Friday, September 11, 2009

Aulas (1.º período)

Aula 1 (15, 16 ou 17/Set) [A primeira parte da aula corresponde às explicações sobre programa e conselhos para o ano, adivinháveis através da apresentação que fica mais abaixo.] Seguiu-se, para depois se responder a perguntas sobre o assunto, a leitura destas definições de Protótipos textuais.

Cada protótipo textual (ou tipo de texto) define-se por um determinado grupo de características, podendo algumas destas características ser constantes e outras variáveis. [...] A maior parte dos textos é constituída por numerosas sequências, as quais poderão actualizar diferentes protótipos textuais. De facto, num mesmo texto costumam ocorrer sequências de diferentes tipos (por exemplo, num texto narrativo é habitual surgirem sequências de tipo descritivo e sequências de tipo conversacional-dialogal).

Existem múltiplas formas de actualização do protótipo textual narrativo: contos, fábulas, histórias, parábolas, reportagens, notícias e relatos de experiências pessoais. O texto narrativo centra-se na acção, no relato dos acontecimentos.

As sequências textuais que actualizam o protótipo descritivo são construídas em torno de um dado objecto, acerca do qual se predicam diversos atributos. Os textos descritivos são uma exposição de diversos aspectos que configuram o objecto sobre o qual incide a descrição. Tudo pode ser objecto de descrição, mas as descrições mais frequentes incidem sobre pessoas e personagens (quer traços físicos quer atributos psicológicos), espaços e situações atmosféricas.

O objectivo central dos textos/discursos que actualizam o protótipo textual argumentativo consiste em justificar ou refutar opiniões. As sequências textuais e os textos de tipo argumentativo são frequentes nas interacções verbais do nosso dia-a-dia: na propaganda política, nos debates televisivos sobre questões polémicas e mesmo em situações informais de interacção sobre aspectos práticos.

Estão associados ao protótipo textual expositivo-explicativo (ou, simplesmente, «explicativo») os textos em que se apresentam análises e sínteses de representações conceptuais. Podemos encontrar este protótipo textual nos manuais das disciplinas científicas, em que se passa constantemente da exposição — sucessão de informações com o objectivo de dar a conhecer algo — à explicação — com o intuito de fazer compreender o «porquê» do problema e a sua resolução. Já agora: também as presentes definições de protótipos textuais se enquadram no protótipo expositivo-explicativo.

Os textos que actualizam o protótipo injuntivo-instrucional têm subjacente o objectivo de controlar o comportamento dos seus destinatários. Este protótipo textual é actualizado numa grande diversidade de textos, desde enunciados simples (como «Proibido tirar fotografias») até às regras de utilização de um software. Todas as instruções (receitas de culinária, instruções de montagem, etc.) se incluem neste protótipo.

O protótipo dialogal-conversacional, também designado apenas «dialogal», é actualizado em textos produzidos por, pelo menos, dois interlocutores que tomam a palavra à vez. Este protótipo manifesta-se, por exemplo, nas interacções orais quotidianas, nas conversas telefónicas, nos debates e nas entrevistas.

Dados os seguintes fragmentos, tenta identificar de que tipo de texto se trata:

1 Naquela noite o vento uivava, vadio. Os galhos dos castanheiros rumorejavam, nervosos, batidos pelo vendaval e pelos cocós de cão...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo __________.

2 Quando falamos de «tipos de texto», tentamos sistematizar, arrumar, organizar nuns poucos «gavetões» semânticos produtos discursivos que, apesar de em número infinito, apresentam características comuns que aproximam alguns deles entre si.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo __________.

3 — Como se chama este cão?
— Cocó.
— Essa é boa! A um cão não se chama «Cocó»!
— Então?
— Um cão é «Ringo», «Faísca», «Rex», «Hermenegildo».

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo __________.

4 Crianças: devem tomar um comprimido, três vezes ao dia, antes das principais refeições. Adultos: dois comprimidos, três vezes ao dia, antes do principal cocó.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _________.

5 Se a é igual a 1 e b é igual a 1, então a é igual a ⅞ de 2 + 74 ÷ 5 × 24 cocós de cão.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _________.

6 A boneca tem feições de marfim; pálidas, lisas, de veludo; e os seus cabelos são ondas de ouro, descendo, levemente, sobre os ombros...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _________.


[exercício de: Álvaro Gomes, Gramática pedagógica e cultural da língua portuguesa, 2006; definições adaptadas de glossário da TLEBS; cocós e Hermenegildos meus]

Veremos cinco sketches da série Barbosa. É claro que poderíamos considerar que todos eles exemplificam o protótipo textual dialogal, já que mostram personagens em conversa. Porém, abstraindo-nos dessa moldura geral, é possível descobrir em cada cena o protótipo, ou os protótipos, mais presentes.



«Matarruanos dão indicações»


«Sobrevivente de desastre»


«Funcionário que bolsa»


«Bom dia, boa tarde»


«Javard Air»


TPC — No Caderno do Aluno, p. 52, lê as definições dos seis protótipos textuais. [Corrige a gralha em «Dialogal-convencional»: é «conversacional», claro.] Lê também o resto da p. 52 e a p. 53.
Aula 2 (17 ou 18/Set) Tendo presente o que terás lido em casa (Caderno do aluno, 52-53) e que revimos há pouco, completa a tabela. (Não tenhas a preocupação de te deter muito em cada texto. Trata-se, na maioria dos casos, de poemas que já terão lido no nono ano. Procura apenas reconhecer nos textos o pouco de que precises para completar a tabela com suficiente segurança.)



Entretanto, ouviremos gravações de alguns destes textos.

[Segue-se um videograma — de Rita Sá — feito para Wordsong Pessoa, mas não o que passámos em aula («Ode triunfal»). Este «(Brave) Save My Soul» baseia-se na «Ode Marítima», também de Álvaro de Campos. Segue-se o filme de «Opiário», ainda do mesmo heterónimo de Pessoa.]







Debruça-te agora especialmente sobre os dois textos na p. 158 — «Ela canta, pobre ceifeira» e «Gato que brincas na rua» —, completando as lacunas nas respostas que se seguem, relativas a algumas das perguntas da p. 159 (as respostas a 3.1 e 3.2 já estão mesmo completas). Depois, não será inútil relanceares o comentário «A dor de pensar» (p. 159).

1. O canto da ceifeira brota de uma voz simultaneamente alegre e _______, é suave e musical como um _________. A expressão «a sua voz, cheia / de alegre e anónima viuvez» contém uma dupla adjectivação e um paradoxo expressivos; igualmente significante é a metáfora «Ondula».

2.1 O adjectivo «pobre», anteposto ao substantivo «ceifeira», expressa a apreciação {escolhe} subjectiva/objectiva que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não sabe. Se o mesmo adjectivo estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a condição social da ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe} conotativo/denotativo.

2.2 Ao ouvir o canto, o poeta sente-se, paradoxalmente, ________ e ________.

2.3 A ceifeira canta «sem razão», isto é, sem pensar. Pelo contrário, o sujeito poético, que sente tristeza e alegria ao ouvir o canto, pensa no que sente, não consegue sentir sem _______. Nele, a sensação converte-se em ______________, intelectualiza-se.

2.4 O poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que é o mesmo que dizer que gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria, simultaneamente, de ser ele mesmo, de ter a consciência de ser _________. O que o poeta deseja, afinal, é unir o sentir ao _________.

3.1 É com tristeza e desolação que o poeta afirma a consciência que tem do peso da ciência, do pensamento, que impede que a vida, que é tão breve, seja vivida inconsciente e alegremente.

3.2 No final do poema, o poeta exprime o desejo de se deixar invadir e conduzir pelas sensações despertadas pela natureza — o céu, o campo — e pelo canto da ceifeira. Este desejo de sentir equivale ao desejo de não pensar.

4. Flexão verbal — na primeira parte do poema (estrofes 1 a 3) é utilizado, na 3.ª pessoa, quase exclusivamente o _______ do indicativo, que serve para referir o confronto entre o poeta e a ceifeira; na segunda parte (estrofes 4 a 6) é utilizado sobretudo o ________, que traduz o desejo do poeta de ser como a ceifeira; o _________ («Julgando-se, pensando, levando-me») está também presente, com o seu aspecto durativo.
Pontuação — as frases em que é usado o imperativo para exprimir o apelo/desejo, são ________, cheias de intensidade emotiva.
Adjectivação — para além dos adjectivos já comentados em 1 e 2.1, são significantes os adjectivos «alegre», a acompanhar e caracterizar a não consciência da ceifeira e «breve», a caracterizar a vida, sublinhando o drama de a passar sem sentir plenamente.
Para além dos recursos assinalados em 1, poderemos referir o paradoxo «alegra e _______», a caracterizar o contraditório estado de alma que o canto da ceifeira provoca no sujeito poético; a metáfora «na sua voz há o campo e a lida», a sublinhar a vida positiva que se desprende da voz da mulher; a _________ «canta como se tivesse mais razões para contar que a vida», a insinuar a inconsciência de quem canta.

[Não se chegou a fazer:] Terminamos com um sketch com ceifeiras (série Barbosa) que nos mostra um «mundo ao contrário» do de Pessoa. A genuidade das ceifeiras é aqui procurada por um jornalista que, se não lhes inveja a inocência, pelo menos acredita na sua espontaneidade, que pretende aproveitar numa reportagem «etnográfica». Esta presunção de superioridade — no fundo, o jornalista crê ser mais racional do que a boa gente do campo, que julga submissa — vai ser beliscada pela progressiva revelação das alegadas simples mulheres rústicas.

TPC — Em folha solta, escreve curtos textos (bastam os começos, como fiz nos exercícios 1 a 6 da aula passada) que ilustrem cada um dos seis protótipos textuais que vimos. Esses textos devem todos focar-se num mesmo objecto (ou assunto) ou, pelo menos, incluir sempre alguma alusão ao mesmo substantivo.
Aula 3 (22, 23 ou 24/Set) Conselhos de redacção (a propósito das correcções da resposta à pergunta 5 da p. 159) [ver Apresentação].
Cópia de uma resposta possível:
O tema é o mesmo em ambos os poemas — a dor de pensar provocada pela intelectualização do sentir. O poeta gostaria de ser como a ceifeira, ter a sua alegre inconsciência, mas, ao mesmo tempo, saber-se possuidor dessa inconsciência. Do mesmo modo, gostaria de ser como o gato que apenas sente («sentes só o que sentes») e por isso é feliz («és feliz porque és assim»), enquanto o poeta pensa («vejo-me e estou sem mim, / conheço-me e não sou eu»).

Tendo visto a primeira parte de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).








Pessoa viveu parte da infância e da adolescência em território da actual África do Sul (à época, colónia inglesa).

Fernando Pessoa admirava Cesário Verde.

O poema «Tabacaria» é do heterónimo Ricardo Reis.

«Sou tudo» é o primeiro verso de «Tabacaria».

Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António, em Lisboa, em 1898.

Pessoa nasceu em frente ao teatro de São Carlos, que seu pai, crítico musical do Diário de Notícias, frequentava.

«Eis-me aqui em Portugal» é o primeiro verso de uma quadra que, ainda criança, dedicou à mãe.

«Deus quer, o homem sonha, a obra morre» é o primeiro verso de «O Infante», poema de Mensagem.

Enquanto adolescente, Pessoa viveu com a madrasta, o pai e os cinco meios-irmãos.

A língua em que mais escrevia até cerca dos vinte anos era o francês.

Em Lisboa, durante dois anos, Fernando Pessoa foi aluno da Faculdade de Direito.

Pessoa teve uma tipografia, comprada com herança da avó Dionísia, mas esse negócio não teve grande sucesso.

O emprego de Pessoa implicava um rígido horário fixo, como o de um funcionário público.

No local do emprego, Fernando Pessoa nunca escrevia textos seus.

O poeta americano Walt Whitman influenciou Fernando Pessoa.

Pessoa deixou mais de trinta e sete mil papéis com escritos seus.

Em Lisboa, Pessoa viveu em cerca de dez casas diferentes.

Sendo embora Lisboa o seu habitat preferencial, Pessoa viajava frequentemente.

A estreia de Pessoa no meio literário aconteceu em 1912, com a publicação de artigos na Águia.

A revista Orpheu teve como colaboradores, entre outros, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros.

Ao releres o excerto da «Ode triunfal» (p. 183), que na última aula viste apenas na diagonal, repara agora nas características deste heterónimo apontadas na parte «orientação de leitura» (p. 183, em baixo; também na p. 194 se elencam os aspectos mais típicos da poesia de Álvaro de Campos).
A partir dessa releitura (eventualmente, também, depois de uma vista de olhos à «Ode marítima», na p. 185), cria uma «Ode [escolher]» — de apologia a um assunto, objecto, e ao estilo deste heterónimo de Pessoa.

Ode a _____ / Ode _____ {adjectivo}


TPC — Lê as pp. 148-149 (incluem um excerto da carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro acerca da génese dos heterónimos).
Aula 4 (24 ou 25/Set) O poema seguinte, que é de 21-10-1935 (ou seja, pouco mais de um mês antes de Pessoa morrer), é subscrito por Álvaro de Campos. Não tem, porém, algumas das características que já vimos no Campos futurista e sensacionista — o das odes.

Não modernizei a grafia (Pessoa escrevia segundo a escrita comum antes da primeira reforma ortográfica, em 1911). Actualiza tu a grafia, emendando o texto a lápis.

Há uma estrofe que traduz bem a reflexão que o Pessoa ortónimo fazia em «Ela canta, pobre ceifeira» e em «Gato que brincas na rua». É a estrofe ___.

Aliás, é preciso dizer que há pontos de contacto entre textos de Álvaro de Campos e muitos dos do ortónimo. A alusão ao passado e à infância como tempos perdidos é um deles. De qualquer modo, vê das características de Álvaro de Campos elencadas na p. 194 («Linhas de sentido / Temas recorrentes» & «Estilo) as que cabem a este poema. Serão:
______________;
______________;
______________;
______________;
______________.

Todas as cartas de amor são
Ridiculas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridiculas.

Tambem escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridiculas.

As cartas de amor, se ha amor,
Têm de ser
Ridiculas.

Mas, afinal,
Só as creaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridiculas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridiculas.

A verdade é que hoje
As minhas memorias
D’essas cartas de amor
É que são
Ridiculas.

(Todas as palavras exdruxulas,
Como os sentimentos exdruxulos,
São naturalmente
Ridiculas.)

Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli, 1990








Passa agora ao poema da p. 189, «Aniversário», também de Álvaro de Campos.

Transcreve algum verso em que se perceba ainda o problema existencial que vimos em «Gato que brincas», «Ela canta, pobre ceifeira» — do ortónimo — e, há pouco, em «Todas as cartas de amor são ridículas», de Campos.

Repete o exercício tentado com «Todas as cartas [...]», encontrar entre as características de Campos resumidas na p. 194 o que esteja abonado em «Aniversário». Desta vez, transcreve trechos que ilustrem cada item que ponho a seguir:

comparações inesperadas: __________
metáforas inesperadas: ___________
exclamações: ____________
anáforas: ____________
apóstrofes: ___________
paradoxos: ___________
repetições: ___________
versos longos e livres: muitos das primeiras estrofes, sobretudo.
articulados com alguns bastante curtos: os da última estrofe, por exemplo.
fuga para a recordação e/ou sonho: __________
poetização do prosaico, comum e quotidiano: ____________
fragmentação do eu: __________
angústia existencial: [todo o texto, decerto]

Responde às perguntas 1, 2.1, 2.2, 3.2, 3.3, 6.1, 6.2 e 8 da p. 190:

1. 15 de Outubro é a data do aniversário de _______; 13 de Junho é a data do aniversário de _______.
2.1 O passado era o tempo da _________.
2.2 _______________.
3.2 Na infância, o sujeíto poético era feliz, mas ________. Só no presente, em que já perdeu essa felicidade inocente da infância, é que sabe que _________.
3.3 _______________.
6.1 A expressão «Vejo tudo outra vez» inicia a presentificação do passado que, assim, substitui o ___________.
6.2 À euforia do passado tornado presente segue-se, na estrofe seguinte, a disforia da tomada de consciência de que é impossível recuperar ______________.
8. _______________.








Tendo visto a segunda, e última, parte de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.

Ricardo Reis era médico e monárquico.

Álvaro de Campos era alentejano e formado em engenharia pela Universidade Independente.

Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.

Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.

Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.

Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.

Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.

Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.

Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.

Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».

Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).

Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.
Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.

A revista Presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.

Pessoa fundou a Athena, revista onde foram publicados poemas de Ricardo Reis e de Alberto Caeiro.

O único livro em português, publicado em vida, de Pessoa foi Mensagem, destinado a um concurso.

Fernando Pessoa morreu depois de internamento no Hospital de São Luís dos Ingleses.

A última frase que Pessoa escreveu foi «I know not what tomorrow will bring».

Fernando Pessoa foi enterrado nos Prazeres, mas os seus restos mortais repousam agora nos Jerónimos.


TPC — Lê as pp. 182 («Álvaro de Campos: o filho indiscipinado da sensação») e 184 («Futurismo»).
Aula 5 (29, 30/Set ou 1/Out) Vai relendo as pp. 148-149 do manual, que te pedira visses em casa, e circunda em cada item a melhor alínea.

Os protótipos textuais mais presentes neste excerto de carta são
a) expositivo, argumentativo, narrativo.
b) descritivo, expositivo, injuntivo.
c) dialogal, argumentativo, injuntivo.
d) descritivo, narrativo, injuntivo.

A epígrafe de Eduardo Lourenço serve para
a) alertar para o risco de se levar à letra o texto de Pessoa.
b) justificar o interesse de se ler o texto de Pessoa.
c) resumir o texto que se segue.
d) desvalorizar a carta de Pessoa a Adolfo Casais Monteiro.

O heterónimo que primeiro «escreveu» um texto, ainda que sem que Pessoa o tivesse ainda criado ou sequer nomeado, foi
a) Alberto Caeiro.
b) Álvaro de Campos.
c) Ricardo Reis.
d) Bernardo Soares.

O heterónimo que Pessoa considera ser mestre de todos os outros (e até do ortónimo) é
a) Ricardo Reis.
b) Álvaro de Campos.
c) Bernardo Soares.
d) Alberto Caeiro.

Pessoa considera o estilo de Campos
a) irregular.
b) semi-irregular.
c) semi-regular.
d) regular.

O poeta bucólico que Pessoa resolvera criar para fazer partida a Mário de Sá-Carneiro foi
a) Ricardo Reis.
b) Álvaro de Campos.
c) Bernardo Soares.
d) Alberto Caeiro.

O heterónimo Ricardo Reis foi criado por Pessoa em
a) 1887.
b) 1914.
c) 1935.
d) 1910.

Os dois heterónimos de Pessoa que aprenderam latim foram
a) Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
b) Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
c) Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
d) Alberto Caeiro e Bernardo Soares.

O tempo verbal em «Ocorria-me um dito de espírito [...] Dizia-o, imediatamente, espontaneamente [...]» traduz uma acção decorrida no
a) passado, pontualmente.
b) passado, repetidamente.
c) presente e que se prolonga no tempo.
d) presente, esporadicamente.

[Agora, vai até à p. 182, que também pedira que lesses]

As fases decadentista, futurista e intimista de Álvaro de Campos estão representadas em, respectivamente,
a) «Ode triunfal», «Ode marítima», «Opiário».
b) «Opiário», «Ode triunfal», «Todas as cartas de amor são ridículas».
c) «Todas as cartas de amor são ridículas», «Aniversário», «Ode triunfal».
d) «Aniversário», «Ode marítima», «Todas as cartas de amor são ridículas».

O vanguardismo de Campos manifesta-se sobretudo na faceta
a) futurista-sensacionista.
b) decadentista.
c) intimista.
d) triunfal.

[Finalmente, foca-te na p. 184.]

O movimento futurista,
a) que não se coibiu de escandalizar sociedade, integra-se no Modernismo.
b) cujo manifesto português é de 1909, integra-se na estética de Marinetti.
c) uma das facetas do Modernismo, exaltou a imobilidade pensativa e o êxtase.
d) que integrou o chamado «Modernismo», fazia óóó-óóóóóóóó-óóóóóóóóóóóóóóó.

Os excertos de Jacinto do Prado Coelho e de E. Melo e Castro são, fundamentamente,
a) descritivos.
b) narrativos.
c) explicativos.
d) argumentativos.




Figuras de estilo

A tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?» (Zé Carlos), arrumadas segundo a classificação em «Recursos estilísticos», Caderno do aluno, 76-79.
Completa as definições, usando mais a tua linguagem do que a formulação nas referidas páginas do Caderno — procura chegar a uma definição entendível e simples. Deixei ficar algumas figuras de estilo que não surgem nos sketches. Nesses casos, o teu papel será criar uma abonação que pudesse entrar no mesmo contexto (Jesus a falar aos apóstolos).





TPC — Quando puderes, lê aqui toda a carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos. Vê também de novo as páginas do Caderno do aluno usadas hoje (pp. 76-79).
Aula 6 (1 ou 2/Out) Na p. 191, lê o poema «O que há em mim é sobretudo cansaço», de Álvaro de Campos. Segue-se uma sua análise, que deves completar apenas com transcrições do texto.

Percebe-se pela quintilha inicial que o cansaço que domina o sujeito poético não tem uma origem definida nem um motivo concreto (assim se reconhece no segundo e terceiros versos, bipartidos: «___________»). No final da estrofe, explicita-se mesmo o carácter, quase caprichoso, deste cansaço permanente e, decerto, essencialmente psíquico: «____________» (vv. 4-5).
Na segunda estrofe, o poeta começa uma diferenciação relativamente aos outros, que prosseguirá até ao fim do poema. Nos três versos que iniciam a oitava, apresentam-se as sensações, as paixões, os amores que mobilizam os outros, resumido em «____________» (vv. 9-10), súmula claramente depreciativa. Nos três versos que fecham a estrofe, a epífora («___________») assinala a reacção do poeta ao que costuma embevecer os que não são como ele.
Na terceira estrofe, três versos anafóricos servem para representar a atitude com que o poeta se vai contrastar (___________). Em nenhum destes tipos de idealismo o poeta se reconhece, por razões que enuncia em paradoxos: «___________».
A última estrofe analisa as consequências, como logo anuncia a pergunta que a abre («__________»). Como já acontecera antes, começa-se pelos «_______» (que ficam com «__________», «__________», «_________» — notem-se o quiasmo, o paralelismo, a antítese, todos tão pessoanos).
Os cinco últimos versos são muito expressivos. O verso que introduz esta parte sobre o poeta fecha a anáfora que vinha dos três versos anteriores (com a preposição «_______») e inicia a enumeração dos adjectivos caracterizadores do cansaço do poeta («________», «_________», «________»), não sem pelo meio se inserir uma expressão interjectiva («_________»). Depois, partindo do superlativo neologístico «____________» («supremo» já é um superlativo relativo de superioridade, corresponde a ‘o mais alto’), o poeta utiliza isoladamente o sufixo «______», indicador do grau, amplificando-o através da repetição, que sugere a sua ligação ao substantivo «_______». É um processo — modernista — de desconstrução e reconstrução das palavras.

Veremos agora trechos do filme Conversa acabada, de João Botelho, que trata da amizade entre Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Os trechos que nos vão interessar reportam-se ao «dia triunfal» — que Pessoa relatou na célebre carta a Adolfo Casais Monteiro —, o dia do surgimento do heterónimo Alberto Caeiro, «mestre» dos que logo se lhe seguiram.


Lê o «Poema segundo» de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro, na p. 176.
Responde às perguntas 1, 2, 3 (acrescentando nas respostas a palavra que falta); 4 (completando a resposta com mais duas máximas); 5 (escrevendo toda a resposta); 6 (escolhendo só o que deixei como alternativa dentro das chavetas).

1. O girassol olha sempre o sol de frente, assim, um «olhar nítido como um girassol» é aquele que vê a realidade à luz do sol, com toda a __________ que essa luz propicia.

2. Na 2.ª estrofe, o poeta afirma acreditar na realidade porque a vê: a sensação visual basta-lhe na sua relação com o Mundo. Ao pensamento, rejeita-o, afirmando, como argumento, que «pensar é não ___________».

3. Considerando que a filosofia é a procura, a interrogação do conhecimento, este verso («Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...») corresponde a uma afirmação do primado da sensação sobre o ____________.

4. Máximas argumentativas: «Pensar é não compreender...» // «Pensar é estar doente dos olhos» // «Quem ama nunca sabe o que ama/nem sabe porque ama, nem o que é amar» // «____________» // «_____________».

5. __________________

6. Neste poema, é utilizada uma linguagem {simples / sofisticada}, ao nível lexical, e uma articulação do discurso com predomínio da {coordenação / subordinação}. Os primeiros versos das duas primeiras estrofes («O meu olhar é nítido como um girassol» / «Creio no mundo como num malmequer») contêm {comparações / metáforas / alegorias} que ajudam a operar o processo, caro a Caeiro, de conversão do {abstracto em concreto / concreto em abstracto}. O uso repetido das palavras do campo lexical de «olhar» revela o primado da sensação visual sobre o {pensamento / cocó}. Os dois últimos versos constituem um silogismo cujo inacabamento é revelado pelas {vírgulas / reticências / inocências}. Quanto à estrutura formal, o poema apresenta liberdade estrófica e métrica e ausência de rima.

TPC — Lê «Alberto Caeiro, o mestre tranquilo da sensação» (p. 173) e «Alberto Caeiro» (181).
Aula 7 (6, 7 ou 8/Out) Vai lendo a parte VI de «Chuva Oblíqua», de Fernando Pessoa, na p. 169 do manual. Trata-se do poema a que Pessoa aludiu assim na carta sobre a génese dos heterónimos:
«escritos que foram esses trinta e tantos poemas [de Caeiro], imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a “Chuva Oblíqua”, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa/Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou, melhor, foi a reacção de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro».

Antes de começares, vê o que é dito na «Orientação de leitura».
No manual ou em folha tua, assinala os versos que se reportam à infância — com Q(uintal) —, os que se reportam ao presente do sujeito poético — com T(eatro) — e os que misturam estes dois planos — com QT.




Depois de assistirmos a dois sketches (da série Barbosa) e de ouvirmos uma leitura de duas das seis partes de «Chuva Oblíqua», descodifica estas metáforas:






Note-se que «soldados da paz» (por ‘bombeiros’) e «órgão sexual masculino (por ‘pénis’) são {escolhe} eufemismos / perífrases / hipérboles.

Há um passo celebérrimo da literatura universal, no primeiro volume de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, que exemplifica bem o processo de recordação a partir de uma sensação reencontrada, como acontece com a música nesta parte sexta de «Chuva Oblíqua» (e, como sucede também, por exemplo, em «Un Soir à Lima», de Fernando Pessoa, que, entretanto, procurarei pôr em GdN).
O romance a que me reporto — o primeiro volume de À la recherche do temps perdu (Du côté de chez Swann [Do lado de Swann]) publicado em 1913 — é quase contemporâneo das incursões interseccionistas de Pessoa. O trecho da «madalena» («madeleine») de Proust é aqui reproduzido a partir da tradução de Pedro Tamen (Lisboa, Relógio d’Água, 2003):

Havia já muitos anos que, de Combray, não existia para mim tudo o que não fosse o teatro e o drama do meu deitar, quando, num dia de Inverno, ao regressar a casa, a minha mãe, vendo-me com frio, me propôs que, contra o meu hábito, tomasse um chá. Comecei por recusar e, não sei porquê, mudei de opinião. Ela mandou buscar um daqueles bolos pequenos e roliços chamados «madalenas», que parecem ter sido moldados na concha estriada de uma vieira. E não tardou que, maquinalmente, abatido pelo dia taciturno e pela perspectiva de um triste dia seguinte, levei à boca uma colher de chá onde deixara amolecer um pedaço de madalena. Mas, no preciso instante em que o gole com migalhas de bolo misturadas me tocou no céu da boca, estremeci, atento ao que de extraordinário estava a passar-se em mim. Fora invadido por um prazer delicioso, um prazer isolado, sem a noção da sua causa. Tornara-me imediatamente indiferentes as vicissitudes da vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade, do mesmo modo que o amor opera, enchendo-me de uma essência preciosa: ou, antes, tal essência não estava em mim, era eu mesmo. Deixara de me sentir medíocre, contingente, mortal. Donde poderia ter vindo aquela poderosa alegria? Sentia-a ligada ao gosto do chá e do bolo, mas ultrapassava-o infinitamente, não devia ser da mesma natureza. [...]
E, de repente, a recordação surgiu-me. Aquele gosto era o do pedacinho de madalena que em Combray, ao domingo de manhã (porque nesse dia não saía antes da hora da missa), a minha tia Léonie, quando lhe ia dar os bons-dias ao quarto, me oferecia, depois de o ter ensopado na sua infusão de chá ou de tília. A visão da minúscula madalena nada me fizera lembrar até a ter provado; talvez porque, tendo-as visto muitas vezes depois disso, sem as comer, nas prateleiras das pastelarias, a sua imagem deixara aqueles dias de Combray para se ligar a outras mais recentes; talvez porque dessas recordações abandonadas durante tanto tempo nada sobrevivia fora da memória, tudo se havia desagregado; as formas — e também a da conchinha de pastelaria, tão gordurosamente sensual no seu pregueado severo e devoto — tinham sido abolidas, ou, ensonadas, haviam perdido a força de expansão que lhes permitiria chegar à consciência. Mas, quando nada subsiste de um passado antigo, após a morte dos seres, após a destruição das coisas, apenas o cheiro, o sabor, mais frágeis mas mais vivazes, mais imateriais, mais persistentes, mais fiéis, permanecem ainda por muito tempo, como almas, a fazer-se lembrados, à espera sobre a ruína de tudo o resto, a carregar sem vacilações sobre a sua gotinha quase impalpável o edifício imenso da memória.
E, mal reconheci o gosto do pedaço de madalena ensopado na tília que a minha tia me dava (se bem que então ainda não soubesse e tivesse que deixar para muito mais tarde a descoberta de porque é que aquela recordação me fazia tão feliz), logo a velha casa cinzenta sobre a rua, onde ficava o seu quarto, veio, como um cenário de teatro, juntar-se ao pequeno pavilhão que dava para o jardim, que havia sido construído para os meus pais nas traseiras (aquela superfície truncada, a única que até então tinha tornado a ver); e com a casa, a cidade, desde manhã até à noite e com toda a espécie de tempo, a praça para onde me mandavam antes do almoço, as ruas onde ia fazer compras, os caminhos que se tomavam quando estava bom tempo. E, tal como naquele jogo em que os Japoneses se divertem a molhar numa tigela de porcelana cheia de água pedacinhos de papel até então indistintos e que, logo depois de ensopados, se estendem, torcem, tomam cor, se diferenciam, se transformam em flores, em casas, em personagens consistentes e reconhecíveis, assim também, agora, todas as flores do nosso jardim e as do parque do senhor Swann, e os nenúfares do Vivonne, e a boa gente da aldeia, e as suas casinhas, e a igreja, e Combray inteira mais os arredores, tudo isso que toma forma e solidez, saiu, cidade e jardins, da minha xícara de chá.

Num texto narrativo-descritivo-argumentativo, faz uma tua versão da madalena de Proust (ou, se se quiser, da música ouvida por Pessoa).
Terás de evocar uma sensação presente — um cheiro, um gosto, certa música ou som, uma visão, ... —, descrevê-la com bastante completude, bem como ao contexto em que ocorreu, mostrar a surpresa pelo repentino transporte para outro momento, recordar esse momento passado agora recuperado (deixando implícito por que ficou tão memorável).

TPC — Lê os textos expositivos sobre Fernando Pessoa, ortónimo (pp. 152-153; 172). Dá uma vista de olhos ao longo poema «Un Soir à Lima».

Aula 8 (8 ou 9/Out) Preenche as quadrículas em branco, interpretando os actos de fala dos três sketches (série Barbosa). Por vezes, previ duas interpretações (uma, directa; a outra, indirecta, aliás mais verosímil). No tipo (segundo a força ilocutória), porás assertivo, directivo, expressivo, compromissivo. (Nenhum exemplo é de acto declarativo; também não há actos declarativos assertivos.)








Resolve estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (prova de 2007), aproveitando o que já lancei nas respostas.

Grupo I
A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela directamente, no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
O quadrado com cruz de uma janela iluminada!
Fraternidade na noite!

Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.

Quem serás? Doente, moedeiro falsol, insone2 simples como eu?
Não importa. A noite eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,
O coração latente das nossas duas luzes,
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.

Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,
Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da janela com luz?

Sonho, falta de sono, vida?
Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...
Tem graça: não tens luz eléctrica.
Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!


Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifique os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.
2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.
3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).
4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.
______
moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda. insone: pessoa que tem insónias.

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afecta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ________________________; e algum interesse e até fraternidade para com ___________________.

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.
Estão também presentes sensações auditivas — _________________.
É de registar, ainda, a presença de sensações tácteis no(s) verso(s) ________________.
Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

3. O verso 13 do poema pode significar que __________

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — __________




TPC — Pensa nas respostas às perguntas da p. 175 (sobre o poema de Caeiro).

Aula 9 (13, 14 ou 15/Out) Depois de revermos, e ouvirmos, o poema I («Eu nunca guardei rebanhos») de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, leremos outros poemas do mesmo heterónimo, e alegado mestre, de Pessoa.

Hipótese de resposta às perguntas 1.1 a 1.3 da p. 175.
_______________________________
Na p. 177, divide o Poema nono («Sou um guardador de rebanhos») em três partes lógicas (correspondentes a cada uma das três estrofes):

1.ª parte — o sujeito poético afirma ______________;
2.ª parte — reflexão de carácter geral sobre o _____________;
3.ª parte — exemplificação pessoal sobre _______________.

Responde à pergunta 2 (da p. 177) sobre o poema décimo («“Olá guardador de rebanhos”»), completando o que já está lançado:

O poema constrói-se como um diálogo entre o sujeito poético, “guardador de rebanhos”, e alguém que com ele se cruza no caminho e o interpela sobre o significado do vento, símbolo do real. Este diálogo é propício à apresentação de dois pontos de vista: ______________________

Para fecharmos a matéria de gramática que revimos na última aula («Actos de fala»), percorreremos as pp. 32-34 do Caderno do aluno, resolvendo apenas alguns dos itens.

Faz o item 1:
_________________
Experimenta resolver (mas basta uma das frases) o que é pedido em 2:
_________________
Faremos 3, 4 e 5.1 oralmente.
Resolve 5.2 e 5.3:
_________________
_________________
Veremos o resto oral e rapidamente.

Os sketches dos Monty Python — «Court Scene: Multiple Murderer» e «Summarize Proust Competition» — terminam ambos em intervenções inesperadas (do juiz, no caso do tribunal, e do animador do concurso de resumos de Em Busca do Tempo Perdido).





As duas intervenções têm um objectivo ilocutório declarativo. Reformula esses dois actos de fala, tornando-os mais verosímeis (para contextos de verdadeiro tribunal e concurso decente). Faz também que fiquem mais completos do que nos sketches, para assim ficar claro o tipo ilocutório (declarativo) em que se integram.

sketch do tribunal:
— __________________________ — disse o juiz, antes de fechar a sessão.

sketch do concurso:
— _________________________ — informou o locutor, antes da entrega dos prémios.



TPC — Lê as páginas expositivas dedicadas a Ricardo Reis (Plural, 195 e 203).

Aula 10 (15 ou 16/Out) Responde à pergunta 1 (1.1, 1.2, 1.3) da p. 180 (acerca de «O mistério das cousas, onde está ele?»).
______________________

Usando itens soltos, assinala as características de Caeiro encontráveis neste poema XXXIX do Guardador de Rebanhos (no fundo, é a pergunta 4 da p. 180).

[aspectos ideológicos]
__________________
__________________
__________________
[aspectos formais]
__________________
__________________
__________________
__________________

Na p. 11 do Caderno do aluno, resolve os pontos 1.1, 1.2, 1.3, 1.5, completando as respostas que já estão começadas:

1.1 A que mais se aproxima é a acepção ____.
1.2 Neste contexto uma explicação mais adequada seria ‘aquele que ___________’.
1.3 __________________
1.4 O significado mais usual é a acepção 4 — que aliás está de acordo com o sentido etimológico da palavra (lat. amma, “mamã”), pois a ama substitui a mãe na ausência desta.
1.5 Todos os significados têm em comum a noção de ‘____________’.




Sobre o sketch «Homicídio na paragem de autocarro» (série Barbosa):

Do(s) verbete(s) a seguir (do Grande Dicionário Língua Portuguesa, Porto Editora, 2004) transcreve as acepções de «carreira» que permitem ao detective fazer o trocadilho «A tua carreira acabou».


______________________
______________________

O facto de «carreira» ter as ___ {põe numeral} acepções que vemos no verbete significa que se trata de palavra _______ {polissémica / monossémica / homónima / lindinha}.

O campo semântico de «carreira» corresponderá a todos os ______ que ficam implícitos nas várias acepções e nesses mesmos significados.

Não se confunda campo semântico (‘conjunto de contextos em que a palavra surge e os significados que aí apresenta’) com campo lexical (‘conjunto de palavras que remetem para uma dada área da realidade’). Por exemplo, «pista», «investigar», «testemunha», «informador», «disfarce», «homicídio», «interrogar», «detective» são palavras que pertencerão ao campo _________ de ‘_________’.

No poema da p. 181 («Não me importo com as rimas»), insere uma pequena estrofe (3 a 5 versos) que não destoe do resto (que seja «à Caeiro», portanto).

v. __ _____________
___________________
___________________
___________________
___________________


TPC — Vai revendo as matérias (de gramática ou sobre Fernando Pessoa) com que nos temos ocupado. Antes da próxima aula, procurarei dar notícias em Gaveta de Nuvens (aqui) acerca do que pretendo façam como trabalho «grande» para este período.

Aula 11 (20, 21 ou 22/Out) Já há duas aulas pedira que fossem lendo os textos explicativos sobre Ricardo Reis. Comecemos a leitura de textos seus, com a ode «Pois que nada que dure, ou que, durando» (p. 197).

Como é característico dos textos de Ricardo Reis, os versos deste poema têm hipérbatos. Recopia todo o poema, lançando o texto na ordem mais natural possível e sem nada acrescentar ou omitir (mexendo, se necessário, apenas na pontuação):

Anteponhamos ...
.....
Faz a divisão em sílabas métricas do v. 4, 8 ou 12:
____________________
Faz o mesmo para um dos restantes nove versos:
____________________

Responde às perguntas 2.1, 2.2, 3 e 4, completando as respostas já lançadas [para a resposta à pergunta 3, há vantagem em ler o que está na p. 198; para a resposta a 4, terás de ler primeiro a sextilha «Tão cedo passa tudo quanto passa»]:

2.1 O sujeito poético propõe uma vida de fruição do prazer do __________, sem preocupação pelo __________, o que tem por base uma perspectiva __________.

2.2 Nada do que fazemos perdura, tudo é _________.

3. Através da afirmação __________ o poeta nega a existência de um futuro, seguindo-se a implícita defesa da necessidade de viver o presente, dada a efemeridade da ______ e a inevitabilidade da _________.

4. Ambos os poemas defendem o «carpe diem» [‘goza o presente’], ambos têm raízes no _________: porque a vida é ______, é preciso viver o _______.

Lê agora o poema «Quero dos deuses só que me não lembrem.» (p. 197), para responderes às perguntas 1 e 2.

1. Dos deuses o poeta quer apenas _______________, porque não se lembrarem dele é ________________.

2. __________________

O passo que veremos de Clube dos Poetas Mortos interessa-nos por fazer a apologia do «carpe diem» (embora talvez não na precisa perspectiva horaciana — ou na de Reis). Também são curiosas as citações de Walt Whitman — que te lembrarão o Álvaro de Campos futurista.






TPC — Vê aqui instruções para tarefa grande deste período.

Aula 12 (22 ou 23/Out) Questionário em torno de assuntos de funcionamento da língua (protótipos, modos literários, géneros, figuras de estilo; campo semântico; campo lexical; actos de fala).

Escolhe a melhor alínea, circundando-a (e faço notar que é difícil circundar alguma coisa com, por exemplo, setas e cruzes).

A sequência «Deve recolher as fezes do seu cão num invólucro de plástico. Deverá segurar o papel de apoio com a mão esquerda, enquanto deposita o cocó no referido saco. Para o efeito, procederá do seguinte modo: [...]» ilustra bem o protótipo texual
a) injuntivo-instrucional.
b) expositivo-explicativo.
ω) argumentativo.
δ) dialogal-conversacional.

A sequência «O texto argumentativo tem como objectivo interferir ou transformar o ponto de vista do leitor relativamente ao mundo que o rodeia. Esse ponto de vista assenta num conjunto de normas ou valores» é exemplo do protótipo textual
a) argumentativo.
b) expositivo.
ω) descritivo.
δ) narrativo.

A sequência «José Fernando Antunes, natural da Cornualha, numa manhã de domingo, passeava pelo campo, quando avistou um cocó em movimento» pertence ao tipo textual
a) expositivo.
b) descritivo.
ω) narrativo.
δ) argumentativo.

«És um leão!» — dito em admiração pela energia do nosso interlocutor — é
a) uma metonímia.
b) uma personificação.
ω) animismo.
δ) uma metáfora.

«Com energia luto, / Com energia me revolto, / Com energia quero» são versos (bastante maus, benza-os Deus!) em que há o recurso estilístico designado
a) anáfora.
b) metáfora.
ω) sinédoque.
δ) polissíndeto.

Em «Furei o frio e a fome e as fezes» — outro mau verso (é meu!) — há
a) aliteração e anáfora.
b) polissíndeto e anástrofe.
ω) aliteração e polissíndeto.
δ) assíndeto e aliteração.

«Perfume fresco» e «vermelho estridente» são bons exemplos de
a) hipálage.
b) sinestesia.
ω) comparação.
δ) hipérbole.

«Ronaldo defendeu garbosamente o emblema do Mucifalense» contém uma
a) metáfora.
b) epífora.
ω) elipse.
δ) metonímia.

Se, para representar a angústia das pessoas, se disser que se «formaram rios com as suas lágrimas», estaremos perante
a) uma hipérbole.
b) uma ironia.
ω) um pleonasmo.
δ) um hipérbato.

A redacção das acepções que lemos em verbetes de dicionário socorrem-se, muitas vezes, de
a) perífrases.
b) metáforas.
ω) antíteses.
δ) quiasmos.

Em «Ó Dona Noémia, leve-nos estas cortinas que parece que cheiram a cocó» há
a) anástrofe e ironia.
b) paradoxo e antítese.
ω) alegoria e eufemismo.
δ) apóstrofe e comparação.

«Parece-me que o Félix dirige bem o Mucifalense» é um acto de fala
a) directivo.
b) assertivo.
ω) declarativo.
δ) expressivo.

«Está bem, vá. Apareço às três» é um acto de fala
a) directivo.
b) compromissivo.
ω) expressivo.
δ) assertivo.

«Cada vez gosto mais dos animais e menos dos homens» é um acto de fala
a) indirecto, expressivo.
b) directo, declarativo.
ω) indirecto, assertivo.
δ) directo, compromissivo.

«Não tens frio?» é um acto de fala
a) directo, compromissivo.
b) directo, expressivo.
ω) indirecto, declarativo.
δ) indirecto, directivo.

Os Lusíadas integram-se no modo literário
a) dramático.
b) lírico.
ω) poético.
δ) narrativo.

O modo literário dramático inclui
a) os trechos de cariz trágico.
b) as peças de teatro.
ω) os textos que implicam dramatismo.
δ) os textos em prosa.

São géneros do modo lírico
a) a epopeia, o soneto, o hai-kai.
b) a novela, o conto, a farsa.
ω) a ode, o soneto, a écloga.
δ) a quadra popular, o romance passional, a ode.

Os dois verbetes intitulados «canto» no dicionário (cujos étimos são, respectivamente, lat. canthu-, ‘ângulo, canto’, e lat. cantu-, ‘canção’) chegam para percebermos tratar-se de
a) situação de polissemia.
b) fenómeno de homonímia.
ω) várias acepções de um mesmo vocábulo.
δ) campo lexical de ‘geometria’.

«1. excremento; fezes. 2. anel do cabelo. 3. raça de galos e galinhas.» (transcrevo um verbete do Grande Dicionário Língua Portuguesa) será o
a) campo semântico de «cocó».
b) campo lexical de «cocó».
ω) campo lexical de «excremento».
δ) campo semântico de «excremento».

Correcções a redacções entregues.

Visualização de textos visuais sobre Campos, Reis, Caeiro.

Assistência a sketch-canção sobre advérbios de modo em –mente (série Zé Carlos) [no 12.º 1.ª: trecho de Conversa Acabada].



Explicação sobre tarefa grande.

Redacção de resposta-comentário em torno de tempo e Pessoa (a pretexto de anúncio da p. 206) e de slogans.

Vai até à p. 206, onde há um anúncio publicitário: «Omega. O tempo em Pessoa». Num texto com até cento e cinquenta palavras, comenta o slogan, considerando sobretudo a importância do tema ‘tempo’ na poesia de Pessoa (nos três heterónimos, pelo menos).

[Se houver tempo:] Cria três slogans em torno de relógios — Omega — e, respectivamente, de Alberto Caeiro, Álvaro Campos e Ricardo Reis.
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TPC — Começa a pensar na tarefa grande.

Aula 13 (27, 28 ou 29/Out) Correcção do trabalho de gramática [Ver Apresentação]
Lê, ou relê, a parte dedicada ao Estoicismo (filosofia estóica) na p. 198. Lê também os dois parágrafos de Jacinto do Prado Coelho (p. 201) acerca da poesia de Ricardo Reis.
Depois, podes centrar-te no poema de Ricardo Reis na p. 200, «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio».

Reúne as palavras do texto que se podem inscrever no campo lexical de ‘cultura clássica’ (enfim, aquelas palavras que aludem a temas da literatura greco-romana e que indiciam o neoclassicismo tão característico de Reis):
Fado; ______; _______; ______; ______; ______.

Também não faltam formas verbais com valor imperativo. São formas do próprio Imperativo na 2.ª pessoa do singular («vem», «_____», «_____»); ou do Presente do Conjuntivo na 1.ª pessoa do plural («fitemos», «______», «_____», «_____», «_____», «______»). Também um Conjuntivo mas da 3.ª pessoa do singular terá valor imperativo: «que o seu perfume ______ o momento». Certos futuros do indicativo — por sinal, conjugados pronominalmente — talvez tenham também conotação directiva: «lembrar-te-ás», «__________».

Algumas das palavras da ode devem ser tomadas no seu valor conotativo. São metáforas e perífrases integradas em trechos que são, na verdade, alegorias. Traduz:
«o curso do rio» = ‘passagem do _____’; «se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio» = ‘se ______ antes de mim’.

Nesta ode, como se diz na pergunta 2 (p. 200), há marcas de «epicurismo-estóico». Comenta:
Se a vida passa e não se pode evitar a morte, é preciso, por um lado, aproveitar o _______ (epicurismo) e, por outro, vivê-lo com serena e altiva ______ do destino (estoicismo).

Responde à pergunta 1 (p. 200), completando esta resposta:
O sujeito poético propõe a Lídia uma relação ____________, como única forma de evitar o sofrimento provocado pela separação que a morte de um deles acarreta. Esse medo é tão grande, que a morte só é nomeada através dos eufemismos contidos nas expressões «___________» e «____________».

Advérbios em -mente

Ainda na sequência da canção «Advérbios de modo não combinam com amor» (Zé Carlos), vejamos o inventário dos advérbios em –mente nos poemas dos três heterónimos de Pessoa.
Confirma-se que nos versos de Campos são mais encontráveis palavras até certo ponto desengonçadas como são os advérbios longos. Também me parece evidente que a sintaxe dos advérbios neste heterónimo de Pessoa é mais diversificada do que em Reis ou Caeiro.

Reis // Sossegadamente fitemos o seu curso (p. 200) / ____
Reis // Mais vale saber passar silenciosamente (200) / V
Reis // Amemo-nos tranquilamente (200) / ____
Reis // Esse momento em que sossegadamente não cremos em nada (200) / ____

Campos // A minha alma caiu pela escada excessivamente abaixo (p. 193) / Adv
Campos // Olham os cacos absurdamente conscientes (193) / Adj
Campos // Os deuses olham-no especialmente (193) / ____
Campos // O que falta nelas eternamente (191) / ____
Campos // Amo infinitamente o finito (191) / ____
Campos // Desejo impossivelmente o possível (191) / ____
Campos // Perco-me subitamente da visão imediata (188) / ____
Campos // recordar intransigentemente (188) / ____
Campos // acompanhamento banalmente sinistro (186) / ____
Campos // inconscientemente simbólico (185) / ____
Campos // terrivelmente ameaçador de significações metafísicas (185) / ____
Campos // que fosse misteriosamente minha (185) / ____
Campos // beleza disto totalmente desconhecida dos antigos (183) / ____
Campos // de vos ouvir demasiadamente de perto (183) / ____

Caeiro // Sorrindo vagamente (p. 175) / ____
Caeiro // As cousas sejam realmente o que parecem ser (180) / V

Um ideia errada da gramática escolar mais corriqueira é a de que os «advérbios qualificam os verbos».
Verifica, nos segmentos em cima, os casos em que os advérbios se reportam a sintagmas verbais (V), a sintagmas adjectivais (Adj), a sintagmas preposicionais (Prep), a outros sintagmas adverbiais (Adv), a frases inteiras (F). Põe as siglas à direita dos trechos.

Repara que os advérbios em –mente se formam a partir de uma base adjectival feminina:
«sossegada» > «sossegadamente»; «silenciosa» > ______; ______ > «vagamente»; _______ > «misteriosamente».

Compara o que acontece nos advérbios («misteri[o]samente»; «sosseg[a]damente»; «silenci[o]samente»; «vagamente») à vogal que era a tónica nos adjectivos, contrastando com o que aconteceria se dos mesmo adjectivos («misteri[o]sa», «sosseg[a]da», «silenci[o]sa», «v[a]ga») derivássemos diminutivos ou superlativos («misteri[u]síssima»; «sosseg[α]dita»; «silenci[u]síssima»; «v[α]guinha; etc.):
A vogal que era a tónica dos adjectivos, nos advérbios em –mente, ao contrário do que acontece em outras palavras derivadas, _______.

Há ainda uma outra particularidade que nos mostra que estes afixos em –mente têm mais autonomia do que os restantes sufixos:
Em estruturas coordenadas — do tipo «cómoda e eficazmente» ou, na canção dos Gato Fedorento, «nomeada, exacta e mormente» — pode colocar-se o sufixo apenas no _________.

Antes de vermos um trecho de Clube dos Poetas Mortos, de Peter Weir, o poema de Walt Whitman que o protagonista, John Keating, citava logo na sua apresentação aos alunos. Logo percebemos como Álvaro de Campos (e os futuristas) foram influenciados pelo poeta americano [a transcrição do poema a seguir não reproduz o exacto layout do original, que implica margens que não sou capaz de imitar no blogue]:

Ó CAPITÃO! MEU CAPITÃO!

Ó capitão! meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,
O navio resistiu a todas as tormentas, o prémio que buscávamos está ganho,
O porto está próximo, oiço os sinos, toda a gente está exultante,
Enquanto seguem com os olhos a firme quilha, o ameaçador e temerário navio;
Mas, oh coração! coração! coração!
Oh as gotas vermelhas e sangrentas,
Onde no convés o meu capitão jaz,
Tombado, frio e morto.

Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;
Ergue-te — a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;
Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas — para ti as multidões nas praias,
Chamam por ti, as massas agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;
Aqui capitão! querido pai!
Passo o braço por baixo da tua cabeça!
Não passa de um sonho que, no convés,
Tenhas tombado frio e morto.

O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis,
O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,
O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída,
O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objectivo ganho:
Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!
Mas eu com um passo desolado,
Caminho no convés onde jaz o meu capitão,
Tombado, frio e morto.

Walt Whitman, Folhas de Erva [Leaves of Grass, 1855], II, trad. de Maria de Lourdes Guimarães, Lisboa, Relógio D’Água, 2002, p. 599




TPC — Ir fazendo tarefa grande.

Aula 14 (29 ou 30/Out) Explicação em torno de «Processos morfológicos» e «Neologia», guiada pelas páginas 15-17 do Caderno do Aluno. [Ver Apresentação]


Depois de vermos «Novo dicionário» (série Barbosa), preenche a coluna ‘classe’ e as lacunas do texto seguinte:



As palavras propostas por Juvenal Barbosa aproveitam pouco o léxico já existente. Poderiam esses neologismos seguir os processos descritos na p. 17 do Caderno do Aluno, mas isso não acontece. O Dr. Juvenal prefere cunhar as palavras a partir do nada, um processo também de neologia, é certo, mas bastante raro. Ainda por cima, as palavras cunhadas (exemplo: «besidróglio») costumam ser criadas segundo os padrões da língua em que se vão integrar, o que não sucede com uma ou duas das palavras de Juvenal, aquela que nem conseguimos grafar ou a que tem um alongamento numa das vogais.

Se houvesse em outras línguas palavras tão específicas como pretende, o linguista-afinal-físico-químico poderia importá-las (seriam ________, mais ou menos adaptados ao padrão português — e, na fase em que estivessem a ser introduzidos, chamar-lhes-‑íamos, quase pejorativamente, ___________).
Se preferisse as _________ — designadas também palavras entrecruzadas —, Juvenal poderia juntar o início de «irritação» e o final de «peúgo», formando o adjectivo «_______», que serviria para ‘irritado com as meias que descaem no calcanhar’.
Para o impropério com que termina o diálogo — «Vai para o brenaca» — era aceitável um ________ ou uma _______ (às vezes, eufemística e ironicamente substituem-se as ordinarices por iniciais).
Uma das criações de Juvenal, o adjectivo correspondente à frustração por não haver sumo no frigorífico, talvez se possa considerar uma _________, na medida em que parece basear-se num som ligado à surpresa desagradável de não haver o que se procura.
Poderia ainda Juvenal ter recorrido à _____ (passamos a usar uma palavra num contexto tão diferente do original, que, na verdade, se trata também de um neologismo). «Estou ______ {pensa tu num adjectivo}» inclui um adjectivo que, por metáfora, daria satisfatoriamente a noção de ‘estar frustrado por não encontrar leite’.

Responde às perguntas da p. 18 do Caderno do Aluno, completando estas respostas:
1. «______» (verbo); «_______» (advérbio); «humanidade», «__________», «_________» (nomes).
2. ___________.
3. Os sufixos «-ista» e «____». Por exemplo: ________.
4.1 Estas palavras têm em comum o facto de serem ______ por sufixação e utilizarem o mesmo ________, «-idade».
4.2 O sufixo tem o valor semântico de ________.
5. Com tele-: «:_________», «_______», «______»; com -fone: «_______», «_______», «_______».
6. «Computador», «__________», «_________».
7. A expressão que lhe corresponde, em português, é «________».


[Reproduzo o Grupo I de uma prova-modelo de exames nacionais:]

GRUPO I

A

Leia atentamente o seguinte poema.

Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

Porque tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.

Ricardo Reis, Odes, Ática, 1981

hausto: sorvo, aspiração (neste contexto, metáfora de valor temporal).

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Justifique a crítica aos que olham o passado ou o futuro.
.......

2. Indique três aspectos que mostram a valorização do presente.

[São aspectos de valorização do presente:
— A antítese «longe!»/«perto»: o tempo flui constante e só o presente tem sentido. É o único tempo seguro, pois está ao nosso alcance.
— A relação entre o tempo presente e o Ser: Nós somos o presente. «Este é o dia» da nossa realização. Somos o próprio tempo («este o momento, isto / É quem somos, e é tudo»).
— Os demonstrativos em «Este é o dia / esta é a hora, este o momento” remetem para o presente. Estes deícticos acentuam a importância de viver o instante actual, com a consciência da fugacidade da vida e da certeza da morte.
— A gradação descendente da delimitação temporal em «o dia», «a hora», «o momento», numa sugestão de instante mínimo.
— O recurso aos verbos no presente do indicativo («vêem», «pode», «está», «é», «somos», «flui», «confessa», «vivemos», «és»), a traduzir o interesse pelo instante.]

3. Realce o valor da antítese «vivemos, morreremos». (verso 11).
...

4. Identifique a proposta de filosofia de vida presente neste poema de Ricardo Reis.

O sujeito poético advoga uma filosofia de vida epicurista e estóica. Depois de acentuar o carácter _________ do tempo em que se vive, aponta, na linha da sabedoria horaciana, a necessidade de aproveitar o ___________ («Colhe/O dia», vv. 11-12). Considerando morto o ________ e incerto o ___________, Ricardo Reis salienta que é em cada momento vivido que o homem pode encontrar ____________, «segurança nossa».

B

«O meu mestre Caeiro não era um pagão: era o paganismo.» (Ricardo Reis)

Construa um texto de oitenta a cento e vinte palavras em que reflicta sobre a aproximação de Ricardo Reis ao seu mestre Alberto Caeiro.





TPC — Ir tratando da tarefa grande (ver instruções; relancear e reservar poemas).

Aula 15 (3, 4 ou 5/Nov) Explicação sobre assunto ainda relacionado com neologia (distinções acrónimo/sigla e abreviatura gráfica/redução ou truncagem). (Ver Apresentação.)

Com exemplares de Mensagem (um por aluno), preenchimento de sínteses e tabela para reconhecer aspectos paratextuais e características da arrumação e da estrutura formal da obra.

Faz a referência bibliográfica do livro (autor, título, cidade da editora, editora, ano da edição).
Lembro que a primeira fonte destes elementos deve ser o frontispício (página [3], neste caso). Quando haja dados de que não possamos certificar-nos pela folha de rosto (o referido frontispício), recorreremos também a colofão, ficha técnica, capa, etc.:

_____________________

Este livro não numera a edição. Se o fizesse, esse elemento poderia constar logo após o título. E poríamos a seguir à data da edição e entre parênteses o ano da 1.ª edição, 1934.

Verifica estas partes do livro (matéria que se integra no estudo do paratexto):

Capa: tem um ________ (poema visual) que usa versos de Pessoa e desenha a efígie do poeta.
Contracapa: reproduz o poema «_________», o primeiro texto de Mensagem; em baixo, vêm os logótipos dos ____________.
Lombada: tem só o _______ da obra.
Colofão (ou, à latina, colofon): em vez do tradicional «Acabou de imprimir-se a […]», contém uma espécie de __________.

O anterrosto repete o desenho caligramático da capa. No entanto, há na p. ___ o que poderia ser o verdadeiro anterrosto, já que a página tem apenas o título, como é característico das páginas três. Terá sido lapso (e a ordem das pp. 5 e 3 ter saído mal, sendo a p. 1 uma mera folha de guarda)?
No miolo do livro há, no cabeçalho, o título corrente, nas páginas ímpares, e nome do autor, nas _____. Nesse espaço, dito dos «títulos correntes», vem «Índice» na parte do livro que lhe corresponde.

Na p. [7], temos a epígrafe: «_________________» (‘Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal’).

Preenche as quadrículas vagas da tábua seguinte, sobre a estrutura de Mensagem:




De que tratam as três partes de Mensagem?

A 1.ª parte, «Brasão», trata da fase de _______ de Portugal e seu crescimento. A 2.ª parte, «Mar Português», versa a _______ de Portugal, os Descobrimentos. A 3.ª parte, «O Encoberto», trata da estagnação da pátria e, profeticamente, do seu ressurgimento.

«Brasão» tem _____ {numeral, mas por extenso} poemas, repartidos por cinco partes, que aproveitam classificações heráldicas (campos; castelos, quinas; coroa; timbre). A primeira destas sub-partes funciona como introdução às dezassete _________, abordadas em cada poema, que representam características do povo português. A epígrafe de «Brasão» é «_________», um oximoro (‘Guerra sem guerra’).

A parte «Mar Português» é constituída por ____ poemas e não tem outra repartição. A epígrafe desta parte, «______» (‘Posse do mar’), alude à saga dos descobrimentos. Desta parte já lemos em aula dois poemas: «Mostrengo» e «____________» (este último, homónimo da secção).

A parte «O Encoberto» implica a visão esotérica de Pessoa, uma síntese de história, mito e profecia. Esta parte situa-se depois do desastre de _______. Está aliás toda centrada na figura do rei ________, o encoberto. Logo pelos títulos se vê que a organização, agora, decorre mais do simbolismo, não se adoptando tanto o formato ‘galeria de personagens’. A epígrafe é «__________» (‘Paz nos céus’), que corresponderá ao estado ideal conseguido com o profetizado Quinto Império.

Pelo índice, repara nas datas predominantes da elaboração dos poemas. Os poemas da primeira parte são quase todos posteriores a ______, ou deste exacto ano. Os textos de «Mar Português» são maioritariamente de _____-_____, a época do sidonismo. Finalmente, o ano mais representado na terceira parte é 1934 (precisamente, o ano da publicação de Mensagem, penúltimo da vida de Pessoa, quando o Estado Novo se implantava).


Vejamos a estrutura formal, em termos de versificação, de Mensagem (se quiseres, consulta as pp. 74-75 do Caderno do Aluno, mas nem será necessário).

Que tipo de estrofe predomina? {circunda os quatro tipos que consideres mais presentes, após folherares o livro sem grandes demoras} Dísticos, tercetos, quartetos ou quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas ou novenas, décimas, centésimas.

Os versos {escolhe} são brancos / têm rima / são amarelos.

O metro (o número de sílabas métricas) predominante deve ser o {escolhe} o monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo (ou redondilha menor), hexassílabo, heptassílabo (ou redondilha maior), octossílabo, eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo (alexandrino).

Outras curiosidades:

O único poema que não tem título é o terceiro aviso, que está na p. ____. É o único texto em que o assunto parece ser o próprio poeta.

O último verso de Mensagem é «_______», seguindo-se-lhe a fórmula de despedida latina, «________» (‘Saúde [Força, Felicidade], Irmãos’).

Regressando à tabela, põe um visto ao lado dos poemas que estejam no manual.

[Se houver tempo:] Faz tarefa 1 da p. 208 do manual.




TPC – No manual, lê as pp. 126-127 e a p. 141.

Aula 16 (5 ou 6/Nov) Correcção do comentário sobre Pessoa e tempo. (Ver Apresentação)

Preenchimento de texto lacunar para compreensão dos textos pedidos para casa.

O texto que se segue contém uma síntese do que estudámos na última aula e do que vem nos textos cuja leitura pedi como tepecê. (Bastará ter estado com atenção em aula ou ter lido os textos pedidos para casa, para conseguir agora preencher as lacunas.)
Os espaços correspondem a segmentos de uma a cinco palavras; muitas vezes, não implicam uma resposta única, o que me levará a estranhar se as formulações nas fichas de uma mesma carteira forem recorrentemente iguais.

Podemos dizer que Mensagem é uma versão moderna, espiritualizada e profética de ______. Porém, ao contrário das epopeias clássicas, o poema de Pessoa oscila entre o pendor épico e uma dimensão marcadamente ______, mais típica da poesia ______. Com efeito, o estilo é, muitas vezes, o de quem escreve «à beira-mágoa» (como se diz no único poema do livro que _____) e, por isso, o melhor modo de classificar Mensagem é como poema épico-_____.
A três partes de Mensagem correspondem a três momentos do Império Português: nascimento, realização e morte. No entanto, esta última parte supõe um _______ (um novo império, no fundo). A figura do Encoberto, o regressado _______, alude ao desastre de _______, mas simboliza sobretudo a _______. O último ______ do livro, «É a hora!», exprime esse ________.
Na primeira parte, «Brasão», temos uma galeria das figuras da ________. Na segunda, percorrem-se os heróis da fase da _______; na terceira, há mais elementos _______ do que verdadeiras personalidades.
Mensagem foi publicada em ______, tendo Pessoa morrido em Novembro de 1935. É o único livro escrito em português que ______. Os vários poemas que o constituem têm datas diversas: por exemplo, a segunda parte, «______», inclui textos muito anteriores aos começos do Estado Novo (dos textos desta segunda parte lemos em aula o homónimo «______» e «O Mostrengo»). As datas desses poemas correspondem, em geral, à época do ______, o que se pode relacionar com o entusiasmo nacionalista que neles se sente. Já os poemas da terceira parte foram escritos não muito antes do ______ a que o livro se destinava.

Leitura de textos de Mensagem (ensaio de leitura por cada um; sorteio; começo de campeonato com leitura de poemas da primeira parte, «Brasão»).



Serão apurados para a fase de eliminatórias da Liga dos Campeões os dois primeiros classificados de cada grupo, directamente, e os oito primeiros classificados de um play-off que reunirá os terceiros classificados e os oito mais pontuados dos quartos, quintos, sextos e sétimos lugares dos grupos. (O exacto formato deste play-off será divulgado oportunamente. Como se percebe, apurará oito de doze candidatos.)
Os leitores que não ficarem apurados para a fase de eliminatórias da Liga dos Campeões disputarão a Liga Europa (em que se integrarão também os vencidos nos oitavos de final da Liga dos Campeões).
No sorteio da fase de eliminatórias da Liga dos Campeões, figurarão como cabeças de série os primeiros e segundos classificados da fase de grupos.








TPC — Escreve texto em prosa, a computador, susceptível de concorrer ao Prémio Literário Correntes d’Escritas. O texto deve integrar-se no protótipo narrativo, mas não é de descartar a possibilidade de se adoptar tipo quase indefinido, ainda que em prosa.
Conselho: evitar narrativas que sejam sobretudo conjunto de peripécias, com mais ou menos diálogo e descrições. Ao contrário, preferir contemplar algum fio narrativo, é certo, mas sem descurar o recheio (e, quanto a este, ser eventualmente argumentativo, expositivo, lírico, etc.).
Quanto à extensão, o regulamento do concurso não a concretiza. Quem pretenda que o seu texto concorra com perspectivas de êxito talvez não deva fazer menos do que duas páginas, ou até um pouco mais. De qualquer modo, para efeitos deste tepecê, não terão de escrever tanto, se assim não quiserem. (E, por favor, nada de coisas tiradas da net.)
Reproduzo um excerto do regulamento:

PRÉMIO LITERÁRIO CORRENTES D’ ESCRITAS / PAPELARIA LOCUS

1 — O PRÉMIO [...] destina-se a galardoar, anualmente, um Conto ou um Poema inéditos, em português, escritos por jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, naturais de países de expressão portuguesa.
2 — O valor do PRÉMIO [...] é, em 2010, de 1000,00 € (mil euros). Para além disso, o Conto premiado será publicado na edição seguinte da Revista Correntes d’ Escritas.
3 — O prémio será atribuído nos anos pares a Conto e nos anos ímpares a Poesia. Assim, em 2010, o Prémio distinguirá Prosa.

Aula 17 (10, 11 ou 12/Nov) Correcção do questionário sobre Mensagem. (Ver Apresentação)

Assistência a trecho do filme Mensagem, de Luís Vidal Lopes.

Na p. 128 do manual, lê o poema «O dos castelos», o primeiro de Mensagem.

Resolve a pergunta 1 da mesma p. 128 do manual, acrescentando à resposta que se segue os topónimos (nomes de lugares) ou gentílicos (designações de povos) em falta.

1. A ______ é descrita no poema como se de uma figura feminina se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu, corpo cujos braços são a _______ e a _______, sobressai a cabeça “cujo rosto é _______”. Nessa cabeça, os cabelos são “românticos”, sonhadores, toldam o rosto, adensando o mistério que envolve a figura. Os olhos são “________”, marca da herança clássica e civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles se desprende é “esfíngico”, indagador do desconhecido, e “fatal”, pois a procura desse desconhecido é motivada pelo destino.

Responde à pergunta 2 (e lê a resposta à pergunta 3).

2. _________

3. Portugal é o rosto da Europa que contempla o desconhecido. Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar a desvendar para tornar possível o paradoxo de construir o “futuro do passado”. É a Portugal que cabe, pois, a missão predestinada de construção do futuro.

Como se fez em 1, resolve a pergunta 4, acrescentando os nomes de lugares.

4. “O dos castelos” é ___________, definido no poema como o rosto da ___________, o olhar e guia da _______, _________ cujo brasão ostenta os castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a construção do futuro. Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte de Mensagem que remete para a fundação da nacionalidade inscrita no brasão.

Responde à pergunta 5.
(Para ajudar a que compreendas a estância dos Lusíadas: «Reino Lusitano» = ‘Portugal’ «Febo» = ‘Apolo, deus do Sol, da música e da poesia’, ‘Sol’ «o torpe Mauritano» = ‘os torpes mouros’ «deitando-o de si fora» = ‘expulsando-o do país’.)

5. Tal como neste poema de Mensagem, a estrofe 20 do Canto III de Os Lusíadas __________

Audição de «O dos Castelos».

Liga dos Campeões (com leitura em voz alta de poemas de Mensagem).

Assistência a trecho de Clube dos Poetas Mortos.






Aula 18 (12 ou 13/Nov) Correcções de redacção soltas. (Ver Apresentação).

Questionário para compreensão de uma crónica (sobre Clube dos Poetas Mortos) e do poema «Ulisses», de Mensagem (p. 129).

Os itens que se seguem tratam de crónica de Luís Filipe Borges, «Muda de vida», e, em parte, do filme Clube dos Poetas Mortos.

O rapaz choroso que é referido no primeiro parágrafo era conduzido por um
a) encenador profissional.
b) economista e professor.
c) economista e advogado.
d) professor e advogado.

O «miúdo de quinze anos» é
a) o próprio narrador, mais novo.
b) o destinatário do texto.
c) o protagonista desta crónica.
d) um rapaz conhecido do autor.

O uso do presente do Indicativo nos primeiros parágrafos («Estamos»; «chora»; «vai»; etc.) resulta de
a) esse tempo verbal poder adequar-se à expressão do futuro.
b) intenção de se exprimir aspecto durativo da acção.
c) vontade de se dar um facto passado como se fosse presenciado na actualidade.
d) simultaneidade entre acto de enunciação e o que se relata (o enunciado).

«Não é o que está a pensar, chiça» (1.º parágrafo. l. 5) previne
a) conjectura de que o professor tivesse batido no aluno.
b) que os leitores pensem que o aluno tinha reprovado.
c) possibilidade de se julgar estar em causa um acto pedófilo.
d) inferência de que o aluno era «graxista».

Na terceira linha do segundo parágrafo, «prof» é um exemplo de
a) redução.
b) derivação regressiva.
c) amálgama.
d) abreviatura gráfica.

Na sexta linha do terceiro parágrafo, «import/export» é exemplo de
a) estrangeirismo.
b) abreviatura.
c) empréstimo acomodado ao português.
d) galicismo.

«Oh Captain, my Captain» é uma citação
a) de verso de Walt Whitman.
b) de fala de peça de Shakespeare.
c) de trecho de Álvaro de Campos.
d) inventada no filme Clube dos Poetas Mortos.

No começo do quinto parágrafo, «Continuo a tratá-lo assim, artigo definido em destaque, embora ele mo desaconselhe», significa que o professor
a) lhe pedira para usar tratamento mais informal.
b) lhe pedira que o tratasse por tu.
c) preferia o uso de «stor» ao uso, mais académico, de «professor».
d) lhe pedia para o tratar sem artigo.

«artigo definido em destaque» (5.º parágrafo) traduz que, para o narrador, aquele professor
a) é o mais definido.
b) é o mais indefinido.
c) é um entre vários.
d) não se confunde com os outros.

«apercebo-me de que o tempo é maleável» (no final do quinto parágrafo) alude à circunstância de
a) o protagonista ser capaz de desenvolver diversíssimas actividades.
b) se ter esbatido a diferença etária entre as duas personagens.
c) a personagem estar disposta a mudar radicalmente vida.
d) o narrador facilmente se transportar para o passado.

No sétimo parágrafo, em «E, quando desligo o telefone, sou outra vez o miúdo de 15 anos [...]», a vírgula após a conjunção «e»
a) está correcta, porque isola-se depois uma oração subordinada temporal.
b) está correcta, porque fazemos realmente uma pausa a seguir à conjunção.
c) está incorrecta, porque não estabelecemos qualquer pausa entre as duas conjunções («e» e «quando»).
d) está incorrecta.

Neste mesmo sétimo parágrafo, o narrador revela
a) indecisão quanto à melhor forma de ajudar um amigo.
b) tristeza quanto ao que o destino trouxera ao ex-professor.
c) angústia por ter estragado uma amizade de tantos anos.
d) saudade dos tempos de adolescente.

A peça que um dos alunos de Clube dos Poetas Mortos tem vindo a ensaiar é
a) Hamlet, de Shakespeare.
b) Felizmente há luar!, de Sttau Monteiro.
c) O Mercador de Veneza, de Shakespeare.
d) Sonho de uma noite de Verão, de Shakespeare.

Os anseios do professor de Economia, bem como os dos alunos de Clube dos Poetas Mortos, obedecem a uma perspectiva
a) estóica (à Reis).
b) inconformista.
c) futurista.
d) epicurista (à Reis; ou à Caeiro).

O título «Muda de vida», relativamente a «Carpe Diem», pode funcionar como
a) decalque irónico.
b) tradução literal.
c) metáfora.
d) tradução livre.

Os itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» (de Mensagem; p. 129 do manual).

No primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há
a) uma metonímia e uma metáfora.
b) uma metáfora e um oxímoro.
c) uma comparação e uma antítese.
d) um polissíndeto e uma aliteração.

Nos vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão
a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.
b) a Deus, nu mas vivo.
c) ao Céu.
d) a Cristo crucificado, a luz que a todos ilumina.

No v. 1 da segunda estrofe, o deíctico «Este» corresponde a
a) ‘o mito’.
b) ‘o mesmo sol que abre os céus’.
c) ‘Ulisses’.
d) ‘o corpo morto de Deus’.

O advérbio «aqui» — um deíctico, também — vale por
a) ‘Ítaca’.
b) ‘Tróia’.
c) ‘Grécia’.
d) ‘Lisboa’.

Na última estrofe, defende-se que
a) a vida é mais importante do que o mito.
b) só há mito enquanto dura a vida.
c) só há vida enquanto dura o mito.
d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.

Leitura em voz alta de poemas de Mensagem (para Liga dos Campeões).

Supertaça (com leitura de poema de Walt Whitman.

Assistência a trecho final de Clube dos Poetas Mortos.






TPC — Não esquecer recente trabalho de escrita (texto em prosa para Correntes d’Escritas). Ter em conta que era boa altura para ir concluindo a tarefa grande (ibisfilme).

Aula 19 (17, 18 ou 19/Nov) Correcção de questionário, seguida de explicação sobre os versos de Os Lusíadas sobre o mesmo mito. [Ver Apresentação]

Na página 130 do manual, lê os poemas de Mensagem «D. Afonso Henriques», «D. Dinis», «D. Sebastião, Rei de Portugal», para responderes às seguintes perguntas da p. 131:

«D. Afonso Henriques»
[E emenda um erro ortográfico: «bênção» (vv. 7 e 8) tem acento circunflexo.]

1 (em conjugação com 1.1.) Com efeito, o poema apresenta _______

«D. Dinis»

1.1 De D. Dinis, enquanto figura histórica, o poema refere ____________.

3. «O plantador de naus a haver» é uma _______ particularmente expressiva, pois _____________.
«E ouve um silêncio múrmuro consigo» contém um ____________ («ouve um silêncio»), que, porém, talvez seja explicável: _______________.
«É o rumor dos pinhais que, como um trigo / de Império» faz uma ___________ (entre «pinhal» e «trigo») que aproxima os pinhais plantados pelo rei ___________. Esta sementeira é __________ (é um «trigo de Império»), dará portanto o pão que são as naus construtoras do império futuro.

4. ________________

«D. Sebastião, Rei de Portugal»

1. ________________

3. Em D. Sebastião, conjugam-se ____________. Historicamente, _______________ (o «ser que houve» ficou «onde o areal está»). Porém, o mito («_____________») não ficou no areal, antes ___________. É mais este o lado que interessa a Mensagem, aliás.

Na p. 345 do manual, lê o que se diz acerca de O Milagre segundo Salomé, de José Rodrigues Miguéis, e da sua adaptação a cinema, de Mário Barroso.
O livro e filme dão-nos uma imagem aproximada do Portugal de 1917, aquele em que viveu Pessoa. A segunda parte de Mensagem, em que vamos agora entrar, foi mesmo escrita maioritariamente por esses anos.



TPC — Lança as emendas que fiz em textos hoje devolvidos (os do Concurso Correntes d’Escritas). Na próxima aula, dar-me-ás não só as páginas já passadas a limpo, como o original em que escrevi as correcções.
(Assinalo ainda que está já a decorrer o prazo que indiquei como o mais adequado para entrega do ibisfilme, «a partir de meados de Novembro».)

Aula 20 (19, 20 ou 26/Nov) Coesão, coerência, progressão temática. Explicação enquadradora geral; resposta a alguns itens do Caderno do aluno (pp. 45-6). [Ver Apresentação]

Quando algum dos mecanismos de coesão falha num texto, isso é sentido como um erro. Pode até o leitor nem se aperceber da falha localizadamente, mas decerto que ficará prejudicada a compreensão do texto. O incumprimento dos princípios em que assenta a coerência textual terá idênticas consequências.
No entanto, podem as infracções à coesão e à coerência textuais serem propositadas, ou por intenção de inovar em termos literários ou para se obterem efeitos humorísticos. Correntes literárias como a surrealista (mas também já, em parte, os autores modernistas, como Pessoa) aproveitaram muitas vezes o inesperado dessas quebras de correcção gramatical ou da lógica do texto.
No décimo ano, víramos como as personagens de sketches humorísticos tantas vezes infringem as máximas conversacionais (v. aula 1 de 2007/8). Outro recurso constante dos Gato Fedorento, e de todo o humor, são as beliscaduras à coesão e à coerência.
Preenche as quadrículas com os títulos dos sketches (em geral, da série Barbosa).














Coesão textual

coesão lexical e referencial
«Pisei cocós. Os excrementos agradam-me.» (hipónimo/hiperónimo)
«Vi-o, ao cocó do cão do homem do talho.» (catáfora/referente)
coesão interfrásica
Uso de conectores (articuladores do discurso ou marcadores)
coesão frásica
Concordâncias, regências, etc.
coesão temporal
«Andei à tarde na rua. Às onze pisara um cocó. Não regressaria antes das sete.»

Coerência

coerência lógico-conceptual
observa três princípios:

princípio da não-contradição:
não deve haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.
princípio da não-tautologia ou não-redundância:
as ideias não devem ser repetidas.
princípio da relevância:
as ideias devem estar relacionadas com a temática do texto.

coerência pragmático-funcional
versa a relação texto-situação.

Progressão

por tema constante
linear
por tema derivado

Caderno do Aluno, p. 45, item 1 [basta corrigires aqui a palavra que esteja mal nas frases]:
_________ ; ________; _________;
_________ ; ________; _________.

Caderno do Aluno, p. 45, item 3 [basta pensares na resposta].

Caderno do Aluno, p. 46, item 2 [basta corrigires aqui a palavra que esteja mal nas frases]:
__________; __________; ________; _________;
__________; __________; ________; _________.



Aula 21 (24, 25 ou 27/Nov) Correcção das perguntas de exame sobre Reis; explicação de erros. [ver Apresentação]

Nas tuas respostas, interessará tanto a conformidade com o que está nos poemas de Pessoa como a coerência e coesão do teu texto. Como se faz nos exames nacionais, cada erro ortográfico (incluindo pontuação e acentuação) será descontado, independentemente da sua relevância. De preferência, usa caneta.

Lê «O Infante», na p. 132, e responde às perguntas 1, 2.1 e 4 da p. 133.

1. [Tem em conta que o infante a que se reporta o texto é o Infante D. Henrique, considerado o primeiro impulsionador dos descobrimentos.]

2.1.

4.

Lê «Horizonte» e responde às perguntas 1, 2, 5.

1. [Haverá bastante margem para a subjectividade nos títulos; por isso, estranharia que estes saíssem iguais carteira a carteira. Entretanto, vale a pena considerar três partes, correspondentes a cada uma das estrofes.].

2. [Tem em conta que esta parte de Mensagem se intitula «Mar Português» e que o mar «anterior a nós» será decerto o anterior aos descobrimentos.]

5. (5.1 & 5.2)

Vocabulário: «orla» = cercadura, margem, tira’; «cerração» = ‘nevoeiro denso’; «sidéreo» = ‘sideral, relativo aos astros, ao céu’; «esplender» = ‘brilhar’.

Play-off da Liga dos campeões de leitura em voz alta (com textos da segunda parte de Mensagem, «Mar Português).



Aula 22 (26, 27/Nov ou 3/Dez) Audição de gravações de poemas («O Infante»; «Horizonte»).
Explicação (correcção das respostas à ficha da aula anterior) sobre «O Infante» e «Horizonte» e situar «Ascensão de Vasco da Gama». [ver Apresentação]

Nas provas de exame, costuma aparecer uma pergunta/pedido de comentário de curto excerto, que exige conhecimento das obras do programa mas sem implicar directamente interpretação de textos. A resposta a essa pergunta fica sujeita a número mínimo e máximo de palavras (entre oitenta e cento e vinte, por exemplo).
Para treinarmos este tipo de itens, responde, para já, à pergunta 3 da p. 133 (da secção sobre «Ascensão de Vasco da Gama»), completando o que já lancei. Repara que a resposta fica dentro do número de palavras pedido:

Neste poema de Mensagem, ___________, sob o olhar __________ dos deuses, ___________, distanciando-se do que é terreno. Atravessa o vale, ladeado de _______, elevando-se ele mesmo a uma condição semelhante à _______. Também no canto IX de Os Lusíadas os marinheiros portugueses chegam a um lugar que é dos deuses, a Ilha dos Amores, como prémio da sua ousadia, por se terem superado a si mesmos e aos seus medos. No mesmo episódio, já no canto X (cfr. p. 95 do manual), ________ é conduzido por _______ ao cume do monte e recebe a notícia da imortalidade conquistada. Tal como em Mensagem, em que o Gama é identificado com um ________, também nos Lusíadas, no momento em que partem para a Índia, os portugueses são comparados aos Argonautas (canto IV, 83).

Depois de relanceares, mais uma vez, «O mostrengo» (p. 134), lê o que está na lapela da p. 135, que pode constituir uma resposta à pergunta 6 da mesma página.

Depois de releres rapidissimamente o poema «Mar Português» (p. 134), comenta a seguinte frase: «Neste poema, faz-se o elogio do sonho, do desejo do desconhecido». Usa de setenta a cem palavras.

Resolve a p. 13 do Caderno do Aluno, usando as respostas já começadas.
Chamo a atenção para o facto de, na zona cinzenta e enquadrada, não estar correcta a definição de «Homonímia». As palavras homónimas correspondem ao fenómeno que, em termos diacrónicos, se designa «convergência» («palavras convergentes», provenientes de étimos diferentes). Às palavras homónimas corresponderão verbetes diferentes no dicionário.
Não se confunda a homonímia com a «polissemia» (ilustrada nas várias acepções que tem uma mesma palavra — apresentáveis num só verbete de dicionário).

1.1 Na primeira frase «partido» refere-se a uma organização social que defende uma determinada ideologia política. Na segunda, é sinónimo de «_________».

1.2 Entre estas duas palavras existe uma relação de _______.



2.1 A caricatura _______________.

2.2 [Na verdade, não se trata apenas de sentidos diferentes, mas de palavras diferentes. Não é polissemia, é _______.] Exemplos: _________

3.1 «O cartoon _______, frequentemente, situações, opiniões etc...»; «A caricatura nem sempre é uma ______.»

3.2 A relação que existe entre as duas palavras é de _________. A diferença na grafia das duas palavras está na acentuação. [Para mim, não devia ser assim, já que o acento já constitui uma diferença gráfica; mas é a convenção da gramática escolar.]

4. ___________.

5. Relação de _________.

5.1 [Põe as letras à esquerda das palavras:] ___ Pagar / ___ Sobriedade / ___ Espreitar / ___ Saudação / ___ Fuga / ___ Isenção.

A parte inicial do sketch «Voto de foleirice» (série Barbosa) faz um trocadilho que assenta numa relação de {escolhe} polissemia / homonímia.



Uma cacofonia é, afinal, uma homofonia desagradável. Se tivermos tempo, veremos os equivalentes homófonos das grafias que aparecem nas legendas da «Canção da cacofonia» (série Zé Carlos).





Agora, a p. 14:

1. ________

2. Afirmações correctas [põe aqui as letras]: ________.

3. Estes grupos de palavras são de merónimos de «corpo»: «______, _____, _____» «______, _______, ______».

4. Holónimo: «______», «_____», «_____» «_____».


TPC (excepto para 12.º 5.ª; no 12.º 2.ª, pedido na aula anterior) — Nas provas de exame, o grupo III consiste numa pequena dissertação sobre um tema dado. Trata-se, em geral, de texto argumentativo-expositivo relativamente aberto (não implica propriamente matérias de literatura). Esta parte do exame costuma exigir entre duzentas e trezentas palavras.
Escolhe um destes dois temas (ambos de exames recentes) e redige a resposta (em folha solta, a tinta, riscando se for necessário, respeitanto os limites definidos). Por favor, nada de ir buscar textos já feitos por outros, coisas da net, etc. Serei implacável a descobrir e reprimir tais malandrices. Como sempre, aliás.

Elabore uma reflexão sobre o significado da liberdade, partindo da perspectiva exposta no excerto a seguir transcrito.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Escreva um texto, devidamente estruturado, de duzentas a trezentas palavras.

«A liberdade é, antes de mais nada, o respeito pelos outros e o respeito que os outros nos devem em função dos nossos direitos. A liberdade é a combinação entre os direitos e os deveres, sem que cada um invada o espaço que, por direito, pertence aos outros.»
José Jorge Letria, O 25 de Abril Contado às Crianças… e aos Outros, Lisboa, Terramar, 1999


«O herói simboliza a união das forças celestes e terrestres. Mas não goza, naturalmente, da imortalidade divina, embora conserve até à morte um poder sobrenatural: deus caído ou homem divinizado. Os heróis podem, entretanto, adquirir a imortalidade […]. Podem também surgir do seu túmulo e defender do inimigo a cidade que está colocada sob a sua protecção»
Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, «Herói», in Dicionário dos Símbolos, trad. Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisboa, Teorema, 1994

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto, considerando a importância da figura do herói na vida do ser humano.
Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

Observações
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2009/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido.

Aula da Restauração [privativa do 12.º 5.ª, a única turma sem feriado a calhar com as de Português ou prova do Gave de Matemática] (2/Dez)

Redacção (dissertação segundo modelo de exame) [= tepecê das outras turmas na aula 22].

Assistência a trecho de O Milagre segundo Salomé.

Aula 23 (3, 4 ou 10/Dez) Vai resolvendo as pp. 24-25 do Caderno do aluno (respondendo apenas às perguntas que assinalo a seguir):

[p. 24]
1.1 «uma soma simples»: adjectivo com valor ______; «uma simples soma»: adjectivo com valor ______.
1.2 «uma soma simples» indica que a conta a fazer não tinha qualquer dificuldade; «uma simples soma» indica que a operação matemática a realizar era muito fácil.
2. É a hipótese ___.
3.1 O primeiro adjectivo não está usado ________ (ou está usado _______): traduz a alegria, a vivacidade, próprias da juventude, contrastando com o sentido ________ do adjectivo «ignorante».
3.2 O valor semântico dos adjectivos é ______.
4. A colocação depois do nome levaria a que o adjectivo adquirisse um valor _______ (referiria, nesse caso, a condição económica das raparigas).
5.1 «…como, ________, um estudante da primeira classe…»
5.2 [Procura ser malévolo, perverso, irónico ou qualquer outra coisa má] _________

[p. 25]
1. [Assinalei já os pronomes relativos:] A Noite do Oráculo, último título do norte-americano Paul Auster, é um romance que surpreende e cuja acção, a qual inclui várias histórias encaixadas, nos conduz a uma reflexão sobre o tempo. O protagonista é um escritor que acaba de recuperar de uma grave doença e a quem imprevistos diversos acontecem, desde aquele dia de Setembro em que entrou numa papelaria onde um simpático oriental lhe vendeu o caderno de capa azul, de fabrico português.
A partir daí, tudo quanto lhe acontece é extraordinário e desconcertante.

Os antecedentes dos pronomes relativos assinalados são, respectivamente, «_______», «______», «_____», «______», «______», «______», «______», «______».

2. a. _____; b. _____ c. _____ d. _____ e. ______ f. _____ g. ____

3. Exemplos de frases com orações relativas restritivas:
«O cinema onde fomos vai repor o filme Morte no Nilo»;
«_________»;
«Poirot é um detective a quem nenhum criminoso consegue escapar».

Exemplos de frases com orações relativas explicativas:
«O filme Morte no Nilo, que vimos ontem, foi adaptado de um romance de Agatha Christie»;
«Poirot, a quem nenhum criminoso consegue escapar, é famoso pelas suas células cinzentas»;
«__________».

Na p. 134 do manual está «Prece», o último poema da segunda parte («Mar Português») de Mensagem. Lê as suas três quadras e responde às perguntas na p. 135:

1. Segundo a primeira estrofe, o presente _____________.

2. A segunda estrofe, iniciada com a adversativa «mas», ______________.

3. A última estrofe exprime ______________.

4. Neste poema, o sujeito lírico _______ a modorra em que a pátria se encontra e exprime o desejo de um ________, que só será possível alcançar através da chama vital do sonho. Do mesmo modo, no final dos Lusíadas, o poeta mostra amargura por saber que a pátria «está metida / No gosto da cobiça e na rudeza / Duma ____________________» (canto X, estância 145 [ver manual, p. 99]. Por isso, apela a ________ que impulsione o renascimento dessa luta, em que os portugueses enfrentarão os «perigos _____________» (est. 147).

Assistência a trecho de filme sobre «Jasão, argonautas e velo de ouro».


TPC — (i) Revê gramática. (ii) [excepto para a turma 5.ª, que fará esta tarefa em aula]: (ii) Escreve um «Alfabeto Pessoano» (exemplo: A, de África do Sul — A sua educação, de tradição inglesa, decorreu na então colónia britânica. // B, de Bebida — Pessoa bebia, segundo o próprio, não como uma esponja mas como um armazém de esponjas e respectivo anexo. // C, de Caeiro — Segundo Fernando Pessoa, era o Mestre dos outros heterónimos e de Pessoa ele-mesmo. // etc.).

Aula da Imaculada Conceição [específica da turma 5.ª, que não teve feriado nem GAVE] (9/Dez) Explicação sobre assunto de gramática.
Redacção de alfabeto pessoano (= tepecê recente das outras turmas).

TPC — Revê gramática.

Aula 24 (10 [1.ª, 4.ª] ou 11 [5.ª, 2.ª, 6.ª]/Dez) O questionário que se segue corresponde, com apenas alguns acrescentos meus, à parte de interpretação de texto não-literário e gramática de um exame nacional recente.
Mantive alguns poucos conteúdos que ainda não revimos este ano. Juntei nove perguntas, que incidem sobre matéria que vimos recentemente (e que não queria deixar de testar; esses itens acrescentados por mim vão asteriscados).
Como se perceberá, o grupo II dos exames pede uma gramática que exige também interpretação de texto (ou pede uma compreensão do texto que implique também conhecimento de termos gramaticais).

GRUPO II

Leia, atentamente, o seguinte texto.

Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui publicando […]. A estranheza do título justifica uma explicação, para que ele não passe como um mero exercício de estilo.
Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou nove anos — lembro-me de estar deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. Era uma aventura do David Crockett, o desbravador do Kentucky e do Tenessee, que haveria de morrer na mítica batalha do Forte Álamo. Nessa história, o David Crockett era emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava inconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma tenda, havia uma índia muito bonita — uma «squaw», na literatura do Far-West — que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura, ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: «não te deixarei morrer, David Crockett!»
Não sei porquê, esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre, quase obsessivamente. Durante muito tempo, preservei-as à luz do seu significado mais óbvio: eu era o David Crockett, que queria correr mundo e riscos, viver aventuras e desvendar Tenessees. Iria, fatalmente, sofrer, levar pancada e ficar, por vezes, inconsciente. Mas ao meu lado haveria sempre uma índia, que vigiaria o meu sono e cuidaria das minhas feridas, que me passaria a mão pela testa quando eu estivesse adormecido e me diria: «não te deixarei morrer, David Crockett!» E, só por isso, eu sobreviveria a todos os combates. Banal, elementar.
Porém, mais tarde, comecei a compreender mais coisas sobre as emboscadas, os combates e o comportamento das índias perante os guerreiros inconscientes. Foi aí que percebi que toda a minha interpretação daquela cena estava errada: o David Crockett representava sim a minha infância, a minha crença de criança numa vida de aventuras, de descobertas, de riscos e de encontros. Mas mais, muito mais do que isso: uma espécie de pureza inicial, um excesso de sentimentos e de sensibilidade, a ingenuidade e a fé, a hipótese fantástica da felicidade para sempre. [...]

Miguel Sousa Tavares, Não Te Deixarei Morrer, David Crockett, «Nota Prévia», 26.ª ed., Lisboa, Oficina do Livro, 2007

Circunda a melhor alínea de cada item.

Com a afirmação «esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre» (linha 14), o autor quer dizer que
a) se sentia marcado para toda a vida por aquela frase e por aquela cena.
b) transportava consigo, sempre que viajava, um livro sobre David Crockett.
c) se lembrava daquela frase e daquela cena sempre que viajava.
d) tinha aquela frase gravada na pasta que usava em viagem.

Na frase iniciada por «Foi aí que» (linha 23), o autor assinala o momento em que
a) leu a história aventurosa e acidentada do desbravador David Crockett.
b) tomou consciência de que David Crockett era o símbolo da sua infância.
c) sentiu a necessidade de preservar na memória o herói David Crockett.
d) julgou que era David Crockett, o mítico combatente de Forte Álamo.

A perífrase verbal em «e ao longo dos últimos anos fui publicando» (linhas 1 e 2) traduz uma acção
a) momentânea, no passado.
b) repetida, do passado ao presente.
c) apenas começada, no passado.
d) posta em prática, no momento.

A locução «para que» (linha 2) permite estabelecer na frase uma relação de
a) causalidade.
b) completamento.
c) finalidade.
d) retoma.

O uso de travessão duplo (linha 4) justifica-se pela necessidade de
a) destacar uma explicitação.
b) registar falas em discurso directo.
c) marcar alteração de interlocutor.
d) sinalizar uma conclusão.

O uso repetido do nome «David Crockett» (linhas 6, 7, 13, 16, 20, 24)
a) constitui um mecanismo de coesão lexical.
b) assegura a progressão temática.
c) constitui um processo retórico.
d) assegura a coesão interfrásica do texto.

*Em «percebi que toda a minha interpretação daquela cena estava errada» (linha 24), o segmento «que toda a minha interpretação daquela cena estava errada» é
a) uma oração subordinada adjectiva relativa restritiva.
b) o complemento directo.
c) uma oração subordinada adjectiva relativa explicativa.
d) uma oração subordinada substantiva relativa.

*No Olhanense há um jogador que se chama «Ucra». Presumo que o nome seja uma alcunha vinda de «ucraniano», já que o criativo médio do simpático grémio algarvio tem ar vagamente eslavo e será filho de imigrantes. Se as minhas conjecturas estiverem certas (o que acontece amiudadas vezes), «Ucra» é
a) uma derivação regressiva.
b) uma derivação imprópria.
c) uma conversão.
d) uma redução.

*Vê o segundo período do texto: «A estranheza do título justifica uma explicação, para que ele não passe como um mero exercício de estilo.». O antecedente de «ele» é
a) «A estranheza do título».
b) «do título».
c) «título».
d) «Este livro» (linha 1).

*Em «Uma índia vigiaria o meu sono e uma aborígene cuidaria das minhas feridas», temos orações
a) coordenadas sindéticas.
b) copulativas assindéticas.
c) subordinadas assindéticas.
d) subordinadas copulativas.

*A frase mais coesa, mais correcta em termos gramaticais, é
a) Mas, quando o codicioso avançado, driblou, todos os girassóis olharam.
b) Mas quando Paulo Bento aprimorava a táctica do losango, chegou Carvalhal.
c) E, se considerarmos os prós e os contras, mais vale fazermos uma sesta.
d) E ao aproximar-se do asteróide, o pinguim lamentou-se amiúde.

*A frase gramaticalmente correcta é
a) Godofredo deteu o poder durante três décadas, conseguindo a adesão do povo ao seu projecto.
b) Tratam-se de situações melindrosas, que convém rectificar.
c) Sempre que se entretia a tirar macacos do nariz, o bobo testava a aderência dos ditos macacos à cadeira.
d) Ouve-se cada vez mais pessoas a queixarem-se da ratificação do Tratado de Lisboa.

*A palavra «corno» é um merónimo de
a) «diabo»; «natação» é hipónimo de «piscina».
b) «adultério»; «saraquité» é hipónimo de «dança».
c) «touro»; «espectáculo» é hiperónimo de «tourada».
d) «corpo»; «desporto» é holónimo de «basquetebol».

*Entre «coco» e «cocó» há
a) homonímia; entre «tráfego» e «tráfico» há paronímia.
b) paronímia; entre «eminente» e «iminente» há homofonia.
c) homofonia; entre «molhos» e «molhos» há homografia.
d) antonímia; entre o adjectivo «são» (sanu-) e a forma verbal «são» (sunt) há homonímia.

Sorteio da Liga dos Campeões de Leitura em voz alta.

Assistência a trecho de filme sobre «Jasão e os Argonautas».

TPC — Lê (prepara a leitura) das estrofes dos Lusíadas nas páginas 85 a 91. São estâncias do canto nono (sobre a Ilha dos Amores). Não deixes de ler as explicações das autoras do manual e nos enquadrados (talvez também o da p. 94).

Aula 25 (15, 16 ou 17/Dez) Explicação a propósito de correcções de trabalhos sobre «O Infante» [Ver Apresentação]

Vê no livro (pp. 85-87) as estâncias iniciais da parte da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, cantos IX-X), para resolveres o que te peço a seguir.
Nas paráfrases de cada estrofe — que pus a seguir —, (i) preenche com uma palavra o espaço vago e (ii) descobre a palavra estranha (substituindo-a por aquela que fará sentido).

16 Afastadas assim da cálida costa da Índia, as felizes naus, que levavam para ________ prazenteiras notícias do Oriente, e voltadas as proas para o Luisão, foram afrontando outra vez, receosas mas alegres, os rudes perigos do mar incerto.

17 O prazer de chegar à querida pátria e aos seus caros lares e _______ para contarem a longínqua e invulgar navegação, os vários climas e os diversos povos que tinham visto; o virem a gozar o prémio que tinham ganhado por trabalhos e lances tão longos; tudo isto cada um sentia como gosto tão perfeito, que esse prazer não lhes cabia nos intestinos.

18 Porém, Vénus, que era inspirada por Júpiter para dar auxílio aos portugueses, e orientada para ser deles o anjo da guarda, porque sempre os _______ desde há muitos anos, andava-lhes já preparando a glória alcançada pelos trabalhos que lhes eram devidos e a satisfação dos prejuízos muito sofridos, e pretendia dar-lhes dinheiro nos tristes mares.

19 [Vénus,] depois de ter ponderado por algum tempo a extensão dos mares que os portugueses tinham navegado, os trabalhos que tinham sido causados por ______, já há muito projectava proporcionar-lhes alguma diversão, algum repouso, num mar tranquilo para recompensa de todos os golos que tinham sofrido.

20 [Vénus projectara arranjar-lhes] um pouco de leite, com que pudesse revigorar o fatigado organismo dos seus amados navegadores, em paga dos trabalhos que encurtam a vida, já de si breve. Pareceu-lhe sensato dar conta dos seus planos a _______, por cujo poder os deuses têm fraquezas de homens, e os homens, felicidades divinas.

21 Bem ponderado o assunto, [a deusa] deliberou ter-lhes preparada, lá no meio do Colombo, uma ilha divina, rodeada de esmaltada e verdejante vegetação, das muitas que possui no mar largo, além das que possui no ________.

22 Ali quis Vénus que as _________ esperassem os portugueses, todas as que merecessem o título de belas e fossem êxtase dos olhos e paixão nos corações, com danças e bailados; porque infiltrar-lhes-ia afectos secretos, para com mais vontade tratarem de matar aqueles a quem se afeiçoassem.

51 Iam, entretanto, as naus portuguesas sulcando o amplo caminho do vasto mar em direcção da pátria amada, desejando abastecer-se de fresca coca-cola para a terem na grande e prolongada viagem, quando, estando juntas as naus, avistaram, com repentina alegria, uma ilha inspiradora de amor, quando rompia a __________, meiga e deliciosa.

52 [Os portugueses] viram de longe a fresca e bela mulher, que Vénus lhes levava pelas ondas, da mesma maneira que o vento impulsiona a branca vela de um barco, para o lugar onde se descortinava a valorosa armada, porque, para que não passassem adiante sem que nela aportassem, como desejava, Vénus, que tudo podia fazer, moveu a _______ para o ponto por onde as naus navegavam.

53 Mas, logo que percebeu que a ilha era vista e procurada pelos navegantes, [Vénus] tornou-a firme e imóvel, tal como sucedeu com a ilha de Delos quando Latona (rival de Juno, mulher de Júpiter) deu à luz Apolo e Diana. Logo as _________ das naus se orientaram para o ponto em que a costa se abria numa enseada curva e tranquila, cuja areia branca Vénus matizara de chinchilas avermelhadas.

54 Naquela formosa, ridente e aprazível ilha, viam-se três formosos outeiros erguidos com graciosa imponência e adornados de relva; manavam-lhes dos narizes límpidas e transparentes fontes, que conservavam o viço da verdura; e as murmurantes ________ corriam por entre brancas pedras.

55 Estas águas vinham reunir-se num vale deleitoso interposto aos outeiros, onde formavam um ____ que se espraiava [a um lado e outro], tão pitoresco quanto pode imaginar-se; debruçava-se sobre esse lago um formoso carapau, dando a impressão de que estava a enfeitar-se, vendo-‑se no espelho resplandecente [das águas], que o reproduzia com perfeita exactidão.

56 erguiam-se para o céu muitas árvores de belos e aromáticos pomos; as _________ ostentavam nos lindos frutos a cor loura; as cidreiras tocavam o solo com os ramos que vergavam ao peso das cidras; os formosos quivis, perfumando o ar, lembravam seios de donzelas.

64 Mas eis que já os segundos _________ punham pé em terra nesta aprazível ilha, em cuja floresta passeavam, como se ignorassem o que ia passar-se, as formosas ninfas. Algumas tangiam melodiosas cítaras; outras, harpas e flautas sonorosas; e outras fingiam perseguir com os arcos de ouro os palhaços, com que, na verdade, se não importavam.

65 Assim lho havia aconselhado a experimentada mestra Floribela: que andassem espalhadas pelas campinas e que, quando os portugueses as avistassem, se fizessem primeiro desejadas. Algumas, que tinham toda a confiança na beleza das suas formas, tendo posto de parte a formosura artificial dos vestidos, banhavam-se ________ na água do lago.

66 Mal imaginavam os esforçados mancebos, ao desembarcarem na praia cobiçosos de terra firme (porque não houve nenhum que ficasse a ________, desejosos como estavam de conseguirem caça bravia), que viriam encontrar naqueles deleitosos montes caça tão mimosa, dócil e mansa, destinada a cair em seu poder sem uso de laços ou carabinas, porque já se encontrava ferida pela deusa Vénus!

Assistência ao passo da Ilha dos Amores em Non ou a vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira.

Assistência a final de filme sobre «Jasão e os argonautas».




Aula 26 (17 ou 18/Dez) Correcção do trabalho de gramática. [Ver Apresentação]

Para os grupos de estâncias que ponho a seguir, procede como fizemos com as estrofes anteriores, resumindo-os em menos de dez palavras (sim, agora será bem mais extenso o original que tratarás de condensar).

[67-68: ____________.]

[69-70: ____________.]

[71-74: ____________.]

[75-81: ____________.]

[82: ____________.]

[83-84: ____________.]

A partir da estância 85, surge a ninfa Tétis, o que merece que vejamos o passo com mais atenção, em outra altura.

Assistência a trecho de O Milagre Segundo Salomé, ao mesmo tempo que decorria avaliação com cada um dos alunos.


TPC (férias) — Lê Memorial do Convento, de José Saramago.