Sunday, August 26, 2018

Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-22)


Aula 1-2 (17 [5.ª, 4.ª, 9.ª] e 19/set [3.ª, 2.ª]) Algumas indicações úteis ao trabalho ao longo do ano, remetendo-se também para ‘Preceitos úteis’, programa e calendário (ver Apresentação).
            Os parágrafos que se seguem tratam dos autores de que este ano mais falaremos: o Padre António Vieira, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Antero de Quental, Cesário Verde. Deves assinalar a veracidade (V) ou falsidade (F) das frases. Algumas escondem subtis impossibilidades, anacronias; mas também é preciso ter em conta que, muitas vezes, os escritores são efetivamente excêntricos. O aluno que tiver melhor resultado receberá uma parvoíce qualquer (tipo prémio Tia Albertina).

António Vieira (1608-1697)
O Padre António Vieira atravessou o Atlântico sete vezes, tendo morrido na Baía.
Nas suas actividades evangelizadoras dos índios, no Brasil, os jesuítas — a Companhia de Jesus, a que pertencia o Padre Vieira — usavam a variante sul-americana do português.
Para assistir aos sermões do Padre António Vieira, ia-se de madrugada à igreja, a fim de reservar o lugar. Havia até quem acampasse à frente da igreja, nos dias anteriores.
Um dos mais famosos sermões de Vieira, o «Sermão de Santo António [aos Peixes]», foi proferido no Oceanário de Lisboa, em frente às carpas e aos atuns.

Almeida Garrett (1799-1854)
Careca, Garrett usava uma peruca, mas tinha o cuidado especial de que o seu cabelo parecesse natural e, por isso, ia trocando de cabeleira periodicamente, simulando o crescimento natural do cabelo.
Garrett usava um espartilho, para parecer ter a cintura muito fina, e um sutiã, para parecer ter um peito bem proporcionado.
Aos vinte e tal anos, Garrett namorou uma rapariga de onze.
Garrett tinha pernas — ou parte das pernas — postiças, mas movia-se com assinalável elegância.
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, é uma peça que, fantasiando-os, se inspirou em factos da vida do escritor cujo nome Garrett pôs no título, Manuel de Sousa Coutinho (1555-1632).
A primeira representação de Frei Luís de Sousa foi feita no Jardim Zoológico de Lisboa, perto da zona dos elefantes.

Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Quando, por crime de adultério, esteve preso na cadeia da Relação do Porto, Camilo saía, por exemplo, para ir jantar fora ou para levar a consertar os sapatos da amante.
Para poder usufruir da herança do filho, Camilo teve de fingir não ser ele seu descendente.

Eça de Queirós (1845-1900)
Eça de Queirós, aclamado em Vila do Conde como natural desta cidade, nasceu na Póvoa de Varzim.
Ramalho Ortigão (1836-1915) — co-autor, com Eça, do Mistério da Estrada de Sintra — foi professor do amigo, quando este tinha cerca de dez anos.
Na Relíquia, romance de Eça de Queirós, o protagonista tem o azar de fazer uma troca na prenda que queria oferecer à sua tia beata (cuja fortuna queria herdar): em vez de uma relíquia da Terra Santa embalou a camisa de dormir da mulher com quem estivera.
Em Os Maias há pelo menos quinze refeições completas, algumas narradas em três páginas mas outras em vinte e seis.
Dois dos romances de Eça aproveitam situações de incesto. Em A Tragédia da Rua das Flores, o incesto envolve mãe e filho; em Os Maias, o incesto é entre irmãos.

Antero de Quental (1842-1891)
Antero só ingeria alimentos uma vez por dia.
No relatório científico sobre as doenças de Antero («Nosografia de Antero», por Sousa Martins), diz-se que sofria de efodiofobia (‘medo de preparar ou expedir malas de viagem’), doença que teria contribuído para o seu suicídio.
Antero suicidou-se com dois tiros na cabeça (entre o primeiro tiro e o segundo mediou cerca de um minuto).

Cesário Verde (1855-1886)
Em casa dos pais de Cesário Verde, aos serões, saboreavam-se doçarias de cocó.
Na loja de ferragens, negócio da família, Cesário Verde, vestido de azul, tinha à venda camisolas de algodão e chinelas de tranças. Chegou a vender calda de tomate.
Cesário Verde, já muito doente, esteve, a conselho do médico-santo Sousa Martins, a aproveitar os ares do campo em Caneças e, depois, no Lumiar, onde aliás morreria.

Na página de rosto [da folha de caderneta], preencham cabeçalho com os vossos dados e, no canto superior direito, criem um acróstico vosso (como os que fiz para «Cesário» e «Vieira»), também só com nomes que os possam retratar (não são adjetivos!). O nome na vertical será aquele porque querem ser tratados.
Na página verso, só a nota do 10.º ano a Português (ou do 11.º, se estão em melhoria).

Escreve quadra que ficará no retângulo a meio da folha de caderneta. Modelo em termos de versificação e até de tema será «Cinco horas» (heptassílabo com rima ABAB, ABBA ou ABCB); título: «… horas»; «Eu» do texto = ao autor (que, direta ou indiretamente, acabará por se caracterizar).
TPC Em Gaveta de Nuvens‘Preceitos úteis’. Relanceia também tudo o que marquei a azul turquesa.


Aula 3-4 (19 [5.ª], 20 [9.ª, 4.ª], 21/set [3.ª, 2.ª]) Sobre os trabalhos da última aula; sobre deíticos (ver Apresentação).
Ao longo da aula vamos ver excertos de Bean, um autêntico desastre. Interessa-nos sobretudo o discurso de Bean acerca do quadro conhecido como «A mãe de Whistler», do pintor James Whistler (1834-1903), nascido no Massachusetts. O comentário de Bean é pertinente, ainda que não seja como o que faria um verdadeiro especialista em pintura.
Para se perceber o discurso, convém saber que foi proferido perante uma plateia de cidadãos americanos, na presença do milionário benfeitor que tinha adquirido o quadro para o doar a um museu. Ao falar, Bean tinha a pintura à vista e para ela ia apontando.
Bem... Olá. Eu sou o Dr. Bean (pelo que parece).
O meu trabalho consiste em sentar-me a olhar os quadros. Portanto, o que aprendi eu que possa dizer sobre este quadro?
Bem, primeiro que tudo, que ele é muito grande. O que é magnífico, pois, se ele fosse muito pequeno — microscópico, estão a ver —, ninguém conseguiria vê-lo, o que seria lastimável.
Em segundo lugar — e estou a aproximar-me do fim desta análise do quadro —, em segundo lugar, porque é que se justifica que este homem tenha gasto 50 milhões dos vossos dólares na sua compra?
E a resposta é... Bem, este quadro vale tanto dinheiro, porque é um retrato da mãe de Whistler e, como eu aprendi ao ficar em casa do meu melhor amigo, David Langley, e da sua família, as famílias são muito importantes e, apesar de o Sr. Whistler saber perfeitamente que a sua mãe era uma avantesma atroz com ar de quem se sentara num cato, ele não a abandonou e até se deu ao trabalho de pintar este extraordinário retrato dela. Não é apenas um quadro, é um retrato de uma velha taralhoca e feiosa que ele estimava acima de tudo.
E isso é maravilhoso. Pelo menos é o que eu penso.
Numa versão puramente escrita deste discurso — destinada, por exemplo, a sair junto de notícia relativa à cerimónia —, depurada de tiques orais, o que eliminaríamos da transcrição que fiz? Circunda essas partes desnecessárias (marcas de oralidade, no fundo).
Depois, assinala com uma letra os deíticos (E[spaciais], T[emporais], P[essoais]). Por vezes, será necessário usar duas letras pois os déiticos terão mais do que um valor.
Por fim, sublinha os antecedentes das expressões (anafóricas) que sublinhei e marquei a negro.
Escreve uma análise — até certo ponto, semelhante à de Bean — do quadro que escolheres (entre os do álbum que te calhou, que será de um pintor aproximadamente contemporâneo de Whistler). Diferentemente do discurso de Bean, o teu texto evitará as marcas de oralidade e o vocabulário ingénuo.
Pretende-se que o teu discurso-apreciação crítica comece por uma aproximação sobretudo descritiva, objetiva, termine com explicação já mais subjetiva, emotiva, quase poética, como acontecia na análise de «A mãe de Whistler» que transcrevi.
Em algum momento do teu texto, refere o pintor e o título do quadro.
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Do Diário de Notícias (21-8-2012):
espanha
Idosa decide 'restaurar' fresco em igreja

Uma senhora na casa dos oitenta anos decidiu 'restaurar' um fresco que está exposto na Igreja do Santuário da Misericórdia em Borja (Aragão), Espanha. A intenção era boa mas o resultado, que aqui mostramos... foi hoje divulgado pela autarquia.
A pintura, da autoria do espanhol Elias García Martínez, foi realizada nos primeiros anos do século passado (XX) e decora uma das paredes da Igreja do Santuário da Misericórdia em Borja (Aragão), Espanha."Uma idosa, muito bem intencionada, decidiu, por sua conta própria e risco [no passado mês de julho], restaurar o fresco que, na realidade, estava em mau estado por causa da humidade", explicou Juan María Ojeda, conselheiro de cultura de Borja, ao programa "Queremos Falar" da ABC Punto Radio.
Agora, resta reparar o mal feito. "Uma vez avaliados os prejuízos, a pintura irá ser restaurada", garantiu o conselheiro de cultura de Borja.
TPC — Em Gaveta de Nuvens, lê ‘Deíticos’. Ficará reproduzida também a ficha do Caderno de Atividades (5, pp. 36-37)sobre «Dêixis: pessoal, temporal e espacial» (a versão que copiarei tem já as soluções — podes, mais do que praticar muito, verificar se saberias resolvê-la, vendo logo as soluções). Se ainda não tens o manual, não te esqueças de ir tratando de o arranjar. Se já tens o manual, trá-lo sempre para a aula.


Aula 5-6 (24 [5.ª, 4.ª, 9.ª], 26/set [3.ª, 2.ª]) Preenche as lacunas da síntese sobre Deíticos com estas palavras:

momento / marcas / situação / ato / enunciado / pronomes / verbos / enunciação / deítica / determinantes/ espaço / referentes / produto / advérbios
Já distinguimos enunciação e enunciado. Enunciado é o _____ de uma enunciação; a enunciação é o _____ de produção desse enunciado (ou seja, desse texto).
Vimos que deíticos são ______ do processo de enunciação, porque remetem para a situação em que o ______ é produzido. São palavras que só podem ser compreendidas em função do contexto da _______.
Exemplos que dei foram os de «este», «aquele» ou «ali», cujos referentes se reportam ao ______ em que o enunciado estiver a ser produzido. Também os pronomes pessoais e possessivos podem ter função ______, porque os seus exatos ______ dependem do «eu» e do «tu» que intervenham na ______ de enunciação. Palavras como «agora», «amanhã», para serem percebidas, precisam de ser relacionadas com o _______ da enunciação.
Os deíticos podem ser arrumados em pessoais, espaciais e temporais, e são os instrumentos da referência deítica ou dêixis. (Na p. 392 do manual, apresenta-se um quadro com os deíticos mais comuns.) Entre as classes de palavras que mais concorrem para a referência deítica encontramos a dos ______, a dos ______, a dos ______. Os _____ e a sua flexão também podem funcionar como deíticos.
Nas frases que te vou dar, os elementos a negro nem sempre têm valor deítico. Verifica quais das palavras a negro remetem efectivamente para a enunciação, sendo portanto verdadeiros deíticos (D). À esquerda das frases em que haja deíticos escreve D (as outras — em que as palavras a negro remetem para referentes na própria frase, independentes da enunciação — ficarão sem marca nenhuma).
Encontrei ali um ornitorrinco meu amigo.
O campo estava minado, mas foi que o patrão quis fazer o piquenique.
Esses livros costumavam estar naquela banheira, aí ao lado. Ontem, porém, não os vi.
Na semana passada, falei com uma grafonola voadora.
Neste momento, já não acredito em milagres.
Um dia antes, a Ermelinda já se tinha aperaltado para o baile da José Gomes Ferreira.
Vocês fazem tudo o que lhes apetece e eu, estúpido, nem protesto!
Antes, era capaz de até nem se importar, mas agora D. Afonso Henriques não iria deixar passar aqueles disparates: estava decidido a enfrentar tudo e todos.
Amanhã, vou comer as saborosas framboesas.
Vou entregar esta folha.
[Esta segunda parte do exercício, ainda que com as frases alteradas, foi retirada de: M. Olga Azevedo, M. Isabel Pinto, M. Carmo Lopes, Da comunicação à expressão. Exercícios.]

Oralidade, 1-2 (p. 12):
Vaiamos, irmana, vaiamos dormir
nas ribas do lago u eu andar vi
    a las aves meu amigo.

Vaiamos, irmana, vaiamos folgar
nas ribas do lago u eu vi andar
    a las aves meu amigo.

Nas ribas do lago u eu andar vi,
seu arco na mãao as aves ferir,
    a las aves meu amigo.

Nas ribas do lago u eu vi andar,
seu arco na mãao a las aves tirar,
    a las aves meu amigo.

Seu arco na mano as aves ferir
e las que cantavam leixa-las guarir,
    a las aves meu amigo.

Seu arco na mano a las aves tirar
e las que cantavam non'as quer matar
    a las aves meu amigo.
Fernando Esquio (CBN 1298, CV 902)

Vem comigo irmã, iremos dormir
nas margens do lago onde andar eu vi
    às aves, o meu amigo.

Vem comigo irmã, iremos folgar
nas margens do lago onde eu vi andar
    às aves, o meu amigo.

Nas margens do lago, onde andar eu vi
com o arco na mão, as aves ferir
    às aves, o meu amigo.

Nas margens do lago, onde eu vi andar,
com o arco na mão, as aves matar,
    às aves, o meu amigo.

Com o arco na mão, as aves ferir;
mas as que cantavam, deixava-as fugir,
    às aves, o meu amigo.

Com o arco na mão, as aves matar;
mas as que cantavam, deixava-as voar,
    às aves, o meu amigo.
Natália Correia (adaptação de)

A — __; B — __; C — __; D — __; E — __; F — __; G — __; H — __; I — __; J — __


Supertaça
Vencedor da LC
Eu
Mestre
Vencedor da LE
Eu
Mestre






Nessas linhas da tua folha, copia o texto de Sophia mas em prosa (ocuparás a linha toda, fazendo translineação, se for caso disso), inserindo pontuação. Não acrescentarás nem tirarás palavras. Maiúsculas não são indício, já que se percebe que só são usadas no início dos versos. Haverá dois parágrafos (para lhes fazermos corresponder as duas estrofes).
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TPC — Lê capítulo de gramática sobre ‘Pontuação’ reproduzido em Gaveta de Nuvens. (Poderias ainda relancear as páginas sobre pontuação no manual, «H. Construção de resposta a questionário interpretativo», pp. 355-357, mas, neste caso, são fracas.)


Aula 7-8 (26 [5.ª], 27 [9.ª, 4.ª], 28 [3.ª, 2.ª]) Correção do discurso-apreciação feito na penúltima aula e agora devolvido. Sinais usados na correção de redações. (Ver Apresentação.)
Aplicando o que terás estudado no tepecê da aula anterior — sim, há ironia —, resolve este exercício sobre pontuação — aproveitando apenas o caso das vírgulas:
A(s) vírgula(s) pode(m) ser usada(s)
1. para assinalar a elisão (isto é, a omissão) de um elemento.
2. para separar os vocativos.
3. para separar modificadores (no início ou no meio da frase).
4. para separar elementos que desempenham a mesma função sintática.
5. para separar orações coordenadas assindéticas (as sem conjunção) e, até, as sindéticas.
6. para separar alguns conectores.
7. para separar os modificadores apositivos.
8. para separar uma oração adverbial (principalmente, quando colocada antes ou no meio da subordinante).
9. para separar orações subordinadas adjetivas relativas explicativas.
Atribui às frases uma das explicações (1-9) do uso de vírgula(s) inventariadas em cima:
___    Luka Modrić, o mais baixo dos jogadores do Real, foi eleito o maior.
___    Comi uma alface, quando a conheci.
___    Stor, dê-me a fatia do bolo rançoso.
___    Bebi sangria, aguardente, bagaço, vinho tinto, chá.
___    Ela tem uma das melhores memórias; ele, uma das piores.
___    Ontem, comi uma alface de estimação.
___    Não voteis na lista Z, votai na lista de vinhos.
___    Não creio, contudo, que sejas parvo.
___    Combinava, por vezes, uns assaltos.
___    E, se tudo correr bem, encontramo-nos em Paris.
___    Porque estava frio, despi a camisola.
___    A iguana, que estava lindíssima, beijou o iguano.

Nas pp. 18-19, vai lendo o discurso de agradecimento proferido por Mia Couto na cerimónia do Prémio Camões de 2013 (lê também a introdução, do Jornal de Letras).
Na linha 12 e na linha 21, percebemos que foram cortados dois trechos, o que se deduz do sinal «(...)». Escreve tu esses dois passos em falta, adivinhando o assunto de que trataria Mia Couto e mantendo um registo linguístico semelhante ao do resto do discurso.
[l. 12] última árvore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[l. 21] comum. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
No pseudónimo Mia Couto, «Mia» é hipocorístico de Emílio (António Emílio). Ficámos a saber que a mãe de António Emílio Leite Couto foi batizada como Maria de Jesus, que o pai do escritor era Fernando, que a mulher de Mia se chama Patrícia, que os filhos são Madyo, Luciana, Rita. Estas diferenças de estilo de onomástico consoante as gerações interessam-nos para tratarmos de História da língua.
Há uma característica inevitável da língua: a maneira como ela é diferente conforme a idade das pessoas, os sítios que frequentam, os seus interlocutores. Esta característica tem o nome de variação. E tem um resultado: a língua de quem vive em determinado tempo é sempre muito diferente da dos seus antepassados. A isso se chama mudança linguística.
As duas tabelas mostram um caso de variação e mudança no campo particular das escolhas de nomes de pessoas. Excecionalmente, até podemos trabalhar com referência a poucas décadas, porque, sendo uma área da língua muito exposta às vaidades humanas e influenciada por acontecimentos diretos — telenovelas, surgimento de vedetas de futebol, etc. —, o ritmo das mudanças é anormalmente elevado.
Nas colunas já preenchidas estão os nomes mais populares em cada década (a fonte dos dados é a 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa). À direita, deixei espaço para fazeres uma tentativa de acertar no top dos nomes dos nascidos em 2000 e em 2017.

Em 1990, o nome «Vanessa» foi o nono mais escolhido. O que nos leva a «Maria Albertina» (que, composta por António Variações, em 1983, foi depois recriada em 2004):

Maria Albertina
Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?

Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.

Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?

Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
David Fonseca, Manuela Azevedo, Camané, Humanos, Lisboa, EMI — Valentim de Carvalho, 2004

Escreve um comentário a «Maria Albertina». Nesse comentário (com, pelo menos, cem palavras [100-150 palavras]), explicitarás em que medida a letra da canção apresenta uma crítica à escolha de nomes no nosso país. Inclui, pelo menos, uma citação. A caneta.
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TPC — Vai já escolhendo, e lendo, livro do projeto de leitura (evita poesia). Lista de obras está aqui e no manual (pp. 20; 74-75, 154-155, 230-231, 282-283, 308-309, 344-345).


Aula 9-10 (3 [3.ª, 2.ª], 4 [9.ª, 4.ª], 8/out [5.ª]) Correção do comentário a «Maria Albertina» (ver Apresentação).

Depois de leres o poema de Nuno Júdice na p. 16 — e considerando o significado dicionarizado de «lusofonia» (vê sobretudo a segunda aceção do verbete desta palavra retirado de Dicionário da língua portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011) —, explica como o título do texto («Lusofonia», precisamente) é irónico. (Na p. 395 há uma definição de «ironia», mas todos sabemos em que consiste esta figura de estilo.) 

O título «Lusofonia» assume sentido irónico, porque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
No período final do poema o sujeito lírico propõe uma solução-brincadeira que tem implícita espécie de crítica à evolução da cidade. Comenta.
O problema abordado ao longo do poema (um dilema fundamentado em reflexões de ordem linguística e sociológica) ficaria repentinamente resolvido se o poeta tomasse uma medida simples, mudar de café. E o sujeito poético aproveita para aludir a uma situação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Continuamos com antropónimos, mas abandonamos os nomes de batismo, os primeiros nomes, e passamos aos apelidos.
Boa parte dos apelidos começaram por ser patronímicos (= ‘nomes de pai’): o primeiro Marques era filho de um Marco; o primeiro Simões, filho de um Simão; o primeiro Lopes, filho de um Lopo. (Estes apelidos terminavam em -z, porque o morfema que se afixava ao nome de batismo do pai era -ici, que evoluiu para -iz, -ez ou -z e, com a reforma ortográfica de 1911, para -s.) Atrás de muitos apelidos terminados em -s estão, portanto, primeiros nomes de homem.
Na tabela seguinte, deduz os patronímicos ou os primeiros nomes (alguns destes eram comuns na Idade Média mas caíram em desuso depois).
Nome
Patronímico
Sancho

Soeiro

Estevão

Gonçalo


Dias

Mendes
Nuno


Martins
Telo


Anes

Peres / Pires

Vasques

Álvares / Alves
Paio / Pelágio


Antunes

Moniz
Porém, nem todos os esses em final de apelido se devem àquele -ici. Por exemplo, os apelidos Reis e Santos celebram datas do calendário cristão: o Dia de _____ e o Dia de Todos os ______.
O trecho que vimos, revimos, do Programa do Aleixo (do episódio 1 da temporada 2) faz apresentarem-se-nos personagens (Bruno Aleixo, Nelson Miguel Rodrigues Pinto, Buçaco [«Bussaco» é erro], Renato Alexandre, Busto) que podem ilustrar as quatro origens mais comuns dos apelidos: patronímicos, alcunhas, topónimos, invocação religiosa.
«Rodrigues» é um caso de _____ (o étimo é o nome «Rodrigo»). «Pinto» é um apelido que deve provir de uma _____ (o étimo terá sido «pinto», a cria da galinha). «Buçaco» exemplifica bem o processo de formação a partir de _____ (de certo modo, mostra até os dois momentos: primeiro, o nome do lugar está explícito em «[Homem do] Buçaco»; no final, Bruno trata o amigo já apenas por «Buçaco»). Quanto ao apelido do nosso protagonista, «Aleixo», pode ter várias explicações, mas uma delas é a de se tratar de ______ (se supusermos que a origem é «Santo Aleixo»).

O texto «O primeiro amor» (p. 17) pertence a Chiquinho, de Baltasar Lopes, escritor nascido em Cabo Verde. É um texto escrito em português (não se trata, portanto, de caboverdiano, isto é, crioulo de Cabo Verde, que é a verdadeira língua materna em Cabo Verde), mas num português que incorpora regionalismos, coloquialismos e, claro, as especificidades da vida local, há muitas décadas — São Vicente, há quase cem anos.
Lê o texto, em que Chiquinho, adolescente, relata os progressos do seu amor por Nuninha (já agora, este antropónimo, feminino de «Nuno», entre nós quase se não usa). Depois, no mesmo estilo — será difícil imitar o léxico, que é, simultaneamente, elegante, local, «meigo» —, prossegue a recordação por mais um parágrafo, na extensão aproximada da dos do romance autobiográfico de Baltasar Lopes.

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O filme O Discurso do Rei interessa-nos a vários títulos. Sobretudo, far-nos-á reconhecer a importância da oratória, neste caso ilustrada por peripécias verídicas: as dificuldades de fala de Jorge VI, a terapia da sua expressão oral, o decisivo discurso com que anunciou a II Guerra Mundial.
Entretanto, no início do filme há várias referências ao onomástico (aos nomes próprios), mais concretamente, a antropónimos (os nomes de pessoas) e é esse o tópico que nos vai mobilizar por enquanto.
__________ — nome que talvez não entre em moda tão cedo — foi um grande orador grego. Ter seixos na boca enquanto ensaiava os discursos, episódio sempre citado, era uma das estratégias a que recorrera para vencer a gaguez de que padecia.
O apelido do original terapeuta da fala, cujo primeiro nome é Lionel, quase parece inventado propositadamente. Com efeito, «______» assemelha-se ao radical grego ‘logo’, que significa ‘discurso, palavra, razão, estudo’ (cfr. «logorreia», «logótipo», «logogrifo», «logopedia», «logograma»).
Também é interessante o apelido usado pelo futuro rei, quando pretendia passar incógnito: ______ é decerto um dos apelidos mais comuns em Inglaterra e é um patronímico (significa ‘____ de John’, sendo equivalente ao português Anes, ao russo Ivanov, ao sérvio Jovanović, ao holandês Jansen, ao dinamarquês Jensen, ao sueco Johansson, ao galês Jones, etc.). Outro apelido com origem patronímica é o da presidente da Sociedade de Terapeutas da Fala, que teria recomendado Lionel, a senhora Eillen ____ (onde adivinhamos um antepassado escocês filho de um Leod).
A certa altura alude-se aos nomes de batismo do então Duque de Iorque. Chamava-se ele «Alberto Frederico Artur Jorge», embora o tratassem familiarmente pelo hipocorístico ____ (< Albert). Mais à frente se verá o motivo de, aquando da coroação, ter preferido o nome ____, em detrimento dos outros.
Uma última menção se pode fazer. Surgem, ainda crianças, as princesas ______ e Margaret. A primeira é a atual rainha e, como já expliquei, será responsável pela relativa popularidade deste nome em Portugal há quase de sessenta anos, já que visitou o país em 1957. É um caso curioso, porque sempre fora muito corrente um outro nome seu cognato: «____». Também ____ e Jaime são divergentes de um mesmo étimo, Iacobu.
TPC — Revê as noções de ‘anáfora’, ‘catáfora’, ‘elipse’, ‘correferência’ — dentro de «[Coesão] Referencial», seja no terço final da p. 388, seja nestas páginas que reproduzo de uma gramática. (Conclui, ou melhora, a redação que acabaste de começar.)


Aula 11-12 (8 [9.ª, 4.ª], 10 [3.ª, 2.ª], 12/out [5.ª]) Vai lendo o texto na p. 21, «Ler é maçada», de Pedro Mexia, e, em cada item, circunda a alínea com a melhor solução. Se precisares, lê também o verbete de best-seller ou bestseller.


O título, «Ler é maçada», é
a) síntese das ideias defendidas no texto acerca dos livros muito comerciais.
b) citação de verso de Fernando Pessoa, que se torna irónico dado o contexto.
c) crítica às obras difíceis, aos grandes livros.
d) caracterização de qualquer situação de leitura.

Em «Ler é maçada», o sujeito é
a) «é».
b) «maçada».
c) «é maçada».
d) «Ler».

Segundo o que lemos no primeiro período (ll. 1-3), caracteriza as «bestas céleres» serem
a) livros maus, pequenos e que se vendem depressa.
b) livros grandes e mal escritos, que se vendem depressa e que não são complexos.
c) animais rápidos.
d) duplas enormidades.

A qualificação «Livros escritos para o momento e não para o futuro» (l. 6) serve para
a) contrastar o caráter transitório de um best-seller com a perenidade de uma verdadeira obra literária.
b) vincar o imediatismo dos best-sellers e o seu afastamento de temas como a ficção científica.
c) elogiar a preocupação com a atualidade que revela a maioria dos best-sellers.
d) valorizar os livros classificados como «best-sellers» por se focarem no presente.

A Bíblia e o Dom Quixote de La Mancha são evocados (ll. 7-10) como exemplos de
a) «bestas céleres».
b) bons livros que se venderam muito num dado momento.
c) livros que sempre tiveram e hão de ter mercado por serem «bestas céleres».
d) livros «a sério» que, no entanto, se vendem muito e sempre.

O sujeito «o romancista» (l. 11) tem como referente
a) os bons autores.
b) os romancistas em geral.
c) os bons romancistas.
d) os autores de best-sellers.

«existências» (l. 11) reporta-se a
a) ‘livros à venda’.
b) ‘vidas dos leitores’.
c) ‘perceção que os leitores têm acerca da vida das personagens dos livros’.
d) ‘seres humanos’.

O quarto parágrafo (ll. 12-17) serve para
a) indicar as características dos romances que se tornam grandes êxitos comerciais.
b) assumir que os livros que muito vendem são verdadeiros cocós de cão.
c) assinalar as preferências dos autores de ficção popular.
d) tentar definir os géneros e os temas que são apropriados pelas «bestas céleres».

Na l. 17 houve
a) a elipse de «são eternos favoritos».
b) a anáfora de «são eternos favoritos».
c) a catáfora de «são eternos favoritos».
d) a anáfora de «temas polémicos».

O caso de Dickens (ll. 18-20) serve como exemplo dos
a) autores comerciais.
b) muitos bons autores que vendem bem e depressa.
c) escritores de mérito que, apesar disso, conseguem vender bem e depressa.
d) autores que raramente vendem muito.

Os autores que o cronista considera terem sido «escritores a sério que foram bestas célebres» (ll. 20-21) são referidos enquanto
a) maus escritores mas que se tornaram célebres.
b) escritores não-comerciais mas muito vendidos por motivos circunstanciais.
c) bons escritores que se tornaram maus escritores porque a isso foram obrigados.
d) maus escritores que se tornaram bons escritores dada a sua biografia.

«fazer sociologia de bolso ou metafísica aguada» (ll. 29-30) é observação que
a) considera benéficas certas estratégias de divulgação adotadas pelos best-sellers.
b) olha criticamente as abordagens simplificadoras das «bestas céleres».
c) descreve com neutralidade, sem juízo de valor, abordagens típicas dos livros que se vendem muito.
d) salienta o caráter popular e acessível de assuntos tratados nos best-sellers.

Entre as orações «Nenhuma besta é célere» e «se for difícil» (ll. 30-31),
a) deveria haver uma vírgula, porque a segunda oração é uma subordinada condicional.
b) aceita-se que se dispense a vírgula, porque a oração condicional está depois da subordinante.
c) não pode haver vírgula.
d) a falta de vírgula é um erro.

«Nenhuma besta é célere se for difícil» (ll. 30-31) quer dizer que
a) uma condição para um livro ser besta é ser célere.
b) uma das características de um best-seller é ser de fácil leitura.
c) se leem mais facilmente os livros que vendem muito.
d) nenhum animal rápido é difícil.

Na l. 31, o constituinte «difícil» é
a) predicativo do sujeito.
b) predicativo do complemento direto.
c) complemento direto.
d) difícil.

A crónica que leste, de Pedro Mexia, é predominantemente
a) narrativa.
b) instrucional.
c) expositiva.
d) descritiva.

Assinala os intrusos na lista, que pretende ser um Campo lexical de ‘nome’. (Recordo que se dá o nome de campo lexical ao conjunto de formas que partilhem um mesmo campo conceptual.)
nome
onomástico
cocó
hipocorístico
identificar
assinar
designar
Não invoques em vão o santo nome de Maria!
alcunha
apelido
topónimo
com
batismo
nomeação
nómada
Indica seis exemplos de elementos que integrem o Campo semântico de «nome». Para ajudar, reproduz-se o verbete de dicionário de «nome». (Dá-se o nome de campo semântico ao conjunto dos diferentes significados que uma palavra pode assumir de acordo com o contexto em que ocorre.)

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Eis a lista dos vencedores do Prémio Camões. Assinala um apelido que tenha origem num patronímico; outro, com origem em alcunha; outro, de topónimo.
1989 — Miguel Torga, Portugal
1990 —João Cabral de Melo Neto, Brasil
1991 — José Craveirinha, Moçambique
1992 — Vergílio Ferreira, Portugal
1993 — Rachel Queiroz, Brasil
1994 — Jorge Amado, Brasil
1995 — José Saramago, Portugal
1996 — Eduardo Lourenço, Portugal
1997 — Pepetela, Angola
1998 — António Cândido de Mello e Sousa, Brasil
1999 — Sophia de Mello Breyner Andresen, Portugal
2000 — Autran Dourado, Brasil
2001 — Eugénio de Andrade, Portugal
2002 —Maria Velho da Costa, Portugal
2003 — Rubem Fonseca, Brasil
2004 — Agustina Bessa-Luís, Portugal
2005 — Lygia Fagundes Telles, Brasil
2006 — José Luandino Vieira, Portugal/Angola (recusou)
2007 — António Lobo Antunes, Portugal
2008 — João Ubaldo Ribeiro, Brasil
2009 — Arménio Vieira, Cabo Verde
2010 — Ferreira Gullar, Brasil
2011 — Manuel António Pina, Portugal
2012 — Dalton Trevisan, Brasil
2013 — Mia Couto, Moçambique
2014 — Alberto da Costa e Silva, Brasil
2015 — Hélia Correia, Portugal
2016 — Raduan Nassar, Brasil
2017 — Manuel Alegre, Portugal
2018 — Germano Almeida, Cabo Verde
Em http://cvc.instituto-camoes.pt/tesouro/08/premiocamoes.html há uma caça ao tesouro sobre os vencedores do Prémios Camões, que atribui interessantes prémios, mas que, infelizmente, já está encerrada (e aliás só versava os vencedores até há quinze anos). Mas podes tentar fazê-la — é sempre interessante concorrer a um concurso que já não se pode ganhar.
Depois de ler o seu discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a importância da comunicação nos tempos que corriam:
«Este aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas: tornámo-nos atores.»
Vê também, à direita, o cartoon «O líder», de Angel Boligan.

Escreve um texto expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à citação de Jorge V e à imagem.
Sem que sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do que defendas —, podes incluir alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático de Jorge VI) e ao cartoon.
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TPC — Revê as classes de palavras, particularmente, para já, o nome e o adjetivo (no manual, poderás ler quase toda a p. 367; em Gaveta de Nuvens, as primeiras quatro páginas reproduzidas em ‘Classes de palavras’, sobre ‘nome’, e, mais à frente, a parte sobre ‘adjetivo’). No blogue, destacarei também uma zona que inclui asnoções de ‘campo lexical’ e de ‘campo semântico’.


Aula 13-14 (11 [9.ª, 4.ª], 12 [2.ª, 3.ª], 15/out [5.ª]) Correção, com leitura de parte de trecho que é sequência do que lemos de Chiquinho (ver Apresentação):
Andrezinho não era para esses enternecimentos. Tinha sempre o ar de quem esperava com impaciência o final da música. Ele queria era falar de coisas sérias, o programa do Grémio, o jornal que tínhamos de publicar, os fatores que condicionavam o nosso caso. Eu queria lá saber de nada disso! A única coisa séria que para mim contava era Nuninha. Andrezinho não parecia ter vinte anos.
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Nonó tinha uma morna muito certa:
Amor ê suma passadinha azul
sentado na rama di jamboêro...
Olhá-l, dixá-l cantâ, dixá-la boâ...
                Si bô pegá-l êl tâ chorâ,
                Si bô dixá-l êl tâ cantâ
e di note êl tâ ninábo bô sono...
Não, eu não queria espantar o passarinho azul que povoava as minhas horas. Como na morna de Nonó, receava que ele chorasse, magoado da minha brutalidade, e fugisse para nunca mais. Nuninha. O meu amor por ela vivia só nos olhares que lhe lançava, sem coragem para lhe falar do que me ia no coração. Traçava planos de diálogos, em que lhe declararia o crecheu que me iluminava. Mas faltava-me ânimo. E se o passarinho fugisse? Nem sequer me dava ao trabalho de procurar saber se ela gostava de mim. Por dias, não quis sair depois de jantar. E o serão estendia-se tépido, desenrolado em longas horas silenciosas, apenas cortado pelo cri-cri dos grilos lá fora.
Da janela eu via o porto e a ilha de Santo Antão, com o seu vulto enorme a perder-se no betume da noite. Quando havia vapores na baía, as luzes faziam-me viajar por essas terras longe que os velhos marinheiros de S. Nicolau conheceram antes de caírem de novo na enxada. Eu já não estava na salinha de jantar de nha Cidália, com as mulheres costurando. No deck de um paquete da Blue Star ia um par de namorados. Os fios de luar eram fios dos cabelos da moça-do-mar, que se penteava. E os peixes voadores, pagens alegres e estouvados, montando guarda ao idílio de Chiquinho com Nuninha. Muito em surdina chegava a voz de Nonó. A morna falaria, com cer­teza, da alegria de amar e da doçura incomparável que desce, líquida e envolvente, dos olhos negros de uma crioula. A morna de Chiquinho com Nuninha não falaria, não, de saudades lancinantes, da tristeza da separação e do desespero das noivas pelo destino dos namorados emigrantes que os navios-de-vela sepultam no fundo do Golfo quando regressam da América para se casarem com a crioulinha de olhos de uva madura que os estava esperando.
Nuninha. Mas ela envolvia-me com olhares roubados à contemplação das roupas que Tia Alzira ia cosendo. Quando Humberto aparecia, eu ficava danado com as atenções que Nuninha lhe dispensava. Ela, tão recolhida quando não havia ninguém de fora, era toda amabilidades, deferências, segredinhos ao ouvido, que Humberto sublinhava com o seu riso grosso. Achei razão a Andrezinho, para quem Humberto era um felizardo que não tinha problemas. Riso gozado largo, riso de homem que não tem problemas.
6
Quando voltei do Grémio para me deitar, dei com Nuninha no meio da escada. Não tive dúvidas de que ela me estava esperando. Vivemos colados um ao outro uma eternidade de segundos. Ela tinha a cabeça derrubada para trás, os olhos pasmados, só se vendo o branco. Saí com a sensação humilhante de não ter sabido saborear o beijo completo que Nuninha me ofereceu. Eu vinha de S. Nicolau, habituado ao amor bruto do dedo mindinho estortegado até obter sim. Mas sentia-me plenamente feliz. O meu amor próprio, que Nuninha beliscara com Humberto, estava vingado. Via bem que Nuninha me pertencia completamente. Nonó percebeu no dia seguinte o meu estado de felicidade:
— Chiquinho, viste passarinho novo...

Nas pp. 14-15 do manual, lê «Viagens de ontem e de hoje», trecho de O Murmúrio do Mundo. A Índia Revisitada, de Almeida Faria. É um livro de uma coleção (‘Literatura de Viagens’) de que veremos mais exemplos a seguir.
Responde à pergunta 7 (de Leitura, p. 15):
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Transcreve três palavras do campo lexical de ‘doença’: _______; _______; _______.
Copia três exemplos de deíticos (um pessoal, outro temporal, outro espacial), encontrados só na parte do texto em redondo (ou seja, na que não está em itálico — na moderna, portanto): _______; _______; _______.
Nas linhas 46-47, repara em «mendespintice» (nome) e «mendespinto»  (1.ª pessoa do Presente do Indicativo de um verbo «mendespintar). São neologismos criados a partir do nome do escritor (viajante e aventureiro) Fernão Mendes Pinto. Tendo em conta o contexto, podemos traduzir estas duas palavras por _______ e _______.

Num livro, o Paratexto é o que não é o texto propriamente dito. Inclui categorias da responsabilidade do autor (título, dedicatórias, epígrafes) e outras da responsabilidade do editor (capa, contracapa, orelhas, sobrecapa, cintas). Há ainda prefácio ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações, que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da do editor.
Verificarás as partes do livro que te calhar, completando o que se segue (preenche as linhas e risca ou circunda as alternativas dentro das chavetas):
Capa
A capa, além do logotipo da editora (Tinta-da-China), terá o nome do autor (______) e o título da obra (abreviado, se o título completo for grande).
Os livros desta coleção, ‘Literatura de viagens’, têm capas com uma única cor de fundo, que vai variando de obra para obra, e uma ilustração a negro. A autora da capa, a capista, é ______ (como podemos ler na ficha técnica, que está no verso do frontispício). Às vezes, os autores das capas usam fotografias ou ilustrações de outros artistas, cuja referência figurará também na ficha, mas não é o que sucede neste caso.
Na lombada, se descartarmos as ilustrações, temos os mesmos elementos que na capa: título (abreviado), _____, logotipo da editora.
Na contracapa há uma citação de ________ (o conhecido Santo Agostinho), que percebemos serve de lema a toda a coleção, e {um/dois excerto(s)}, tirado(s) do {livro propriamente dito e/ou do prefácio}. Vem também {o nome do tradutor, o nome do coordenador da coleção, o código de barras}.
Os livros desta coleção não têm badanas (orelhas), porque são de capa dura. As badanas usam-se em livros de capa mole ou nas sobrecapas. O que costuma estar escrito nas badanas pode ser uma notícia biobibliográfica sobre o autor, o elenco de outros livros da coleção, uma lista dos livros do mesmo autor, até uma sinopse do livro.
Uma característica especial desta coleção é estarem coladas nos versos da capa e da contracapa, e funcionando também como primeiro resguardo das folhas do livro, cartolinas de cor com o mapa das ______ de que trata a obra.

Folhas
Páginas não numeradas ímpares (pp. [1], [3], [5], [7]), de rosto, portanto
guarda (folha em branco ou só com o logotipo da editora)? {Sim / Não}.
anterrosto (página que terá só o título, talvez até abreviado)? {Sim / Não}.
Quanto ao frontispício (portada ou página de rosto), que contém {autor / título completo (e subtítulo) / tradução / cidade, editora, ano / coordenador da coleção}, é a página mais importante de qualquer livro, e é por ela que se faz a referência bibliográfica.
Em alguns dos livros desta coleção, antes das páginas numeradas vem o índice.
Páginas não numeradas pares ([2], [4], [6], [8]), de verso, portanto
Qual das páginas tem a ficha técnica? {O verso do anterrosto / A contraportada, ou seja, o verso do frontispício}. Que elementos aí vemos? {Endereços da editora / título original (se o livro for uma tradução) e autor da tradução / autor do prefácio / responsáveis por capa, revisão, composição / depósito legal / data da edição}.
Páginas numeradas mas ainda antes do texto propriamente dito
Deverá haver um Prefácio, escrito por alguém que não é o autor do livro. Neste caso, o prefaciador foi _______.
Em alguns dos livros, já na parte da responsabilidade do autor, pode haver páginas de dedicatória {Não tem / Tem, a _______}, alguma epígrafe (citação, máxima) {Não / Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor / _______} e até algum prólogo ou introdução {Não / Sim}.
Páginas do texto principal
No cabeçalho, nas páginas ímpares, vem o título corrente (o título do livro, talvez abreviado) e, nas pares, o nome do ______).
notas de rodapé (pé-de-página)? {Não / Sim, do autor / tradutor / editor}.
Páginas depois do texto principal
Creio que, como em todos os volumes desta coleção, haverá uma Nota biográfica (acerca do autor), da responsabilidade da editora. {Confirma-se / Não}.
Ainda antes, pode haver algum Posfácio ou Nota à edição, mas é raro.
Nos livros desta coleção não há secções que aparecem em outras obras, como bibliografia, cronologia, índices toponímico (lugares) ou onomástico (nomes), lista de ilustrações. {Confirma-se que não há / Há: ________}.
Na última (ou penúltima) folha há o colofão (ou colofon): «[Título] foi composto em caracteres [fonte] e impresso na [tipografia], em papel [marca e gramagem], em [data: _______]».
Por vezes, surge ainda a lista de obras na coleção. {Neste caso, não / Sim}.
Relanceando agora também o miolo da obra, tenta perceber o exato género do livro, sabendo-se já que todas as obras da coleção cabem na classificação abrangente de ‘literatura de viagens’. (Nota que alguns dos géneros seguintes podem até coexistir — nesse caso, terás de selecionar mais do que um item.)
É um livro de {crónicas / relato de viagem / narrativa(s) de ficção / narrativa(s) autobiográfica(s) / diário / reportagem / reflexões político-sociológicas sob a forma epistolar (isto é, em cartas) / memórias / ensaio / [outro: ________]}

Pensa numa obra (que inventarás). Tanto pode ser biografia ou autobiografia, como coletânea de crónicas, livro de viagens, romance, antologia de contos, ensaio, etc., mas sempre de autor por ti criado. Desse livro inexistente escreverás o seguinte paratexto.
Anterrosto: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Frontispício (página de rosto ou portada) {Separa os diversos elementos por barras}:
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Texto para contracapa:
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Curta biografia do autor para badanas (orelhas):
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Lista de obras da mesma coleção (para orelhas ou para páginas finais):
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Índice (bastarão cinco entradas; dispenso a indicação das páginas):
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TPC — Completa e melhora (e, depois, traz-mo) texto iniciado em aula.


Aula 15-16 (15/out [9.ª, 4.ª], 17 [3.ª, 2.ª], 19 [5.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na penúltima aula (ver Apresentação).

Faz a referência bibliográfica da crónica de Pedro Mexia que te tenha calhado, adotando este formato (o exemplo é relativo a um texto que leremos hoje):
Afonso Cruz, «Os camelos limitam-se a viajar através de histórias, mesmo quando deixam pegadas na areia» [«Paralaxe»], Jornal de Letras, Artes e Ideias, 20 de agosto a 2 de setembro de 2014, p. 29.
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Qual é assunto da crónica de Mexia? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nas pp. 23-24 do manual, vai lendo a crónica de Afonso Cruz, «Os camelos limitam-se a viajar através de histórias, mesmo quando deixam pegadas na areia».
Depois, em cerca de cem a cento e trinta palavras, escreve uma sua síntese. (No slide recordarei as diferenças entre síntese e resumo.) Continuarás o que já comecei, mas não será talvez necessário usares letra tão queque.
Na sua crónica, Afonso Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Na última aula, tratámos de Paratexto (no fundo, as partes do livro que não correspondem ao texto principal). Faz corresponder os termos (1-22) a cada uma das descrições (a-v). Já resolvi o primeiro termo, a que corresponde a definição i.
1. _i_ Lombada
2. __ Prefácio
3. __ Portada, rosto ou frontispício
4. __ Sinopse
5. __ Dedicatória
6. __ Índice
7. __ Rodapé ou pé
8. __ Capa
9. __ Título corrente
10. __ Adenda ou apêndice
11. __ Bibliografia
12. __ Sobrecapa
13. __ Contraportada
14. __ Posfácio
15. __ Contracapa
16. __ Glossário
17. __ Cinta
18. __ Guarda
19. __ Orelhas, abas ou badanas
20. __ Cólofon ou colofão
21. __ Epígrafe
22. __ Anterrosto
a. Face posterior externa de um livro (pode incluir sinopse, citações de críticos, código de barras).
b. Página branca colocada no início e no fim do livro (não deveria contar para a paginação).
c. Margem inferior da página (onde pode haver notas, além das que fiquem no final do texto).
d. Referência tipográfica registada na última página de um livro («Este livro foi impresso [etc.]»).
e. Frase ou citação colocada no início de um livro ou de um capítulo, por vezes em página única.
f. Página onde aparece o título completo da obra, autor, lugar, editor e data (eventualmente, prefaciador e tradutor); é por ela que se faz a referência bibliográfica.
g. Face anterior externa de um livro (livros podem tê-la mole ou dura).
h. Folha impressa (de papel ou outro material) que pode envolver a capa.
i. Parte lateral de um livro, que une a capa e a contracapa (numa estante é muito relevante).
j. Texto colocado no final de um livro com esclarecimentos, autorais ou não, que parece cumprir desígnios semelhantes que o prefácio mas com maior discrição.
k. Cada uma das partes da capa e da contracapa, ou da sobrecapa, de um livro que se dobram para dentro (podem ter texto sobre o autor, listas de livros da coleção).
l. Banda de papel que pode envolver um livro e que contém elementos que o publicitam.
m. Página ímpar, não numerada, que precede o frontispício e só leva o título (abreviado, se for longo).
n. Frase ou pequeno texto em que o autor oferece a obra a alguém, geralmente numa página isolada.
o. Sumário do conteúdo de um livro (que pode figurar na contracapa ou nas orelhas).
p. Acrescentamento, suplemento, um pouco à margem do resto, no fim de um livro.
q. Verso da portada, onde fica muitas vezes a ficha técnica.
r. Texto introdutório no início do livro, para o apresenta (não costuma ser do autor).
s. Lista, alfabeticamente ordenada, dos termos técnicos utilizados num livro e respetivos significados.
t. Listagem de obras consultadas ou sobre um determinado assunto.
u. Título (abreviado) que fica no cabeçalho das páginas ímpares; nas pares fica, em geral, o nome do autor.
v. Relação dos capítulos, temas, palavras ou autores contidos num livro, com indicação da(s) página(s) em que surgem.
No final do trecho de hoje do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI usa uma série de imprecações. Esses termos soltos — de registo muito popular — não desempenham qualquer função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras são integráveis nas interjeições (no manual, estão na p. 368). Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática Prática — não contém todas as interjeições, já que se trata de uma classe de palavras aberta (como a dos nomes ou a dos adjetivos mas ao contrário das preposições ou das conjunções).
Em que fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’), «F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)? E o «berdamerda!» que ouvimos há pouco?
Reações expressas
Interjeições
Locuções interjetivas
dor
Ui!, Ai!
Ai de mim!, Pobre de mim!
alegria
Ah!, Oh!

espanto, surpresa
Hi!, Ah!, Olá!, Ena!, Caramba!
Essa é boa!
advertência
Cuidado!

desejo
Oxalá!
Deus queira!, Quem dera!, Bem haja!
dúvida
Hum!, Ora!

encorajamento, animação
Eia!, Coragem!, Força!, Avante!, Vamos!
Para a frente!
aplauso
Bis!, Bravo!, Viva!
Muito bem!
impaciência, aborrecimento
Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!, Apre!, Irra!, Hem!
Raios te partam!, Ora bolas!
resignação
Paciência!

chamamento, invocação
Ó! Psiu!, Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro!
Ó da guarda!, Aqui d'el-rei!
[pedido de] silêncio
Psiu!, Chiu!, Silêncio!, Caluda!

reclamação, repulsa, rejeição
Hei!, Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda!

suspensão
Alto!, Basta!
Alto lá!
indignação
Oh!, Homessa!
Essa agora!
medo, terror
Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio!
Valha-me Deus!
cansaço
Uf!, Ah!

TPC — Em Gaveta de Nuvens lê as duas ou três páginas que ficarão sobre ‘Paratexto’; lê ainda o que está em ‘Classes de palavras’ sobre Interjeições.


Aula 17-18 (18 [9.ª, 4.ª], 19 [2.ª, 3.ª], 22/out [5.ª]) Entrega e comentários das redações feitas há duas aulas (ver Apresentação).

No século XX, o advento de dois meios de comunicação que fizeram que o discurso e a imagem do orador chegassem a toda a população reorientou o modo de agir dos governantes. O sucesso da política passou a depender de competências de comunicação. A constatação, feita por Jorge V, de que, dado o surgimento da telefonia, a forma como os outros percecionavam o que o rei dizia se tornara decisiva («Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos») tem correspondência no cartoon de Angel Boligan, onde um aparelho de televisão condiciona a mole que parece obedecer-lhe cega e submissamente.
Por hipérbole, na caricatura a televisão deixou de ser simples intermediária de quem discursasse e apoderou-se das funções do orador, sem que o povo disso se apercebesse. O braço que fura o vidro simboliza o poder da forma e do meio, que já suplantaram conteúdo e agente.
(149 palavras)

Lê os três excertos no enquadrado azul da metade superior da p. 32. Redige uma síntese que reúna o que esses trechos de Luís Adriano Carlos, Margarida Vieira Mendes e Mafalda Ferin Cunha pretendem realçar (quase em comum). Escreve cem palavras (mas não passes o tempo todo a contá-las).
Os trechos dos três ensaístas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[Solução possível:
Os trechos dos três ensaístas vieirinos coincidem na advertência que nos fazem, a de que os sermões do Padre António Vieira que hoje lemos não correspondem exatamente aos que «aconteceram» nas igrejas seiscentistas onde Vieira os proferiu. O texto escrito que nos chegou — recorda Mafalda Férin Cunha — é uma reelaboração tardia a partir dos esboços que Vieira retivera dos seus discursos. Por outro lado — referem-no Margarida Vieira Mendes e Luís Adriano Carlos —, é preciso ter presente que a oratória religiosa pressupunha toda uma encenação, como se se tratasse de uma representação teatral, até um cenário, que nos faltam agora. (100)]
Embora o nosso manual não a reproduza, as melhores edições do «Sermão de Santo António [aos Peixes]» incluem a seguinte didascália inicial. (Uso a edição crítica de Arnaldo do Espírito Santo: Padre António Vieira, Sermões, II, Lisboa, INCM, 2010, p. 419.) Reescreve em português atual toda a didascália (na página seguinte), colocando as frases na sua ordem mais natural, trocando as palavras que pareçam antiquadas, traduzindo a epígrafe latina.
SERMÃO DE S. ANTÓNIO
PREGADO
Na Cidade de S. Luís do Maranhão, ano de 1654.
Este Sermão (que todo é alegórico) pregou o Autor três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino, a procurar o remédio da salvação dos índios, pelas causas que se apontam no I. Sermão do I. Tomo. E nele tocou todos os pontos de doutrina (posto que perseguida) que mais necessários eram ao bem espiritual, e temporal daquela terra, como facilmente se pode entender das mesmas alegorias.
Vos estis sal terrae. Matth. 5.
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As palavras «pregado» e «pregou» são formas do verbo «_________» {indica também o número que identifica a cabeça do verbete}. O étimo deste verbo é a palavra latina (aliás, do latim falado por religiosos, o latim dito eclesiástico) «________». Não se confunde este verbo com o seu ________ {homógrafo / homónimo / homófono} «________», já que, tal como o nome que dele deriva, «pregador», se pronuncia com E aberto (é), cuja representação fonética é ___, enquanto o verbo cuja primeira aceção é ‘_______’ e cujo étimo, também latino, é «_______» se diz com um E que quase não se ouve (e), representado no alfabeto fonético por um __.
TPC — Lê as páginas em Gaveta de Nuvens, retiradas de inteligente enciclopédia de linguística, sobre estes três tópicos: ‘O léxico do português’; ‘Neologismos [vs. Arcaísmos], empréstimos eestrangeirismos’; ‘Palavras [divergentes:] vernáculas e cultismos’.


Aula 19-20 (22 [9.ª, 4.ª], 24 [3.ª, 2.ª], 26/out [5.ª]) Explicação de pontos necessários à compreensão do «Sermão de Santo António», cap. I (ver Apresentação). No filme que se segue, milagre do sermão aos peixes fica cerca do minuto 55:
Lugares Comuns, «Ser o sal da terra»
Lendo o capítulo I do «Sermão de Santo António» (pp. 36-38), completa. (Tenta fazer individualmente e, para já, evita ir conversando com os colegas.)
[linhas 1-11] Cristo diz serem os pregadores o ______. Tal como o sal preserva (os alimentos), os pregadores deviam impedir a _______. Mas, se há tantos ________, como se justifica que haja tanta corrupção? Várias hipóteses (e bifurcadas): ou os pregadores não pregam a ________ ou os _______ não a querem; ou os pregadores não fazem o que _______ e os seus ouvintes preferem imitá-los nas ______ e não nas palavras; ou os pregadores pensam mais neles do que em _______ ou os ouvintes, em vez de seguirem os preceitos da religião, preferem reger-se pela sua _______ imediata.
[ll. 12-20] Então, o que se há de fazer aos ______, que não evitam a corrupção, e aos ouvintes, que não se deixam _______? Como disse Cristo, se os pregadores não cumprem bem, pelas palavras ou pelos ______, o melhor será _____.
[ll. 21-38] E que se há de fazer aos _______? Santo António, perante um público que não lhe ligava, abandonou-o e foi pregar aos ________.
[ll. 39-50] Retomando o ‘conceito predicável’: Santo António foi até mais do que «sal da terra», foi também «sal do _____», já que pregou a ______. Mas o autor não quer relatar o que se passou com Santo António, antes acha que, nos dias dos santos — lembremos: era dia 13 de junho, dia de Santo António —, se deve é ____-los.
[ll. 51-55] Por isso, o orador, o Padre António Vieira, vai também _______ aos peixes; para tanto, invoca _______, cuja etimologia, supostamente, se ligaria ao mar (na verdade, esta etimologia é falsa).
Resolve a correspondência entre recursos estilísticos e exemplos na p. 39, 10:
1. Interrogação retórica = ___
2. Apóstrofe = ___
3. Personificação = ___
4. Gradação = ___
5. Anáfora = ___
6. Enumeração = ___
7. Antítese = ___
8. Alegoria = ___
9. Metáfora = ___

No site da Paróquia de Sant’Ana (Vinhedo, Campinas, São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra, Universo ), dão-se-nos a conhecer vinte e um milagres de Santo António. O quarto é o milagre do sermão aos peixes, cujo texto corrigi, aproveitando para acrescentar duas intervenções da minha lavra. Lê, riscando o que penses serem essas intervenções escusadas.
[4. Milagre do sermão aos peixes]
Santo António foi pregar na cidade de Rimini, onde dominavam os hereges, que resolveram não o ouvir. Frei António subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração divina, falou com tal energia, que os hereges presentes reconheceram os seus erros e resolveram mudar de vida. Mas o Santo não estava contente com esse resultado parcial. Retirou-se para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse.
Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados, clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não o faziam. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das águas, distribuindo-se ordenadamente, cada qual com os da sua espécie e tamanho (dum lado, as baleias; do outro, as pescadinhas de rabo na boca; do outro, os douradinhos do Capitão Iglo). Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis, a ouvi-lo (e, nas suas cabecinhas de peixes, alguns, como se fossem alunos da ESJGF, pensaram: «que secante!»).
Os títulos dos outros milagres de Santo António citados no mesmo site são:
«1. Os pássaros e a plantação»;
«2. O jumento curva-se diante da eucaristia»;
«3. Livro roubado»;
«5. O prato envenenado»;
«6. Milagre da bilocação»;
«7. Controlo sobre o tempo»;
«8. Santo António cura um louco»;
«9. Menino salvo pela fé»;
«10. Criada caminha sob forte chuva sem molhar as roupas»;
«11. Santo António ressuscita um morto»;
«12. Salvou um homem da morte por esmagamento»;
«13. Cura de um menino paralítico»;
«14. O menino Jesus aparece ao Santo»;
«15. Reconstitui um pé decepado»;
«16. Morto fala em defesa do pai de Santo António»;
«17. Recupera os cabelos arrancados de uma mulher»;
«18. Conserva um corpo intacto e faz nascer uvas numa videira sem frutos»;
«19. Anel desaparecido do Bispo de Córdova é recuperado»;
«20. Ajuda um bispo a recuperar papéis perdidos»;
«21. O casamento da jovem».
Depois de leres «4. Milagre do sermão aos peixes», cria, no mesmo estilo, o relato de um dos outros vinte milagres de Santo António na lista dada. Extensão será semelhante (pelo menos, umas cento e cinquenta palavras). No teu relato (inventado, é claro), não é necessário que Santo António viva na Idade Média, pode o contexto ser contemporâneo.
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TPC — Relanceia o glossário de termos sobre o sermão em Gaveta de Nuvens («alegoria», «conceito predicável», «exórdio»). Entretanto, no manual podes ler também, no glossário final, as entradas «Sermão» (p. [400]) e «Barroco» (p. 397). Também aconselho muito que vás passando os olhos pelos excertos ensaísticos nas imediações das páginas que estivermos a ler em aula (para já, pp. 28-35).


Aula 21-22 (24 [9.ª, 4.ª], 29 [5.ª], 31/out [3.ª, 2.ª]) Correção das redações de criação de paraxtexto para livro inventado (ver Apresentação).

Voltamos ao texto da primeira parte do «Sermão de Santo António» (pp. 36-38), do Padre Vieira, para responder a estas perguntas ou completar as respostas já esboçadas:
Responde, em conjunto, às perguntas 2 e 4 de Educação literária (no cimo da p. 39).
O conceito predicável que serve de fio condutor ao sermão é a frase latina _______. É explicado pelo orador nos dois primeiros parágrafos e no início do terceiro para introduzir o exemplo de Santo António. As palavras «sal» e «terra» são retomadas várias vezes em sentido alegórico, simbolizando, respetivamente, ______ e os ouvintes.
Identifica o momento em que o orador realça que foi uma entidade superior quem o responsabilizou por denunciar os males morais e sociais desta terra. De resto há mais argumentos de autoridade (ou seja, recurso à Bíblia ou aou exemplo dos chamados Doutores da Igreja). Cita também algum desses argumentos de autoridade.
São várias as referências a Cristo ao longo do texto, um argumento de autoridade divina, indiscutível: «______ o disse logo» (l. 13); «Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não ______» (l. 17). São aliás recorrentes os argumentos de autoridade: «Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português ______, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou.» (ll. 22-24) e «______ foram sal da terra; ______ foi sal da terra e foi sal do mar» (ll. 41-42).
Completa esta resposta à pergunta 9 (p. 39), usando só formas verbais.
A inserção desta pequena narrativa ______ imprescindível para a posterior utilização da alegoria. Por outro lado, o exemplo de Santo António _______ a urgência da mudança de comportamento e de atitude perante situações semelhantes de corrupção em contextos aproximáveis pela presença do mar. Esta narrativa ______, ainda, um exemplo narrativo que deverá ______ de modelo inspirador para todos os pregadores.
Num poema épico (Os Lusíadas, Eneida, etc.) a invocação é o momento em que o poeta pede inspiração a alguma entidade suscetível de a fornecer (nos Lusíadas, as Tágides e outras ninfas). Também no «Sermão de Santo António» há uma invocação. Explicita.
No último parágrafo do cap. I, o orador pede ajuda a Maria (a Virgem Maria, Nossa Senhora): «_________» (isto é, com o habitual favor). Para melhor justificar o seu pedido, associa o nome da Virgem  a «mar», já que, segundo ele, «Maria» viria de «________», ‘senhora dos mares’ (o que aliás é uma falsa etimologia).


O primeiro recorte permite-nos ver que o trocadilho com «banco» no anúncio do Banif (Paulo Alves) ou da CGD (Scolari) aproveita duas aceções de «banco»: a segunda no verbete, ‘instituição financeira’, e a _________, ‘móvel para as pessoas se sentarem’ (embora, num dicionário mais completo, decerto figurasse ainda o sentido específico de ‘banco de suplentes’). Estamos, portanto, no domínio do campo _______ {lexical / semântico / relvado} de uma única palavra. Estamos perante um fenómeno de polissemia.
Já «canto» (‘ângulo’) e «canto» (‘ato de cantar’) — à direita — não são aceções de uma mesma palavra. São duas palavras diferentes, como se conclui do facto de estarem em verbetes próprios e confirma o terem étimos diferentes (______ e cantu-). São palavras _______ {homónimas / polissémicas / maluquinhas / homógrafas / homófonas}. São exemplos de um fenómeno de homonímia.
A propósito de «Mofo ou bafio?» e «Primeiro-ministro discursa» (série Lopes da Silva), completa:

A relação que há entre os dois verbos «mofar» cujos verbetes (do Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011) te apresento é de ______ {polissemia / homonímia}. São palavras ______ {iguais / homónimas / homógrafas / homófonas}, como se infere de terem origem diferente: o étimo de «mofar» é o germânico «______» (‘estar mal-humorado’), enquanto «mofar» virá de «mofo» + «___».
A estas palavras, que, tendo étimos diferentes, vieram a coincidir (mas apenas na aparência gráfica e fonética) chamamos também, numa perspetiva histórica, palavras ______ {divergentes / convergentes}.
Este processo nada tem que ver com o da ______: aí, temos uma mesma palavra original a ganhar vários sentidos (várias aceções), num fenómeno de enriquecimento semântico (seja por _______ do sentido inicial, seja por redução).


Quanto a «mofo» e «bafio», são palavras ______ {polissémicas / monossémicas}, mesmo se os sentidos de «bafio» não estão numerados. Aliás, têm uma aceção comum a ambas, ‘______’, e uma outra em que o significado dado remete precisamente para o outro elemento do par de aqui se trata. Há depois uma aceção popular, coloquial, de «mofo», correspondente a ‘_______’, mas já distante das outras.
Ou seja, a diferença que no sketch se queria encontrar não está dicionarizada. A diferença percecionada pelos dois amigos dever-se-ia a uma ____ {denotação / conotação / homonímia} de ordem puramente subjectiva.


Nos verbetes de «maniatar» e de «bloquear» reconhecemos a aceção em que o político usava as duas palavras; a aceção n.º ____ de «maniatar» e a n.º ____ de «bloquear». No entanto, as pessoas que ouvem o discurso parecem atribuir a «maniatar» ______ {conotação / denotação / polissemia} diferente da que dão a «bloquear».
Esse matiz mais ofensivo talvez esteja contemplado na aceção n.º ____ do verbete, marcada com a abreviatura que assinala sentido _______: ‘tolher a liberdade’.
Porém, também pode ser que a aversão a «maniatar» se relacione com o facto de esta palavra, na aceção 2, incluir expressões do campo lexical da ‘polícia’: «_______», «______». A multidão interpretaria «maniatar» nesse sentido, sinónimo de «algemar».
No sketch «Parvoíce em torno de sinónimos» (série Meireles) também se brinca com subtis ______ {conotações / denotações} atribuídas a cada palavra, confirmando-se, se acreditássemos sempre nos contrastes usados — «fez», «efetuou»; «parece-me que», «dá-me a sensação de que»; «permite», «possibilita», «torna possível»; «preciso», «exato»; «entrevista», «conversa amena»; etc. —, que não há sinónimos perfeitos.

[A tarefa seguinte aproveita textos (anúncio e verbete) e ideia do manual Expressões 11:]

O anúncio em cima é bom pretexto para aplicarmos a noção de «polissemia» (e as de «aceções», «campo semântico», «sentido conotativo»). O slogan deste texto publicitário assenta numa estratégia de exploração do valor polissémico de «sermão».
Explica essa estratégia num comentário com cerca de cem palavras, aproveitando o verbete de dicionário reproduzido à direita e não deixando de usar os termos que assinalei a negro.

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TPC — Em Gaveta de Nuvens relanceia «denotação,conotação; polissemia; hiperonímia, holonímia» (é o mesmo capítulo de que já terás estudado «campo lexical, campo semântico»). Vê também as páginas 5 e 6 do Caderno de Atividades, ambas sobre o «Sermão de Santo António», aqui e aqui (já com as soluções). Não esqueças ainda a escolha e a leitura de livro integrável no Projeto de leitura.


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