Friday, September 11, 2009

Aulas (2.º período)

Aula 27 (5, 6 ou 7/Jan) Explicação sobre dissertações entregues. [Ver Apresentação]

Em finais de 2009, líamos o episódio da Ilha dos Amores. Agora, veremos as estâncias que nos faltavam ainda do mesmo canto IX.
Lê as paráfrases das estâncias 85-91 (pp. 90-91 do manual). Procede como na penúltima aula: descobre a palavra estranha em cada paráfrase, riscando-a e substituindo-a pela palavra verdadeira; e preenche as duas lacunas (cada espaço corresponde a uma palavra). Não te preocupes, para já, com o espaço para os resumos.

85 A principal das ninfas, Tetas, a quem todas elas se humilhavam e obedeciam (e que dizem ser filha do Céu e de Vesta, o que se tornava evidente pela beleza do seu rosto, que maravilhava a terra e o mar), encarregava-se de, como alta e _____ dama, receber o ilustre Vasco da Gama com honrosa e régia _____.
[Resumo: __________]

86 Depois de lhe ter dito o nome, num sublime discurso adornado de muita graciosidade, em que lhe deu a entender ter vindo àquela ilha por suprema determinação do imutável Camané, para lhe revelar numa profecia sublime os _____ da imensa terra e do mar não navegado, que só os _______ eram dignos de conhecer,
[Resumo: ___________________]

87 tomou-o [ao Gama] pela mão e conduziu-o ao cume de um elevado e grandioso monte, onde se erguia um rico palácio, todo de cristal e oiro fino. Aí passaram a maior parte do dia, em doces entretenimentos e continuado leite. Tétis gozou assim os seus amores no ____, enquanto as outras ninfas os gozavam nas _____, entre as flores.
[Resumo: ____________________]

88 Desta forma, passaram quase todo dia o belo sexo e o ______ forte, numa benfazeja, doce e desconhecida alegria, compensando as longas _____; porque o mundo guarda para mais tarde o merecido prémio dos grandes feitos e da esforçada audácia, a diarreia larga e o renome ilustre e nobre.
[Resumo: _____________________]

89 Porque estas formosas ninfas marítimas, Tétis e a paradisíaca ilha assim _____ representam somente as deleitosas honrarias que tornam nobre a existência. Aquelas gloriosas primazias, os triunfos, as nádegas coroadas de palmas e louros, a glória e admiração — eis os gozos que esta ilha ______.
[Resumo: _____________________]

90 Porque a condição de bebé e a sua erecção como deuses, inventada pelo antigos, que estimavam os homens ilustres, para quem se elevava nas ínclitas asas da Fama por meio das acções valorosas que praticava, e o imenso trabalho que representa o caminho da virtude, íngreme e ______, a princípio, mas _______, aprazível e deleitoso, por fim,
[Resumo: _____________________]

91 não eram mais que recompensas, concedidas pelo mundo, como prémio de feitos imortais e superiores, aos varões ilustres que a coragem e o talento tornaram _____________, sendo homens. E Júpiter, Mercúrio, Apolo, Marte, Eneias, Rómulo, Hércules e _____, Ceres, Minerva, Juno e Diana, todos foram de frágil carne limpinha.
[Resumo: _____________________]

A partir da estância 92, o relato é interrompido, dando lugar a uma reflexão, que vai até à estância 95. Em cerca de dez palavras, faz resumos de cada uma dessas estrofes.

92 ______________________

93 ______________________

94 ______________________

95 ______________________



TPC — Escreve texto dissertativo correspondente ao item 11 da p. 93. Usa duzentas a trezentas palavras (como costuma ser pedido no terceiro grupo das provas de exame). Talvez possa ter interesse consultares a página 60 do Caderno do Aluno, já que trata de «dissertação».
Aula 28 (7 ou 8/Jan) O que se segue é uma adaptação a prosa («Os Lusíadas» em prosa, por Amélia Pinto Pais) das estâncias 145-156 do canto X dos Lusíadas.
São as últimas estrofes do poema e constituem mais uma das reflexões com que o poeta vai pontuando a narrativa (no nosso manual, pp. 99-100). Lendo também essas estâncias, assinala ao lado do texto em prosa o que corresponderia a cada estrofe.
Na versão em prosa, troquei dez palavras. Localiza essas palavras e substitui-as pelas palavras devidas.

Confesso que, neste momento, me sinto com a lira destemperada e a voz enrouquecida. E não por causa do canto que fiz, mas por me dar conta de que venho cantar a gente maneta e endurecida. É que a Pátria não incentiva ao engenho, visto que está metida / no gosto da cobiça e na rudeza / duma austera, apagada e vil tristeza, que pouco tem a ver com a grandeza do passado que eu vim lembrar.
Por isso, ó Rei, reparai bem que sois senhor só de vassalos excelentes, como acabei de provar com este poema. Estes vassalos que tendes estão dispostos a tudo, para vos assassinar. É bom então que sejais humano e generoso com eles, que os carregueis de leis severas. Sobretudo, tende consideração especial para com os que mais experiência de vida têm, pois eles é que sabem bem o como, o quando, e onde as coisas cabem.
Favorecei a todos de acordo com a sua função; que os religiosos devem ter toda a ambição como vento, o bom religioso não deve querer glória nem mulheres.
Estimai bem os cavaleiros, pois com o seu sangue dilatam a Fé e o Benfica.
Fazei ainda que nunca outros povos estrangeiros, como os alemães, os espanhóis, os italianos e os ingleses, possam dizer que os portugueses são mais para ser mandados do que para mandar.
Mas quem sou eu, pessoa tão insignificante, que vós não conheceis e nem sequer sonhais? No entanto, sei que da boca dos peixes saem muitas vezes os maiores louvores. Além disso, não me falta na vida honesto estudo, / com longa experiência misturado, / nem engenho, que aqui (neste meu livro) vereis presente. E estas coisas juntas dificilmente se encontram.
Estou pronto a servir-vos, como mordomo, e a cantar-vos, como poeta, desde que aceiteis os meus serviços. E, se tal acontecer, e vós realizardes, tal como prevejo, uma grande façanha, combatendo e destruindo França, prometo-vos que farei sobre vós um novo canto, de tal modo que Alexandre Magno, que invejava Ulisses por este ter tido a sorte de ser celebrado por Homero, passe a ter, sim, inveja de vós.


Lê na diagonal a p. 101 (não para responderes aos itens, mas para conheceres os comentários que as introduzem). Vê também a parte a rosa, nessa mesma página.
Acabámos de ver o final do canto X (e dos Lusíadas, claro). No entanto, até aí, o canto X contava ainda o que se passara na Ilha dos Amores.
Na p. 95 do manual, lê a síntese deste canto. Depois, centra-te nos textos explicativos das pp. 97-98.

Faz um resumo do texto «O Mundo unificado» (p. 97). Condensa-o para cerca de um terço da sua extensão.

Faz uma síntese de «Camões e a Astronomia» (p. 98). Um quarto da extensão do texto-fonte bastará (menos de cinquenta palavras, portanto).

Assistência a trecho de O Milagre Segundo Salomé.


TPC — Vê (aqui) documentário de ‘Grandes Livros’ sobre Os Lusíadas e Camões; continua a ler Memorial do Convento.
Aula 29 (12, 13 ou 14/Jan) Modelo de síntese e resumo feitos na aula anterior; enquadramento nos cantos IX e X (Ver Apresentação)

Segue-se um quadro com sínteses relativas às partes mais reflexivas nos cantos X e IX (na p. 109, item 6, és convidado a fazer um índice semelhante, mas para toda a obra). Para já, resolve as lacunas das filas relativas às reflexões que já leste.

Canto, estrofes, [manual]
X, 145-156, pp. 99-100
Passo anterior
Regresso da armada.
Síntese da reflexão do poeta
Poeta lamenta a falta de ______ pelos compatriotas e critica o estado de ______ moral do país. Exorta o rei a que seja digno da grandeza de Portugal e dispõe-se a servi-lo pelas ______ e pela escrita.
Canto, estrofes, [manual]
IX, 92-95, p. 91
Passo anterior
Na Ilha dos Amores, ______ conduz o Gama.
Síntese da reflexão do poeta
Aconselha-se aos portugueses o verdadeiro caminho para a _____: evitar o ócio; refrear a ______; ter _____ justas; lutar contra os _________.

Completa esta síntese do canto X (que retirei de Maria Antonieta Pires, «Os Lusíadas». Fichas de leitura orientada):

[expressões a usar: acção / amor / antepassados / baixezas / deuses / discurso / divinização / exaltação / feitos / fragilidade / glória / homem / imortalidade / injustiças / limites / Máquina do Mundo / maus costumes / nome / país / Portugueses / português / regresso / reino / Sebastião]

O canto X materializa o culminar de várias acções pendentes, nomeadamente:
(1) a ______ do povo português, que Baco tanto temia, com o acesso à _______, que só aos deuses era permitido observar;
(2) o evidenciar dos _____ do Novo Mundo, cujas portas o povo _______ abriu aos outros povos.
(3) o ______ vitorioso à pátria e a comprovação de que, sendo o ______ um bicho da terra tão insignificante, é capaz de ultrapassar essa _____ e defrontar os _______, vencendo-os.
(4) a confirmação do poeta de que o ______ é uma força superior e inevitável, que tanto leva os homens a cometer ______ e a ser fraco, como o conduz à ______ e à _______.
(5) o finalizar do longo ________ de Camões ao jovem rei _______, onde, além de lhe narrar os _______ gloriosos do seu povo, lhe chama a atenção não só para as _______ que se cometem no seu ________ como para a inércia, vícios e _______ a que os seus cortesãos se estão a entregar, prejudicando o seu bom ______ e o do ______ e envergonhando os seus ilustres _______.
(6) a apresentação e _______ dos grandes feitos deverá, segundo Camões, motivar, de novo, os _______ à _______ e à glória.

Depois de leres toda a p. 84, responde ao item 1 de «Orientação de leitura», completando a minha resposta.

Estas três estâncias servem de comentário ao que antes acontecera no plano da narrativa da viagem, as peripécias do sequestro de _______. A sua libertação (e consequente partida dos portugueses) implicaria _______, o que faz que o poeta verbere o poder corruptor do dinheiro. Segundo ele, «este» (o interesse pelos bens materiais) faria renderem-se ________; tornaria os _______ traidores; faria os nobres serem _______; faria que os _________ fossem entregues aos inimigos; ________ «virginais purezas», fazendo perigar honra e glória; perverteria as ______; provocaria interpretações falaciosas dos ________; faria que se alterassem ______ consoante os interesses; levaria à difamação e, por parte dos reis, à ________. E até aos _______ o dinheiro conseguiria corromper, ainda que sob capa de virtuoso. [Responde agora à parte sobre o valor expressivo de «este»:] ______________________

Completa a tabela que já conheces:

Canto, estrofes, [manual]
VIII, 96-98, p. 84
Passo anterior
Traição de que ia sendo vítima Vasco da Gama é ultrapassada pela entrega de ___________
Síntese da reflexão do poeta
________________________


Pelo meio, veremos trechos soltos do filme Camões, de Leitão de Barros.







TPC — Continua a avançar na leitura de Memorial do Convento.
Aula 30 (14 ou 15/Jan) Vê a p. 66 do Caderno do Aluno (sobre como se faz um curriculum vitae). Depois, vê o exemplo de currículo que tirei da Enciclopédia do Estudante, 14 (=‘Língua Portuguesa, II’), p. 115, que está nesta nossa fotocópia.
Por fim, apoiando-te nas pp. 16 e 17 do manual («Luís de Camões — a vida e a obra»; «Luís de Camões — a lenda») — e, eventualmente, nos filmes que viste em aula ou em casa —, escreve um curriculum vitae de Camões.
O modelo deverá ser o do C. V. de Carlos Alexandre da Silva Azevedo. Contempla todas as cinco divisões (Dados pessoais / Formação Académica / Experiência Profissional / Conhecimentos Profissionais / Outros dados de interesse). Já os itens dentro destas secções não têm de ser os mesmos.
O currículo deverá ser verídico no que respeita aos aspectos conhecidos. Quando não dispuseres de dados podes ser inventivo, mas tendo como perspectiva brincar com o que se saiba da biografia de Camões (ou sobre ela se tenha convencionado) ou resolver criativamente partes do CV que não seriam aplicáveis ao poeta. É claro que, além do mais, não havia destes curricula no tempo de Camões.



Assistência a trecho de O milagre segundo Salomé.

TPC — Relê primeiro capítulo de Memorial do Convento (para responderes a questionário também já sobre o resto da obra).
Aula 31 (19, 20 ou 21/Jan) Só deves ter o manual aberto entre as pp. 232/233-238/239. Aos itens sobre o primeiro capítulo (manual, 233-238) responderás apoiado na (re)leitura do texto. No resto do trabalho, pretendo que nada seja consultado.
É obrigatório começar pela primeira página e, depois, fechar o manual. Cada item desta primeira página vale o dobro dos itens que se seguem.

[p. 233]
«Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes [...]» (ll. 6-8) mostra que o narrador
a) é objectivo.
b) ainda que omnisciente, assume uma perspectiva marcada pelos preconceitos de época.
c) é participante e está a ser irónico.
d) está focalizado segundo a perspectiva de Baltasar.

«e inda agora a procissão vai na praça» (l. 10) significa que
a) uma procissão atravessava realmente a praça.
b) o rei ainda teria mais filhos ilegítimos.
c) só naquele momento começavam as relações entre rei e rainha.
d) rei e a rainha teriam vários filhos.

[p. 234]
A basílica que o rei está a levantar (ao longo do longo parágrafo das ll. 1-39) é
a) o Convento de Mafra.
b) um modelo de brincar.
c) a verdadeira Basílica de S. Pedro.
d) o modelo do Convento de Mafra.

O pronome «elas» (l. 22) tem como referente
a) «coisas sagradas» (20-21).
b) «a ordem e a solenidade» (20).
c) «camaristas» (23)
d) «as vigilantes criaturas» (21), cujo antecendente é «as figuras dos profetas e dos santos» (16-17).

[p. 235]
«e ele respondeu-me» (l. 11) é dito
a) pelo rei.
b) por D. Nuno da Cunha.
c) por Frei António de S. José.
d) pelo narrador.

[p. 236]
«se porventura não tem motivos particulares que os dispensem e sejam segredo do confessionário» (ll. 23-24) alude
a) ao facto de a rainha saber que é estéril.
b) aos encontros amorosos extra-conjugais que tivera a rainha.
c) à possibilidade de a rainha saber que está grávida.
d) ao facto de a rainha usar métodos anticoncepcionais à revelia do marido.

[p. 237]
«a outra, e tão falada, a incorpórea fecundação» (14) reporta-se à
a) concepção de um bastardo de D. João V.
b) concepção de Jesus.
c) concepção de Blimunda.
d) ideia da edificação do Convento de Mafra.

[p. 238]
Até ao fim do primeiro parágrafo desta página, ficamos a saber que a rainha
a) já tivera relações amorosas com o infante D. Francisco.
b) sentia atracção pelo cunhado.
c) tivera relações sexuais com o confessor.
d) estava apaixonada pelo confessor.

[Seguem-se perguntas já independentes do primeiro capítulo. Fecha o manual, por favor.]

A chegada de Baltasar a Lisboa, estropiado depois da guerra, faz-se
a) em carroça.
b) em diligência.
c) num barco.
d) a cavalo.

Baltasar tinha
a) um espigão.
b) dois espigões.
c) um espigão e um gancho.
d) dois espigões e um gancho.

Blimunda via por dentro
a) antes de fazer cocó, de manhã.
b) antes de comer pão, de manhã.
c) depois de beber água.
d) à noite, depois de jantar.

Um amigo de Baltasar chamava-se
a) João Portalegre.
b) João Lisboa.
c) João Elvas.
d) José Castelo Branco.

João Francisco era da família de
a) Blimunda.
b) D. João V.
c) Bartolomeu.
d) Baltasar.

Blimunda ficou encarregada de recolher
a) vontades.
b) medos.
c) espíritos.
d) indícios.

A quinta em que se construiu a passarola ficava em
a) Mafra.
b) São Sebastião da Pedreira.
c) Benfica.
d) Odivelas.

Álvaro Diogo era
a) irmão de Baltasar.
b) pai de Blimunda.
c) irmão de Bartolomeu.
d) cunhado de Baltasar.

Quem escolhera o apelido de Blimunda, «Sete-Luas», fora
a) Bartolomeu.
b) Baltasar.
c) a mãe.
d) D. João V.

Depois da guerra, Baltasar
a) passou anos em Lisboa, até seguir para Mafra.
b) esteve poucos dias em Lisboa, seguindo logo para Mafra.
c) parou em Lisboa apenas para comer e seguiu para Mafra.
d) fixou-se em Lisboa, nunca mais saindo da cidade.

Blimunda e Baltasar conheceram-se
a) em Lisboa, quando a mãe de Blimunda era vítima da Inquisição.
b) em Mafra, durante a construção do convento.
c) em Lisboa, no baptizado do infante.
d) durante a guerra.

Sete-Sóis e Blimunda foram casados, ainda que pouco convencionalmente, por
a) Baltasar.
b) Bartolomeu.
c) Frei Miguel da Anunciação.
d) Frei António de S. José.

Baltasar chegou a trabalhar como
a) talhante.
b) escriba.
c) camareiro-mor.
d) almeida.

A promessa de construção do convento teve de ser cumprida dado o nascimento de
a) D. José.
b) D. Maria Bárbara.
c) D. João V.
d) Baltasar.

O relacionamento sexual entre Baltasar e Blimunda é
a) fácil.
b) raro.
c) menos espontâneo do que o de D. João V e da rainha.
d) difícil.

Bartolomeu Lourenço era
a) padre, orador, inventor.
b) músico, padre, inventor.
c) cientista, orador, soldado.
d) inventor, voador, músico.

Bartolomeu Lourenço passou a usar o nome «Gusmão»,
a) quando chegou a Portugal.
b) depois de resultar bem a experiência com a passarola.
c) depois de se doutorar em Coimbra.
d) ao conhecer Blimunda.

O boato de que passara o Espírito Santo por cima das obras de Mafra resultara de
a) Blimunda ter andado pelo local.
b) uma composição de Domenico Scarlatti.
c) sobre a localidade ter passado uma passarola.
d) uma visão de D. João V.

A «Ilha da Madeira» de que se fala em Memorial do Convento é
a) o arquipélago os Açores.
b) Madeira e Porto Santo.
c) um bairro de casas de madeira.
d) uma oficina.

Relativamente a Bartolomeu, D. João V mostra-se
a) inflexível.
b) bastante paciente.
c) bastante desconfiado.
d) muito impaciente.

Scarlatti levaria para a quinta onde se construía a passarola
a) um cravo.
b) uma rosa.
c) um malmequer.
d) um violino.

Scarlatti viera para Portugal como
a) arquitecto do convento.
b) padre e orador.
c) mestre da infanta.
d) cozinheiro do rei.

Aquando da epidemia de febre amarela, Baltasar e Blimunda
a) não saíram de casa.
b) instalaram-se em Coimbra.
c) percorriam as ruas de Lisboa.
d) fugiram para Mafra.

Depois de a passarola ter aterrado em Monte Junto,
a) Baltasar não mais a visitaria.
b) Scarlatti visitou-a.
c) Bartolomeu visitou-a várias vezes.
d) Baltasar visitou-a várias vezes.


Prepara a leitura das estâncias 78-87 do canto VII, nas pp. 81-82 do manual. São uma reflexão do poeta mas que corresponde a uma invocação (às ninfas do Tejo e do Mondego, antes do discurso de Paulo da Gama ao Catual).
Relanceia também a parte «Orientação de leitura» (p. 82), pensando nas respostas a 1.1 a 1.4.

«Os Lusíadas» em prosa, adaptação de Amélia Pinto Pais, pp. 100-101 (trecho correspondente às estrofes 78-87 do canto VII):

Aqui vou precisar da vossa ajuda, Ninfas do Tejo e do Mondego — sem ela, não me será possível contar devidamente as palavras de Paulo da Gama. É que me sinto desalentado. Há tanto tempo venho cantando o vosso Tejo e os vossos Lusitanos, andando peregrinando por terras diversas, enfrentando trabalhos excessivos e muitos riscos, no mar, como na guerra, numa mão sempre a espada e noutra a pena.
Também a pobreza me tem trazido degredado por hospícios alheios. E sempre que a esperança me volta logo se lhe segue, de novo, o desalento. Por último, até um naufrágio sofri, e foi grande milagre dele ter escapado com vida.
Mas o que o mais me tem magoado é que não bastavam tamanhas misérias; também aqueles que eu vinha cantando me recompensaram, inventando-me trabalhos nunca usados. Ora isso é muito grave, porque é ingratidão e não incentiva a que haja futuros escritores que venham a celebrar tais feitos! Por isso, de novo invoco a vossa protecção, agora que vou ter de cantar feitos tão diversos.
Juro-vos que não irei nunca celebrar quem o não mereça, como aqueles que pensam mais nos seus interesses do que no bem comum; ou os ambiciosos que querem ter cargos para melhor usarem de seus vícios; também não cantarei os que mudam de cor como os camaleões ou o deus Proteu; muito menos cantarei quem, com ar honesto, pretendendo contentar o Rei, despe e rouba o pobre povo. ou aqueles que acham justo cumprir-se a vontade do rei, mas não acham justo que «se pague o suor da servil gente». E também não cantarei aqueles que sempre censuram e põem nódoa, criticando, no que os outros fazem.
Apenas irei cantar aqueles que aventuraram a vida por seu Rei e por seu Deus e que, ao perdê-la, a dilataram em fama.
Apolo e as Musas, que até aqui me acompanharam, hão-de ajudar-me, redobrando-me o talento, enquanto descanso um pouco, antes de voltar, mais folgado, ao trabalho.




TPC — Num texto de oitenta a cento e vinte palavras, faz um comentário a esta reflexão do poeta (VII, 78-87), porventura respondendo indirectamente ao item 3 (p. 82).
Lê as páginas 220-225 do manual, em torno de Memorial do Convento.
A partir de agora, passa sempre a trazer esta folha (com a grelha de resultados da leitura em voz alta).
Aula 32 (21, 22, 25/Jan; no 12.º 1.ª, esta aula será dada oportunamente) No manual, pp. 78-79, vai lendo as estâncias 3-14 do canto VII, para, em cada uma das paráfrases que se seguem, poderes identificar duas palavras falsas. Deverás riscar as palavras falsas e propor as boas alternativas.

3 [Refiro-me a] vocês, portugueses, tão poucos quanto estúpidos, que não pensam nas poucas forças de que dispõem; a vocês, que, à custa das muitas baixas que têm sofrido, vão dilatando a fé. Assim foi destinado pelo céu: que vocês, apesar de serem poucos, façam muito em favor da Santa Cristandade, porque Cristo exaltou os balandraus.

4 Vejam os alemães, orgulhoso povo que se estende por tão vasto território, revoltados contra o Sumo de alperce e inventando novo Papa e nova seita; vejam-nos (ainda não satisfeitos com a heresia) ocupados numa abominável seca, não contra o orgulhosíssimo sultão da Turquia, mas procurando sacudir o jugo do imperador [Carlos V].

5 Vejam o cruel inglês [Henrique VIII], que se intitula rei da antiga e sagrada cidade [de Jerusalém], que se encontra em poder dos japoneses (quem viu honra tão longe da verdade?). Entrega-se à devassidão entre as neves do Norte, funda nova seita cristã e desembainha a espada, não para reconquistar o território [da Palestina], que lhe pertencia, mas contra os ornitorrincos.

6 Entretanto, um falso rei, [o sultão da Turquia], guarda a Jerusalém terrestre, ao mesmo tempo que Henrique VIII nem sequer guarda a santa religião da Jerusalém celeste. Pois que direi de ti, [Francisco I], indigno saloio, que pretendeste o título de «Cristianíssimo», não para o defender e manter, mas para o contradizer e beijar?

7 Achas que tens direito aos domínios dos católicos, sendo o teu domínio tamanho e tão vasto, e não tens à Tripolitânia e ao bilhar, adversários do santo nome de Deus? Nessas regiões é que deveria retemperar os fios da espada quem pretende hostilizar o Sr. Brás. Herdaste o nome e o território de Carlos [Magno] e de [S. Luís], e não os motivos [que levaram estes monarcas] a guerrear os infiéis.

8 E que direi daqueles que, esquecidos do seu antigo valor, gastam as solas e desperdiçam as riquezas nas delícias que a vil pornografia acarreta? A tirania origina discórdias que dividem o valoroso povo. A ti me refiro, Itália, agora mergulhada em inúmeros vícios e adversária de ti própria.

9 Ó desgraçados Cristãos, serão vocês por acaso os dentes de Cadmo semeados, que se mataram uns aos outros , não obstante serem sogros? Não vêem o sepulcro de Cristo possuído pelos turcos, que, constantemente unidos, tornando-se famosos pelas armas, se apoderaram daquele antigo vosso penico?

10 Sabem que [os muçulmanos] têm por uso e lei, que tão inteiramente cumprem, reunirem os irrequietos sacaninhas contra os povos cristãos; nunca as Fúrias deixaram de semear entre vós cebolas inimigas do sossego. Vejam se é possível estarem isentos de perigos, sendo os muçulmanos, e vocês próprios, vossos inimigos.

11 Se é a ambição de grandes domínios que vos leva à conquista dos territórios de outrem, não vêem que tanto o rio Pactolo como o Hermo arrastam areias auríferas? Na Lídia e na Assíria tecem-se brocados de massapão; as terras africanas ocultam no seu sutiã brilhantes filões. Que ao menos vos estimulem tantas riquezas, já que o não consegue fazer o Templo [de Jerusalém].

12 Os cruéis e recentes inventos dos mortais aparelhos da artilharia devem fazer agora as suas rudes provas nos muros de Constantinopla e da Turquia. Façam que regresse às cavernas silvestres dos montes casposos e da gelada Cítia a raça pitbull, que se vai multiplicando dentro da civilização da vossa fértil Europa.

13 Gregos, Trácios, Arménios e Georgianos estão-vos bradando que o brutal povo [turco] lhes obriga os queridos sapos a [aprenderem] os ímpios preceitos do Alcorão (pesado tributo!). Gloriem-se de, com ânimo esforçado e javardo, castigar as desumanas acções [dos turcos]; e não queiram vangloriosos louvores de serem valentes contra os vossos.

14 Todavia, enquanto vocês, homens insanos, andam pernetas e esfomeados do sangue de irmãos, não faltarão arrojos [praticados por] cristãos desta pequena nação portuguesa: possui bases navais na África; domina na Ásia mais que nenhuma outra; está colonizando a América; e, se mais mundo houvesse, lá chegaria.

Faz um comentário, um curto texto expositivo (até cento e vinte palavras), que dê resposta ao que é perguntado no ponto 2 da «Orientação de leitura» da p. 80.
(Pode ser útil relancear os textos em fundo salmão da p. 83 e da p. 80.)


TPC — Se ainda não o fizeste, lê Memorial do Convento. (Proximamente, faremos mais tarefas relacionadas com a obra.)
Aula 33 (26, 27 ou 28/Jan) Entrega (e correcção da primeira parte) dos questionários sobre Memorial do Convento. [Ver Apresentação]

O narrador de Memorial do Convento é, em geral, omnisciente, mas, por vezes, focaliza-se numa personagem (nesses trechos, vemos os acontecimentos na perspectiva dessa figura).
Neste capítulo V (pp. 239-242 do manual), percebemos que essa focalização interna é feita através da personagem ________, logo que começam a aparecer deícticos que só fazem sentido se os acontecimentos estiverem a ser vistos por quem está a ser julgado no ________. (Não se confunda esta focalização interna esporádica — classificação do domínio da ciência do narrador — não se deve confundir com a participação do narrador na história, enquanto personagem. Nesse outro tipo de classificação, quanto à presença do narrador, diremos que é heterodiegético, embora haja muitas primeiras pessoas, que não chegam para o implicar como homodiegético, isto é como participante na intriga.)
Completa, reportando-te à p. 239:



A focalização interna em Sebastiana termina cerca da mudança da página 239 para a 240, com uma sequência em que há, no fundo, discurso directo, ainda que sem a pontuação convencional.
Transcreve as linhas 3-7 da p. 240, reescrevendo o texto, de modo a ficar com a disposição mais clássica do discurso directo. (Evita acrescentar ou omitir palavras. Opera sobretudo com a pontuação: travessões, parágrafo, etc.)

— Adeus, Blimunda, que não te verei mais — murmurou Sebastiana.
...

No segundo parágrafo da p. 240 (ll. 8-29), usam-se muitas formas verbais que expressam o aspecto perfectivo (‘as acções foram completadas’). Com isto o texto, ganha uma certa velocidade, transmitida pela quantidade de acções que se fecham.
Completa:

formas verbais // tempo
[já] passou (l. 8) / / pretérito perfeito
deu [volta inteira] (8-9) // ______
foram açoitados (9) // pretérito perfeito da conjugação passiva
armou-se [um baile] (12-13) // _____
* dançam (13) // ______
retirou-se, viu, comeu e andou (13) // pretérito perfeito
recolheu-se (14)/pretérito perfeito // _______
* [a tarde] desce [depressa] (15) // _______
serão [as cinzas] espalhadas (18) // _______
voltarão [às suas casas] (19) // ________

De um exame nacional recente (pergunta B do Grupo I):

A reflexão da princesa Maria Bárbara — «teriam feito bem melhor se me casassem na primavera» — revela que outros, e não ela, é que decidiram sobre o seu casamento. O mesmo não se passa com o casal Baltasar e Blimunda, cuja relação não foi imposta e na qual ninguém interfere.
Fazendo apelo à sua experiência de leitura de Memorial do Convento, comente, num texto de oitenta a cento e vinte palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda. {Para quem ainda não tenha lido o livro, este quinto capítulo será quase suficiente.}



TPC — Escolhe uma destas três personagens de Memorial do Convento — Blimunda, Baltasar, Bartolomeu — e cria um seu curriculum vitae, nos moldes que usámos para o currículo de Camões (aproveitando a informação disponível; criando a restante, mas de modo a revelar criatividade e conhecimento do livro).
Aula 34 (28 ou 29/Jan) Vai até ao manual, pp. 76-77, onde está o final do canto VI de Os Lusíadas. Entretanto, na folha que te vou dar está uma página de Luís de Camões, Ls Lusíadas, apresentaçom an banda zenhada por José Ruy, traduçon para mirandés por Fracisco Niebro, Lisboa, Âncora, 2009.


Comparando as estrofes 92-99 do manual com a versão em mirandês, assinala as estâncias que foram contempladas na tradução.

Os Lusíadas // Ls Lusíadas
92 // sim
93 // ____
94 // ____
95 // sim, excepto vv. ____
96 // ____
97 // ____
98 // não
99 // ____

Escreve o correspondente, nas estrofes de Camões, às seguintes palavras mirandesas:

manhana = _____ / retumbando = ________ / gábia = _______ / stranho = ______ / anganho = _________ / feliç = _________ / zinolhos = _______ / malino = ________ / tuoros = ______ / Assi = _______

No Caderno do Aluno, pp. 48-50, começa por olhar brevemente a p. 48 (são informações que já viste em muitos outros manuais, ao longo destes seis anos). Depois, resolve os itens das pp. 49-50 cujas respostas já tenha começado:

1. Entrei e ___________

2. No excerto, Eça utiliza o discurso indirecto livre para, sempre com ironia, nos fazer ouvir Dâmaso e a sua maneira ridícula de falar, ao mesmo tempo que aproxima o discurso do narrador da linguagem _________, o que lhe confere ___________.
A parte em discurso indirecto livre começa cerca de «___________» e vai até «___________».

3.2. [Segue-se já o texto com a pontuação, apenas para poderes resolver o item 3.3]

Por uma hora ficaram os dois sentados, sem falar. Apenas uma vez Baltasar se levantou para pôr alguma lenha na fogueira que esmorecia, e uma vez Blimunda espevitou o morrão da candeia que estava comendo a luz, e então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis dizer:
– Por que foi que perguntaste o meu nome?
E Blimunda respondeu:
– Porque minha mãe o quis saber e queria que eu o soubesse.
– Como sabes, se com ela não pudeste falar?
– Sei que sei, não sei como sei, não faças perguntas a que não posso responder, faze como fizeste, vieste e não perguntaste porquê.
– E agora?
– Se não tens onde viver melhor, fica aqui.
– Hei-de ir para Mafra, tenho lá família.
– Mulher?
– Pais e uma irmã.
– Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires.
– Por que queres tu que eu fique?
– Porque é preciso.
– Não é razão que me convença.
– Se não quiseres ficar, vai-te embora, não te posso obrigar.
– Não tenho forças que me levem daqui, deitaste-me um encanto.
– Não deitei tal, não disse uma palavra, não te toquei.
– Olhaste-me por dentro.
– Juro que nunca te olharei por dentro.
– Juras que não o farás e já o fizeste.
– Não sabes de que estás a falar, não te olhei por dentro.
– Se eu ficar, onde durmo?
– Comigo.

3.3 [Completa as lacunas, passando a discurso indirecto o que está em 3.2]
Por uma hora ficaram os dois sentados, sem falar. Apenas uma vez Baltasar se levantou para pôr alguma lenha na fogueira que esmorecia, e uma vez Blimunda espevitou o morrão da candeia que estava comendo a luz, e então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis perguntar a Blimunda por que razão ___________, e Blimunda respondeu que tinha sido a sua mãe que o ____________ e que ela mesma o soubesse. Ele perguntou como ___________ se não pudera falar com a mãe e Blimunda respondeu que não sabia nem como sabia e que não lhe fizesse perguntas a que não podia responder, que fizesse como fizera, que tinha vindo e não perguntara porquê. Baltasar perguntou o que ____________ então e ela respondeu que se não tinha onde viver melhor, __________. Ele disse que havia de ir para Mafra, que tinha lá família, e Blimunda perguntou se era a mulher. Baltazar respondeu que eram os pais e uma irmã. Ela insistiu que ficasse, enquanto não fosse, que seria sempre tempo de partir. Ele quis então saber por que queria ela que ele ficasse, respondendo ela que era preciso. Baltasar afirmou _____________ e ela respondeu que se ele não quisesse ficar, se fosse embora, não o podia obrigar, mas ele respondeu que não tinha forças que ___________, que ela lhe havia deitado um encanto. Blimunda protestou que não, que __________, que não lhe tocara e Baltasar respondeu que ela o tinha olhado por dentro. Então Blimunda jurou __________ e ele desmentiu, afirmando que ela jurava mas já o tinha feito. Blimunda respondeu que ele não sabia de que estava a falar, que não o olhara por dentro. Ele então perguntou __________ e ela respondeu que dormiria com ela.



TPC — Lê, sem falta, Memorial do Convento. Se já o fizeste e tens tepecês recentes em atraso, trata desses trabalhos em falta. [12.º 1.ª: Faz o pequeno texto da folha que entreguei. (Antes, para perceberes as estâncias de Camões, resolve o exercício que ocupa a maior parte da folha. As soluções estão já na apresentação da aula 32. Este tepecê é aliás maneira de recuperar uma aula que se nos atrasou.)]
Aula 35 (2, 3 ou 5/Fev) Segue-se o grupo II de um exame nacional recente. Acrescentei perguntas da minha lavra, que vão marcadas com asterisco (*).

Não creio que as classificações acrescentem o que quer que seja à fruição de uma obra de arte, seja ela literária ou de outra qualquer natureza; mas também não penso que a prejudiquem. Por isso, ao terminar a leitura de Memorial do Convento, ainda sob o império da fascinação que ela me provocou, surpreendi-me a interrogar: que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever? Um romance histórico? Um romance realista? Uma alegoria? Uma parábola? Uma epopeia? Um conto de fadas? Uma história de amor? […] A resposta surgiu, inevitável, irrecusável por assim dizer: Memorial do Convento é tudo isso, um caleidoscópio, […] um espelho do real reinventado, diverso e complexo, à imagem e semelhança do mundo e dos homens que nele habitam e o fazem avançar. […]
Este romance não é apenas um romance histórico, a sua duração transcende os limites cronológicos do quadro histórico em que à primeira vista parece encerrar-se […]. A cada passo surgem referências a acontecimentos que virão a produzir-se muito para além do marco temporal da história que nos é contada – a propósito dos damascos carmesins e dos panos verdes que ornamentam o coro da Igreja alude-se ao «gosto português pelo verde e pelo encarnado, que, em vindo uma república, dará bandeira» […]. É que, neste romance […], a história não é uma categoria imutável e fixa, mas a contínua respiração da realidade, rio cujas águas nunca param e nunca se repetem. […]
A luta de classes. De outra coisa não fala este romance que por isso mesmo é também um romance realista – e uma epopeia. Às duas epígrafes que o autor lhe antepôs – uma do Padre Manuel Velho, a outra de Marguerite Yourcenar – poderia ter acrescentado uma terceira, extraída do conhecido poema de Brecht intitulado «Perguntas de um Operário Letrado», que começa por estes três versos: «Quem construiu Tebas, a das sete portas? / / Nos livros vem o nome dos reis. / Mas foram os reis que transportaram as pedras?» É a uma pergunta análoga que o Memorial dá resposta. Para assegurar a sua progénie, um rei beato promete erigir um convento de franciscanos na vila de Mafra. Mas são os servos da gleba que, com o seu sangue e o seu suor hão-de construí-lo, homens vindos de todos os cantos do país, atraídos pela esperança de melhor salário, levados à força outros como se gado fossem […].
Com tudo isto, ficou ainda por dizer que o romance deve muito da sua força narrativa ao estilo incomparável de Saramago, ao seu perfeito domínio da língua portuguesa, a que este livro é uma permanente homenagem, à opulência de uma escrita em que o extremo rigor e a liberdade estreme se conjugam, numa rara aliança em que nenhum deles é sacrificado pelo outro e antes mutuamente se enriquecem.

Luís Francisco Rebelo, Memorial do Convento, José Saramago, 25 anos da 1.ª edição: A recepção da crítica na época, Lisboa, Caminho, s.d.

epígrafe = fragmento de texto, citação curta, máxima, etc., colocada em frontispício de livro, no início de uma narrativa, de um capítulo, de uma composição poética, etc., como orientação de leitura ou objectivos afins.
progénie = descendência, sucessão.
estreme = pura, radical.

Para responderes aos itens seguintes, circunda a alínea que tem a alternativa correcta.

Segundo o autor, na fruição de uma obra de arte, classificá-la torna-se
a) inadequado.
b) impossível.
c) indiferente.
d) imprescindível.

O recurso a interrogativas (linhas 4-6) serve ao autor como
a) introdução à temática que vai desenvolver.
b) questionamento dirigido a outros críticos.
c) rol de suspeitas decorrentes da leitura do livro.
d) efeito meramente retórico e estilístico.

Com o recurso ao termo «caleidoscópio» (linha 8), o autor vê Memorial do Convento como uma obra
a) obscura na sua multiplicidade.
b) multifacetada como a vida.
c) emaranhada como um labirinto.
d) única na sua singularidade.

Com a transcrição do poema de Brecht (linhas 22-24), o autor pretende sublinhar
a) o testemunho de um autor dramático.
b) a variedade possível de epígrafes.
c) o paralelismo com Memorial do Convento.
d) a semelhança com as anteriores epígrafes.

O antecedente do pronome «que» (linha 31) é
a) «romance» (linha 29).
b) «estilo incomparável» (linha 30).
c) «perfeito domínio» (linha 30).
d) «língua portuguesa» (linha 30-31).

A colocação do pronome «se» (linha 32) em posição anteposta ao verbo justifica-se pela sua
a) inclusão numa frase em discurso indirecto.
b) inserção numa frase subordinada relativa.
c) dependência de uma construção negativa.
d) integração numa frase interrogativa indirecta.

* Em «o extremo rigor e a liberdade estreme» (linha 32), em termos estilísticos, aproveitou-se
a) a holonímia entre os dois nomes.
b) a paronímia entre os dois adjectivos.
c) a hiperonímia dos dois nomes.
d) a homofonia de duas palavras.

* O protótipo que mais se aproxima do deste texto será o
a) expositivo.
b) instrucional.
c) conversacional.
d) narrativo.

* A frase em que o tempo verbal implica mais o aspecto perfectivo é
a) «De outra coisa não fala este romance» (linha 18).
b) «A cada passo surgem referências a acontecimentos» (linhas 11-12).
c) «a que este livro é uma permanente homenagem» (linha 31).
d) «A resposta surgiu, inevitável, irrecusável» (linha 7).

* Quando se escreve que este romance é uma epopeia (linha 19), assinala-se ter querido o livro de Saramago
a) glorificar Portugal.
b) ser uns segundos Lusíadas.
c) homenagear o trabalho do povo.
d) narrar a história dos reis de Portugal.

* Em «mas também não penso que a prejudiquem» (linha 2) e «tive pena de não colaborar na campanha para angariação de pensos rápidos coloridos», «penso» (lat. penso [pensare]) e «penso» (lat. pensu-) são
a) uma só palavra mas que é polissémica.
b) palavras homónimas.
c) palavras homógrafas.
d) palavras parónimas.

* Quando, no segundo parágrafo, se considera não ser Memorial do Convento um romance histórico, quer-se significar que o livro em causa
a) não é, efectivamente, um romance histórico.
b) não respeita algumas regras do típico romance histórico.
c) é um romance histórico ao estilo tradicional.
d) é sobretudo um romance realista.

* A melhor maneira de transpor para discurso indirecto o segmento « — Que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever? — perguntou Rebelo.» seria
a) Rebelo perguntou: «Que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever?».
b) Rebelo perguntou que livro é este, que quis Saramago escrever.
c) Rebelo perguntou que livro era aquele e que escrevera, que quisera José Saramago escrever.
d) Rebelo perguntou que livro é esse e que escreveu, que quis José Saramago escrever.

* A alusão que se encontra em Memorial do Convento ao «gosto português pelo verde e pelo encarnado, que, em vindo uma república, dará bandeira» (linhas 14-15) constitui uma
a) ironia.
b) analepse.
c) prolepse.
d) metáfora.

* Em «Mas são os servos da gleba que, com o seu sangue e o seu suor hão-de construí-lo» (linhas 25-26) há um problema de coesão textual, que é a falta de uma vírgula a seguir a
a) «Mas».
b) «suor».
c) «gleba».
d) «sangue».

* «romance realista» e «epopeia» (linha 20) são
a) co-hipónimos.
b) co-hiperónimos.
c) co-holónimos.
d) co-cós.

Para responderes, escreve sob o número identificativo de cada elemento da coluna A a letra identificativa do único elemento da coluna B que lhe corresponde.

A
1) Com o recurso a «É que» (linha 15),
2) Com o recurso à conjunção «mas» (linha 16),
3) Com a utilização da frase negativa iniciada por «De outra coisa não fala» (linha 18),
4) Com o recurso ao travessão duplo (linhas 19-20),
5) Com a utilização da forma do verbo auxiliar modal «poderia» (linha 20),

B
a) o enunciador exprime oposição em relação à ideia apresentada anteriormente.
b) o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.
c) o enunciador nega para afirmar com mais veemência.
d) o enunciador estabelece uma lógica de finalidade.
e) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido anteriormente.
f) o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.
g) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual anterior.
h) o enunciador explica a ideia expressa desde o início do parágrafo.


Não te peço que escrevas o texto, mas que o planifiques em frases soltas, que devem seguir o modelo ilustrado na outra folha (em torno de «televisão e criança»).



Eis o grupo III do exame nacional de 2007 (2.ª fase):
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre aquilo que é afirmado no excerto a seguir transcrito, relativamente à influência da arte nas pessoas. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

Nós também somos «feitos» pelos livros que nos marcaram, pelos filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos.
Manuel Gusmão, «As Palavras Fazem o Mundo», in Ler, n.º 54, 2002





TPC — Relê as estâncias que correspondem ao episódio do Adamastor (manual, pp. 69-72).
Aula 36 (5 ou 6/Fev) Correcção do trabalho de gramática/leitura feito na aula anterior. [Ver Apresentação]

Nas pp. 66-67 do manual, vai lendo as estâncias 16-23 do canto V dos Lusíadas e responde às perguntas ou preenche as lacunas.

16 / Qual é o sujeito de «Não menos é trabalho que grande erro»? ______ Como designamos a oração «Ainda que tivesse a voz de ferro»? Oração subordinada ________.

17 / Qual é o complemento directo de «vi»? ________
Qual é o sujeito de «vi»? ________

18 / Na estrofe referem-se dois fenómenos: nos primeiros quatro versos, trata-se do ______; na segunda quadra, da __________.
Em termos estilísticos, «Vi, claramente visto, o lume vivo» tem bastante de pleonasmo, mas também, dada a repetição de certo som, se aproxima da ________.

19-22 / Todas estas estâncias se ocupam da descrição da _______ (como já acontecia numa primeira alusão na segunda metade da estrofe 18).
Na estância 19, vemos, mais uma vez, o verbo «______» logo à cabeça — e nem vale a pena vincar aqui quanto a observação, quase naturalista, sai com isso valorizada.
Se a estância 19 descreve o _______ do processo (revelado com nítida admiração, quase embevecimento), a estância 20 acompanha o seu ________, o que nos é dado com várias marcas aspectuais propositadas — modificadores («pouco e pouco»); perifrástica («ia-se acrescentando»; «estava-se ondeando»); ________ («engrossava», «chupava»); ________ («ondeando», «fazendo-se»); léxico com valor incoativo, progressivo, durativo («engrossar», «espessar»).
Quanto à estrofe 21, assenta numa comparação, entre uma _______, que fosse inchando por ir bebendo o sangue alheio, e a coluna que ia sorvendo a água do ________ (de resto, é de salientar a coloquialidade da linguagem, decerto para mais viva e precisamente se dar a conhecer os _______ que assim se descobriam).
Na estrofe 22, temos o culminar do processo. Não serão por acaso os verbos no ________ («fartou», «voou», «tomou»), a transmitirem agora o valor aspectual de acção completada. O último dístico da estrofe quase desafia os sábios (de saber escrito) a confrontarem-se com o saber mais _________.

23 / Na estrofe final, alguns verbos surgem conjugados em tempos que hoje não usaríamos. Em vez de «passaram», esperaríamos «tivessem passado» (__________); em vez de «deixaram», esperaríamos «__________» (condicional composto).

Leitura em voz alta (para fechar eliminatória).



TPC — Escreve o texto expositivo-argumentativo que esboçaste (em plano) na aula passada. Não vou querer esse plano, apenas a versão final do texto (que será, portanto, a resposta ao grupo III do exame que transcrevi então; extensão, como aí se diz, deverá ser de entre duzentas e trezentas palavras).
Aula 37 (9, 10 ou 11/Fev) Vai relendo o capítulo 6 de Memorial do Convento, nas pp. 243-247 do manual, mas apenas para ires completando o que escrevi a seguir.

Vê o quadro da p. 232, sobre a estrutura de Memorial do Convento. Salienta-se aí a existência de três planos narrativos, que nos são dados em relativa alternância mas se vão __________, intersectando-se, aqui e ali.
No caso do capítulo que temos nas pp. 243-247 do manual, o plano narrativo em foco é o que diz respeito ____________, mas há também alusões ao plano das relações de Blimunda e Baltasar: logo no início (ll. 1-2) é dito que Baltasar ___________; ao conversar com o padre (p. 245, l. 31), Baltasar tenta obter esclarecimento sobre ___________, mas Bartolomeu, numa frase, confessa o carácter extraordinário, mágico, de Blimunda: «______________». Quanto ao plano narrativo da ____________, não creio que haja neste capítulo alguma sua peripécia.
Já que falámos num dos tipos de sequencialização da narrativa, a alternância (entenda-se, entre cada um dos planos, «à telenovela»), vejamos se os outros dois tipos também aparecem. Com efeito, haverá encaixes (por exemplo, no capítulo 19, temos, intercalada, contada por narrador que é personagem do 1.º nível narrativo, Manuel Milho, a história da ___________ e do ___________). E, se considerarmos cada plano autonomamente, o tipo de articulação narrativa predominante é o encadeamento, a mais básica das articulações possíveis (ainda que o estilo de Saramago, com prolepses e recuos, avanços rápidos da narrativa entre capítulos, descrições pormenorizadas longas, esbata a percepção dessa narração bastante sequente). No caso do plano da passarola, podemos ver sintetizados os episódios que o constituem na p. ___ do manual (as sequências das intrigas dos planos da construção do convento e da relação Baltasar-Blimunda estão nas pp. 254 e 259).
Já vimos que, em Memorial do Convento, como é de regra nos romances históricos, as peripécias da ficção vão-se cruzando com factos históricos verídicos (em que se ancora a intriga ficcionada). Neste capítulo sexto há referências às primeiras experiências que o Padre Bartolomeu levara a cabo (p. 244, ll. 26-28), que são verdadeiras (1709): «faz dois anos que voei, primeiro _________, depois construí outro que subiu ____________, enfim outro que saiu por uma janela da __________ e ninguém tornou a ver».
Ocupemo-nos também com o espaço físico. No capítulo V, lido há duas aulas, a acção decorria no ________, durante um auto-de-fé. Neste capítulo sexto (p. 243), começa por se mencionar o ________, onde vemos João Elvas, Baltasar e, a chegar, o Padre Bartolomeu. (João Elvas integra a cena claramente para se poder aludir à fama do Voador.) Depois, Baltasar e Bartolomeu percorrem uma série de ruas nas imediações, até que (p. 245), no Corpo Santo — isto é, cerca do Cais do Sodré, Rua do Arsenal —, o padre aluga uma mula, para irem a ___________, sendo-nos sintetizado o percurso até à chegada (p. 246, l. 8) à quinta do ____________, espaço privilegiado do plano narrativo da construção da passarola.

Responde às perguntas 8 e 9.1 da p. 247:
Na p. 253 do manual, lê «Ícaro em Hollywood», sobre o filme O Aviador, de Martin Scorsese, que tem como personagem principal Howard Hughes. Vai já pensando nas analogias entre o herói de O Aviador e Bartolomeu Lourenço.





TPC — (1) Lê o que se diz no manual (pp. 268, 269-270) sobre o Padre Bartolomeu de Gusmão; depois, num texto de até cento e vinte palavras compara as personalidades de Howard Hughes e Bartolomeu Lourenço.
(2) Em Gaveta de Nuvens, aqui, lê as instruções para a tarefa grande, a entregar até à penúltima semana do 2.º período.

A pretexto da Semana das Línguas, ficará no bloco C, no átrio próximo do CRE, a reprodução da exposição com escritos a propósito de textos de José Gomes Ferreira, feita em 2004-2005 por muitos dos alunos que estão agora no 12.º ano (ou no 11.º ano) e que estavam então nas turmas 7.º 1.ª, 2.ª, 3.ª, 5.ª e 6.ª.
Aula 38 (11 ou 12/Fev) Regressa ao texto «Ícaro em Hollywood», p. 253, e responde às perguntas que aí são feitas, usando o que ponho a seguir:

1.1 [Não vale a pena sublinhares: classifica a seguir as suas funções sintácticas]
Howard Hughes inventou aviões = sujeito
Scorsese fez o seu mais belo filme = _________
Martin Scorsese fala, fala = __________
Howard Hughes, milionário excêntrico, genial e louco, sobe ao céu = ________
Scorsese faz dele um filho de Dédalo, que fabricou as asas para Ícaro = ________
O Aviador é um dos mais belos filmes de Scorsese = ________
O filme começa com a chegada de Howard Hughes a Hollywood = complemento determinativo [modificador restritivo] (dentro de complemento circunstancial de modo [modificador])
O jovem Hughes, ridicularizado por Hollywood, gasta uma fortuna = _______
Sedutor, surdo, paranóico, o Hughes de Scorsese é um miúdo que se diverte = ________
Howard Hughes, só, de olhos arregalados pela demência, olha-se ao espelho = _________

1.2 [Dou já as frases em que há pronomes ou nomes a substituírem Howard Hughes ou Martin Scorsese. Sublinha as expressões substitutas e assinala se se referem a Scorsese (S) ou a Hughes (H).]
Herói bizarro, este. _H_
Scorsese faz dele um filho de Dédalo. ____
O cineasta recapitula 20 anos da vida do mais célebre recluso da história americana. ____
«Toda a poesia é excessiva», diz ele. ____

1.3 Em geral, as orações cujo sujeito é subententido têm ________ como sujeito das acções (exemplos: «produziu», «era», para citar só a primeira linha). Raras excepções: em «faz passar uma electricidade louca», o que está subentendido é «________»; em «lança amiúde referências à mitologia», o sujeito subentendido é «________». Com tantos verbos sem sujeito, obtém-se um efeito de __________.

2. [Dou-te os adjectivos, e já devidamente agrupados. Pensa em substantivos abstractos que indiquem a característica de Hughes para que remete cada grupo:]
paranóico, louco, drogado, patético, só, [olhos] arregalados: _________
bizarro, excêntrico, genial: _________
sedutor, o mais célebre, sedutor inveterado: ________
nu, sujo, [unhas] compridas, surdo: __________

3. [Indica a ordem pelas letras:] ______________

Já agora, resolve estas perguntas da minha lavra:

Passa para o discurso indirecto o primeiro período do texto: ‘«Toda a poesia é excessiva», diz ele.’: __________

Transcreve do texto um trecho que seja de discurso indirecto livre: ___________

O capítulo XVI de Memorial do Convento (parcialmente, nas pp. 249-252 do manual) relata uma peripécia importante, o voo da passarola. Esta viagem tem um carácter quase épico, o que aliás talvez se possa relacionar com as várias alusões aos Lusíadas e a Mensagem.
Se necessário, relê brevemente essas páginas 249-252. Depois, glosando o mesmo assunto — o voo da passarola —, escreve um «pastiche», uma imitação, de estâncias, uma ou duas, de Os Lusíadas. (Terás de seguir o mesma esquema rimático, não te distanciares demasiado da métrica, usar um estilo próprio de epopeia.)

Se houver tempo, farás o exercício simétrico: conformar o assunto de uma parte dos Lusíadas — o passo do Adamastor (pp. 69-72) — a um trecho de escrita «à Saramago».



TPC — (1) Quem não entregou ibisfilme deve fazê-lo rapidissimamente; (2) Quem não terminou Memorial do Convento que o faça agora; (3) Quem tem trabalhos recentes por fazer que os entregue na próxima semana; (4) Lê as instruções de tarefa grande (que aliás não é bem uma tarefa grande): aqui.
Aula 39 (18 ou 19/Fev) Resolve as perguntas da p. 27 do Caderno do Aluno, completando estas respostas:

1. O tempo verbal que, neste contexto, marca o tempo de enunciação é o ________.
Os tempos verbais que, no excerto transcrito, traduzem um valor de anterioridade são o ________ e o pretérito imperfeito.

2.1 «será»; «virei» = _________ do modo ________; «saber» = _________; «sou» = ________; «for» = __________.

2.2 «quem sou» tem o valor temporal de ________ (simultaneidade relativamente ao tempo da enunciação). Todas as outras orações têm o valor temporal de ________ em relação ao tempo de enunciação.

3. «____________»

4.1 «____________»

4.2 «Há dois anos atrás, _______»
«Daqui a vinte anos, ________»

5.1 «Embora para o Bilhete de Identidade e para os outros _______»

5.2 A nível da flexão verbal, o verbo tem de passar para o modo _______; a nível de sentido da frase, esbate-se a noção temporal de _______ e passa a haver uma noção de contraste com o que foi anteriormente enunciado.

6. A opção ___________.

Sobre Domenico Scarlatti, figura histórica, compositor, mas também personagem de Memorial do Convento, lê:

um trecho do texto lido na última aula: da l. 27 da p. 250 até à l. 5 da p. 251;
toda a p. 271;
o poema de Jorge de Sena («Ainda as Sonatas de Domenico Scarlatti, para Cravo»), p. 285.

Escreve uma resposta à segunda parte do item 4 (p. 250): «interpreta, no contexto em que surge, o fragmento que se refere à presença de Scarlatti, no momento da descolagem, e a destruição do instrumento cuja música os acompanhara».

Ao estilo do poema de Jorge de Sena inspirado na audição de sonata de Scarlatti, escreve uns versos movido também pela música do compositor e em que aludas a intervenções no enredo de Memorial do Convento por parte da personagem correspondente.



TPC — Ir fazendo o trabalho «grande», de maneira a poder entregá-lo até 15 de Março (as aulas anteriores são a 11 ou 12).
Aproveito para assinalar que considero já ter dado tempo suficiente para poder partir do princípio de que Memorial do Convento foi lido na íntegra.
Aula 40 (19, 23, 24 ou 26/Fev) Explicação sobre Aspecto. [Ver Apresentação]
Depois de relanceares o que está na p. 28 do Caderno do Aluno (que já fui explicando), resolve as perguntas da p. 29, usando as seguintes respostas lacunares.

1. «Ao longo da estrada arrasta-se uma caravana de ciganos.» — O verbo no presente e a expressão «ao longo da estrada» dão-nos a noção de que a acção enunciada pelo verbo não está ________. A mesma expressão e, sobretudo, o significado de «arrasta-se» indicam-nos que a acção é _______.
«Vêm de longe e vão para lado nenhum.» — Os verbos «vir» e «ir» utilizados no presente e associados às expressões «de longe» e «para lado nenhum», que não especificam o espaço percorrido, transmitem a ideia de uma acção prolongada, que ainda não ________, nem se sabe quando irá __________.

2. A expressão confere à frase o valor aspectual __________ (e iterativo).

3. «____________»

4. «Os políticos têm ________ várias promessas nos seus discursos.»
«As populações continuam a _________ com pouco entusiasmo.»
«Algumas promessas virão _______ cumpridas.»
«As mulas vão-se _________»
«A terra tem vindo a _________ a si própria.»

5. «Durante a campanha eleitoral, as populações ouvem discursos, diariamente.»
«O Presidente da Câmara reúne-se com a população de Mértola, todas as _______»
«Os ciganos vão ________ pelo Alentejo.»

6. A primeira frase tem um valor _______ pois a acção expressa pelo verbo («passou») já está concluída e, simultaneamente, a expressão «a alta velocidade» confere-lhe um valor pontual. No segundo exemplo, a construção auxiliar «estar a» e o advérbio «lentamente» conferem à frase um valor aspectual exactamente contrário — _______ e durativo.
Segue-se o grupo I, parte A, de um exame nacional de há dois anos (a parte B deste grupo e os grupos II e III o mesmo exame já os fizemos em outras aulas ou tepecês).

GRUPO I
A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

De Montemor a Évora não vão faltar trabalhos. Voltou a chover, tornaram os atoleiros, partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas. A tarde caía rapidamente, o ar arrefecia, e a princesa D. Maria Bárbara, que enfim adormecera, auxiliada pelo torpor emoliente dos caramelos com que aconchegara o estômago e por quinhentos passos de estrada sem buracos, acordou com um grande arrepio, como se um dedo gelado lhe tivesse tocado na testa, e, virando os olhos ensonados para os campos crepusculares, viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze.
Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem delírio, e turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há-de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.
A princesa já não pensa nos homens que viu na estrada. Agora mesmo se lembrou de que, afinal, nunca foi a Mafra, que estranha coisa, constrói-se um convento porque nasceu Maria Bárbara, cumpre-se o voto porque Maria Bárbara nasceu, e Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado, e agora vai Maria Bárbara para Espanha, o convento é para si como um sonho sonhado, uma névoa impalpável, não pode sequer representá-lo na imaginação, se a outra lembrança não serviria a memória.
José Saramago, Memorial do Convento, 27.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998

atoleiros: lugares de solo mole, pantanoso. // gravetos: galhos finos e secos de árvore ou arbusto. // ledice: alegria.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Vários são os imprevistos da viagem que a princesa e a sua comitiva fazem, de Montemor a Évora. Refira três desses imprevistos, fundamentando a sua resposta com elementos do texto.

2. Explicite o sentido do seguinte excerto: «turbou-se de tão lastimoso espectáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo» (linhas 9 a 11).

3. Identifique um dos recursos de estilo presentes no último parágrafo do texto e comente a respectiva expressividade.

4. Divida o texto em partes lógicas e apresente, para cada uma delas, uma frase que sintetize o respectivo conteúdo.

Veremos o início de Marie Antoinette, de Sofia Coppola. É um filme em que encontramos peripécias que de imediato nos lembram situações análogas de Memorial do Convento. Além disso, a história passa-se na corte que inspirou a de D. João V.





TPC — [Ir fazendo tarefa dita «grande»; sendo caso disso, acabar ainda o Memorial.]
Aula 41 (25, 26/Fev ou 2/Mar) Correcção das respostas de exame feitas em aula anterior; relance a critérios; etc. [Ver Apresentação]

1. Na viagem de Montemor a Évora, a princesa e a sua comitiva confrontam-se com vários imprevistos: o primeiro é constituído pelas condições climatéricas adversas que degradam o estado das estradas, assim dificultando a viagem e aumentando o desconforto dos viajantes: «voltou a chover» (l. 1); «já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio» (l. 11); o segundo tem a ver com os efeitos da chuva no estado da estrada e nos meios de transporte: «tornaram os atoleiros» (l. 1), «partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas» (l. 2); o terceiro consiste na descoberta, pela princesa, de um grupo de homens amarrados uns aos outros, recrutados à força para irem trabalhar nas obras do convento de Mafra: «viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze» (ll. 9-10), que mandou saber «que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para África» (ll. 13-14); e D. Maria Bárbara acabará por ficar a saber que «aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real (...), vão atados (...) porque não vão de vontade, se os soltam fogem» (ll. 17-19).

2. O excerto estabelece um contraste entre o estado de espírito da princesa D. Maria Bárbara, profundamente incomodada pela visão daquele grupo de homens amarrados, vítimas de grande violência, roubados às suas famílias, e o ambiente festivo criado à volta o seu casamento. Tudo devia ser «ledice e regozijo» (l. 10), mas era-o só no círculo restrito da corte que integrava o cortejo nupcial; lá fora, o povo, triste, agrilhoado, é forçado a trabalhar para que um rei vaidoso e megalómano veja cumprida a sua promessa no prazo marcado.

3. O recurso de estilo mais visível é a construção anafórica — «Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado» (ll. 25-29) —, que realça o contraste entre a indiferença da princesa face à construção do convento e o sofrimento que essa mesma construção acarreta para trabalhadores e suas famílias.

4. O texto divide-se em três partes lógicas: os primeiro e segundo períodos do primeiro parágrafo constituem a primeira parte, em que se enumeram os contratempos e alguns dos imprevistos surgidos durante a viagem de D. Maria Bárbara de Montemor a Évora; já a segunda parte inclui o terceiro período do primeiro parágrafo e todo o segundo parágrafo, que se referem ao aparecimento de um grupo de homens amarrados a caminho das obras do convento e ao amor impossível de um jovem oficial pela princesa, a quem presta informação sobre o «pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho»; finalmente, a terceira parte é constituída pelo terceiro parágrafo e nela deparamos com uma reflexão em torno do desinteresse da princesa por um convento que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.

Explicação sobre ‘Modalidade’. [Ver Apresentação]

Responde às perguntas da p. 31 do Caderno do Aluno, usando as linhas que se seguem. (Se necessário, consulta a p. 30, também sobre ‘modalidade’.)

1. com valor de permissão: ___________
com valor modal apreciativo: ____________

2. valor deôntico: A sociedade tem de motivar as crianças para as questões ambientais.
valor epistémico: _______________
valor apreciativo: _____________

3. [usa as letras das alíneas: ____________]

4. a) valor de possibilidade / probabilidade
b) ________
c) ________
d) ________

5. [propõe duas]
__________
__________

Assistência mais um trecho de Marie Antoinette.

Ao vermos o início de Marie Antoinette, ficaram implícitas as analogias entre a viagem de Maria Bárbara (ao encontro de Fernando de Espanha), tal como relatada em Memorial do Convento (capítulo XXII), e a de Maria Antonieta, no âmbito do seu casamento com o futuro Luís XVI.
Tendo entretanto avançado mais um tanto no filme, são agora mais evidentes os paralelismos entre a relação de Maria Antonieta e Luís Augusto (em breve, Luís XVI) e outro casal real, o constituído por D. João V e D. Maria Ana (de Áustria, como aliás a célebre rainha decapitada em Paris).
Num texto com cerca de cento e vinte palavras, compara os dois casais reais. Podes aproveitar aspectos comuns e dissemelhantes das suas relações; das personalidades de reis e rainhas; das duas cortes.

[Evitar: (demasiadas) repetições de vocabulário; discurso não-factual, vago, de quem procura esconder desconhecimento da obra; registo informal.]



TPC — Responde a este último grupo de um exame nacional recente.

GRUPO III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre as ideias expressas no excerto a seguir transcrito, relativas à tendência para se investir no espaço pessoal e se esquecer o espaço público. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

Ao longo da vida, a tendência é para as pessoas passarem cada vez mais tempo sozinhas e fechadas dentro das suas casas, transformadas em verdadeiras «torres de marfim». A maneira como se acumulam bens físicos e se procura melhorar os espaços domésticos reflecte um cada vez maior alheamento em relação ao espaço público colectivo, que raramente é pensado como um bem comum.

Teresa Alves, «Territórios do Nada entre a Esperança e a Utopia», in Lisboa Capital do Nada. Marvila, 2001, Lisboa, Extra]muros[associação cultural para a cidade, 2002
Aula 42 (2, 3 ou 5/Mar) Explicação da actual situação no programa. [Ver Apresentação]

Lê o poema «Pobre velha música!» (p. 168). Na segunda coluna transcreverás os versos que contêm o que se descreve à esquerda. (Todos os versos — que não estão ordenados — acabarão por ficar contemplados. Há quadrículas com dois ou três versos.)



Relativamente a «Quando as crianças brincam» (p. 168), faz uma síntese de cada quarteto:

1.ª quadra: O poeta alegra-se, ________
2.ª quadra: ______________________
3.ª quadra: ______________________


Resume o poema «Porque esqueci quem fui quando criança?» para menos de metade da sua extensão. (Num resumo, mantém-se a pessoa do narrador, há proporcionalidade, respeita-se a ordem.)

Porque me esqueci de quem era em criança?
____________________
____________________
____________________

Quanto ao texto na p. 169, a sexta parte do longo «Chuva Oblíqua», já o lêramos em aula. Também «Eros e Psique», na p. 170, o vimos o ano passado. Podemos, assim, ir já para o poema «O menino da sua mãe» (p. 171).
Como se isso fosse apropriado a poesia, dá um título-frase-síntese a cada quintilha:
1.ª quintilha Há um morto no campo.
2.ª quintilha ____________
3.ª quintilha ____________
4.ª quintilha ____________
5.ª quintilha ____________
6.ª quintilha ____________

Responde às seguintes perguntas da p. 171:

3.2. ________
3.4. ________
4. ________
5. ________



TPC — Escolhe um poema de Fernando Pessoa ou de um seu heterónimo que esteja entre os que foram objecto de um ibisfilme por outro colega, de qualquer uma das cinco turmas. A computador, escreve um comentário-análise com cerca de cento e cinquenta-duzentas palavras. No cimo do trabalho, põe o título, se o tiver, ou o primeiro verso do poema, bem como o exacto «autor» (Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis); dá também o respectivo link (do Arquivo Pessoa) e o nome e turma do colega que adoptou o texto no ibisfilme.
Aula 43 (9, 10 ou 11/Mar) Correcções sobre escrita avulsas (relativas a comentários entregues na aula anterior). [Ver Apresentação]

Lê «Isto» (p. 156) e responde às seguintes perguntas da p. 157, usando as frases já começadas:

2.1 Ao escrever, o poeta usa ___________.
2.2 As emoções são semelhantes a ______________.
2.3 «____________».
2.4 O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu anteriormente («____________»), sem ___________ («livre do meu enleio»).
2.5 O último verso é irónico, _____________.
2.6 [Podem ser úteis as pp. 74-75 do Caderno de Aluno.] O poema apresenta grande regularidade formal: são três estrofes de cinco versos (isto é, três ________), de ___ sílabas métricas, com o esquema rimático _______ (portanto, de rima ___________ e _____________).
2.7 [Embora só depois vás ler com mais vagar «Autopsicografia»] Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como tema comum o ____________. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da ___________.


Lê «Autopsicografia», na mesma p. 156, e responde aos itens da p. 157. (Lê também as partes em fundo rosa.)

1.1 «_______________» é a tese apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na ___________. A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela _____________.
1.2 Os leitores sentem uma dor que não é a que o poeta sentiu, nem a que ele ____________, mas que é a sua não-dor.
1.3 A última estrofe apresenta, metaforicamente, a relação entre ___________ e _________. O coração é um comboio de corda, regulado pelas ____________. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo ____________________.
1.4 De acordo com o poema, a criação poética _____________________.
1.5 Tendo em conta o significado de cada um dos elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para ___________________.
1.6 O poema é constituído por três _______, de versos _________ (também designados versos de «__________ maior»), com o esquema rimático _________ (portanto, em rima _______).

Liga dos Campeões/Liga Europa (com textos do episódio do Adamastor).



Aula 44 (11 ou 12/Mar) Na p. 154 estão três poemas de Fernando Pessoa que o manual agrupou sob a epígrafe «O eu fragmentado». Lê-os e completa as minhas sínteses:

«Sou um evadido.»
Neste poema, são várias as palavras (ou expressões) do campo lexical de ‘prisão’ (ou de ‘fuga da prisão’): «evadido»; «_________»; «________»; «________»; «________»; «fugindo». Todo o texto gira em torno da metáfora da evasão: o sujeito poético declara-se a fugir da prisão que é ________. Não quer ser ________, quer ser ________ («ser um é cadeia, ser eu não é ser»).

«Viajar! Perder países!»
No caso deste texto (três quadras de rima ________, em versos de _____ sílabas métricas), a viagem serve de metáfora à vontade de o poeta «____________». Portanto, viajar será evitar ____________.

«Não sei quantas almas tenho.»
Cerca de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «____________»; «_____________»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»).
Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se ___________. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência ___________ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).


Liga dos Campeões / Liga Europa (com textos de Pessoa)

Redacção de resposta (segundo modelo de parte B do grupo A de um exame), em torno de Pessoa.
Num texto de oitenta a cento e vinte palavras, comenta a seguinte afirmação: «Ao invés de [...] apenas transmitir, ou tentar transmitir, a emoção pura e simples, [Pessoa] submete-a ao exame da inteligência ou da razão poética» [Massaud Moisés].

Assistência a trecho de Marie Antoinette.


n

Aula 45 (16, 17, 18/Mar) Esta página deve ser feita de uma só vez. Logo que passes à p. 2, deves fechar o manual e, a partir daí, nada acrescentar nem emendar nesta primeira página.

Assinala a tua situação relativamente à leitura de Memorial do Convento:

Ainda não comecei a ler, se exceptuarmos os trechos estudados em aula.
Já comecei a ler, mas pouco avancei.
Além de trechos lidos em aula, e poucas partes do livro, li resumos e sebentas.
Li um pouco menos de metade da obra.
Li cerca de metade da obra (ou mesmo um pouco mais).
Li a obra quase na íntegra (já lera esta parte — cap. XIX —, faltam-me menos de cinco capítulos).
Já lido tudo
.

Vai relendo «A pedra de Pêro Pinheiro», excerto do [capítulo XIX] de Memorial do Convento (pp. 255-258). Responde aos seguintes oito itens. (São itens que ora se responderão com base apenas na compreensão deste trecho ora implicam algum conhecimento de toda a obra. Vêm depois vinte e quatro itens sem texto prévio, que visam testar a leitura integral da obra..)

[p. 255]
«Estava Baltasar há pouco nesta sua nova vida» (linha 1) reporta-se
a) ao facto de ter Baltasar iniciado a sua colaboração nos trabalhos da passarola.
b) à actividade de Bartolomeu enquanto açougueiro (ou talhante).
c) ao facto de Baltasar ter chegado a Mafra.
d) à nova função de Baltasar como boieiro.

«espécie de nau da Índia com rodas» (7) é
a) uma hipérbole.
b) uma metonímia.
c) uma comparação.
d) uma metáfora.

«Daqueles homens que conhecemos no outro dia» (23-24) alude ao grupo de trabalhadores representativos de cada zona do país, entre que se incluíam
a) José Pequeno, Francisco Marques, João Anes, Manuel Milho.
b) José Pequeno, Olívio Grande, Manuel Mateus, Marco Militão.
c) Jaime Pilinha, Arnaldo Ribeiro, Ezequiel Zimbro, Acácio Morgado.
d) João Anes, Joaquim Rocha, Alberto Santos, António Sousa.

[p. 256]
O alfabeto de trabalhadores elencado nas linhas 8-11 é
a) puramente ilustrativo da diversidade de gente que fora recrutada.
b) alusão aos intervenientes na história da rainha e do ermitão.
c) lista dos acidentados no percurso de Pêro Pinheiro a Mafra.
d) uma lista de nomes de personagens que efectivamente trabalharam em Mafra.

A história de Brás (15-19) não será contada, porque ele era
a) feio.
b) ruivo.
c) zarolho e o narrador não quer que o julguem lamechas.
d) belo e formoso.

Francisco Marques atrasara-se (l. 34), porque
a) aproveitara para ir a casa fazer amor.
b) avistara a passarola e por ela ficara fascinado.
c) era perneta e deslocava-se com dificuldades.
d) fora fazer cocó num baldio.

[p. 257]
A frase «e agora passemos à sala seguinte» (25)
a) é apenas uma metáfora para ‘passemos a outro episódio’.
b) alude à linguagem usada nas visitas ao Convento de Mafra.
c) faz menção do cerimonial praticado nas relações entre D. João V e Maria Ana.
d) é denotativa.

[em geral]
Este capítulo (que dá conta dos oito dias de transporte da «mãe da pedra») representa, em termos de relação do tempo da história com a importância que lhe dá a narração,
a) uma elipse.
b) uma aceleração da história.
c) uma prolepse.
d) um abrandamento da história.

D. Maria Ana era
a) bastante fútil.
b) filha de Maria Bárbara.
c) estéril.
d) muito devota.

Os trabalhos de construção da passarola decorreram
a) na quinta do Duque de Aveiro.
b) em Mafra.
c) em Montejunto.
d) no Terreiro do Paço.

A atitude de Blimunda e de Baltasar relativamente a Bartolomeu é
a) a normal de criados para patrão.
b) de lealdade (percebendo-se, porém, o ascendente de quem era de classe social superior).
c) rivalidade.
d) de subserviência (motivada pela diferença social).

Escarlate tocava
a) cravo.
b) harpa.
c) oboé.
d) acordeão.

A grande ocasião para Blimunda recolher vontades foi
a) um auto-de-fé.
b) um casamento.
c) uma epidemia.
d) a cerimónia de consagração do Convento.

Quem avisou da morte de Bartolomeu, ocorrida em Toledo, foi
a) Blimunda (que o soube por feitiçaria).
b) Sebastiana de Jesus.
c) Baltasar.
d) Scarlatti.

A relação de Scarlatti com Bartolomeu era de
a) desconfiança.
b) admiração mútua.
c) amor.
d) rivalidade.

O Alto da Vela fica em
a) Mafra.
b) Lisboa.
c) Toledo.
d) Montejunto.

João Francisco Sete-Sóis, pai de Baltasar, morreu
a) em casa, de morte natural.
b) por doença prolongada.
c) assassinado.
d) nas obras do convento.

No seu percurso, a passarola sobrevoa
a) Lisboa e margem sul.
b) Lisboa, Santarém, Montejunto.
c) Lisboa e Toledo.
d) Lisboa e Mafra.

Quem dissuadiu D. João V de fazer uma basílica foi
a) Scarlatti.
b) Ludovice.
c) Maria Ana.
d) Bartolomeu.

A Basílica de S. Pedro levou a que D. João V ponderasse
a) a construção de um convento.
b) a construção de basílica idêntica, tendo depois optado por aumentar o Convento de Mafra.
c) desistir da construção do Convento de Mafra.
d) a erecção de uma basílica em Lisboa, o que levou a cabo de imediato.

Já na fase que precedeu os preparativos da «inauguração» do Convento, as populações acorriam a ver as estátuas dos
a) santos, que iam em pé sobre os carros.
b) santos, deitados, e dos reis.
c) santos.
d) reis, que iam deitados.

Ao apresentar-se a outros trabalhadores das obras de Mafra, Baltasar, sem querer, disse-lhes — o que depois disfarçou — que
a) conhecia Scarlatti.
b) já estivera perto do sol.
c) conhecia Bartolomeu.
d) Blimunda conseguia ver as pessos por dentro.

Domenico Scarlatti acompanharia
a) D. Maria Bárbara.
b) Bartolomeu.
c) José.
d) D. Maria Ana.

Quando se procedeu à sagração do Convento, no aniversário de D. João V,
a) Blimunda e Baltasar estavam entre a assistência.
b) Bartolomeu, Baltasar e Blimunda estavam entre a assistência.
c) Blimunda já estava preocupada com o desaparecimento de Baltasar.
d) Baltasar estava entre a assistência.

Já na parte final de Memorial do Convento mencionam-se os casamentos combinados (em simetria), envolvendo os infantes Mariana Vitória, Maria Bárbara, José e Fernando, negociados entre as cortes portuguesa e
a) espanhola.
b) austríaca.
c) monegasca.
d) francesa.

A relação do casal Baltasar e Blimunda com a família do marido é
a) de amizade.
b) fria.
c) inexistente.
d) de desconfiança.

Na sua última visita à passarola, Baltasar
a) fez, sem querer, que ela se elevasse.
b) resolveu desmontá-la, recolhendo-a em Mafra.
c) encontrou Bartolomeu.
d) decidiu fugir.

A Montejunto, onde aterrou a passarola, foram
a) Inês Antónia, Blimunda, Baltasar.
b) Blimunda e Baltasar.
c) Scarlatti e Bartolomeu.
d) Scarlatti (uma vez), Baltasar (várias vezes); Blimunda.

O desastre ocorrido com colega de Baltasar, esmagado sob o carro que transportava a laje de pedra, é mais dramático porque
a) ia casar.
b) era maneta das duas mãos.
c) projectara estar com a mulher.
d) era um anão.

Quando, perto do final, Blimunda reencontra Baltasar,
a) ele sobrevoava Lisboa, na passarola.
b) Scarlatti tocou uma sonata.
c) Bartolomeu rezou.
d) ele estava a ser supliciado.

A ordem correcta (das mortes em Memorial) é:
a) Bartolomeu morre antes de Baltasar e depois de Blimunda.
b) Baltasar morre antes de Blimunda e depois de Bartolomeu.
c) Scarlatti morre antes de Blimunda e de Bartolomeu.
d) Blimunda morre antes de Baltasar e depois de Bartolomeu.

O casal Blimunda-Baltasar
a) teve mais filhos do que D. João V-D. Maria Ana.
b) não teve filhos nem sobrinhos.
c) teve filhos, mas menos do que o casal real.
d) não teve filhos, mas tinha sobrinhos.

A contracapa de Memorial do Convento (a do meu exemplar, pelo menos; mas, salvo erro, como as de quase todos os livros de Saramago) tem pouco texto:

«Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez.»

Não é grande exemplo de texto de contracapa, dessas notas que costumam apresentar o livro e o autor em termos informativos, embora num estilo liminar (sintético, quase publicitário). O texto que está na p. 311, em cima, sobre Felizmente há luar!, ainda que não se destinasse a contracapa, aproxima-se mais do género, talvez num registo demasiado convencional.
Escreve um texto de contracapa, com cerca de cento e vinte palavras, destinado a livro que reunisse toda a poesia portuguesa de Fernando Pessoa, heterónimos incluídos. (Este tipo de item poderia muito bem constituir uma pergunta B do grupo I de um exame nacional.)

Se houver tempo, procede identicamente com Os Lusíadas:

Se pudermos [repara na grafia: é que o futuro do conjuntivo toma como radical o perfeito do indicativo], veremos um trecho de Fitzcarraldo, de Werner Herzog, que tem bastantes analogias com o episódio do transporte épico da pedra de Pêro Pinheiro a Mafra.

Assistência a trecho de Marie Antoinette.

TPC — Lança as emendas no comentário (a texto de Pessoa usado em Ibisfilme; trazido na aula anterior e por mim devolvido agora). Envia-me por mail o texto já reescrito; dá-me na aula a folha que corrigi.

Aula 46 (18 ou 19/Mar) Questionário sobre assuntos de gramática estudados recentemente:

Os antecedentes dos pronomes marcados a negro em «Inventar frases para trabalhos de gramática é uma actividade que me dá mais prazer do que arrancar um dente que esteja são.» são
a) «uma actividade»; «um dente».
b) «trabalhos de gramática»; «dente».
c) «actividade»; «arrancar um dente».
d) «Inventar frases para trabalhos de gramática»; «arrancar um dente».

Na frase «Hoje à noite vejo o Benfica», o verbo está no
a) Futuro do Indicativo e exprime posterioridade relativamente à enunciação.
b) Presente do Indicativo e exprime posterioridade relativamente à enunciação.
c) Presente do Indicativo e exprime anterioridade relativamente à enunciação.
d) Presente do Indicativo e exprime simultaneidade relativamente à enunciação.

Têm valor deíctico (remetendo para a enunciação) as palavras sublinhadas em
a) Esse vinho que está na gaveta é bom para bebedeiras pequenas.
b) A poesia de Eduardo Sousa é ingénua como as falas das crianças. Essas compreendem-no. Isso vê-se pelo seu olhar.
c) Eusébio olhava o prédio. Aquelas janelas não eram as que conhecera nesse dia de inverno em que chegara de Coimbra.
d) Afonso Henriques conheceu Urraca. Esta era uma rapariga bonita. Aquele amou-a muito.

As duas formas verbais estão, respectivamente, no Infinitivo e no Futuro do Indicativo em
a) «Se olhar para Marte, verá dois marcianos e um cocó de cão».
b) «Se fizer os tepecês, Arnaldo receberá um doce».
c) «Amar é bom».
d) «Ouvir-te é um descanso. Ver-te-ei cada vez mais».

Na frase «Um determinado espaço urbano oferece às actividades culturais múltiplas vantagens», a expressão «às actividades culturais» desempenha a função sintáctica de
a) nome predicativo do complemento directo.
b) complemento indirecto.
c) complemento directo.
d) complemento agente da passiva.

Estão correctas as grafias de
a) ortograficamente, evidencia, inteligência.
b) legitima, legítima, extraordinario.
c) timido, também, assistênte.
d) evidência, emergencia, doente.

«Redondilha maior» e «redondilha menor» correspondem, respectivamente, a
a) sete e cinco sílabas métricas.
b) seis e quatro sílabas métricas.
c) seis e cinco sílabas métricas.
d) sete e quatro sílabas métricas.

Devido ao uso da perifrástica, o valor aspectual de «Estou a dançar saraquité com imenso gosto» é
a) pontual.
b) iterativo.
c) habitual.
d) imperfectivo.

O dístico «Como gosto da Zé Gomes Ferreira, / Triste escola onde não há bandalheira!» é constituído por
a) decassílabos.
b) alexandrinos (dodecassílabos).
c) hendecassílabos (versos de onze sílabas métricas).
d) heptassílabos.

Os valores modais de «Devem fazer cocó no bacio, bebés» e «A Alicinha deve ter febre» são, respectivamente,
a) apreciativo e deôntico.
b) epistémico e deôntico.
c) deôntico e apreciativo.
d) deôntico e epistémico.

Na frase «Na Luz, o Benfica derrotou o Marselha com toda a calma», a função de complemento directo é desempenhada por
a) «a calma».
b) «o Marselha».
c) «Marselha».
d) «com toda a calma».

«Os polícias passam as multas». Se pronominalizarmos o que está a negro, ficará
a) «Os polícias as passam».
b) «Os polícias passá-las-ão».
c) «Os polícias passam-nas».
d) «Os polícias passam-as».

A frase que tem coesão textual é
a) «Tratam-se de árbitros comprados pelo Porto.»
b) «Nos jogos do Braga haviam jogadas assaz estranhas.»
c) «As exibições do Sporting são parecidas às do Guimarães.»
d) «Trata-se de árbitros comprados pelo Benfica.»

Predomina o aspecto pontual em
a) «Às terças, saio às quinze e quinze, em ponto.»
b) «Ando a treinar um desporto fascinante, o curling
c) «A passarola caiu.»
d) «Naqueles tempos, bebia-se bem e comia-se melhor.»

Os tempos verbais de «choramingando», «sonhava», «bebi» são
a) gerúndio, imperfeito do indicativo, perfeito do indicativo.
b) gerúndio, imperfeito, mais-que-perfeito do indicativo.
c) presente do indicativo, perfeito do indicativo, imperfeito do indicativo.
d) presente do indicativo, imperfeito do indicativo, mais-que-perfeito do indicativo.

Há um acto de fala indirecto directivo em
a) Só terá boa nota quem fizer os tepecês.
b) Dá-me um abraço: que magnífica performance tiveste!
c) O livre indirecto de Micael foi um «merdelim».
d) Dirigi-me à porta de saída.

A série que apresenta uma parte do campo lexical de ‘carne’ é
a) ‘tecido muscular do corpo humano’, ‘prato de carne’, ‘sensualidade’.
b) talho, açougueiro, lombo, cortar, vaca.
c) peixe, mar, descobrimentos, Vasco da Gama, Parque das Nações.
d) carniça, carnudo, carnívoro, carniceiro, reencarnar

A oração destacada a negro em «Esta circunstância fez-nos ponderar os diversos constrangimentos que implica fazer frases que só têm interesse para testes de gramática» é
a) subordinada adjectiva relativa restritiva.
b) subordinada adjectiva relativa explicativa.
c) coordenada substantiva relativa apreciativa.
d) subordinada substantiva completiva.

O trecho «— Aqui onde me encontro, bebi ontem duas aguardentes com o Pessoa — disse eu» ficaria, em discurso indirecto,
a) Ele disse que, ali onde se encontrava, bebera na véspera duas aguardentes com Pessoa.
b) Eu disse que, aqui onde me encontro, bebi ontem duas aguardentes com Pessoa.
c) Eu disse que, ali onde me encontrava, bebera ontem duas aguardentes com Pessoa.
d) Eu disse que, ali onde me encontrava, bebera na véspera duas aguardentes com Pessoa.

Em «Quero que me neguem o acesso à sala de jogo do casino, pois não me sinto em condições psicológicas para jogar», a anteposição dos dois pronomes relativamente ao verbo deve-se a, respectivamente:
a) oração subordinada; oração subordinada.
b) brasileirismo; brasileirismo.
c) oração subordinada; frase negativa.
d) frase negativa; frase negativa.

Vai preparando a leitura em voz alta dos textos que se seguem; ao mesmo tempo, para melhor os compreenderes, completa estes mini-comentários:

«Não sei ser triste a valer» (p. 160)

Na primeira quintilha, o poeta declara a sua incapacidade para ser, verdadeiramente, ______ ou alegre. Esta incapacidade deve relacionar-se com o facto de pensar (incompatível, portanto, com «ser», com _____). Tal como as flores florescem sem querer, também o poeta pensa, tem ______. Morrerá como as plantas («Quando o Fado a[s] faz passar, surgem as patas dos deuses / E a ambos nos vêm calcar»). Até lá, resta às plantas florir e ao poeta _______.

«Cansa sentir quando se pensa» (160)

Pensar traz _____ ao sentir. Reporta-se o poema, portanto, à dor de pensar, provocada pela intelectualização do ____. A incapacidade de viver a _____ («não poder viver assim»), o enigma do ser («não sei quem hei-de ____»), a ilusão do real («Pesa-me o informe real») são outros motivos pessoanos. O verso final é um ______, tão ao gosto de Pessoa, que renega o que se disse atrás e é quase contrário do primeiro verso da terceira _____: «Tudo isto me parece tudo».

«Sonho. Não sei quem sou neste momento» (160)

Todo o poema parece ser a expressão do desconhecimento do _____ («Não sei quem sou neste momento»). Esse ________ conjuga-se com a desistência, a anulação completa: o verso «Nada quero nem tenho nem recordo» nega qualquer futuro, ______ ou ______.

«Bóiam leves, desatentos» (p. 162)

O sujeito poético observa-se a si mesmo. Observa os seus pensamentos — que considera _____ («coisas vestindo nadas»; «pós»; «leve mágoa», «breve tédio») — como se estes tivessem existência autónoma.

«Tudo que faço ou medito» (162)

Ao confrontar o que deseja fazer com o que consegue realizar, o sujeito poético nota a total falta de _____: «Querendo, quero o infinito. / Fazendo, nada é verdade.». Isso provoca-lhe ______: «Que nojo de mim me fica!». Vê-se como um mar de sargaço, fragmentado. Enfim, o poema é um exercício de auto-análise, em que o próprio conhecimento de si parece revelar a impossibilidade do conhecimento: «Não o sei e sei-o bem».



Aula 47 (23, 24, 25/Mar) Correcção do questionário de gramática. [Ver Apresentação.]

Lê os seguintes poemas, procurando assinalar, no quadro em baixo, as características de cada um (escreverás nas quadrículas respectivas as siglas dos poemas que abonem o traço típico descrito):

Fernando Pessoa, «Contemplo o que não vejo» (p. 166) [Pes1]
Fernando Pessoa, «Não sei, ama, onde era» (p. 166) [Pes2]
Alberto Caeiro, «O meu olhar é nítido como um girassol» (p. 176) [Cae]
Álvaro de Campos, «Dactilografia» (p. 186) [Cam1]
Álvaro de Campos, «Acaso» (p. 188) [Cam2]
Ricardo Reis, «Não quero recordar nem conhecer-me» (p. 196) [Reis]




Prepara a leitura em voz alta dos poemas que estiveste a estudar há pouco.


TPC — Antecipo já o tepecê de férias: arranjar o livro (a peça na íntegra, claro) e ir lendo Felizmente há luar!, de Luís de Sttau Monteiro.
(Na próxima aula, devem continuar a trazer manual e caderno do aluno.)

Aproveito para avisar do concurso em http://www.bibliofilmes.com/, até 16 de Abril. Muitos dos filmes que têm feito para Português decerto poderiam apresntar-se a este concurso (há aliás variadíssimas categorias).

Aula 48 (25 ou 26/Mar) Correcção do questionário sobre Memorial, com explicação tempo da história vs. tempo do discurso. [Ver Apresentação]

Assistência a final de O Aviador; ao mesmo tempo, conversa com cada aluno sobre avaliação.


TPC férias — Arranja e vai lendo Felizmente há luar!. (Quem ainda não completou leitura de Memorial do Convento deve fazê-lo agora.)