais
inteligente e burro.
|
sujeito nulo _____
|
Escolhe
a alínea correta:
Não há sujeito nulo expletivo em
a) Há sujeito nulo expletivo nesta alínea.
b) Não há sujeito nulo expletivo nesta alínea.
c) Todas as sextas chove na sala E13.
d) Todas as sextas faço uma pergunta sobre
sujeito expletivo.
Há sujeito nulo subentendido em
a) Nós nada subentendemos.
b) As alheiras com ovo nada me dizem.
c) Ezequiel, percebeste tudo?
d) No dia 16 de maio de 2018, chegarão os
mercedes, os audis, os BMW.
Não há sujeito nulo indeterminado em
a) Compra-se ferro-velho.
b) Andaram a difamar o Papa.
c) Há bolas de Berlim tão deliciosas!
d) Diz-se que o ministro vem cá amanhã.
Os
sketches dos Monty Python «RAF banter»
e «Woody and Tinny Words» servem-nos de revisão de uns tantos termos já
conhecidos do ano passado, relacionados com semântica e léxico. É matéria que
está sobretudo nas pp. 331-332 do manual («A.
Significado lexical»; «B.3. Estrutura
lexical»). Completa com
denotativo / neologismo
/ conotativos / monossémicas / aceção / gíria / figurado / polissemia / conotações / campo lexical / aceções /
cunhada
Na primeira cena, dois aviadores usam expressões
e palavras que eles supõem terem uma ____ diferente do seu significado comum.
Acreditam que se trata de palavras que, na ____ da sua profissão, teriam um
significado especial. Seriam palavras com ____ (ou, pelo menos, com um segundo
sentido, mais ____, além do seu valor primeiro, o ____). No entanto, os colegas
não reconhecem os alegados segundos sentidos, ____, na linguagem profissional:
para eles, aquelas expressões são ____.
Na cena passada em família, o homem da casa vai
avaliando palavras pela sua aparência, pelo som. Cria um ____ (em termos de
processo de formação, uma palavra ____, já que surgiu por pura invenção),
«gorn», que lhe agrada particularmente. Entretanto, atribui ____ às expressões
que elenca, embora esses segundos sentidos pareçam inesperados. Na verdade, não
estaremos bem perante conotações, e ainda menos ____ de uma dada palavra, mas
perante associações de ideias, por idiossincrasias do falante. A dada altura,
procede a uma série que constitui um ____ (da ‘pornografia’, ou das «palavras
marotas», como vem no filme): «sexo», «coxas firmes», «rabo», «zona erógena»,
«concubina».
O
filme que hoje terminaremos — Expiação (Atonement) — é baseado num
romance de Ian McEwan. Neste romance há dois níveis narrativos. Até
agora só conhecemos um.
No livro, essa primeira narrativa começa assim:
A
peça — para a qual Briony desenhara os cartazes, os programas e os bilhetes,
construíra a bilheteira com um biombo voltado de lado e debruara uma caixa com
papel crepe vermelho para recolher donativos — fora escrita por ela num assomo
de criatividade que tinha durado dois dias e a levara a perder um
pequeno-almoço e um almoço. Depois de concluídos todos os preparativos, já não
tinha mais nada a fazer a não ser rever o manuscrito e esperar pela chegada dos
primos que vinham do Norte. Só teriam tempo para um dia de ensaios antes de o
seu irmão chegar.
Este nível narrativo, que continuaremos a seguir no
filme por mais uns minutos, vai concluir-se com a personagem Briony a tentar expiar
a sua culpa (‘compensar a sua culpa’, ‘penitenciar-se’). E, no livro, já
fechada essa narrativa encaixada, surge a assinatura «B[riony]
T[allis]». Percebemos que toda esta primeira história constituía um livro
escrito por Briony, embora o narrador fosse heterodiegético.
O outro nível narrativo só surge, no volume, nas
últimas vinte páginas (e, no filme, nos últimos dez minutos). Agora, o narrador
é autodiegético e identifica-se com uma Briony septuagenária, já
escritora consagrada. Copio só um trecho dessa parte:
Houve um crime. Mas também houve amantes. Os
amantes, e o final feliz da sua história, estiveram na minha mente toda a
noite. Até partirmos ao pôr do Sol. Uma mudança infeliz. Parece-me que afinal
não viajei assim tanto desde que escrevi a minha pequena peça. Ou melhor, fiz
uma digressão enorme e voltei ao meu ponto de partida. Só nesta última versão é
que os meus amantes têm um final feliz, parados ao lado um do outro num passeio
no Sul de Londres, enquanto eu me afasto. Todas as versões anteriores eram
impiedosas. Mas agora já não sei de que serviria tentar, por
exemplo, convencer os meus leitores, direta ou indiretamente, de que Robbie
Turner morrera de septicemia em Bray Dunes a 1 de junho de 1940 ou de que
Cecilia fora morta em Setembro desse mesmo ano no bombardeamento que destruiu a
estação de metro de Balham. De que nunca os vi nesse ano. [...] De que as cartas que os
amantes escreveram se encontram nos arquivos do War Museum. Como poderia isso
ser um final? Que sentido, esperança ou satisfação poderia um leitor tirar de
um relato assim? Quem estaria disposto a acreditar que nunca mais se tinham
encontrado, que nunca tinham materializado o seu amor? Quem estaria disposto a
acreditar nisso, a não ser por um realismo insuportável? Não podia fazer-lhes
isso.
Na última aula, lemos dois textos que referiam como
se deveria exercer a crítica: com razoável especialização e de modo mais
explicativo, formativo, do que avaliativo. Também já lemos apreciações críticas
a dois livros (O Bom Inverno e White Jazz), a um álbum (As Vidas dos Outros); e escrevemos comentários/apreciações
de cartazes publicitários. O ano passado lêramos duas recensões do filme Ensaio sobre a Cegueira. (Fizemos ainda
uma sinopse de filme, o que já é um género diferente.)
Escreve uma apreciação crítica-comentário ao
filme Expiação (Atonement). Usa caneta. (Nota que não se trata de uma sinopse —
género que o ano passado também praticámos —, embora possa haver,
esporadicamente, menção do enredo.)
Dados úteis (mas que não é obrigatório que cites): Expiação (Atonement),
2007 | realizado por Joe Wright | baseado no romance homónimo de Ian McEwan, de
2001 || Alguns atores: James McAvoy (Robbie Turner); Keira Knightley (Cecilia
Tallis); Saoirse Ronan (Briony Tallis, aos 13 anos); Romola Garai (Briony
Tallis, aos 18 anos); Vanessa Redgrave (Briony Tallis, septuagenária) || Outras
personagens: Paul Marshall; Lola Quincey.
...
Aula 33-34 (16 [1.ª], 17/nov [12.ª, 8.ª, 7.ª, 5.ª])
Correção a tepecê com anúncios a cerveja e a pasta de dentes.
Revisão
de apreciação feita na última aula.
Na
apreciação crítica que, provisoriamente, devolvi, verifica (corrigindo) se:
o título do filme está bem grafado (sublinhado,
como dezenas de vezes já fui dizendo que se tem de fazer com filmes ou livros: Expiação, num impresso; Expiação,
num manuscrito);
fizeste margem no início de cada parágrafo;
escreveste bem o acento em todos os «à» e «às»
que haja (é acento grave: <`>);
puseste acento em todas as palavras esdrúxulas
(já fui vendo que, por vezes, falta acento nestas: «início», «vários»,
«sequência», «família», «espécie», «explícito» — ao contrário, «Cecilia» pode,
e deve, ficar sem acento, já que se trata de nome, inglês, de personagem);
puseste acento nas palavras agudas terminadas em
–em e que não sejam monossílabos
(«alguém», «também», «ninguém», «contém», «advém»);
puseste acento nas palavras graves terminadas em
–l («fácil», «impossível»,
«difícil», «terrível») e nos respetivos plurais;
usaste as grafias corretas nas palavras que
mudaram pós-acordo ortográfico (não há consoante muda em «perceção»,
«conceção», «perspetiva», «objetivo», «ativamente»);
usaste «romance» com o sentido de ‘paixão’,
«história de amor’, ‘caso de amor’ («romance», em linguagem escrita, é um
género: é a narrativa mais extensa do que o conto ou a novela, podendo versar
casos de paixão mas também quaisquer outros assuntos);
terminaste as linhas depois do limite à direita
(em vez de translineares as palavras) ou deixaste espaços antes desse limite
onde caberiam sílabas ou mesmo palavras inteiras.
Depois,
podes melhorar ainda o que já escreveste (nem tanto pelo acrescento de mais
texto, mas pelo aperfeiçoamento do que já tivesses escrito).
Situa-te
na p. 100 do manual. O anúncio que encima a página é uma boa maneira de
passarmos do estudo do texto
publicitário ao da oratória do
Padre António Vieira.
Responde ao ponto 1.1:
...
E ao ponto 2:
...
Vai
avançando para a página 106.
Embora o nosso manual não a reproduza (p. 106), as melhores
edições do «Sermão de Santo António [aos Peixes]» incluem a seguinte didascália inicial. (Uso a edição
crítica de Arnaldo do Espírito Santo: Padre António Vieira, Sermões, II, Lisboa, INCM, 2010, p.
419.)
SERMÃO DE S.
ANTÓNIO
PREGADO
Na Cidade de
S. Luís do Maranhão, ano de 1654.
Este
Sermão (que todo é alegórico) pregou o Autor três dias antes
de
se embarcar ocultamente para o Reino, a procurar o remédio
da
salvação dos índios, pelas causas que se apontam no I.
Sermão
do I. Tomo. E nele tocou todos os pontos de doutrina (posto que
perseguida)
que mais necessários eram ao bem espiritual,
e
temporal daquela terra, como facilmente se pode entender
das
mesmas alegorias.
Vos
estis sal terrae.
Matth. 5.
Reescreve
em português actual toda a didascália, colocando as frases na sua ordem mais
natural, trocando as palavras que pareçam antiquadas, traduzindo a epígrafe
latina.
...
As palavras «pregado» e «pregou» são formas do
verbo «____» {indica também o número que
identifica a cabeça do verbete}. O étimo deste verbo é a palavra latina
(aliás, do latim falado por religiosos, o latim dito eclesiástico) «____». Não
se confunde este verbo com o seu ____ {homógrafo
/ homónimo / homófono} «___», já que, tal como o nome que dele deriva,
«pregador», se pronuncia com E aberto (é),
cuja representação fonética é ___, enquanto o verbo cuja primeira aceção é ‘_____’
e cujo étimo, também latino, é «___» se diz com um E que quase não se ouve (e), representado no alfabeto fonético
por um ___.
Sorteio
da Liga dos Campeões
Pote 1 — semi-finalistas de
2014-2015 || *Substituto (melhor dos quartos de final)
Turma 1 // Catarina C., Madalena, Sofia, *Beatriz
Turma 5 // Susana, Joana, Manel, *Beatriz/Catarina
Turma 7 // Sebastião, Tomás, Inês, *Leonor F.
Turma 8 // Afonso Puga, Madalena S., Miguel,
Xana
Turma 12 // Ana N., Luísa, André F., *Elly
Pote 2 — os dos
quartos-de-final de 2014-2015 || *Substitutos (vencedores de Liga Europa)
Turma 1 // Mª Madalena, Inês, Gonçalo S., *João
S.
Turma 5 // Pedro, Catarina/Beatriz, Bea S.,
*Cláudia
Turma 7 // Matilde, Débora, *Catarina, **Beatriz
B.
Turma 8 // Madalena F., Catarina S., Zé,
*Cláudia
Turma 12 // Duarte, Laura, Catarina, *Joana Si
Pote 3 — os dos
oitavos-de-final de 2014-2015 || *Substitutos (melhores da Liga Europa)
Turma 1 // Maria, Leal, Carolina D., Joãozão,
Carlota, Marta, Catarina F., *Bea
Turma 5 // Leonor, Gonçalo S., J. Tavares,
Patrícia, Bea Ranito, *Maria, *João, *Diogo
Turma 7 // Beatriz R., Anastasiia, Sara, Paulo,
B. Bettencourt, Ariana, Miguel B., *Carolina
Turma 8 // Matilde, Vitória, Sara G., Kristina,
Marco, Ana, Vasco Af., *Bárbara
Turma 12 // Patrícia, Bia, Ana S., Henrique,
Magda, Joana Sa, Joana G., *Madalena
Pote 4 — os que não estiverem
nos anteriores
Turma
1 // Tiago, Carolina S., Bruno, Mariana,
Isabela, Catarina M., Filipe, Guilherme, Gonçalo M., João R., Pedro
Turma
5 // Tety, J. Cabo, Gonçalo P., Tomás, Sam, Afonso, Carolina, Cat, Gil, Maia,
Mónica
Turma
7 // Mário, Beatriz C., Leonor G., Polly,
Henrique, Bernardo A., Miguel S., Pedro, Filipe
Turma
8 // Vasco G., Catarina A., Catarina F.,
Carolina, Sara T., Filipa, João M., João A., Filipe, Stefanie, Pipa
Turma
12 // Helena, André S., Miguel, Gonçalo, Joana M., Márcia, Francisco, Mariana,
Hugo
Liga dos Campeões — constituição dos grupos
Grupo A
|
Grupo B
|
Grupo C
|
Grupo D
|
Posteriormente, a classificação resultará das
pontuações de vários «jogos» (leituras). Serão apurados para a fase final da
Liga dos Campeões os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias
(A1 × B4; B1 × A4; ...). Restantes
clubes (alunos) ficam apurados para a Liga Europa, nesta se incorporando também
os eliminados nos oitavos da Champions.
No sketch
«Parvoíce com sinónimos» (série Meireles), as personagens hesitam entre dois ou
três sinónimos, tentando decidir qual das palavras tem o exacto sentido que
pretendem. Descobrem conotações que haveria num dos sinónimos mas não no outro,
embora a nós, na maior parte dos casos, não pareça pertinente aquela distinção
tão fina.
As expressões que formam esses pares pertencem às mesmas
classes de palavras. Em baixo, apontei-as já, em parte. Indica tu as que ainda
faltem e, no caso das formas verbais, a pessoa, número e tempo:
fez / efetuei
— verbos (na ___ e na ___ pessoa do ____ do ____ do Indicativo).
parece-me / dá-lhe
[a sensação] — verbos (na ___ pessoa
do ____ do ____ do Indicativo), na conjugação ___.
permite / possibilita
/ torna [possível] — verbos (na __ pessoa do ___ do ___ do Indicativo).
preciso / exato
— adjetivos qualificativos.
entrevista / conversa
[amena] — nomes (o segundo está seguido
de um ___).
partiu / fraturou
— verbos (na ___ pessoa do ____ do ____ do Indicativo).
continuávamos / prosseguíamos
— verbos (na ____ pessoa do ____ do ____ do Indicativo).
pergunta / questão
— ___.
TPC — Relanceia a secção do Caderno de Atividades sobre «denotação,
conotação, monossemia, polissemia» (pp. 34-37; porei acesso em ‘Sumários e
tepecês’, Gaveta de Nuvens). Vai
fazendo a leitura combinada. Se não o fizeste, traz-me sem falta a referência
do livro completa (eg.: Rubem
Fonseca, O selvagem da ópera, Porto, Sextante Editora, 2015).
Aula 35-36 (19 [12.ª, 5.ª], 20/nov [8.ª, 7.ª, 1.ª])
Devolução dos textos com preenchimento de lacunas de final de O Bom Inverno.
Explicação
de pontos necessários à compreensão do «Sermão de Santo António», cap. I (ver Apresentação).
Audição
da parte I do Sermão dita por Luís Lima Barreto.
Lendo
a parte I do «Sermão de Santo António» (pp. 106-108), que já ouviste também,
vai completando. (Por favor, tenta fazer individualmente e, para já, evita ir
conversando com os colegas. Depois, não fará mal que haja algum à-vontade.)
[linhas 1-12] Cristo diz serem os
pregadores o ___. Tal como o sal preserva (os alimentos), os pregadores deviam
impedir a ___. Mas, se há tantos ___, como se justifica que haja tanta
corrupção? Várias hipóteses (e bifurcadas): ou os pregadores não pregam a ___
ou os ___ não a querem; ou os pregadores não fazem o que ___ e os seus ouvintes
preferem imitá-los nas ___ e não nas palavras; ou os pregadores pensam mais
neles do que em ___ ou os ouvintes, em vez de seguirem os preceitos da
religião, preferem reger-se pela sua ___ imediata.
[ll. 13-22] Então, o que se há de
fazer aos ___, que não evitam a corrupção, e aos ouvintes, que não se deixam ___?
Como disse Cristo, se os pregadores não cumprem bem, pelas palavras ou pelos ___,
o melhor será ___.
[ll. 23-40] E que se há de fazer
aos ___? Santo António, perante um público que não lhe ligava, abandonou-o e
foi pregar aos ___.
[ll. 41-52] Retomando o ‘conceito
predicável’: Santo António foi até mais do que «sal da terra», foi também «sal
do ___», já que pregou a ___. Mas o autor não quer relatar o que se passou com
Santo António, antes acha que, nos dias dos santos — lembremos: era dia 13 de junho,
dia de Santo António —, se deve é ___-los.
[ll. 53-57] Por isso, o orador, o
Padre António Vieira, vai também ___ aos peixes; para tanto, invoca ___, cuja
etimologia, supostamente, se ligaria ao mar (na verdade, esta etimologia é
falsa).
Esquema tirado de um manual que não me apetece
citar (porque é da Porto editora, que gosta de impedir reproduções de textos
dos seus livros, mesmo quando são apresentados com as devidas referências e não
beliscariam, de modo nenhum, os interesses económicos deste grupo editorial —
que, aliás, tantas vezes se limita a plagiar disfarçadamente materiais há muito
fixados por outros autores [ainda assim: Auxília Ramos, Zaida Braga, Noémia
Jorge, Preparação para o Exame Nacional.
Português. 11, Porto, Porto Editora, 2014]):
Este
ano, o concurso Correntes d’escritas versa a prosa (um conto). Este concurso, com um prémio de 1000 euros, é um dos mais
prestigiados para autores até aos dezoito anos. Na última edição com prosa, a
de há dois anos, a vencedora foi uma aluna da nossa escola, a Luísa Morgado.
Porei esse conto em Gaveta de Nuvens (aqui),
tal como o regulamento da edição deste ano, embora tencione eu mesmo zelar pela
parte burocrática.
Para
já, gostava que {... direi em aula, em slide ...}. Não te atenhas demasiado ao
modelo mais comum dos contos e, ainda menos, do conto tradicional. Pensa talvez
em prosa com alguma subtil linha narrativa, mas sem adotar uma sequência de
historieta convencional, com diálogos e apresentações de personagens.
Quanto
à extensão do conto, é difícil dar um conselho. Num concurso destes, o texto
premiado não terá menos de umas duas ou três páginas à máquina (e, por outro
lado, também é preciso ter em conta que textos demasiado longos tendem a
aborrecer os júris). O texto da Luísa tinha pouco mais de duas páginas — e
foram exatas 1024 palavras.
Elabora — mentalmente ou rascunhado — um plano
de conto que possa vir a dar umas três páginas a computador. Tem em conta o
objetivo que defino nas folhas, o Concurso Correntes
d’Escritas.
Escreve o início desse texto em prosa e vai
avançando o mais possível, mas sem prejudicar, por precipitação, a qualidade do
desenvolvimento do conto.
A tinta.
TPC — (1) Prepara a leitura em voz alta do
cap. I do «Sermão de Santo António» (pp. 106-108); (2) Quando puderes,
relanceia o glossário de termos sobre o sermão que pus em Gaveta de Nuvens («alegoria», «conceito predicável», «exórdio»).
Aula 37-38 (23 [1.ª], 24/nov [12.ª, 8.ª, 7.ª, 1.ª])
Na última aula, vimos o início do «Sermão de Santo António aos Peixes», do
Padre António Vieira. Esse primeiro capítulo corresponde ao exórdio, cujos objetivos são captar a
benevolência do público (a captatio
benevolentiae) e motivar para o assunto a tratar.
Partindo
da citação «Vós sois o sal da terra» (Vos
estis sal terræ) — o conceito
predicável —, o Padre António Vieira começava por constatar que os
pregadores não exerciam bem o seu papel (ou os ouvintes não se deixavam
catequizar por eles). Assim — e porque se estava a 13 de junho, dia de Santo
António —, o Padre Vieira decide imitar o que fizera o grande santo português
(que pregara a peixes, quando os homens não o queriam ouvir). Também Vieira, no
seu sermão de 13-6-1654, proferido em São Luís do Maranhão, se dirige aos
peixes.
Vamos
ver o segundo capítulo (pp.
110-112). Vai lendo as linhas e respondendo.
Não queiras decifrar todas as palavras, tenta
inferir o sentido de algumas das que desconheças. De qualquer modo, ficam aqui
os significados mais difíceis:
17:
«senão também» = ‘mas também’ | 29: «provisões» = ‘documentos’ | 35-36:
«fornalha» = ‘forno grande’ [Nabucodonosor colocara numa fornalha três jovens
hebreus por estes se recusarem a adorar a sua estátua em ouro] | 39: «adulação»
= ‘ato de louvar’ | 39: «púlpito» = ‘tribuna, na igreja, onde se prega’ | 45:
«quietação» = ‘sossego, tranquilidade’ | 64: «omnipotência» = ‘poder absoluto e
supremo, Deus’ | 69: «afora aquelas aves» = ‘além daquelas aves’ | 72: «pegos» =
‘sítios mais fundos’ | 78: «muito embora» = ‘em muito boa hora’| 82: «cerviz» =
‘parte posterior do pescoço’ | 86: «cortesanias» = ‘maneiras de homem da
corte’.
linhas 1-7
Pregar
a peixes tem uma desvantagem: é os peixes não se ____; porém, isso sucede com
tanta gente, que já não se pode considerar caso especial.
Passa
para português contemporâneo: «pelos
encaminhar sempre à lembrança destes dois fins» (ll. 6-7) — no fundo, vais
desfazer a contração:
________ sempre à lembrança destes dois fins
(Céu e Inferno).
linhas 8-24
Sintetiza
todo este segundo parágrafo, completando a resposta a seguir.
Em função de duas qualidades que tem o sal —
conservar e ______ —, também o autor divide o seu sermão em ______. Na
primeira, elogiará ______; _____, _____.
Refere a função
das várias citações:
As citações (ll. 8, 15-16, 18-20) — da Bíblia e
de teólogos — servem para dar ao texto _______.
linhas 25-97
Esta
parte do texto é um rol de qualidades dos peixes. Preenche os itens em falta,
sintetizando os louvores — os elogios — aos peixes.
l.
2: ouvem e não falam
25-27:
foram criados ______
31-32:
estão em ______
32:
são _____ {embora, note-se, a baleia não
seja um peixe}
43-44:
acudiram ______
45-47:
ouviram Santo António com ________
66-67:
_______
72-73:
nenhum _______
73:
todos _______
89-92:
todos _____ do ______
92:
ficaram ______
Identifica
a «virtude» dos peixes salientada no parágrafo das ll. 64-88 e diz qual é a
mensagem que, através desse louvor, o pregador pretende transmitir aos seus
ouvintes verdadeiros.
....
Resolve as
seguintes perguntas das pp. 112-113:
2. 2.1:
___; 2.2: ___; 2.3: ___; 2.4: ___.
3: a =
___; b = ___; c = ___.
Liga dos Campeões
(cap. I do «Sermão»)
TPC — (1) Prepara a leitura em voz alta de
uma das metades deste capítulo II do «Sermão de Santo António» (pp. 110-112).
Até à linha 49, a leitura caberá a alunos dos grupos A e B. Entre as linhas 49
e 97, a leitura será feita por alunos dos grupos C e D.
(2)
[Este texto pode ser-me dado até até 1
de dezembro — em papel ou por mail.]
Aproveitando,
ou não, as minhas indicações no início de conto agora devolvido, desenvolve o
teu texto em prosa, agora a computador.
Aconselho umas mil palavras, pelo
menos, e também não muito mais do isso. (E é preferível deixar o texto ainda um
pouco incompleto a fechá-lo só para dizer que se cumpriram as palavras todas.)
Ainda
não será esta a versão a enviar ao Correntes d’Escritas, mas talvez valha a
pena ir usando já corpo 12, espaço entre linhas de 1,5 e uma fonte legível (Times
New Roman, Arial, Calibri, por
exemplo; a elegante Garamond fica reservada para as nossas folhas).
Peço
também o cuidado, como aliás para todos os nossos trabalhos, de se não recorrer
a coisas da net ou de outros autores.
(Repito o que já dissera na última aula. Este
ano, o concurso Correntes d’escritas
versa a prosa, um conto. Este
concurso, com um prémio de 1000 euros, é um dos mais prestigiados para autores
até aos dezoito anos. Na última edição com prosa, a de há dois anos, a
vencedora foi uma aluna da nossa escola, a Luísa Morgado. Pus esse conto em Gaveta de Nuvens, tal como o regulamento
da edição deste ano, embora tencione eu mesmo zelar pela parte burocrática. Não
te atenhas demasiado ao modelo mais comum dos contos e, ainda menos, do conto
tradicional. Pensa talvez em prosa com alguma subtil linha narrativa, mas sem
adotar uma sequência de historieta convencional, com diálogos e apresentações
de personagens.)
Aula 39-40 (26 [12.ª, 5.ª], 27/nov [8.ª, 7.ª, 1.ª])
Correção da apreciação crítica de Expiação
(ver aqui exemplo de recensão).
Segue-se
um resumo do capítulo 3 do «Sermão de Santo António aos Peixes», tal como vem
num livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por
Rui Lage; ilustrações de André Letria; Quasi, 2008).
À
esquerda, pus as linhas do manual (Expressões,
pp. 114-117) correspondentes aos passos da adaptação para crianças. Lê o resumo
— e as ll. 4-39 do manual — e completa o quadro que pus no verso da página.
[ll. 1-4] // Apenas de alguns de vós, irmãos peixes, falarei agora.
[4-39] // {Este trecho é
omitido no resumo-adaptação. Trata-se de um peixe bíblico, o «Peixe Santo de Tobias». Lê o passo no
manual.}
[40-63] // Quem haverá que
não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno no corpo e tão
grande na força, que, não sendo maior que um palmo, quando se pega ao
leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as próprias âncoras? Oh, se
houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do mar, menos
perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!
[64-88] // Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os latinos chamaram torpedo. Cá a
conhecemos mais de fama que de vista. Mas
com as grandes virtudes é assim: quanto maiores são, mais se escondem. O
pescador segura a cana na mão e deixa o anzol ir ao fundo; mal a raia morde o
isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira que passa a força da boca do
peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana e da cana ao braço do
pescador. Oxalá aos padres, pescadores
da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço de tanto pescarem
almas! Tanto pescar e tão pouco tremer!
[89-123] // Navegando daqui para o Pará, vi correr pela tona da
água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia. Disseram-me que
lhes chamavam quatro-olhos, e na
verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus»,
disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar,
deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da
terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro. A razão dos quatro-olhos é
a de que estes peixinhos, que andam sempre na superfície da água, não só são
perseguidos por outros peixes mas também por aves marítimas que vivem na costa.
Como têm inimigos no mar e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas
e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse peixinho que tanto devo olhar para
cima, onde há o azul do céu e nuvens que passam, cheias de sonhos, como para
baixo, onde há terra, respeitando a natureza e vivendo em harmonia com bichos e
homens.
[124-126] // {Este trecho não é aproveitado na adaptação (e
no manual também é muito cortado). No original do sermão louvam-se os peixes
por serem alimento mesmo nos dias de penitência, ao contrário da carne.}
[127-137] // Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças porque
ajudais os mais pobres. Elogiem-se na mesa dos ricos as aves e os
animais terrestres com que se fazem esplêndidos banquetes, mas vós, peixes,
continuai a alimentar os pobres, e sereis recompensados. Tomai o exemplo das irmãs sardinhas.
Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão grande número? Porque
são sustento de pobres. As solhas e os salmões são raros, porque se servem à
mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que sustenta a fome dos pobres, a
esse, Cristo o multiplica e aumenta.
Peixe
|
Característica
boa (que deve servir de exemplo aos homens)
|
Peixe de Tobias
|
As suas entranhas deitavam um fel que ___________.
|
Rémora
|
Apesar de pequeno, fixando-se ao leme de um
barco, ___________.
|
Torpedo (raia elétrica)
|
Quando toca no isco, ____________.
|
Quatro-olhos
|
Os seus quatro olhos permitem que ____________.
|
Sardinha
|
Serve de ____________.
|
Liga
dos Campeões (cap. II do «Sermão [...]»)
Escolhe um animal. Faz-lhe louvores, que permitam,
possivelmente por metáforas, concluir da sua vantagem relativamente aos homens
(ou de como poderiam constituir um bom exemplo).
Tu, camelo, tens uma
virtude que não encontro em outro animal. Nas tuas bossas, armazenas água,
providencialmente, sabendo que o caminho será longo e penoso. Oxalá fôssemos
todos assim, amigo camelo, e pensássemos a tempo na velhice, e rebeubéu pardais
ao ninho.
Não tens uma, tens
duas bossas. Rejeitas a unicidade, preferes a …
TPC — Prepara a leitura em voz alta do cap.
III do «Sermão» (pp. 114-117). Os do grupo A, leem ll. 1-32; os do grupo B, ll.
33-71; os do C, ll. 72-102; os do D, ll. 102-137. (Lembro que me deve ser entregue na próxima aula — ou enviado por mail
entretanto — o conto a computador, que terá cerca de 1000 palavras.)
Aula 41-42 (30/nov [1.ª], 1/dez [12.ª, 8.ª, 7.ª,
5.ª]) Como o Padre António Vieira já anunciara (cap. II, p. 110, l. 22), o
capítulo IV vai ser de _______ dos peixes. São dois os motivos dessa crítica
(como verás já nas pp. 119-122):
1. {ll. 4-5} os peixes
___________.
2. {ll. 81-87} os peixes
____________.
Depois de apresentar estas
características dos peixes, o orador mostra que os homens incorrem nos mesmos
erros:
1. os homens são comidos
por outros homens, quando ______ {ll. 17-30} e quando ______ {ll. 34-39}.
2. os homens seguem
cegamente os seus engodos, quando ______ {ll. 88-97} e quando _______ {ll.
101-114}.
Responde às seguintes perguntas, completando
os meus esboços:
1.
Explica como funciona a identificação entre peixes e homens neste cap. IV do
«Sermão [...]».
Traça-se uma analogia
entre os peixes que se comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás
torna o caso mais grave) e os homens que também estão sempre a procurar «comer»
o seu semelhante (entenda-se: ______). Também se infere que são os mais ______
a prejudicar os mais ______.
2. Identifica os usos
polissémicos do verbo «comer» neste ponto so «Sermão».
Quando se diz «peixes
[...] vos comeis uns aos outros» (ll. 3-4), a aceção de «comer» que se pode
considerar mais próxima é ‘_______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ /
‘enganar, trair, explorar’}; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se
comem uns aos outros?» (l. 19), «comer» equivale a ‘______’ {‘devorar’ / ‘ter
relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; em «andarem buscando os
homens [...] como se hão-de comer» (ll. 22-23), «comer» tem o sentido de ‘______’{‘devorar’
/ ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}.
3.
Comenta a referência, no contexto da pregação, ao «sertão» (l. 18) e aos
«Tapuias» (l. 19).
No contexto do sermão —
pregado no Maranhão, em 1654,
a uma audiência de _______ —, a referência ao sertão e
aos índios (dizendo aos ouvintes que não julgassem serem os índios aqueles que
o orador estava a ______) visava culpabilizar os _______ e aludir à _______ que
exerciam sobre os nativos.
É claro que o Padre António Vieira,
grande viajante aliás, não conhecia a grande barreira de coral australiana. A
propósito do «Sermão de Santo António» e de À
Procura de Nemo, completa:
Marlim é um pai
super-protetor. Como prefere que Nemo fique confinado a um espaço doméstico (melhor:
«anemonar»), tudo faz para que nem às aulas o filho vá. Não parece ser da
estirpe dos seus irmãos peixes que, como se lembra no «Sermão» (cap. II, pp.
111-112, 64-88), são ___ e ___ (ao contrário de cão, cavalo, boi, ____, e até,
leões e tigres; papagaio, rouxinol, ____, aves de rapina). E, no entanto,
comunga de uma característica que o Padre louva nos peixes (p. 11l. 73), a ____
relativamente aos homens.
Menos medroso ou por
reação ao feitio do pai, Nemo arrisca ir investigar um barco, o que lhe trará
depois graves dissabores. Ao invés, a pequena rémora (p. 115, ll. 40-54), se
procura barcos, é para se lhes ____ e, se necessário, conduzi-los ou bloqueá-los.
O Padre Vieira comparará a força da rémora com a força da língua de ____ (ll.
55-64).
Nemo é caçado por um
mergulhador. Fosse ele um ____, aka
raia elétrica (pp. 115-116, ll. 64-71), e nada disso acontecia: decerto aproveitaria
o facto de ser capaz de gerar ____ (como quando as raias fazem tremer o braço
dos pescadores que seguram as canas a cujo isco se agarram).
Dóri e Marlim conseguem
defender-se de um ataque de gaivotas. Porém, se tivessem as qualidades do _____
(p. 116, ll. 89-107), que pode vigiar o que se passa em ____ e em ____, nem
aves nem peixes os surpreenderiam.
Tanto o ataque inicial
de uma barracuda a Coral (que torna Nemo órfão de mãe) como os tubarões que
Dóri e Marlim conhecem, apesar de estarem num programa de ajuda para vencerem
os seus instintos predadores, corroboram o que nos diz o Padre Vieira como
primeira repreensão aos peixes (cap. IV, p. 119): ____ (e, por azar, são sempre
os _____ que comem os _____ — se fosse ao contrário, «era menos mal»).
Liga dos Campeões (leitura em voz alta do
cap. III)
TPC — Prepara leitura em voz alta do cap. IV
do «Sermão» (pp. 119-122). Os do grupo A, leem ll. 1-30; os do grupo B, ll.
31-56; os do C, ll. 57-80; os do D, ll. 81-116. Em Gaveta de Nuvens, lê as instruções para a tarefa sobre livro lido.
Aula 43-44
(3 [12.ª, 5.ª], 4/dez [8.ª, 7.ª, 1.ª]) Audição de trechos do cap. IV do «Sermão
de Santo António».
O capítulo V do «Sermão [...]» (Expressões, 124-128) aborda o que o
orador tem contra quatro tipos de «peixes».
Relanceando
o texto, marca as linhas em que começam e em que acabam os trechos sobre cada
um dos animais (incluindo as comparações com os homens):
os roncadores (ll. 2-____);
os pegadores (ll. ____-____);
os voadores (ll. ____-____);
«o polvo (ll. ____-____).
Transcreve
o passo em que está a queixa principal sobre cada um dos «peixes»:
Peixe
|
Repreensão
|
Linhas
|
roncadores
|
«É possível que[,] sendo vós _____»
|
4-5
|
pegadores
|
«sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores,
mas[,] de tal sorte ______»
|
42-43
|
voadores
|
«_____ Pois porque vos meteis a ser aves?»
|
80-81
|
polvo
|
«Se está nos limos, ___; se está na areia, ___;
se está no lodo, ___; e[,] se está em alguma pedra, como mais ordinariamente
costuma estar, ___»
|
139-141
|
Os
quatro animais servem para se aludir a pecados humanos. Outros casos históricos
confirmam esses defeitos dos homens. Ao contrário, Santo António seria um bom
exemplo a seguir. Preenche:
Peixe
|
Característica
dos homens que está a ser criticada
|
Outros
maus exemplos
|
Linhas a
consultar
|
O bom
exemplo de Santo António
|
|||
roncadores
|
_____
|
São Pedro «roncou», porque asseverara ser o
único constante na sua fé, mas logo negou Cristo quando interpelado por uma __.
Também adormeceu, apesar de se ter comprometido a vigiar o horto.
Caifás alardeava o __. Pilatos exibia __.
|
12-30
33-36
|
Apesar do seu saber e poder, nunca deles fazia
alarde, preferia __.
|
31-38
|
||
pegadores
|
_____
|
Não parte um vice-rei ou um governador sem que
vá acolitado por uma série de ___.
Morto Herodes, também morreram os que dele
dependiam (como acontecerá aos peixes que se não despeguem do ___ que
parasitam).
|
49-54
60-67
|
[Pegou-se apenas a Deus, como costuma ver-se
na imagem tradicional, em que Santo António surge com ___ ao colo.]
|
omitido
no nosso
manual
|
||
voadores
|
_____
|
O mago Simão disse ser
filho de Deus e anunciou quando subiria aos céus, mas não só se viu privado
de asas, para voar, como de ___, para andar.
Por querer voar, Ícaro se ___.
|
106-119
120-121
|
Tendo «asas» — a sabedoria
— para «subir», preferiu ____: apagar-se, passar por leigo e sem ciência.
|
104-130
|
||
polvo
|
_____
|
Judas abraçou Cristo mas foram outros que o ____
(o polvo abraça e, com os próprios braços, faz as ____).
|
144-150
|
António foi o mais puro exemplar de _____;
nele nunca houve ___.
|
151-169
|
Não
reparei se em À procura de Nemo há
algum polvo (logo no início, entre os colegas de escola de Nemo?). Porém, há
medusas (alforrecas), que têm algumas das características que o Padre Vieira
critica no polvo (pp. 127-128, ll. 133-144).
retrato
do polvo
|
que o faz
assemelhar-se a.../ ou fingir
|
capelo (na cabeça)
|
____
|
___ (braços)
|
estrela
|
falta de ossos ou de espinha
|
____, mansidão
|
Desta aparência modesta, desta «hipocrisia tão santa»,
resulta ser o polvo o maior traidor do mar:
|
|
por malícia, muda de cor conforme o ambiente
(como, mas apenas por ___, faz o camaleão)
|
lança os braços e prende os ___ e os
desacautelados
|
Quanto
às medusas (À procura de Nemo),
também traem, porque ______.
TPC — Prepara leitura em voz alta do cap. V
do «Sermão» (pp. 124-128). Os do grupo A, leem ll. 1-54; os do B, ll. 55-92; os
do C, ll. 93-130; os do D, ll. 131-172.
(Recordo
que já decorre o prazo para trabalho de gravação sobre experiência de leitura
de livro.)
Aula 45-46 (7, 10/dez [nas turmas 7.ª e 8.ª, que
terão menos uma aula neste período, esta sessão será suprimida, sendo as
tarefas mais importantes diluídas na aulas 47-48 ou 49-50])
O sketch
«Teste de bazófia» (série Barbosa) serve-nos para revisão dos valores aspetuais (perfetivo, imperfetivo; habitual; genérico; iterativo;
[pontual; durativo]), temporais (anterioridade, simultaneidade, posterioridade)
e modais (modalidades deôntica, epistémica, apreciativa).
Preenche as lacunas:
Quanto ao temperamento criticável que
está em foco no sketch, podemos dizer
que lembra o de um dos peixes repreendidos no «Sermão de Santo António» {escolhe}:
a) roncador; b) pegador;
c) voador; d) polvo à lagareiro; e) esparguete à bolonhesa.
Com alguma habilidade, conseguiremos ver
em «Os potentinhos portugueses» (p. 129) todos os defeitos atribuídos aos
quatro peixes repreendidos no capítulo V do «Sermão de Santo António», que
representam, no fundo, outras tantas más características dos homens. Desenvolve
esta ideia, articulando as críticas de MEC a certos defeitos dos portugueses e
os quatro tipos definidos por Vieira no penúltimo capítulo do seu sermão.
...
TPC
— Traz o teu caderno, ou
dossiê, completo, para eu o poder relancear. (Combináramos que isso aconteceria
na penúltima aula do período, que é a próxima.)
Traz
(ou, e até talvez preferível, envia-me)
a versão do texto que te entreguei
hoje já reformulada. Traz (e essa tem de ser trazida, não me
pode ser enviada) a versão que tem as
minhas correções (para eu verificar se as percebeste e lançaste bem na
versão final).
Para
efeitos de concurso, escreve, sob o conto, um pseudónimo, e traz-me uma cópia
do cartão de cidadão. Esta parte é opcional, mas acharia pena que não
enviássemos a maior parte dos textos.
Para proceder à reformulação
No
exemplar passado a limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é
subscrever o texto já com um pseudónimo).
Se
não deste título ao conto, põe-no
agora.
Por
vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#),
para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço
que estivesse a mais.
Também
posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez de hífens (alt + 0151 costuma dar travessões
largos: < — >; e alt + 0150,
uns travessões médios: < – >; também se pode inserir Símbolo e, depois, Carateres
especiais, selecionando então o travessão que se queira).
Quanto
ao tipo de fonte (da letra),
tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer
que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma
pedir-se Arial, Calibri ou Times
New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento é
exagerado (bastará 1,5).
Preferia
que os parágrafos fossem europeus. Ou seja, com uma margem inicial (em Parágrafo,
em Especial, escolher Primeira linha) e sem grande espaço
entre parágrafos. Os americanos é que preferem não fazer margem inicial e
separar os parágrafos com uma linha de espaço).
E
poria o texto justificado (à direita e à
esquerda).
Aula 47-48 (11/dez [1.ª, 7.ª, 8.ª], 15/dez [12.ª, 5.ª]) [Neste
questionário trata-se de verificar os conteúdos mais propriamente gramaticais.]
Circunda a melhor alínea.
Os valores aspetuais imperfetivo e durativo
costumam estar mais presentes em formas do
a) Futuro do Conjuntivo do que do Presente do
Indicativo.
b) Presente do Conjuntivo do que do Presente do
Indicativo.
c) Imperfeito do Indicativo do que do Perfeito
do Indicativo.
d) Perfeito do Indicativo do que do Presente do
Indicativo.
O valor aspetual de que a ação está acabada
encontra-se sobretudo em formas do
a) Futuro do Indicativo.
b) Pretérito Perfeito do Indicativo.
c) Pretérito Imperfeito do Indicativo.
d) Presente do Indicativo.
Utilidade típica do Pretérito Mais-que-perfeito
é
a) transmitir o valor aspetual habitual.
b) localizar uma ação num momento posterior ao
tempo do verbo-base.
c) conotar um valor aspetual iterativo.
d) localizar uma ação antes de outra também
passada.
O valor temporal ‘posterioridade’ pode conseguir-se
através de
a) Futuro do Indicativo.
b) Futuro do Indicativo; Presente do Indicativo;
complexo verbal com auxiliar «Ir».
c) Futuro do Indicativo; complexo verbal com
auxiliar «estar».
d) Futuro do Indicativo; Condicional.
Não se integra na modalidade epistémica o verbo
em itálico em
a) «Deves
estar a responder bem se não escolheres esta alínea».
b) «Não deves
escolher esta alínea por nada deste mundo — é o meu conselho».
c) «Pode
ser que seja um mau conselho o que eu dou em outra alínea destas».
d) «Pode
ser que acertes».
Há valor epistémico em «Nas férias de Natal
a) têm de
começar a ler um romance de Eça, Os Maias».
b) podem
descansar da Matemática ou da História».
c) não devem
exagerar das filhoses, rabanadas, bacalhau, gomas e outros doces».
d) poderá
nevar em Lisboa».
Em «Ponha aqui o seu pezinho», o verbo está na
a) 2.ª pessoa do singular do Imperativo,
interpretando-se como uma ordem.
b) 3.ª pessoa do singular do Presente do
Conjuntivo e funciona como Imperativo.
c) 2.ª pessoa do singular do Presente do Conjuntivo
e funciona como Imperativo.
d) 3.ª pessoa do singular do Imperativo,
interpretando-se como uma ordem.
Não há erros de ortografia em
a) «construído, «reconstruindo», «afáveis».
b) «edifício», «deem», «teem».
c) «vêm», «áquela», «mirá-lo».
d) «deixámos», «deixamos», «util».
Não há erros ortográficos em
a) «bébé», «veem», «leem».
b) «Rúben», «Rubem», «vemos».
c) «parti-mos», «júniores», «estivemos».
d) «começavamos», «exdrúxula», «grave».
O acento grave assinala
a) situações de gravidade inquestionável (é uma
espécie de cartão vermelho ortográfico).
b) vogal aberta resultante de uma contração.
c) tónica nas palavras graves.
d) a sílaba tónica.
«Neurónio» é uma
a) esdrúxula falsa (ou aparente).
b) palavra bué fofinha.
c) esdrúxula verdadeira.
d) palavra grave.
Em «Jogam hoje o Belenenses e o Sporting.», o
sujeito é
a) nulo subentendido.
b) nulo indeterminado.
c) composto.
d) nulo expletivo.
Em «Na quinta-feira choveu a potes», o sujeito é
a) nulo expletivo.
b) nulo indeterminado.
c) nulo subentendido.
d) «quinta-feira».
Em «Felizmente, as aulas da ESJGF terminam na
quinta!», o sujeito é
a) nulo indeterminado.
b) composto.
c) «as aulas».
d) simples.
A forma correta é:
a) «há-des».
b) «hás de».
c) «há des».
d) «hás-de».
A dificuldade na formação do plural de
«qualquer» (que leva a ouvir-se, por vezes, «quaisqueres», em vez da boa forma,
«quaisquer») é devida ao facto de
a) uma das palavras de base ser um verbo
(«quer»), não fazendo sentido a sua flexão no plural.
b) os pronomes não se flexionarem no plural.
c) o plural de «quer» ser «querem».
d) uma das palavras de base ser um pronome (o
plural «quais» é incorreto).
A frase «Antigamente, antes de construída a
ESJGF, haviam muitas cobras nestes terrenos»
a) está incorreta, porque «muitas cobras» não é sujeito
mas complemento direto.
b) está correta.
c) é agramatical, porque a forma «haviam» não
existe.
d) está correta, sendo «muitas cobras» o
sujeito.
Os atos ilocutórios nos enunciados «Vou declarar
a venda do andar amanhã», «Promete que casas comigo» e «Que bons que são estes
rebuçados!» são, respetivamente,
a) compromissivo, diretivo, expressivo.
b) assertivo, expressivo, declarativo.
c) assertivo, compromissivo, expressivo.
d) declarativo, compromissivo, expressivo.
No Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2011), o verbete de
«polissemia» reza: «polissemia — s.f. linguística
qualidade das palavras que possuem mais de um sentido (Do gr. polýs, ‘muito’ + séma, ‘sinal’ + ia)».
Tendo isto em conta, mas não só, sabemos que «polissemia» é uma palavra
a) que, ainda que com uma única aceção
registada, terá com certeza vários sentidos denotativos.
b) monossémica.
c) monossémica, ainda que decerto possa surgir
com diversas conotações.
d) polissémica.
Num dicionário geral temos a seguinte definição
de «merónimo»: «termo que, numa relação de hierarquia semântica, denota uma
parte relativamente a um todo (holónimo) (ex.: manga ou punho são
merónimos de camisa) (Do gr. merós, ‘parte’ + ónimo)». Portanto,
a) «camisa» é merónimo de «colarinho».
b) «camisa» é hipónimo de «peça(s) de
vestuário».
c) «termo» é hiperónimo de «merónimo».
d) «merónimo» é um composto morfossintático.
[Este segundo questionário
procura verificar se foste seguindo o que tratámos em aula em termos de tipos
textuais, bem como o conhecimento genérico do que já vimos no domínio da
oratória e do «Sermão de Santo António».]
Um editorial
a) não deve incluir tomada de posição pessoal.
b) não deve ser polémico.
c) estará ancorado em situação de atualidade.
d) é redigido por alguém exterior ao jornal.
Num anúncio publicitário, título e slogan
a) são a mesma coisa.
b) devem ser assertivos.
c) não têm de ter o mesmo objetivo ilocutório.
d) devem ser expressivos.
A síntese e o resumo distinguem-se por
a) a síntese implicar distância do enunciador
relativamente ao texto-fonte, e o resumo, não.
b) o resumo acolher citações, transcritas com
aspas, e a síntese, não.
c) a síntese, ao contrário do resumo, dever
manter a ordem de abordagem do texto original.
d) apresentarem órgãos sexuais, respetivamente,
femininos e masculinos.
O exórdio ocorre
a) no final de um
discurso, correspondendo a peroração ao início.
b) a meio de um
discurso, sendo a peroração o final.
c) no início de um
discurso, seguindo-se logo a peroração.
d) no início de um
discurso, sendo a peroração a parte final.
Considerada a estrutura
de um discurso, a captatio benevolentiæ
ocorre
a) no exórdio.
b) na peroração.
c) na refutação.
d) no desenvolvimento.
«Pregar» e «Pregar» são palavras
a) convergentes.
b) homógrafas.
c) homónimas.
d) divergentes.
Segundo Vieira, nos dias
dos santos, os pregadores devem
a) imitá-los.
b) criticá-los.
c) pregar a peixes.
d) tê-los como assunto
dos seus sermões.
O «Sermão de Santo
António aos Peixes» tem
a) três capítulos.
b) dez capítulos.
c) seis capítulos.
d) cinco capítulos.
As citações (da Bíblia;
de teólogos) que enxameiam o «Sermão» funcionam como
a) argumentos de
autoridade.
b) falácias.
c) ironias.
d) perorações.
O conceito predicável do «Sermão de Santo aos
Peixes» é
a) «Vós sois o sol da terra».
b) «Vós sois o sal do mar».
c) «Vós, sol, sois a terra».
d) «Vós sois o sal da terra».
A série que apresenta «peixes» que são
«protagonistas» do «Sermão» é
a) peixe de Tobias, torpedo, roncador.
b) pescadinha de rabo na boca, massada de
garoupa, baleia.
c) rémora, três olhos, raia electrónica.
d) cão, atum, peixe de Tobias.
O «Sermão de Santo
António aos Peixes» foi pregado
a) pelo Padre António
Vieira, em São Luís do Maranhão, em meados do século XVII.
b) pelo Padre António
Vieira, em Lisboa, na Igreja de São Roque, no século XVII.
c) por Santo António, em
São Luís do Maranhão.
d) por Santo António, no
Brasil.
Nos capítulos II-V do «Sermão», temos (segundo
esta ordem)
a) elogio dos peixes, em geral; elogio a algumas
espécies de peixes; repreensão dos peixes, em geral; repreensão a algumas
espécies de peixes.
b) repreensão dos peixes, em geral; repreensão a
algumas espécies de peixes; elogio dos peixes, em geral; elogio a algumas
espécies de peixes.
c) elogio a algumas espécies de peixes; elogio
dos peixes, em geral; repreensão a algumas espécies de peixes; repreensão dos
peixes, em geral.
d) elogio dos peixes, em geral; repreensão dos
peixes, em geral; elogio a algumas espécies de peixes; repreensão a algumas
espécies de peixes.
O verdadeiro auditório
do «Sermão» era constituído por
a) colonos.
b) D. João IV e restante
corte.
c) peixes.
d) índios.
No final do cap. I do
«Sermão» diz-se que
a) «Maria» vem de
«Senhora do mar», o que é uma falsa etimologia.
b) «peixe» vem de «pé»,
o que não é verdade.
c) «sal» vem de «sol», o
que é uma etimologia correcta.
d) o étimo de «Maria» é
«Senhora do mar», o que é verdade.
«Sermão» é palavra
a) polissémica.
b) monossémica.
c) homónima de «sermão».
d) convergente.
Em aula, considerei que
Marlim (À procura de Nemo) confirmava
uma característica dos peixes evocada por Santo António:
a) enfrentarem tudo para
cumprirem os seus objetivos.
b) serem indomáveis.
c) fugirem dos homens.
d) serem comestíveis.
Entre polvo e monges a
semelhança é
a) o burel de Santo
António.
b) a dissimulação.
c) a atitude
camaleónica.
d) o capuz dos frades.
A correspondência entre
peixes repreendidos e defeitos dos homens é (por esta ordem): roncadores,
pegadores, voadores, polvo;
a) bravata, oportunismo,
ambição, fingimento.
b) benfiquismo,
aderência, aerofagia, capacidade de dar palpites sobre jogos de futebol.
c) arrogância,
parasitismo, mentira, soberba.
d) vaidade, intromissão,
dissimulação, falsidade.
O peixe de Tobias é
gabado
a) pelos excrementos
fecais (vulgo «cocós»), que, mastigados com certa demora, curam as aftas.
b) pelo seu fel, com
efeitos benéficos em termos oftalmológicos.
c) pelas suas escamas,
semelhantes a lentejoulas.
d) pelas espinhas, com
mais cálcio concentrado do que o leite.
Completa, no estilo das
frases que já lancei, usando o que saibas acerca do «Sermão de Santo António
aos Peixes», do Padre António Vieira, de oratória, aspectos históricos. Podes ir
«flanando» pelo manual, mas evita transposições sem criação tua.
TPC — Envia gravação (tarefa de leitura de
livro). Se não o fizeste ainda, envia reformulação de conto e traz para a aula
versão com emendas.
Aula 49-50 (14 [1:ª], 15 [7.ª], 16 [8.ª], 17/dez
[12.ª, 5.ª]) Correção dos questionários sobre gramática e sobre o «Sermão de
Santo António» feitos na aula anterior (Cfr.
Apresentação).
Assistência
a conclusão de À procura de Nemo, ao
mesmo tempo de conversas, aluno a aluno, acerca de avaliação.
TPC — Põe à mão um exemplar de Os Maias. (não sebenta ou resumo, mas, é
claro, a obra toda). Começa a ler o livro. Completa e traz definição
telegráfica sobre «Sermão de Santo António aos Peixes».
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