Thursday, September 14, 2006

Sobre ensino


Posted by Picasa


NonoterceiríadaS

ou estâncias à maneira de Os Lusíadas, com o esquema
rimático A-B-A-B-A-B-C-C, sobre o 9.º 3.ª, feitas
pelos alunos da turma, em alguns tepecês de
Português, no ano lectivo 2006-2007,
na Escola Secundária José
Gomes Ferreira, em
Benfica, Lisboa
Junho de
2007

{indicação das páginas só interessa para a edição impressa}

[Nota prévia] (p. 1)

[Proposição] (p. 2)

[Invocação] (p. 5)

[Dedicatórias] (p. 6)

Carolina (p. 6); Rita (7); André (8); António S. (8); António Pedro (8); Diogo (9); Francisco (9); João G. (10); João R. (11); Laura (11); Madalena (12); Mafalda (12); Marta (13); Miguel M. (13); Miguel R. (14); Pedro P. (14); Pedro V. (15); Rui (16); Silvana (16); Simão (16); Susana (17).

[Narração] (p. 18)

Dona Fernanda (p. 18); Professora Cristina Barreto (19); Mini-Challenger (19); Guerras de água (20); Confusão nas escadas (20); Lançamento de papéis (21); Dona Emília (21); «Corredor da morte» (21); Simão e sermão (22); À espera das aulas (22); Canoagem (23); Aniversário da Rita (23); Campeonato Inter-turmas (24); Almoços (25); Primeiro dia (25); Contentores (25); Ginástica (26); Amores (26); Família Passinhas (27); Campeonatos (27); Guerra de borrachas (28); Trabalhos na cascata (28); Slalents (28); Não há aulas! (29); Provas intermédias (29); André a estudar (29); Plasticina (30); Visita de estudo (30).


Não se reproduzem todas as estrofes que foram entregues. Ficam de fora as que tinham falhas no esquema rimático pedido (rima cruzada nos seis primeiros versos, emparelhada no dístico final); ou as que, embora bem escritas, eram demasiado sérias para uma epopeia deste género. Aceitaram-se algumas rimas apenas toantes, mas serão raras. Também é verdade que, quanto a sílabas métricas, os versos não seguem o exacto modelo dos Lusíadas (não há estrofes rigorosamente decassilábicas).
Há alunos que têm mais do que uma oitava que os tome por assunto e outros sobre que há apenas uma. A culpa foi de quem falhou os tepecês que correspondiam a essas estâncias — ou, mais ainda, de quem não soube planear tudo devidamente, evitando injustiças destas. Dito isto, fica claro que o número de oitavas não se relaciona com a popularidade que cada aluno possa ter, apenas com a preguiça ocasional do colega que se lhe seguia, ou o precedia, na pauta.
As primeiras páginas equivalem à Pro-posição (anunciam-se os feitos do 9.º 3.ª) e, por vezes, à Invocação (pede-se inspiração); segue-se uma homenagem a cada um dos alunos, uma Dedicatória; a Narração reúne as oitavas em que se contam episódios que a turma quis relatar.
A autoria das estrofes está no final de cada uma, entre parênteses curvos e em versaletes. Os assuntos ficam no cimo da estância, entre parênteses rectos e em itálico.

Os testes e as fichas assinalados
Que desde as salas aquecidas,
Por caminhos nunca dantes caminhados,
Chegaram até às barracas retorcidas,
Em guerras e conflitos esforçados,
Que não deixaram muitas feridas;
E os professores que edificaram
As aulas que os alunos esperaram;
(António Pedro)

E também as memórias deliciosas
Das tardes que se foram bem passando,
Os risos, os jogos, as refeições gloriosas,
Da escola ao Fonte Nova passeando,
E aqueles que, por mudanças tempestuosas,
Se foram da infância libertando;
Tudo e todos cantarei por toda a parte,
Se me ajudarem a ter para isso arte.
(António Pedro)

Da minha bela escola vou falar,
De amigos e professores, igualmente,
Para sempre eu poder recordar
Os grandes feitos de toda esta gente.
No ranking foi o terceiro lugar
Que lágrimas causou ao presidente.
Destas cenas saudades terei,
Por isso com orgulho cantarei.
(Carolina)

Cantarei as manhãs tão bem passadas,
As brincadeiras vividas,
Aquelas viagens tão esperadas,
As amizades queridas,
As dificuldades ultrapassadas,
As avaliações recebidas...
Tudo o que juntos vivemos
E com que na memória ficaremos.
(Rita)

Cantarei os primeiros a passarem
Pela, agora, branquíssima escola;
Os primeiros a chegarem
À sala 3, vindos de jogar à bola;
Os primeiros a correrem
Para o bar, para comprar a primeira cola.
Nesta escola está em obras quase tudo,
Apenas para melhorar o nosso estudo.
(Diogo)

As aulas confusas e barulhentas,
Os muitos e diversos castigos,
As bastantes polémicas sangrentas
Deram origem a muitos perigos,
A muitas discussões violentas.
Com isso, arranjámos inimigos,
Com isso, ficámos prisioneiros,
Mas somos sempre os valentes terceiros.
(Francisco)

As salas e as cadeiras nos trocaram,
Mas as conversas e a amizade
Muitos castigos nos arranjaram;
As gloriosas parvoíces da nossa idade,
Que perdurarão e nos marcaram,
Não nos trouxeram responsabilidade.
E por isso vamos experimentando
E o nono terceira se vai elevando.
(Francisco)

A turma do nono terceira
Muita confusão a todos faz,
E, no entanto, é porreira:
Temos força, ninguém fica para trás
E estamos sempre na brincadeira.
Algumas professoras são más?
Nós não deixamos de sorrir
Nem nos fartamos de à escola vir.
(João R.)

Passámos momentos contentes,
Na companhia de quem mais gostamos.
Todos muito diferentes,
Por vezes grupos formamos,
Como fazem adolescentes;
Mas, quando na brincadeira andamos,
Acho que somos felizes,
Embora com pequenos deslizes.
(Laura)

Tudo e todos ultrapassamos,
Com muitos anos de amizade
E alcançaremos o que esperamos
Sem grande dificuldade.
Os estudos abraçamos,
Para chegarmos à faculdade;
Não podemos desistir,
Os nossos sonhos vão prosseguir.
(Susana)

Somos uma turma de alunos excitados
Todos nos damos bem, somos «boa-praça»,
Com alguns choques mas sempre atinados,
Todos nós temos uma certa graça,
Uns mais bem comportados,
Outros a ver o que se passa...
Existem sempre boas memórias
E para contar muitas histórias.
(Diogo)

A vós, mestre Jedi, suplicamos,
Que à turma dêem inspiração,
Para que nós a apliquemos
No poema de que esta parte é a invocação;
E também para que façamos
Da nossa vida ao Mundo uma revelação.
Esperamos ansiosamente os vossos poderes,
Para que eu possa acabar estes deveres.
(João G.)

[Carolina]
A Carolina é divertida,
Gosta de dançar;
Está sempre descontraída
E também gosta de cantar.
Muito extrovertida,
Adora o que está a «dar»,
Tem sempre muita energia,
Do princípio ao fim do dia.
(Susana)

[Carolina]
Estavas, Carolina, com sorriso de encantar,
No teu grupo de dança,
Desde o merengue ao cha-cha-cha sempre a saltitar,
Tudo é uma festança.
Espanhol ou Inglês, tudo sabes cantar,
Num grande futuro deves ter esperança.
Mas para o mundo te sorrir, deves entender,
Que é a vida que te faz crescer.
(Susana)

[Carolina]
Estavas, serena Carolina, de olhar pousado,
Inocentemente distraída e nas nuvens,
Quando algo deixou teu coração inquietado.
Quanta bondade e sinceridade tens
Mal questionaram se fizemos o tepecê marcado,
A doçura e firme determinação de cem mães,
O teu simples sorriso consegue deixar-nos sem jeito.
És humana, ris e choras, e, querendo, impões respeito.
(Marta)

[Carolina]
Sobre a nossa loirinha vou falar,
Que com o seu sorriso azul e leal
Não permite palavras que dela façam troçar.
É uma amiga bem especial,
Que, ao som da música, adora dançar,
É a nossa ginasta profissional;
De cabelos que brilham ao sol,
Esta é a nossa querida Carol.
(Rita)

[Rita]
Lá vai a bonita Rita
A mais o seu garboso macaco;
Arranja-se de maneira toda catita,
Que aquele rapaz é o seu fraco.
Também ele gosta da Rita
(E não estou a ser «puxa-saco»),
Que este é um amor eterno,
Com tudo o que há de terno.
(André)

[Rita]
A rapariga que vou mencionar
Dá pelo nome de Rita Godinho.
Sobre ela me mandaram falar
E vou fazê-lo com carinho.
Dos seus animais adora cuidar,
O «Macaco» é o seu rapazinho.
Gosto muito da sua companhia,
Sempre simpática, dia após dia.
(Carolina)

[André]
Sobre o André terei de falar,
Mas não sei o que dele dizer.
É alguém para sempre relembrar,
Colega que não vou esquecer.
Tão bem futebol sabe ele jogar,
Que até inveja pode fazer.
Sempre divertido e bom companheiro,
É extrovertido o ano inteiro.
(Rita)

[António S.]
O António é culto e inteligente,
Gosta de armas e de história;
Fala sempre o que lhe vai na mente
No pentatlo tenta alcançar a vitória;
As raparigas acham-no super-atraente
E isso é a sua glória.
António, tu és o maior,
Encanta-as com o teu perfume Dior.
(André)

[António Pedro]
António, o «Luigi», para os amigos,
É calmo, às vezes até demasiado;
As maldades da Mafalda são castigos
Injustos, mas nem por isso fica chateado;
O António não inimigos,
Nem nunca o vimos irritado:
É um rapaz que não é vaidoso,
Mas é em tudo cuidadoso.
(Diogo)

[António Pedro]
Estavas, amigo António, a ler
Teus grandes calhamaços incontáveis,
Que, é certo, mostram saber
E nos ensinam feitos memoráveis
Da Terra difíceis de perceber.
Muitos são obras notáveis,
Que gostava que me pudesses dar
Para com um desses livros ficar.
(Carolina)

[Diogo]
Contra o seu fascínio pela bicicleta
E a aptidão para o desenho,
Ficou grave e seriamente maneta
Mas tem mantido o empenho,
Embora com uma certa gazeta
E com um pouco de engenho.
Não mexe em mesas de mistura
E esta é a sua espinhosa tortura.
(Francisco)

[Francisco]
De elogios o Francisco não tem falta,
Pois com aqueles olhos diferentes,
Ele consegue estar em alta.
Depois de esfolar as mãos na frente,
Continua a estar na ribalta,
Quem o diz não mente.
Apesar de calado e silencioso,
É, segundo as raparigas, um colega gostoso.
(João G.)

[Francisco]
Francisco, Chico para quem queira,
Desde o início que é muito competente.
É aluno que gosta de brincadeira,
Está sempre bem com toda a gente
E sabe apreciar uma boa maroteira;
Nunca se vê triste nem descontente,
Está sempre atarefado,
Mas mantém-se organizado.
(Diogo)

[João G.]
Os constantes e muitos atrasos
E o ser um bocado pequeno,
Deram origem a diferentes casos,
Mas, suficientemente sereno,
Aos professores tudo justificava com acasos
A que juntava um aceno.
Assim, nunca foi muito castigado,
Por isso era bastante gozado.
(Francisco)

[João G.]
Sempre a saltar, rir, correr e pular,
O João, quem mais poderia ser?
Tem sempre a mente a idealizar,
Vai para todo o lado a correr;
As pilhas nunca irão acabar,
Tem ele sempre coisas para fazer;
Ele é pequeno, mas grande amigão,
E disse tudo sobre este João.
(João R.)

[João R.]
Com os maus cortes de cabelo ele é gozado.
Os «monge, anda cá» ele ignora,
Mas mesmo de dar desprezo está cansado.
Já com essas pessoas o João altercara,
Mas vão tinha sido o resultado,
E em aflições ele desejara
Ter o seu cabelo de novo
Para deixar de o gozar o povo.
(João G.)

[João R.]
És especial como a pedra filosofal,
És um amigo que nunca está ausente.
Quando algo corre mal,
Tu estás sempre presente.
A tua felicidade natural
Torna tudo diferente:
Estás sempre com descontracção,
Só que, por vezes, vem a emoção.
(Laura)

[Laura]
A Laura é moça muito sorridente,
Com ela podemos sempre contar.
Óptima amiga, muito paciente
Estamo-nos sempre a atrofiar,
O que é talvez inconveniente,
Mas nunca ninguém nos vais separar.
Laura, minha amiga do coração,
Laura, dá-me um forte abração.
(João R.)

[Madalena]
É uma rapariga sempre divertida,
Com os seus cabelos encaracolados;
É muito conhecida,
Anda sempre com os pulsos enfeitados
E de bem com a vida;
É brincalhona nos feriados,
Dá-se com todo o pessoal,
Enfim, não é nada banal.
(Laura)

[Mafalda]
Sempre na cadeira agitada,
É impensável estar numa aula quieta;
Mal consegue estar calada,
Só com uma boa nota fica de felicidade repleta.
Mafalda, ó Mafalda! Sempre despachada,
Criança doce, traquina, determinada, directa,
Sempre a tagarelar, com António ou com João,
Pode irritar-nos, mas, se precisarmos, dá-nos a mão.
(Marta)

[Mafalda]
Estavas, entusiasmada Mafalda,
Correndo tão leve e rapidamente,
Como bandeira que se defralda:
Querias jogar matrecos numa equipa excelente
Que, vestindo a cor da esmeralda,
À vitória te levaria certamente!
No entanto, tal não aconteceu:
Perdeste outra vez e a tua alegria desapareceu.
(Rita)

[Marta]
Estavas, maravilhosa Marta, para as aulas atrasada,
Um dos pecados mortais te falou à consciência:
Chocolate era o teu desejo e necessidade vincada,
A maquineta não deu o troco e recorreste à violência.
Castigou-te a senhora da bata branca, por tão mal educada,
Mas já tinhas na algibeira a doce indecência:
Era o chocolate que tantos sarilhos provocara
E de que, no final, nem um nadinha restara.
(João R.)

[Marta]
Vou falar sobre a colega Marta
Que é uma excelente tenista;
De falar é que não se farta
Nas aulas do stor Prista.
Mesmo que a raquete se parta,
Será sempre sportinguista
Mesmo com um namorado fora da escola
É o Borges que a ela se cola.
(Miguel R.)

[Miguel M.]
Aqui falo do Miguel, um bom colega.
Quando nas aulas é interrogado,
Fica nervoso por poder ter nega,
Mas, na cabeça, tem tudo fixado;
Se tiver de dizer «beldroega»,
Com o «r» pelo «g» fica todo enervado.
Muitos tpc's faz após o voleibol
E com as mãos também joga futebol.
(Miguel R.)

[Miguel M.]
Estavas, quieto Miguel, no teu canto,
E, se ninguém te chamasse, ali ficavas.
Nas aulas fazes-te de santo,
Mas se o fosses não falavas.
Quanto contavas andedotas do teu recanto,
Com pouca piada nos animavas.
Posso dizer que és trabalhador,
Mas devias ser menos cantador.
(Silvana)

[Miguel R.]
O Miguel é criativo e inteligente,
Mas, às vezes, parece complicada a mais simples coisa;
Tem uma complexidade diferente,
Só quer que alguém o oiça.
É preciso compreender a sua mente,
Diz que gosta tanto de Matemática como de lavar a loiça...
Miguel, vá lá, toma um pouco de atenção,
Já sabes que para ti é complicada esta equação.
(Marta)

[Pedro P.]
Estás tosco, como sempre, Pereira.
Mais um remate longe do alvo
E nem um golo na algibeira...
Será que alguém estará a salvo?
E, na hora conclusiva e derradeira,
Só acertas no homem calvo.
Já ouviste falar em fazer pontaria?
Ou serão apenas laivos de miopia?
(Francisco)

[Pedro P.]
Como a estrofe que o Francisco te fez
Está um tanto amalucada,
Quero eu deixar-te, por minha vez,
Uma estância talvez mais apropriada;
Acho-te justo, criativo e cortês;
Que és ás em música é verdade confirmada;
Também poucos saberão tanto de informática,
E olha que até tens jeito para a gramática.
(LP)

[Pedro V.]
Rapaz esperto, um pouco mandrião,
Louro, mais alto do que eu,
O básquete é a sua paixão
Grande amigo de Romeu,
Um grande e valente campeão!
Bela amizade, sempre me deu,
De burro não tem nada,
Mas a lição raramente vem estudada.
(Miguel M.)

[Pedro V.]
Estavas, Pedro Vale, sonhador,
Sentado no teu lugar benfiquista,
Descansando dos jogos a dor,
E não prestando atenção a Luís Prista.
Desejas vir a ser grande jogador
E à águia do Benfica dar alpista...
Despertas do teu devaneio pelo grito
E saltas do banco aflito.
(Pedro P.)

[Rui]
Sobre o Rui vou falar.
Ele é um bom amigo
E basquetebol sabe jogar.
Sobre ele vos digo
Que gosta pouco de estudar,
O que é um seu defeito antigo;
Como já o conheço há algum tempo,
Sei que adora futebol, o seu passatempo.
(Silvana)

[Silvana]
É uma rapariga muito alta,
Com a Torre Eiffel se parece.
Ao 9.º 3.ª é que faz falta,
Pois de ninguém se esquece
E adora toda a malta.
Ama o dia que amanhece,
Adora a simplicidade de uma flor,
Aos stores dúvidas está sempre a pôr.
(Simão)

[Simão]
Apesar de convencido, o Simão
Até sabe ser um bom amigo;
Gosta pouco de ser marrão,
Tem algum medo do perigo;
Nos trabalhos, leva aprovação,
Se os fizer; se não, leva um castigo.
Gosta muito de assobiar
E, nas aulas, até gosta de cantar.
(Silvana)

[Simão]
O Simão é bom actor,
É muito brincalhão.
Tem sentido de humor,
É um grande amigão.
Se fosse apresentador,
Não se sairia nada mal, pois não?
A sua vivacidade contagia,
Da manhã ao fim do dia.
(Susana)

[Susana]
É uma rapariga de encantar,
Uma pessoa para descobrir,
Que gosta muito de sonhar,
Amar, brincar, a todos ouvir;
É alguém que sabe «socializar»
E muitos amigos conseguir;
A sua vida tem muito humor,
É uma pessoa cheia de amor!
(Simão)

[Susana]
Seus pais deram-lhe o nome de Susana,
Como hobby gosta de desenhar,
É colega da Silvana,
À loja de sua mãe vai ajudar:
Os clientes compram gomas de banana
E com isto está sempre a facturar.
Trabalhadora e calma parece ser,
Projectos com ela gosto de ter.
(Carolina)

[Susana]
Estavas, feliz Susi, naquele lugar,
Naquele lugar, onde te sentias lindamente,
Naquele lugar, onde estavas a brincar,
Fazendo um sorriso, que não mente,
Com cabelos longos a voar,
A voar infinitamente...
Tu encantas mundo inteiro, só de te ver,
Tal como todos sabem, nunca te vou esquecer!
(Laura)

[Dona Fernanda]
Ó tu, Dona Fernanda, fiel e segura
Defensora dos contentores do Inferno,
Onde os alunos sofrem a tortura
De ali passarem o Inverno,
Em ti nunca vi ditadura,
Vi só um sorriso eterno;
Gosto de brincar contigo,
Conta-me como amigo.
(Pedro P.)

Estavas, graciosa Dona Fernanda, a passar no meio dos blocos
A cantar velhas músicas do Tony Carreira,
Quando veio o Simão pedir uns trocos;
Disseste-lhe para ir pedir a uma feira,
Respondeu-te que isso era para ocos
E retorquiste-lhe que aquilo não era maneira.
Ele começou a rir e pediu perdão,
Tu ignoraste-o e deste-lhe um sermão.
(Miguel M.)

Dedico esta estrofe à Dona Fernanda,
Originária de Lamego,
Conhecida como Dona «Nanda»,
Ao Miguel Marques chama labrego
E sair do bloco o manda.
Mas é, na verdade, o nosso aconchego:
Sempre de nós a fazer a queixa,
Ainda bem que não nos deixa.
(Pedro V.)

[Professora Cristina Barreto]
Da professora de EV vou falar.
Desde o oitavo nos atura,
Gosta muito de desenhar;
E não menos de pintura,
Connosco, o ano passado, foi almoçar.
Com ela há trabalho com fartura,
o que a cabeça de muitos ilumina.
O seu nome é Cristina.
(Silvana)

[Mini-Challenger]
20 de Novembro é o dia
Que a escola gosta de comemorar:
A José Gomes Ferreira nascia!
Nesta data nós costumamos brincar,
O Mini-Challenger é a mania:
Quando o nove três foi jogar,
A todos os concorrentes retirou
O primeiro lugar, que só connosco ficou!
(Carolina)

[Guerras de água]
Em poucas palavras diria
O que em três anos passados
A nossa turma fazia.
Sempre foram muito encalorados
E, quando a tarde aquecia,
Procuravam ficar refrescados:
Punham garrafas de água em acção
E era aí que começava a diversão.
(Rita)

Com o calor a apertar,
A tarde mais anormal
E uma vontade enorme de mergulhar,
Depressa veio a diversão total.
Água voando pelo ar
Em disputa infernal:
Foi uma tarde inesquecível,
Que terminou com banho incrível.
(Laura)

[Confusão nas escadas]
Estávamos nas escadas
E parecia uma verdadeira batalha,
As funcionárias ficaram espantadas,
Apareceu D. Emília, atrapalhada,
Com tácticas de morte, estudadas,
Caiu desequilibrada;
O Sr. Horácio só queria um,
Mas não conseguiu nenhum.
(Pedro P.)

[Lançamento de papéis]
Papelinhos a voar,
A passar de mão em mão;
É só ele se virar
E lá vai um para o chão;
Estão sempre a chatear,
Já chega, então!
A pontaria não lhes falta,
Pois sujam toda a malta.
(Susana)

[Dona Emília]
No outro dia, a D. Emília apareceu,
Com um chinelo na mão.
Como ninguém a favoreceu,
Deu um grande tropeção.
Foi fazer queixa, mas ninguém compareceu,
Quase lhe dava uma coisa no coração.
Mas, infelizmente, tudo acabou em bem,
E a Dona Emília sabe que a adoramos também.
(Mafalda)

[«Corredor da morte»]
Era um dia normal, como todos os outros,
Mas quem passasse naquele corredor
«Levava», de mim e de todos os outros,
«Caldos», se passasse pelo controlador
A D. Emília, mal soube, correu até aos primeiros,
Tirou o chinelo e ainda a alguns causou dor,
Mas, com tanta confusão, acabou por cair:
Podia-se ter aleijado, mas foi só para rir.
(Diogo)

Ia a Dona Emília lançada,
Irritada e ameaçadora,
Queria correr todos à pancada.
Sacou do seu sapato de doutora
E, com azar, provou o lance da escada.
Mas não ficou conciliadora,
Logo se levantou e continuou a caçada
Numa correria desenfreada.
(André)

[Simão e sermão]
Lá estava o Simão
Como sempre a cantar;
Deram-lhe um sermão
E começou a chorar.
Como sempre, disse que não
E começou a criticar.
O João G. foi o acusado
Por ter horrivelmente contado.
(Miguel M.)

[À espera das aulas]
É naqueles dias em que, quase de alvorada,
Aguardamos a hora de entrar,
É nesses momentos de palhaçada
Que de rir não conseguimos parar;
É sempre uma boa temporada
Que juntos passamos a falar.
Estes são os momentos que vivemos,
Aqueles que jamais esqueceremos.
(Rita)

[Canoagem]
Estávamos todos divertidos,
Pois para o Tejo íamos remar;
Com os fatos de banho vestidos,
Já prontos para nadar,
Mais gelados que aquecidos,
Que estava um frio de rachar;
Imensos peixes vimos,
Mas a nenhum atingimos.
(Susana)

[Aniversário da Rita]
Os anos da Rita todos festejámos,
Na Expo os fomos celebrar:
Corremos, saltámos e de bicicleta andámos.
No Vasco, fomos almoçar
E, a seguir, um gelado devorámos.
Com vista para o rio fomos passear.
Na relva verde toda a gente se deitou
E, para acabar, uma fotografia se tirou.
(Rui)

Foi num feriado,
Num dia de calor,
O ambiente estava animado,
E cheio de amor,
Depois de muito termos caminhado,
«Passámos além do Bojador».
Desta forma tão bonita,
Fomos festejar os anos da Rita.

Depois de muito conversar,
E darmos muitas gargalhadas,
Fomos ao Macdonald's do Oriente engordar;
E não se ficaram por aí as risadas:
De seguida, fomos de cartes passear,
E deslizar nas fontes encharcadas,
Enquanto o pessoal ficou no jardim,
Num ambiente belo e sem fim.

Depois de um dia bastante engraçado,
Decidimos ir embora,
Com pena de terminar um dia tão animado,
Enfim, àquela hora.
Depois de o autocarro termos apanhado,
Lá fomos estrada fora,
E, depois, cada um seguiu o seu caminho
Para casa, sorrindo.
(Simão)

[Campeonato Inter-turmas]
Lembro os muitos jogos do inter-turmas,
Quer os razoáveis quer os assim-assim.
Vitórias? Fomos capazes de algumas,
Mas, por vezes, foi sorte chegar ao fim.
Batemo-nos com poucas armas
E tivemos Pereira e o seu jogo ruim.
Porém, embora com lesões e outros «accidents»,
Nós fomos sempre os grandes Slalents.
(Francisco)

[Almoços]
Todos juntos queremos ficar
E a todos os restaurantes queremos ir,
Para mais tarde recordar,
Pois o que nos interessa é divertir;
Seja a almoçar ou a jantar.
Ficamos todos a sorrir.
Quem é que se quer vir embora
E da festa ficar de fora?!
(Susana)

[Primeiro dia]
Ao na escola prestigiosa escola entrar
E dirigir-me à turma a conhecer,
Encontrei vários jovens a olhar,
Desconfiados a tentar saber
Com quem iam muitas horas passar…
Mas a todos foi fácil receber
Vinte colegas muito diferentes,
Que vieram a ser amigos excelentes!
(Carolina)

[Contentores]
Em tempos saudosos e passados,
Novas peripécias foram surgindo,
Em barracões velhos e desbotados,
Como vacas uivando ou mugindo,
Em sossego ou no jardim sentados.
Agora, lá estão, parece que rindo,
E nós, que às salas voltámos,
Olhamo-los e dizemos “gostámos”.
(António Pedro)

Era sexta-feira, e o calor a apertar...
Naquele barracão nada faz sentido,
Ninguém se consegue concentrar,
O oxigénio já foi absorvido.
Mas, a porta sem querer fechar,
Lá deixa entrar um arzinho arrefecido,
Para refrescar a malta,
De quem vou sentir muita falta.
(Laura)

[Ginástica]
Quando a professora Teresa, no seu ginásio glorioso,
Ordenou que silêncio fizéssemos e no banco nos sentássemos,
Percebemos que seria uma aula de desporto odioso,
Pois mandou que os ténis por sapatilhas trocássemos
E, perante trave e colchão verde e material esponjoso,
Indicou que a digna aula começássemos...
Sim, estamos a falar da ginástica que tanto odiamos!
Que podemos fazer? Entre cambalhotas, suspiramos...
(Marta)

[Amores]
Houve poucos amores,
Mas a Rita e o João os marcaram.
Todos os outros eram inferiores
A este amor, o que nem eles acreditaram.
Era o maior amor-ódio da escola e arredores,
Afirmava eu, mas eles não se fiaram.
No fim, acabaram por me dar razão,
Afinal o que eu dizia não era em vão.

Eles não se podiam ver,
Eram como cão e gato.
Tudo porque o amor estava a ferver
Como vinagre e bicarbonato.
Com isto, eles é que estavam a perder,
Pois estavam sempre em desacato.
Por fim, já não os podia ouvir,
De tanto amor a explodir.
(Silvana)

[Família Passinhas]
Uma família para mim criei,
Mas, como era pequeníssima,
O resto da turma depois lhe juntei.
E que família riquíssima!
Até um cão arranjei,
Que criatura divertidíssima.
Assim nasceu a família Passinhas,
Cheia de criancinhas.
(Rita)

[Campeonatos]
No Mini-Challenger, no basquetebol e no voleibol boa figura fizemos.
Só no basquetebol as equipas não eram mistas,
Primeiros e segundos lugares foi só o que quisemos
Que as outras equipas são uns belos «artistas»,
Depois de tantos cestos, os braços eram como remos:
Tão bons, na caça ao tesouro dispensávamos pistas.
No oitavo ano no Corfebol gostei de participar,
No próximo ano um pódio irei ganhar.
(Miguel R.)

[Guerra de borrachas]
Numa disciplina em que costuma haver empenho,
Houve quinze minutos de terror;
Numa aula de que sou fã ferrenho
E onde sempre houvera paz e amor,
Foram quinze minutos de horror,
Em que tudo foi bem estranho:
A guerra de borrachas foi o grande acontecimento,
Ficou como um inesquecível momento.
(Simão)

[Trabalhos na cascata]
Naquela bela cascata,
Todo o dia a trabalhar;
Tão suja como uma mata,
Que é impossível limpar.
Era tão grande aquela lata
Que fomos encontrar,
Cheia de cobras tortas,
Quase todas mortas.
(Miguel M.)

[Slalents]
A equipa dos Slalents é uma maravilha
Muita classe aí se encontra:
O Rui a jogar é o único que brilha
E o Pereira ataca contra;
O Simão, com o «7», é a manilha;
O Marques, na baliza, guarda a sua montra.
Os Slalents não envergonharem o nono terceira?
Isso é impossível, que o plantel é brincadeira.
(André)

[Não há aulas!]
Ouvimos finalmente a nossa frase preferida,
Os olhos brilham e o coração salta:
«Não há aulas, têm livre saída».
Não trabalhar e não ter falta!
Soltam-se gritos e a alegria é incontida,
É como estar no hospital e, de repente, ter alta
Ver a senhora de sempre dentro da bata branca,
Que, ao abandonarmos o bloco, a sala tranca.
(Marta)

[Provas intermédias]
Para Matemática estudar,
Cá na escola resolveram fazer
Um exame para todos capacitar
(E as muitas matérias rever)
Os alunos do que vão enfrentar.
Estes desesperaram sem o ver,
Pois afinal era fácil demais
E só foi uma ajuda para os nacionais!
(Carolina)

[André a estudar]
Os três deitados estávamos,
Num tapete de ginástica, a exercitar,
Enquanto eu e a Rita tentávamos
Que o André não estivesse a falar.
Nós as duas rezávamos,
Para que ele parasse de decorar
Os verbos franceses que tínhamos de saber
Para o teste que a seguir iríamos ter.
(Silvana)

[Plasticina]
Não sabíamos o que fabricar
E só tínhamos ideias esquisitas.
Então a stora de Geografia começámos a rabiscar,
Quase parecíamos uns parasitas:
Continuámos com a plasticina a brincar,
Mas, de repente, apareceram algumas visitas.
Fizémos uma grande lancharada
Com toda a gente entusiasmada.
(Mafalda)

[Visita de estudo]
Num dia de manhã aconteceu
Esta visita tão inesperada;
Nem sei como esta ideia ocorreu:
Todos juntos nesta caminhada
Em busca do que em Sintra aconteceu.
Lá vimos rocha, fóssil e pegada,
Foi um dia cheio de conhecimento
Que não vai cair em esquecimento.
(Silvana)

Estavas tu, linda Escola, posta sem cuidado,
Construída em cima de uma monte,
Parecendo um castelo fortificado,
Com um centro comercial defronte.
Com mais Escolas e campos ao lado,
Mesmo assim não há quem te confronte,
Ó Secundária de Benfica, branca como cal,
Não há nenhuma a ti igual.
(António Pedro)