Melhores egafilmes
Segue-se uma selecção dos Egafilmes (microfilmes relativos aos Maias). Só se põem os filmes que tiveram pelo menos 17,4 valores. Os melhores foram os de Joana O. & Inês (18,9); Brigitta & Eliana (18,5); e, estes com 18,2 valores, Cosme; Gonçalo, Rui & Tiago; Joana L.; Raquel & Filipa. Entretanto, todos os egafilmes, bons ou menos bons, continuam também nas secções completas: 11.º 1.ª; 11.º 2.ª; 11.ª 4.ª; 11.ª 5.ª; 11.º 6.ª. Na escolha aqui em baixo, os filmes estão agrupados por turmas (1, 2, 4, 5, 6), sem estarem ordenados por notas.
João Af. D.
João Af. D. (18) Concepção Finge-se um programa de televisão com entrevista a Eça. O autor faz de jornalista-locutor mas também assume o papel do próprio entrevistado. Houve engenho nesse recurso; há também sempre cuidado, requinte, em toda a encenação (cenário, adereços). Expressão oral Nestes casos, tenho dificuldade em perceber se devo aferir sobretudo pela representação (que implica mais do que a leitura: gestos, sorrisos, etc.) ou mais leitura (creio que vai havendo sempre leitura, por algum sucedâneo de teleponto). Em qualquer caso, esse compromisso entre leitura e representação não é fácil para os «actores» dos egafilmes. João saiu-se bem, embora creio que mais no papel de Eça do que no do entrevistador (talvez porque as intervenções do entrevistador supunham naturalidade, mais difícil de conseguir do que o snobismo de Eça; por outro lado, a entoação nas perguntas é difícil, e as interrogações tendem a parecer escolares). Pronúncia de «Egipto» mais usual é sem se ouvir o [p] (mas talvez Eça, no século XIX, ainda o pronunciasse). Texto Percebendo-se que houve leitura de ensaios, de manuais, para se construir a entrevista, ainda assim conseguiu o autor tornar o texto quase coloquial (o que é sinal de que também houve trabalho de redacção); há umas poucas falas, porém, em que essa conformação do investigado a um estilo oral não foi tão eficiente quanto devia — e, nesses raros casos, parece haver informações excessivas nas respostas de Eça (como se este debitasse um curriculum vitae). Achei interessantes as alusões ao filme em torno do Padre Amaro («foi exactamente assim que eu o imaginei») e aos romances editados pelo filho, que considerei irónicas (mas eram mesmo para ser irónicas? se sim, não devia esse ironia ter ficado mais explícita?). Será mais «crónica de costumes» do que «dos costumes». Duração 4:03.
Mariza & Micaela
Micaela & Mariza (17,5) Concepção Em representação, transpõem-se para o século XXI as personagens Pedro da Maia e Maria Monforte. Essa transposição obriga a mudanças de linguagem, de contexto (apartamento), de costumes (telemóvel; tráfico; ...). Expressão oral Neste domínio é a representação que será aferida. Inclui esta a maneira de dizer o texto (tal como a leitura em voz alta, afinal) mas também aspectos gestuais, proxémicos (ocupação do espaço na interacção com o outro), etc. A representação tem uma exigência que a leitura não põe: a necessidade de se decorar o texto. Quanto a isso, parece haver um único esquecimento, da parte de Mariza, em «me zangasse [...] contigo» (ou foi propositada a pausa para vincar a resposta de Maria?). De resto, ambas as actrizes vão bem, mas destacaria Micaela, que não só tem papel mais difícil como mostra muita capacidade de representação (incluindo-se nisto, como é óbvio e já disse, a maneira de dizer o texto). Texto Distingamos a criação da cena e a linguagem. Esta parece-me sempre adequada (conseguindo não parecer artificial e nunca ter sintaxe repreensível, conjugação difícil). A idealização da peripécia também a acho bastante perfeita, embora se possa dizer que a situação podia ter sido mais aproveitada (havia, no entanto, o risco de se perder a ponte com a história de Eça ou tudo parecer demasiado estapafúrdio). No título, «Da» (Pedro da Maia) não devia estar com maiúscula. Em «Vou escrever essa tal carta» é uma estrutura muito da vossa geração — sim, é verdade, é a geração que se está a ser evocada, mas, ainda assim, ... —, mas não é elegante (preferível: «essa carta»; «a tal carta»). Duração 2:48.
Brigitta & Eliana
Eliana & Brigitta (18,5) Concepção Parodia-se um episódio fulcral da intriga (já que nele tem origem a tragédia), alterando os dados, contemplando-se um envolvimento de Pedro com Tancredo. (Já agora: O Barão de Lavos, de Abel Botelho, e O Senhor Ganimedes, de Alfredo Gallis, são obras, embora um pouco posteriores aos Maias, da escola naturalista e que têm protagonistas homossexuais.) A brincadeira aproveita esta reformulação do enredo, mas também, mais sub-repticiamente, caricatura o género «telenovela» (é um pastiche de resumo dos episódios de uma telenovela), motivo pelo qual, pela primeira vez, não acho impertinente a canção de Teresa Salgueiro, alusão à série brasileira. Como o formato é esse, o enredo pode ser apresentado a cem à hora, sem que isso pareça artificial. O género permite também que de cada momento da história sejam apresentados meras ilustrações (como se fossem curtas sequências de um todo acabado); houve engenho na escolha dessas ilustrações, que, em geral, acentuam a paródia. Também se consegue fechar a intriga, chegando até ao momento em que Maria Eduarda avista um homem elegante (?) com uma cadelinha (?), passo gémeo do relance de Carlos a Maria Eduarda no peristilo do Hotel Central (e que fecha o ciclo dos preparativos da tragédia). De tudo isto, o mais inverosímil é a licenciatura em Medicina de Maria Eduarda (no século XIX, uma mulher não ia para a Universidade, e menos ainda para Medicina). Expressão oral Leitura sempre perfeita. Aspecto interessante foi, a dado momento, terem articulado as intervenções das duas leitoras; também engraçado o esforço para mimar a voz de Pedro. Texto Muito bem escrito. Um lapso: Maria Monforte não se dirigiria ao Ramalhete mas a Benfica, que essa é que era a morada de Afonso então (aliás, num segundo momento, as autoras já referem Benfica como local onde se suicidara a Monforte). Duração 3:06
Gonçalo, Tiago P. & Rui
Rui, Tiago P. & Gonçalo (18,2) Concepção Num comentário encomiástico, podíamos dizer que o filme procura desconstruir o acto de fazer um egafilme. Numa visão menos embevecida, diria que os autores aproveitaram bem a sua criatividade, conhecimento de formatos/géneros, destrezas técnicas, para resolver um problema, o de não dominarem completamente o assunto sobre que o egafilme se devia fundar, Os Maias. A solução é até talvez preferível a ancorarem-se numa parte ínfima do enredo — alternativa acolhida por outros nas mesmas condições e a que os próprios autores deste egafilme, recorrem, pouco entusiasmados, a dada altura («vamos antes falar do suicídio») —, mas não deixa de ser uma «fuga para a frente» de quem teria obrigação de ser mais arrumado. O filme tem muitos momentos inteligentemente criados: a paródia às telenovelas; a paródia ao estilo declamatório, a cerzidura de variados géneros, as sincronizações de sons e imagens incoerentes (nas falas e na execução dos intrumentos); o acabamento estético, a implicar capacidade técnica, visível até no genérico (por um lado os dizeres irónicos; também a reposição acelerada das vozes de todo o filme); a composição musical criada. Expressão oral É sempre leitura em voz alta (para quem estivesse muito distraído, ou não conheça os protagonistas, as vozes são dobradas, mas trocadas: ouvimos a voz de Gonçalo nos lábios de Rui, de Tiago na boca de Gonçalo, etc.). Essas falas são, quase sempre, muito bem lidas. Tal leitura não implica textos difíceis, é verdade, mas exige expressividade, obrigando mesmo a uma representação (radiofónica, neste caso). Há também oral musicado. A pronúncia de «míope» é interessante: fazem a tónica em «m[iú’]pe», e, com efeito, é assim que todos vamos fazendo, embora a grafia conduzisse a «m[í’]ope». Texto Esquecido o estigma, já apontado, enquanto trabalho escolar, deve dizer-se que, uma vez assumida a subversão do tema, a escrita é muito boa (ver toda a planificação; e, mais de perto, a letra da música, as ironias nas falas e no genérico). Uma construção que creio agramatical é «porque te sucumbes» (a construção normal é «sucumbes», seguindo-se ou não a preposição). É dito «desfeixe», quando decerto se pretendia «desfecho» (1:37), por lapso de escrita ou de pronúncia. Em vez de «Parem lá de falar essa vertente brasileira do português», devia ser «Parem lá de usar essa [..]» ou «Parem lá de falar nessa [...]. Duração 4:28.
Joana L.
Joana L. (18,2) Concepção A pretexto de conseguir uns «Os Maias» para totós, faz-se um resumo da intriga, pontuado com momentos de ironia (que resultam bem). Mas o lado leve da sinopse do livro de Eça vem sobretudo da manipulação de desenhos recortados: mais do que as imagens, é o seu manuseio (o ir conduzindo as figuras, o retirá-las repentinamente, o aproximar objectos das personagens com que se relacionam) que permite a brincadeira em torno do enredo; essa espécie de animação a que vamos assistindo é um segundo texto, um comentário ao primeiro texto, mais neutro, que se vai ouvindo. Expressão oral Há duas «vozes», a que introduz o vademecum para totós e a que narra o resumo. A primeira é expressiva; a segunda, denotativa (o que constitui um contraponto agradável às manipulações dos desenhos). Em ambos os casos, muito boa a leitura. Texto Nos aspectos estruturadores do filme (a idealização da situação, o registo adoptado), muito bem. No entanto, há umas falhas de sintaxe/léxico: «somos confrontados pela ideia de ler» não é muito gramatical; em vez de «muito proteccionista», «muito protectora»; não se pode dizer «Maria Monforte, uma negreira» (só em outro contexto, irónico, que no filme não se pode inferir); «que acaba por ser deixada» (que é preterida; que é abandonada por Carlos); «afastando a sua mente destas ideias» (era melhor: «afastando estas ideias da sua mente»); «deixando-se envolver nos hábitos que o rodeavam, envolveu-se com a Condessa de Gouvarinho» está deselegante, por causa da repetição (e de palavra corriqueira, aliás); em vez de «governante, Miss Sara», proponho, «governanta»; em «a sua verdadeira identificação», preferiria «identidade». Como acontece agora tão frequentemente, há excesso de determinantes possessivos. Numa das legendas («falhámos a vida, menino»), falta a vírgula que deveria preceder o vocativo. Duração 4:24.
Pedro G. (17,5) Concepção Cria-se um programa — radiofónico — em torno de Eça, surgindo depois, aí encaixado, o depoimento (fictício, claro) de um bisneto do escritor, simultaneamente professor (o engraçado — embora não se trate de brincadeira propositada — é que a personagem criada pelo Pedro tem algumas parecenças, de estilo, de pose, com Carlos Reis, talvez o queirosiano mais conhecido actualmente). Este segundo nível narrativo poderia corresponder a um programa de televisão. Expressão oral Há que distinguir a leitura em voz alta em off e a locução em frente da câmara (com discurso decorado ou talvez entrevisto em teleponto ou congénere). Nesta segunda parte, é mais a naturalidade da «representação» que deveríamos avaliar (por exemplo: acho que há excesso de pausas orais quando se diz «E, como Carlos, [...]», mas, como se está a fingir dizer um texto decorado, a pontuação já se justifica mais). Ambas as performances são bastante boas (na parte mais representada ouvi apenas uma atrapalhação leve em «portuguesas»; na parte em off, podíamos considerar que a pontuação escrita é talvez demasiado respeitada e que a intervenção final é excessivamente eufórica). Texto Já ficou implícito que me agradou a capacidade revelada para criar um esquema narrativo (verosímil, que é util para se falar de Eça; e que tem até uma inglesa leve ironia). O contexto engendrado implicava um discurso académico, o que quase obrigava a que se recorresse a recolha de textos de ensaio ou de manuais — teria preferido que a escrita fosse mais continuadamente própria, mas compreende-se a necessidade de se ser mais verboso, dado o formato imitado. Solecismos: «É nesta Lisboa que Eça vai fazer a crítica» (melhor «É nesta Lisboa que Eça faz decorrer a história através da qual critica»); o «onde» que vem pouco depois também me parece quase agramatical. Com tanta extensão de texto, é grande mérito não haver outras incorrecções. Duração 3:14.
Sara A. & Sara C.
Sara C. & Sara A. (17,8-18) Concepção Vai-se alternando entre cartas de Miss Sara (representada e lida por Sara) à irmã e páginas de diário de Maria Eduarda (que não é representada e lida por Maria Eduarda mas por Sara). Este pretexto narrativo criado pelas autoras é muito pertinente, permitindo-nos acompanhar a evolução das relações de Maria e Carlos (da doença de Sara até à instalação na Toca) através de duas perspectivas (que confluem na constatação de que se chegara a um momento irreversível, com a nuance de que a esperta Sara, a inglesa, usa no final um tom quase pressagiador). Toda a planificação havida (na imaginação da trama, sempre em consonância com as balizas do próprio livro) e o cuidado com a encenação são pontos fortes do filme. Expressão oral A leitura de Sara C., é sempre bastante boa (ou muito boa), não se notando falhas (no final, há talvez «pontuação» a mais — por exemplo: «peço / que»); a leitura de Sara A. não foi tão boa, podendo apontar-se-lhe algumas ligeiras hesitações («quando o vi / do meu coupé»; «que o outro tanto apreciava» — pausa tem de ser depois de «outro»; «pois foi-me / difícil»; «a / ambientar-me», com assimilação, pareceu-me). Porém, dada a extensão da leitura em voz alta, estas falhas são compreensíveis. Texto Como já disse, o esquema narrativo foi inteligentemente concebido (e isso é escrita também). A redacção é fluente, quase não apresenta erros, embora, aqui e ali, haja ténue concessão a um registo normalizado (pela nossa linguagem corrente). Mas os meus únicos reparos concretos são estes: «após me auscultar» não soa tão bem como «depois de me auscultar» ou «após auscultar-me»; «nunca foi do meu agrado as visitas desse senhor» não é aceitável (terá de ser «Nunca foram do [...]). Por vezes, haverá abuso da possessivos («minha senhora para escrever a minha receita»; «seis corações [...] seus olhares») e de diminutivos (o que, porém, pode dever-se a quererem com esses tiques de linguagem caracterizar as personagens). Duração 5:19.
Jorge
Jorge (17,7) Concepção Parodia-se um programa televisivo de cultura (o nome foi bem escolhido: «Literaturas Lusitanas»). Este programa implica curtos momentos de representação (Jorge na imagem, primeiro como Afonso, depois como deponente, Amílcar; Pedro, como jornalista, que só ouvimos.) Segue-se o miolho do filme, em que já há leitura (a câmara fica focada no livro, aliás no tomo errado). O texto é criado pelo próprio autor e é um pastiche (ou um pastiche-paródia) de Os Maias. Esta situação é engenhosa, mostra gosto na criação de esquemas narrativos. Boa planificação de tudo (mas parece-me que mais um minuto de filme era útil). Expressão oral As partes de representação estão bem; a leitura também está boa ou muito boa (uma ou duas ligeiras pausas mal postas; mas sempre se pode dizer que a personagem Amílcar falava, não estava propriamente a ler e, portanto, tinha direito a hesitar). Texto Já gabei o que tem que ver com a estrutura e o pretexto encontrado. Quanto ao texto do depoimento de Amílcar, a nova narrativa, é uma boa intriga. No entanto, do Jorge, esperava ainda maior criatividade — além do enredo mais esquemático, faltam peripécias laterais, através das quais teria sido possível tornar mais risível a segunda parte do romance agora descoberta. O texto, pela densidade (pela falta de elementos acessórios), perde verosimilhança. Dois lapsos: teria de ser «perto da Vila Balzac» (e não de «Vila Balzac», como se se tratasse do nome de uma localidade); Afonso começa por se dirigir aos espectadores, mas depois diz «tenho uma notícia para lhe dar» (teria de ser «lhes»). Duração 1:57.
Inês & Joana O.
Joana O. & Inês (18,9) Concepção Foi criada, e depois representada, a cena de um encontro post-mortem entre a Condessa de Gouvarinho e Maria Eduarda. As autoras aproveitaram para assim caracterizar, pelas suas falas (indirectamente, portanto, já que pela acção), estas personagens, revelando bom conhecimento de Os Maias (certo descaramento da condesssa, alguma hipocrisia, «sonsice», de Maria Eduarda, que, na verdade, não fica explícita no romance). Expressão oral É a representação que será aferida: pareceu-me muito boa, da parte de ambas, só ligeirissimamente apressada aqui e ali. E, por várias razões, nem era texto fácil (necessidade de réplicas, relativa sofisticação da linguagem, matizes emocionais variados, reacções repentinas). Texto Já referi a conformidade com a obra; acrescente-se que, depois, a situação é parodiada com inteligência (brinca-se com os filhos havidos; com as traições de Carlos; com os ciúmes). A redacção é muito boa (linguagem adequada: registo, cuidado, não deixa de ser representável, sem constrangimentos insuperáveis para os actores; consegue-se tom leve, humorístico, sem perder as referências da obra). Não notei erros (escusado um «chateada», descabido numa personagem oitocentista). Evitaria a repetição «encontros»/«encontro» logo na «didascália» inicial (aproveito para perguntar se não há, nessa locução introdutória, e em outro off mais à frente, uma distracção das encenadoras/autoras: em teatro, o normal seria que o espectador viesse a perceber o contexto sem que ele nos fosse anunciado). Também reduziria o uso de «deixe-me que lhe diga» («deixe que lhe diga» é preferível), que acaba por funcionar como bordão para as maledicências das duas personagens. Duração 4:14.
Pedro S.
Pedro S. (17,8) Concepção Anuncia-se uma «versão modificada, comprimida e actualizada» de Os Maias. Na verdade, o formato escolhido pertence à linhagem dos sketches de humor. Filmes com alguma relação com este género/formato são o egafilme de Rui, Tiago & Gonçalo (11. 1.ª) e o publifilme de Ricardo (11.º 2.ª), mas nestes dois casos assumia-se a ironia relativamente ao próprio acto de fazer o filme (a brincadeira estava na desconstrução); quanto ao egafilme de Tiago (11.º 5.ª) e ao publifilme de João C. & Zé (11.º 6.ª), apostavam mais num cómico ancorado na intriga, ao passo que o de Pedro associa o insólito das transformações (saídas do novo contexto) à brincadeira de base linguística e a uma série de recursos que implicam a filmagem/montagem (neste aspecto, veja-se o egafilme de Augusto & João Garrido). Como tantas vezes acontece na sua escrita, o autor maneja muito bem a caricatura, a alusão irónica. Novidade são os aspectos mais histriónicos ou «cinematográficos» (caracterizações, gritos, desfasamento e aceleração de vozes, representação, música…), em que tudo ficou também bem concretizado. Hesito quanto ao último slide: é um momento de relativa facilidade (ainda que sirva bem enquanto ponto culminante na situação humorística). Expressão oral Muito boas as partes representadas; também sempre bem nos trechos lidos em off. Em «mulheres com quem ’tive» devia ser «estive» (mas também se pode dizer que se pretendia imitar mesmo a pronúncia actual). Texto Já falei da capacidade de planificar as situações cómicas e da sensibilidade linguística que permite ao autor escrever de modo satírico mas com leveza e inteligência. Duração 1:54.
Carlota & Alexis
Alexis & Carlota (17,5) Concepção Anuncia-se um final alternativo. Na verdade, houve que operar mais transformações (há mudança de época [actual]; de perfis de personagens [a ambiguidade de género de Carlos e de Maria Eduarda]). Quanto ao formato, escolheu-se a representação, num registo de sketch humorístico mas com momentos de representação quase de drama sério (portanto, reunindo-se duas dificuldades da representação: a estilização caricatural típica dos sketches — e fizeram bem em não querer ser demasiado humoristícos «explicitamente» — e também as exigências da representação naturalista). Há ainda um terceiro momento, que, se me permitem, é quase um cruzamento com a biografia dos autores, quando ambos correm entre prédios e com a música «que é bonita, sim», no penúltimo dias de aulas de 2009. Expressão oral Muito boa representação e dicção. É claro que se descobrem ligeiras hesitações (em geral, resolvidas com a repetição do sintagma anterior, a dar tempo à recordação do texto a dizer), mas é até na solução desses momentos que se vê a facilidade que têm ambos para a representação. No caso de Carlota essas soluções de recurso nem sequer quase se tornam necessárias (só em «lá estava ele»). Texto Bem escrito: consegue-se até momentos de leve ironia, nunca falhados, o que já é tão difícil. Duração 4:19.
Ana (18) Concepção É um anúncio ao livro: a pretexto das expectativas sobre o nome «Maias», vai-se adiando o esclarecimento do objecto Os Maias, que surge assim, no final, realçado pela surpresa (como se faz em publicidade, essa revelação final, depois da acumulação de pistas erradas, é relativamente rápida). (O processo de andar em torno de um título, adivinhando qual é o referente, reproduz o que na verdade fazemos quando nos abeiramos de um livro: vamos pondo hipóteses, que depois afinamos, primeiro fundadas só na capa e no título, depois já em informações avulsas da contracapa, etc.). Expressão oral Creio que se trata de leitura expressiva (ou é representação directa?), que está irrepreensível. Texto Uma das dificuldades que põe um anúncio assim é a de cada alusão a «Maias» ter de ser criativa mas também breve (para o efeito da série se cumprir, não podia o texto demorar-se demasiado em cada acepção — devendo esta, porém, ficar clara, apesar da eventual ironia); esta regra foi sempre alcançada; a escrita conseguiu também adequar-se à coloquialidade que se pretendia imitar. Duração 2:07.
Bruno
Bruno (18) Concepção É um trailer para uns Maias alternativos, transmutados em filme de terror. Aproveitam-se bem, ironicamente, alguns dados do livro original (o subtítulo, o incesto), mas teria sido possível convocar ainda mais peripécias do romance de Eça. Sem saber bem a dificuldade técnica que isso comportaria, admito que se pudesse, além dos títulos em inglês, verídicos, usar outros — também em inglês até — forjados em função dos próprios Maias (além do dizer usado «Os Maias!»). Expressão oral Leitura sem falhas, mesmo se com o constrangimento da adaptação ao timbre grave adequado ao género que estava em causa. (Descubro apenas uma hesitação no ataque a «A[s] Cidade e as Serras».) Texto Trocaria «repleto de amigos» (são se pode estar ‘repleto de amigos’) por «rodeado de amigos». De resto, a redacção (em parte, tradução) tem bom gosto e é um excelente pastiche (paródia aliás: cfr. timbre para subtítulo; aparte para «e de homens») do género ‘trailer de terror’ Duração 2:50.
Cosme
Cosme (18,2) Concepção Criam-se momentos das Memórias de um átomo, de João da Ega. O assunto do livro de Ega é levado à letra, actualizado segundo a ciência do século XXI (em Ega, o título seria mais figurado, embora a personagem quisesse, é claro, alardear vanguardismo e cientificidade), parodiando também, se bem percebi, peripécias da vida real. Este egafilme é, na verdade, um cosmefilme, mobilizando técnicas a que deve corresponder muito engenho e competências na área da informática. Expressão oral Como digo a seguir, há bastante expressividade no próprio texto (a narração de 1.ª pessoa é entrecortada por falas pontuais), o que pede uma leitura dúctil, quase de representação, que o autor consegue perfeitamente. (A leitura só é prejudicada — não na realização, mas no modo como a recebemos nós — pela inconstância do volume, o que há-de ter que ver com a gestão de diversas fontes de som.) Texto O género é memorialístico, mas assume-se um registo monologal (ou até dialogal, se bem que com um destinatário que se sabe não ir responder), mais do que escrito. Esse registo informal facilita a sintaxe, mas implica a tal maior plasticidade na leitura em voz alta. Não me apercebi de agramaticalidades, de léxico mal escolhido, etc. (Tenho de ressalvar a possibilidade não ter analisado bem todas as incidências do filme, já que nele há focos que exigem domínio de conceitos/temas para mim bastante esotéricos.) As incorrecções linguísticas que encontrei ocorrem já no slide final: falta o acento em «fictícia»; nesse mesmo curto texto, deveria haver mais vírgulas (mas posso admitir que a disposição, em espécie de colofão, faça dispensar a pontuação); os títulos de livros, mesmo se fictícios, deveriam ficar em itálico (e não entre aspas). Duração 2:58.
Filipa (18) Concepção A própria autora, num epílogo do egafilme, resume o seu objectivo: «relatar os princípios dos princípios». Cria-se, mas sempre em coerência com o pouco que nos é dito no livro, o historial dos ascendentes de Afonso da Maia. Expressão oral Muito boa leitura em voz alta. Ocorrre-me só uma falha (ter um «pois» ficado, digamos, indevidamente pontuado — mesmo que haja vírgulas na redacção, é daqueles casos em que a vírgula não implica pausa). Texto Muito bem escrito, ainda que, como sucederia sempre em redacção tão extensa, surjam dois ou três problemas de sintaxe. Em «uma propriedade agrícola, donde resultava grande parte dos seus rendimentos», o «donde» é discutível. Talvez «de que». Melhor ainda: «uma propriedade agrícola, de que (ou de onde) retiravam grande parte dos seus rendimentos». «A zona de Benfica era de acentuado lazer» não soa bem. «A zona era, sobretudo, de lazer». «Os lisboetas inundavam-na» também não é famoso: «Os lisboetas invadiam-na». Em vez de «um memorial de há longos tempos anteriores», «um memorial de há longos tempos». Diga-se «Museu de [e não da] Arte Antiga»; «junto à actual [melhor do que ‘hoje existente’] avenida Grão Vasco». O Ramalhete, nos Maias, situa-se na Rua de S. Francisco de Paula, que, como se diz no filme, é actualmente a Rua Presidente Arriaga; não convém dizer apenas «Rua de S. Francisco», já que, no romance, há também essa outra rua (onde ficava a casa de Cruges e de Maria Eduarda; esta Rua de S. Francisco é actualmente a Rua Ivens, que desce do Chiado em direcção ao rio). (Um pouco à margem, e não porque haja erro no filme de Filipa, veja-se o que escrevi sobre a exacta localização do Ramalhete em comentário ao vídeo de João Picão, do 11.º 4.ª; também as observações acerca da designação do bairro, que não é específica de algum edifício, embora modernamente se possa ter feito crer isso, são agora pertinentes.) Duração 5:38.
Susana
Susana (17,7) Concepção Criou-se, apenas com fragmentos do capítulo VIII de Os Maias, uma síntese (mais paisagística do que narrativa) da ida de Carlos e Cruges a Sintra. Os momentos mais narrativos são a saída de casa e o regresso (a alusão às queijadas funciona como elemento unificador). As imagens, aliás tecnicamente muito boas — embora isso não seja o mais importante —, procuram ilustrar as passagens que vão sendo lidas, relativas a paisagens de Sintra. (É curioso ver assim o capítulo descarnado da componente ‘angústias de Carlos, caricatura de Eusebiozinho, etc.’, como se nos fosse dada apenas a perspectiva de Cruges. Fica a ideia, para quem tenha falta de temas, de se fazer o contraponto psicológico deste egafilme: ‘Sintra, agora aos olhos de Carlos'. Expressão oral A leitura é, quase sempre, muito boa. Só notei hesitações, ou falha, em: «resplendor» (parece ouvir-se uma duplicação de sílaba); «emergindo» (na segunda vogal ouço quase um «a»); na recitação de versos de «Flores e Martírios», de Alencar, saltou-se (propositamente?) o verso «Vê tu que não me esqueceu»; por fim, a entoação de «Esqueceram-me as queijadas» talvez devesse ser mais lamentosa (no romance, diz-se ter ficado Cruges «sucumbido»). Texto Neste caso, a escrita tem de ser entendida como trabalho de escolha dos fragmentos e de planificação do filme (e eu já fui dizendo que acho elegante o modo como se conseguiu, em pouco mais do que os três minutos aconselhados, criar uma «narrativa turística» (novo género!) que se segue com gosto. Rectificações toponomásticas: no filme de Filipa, chamei a atenção para o facto de a rua do Ramalhete ser a de S. Francisco de Paula (e não apenas S. Francisco). Agora, no filme de Susana, vejo uma placa a que, creio, se tirou o «de Paula» (e, de certo modo, bem, já que a rua em que Cruges morava era a rua de S. Francisco, ao Chiado); note-se, porém, que as imagens são da zona das Janelas Verdes (e, em rigor, a espera de Carlos pelo Cruges, um bom quarto de hora, deu-se na actual Rua Ivens; aqui, link para a imagem do prédio de Cruges, em cujo 1.º andar morou Maria Eduarda). É claro que isto tem pouca importância. Duração 3:36.
Marta Melim & Mafalda
Mafalda & Marta Melim (17,4) Concepção Foi criada e representada a cena que corresponderia aos (leves) problemas de consciência de Maria Monforte quando se decide a fugir, bem como aos preparativos da fuga. O cenário é moderno, mas não há propriamente transposição temporal, já que linguagem, referências, parecem ser as de oitocentos e da história original. Expressão oral Ambas as autoras representam muito bem. Dicção também é boa (notável até da parte de Mafalda; já Marta incorre, aqui e ali, no erro de ser muito rápida, o que leva a que algumas frases fiquem demasiado ligadas). Como dizia, há pouquíssimas hesitações na representação: talvez apenas, cerca dos dois minutos, quando Marta interrompe uma frase («não irá aguentar [..] a perda da mulher [de quem?] tanto ama» — aliás, o texto aqui não me parece perfeito — e a fala seguinte percebe-se mal). Texto Conseguiram evitar uma dificuldade que põe a escrita de um diálogo destes, que é a possibilidade de se deixar passar termos informais, incoerentes com o contexto a recriar. Não encontrei problemas de sintaxe (a não ser no momento a que aludi em cima — e não sei se aí eram falhas que estivessem no original escrito ou se se tratou de lapsos devidos à representação). Reparos só a questões de pragmática: Trancredo não seria tratado por «majestade» (mesmo assumindo-se que os que o rodeavam tivessem ilusões acerca da sua linhagem); não creio que, em meados do século XIX, uma senhora dissesse à sua criada para se sentar (e é claro que a criada não se sentaria no braço do sofá). Duração 3:05.
Carolina
Carolina (17,5-17,6) Concepção O género é indefinido (entre o monólogo, quase poético, e a narrativa breve, o incidente, a anamnese — momento breve, por vezes irrelevante, que se tenta fixar). Há uma narração (uns «conselhos para a vida») que decorre enquando é focada uma personagem (que poderia ser a enunciadora dessa reflexão mas não é certo seja). Num segundo, e final, momento, já temos um diálogo em que intervém a mesma personagem feminina e um rapaz. O desfecho é de imediato associado aos Maias (Carolina/Maria Eduarda; Ricardo/Carlos Eduardo). Em todo o filme (música, modos de filmagem, escolha dos espaços, lettering) se revela apurado sentido estético, artístico. Expressão oral Muito boa leitura (embora o estilo de texto a ler não seja dos mais difíceis). Texto Bem escrito. Por motivos didácticos, preferia que o texto fosse um pouco mais longo (mas é verdade que, assim, poder-se-ia prejudicar uma das características deste tipo de micro-ficções, a sua brevidade, o epílogo inesperado). A construção «especular os acontecimentos» talvez seja possível, mas parece-me mais esperável «especular acerca dos acontecimentos». Acho «o nosso eu pensante» uma expressão demasiado rebuscada. Tenho dúvidas sobre se «nos faz transcender as nossas expectativas» é viável («faz que suplantemos as nossas expectativas»). Duração 1:39.
Dulce
Dulce (17,5) Concepção Em tom ligeiro, aborda-se o facto de Os Maias serem obra vista como emblema do cânone escolar (o que aliás acaba por a prejudicar para boa parte dos efeitos que se pretendiam com a leitura de textos literários). Para o estilo de leve ironia concorrem, logo no início, a articulação de música e animação (nos dizeres em slide); a construção do texto (adjectivação, sobretudo); o jogo entre o que vai sendo dito e as imagens que servem de fundo à locução. A ironia é conseguida, muitas vezes, pela forma como as imagens (por vezes, de BD; algumas a implicar inferências nossas) pontuam o discurso (prazenteiro também, mas mais cuidado, mesmo erudito). Expressão oral Muito boa leitura, em que não notei falhas. Texto Já elogiei o «corpo-a-corpo» com as imagens. De qualquer modo, é um texto que, mesmo se fosse só ouvido (sem o decisivo contraste que constituem os slides), seria também agradável de seguir, já que está construído com sintaxe e léxico, digamos, ecianos (isto é, com requintes de ironia ‘à Eça’), sem que notasse quaisquer erros (há apenas uma proximidade de dois «pequeno[s]», que eu resolveria trocando o adjectivo de «pequeno país»). Curiosamente, chega a haver trechos que correspondem a discurso indirecto livre («Ah! Que bernarda!», «O mais cedo possível!», inseridos dentro de partes de discurso indirecto); já agora: seriam talvez momentos que exigissem uma leitura ligeirissimamente mais expressiva. Duração 2:35
Filipa & Raquel (18,2) Concepção Cria-se um telejornal, que inclui uma reportagem-documentário, aproveitando-se intriga e temas de Os Maias (dos capítulos iniciais, no caso). Música, tratamento das imagens, ritmo da entrada em cena das personagens, turnos das falas, mimam bem este último género, que não é bem de ligação ao exterior num telejornal (é mais o de peça alargada que pode fechar um telejornal, ou mesmo o género ‘documentário’). Também o momento da notícia no telejornal é verosímil (certo deslizar da câmara é o único aspecto que compromete o pastiche), incluindo a publicidade que o antecede. A parte do filme no exterior implicou excelente trabalho de direcção de actores (parabéns ao Gonçalo, ao Tomás e à Inês, mas, é claro, também às encenadoras). Expressão oral Não notei falhas nas várias leituras em voz alta (a de Raquel é muito boa, mas a de Filipa é igualmente pelo menos melhor do que a de quem está a imitar — o que, diga-se, não é particularmente difícil —, havendo só umas duas ou três palavras lidas com excessiva rapidez, o que levou a síncopes à «lisboeta»). Texto Tanto o género 'notícia' como o da 'reportagem-documentário' estão bem interiorizados. Como o registo (nas perguntas ou nas explicações introdutórias) é formal, nota-se logo a mínima quebra da gramaticalidade, qualquer desvio ao registo muito cuidado que se adoptou. Ora não me soa bem «ao olharmos sobre a infância», embora seja decerto aceitável (parece-me melhor: «ao olharmos para», «ao analisarmos a»); em de «a sua educação tem uma fiel crença», proporia «a sua educação foi fundada na crença de que...» ou «o tipo de educação que lhe dada é fiel à crença de que»; «dois tipos de educação presentes em Portugal» também não é famoso («existentes»). Em «quer que eu seja um cavalheiro e não fazer [por «e não faça»], Tomás evita o Conjuntivo, o que é esperável na sua idade. Nos dizeres de slides, surge «Eusebiozinho» com acento (ora «Eusébio» tem acento, mas o diminutivo já não pode ter). Duração 5:15.
Inês & Joana C.
Joana C. & Inês (17,5) Concepção Imita-se um programa cultural televisivo, designado «Câmara Clara» (embora não creia que haja vontade de, especificamente, caricaturar o programa de Paula Moura Pinheiro). A entrevista é pretexto para se exporem ideias importantes acerca de Os Maias (e efectivamente abordadas em aula; não se trata de noções lidas de uma sebenta, à pressa). Expressão oral O texto a dizer foi decorado (ou, no início, também lido, sem que nos apercebamos?) mas houve, mais do que a simples memorização, representação. Essa representação saiu muito bem. Como se mima uma situação, a de entrevista, que já seria, no original, bastante representada, mesmo as hesitações que possam surgir são verosímeis (inesperado seria que um intelectual, ao ser entrevistado, debitasse um texto sem falhas). Joana foi muito natural nesse papel (o de, de vez em quando, hesitar um pouco, mas de modo natural, como aconteceria numa depoimento verdadeiro). Inês, como competia à jornalista, foi mais irrepreensivelmente fluente. Uma das ajudas de Clara Carvalho a Eduarda Vasconcelos (será este nome um cruzamento dos dois mais melosos pedopsiquiatras convidados das televisões, Eduardo Sá e Ana Vasconcelos?), «com base [nas inglesas]», pareceu-me precipitada (era implausível que a jornalista se antecipasse à frase que a académica ia concluir). Só o cenário traiu um pouco a verosimilhança da entrevista (mas pode alegar-se que seria um daqueles episódios destas séries realizados num exterior para celebrar alguma efeméride, talvez a inauguração da sala anti-stress da ESJGF); um slide que, a certa altura, divide a entrevista também é forçado. Texto O texto não podia ser tão rico ou certinho do ponto de vista da sintaxe escrita, como teria de ser um outro que se destinasse à simples leitura em voz alta; fizeram bem em seguir a gramática e léxico convenientes a um texto oral, ainda que com razoável formalidade. Reparos: «tentam almejar uma felicidade» não me soa bem (mas admito que seja sobretudo pela brincadeira dos Gato Fedorento em torno deste verbo); pelo menos, no final, não pode ser «acabam por não almejar nada» (talvez: «acabam por nada alcançar», «concretizar», conseguir», «levar a cabo»). No slide que dá nome ao programa, as aspas deviam colar-se às palavras (sem espaços) ou, melhor ainda, podiam ser suprimidas (os títulos só quando os citamos é que levam aspas; na capa de um livro, na placa de uma rua, virá o nome apenas). Duração 4:14.
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