Língua
Alfabeto Pessoal
Este alfabeto pessoal não é um alfabeto pessoal. Quase se poderia dizer que é o alfabeto de um aluno virtual do 10.º ano da ESJGF, um protótipo (e, afinal, até esquivo a estereótipos), já que em cada letra do abecedário figura um contributo de um aluno, extraído de uma centena de alfabetos pessoais completos. (Publicado no Voz Activa.)
B, de Bonecas — Normalmente, as raparigas, quando são mais novos, gostam de ‘brincar às bonecas’ ou com outros brinquedos femininos, mas, no meu caso, nunca tive grande interesse nisso, preferia sempre brincar com “legos” ou outros brinquedos. Isto deve-se, provavelmente, ao facto de ao facto de eu ter um irmão com uma idade muito próxima da minha. (Filipa Henriques, 10.º 4)
C, de Cão — O Bongo, o meu animal de estimação, que, estranhamente, simpatiza com cágados e lagartos. (Beatriz Miguel , 10.º 1)
D, de Damasco — Desde pequena adoro este fruto. Lembro-me de quando andava na Escola Primária n.º 52 e íamos apanhá-los para logo, de imediato, os comermos. (Leonor Marques, 10.º 3)
E, de «Era uma vez...» — Expressão que se sempre me acompanhou, o início de uma história, de uma aventura, de um conto de fadas, que só têm fim quando quisermos. (Inês Pires, 10.º 1)
F, de Família — A família é o que mais importa para mim: ter pessoas que estarão sempre disponíveis para nós; que, para sempre, nos amarão incondicionalmente, independentemente do que façamos, é uma enorme bênção. (Márcia Pereira, 10.º 9)
H, de Holofotes — Usados para iluminar e/ou focar alguma coisa, que pode tornar-se o centro das atenções, o que, no meu caso, não consideraria agradável. (Paulo Machado, 10.º 9)
J, de Joaninha — Mal escrevi a letra, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a tradicional canção que a minha mãe me cantarolava sempre que avistávamos uma joaninha: «Joaninha voa, voa, que o teu pai foi para Lisboa». (Marta Brito , 10.º 3)
K, de Kabalevsky — Kabalevsky é um dos meus compositores favoritos, de tal forma que ainda hoje me lembro da primeira peça para piano deste compositor que toquei, «Tocatina». (Luís Coutinho, 10.º 1)
L, de Lambe-botas — Odeio lambe-botas pois não sabem trabalhar a sério e apostam em bajular outras pessoas, de modo a que estas lhes deem o que que querem. (Manel, 10.º 9)
M, de Madalena — Nome próprio da pessoa que mais amo e em quem confio. A pessoa que me conhece como ninguém mais. A minha mãe. (Filipa Pires, 10.º 6)
N, de Não — Palavra sobre que me interessou pensar, pois detesto ouvi-la, apesar de a dirigir a muita gente. (Pedro Ramos, 10.º 3)
P, de Palco — Onde o meu mundo muda. Esqueço tudo o resto. O que importa está ali, tenho um único momento para brilhar e para reflectir o meu trabalho. O palco é tudo: faz parte de mim, mas não é a minha vida, porque ali é aquilo que pretendo que seja. (Núria Trigo, 10.º 4)
Q, de Quarta-feira — Deviam instaurar em Portugal o que já se faz em França há muito: não haver aulas à quarta. Acho que era bom tanto para alunos como para os professores. (Mariana Costa , 10.º 6)
R, de Ritmo — A palavra «ritmo» faz-me lembrar os anos em que estive no Conservatório, onde era preciso tê-lo em qualquer actividade que fosse. (Marta Vassalo, 10.º 3)
S, de Sardoal — Terra do meu coração, que completa metade da minha pessoa, onde tenho amigos, primos, casas de parentes e onde nunca me cansa estar em grupo com a família, pois há sempre boa disposição e ambiente festivo. Gosto das ruas da vila, da casa e do campo dos meus avós, de estar com o meu primo Duarte. (Francisco Santos , 10.º 1)
T, de Tejo — Rio de Lisboa, onde o meu pai costuma levar-nos. Ficamos umas horas a olhar para o rio, sem confusões ou stress. Revigorante. (Luísa Morgado, 10.º 3)
U, de Untar — Seria adequado assinalar que não me destaco na cozinha, mas aqui está um procedimento que me traz boas notícias: sempre que vejo a minha mãe a untar um tabuleiro, é sinal de bolo para o lanche nos dias seguintes. (Daniel Brojo, 10.º 4)
V, de Voleibol — O meu desporto favorito, praticado por duas equipas de seis elementos, com uma rede e uma bola. Jogo vólei no Sagrado e, o ano passado, a minha equipa foi vice-campeã nacional. Sem este desporto, a minha vida seria completamente diferente. (Inês Cruz, 10.º 1)
W, de «Wie dit kan lezen staat te dichtbij» — ‘Quem consiga ler isto está próximo.’ É o que tenho escrito numa t-shirt oferecida pelo meu primo holandês, Geertjan. É também, muito provavelmente, a frase mais longa que sei dizer nesta língua que a muitos parece chinês. (João Scheltinga, 10.º 9)
X, de Xarope — Não me lembrei de mais nada, não tive outro remédio. (Francisco Batista, 10.º 9)
Y, de Yvette Centeno — Avó e escritora, é para mim um exemplo de vida. (Marta Moreira, 10.º 4)
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