Sunday, August 26, 2018

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 23-48)



Aula 23-24 (29/out [9.ª, 4.ª], 2/nov [5.ª, 2.ª, 3.ª]) Correção dos comentários a «Leve sermões por quase nada» (ver Apresentação).
[Exemplo de resposta ao trabalho feito no final da última aula:]
O anúncio aproveita a polissemia de «sermão» (e a de «levar»). Como se vê no verbete, há duas aceções para «sermão» (‘peça de oratória religiosa’ e ‘descompostura’), ambas integram o campo semântico de «sermão». A expressão «levar sermões» indicia mais o segundo significado, o mais popular e figurado (o mais conotativo, se quisermos). É esse sentido que chama a atenção. Vendo a imagem — e apercebendo-nos do «por quase nada» (talvez o D do AIDMA da estratégia da publicidade) —, já lemos a frase diretiva de outro modo: trata-se de nos incentivar a levar (‘adquirir’) um livro com sermões (‘discursos religiosos’). [100 palavras]
Nas pp. 42-43, lê «Expulsão do Paraíso Infernal», de Luísa Costa Gomes:
Indica
o modo literário em que se integra o texto {circunda}: narrativo / lírico / dramático
o número de cenas {e justifica}: ___, dado que _______.
a expressão talvez equivalente a ‘Ato I’ (já que não estão assinalados atos): _______.
Transcreve
a primeira palavra da didascália relativa ao cenário: ____
uma didascália já do miolo do texto onde se deem indicações úteis ao encenador e a atores: _______
um ou dois exemplos de deíticos espaciais {só nas falas da p. 42}: ______
um ou dois exemplos de deíticos pessoais {nas falas da p. 42}: _______
um ou dois exemplos de deíticos temporais {nas falas da p. 42}: ______
Cria
três falas («escolares», não gozonas) a inserir na peça (de um Jesuíta, de Índio e de Santo António):
Jesuíta [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — _______________
Índio [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — _______________
Santo António [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — ________________
Comenta
No título — «Expulsão do Paraíso Infernal» — alude-se à expressão bíblica «Expulsão do paraíso terreal», por ironia e para dar ideia do que acontecia aos índios e ao próprio Padre Vieira à época em que pregava o «Sermão de Santo António». Melhora esta explicação.
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Os sketches dos Monty Python «RAF banter» e «Woody and Tinny Words» servem-nos de revisão de termos de gramática dados há pouco. Completa com
denotativo / neologismo / conotativos / monossémicas / aceção / gíria / figurado polissemia / conotações / campo lexical / aceções / cunhada
Na primeira cena, dois aviadores usam expressões e palavras que eles supõem terem uma _________ diferente do seu significado comum. Acreditam que se trata de palavras que, na ________ da sua profissão, teriam um significado especial. Seriam palavras com ________ (ou, pelo menos, com um segundo sentido, mais _______, além do seu valor primeiro, o ______). No entanto, os colegas não reconhecem os alegados segundos sentidos, ______, na linguagem profissional: para eles, aquelas expressões são _______.
Na cena passada em família, o homem da casa vai avaliando palavras pela sua aparência, pelo som. Cria um ______ (em termos de processo de formação, uma palavra ________, já que surgiu por pura invenção), «gorn», que lhe agrada particularmente. Entretanto, atribui ________ às expressões que elenca, embora esses segundos sentidos pareçam inesperados. Na verdade, não estaremos bem perante conotações, e ainda menos ________ de uma dada palavra, mas perante associações de ideias, por idiossincrasias do falante. A dada altura, procede a uma série que constitui um _______ (da ‘pornografia’, ou das «palavras marotas», como vem no filme): «sexo», «coxas firmes», «rabo», «zona erógena», «concubina».
TPC — Em folha de linhas e sem rasgos, traz a indicação do livro que estás a ler ou que já decidiste ir ler (para efeitos do chamado «projeto de leitura»). Deves escrever a caneta e segundo estes modelos de referências bibliográficas (mas o que aqui está em itálico ficará, no teu caso, sublinhado): Luísa Costa Gomes, Clamor, Lisboa, Cotovia, 1994; John Banville, O Mar, tradução de Teresa Curvelo, s.l., Sextante Editora, 2018; Ian McEwan, Na Praia de Chesil, tradução de Ana Falcão Bastos, 4.ª edição, Lisboa, Gradiva, 2018.


Aula 25-26 (5 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 7/nov [3.ª, 2.ª]) Há duas aulas, vimos o início do «Sermão de Santo António [aos Peixes]», do Padre António Vieira. Esse primeiro capítulo corresponde ao exórdio.

Partindo da citação «Vós sois o sal da terra» (Vos estis sal terræ) — o conceito predicável —, o Padre António Vieira constatava que os pregadores não exerciam bem o seu papel (ou os ouvintes não se deixavam catequizar). Assim — e porque se estava a 13 de junho, dia de Santo António —, o orador decide imitar o que fizera o grande santo português, que pregara a peixes, quando os homens não o queriam ouvir. Também Vieira, no seu sermão de 13-6-1654, proferido em São Luís do Maranhão, se dirige aos peixes.
Vamos ver o que o manual reproduz do segundo capítulo (pp. 44-45). Vai lendo as linhas que indico e respondendo de imediato. Não queiras decifrar todas as palavras, tenta inferir o seu sentido. De qualquer modo, ficam aqui alguns significados:
8: «o são» = ‘o que está são, o que é saudável, bom’ | 21: «quietação» = ‘sossego, tranquilidade’ | 26: «concurso» = ‘afluência’ | 27: «tiveram» = ‘tivessem’ | 34: «bugio» = ‘espécie de macaco’ | 35: «afora aquelas aves» = ‘além daquelas aves’ | 36: «açor» = ‘ave de rapina’ | 38: «pegos» = ‘sítios mais fundos’ | 39: «fie» = ‘confie’ | 40: «deitam» = ‘atribuem’ | 43: «trato» = ‘convivência’ | 44: «muito embora» = ‘em muito boa hora’| 48: «cerviz» = ‘parte posterior do pescoço’.
linhas 1-6
Pregar a peixes tem uma desvantagem: é os peixes não se _____; porém, isso sucede com tanta gente, que já não se pode considerar caso especial.
Passa para português contemporâneo: «pelos encaminhar sempre à lembrança destes dois fins» (l. 6) — no fundo, vais desfazer a contração de preposição e pronome:
______ sempre à lembrança destes dois fins (Céu e Inferno).
linhas 6-18
Sintetiza o resto deste primeiro parágrafo, completando a resposta a seguir.
Em função de duas qualidades que tem o sal — conservar e _____ —, também o autor divide o seu sermão em __________. Na primeira, elogiará _______; _______ , ___________. (Com efeito o «Sermão [...]» pode repartir-se em «louvores» (elogios) — caps. II-III — e «repreensões» — caps. IV-V —, como se vê no esquema ilustrado da p. 35.)
linhas 19-52
Esta parte do texto é um rol de qualidades dos peixes (no original, são mais, mas o manual omite alguns passos). Preenche os itens, sintetizando os elogios aos peixes.
l. 2: ouvem e não falam
ll. 20-21: acudiram ________ pela honra de Deus
ll. 21-22: ouviram Santo António com _________
ll. 32-33: ________
l. 39: nenhum ___________
ll. 39-40: todos _________
Identifica a «virtude» dos peixes salientada no terceiro parágrafo (ll. 32-52) e diz que mensagem, através desse louvor, o pregador pretende transmitir aos seus ouvintes verdadeiros.
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Transcrevi algumas frases da apresentação de Bruno Nogueira em O último a sair. Se as palavras sublinhadas forem deíticos, marca-as com E(spacial), T(emporal) ou P(essoal).
Eu sou o Bruno Nogueira e este é o meu mundo. / Como é que eu me defino? Humilde, muito humilde. / Conhecias a palavra? É espanhol. / O meu maior defeito é ser um coração de manteiga e as pessoas aproveitarem-se disso. / O meu padrinho, na noite de Páscoa, chamou-me para eu ir à despensa, para ver se havia um busca-polos. / Este é o meu quarto. / Todas as semanas, trago um idoso de um lar. / Andor.
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Na parte do «Sermão de Santo António» que vimos hoje (pp. 44-45), expressões como o vocativo «irmãos peixes» (l. 7) ou «vosso pregador António» (l. 9) ajudam a criar o dispositivo alegórico que o orador já anunciara (fingir pregar a peixes). Desenvolve esta ideia num comentário de 100 palavras que inclua as palavras (que sublinharás) «alegoria», «pregador», «ouvintes», «Santo António», «peixes», «Padre António Vieira», «colonos».
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Albert George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi excelente atleta, serviu na Armada Real, lutou na I Guerra, tendo sido sempre educado no pressuposto de que o seu irmão Eduardo seria rei. Afinal, Jorge VI reinaria, e numa época dramática. Coube-lhe a ele anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.
[O discurso do rei]
Nesta hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos diretamente.
Pela segunda vez nas nossas vidas, estamos em guerra.
Tentámos e tentámos descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos inimigos; mas tudo foi em vão.
Fomos forçados a um conflito, pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada do mundo.
É um princípio que permite a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um Estado soberano e independente de outros Estados.
Um tal princípio, despido de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.
Mas, mais do que isto, os povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.
Este é o derradeiro fim que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa causa.
Peço-vos que permaneçais calmos e firmes e unidos nesta prova.
A tarefa será dura. Aproximam-se certamente dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.
[texto introdutório e tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso em análise, Lisboa, Plátano, 2011]
TPC — Prepara leituras em voz alta do «Sermão de Santo António» (segundo mapa resultante do sorteio da Liga dos Campeões). Vê a folha da aula e a tabela que ponho a seguir. Leituras serão feitas ao longo das próximas semanas, sem mais avisos. (Para tirar dúvidas pontuais, pode ser útil a audição das leituras em voz alta que ponho aqui, sobretudo da de Pedro Guilherme, cujos tempos estão identificados na tabela a seguir, entre parênteses retos.)



Aula 27-28 (8 [9.ª, 4.ª], 9/nov [5.ª, 2.ª, 3.ª]) Correção de texto sobre alegoria e sermão (ver Apresentação):
«[I]rmãos peixes» e «vosso pregador António» são deíticos pessoais que, no entanto, remetem para um contexto que é e não é exatamente o do enunciador. O vocativo assinala os destinatários do discurso do orador, identificáveis com os peixes, se nos situarmos no plano da alegoria, mas que corresponderão, se desfizemos a metáfora, aos verdadeiros ouvintes, os colonos portugueses, que, na capela maranhense, a 13 de junho de 1654, ouviam o «vosso pregador António». Esta expressão, lida de perto, refere-se a Santo António, pertencendo ao plano da alegoria; porém, pode permitir uma outra interpretação, que a consideraria ambígua, reportando-se tanto a António Vieira como ao santo padroeiro de Lisboa. (108 palavras)
As páginas 386-388 do manual tratam de Coerência e de Coesão dos textos. (Em aula, dois sketches dos Monty Python ilustrarão as diferenças entre estas duas noções.)
Especificamente sobre a coesão textual, a tabela a seguir agrupa erros (encontrados em escritos de turmas do 11.º ano) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos.
Coesão frásica
trecho agramatical
trecho corrigido
fonte do problema
conhecido pelo o nome
conhecido ___ nome
ortografia
à [á] tempos encontrei o José
__ tempos encontrei o José
o facto de haverem nomes portugueses
o facto de ___ nomes portugueses
concordância
o grupo mais numeroso dos apelidos vêm de
o grupo mais numeroso dos apelidos ___ de
prefiro isto do que aquilo
prefiro isto ____
regência
os políticos aperceberam-se que
os políticos aperceberam-se ___
a convicção que Lionel era bom médico
a convicção ____ Lionel era bom médico
o aspeto que chamei a atenção
o aspeto ___ chamei a atenção
a parte que mais gostei
a parte ___ mais gostei
chamou a filha de «Maria Albertina»
chamou a filha «Maria Albertina»
o rei Jorge VI que era gago, tinha de discursar
o rei Jorge ________ tinha de discursar
função sintática (e pontuação que implica)
«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi escrita por Variações
«Maria Albertina» __________ foi escrita por Variações
como por exemplo a telefonia
______ a telefonia
Coesão interfrásica
terminou o discurso continuando a
terminou o _______ a
reconhecimento de subordinação ou coordenação

A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada pelos Humanos
A letra foi criada por ________ a música foi modernizada pelos Humanos
Sendo que
[Frase anterior], sendo que
Pois o rei gaguejava.
________
Estando o rei cada vez mais gago.
Estando o rei cada vez mais gago, [subordinante]
o facto da Albertina ter uma filha
o facto __ Albertina ter uma filha
apesar do rei sofrer de gaguez
apesar __ rei sofrer de gaguez
Concluindo,
Ou seja,
Como já referi,
Hoje em dia,
Nos dias de hoje,
Na minha opinião,
[omitir]
banalização de articuladores

Direi então que
______
Coesão temporal
Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley
Bertie não discursou no Natal mas, antes, _______ em Wembley
correlação dos tempos verbais
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie ____ várias terapias
não falava com Lionel meses
não falava com Lionel ____ meses
Não acho que será correto
Não acho que _____ correto
modo exigido pela negativa
Agrada-me que escolheste um bom nome
Agrada-me que _____ um bom nome
modo exigido pela subordinação
Coesão referencial
O surgimento da rádio foi o azar de Bertie. Porém, ele venceria a rádio
O surgimento da rádio foi o grande azar de Bertie. Porém, ______
anáfora e elipse
António Variações critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a
______ critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a
catáfora
Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que
Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do que
____
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. Ele tinha aquelas duas filhas
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. ____ tinha aquelas duas filhas
correferência não anafórica
O rapaz [de] que o pai era Jorge V
O rapaz _____ pai era Jorge V
pronominalizações diversas
O século passado, onde nasceu a telefonia,
O século passado, _____ nasceu a telefonia,
Coesão lexical
a citação que faz Jorge V
a _____ que faz Jorge V
pertinência do termo
o cartoon demonstra
o cartoon _____
o cronista fala que
o cronista ____ que
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
A rádio acabava de surgir. Foi a _____ que
sinonímia
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa não originalidade
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa _______

antonímia
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que
A rádio acabava de surgir. Foi _____________ que
hiperonímia
coisas do género
[termo mais específico]
_____
No capítulo I do «Sermão de Santo António» (pp. 36-38) — o exórdio —, o Padre António Vieira (1) refere o conceito predicável — a frase bíblica «Vos estis sal terrae» —, que explicará a seguir e usará em «malabarismos» de linguagem; depois (2), recorda a figura que vai homenagear, Santo António, prometendo imitar o seu exemplo, pregando aos peixes; finalmente (3), faz uma invocação a Maria (mãe de Jesus Cristo e, segundo o orador, ‘Senhora do mar’).
Escreve um exórdio, mais curto que o de Vieira, que percorra os três passos que enunciei. Para conceito predicável, adota um dos que dou em baixo. Em vez de Santo António, servirá de figura que o orador se propõe imitar Gandhi (lê o texto da p. 49, «Seguindo as pisadas de Gandhi», e encontra uma ação, comportamento ou qualidade do humanista indiano que o orador do teu sermão pudesse emular). Em substituição de Maria, escolherás outra entidade a quem o orador pedirá ajuda, inspiração oratória.
(Lembra-te de que o exórdio é uma parte ainda introdutória do sermão. Não chegarás a entrar na argumentação propriamente dita, apenas prepararás os ouvintes, ao explicar o conceito predicável e ao anunciar em que imitarás Gandhi. O assunto talvez se possa adivinhar em função destas duas escolhas, mas nem é obrigatório que fique concretizado. A figura que invocarás também pode deixar perceber o tópico que seria tratado no desenvolvimento do sermão — que, repito, já não será escrito.)
Podem servir para escolheres o Conceito predicável do teu «Sermão de Gandhi»:
«Nihil habentes, omnia possidentes» (Sem ter nada, possuem tudo), Epístola aos Coríntios, 6, 10
«Qui non est mecum, contra me est» (Quem não está comigo está contra mim), Mateus, 12, 30
«Qui sapientam diligit diligit vitam» (Quem ama a sabedoria ama a vida), Eclesiastes, 4, 13
«Qui quaerit invenit» (Quem busca encontra), Mateus, 7, 8
«Avaritia est radix omnium malorum» (A avareza é a raiz de todos os males), Epístola a Timóteo, 6, 10
«Alteri ne feceris quod tibi fieri non vis» (Não faças ao outro o que não queres que façam a ti), Tobias, 4, 15
«Credo ut intelligam, non intelligo ut credam» (Creio para compreender, não compreendo para crer), S. Anselmo, Proslogion, 1, PL 158, 227
«Quanto altior est ascensus, tanto durior descensus» (Quanto mais alta é a subida, mais dura é a descida), S. Jerónimo, Regula Monachorum, 15
«Stultorum infinitus est numerus» (Infinito é o número dos tolos), Eclesiastes, 1, 15
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TPC — (1) Em «Coerência e coesão textuais», lê a parte sobre ‘Coesão’ (as páginas iniciais, sobre coerência, podes olhá-las com menos atenção); no manual, as pp. 386-388 tratam dos mesmos assuntos. Relanceia a ficha ‘texto e textualidade’ (coerência e coesão) no Caderno de Atividades (pp. 32-33), que reproduzirei aqui já com soluções. (2) Completa, ou melhora, o exórdio que começaste em aula.


Aula 29-30 (12 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 14/nov [3.ª, 2.ª]) Correções da redação de relato de milagre (ver Apresentação).

Vai lendo «O cérebro dos golfinhos» (p. 48) e circundando a melhor alínea de cada item. (Por favor, não consultes outras páginas do manual.)
No terceiro período, a oração adjetiva relativa «que escutam todos estes sons» (l. 3)
a) devia estar delimitada por vírgulas, porque se trata de um modificador apositivo.
b) não está entre vírgulas, porque o seu sentido é restritivo.
c) não poderia nunca estar entre vírgulas, porque estas separariam sujeito e predicado.
d) deveria ter uma vírgula apenas (antes de «que»).

As aspas — as do texto, note-se — em «“linguística”» (l. 4)
a) assinalam o sentido porventura denotativo da palavra.
b) marcam uma citação.
c) vincam a ironia.
d) atenuam o sentido, deixando perceber um valor conotativo.

Quando Justin Gregg lembra que «Também não existem provas de que os golfinhos não possam viajar no tempo, não consigam dobrar colheres com a mente, nem sejam capazes de disparar raios laser pelos espiráculos» (ll. 13-15), pretende
a) defender que não se deve descartar a existência da linguagem dos golfinhos só por não haver provas dela.
b) sublinhar que não é razoável prosseguir com a crença de que os golfinhos têm uma linguagem.
c) assumir como possíveis as três situações que refere, ainda que lhes falte comprovação.
d) vincar que, ao contrário das situações improváveis que menciona, há evidências de os golfinhos terem uma linguagem.

Na linha 13, «exasperados» é
a) complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.

Justin Gregg considera que o lugar comum ‘há muita coisa que desconhecemos’ (l. 16)
a) é pertinente.
b) tem servido para dar fôlego a ideias sem base científica.
c) está presente em todo o lado.
d) tem-se introduzido pela porta dos fundos.

O itálico em «golfinhês» (l. 17) deve-se
a) ao seu valor conotativo.
b) ao facto de se tratar de um neologismo.
c) ao facto de ser uma palavra cunhada.
d) à intenção de ironizar e mostrar descrença na existência de uma linguagem dos golfinhos.

Na linha 20, «de o»
a) deveria estar contraído em «do».
b) está bem escrito, porque se inicia aí uma oração infinitiva.
c) deveria ser substituído por «de que o».
d) evidencia um erro de coesão frásica (cfr., por exemplo, «pelo o»).

Para Stan Kuczaj (cfr. quarto parágrafo), a falta de comprovação científica de haver uma linguagem dos golfinhos adviria
a) da inexistência do «golfinhês».
b) da metodologia e instrumentos usados nas investigações.
c) da inépcia dos cientistas.
d) do pouco investimento nas investigações.

No primeiro período do quarto parágrafo (ll. 18-21),
a) falta uma vírgula depois de «investigadores» (l. 19) e poderia haver vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).
b) não há falha de coesão gramatical indiscutível.
c) apenas faltam vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).
d) a vírgula depois de «certa» (l. 20) está errada.

O segmento «um dos maiores mistérios da ciência por resolver» (l. 25) é
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) uma oração.
d) predicativo do sujeito.

A presença de «linguagem dos golfinhos» (l. 12), «golfinhês» (17), «vocalizações dos golfinhos» (7), «cliques» (1), «estalos sonoros» (2) ilustra o recurso a mecanismos de
a) coesão frásica e coesão interfrásica.
b) coesão lexical.
c) coesão referencial.
d) coesão temporal.

Em «das duas uma» (l. 24) há
a) elipse (de «hipóteses», por exemplo) e catáforas (estando os referentes a seguir aos dois pontos).
b) elipse (de «hipóteses», por exemplo) e anáforas (cujos referentes estão a seguir).
c) há anáforas (cujos sucedentes figuram nas linhas 24-26).
d) cocós de cão.

As reticências na linha 25 visam
a) traduzir desconhecimento da situação real.
b) enfatizar, quase ironicamente, a possibilidade de estarmos perante um equívoco.
c) mostrar hesitação, ignorância acerca da hipótese correta.
d) evitar a redundância, omitindo o que já ficara suficientemente claro.

A referência bibliográfica (l. [27])
a) está correta.
b) estará imperfeita, porque falta o título do artigo.
c) está incorreta, porque «National Geographic» devia estar entre aspas.
d) devia incluir, depois do título da revista, o título do artigo.

Trata-se de um texto
a) narrativo e instrucional.
b) descritivo e argumentativo.
c) expositivo.
d) narrativo.

Sabendo nós que «delfim» vem do latim delphinu- (e tem entre as suas aceções precisamente a de ‘golfinho’) e que «golfinho» vem também do latim delphinu- (entretanto, terá havido, no percurso da palavra, alguma contaminação com «golfo»), podemos dizer que
a) «delfim» e «golfinho» são palavras homónimas.
b) «delfim» e «golfinho» são palavras divergentes.
c) «delfim» e «golfinho» são palavras convergentes.
d) «delfim» e «golfinho» são palavras parónimas (isto é, parecidas).

Quando terminares, certifica-te de que puseste o nome e chama-me. Depois, tira a folha onde estará a redação que começaste a fazer em aula e concluíste em casa. Aproveita para fazer ainda umas últimas emendas nesse teu exórdio.
Avaliar a coerência de um texto implica verificar se nele se cumprem os princípios (vê as definições na p. 386) da
não redundância (ou não tautologia),
não contradição,
relevância.
Nos sketches que veremos (série Lopes da Silva) são infringidos alguns daqueles princípios, o que faz que a situação seja incoerente e percebida como absurda. É claro que essas infrações, neste caso, são propositadas — é a falta de coerência que torna tudo risível.
Para completar o quadro, usarás não tautologia, não contradição, relevância.

Inspetor que não sabe fazer perguntas
As perguntas do inspetor não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo o princípio da _______.
Falta por motivos profissionais
No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»). Há depois expressões «circulares», a que falta informação («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais» é quase um pleonasmo), o que corresponde a quebra do princípio de ________.
O que eu gosto do meu Anselmo!
Quando Anselmo, pouco depois de ter enaltecido o amor que os unia, diz que a mulher nem gosta dele, infringe o princípio da ________.
Bode expiatório
O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Podemos reconhecer aqui uma infração ao princípio da _______.
Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]
Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes percetíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza. Falha, de novo, o princípio da _______, uma vez que não há progressão na informação que nos é dada. No genérico final, também falha o mesmo princípio, mas por demasiadas repetições.
Sabes onde há gajas boas?
A insistência na pergunta inicial, até nos cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da ______, porque a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que, inesperadamente, não sucede.
Chamada por engano
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo o princípio da ______, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central.
Conversa na esplanada
Os amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da ______.
Bomba a bordo
O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interação com o bombista.
As reações à ereção da estátua do Padre António Vieira (referidas no trecho de episódio do Governo Sombra) ou a recente polémica acerca da criação um Museu das Descobertas (o nome deixaria transparecer uma posição de superioridade do povo colonizador) ou, em Espanha, a decisão de se transferir para lugar menos conspícuo e honroso os restos mortais do ditador Franco são alguns dos casos reveladores de que a maneira como se vê a história dos povos pode moldar-se à evolução de juízos ideológicos.
Escreve texto de opinião (na p. 364 explica-se este género) que aborde o mesmo assunto, a nossa relação com testemunhos do passado (históricos, literários, religiosos, de tradições), especialmente com os que contendam com modos de pensar hodiernos.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Vai lendo livro; vai preparando leitura em voz alta; vai estudando gramática.


Aula 31-32 (15 [9.ª, 4.ª], 16 [5.ª, 2.ª, 3.ª]) Sobre referências bibliográficas devolvidas; e sobre rémora e outros peixes louvados no cap. III (ver Apresentação)
Segue-se um resumo do capítulo III do «Sermão de Santo António aos Peixes», tirado de um livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por Rui Lage; ilustrações de André Letria; Quasi, 2008) e completado por mim num dos parágrafos. Lê o resumo e completa o quadro no verso.
[p. 47, ll. 1-4] Apenas de alguns de vós, irmãos peixes, falarei agora.
[manual omite] O primeiro tem lugar na Escritura, é o peixe de Tobias. Ia Tobias pela margem de um rio, quando um peixe enorme veio na sua direção para o comer. O anjo Rafael disse a Tobias que arrastasse o peixe pela barbatana e lhe retirasse as entranhas, já que o fel (a bílis) lhe seria útil, para curar a cegueira, e o coração, para vencer os demónios. Com efeito, o fel serviria para aplicar nos olhos do pai de Tobias, que, sendo cego, logo recuperou a visão. Quanto ao coração, queimada uma sua parte, fez afastar um demónio que assaltara o próprio Tobias.
[p. 47, ll. 5-34] Quem haverá que não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno no corpo e tão grande na força, que, não sendo maior que um palmo, quando se pega ao leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as próprias âncoras? Oh, se houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do mar, menos perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!
[manual omite] Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os latinos chamaram torpedo. Cá a conhecemos mais de fama que de vista. Mas com as grandes virtudes é assim: quanto maiores são, mais se escondem. O pescador segura a cana na mão e deixa o anzol ir ao fundo; mal a raia morde o isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira que passa a força da boca do peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador. Oxalá aos padres, pescadores da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço de tanto pescarem almas! Tanto pescar e tão pouco tremer!
[manual omite] Navegando daqui para o Pará, vi correr pela tona da água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia. Disseram-me que lhes chamavam quatro-olhos, e na verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus», disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar, deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro.
A razão dos quatro-olhos é a de que estes peixinhos, que andam sempre na superfície da água, não só são perseguidos por outros peixes mas também por aves marítimas que vivem na costa. Como têm inimigos no mar e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse peixinho que tanto devo olhar para cima, onde há o azul do céu e nuvens que passam, cheias de sonhos, como para baixo, onde há terra, respeitando a natureza e vivendo em harmonia com bichos e homens.
[manual omite] Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças porque ajudais os mais pobres. Elogiem-se na mesa dos ricos as aves e os animais terrestres com que se fazem esplêndidos banquetes, mas vós, peixes, continuai a alimentar os pobres, e sereis recompensados. Tomai o exemplo das irmãs sardinhas. Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão grande número? Porque são sustento de pobres. As solhas e os salmões são raros, porque se servem à mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que sustenta a fome dos pobres, a esse, Cristo o multiplica e aumenta.
Peixe
Característica boa (que deve servir de exemplo aos homens)
Peixe de Tobias
As suas entranhas deitavam um fel que ____________.
Rémora
Apesar de pequeno, fixando-se ao leme de um barco, ____________.
Torpedo (raia elétrica)
Quando toca no isco, ___________.
Quatro-olhos
Os seus quatro olhos permitem que ___________.
Sardinha
Serve de __________.
Na p. 46, depois de leres as definições de tipos de argumentos ao cimo, faz a correspondência pedida na metade inferior da mesma página («Leitura, 1»).
Excerto textual a = __ ({hesito}); b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.
Repara agora também nesta outra classificação de tipos de argumentos (que inclui dois da do manual):
Argumento por analogia — Assimilação de uma relação geralmente conhecida a outra, que pode ser mais problemática. Aproximam-se dois fenómenos particulares. A refutação típica de um argumento por analogia é «não se podem comparar coisas que não são comparáveis». No campo jurídico, o precedente implica um argumento analógico.
Argumento dedutivo (dedução) — Passagem de proposições, tomadas como premissas, para uma nova proposição, que é a sua consequência necessária. Trata-se de um argumento «lógico»: «Todos os homens são mortais | Arnaldo é homem | Arnaldo é mortal».
Argumento indutivo (indução) — Passagem do particular para o geral. Partindo de um facto, observação, experiência, conclui-se uma lei geral (estamos no domínio da probabilidade): «A água do Tejo, do Douro, do Mondego é doce | O Tejo, o Douro, o Mondego são rios | A água dos rios é doce».
Argumento de autoridade — Citação de alguém reconhecido como autoridade na matéria em causa.
[usei sobretudo: Rui Alexandre Grácio, Vocabulário Crítico de Argumentação, Coimbra, Grácio Editor, 2013]
Depois de vermos dois trechos de episódios da segunda temporada do Programa do Aleixo, completa.
No episódio 1 é discutida a tese «É preferível urinar-se no . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida tese é ___ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco, Bruno).
Os «argumentos» — na verdade, não se trata de argumentos bem formulados, mas podemos reconstituir as premissas em que se fundariam —, em apoio ou em prejuízo da ___, podem exemplificar a tipologia que pus em cima (nota, porém, que este exercício é bastante amador — é bem provável que estes «argumentos» pudessem ser escrutinados de outro modo):
Completa com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade
Faço na mata porque o chichi também é natureza (Bussaco)
{Mata integra natureza / Chichi lembra natureza / Chichi deve fazer-se na mata}
Argumento ___
Faço no duche porque uma vez saí do banho para fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não havia água. (Nélson)
{Uma vez saí do banho e deixou de haver água / Presumo que todas as vezes que saia do banho faltará a água}
Argumento ___
Não havia água, porque puxaste o autoclismo. (Renato)
{Inválido, porque pode haver outros motivos para faltar a água}
Argumento indutivo
Se não puxasse, ficava a casa de banho a cheirar a chichi. (Nélson)
{Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho cheirará mal / Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na retrete / Se não puxar o autoclismo, a casa de banho cheirará mal}
Argumento ___
Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas de autoclismo. (Busto)
{Se se fizer chichi no banho, usa-se menos vezes a sanita / Se se usar menos vezes a sanita, poupam-se descargas do autoclismo / Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas do autoclismo}
Argumento ___
Ao contrário da água dos autoclismos, que vai para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por isso, se se fizer chichi no duche, beberemos a nossa urina. (Bruno)
Argumento ___, assente em premissa falsa
A água com detergente das casas de banho vai para a piscina, porque a piscina tem um cheiro característico e é azul, e a água com detergente tem um cheiro característico e é azul. (Nélson)
{Inválido, porque o cheiro característico não tem de vir obrigatoriamente da água com detergente}
Argumento ___
No episódio 3, Renato alega que «uma vez, um homem morreu depois de ter bebido por latas com urina de rato», o que constitui um argumento _______ (se isso aconteceu uma vez, é de prever que aconteça assim mais vezes).
Falta-nos um exemplo de argumento de autoridade, mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese ‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..´. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .».
Liga dos Campeões (11.º 2.ª)
Grupo A

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Camily
1




João Pedro
5




Francisco B.
9




Paulo
13




Francisco A.
17




Pedro F.
21




Miguel C.
25




Ivo
29





Grupo B

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Miguel B.
2




Afonso
6




Henrique
10




Sebastião
14




Simão
18




João A.
22




André
26




Diogo S.
30





Grupo C

Leitor
sorteio
1.ªjornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
João S.
3




Amaral
7




Cola
11




Ângelo
15




Cardoso
19




Cabo
23




G. Amaro
27





Grupo D

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Marta
4




Guilherme V.
8




Pedro P.
12




P. Torrado
16




Carolina
20




Diogo M.
24




Ricardo
28





Liga dos Campeões (11.º 3.ª)
Grupo A

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Francisco
1




Pardal
5




Margarida
9




Beatriz
13




Bernardo
17




InêsM.
21




Sofia
25





Grupo B

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Teresa
2




Carlota
6




Mafalda
10




Matilde
14




Leonor
18




Eduardo
22




Duda
26





Grupo C

Leitor
sorteio
1.ªjornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Inês C.
3




Pedro
7




Miguel
11




Nicole
15




Mila
19




Bea
23





Grupo D

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Ana
4




Carolina
8




Edu
12




Tita
16




Inês S.
20




Afonso
24





Liga dos Campeões (11.º 4.ª)
Grupo A

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Mafalda
1




Diana
5




Joana
9




Madalena
13




João
17




Júlia
21





Grupo B

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Pedro
2




Rodrigo
6




Hugo
10




Francisco
14




Margarida
18




André
22





Grupo C

Leitor
sorteio
1.ªjornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Laura
3




Lourenço
7




Eduardo
11




Emilly
15




Adolfo
19




Guilherme
23





Grupo D

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Gonçalo
4




Francisca
8




Tomás
12




Botea
16




Leonor
20




Clara
24





Liga dos Campeões (11.º 5.ª)
Grupo A

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Natacha
1




Ângela
5




Leonor
9




Grego
13




Rita
17




Alexandra
21





Grupo B

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Pedro
2




João F.
6




Ana
10




Elisa
14




Carolina
18




Tiago
22





Grupo C

Leitor
sorteio
1.ªjornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Sara
3




Beatriz Pi
7




Beatriz Pa
11




Mafalda F.
15




Mafalda M.
19




Rodrigo
23





Grupo D

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Entrezede
4




João R.
8




Maia
12




Guilherme
16




Tomás
20




Daniel
24





Liga dos Campeões (11.º 9.ª)
Grupo A

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Miguel
1




Ivânia
5




Carolina D.
9




Marta
13




Margarida A.
17




Daniela
21




Francisco
25





Grupo B

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Raquel
2




Mariana S.
6




Catarina
10




Adriana
14




Diogo
18




Leonor
22





Grupo C

Leitor
sorteio
1.ªjornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Margarida V.
3




Tiago
7




Luísa
11




Beatriz B.
15




Margarida P.
19




Carolina C.
23





Grupo D

Leitor
sorteio
1.ª jornada
2.ª jornada
Peixes
Peixes
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Mariana M.
4




Francisca
8




Bea M.
12




Pedro
16




Lúcia
20




Soraia
24




Os números à esquerda são os atribuídos no sorteio, não são os números da pauta da turma. Todos preparam duas leituras. Os algarismos romanos identificam o capítulo do sermão (cuidado com «V (cont.)», porque no manual está em duas partes). Os algarismos árabes correspondem às linhas. Entre parênteses retos está o tempo na leitura de Pedro Guilherme (em Gaveta de Nuvens), para quem queira tirar dúvidas de pronúncias. Note-se, porém, que a leitura deve ser pensada por cada um, não se pretende que imitem as reproduzidas.
Os capítulos estão nas seguintes páginas do nosso manual: I, pp. 36-38; II, pp. 44-45; III, p. 47; IV, pp. 50-52; V, pp. 56-60; V (cont.), pp. 61-62; VI, p. 64.

Leitura 1
Leitura 2
1
III, 1-11 [20.16-20.40 e 24.44-25.38]
I, 1-11 [0.1-...]
2
III, 12-24 («dentro») [25.39-...]
I, 12-20 [1.23-...] {é «atrevera», porém}
3
III, 24 («Quantos»)-34 [27.11-28.29]
I, 21-31 («tempo») [2.30-...]
4
IV, 1-25 («outros») [39.39-...]
I, 31 («Isso»)-42 («hoje») [3.45-...]
5
IV, 25 («Tão»)-52 («sossego») [40.50-41.58]
I, 42 («Mas»)-55 [5.01-....]
6
IV, 52 («Pois»)-78 [41.58-...]
II, I-10 («pregadores») [6.30-...]
7
IV, 79-106 [42.56-...]
II, 10 («Uma»)-18 [7.36-7.73 e 8.25-9.10]
8
IV, 107-134 [44.28-...]
II, 19-31 [11.05-12.31] {mas é «s[ε]rvo»}
9
IV, 135-160 («pequenos») [45.30-...]
II, 32-41 («opinião») [13.56-...]
10
IV, 160 («São»)-186 [47.17-...]
II, 41 («Não»)-52 [15.08-16.40]
11
V, 1-13 («noite») [1.01.01-...]
III, 1-11 [20.16-20.40 e 24.44-25.38]
12
V, 13 («Tinha»)-29 [1.02.25-...]
III, 12-24 («dentro») [25.39-...]
13
V, 30-41 («Cristo») [1.03.54-...]
III, 24 («Quantos»)-34 [27.11-28.29]
14
V, 41-(«Mas»)-53 [1.05.34-...]
IV, 1-25 («outros») [39.39-...]
15
V, 54-66 [1.07.05-...]
IV, 25 («Tão»)-52 («sossego») [40.50-41.58]
16
V, 67-92 [1.08.28-...]
VI, 1-13 [1.29.20-...]
17
V, 93-105 («eles») [1.09.50-...]
IV, 52 («Pois»)-78 [41.58-...]
18
V, 105 («Lá»)-116 («pagamos») [1.11.35-...]
IV, 79-106 [42.56-...]
19
V, 116 («Toda»)-127 («castigo») [1.12.53-...]
IV, 107-134 [44.28-...]
20
V, 127 («Quisestes»)-139 («nadar») [1.14.22-...]
IV, 135-160 («pequenos») [45.30-...]
21
V, 139 («A»)-153 [1.16.10-...]
IV, 160 («São»)-186 [47.17-...]
22
V, 154-165 («cima») [1.17.45-...]
V, 1-13 («noite») [1.01.01-...]
23
V, 165 («Já»)-179 [1.19.12-...]
V, 13 («Tinha»)-29 [1.02.25-...]
24
V (cont.), 1-20 («pedra») [1.21.22-...]
V, 30-41 («Cristo») [1.03.54-...]
25
V (cont.), 20 («E»)-30 («céu») [1.22.47-...]
V, 41-(«Mas»)-53 [1.05.34-...]
26
V (cont.), 30 («Lá»)-41 («calo»)
V, 54-66 [1.07.05-...]
27
V (cont.), 41 («Com»)-52 [1.25.29-...]
V, 67-92 [1.08.28-...]
28
V (cont.), 53-61 [1.26.52-...]
V, 93-105 («eles») [1.09.50-...]
29
V (cont.), 62-73 [1.27.57-...]
V, 105 («Lá»)-116 («pagamos») [1.11.35-...]
30
VI, 1-13 [1.29.20-...]
V, 127 («Quisestes»)-139 («nadar») [1.14.22-...]
Escolhe um animal. Faz-lhe louvores, que permitam, possivelmente por metáforas, concluir da sua vantagem relativamente aos homens (ou de como poderiam constituir um bom exemplo). Exemplo:
Tu, camelo, tens uma virtude que não encontro em outro animal. Nas tuas bossas, armazenas água, providencialmente, sabendo que o caminho será longo e penoso. Oxalá fôssemos todos assim, amigo camelo, e pensássemos a tempo na velhice, e rebeubéu pardais ao ninho.
Não tens uma, tens duas bossas. Rejeitas a unicidade, preferes a …
Elaborar. Não ser trapalhão. Rever. Emendar. Vocativos são delimitados por vírgula(s)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — (1) Passa a trazer sempre a folha onde estão as jornadas da Liga dos Campeões. (2) Prepara as duas leituras em voz alta que te calharam. Em termos de expressividade, ou mesmo de fidelidade ao texto, não dês mais importância à declamação que deixei como exemplo do que à tua própria análise cuidadosa do texto. (3) Entretanto, vai concluindo leitura do livro que escolheste. Mantém, por favor, a obra à tua disposição, pois vou pedir-te que a tragas a certa altura.


Aula 33-34 (19 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 21/nov [3.ª, 2.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «O cérebro dos golfinhos» (p. 48) (ver Apresentação).

Vai até às páginas 50-52 e, à medida que fores preenchendo o que ponho a seguir, vai lendo o cap. IV do «Sermão de Santo António», sem preocupação de percorrer tudo.
Como o Padre António Vieira já anunciara (cap. II, p. 44, l. 16), este capítulo vai ser de ______ dos peixes. São dois os motivos dessa crítica, ainda que na parte reproduzida no manual só figure a primeira:
1. {ll. 6-7} os peixes __________;
2. os peixes investem cegamente ao isco.
E o orador mostra que os homens incorrem nos mesmos erros:
1. os homens são comidos por outros homens, quando ______ {ll. 57-78} e quando ________ {ll. 81-106};
2. os homens seguem cegamente os seus engodos por vaidade, quando combatem e quando se deixam explorar em troca de vestuário {esta parte já não está no manual}.
Responde às seguintes perguntas, completando os meus esboços:
1. Explica como funciona a identificação entre peixes e homens neste cap. IV.
Traça-se uma analogia entre os peixes, que se comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás torna o caso mais grave), e os homens, que também estão sempre a procurar «comer» o seu semelhante (entenda-se ‘________’). Infere-se que entre os homens são igualmente os mais _______ a prejudicar os mais frágeis.
2. Identifica os usos polissémicos do verbo «comer» neste ponto do sermão.
Quando se diz «peixes, [...] vos comeis uns aos outros» (ll. 6-7), a aceção de «comer» que se pode considerar mais próxima é ‘______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros?» (ll. 41-42), «comer» equivale a ‘______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; em «andarem buscando os homens [...] como se hão de comer» (ll. 53-57), «comer» tem o sentido de ‘_______’{‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}.
3. Comenta a referência, no contexto da pregação, ao «sertão» (l. 39) e aos «Tapuias» (l. 41).
No contexto do sermão — pregado no Maranhão, em 1654, a uma audiência de _____ —, a referência ao sertão e aos índios, dizendo aos ouvintes que não julgassem serem os índios aqueles que o orador estava a _____ («Para cá, para cá, para a cidade é que haveis de olhar»), visava culpabilizar os _____ e aludir à _____ que exerciam sobre os nativos.
Liga dos Campeões
Na p. 53, resolve o ponto A, atentando na diferença entre discurso fechado e discurso aberto. A ordem seria (só o ponto 3 está fora do seu lugar): __, 1, __, __, __, 6. Em B, dá-se-te um exemplo de exemplo («Gil Vicente, no Auto da Barca do Inferno, utiliza as seguintes figuras alegóricas: o Anjo e o Diabo»), para que digas qual seria o argumento que ele poderia vir apoiar, vir a ilustrar. O exemplo dado parece adequar-se mais ao argumento __ («A alegoria possibilita a reflexão crítica de uma forma indireta»). Em C, são argumentos os números __, __, 6; e exemplos, __, __, 5.
O que te peço são os dois parágrafos (com dois argumentos e respetivos exemplos — um ou dois por cada argumento) que são pedidos no cimo da p. 53 (Escrita). Porém, o tema não será o que está no manual, mas um destes, que têm estado na ordem do dia durante esta semana:
As touradas não devem ser discriminadas enquanto espetáculo (pagando mais IVA). / As touradas devem ser mais taxadas que outros espetáculos. / [em discurso aberto:] Devem ou não as touradas ser mais taxadas do que os outros espetáculos?
O ataque à Academia do Sporting pode ser equiparado a ato de terrorismo. / O ataque à Academia do Sporting não pode ser equiparado a ato de terrorismo.
[em discurso aberto:] A televisão pública (RTP) deve ou não contratar apresentadores e jornalistas por salários milionários?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Aula 35-36 (22 [9.ª, 4.ª], 23/nov [5.ª, 2.ª, 3.ª]) Vai lendo «Rapinar» (p. 54) e circundando a melhor alínea de cada item. Não consultes outras páginas do manual nem folhas tuas.
Este texto é excerto
a) de um sermão de Santo António.
b) do «Sermão de Santo António [aos peixes]», de Vieira.
c) do capítulo III do sermão que temos vindo a estudar em aula.
d) de um sermão de Vieira.

O pretexto para as ideias defendidas pelo orador neste trecho está sintetizado logo nas ll. 1-4:
a) tendo D. João III pedido informação sobre a Índia, respondeu-lhe S. Francisco Xavier que se roubava muito.
b) tendo el-rei D. João III procurado saber se se roubava muito na Índia, escreveu-lhe afirmativamente S. Francisco Xavier.
c) tendo D. João III querido saber o estado da Índia, respondeu S. Francisco Xavier que se conjugavam muito certos verbos.
d) Santo António informou D. João III que, na Índia, o verbo rapio se conjugava por todos os modos.

«se usa igualmente a mesma conjugação» (l. 6) significa
a) ‘também se rouba’.
b) ‘usa-se o mesmo verbo’.
c) ‘conjuga-se do mesmo modo’.
d) ‘escreve-se, lê-se, ouve-se, fala-se com o mesmo verbo’.

A repetição de «Furtam pelo modo» (ll. 12, 14, 15, 17, 19, 20, 21) constitui
a) um mecanismo de coesão referencial.
b) uma anáfora.
a) uma ironia.
d) um mecanismo de coesão frásica.

Os vários modos verbais mencionados — indicativo, imperativo, conjuntivo, etc. (l. 9 e ss.) — são
a) invenções do orador, neologismos, funcionando como reflexão metalinguística.
b) ‘modos de roubar’, no seu sentido mais denotativo.
c) palavras divergentes.
d) termos gramaticais, denotativamente, mas conotam as diversas maneiras de roubar.

O pronome «elas» (l. 28) é uma
a) catáfora cujo referente é «as miseráveis províncias» (ll. 26-27).
b) anáfora cujo antecedente é «as miseráveis províncias» (ll. 26-27).
c) anáfora cujo referente é «todas as pessoas» (l. 23).
d) catáfora cujo antecedente é «todas as pessoas» (l. 23).

«roubadas e consumidas» (l. 28) é
a) predicativo do complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento direto.

Vai lendo «Ao encontro do preciosismo» (p. 55) e circunda a melhor alínea de cada item. Não consultes o resto do manual nem folhas tuas.
«isso» (l. 5) é
a) deítico espacial.
b) deítico pessoal.
c) deítico temporal.
d) anáfora.

«Há dias» e «recebi» (l. 8) funcionam como marcas deíticas
a) temporal e pessoal-temporal, respetivamente.
b) temporal e espacial, respetivamente.
c) de tempo.
d) temporal e pessoal-espacial, respetivamente.

Na publicação original desta crónica, a parte omitida pelo manual a seguir a «solicitada» (p. 19) — cfr. «(...)» — diz o seguinte: «por outro lado, fica engraçada se involuntariamente certeira, porque a pobre revista, mar, aventura, talvez viagens, vinha de facto de encontro aos meus interesses». Significa isto que o cronista
a) até gostava de alguns dos assuntos tratados na revista.
b) não tinha interesse na revista.
c) tinha interesses coincidentes com os conteúdos tratados na revista.
d) até, segundo tudo indicava, poderia vir a gostar da revista.

«meus caros» (l. 21) é
a) sujeito.
b) modificador apositivo do nome.
c) vocativo.
d) modificador restritivo do nome.

O erro na mensagem publicitária que levou o cronista a reagir consiste em falha de
a) coesão lexical.
b) coesão frásica.
c) coerência.
d) coesão referencial.

O referente de «[d]isso» (l. 23) é
a) todo o parágrafo anterior (l. 22).
b) «o certo é que respondi» (l. 23).
c) «Sabe-se lá quem está do outro lado...» (l. 22).
d) todo o parágrafo anterior (l. 22) e, provavelmente, mais uma sua parte omitida no manual.

O trecho do original que foi omitido na linha 23 após «respondi» seria:
a) «Fosse incontinência da vontade (vulgo, acrasia), ou intermitência de juízo (vulgo, afronésia), ou... whatever, respondi».
b) «Quiçá por falta de vontade ou por intermitência de aborrecimento, ou... whatever, respondi».
c) «Fosse por falta de vontade (vulgo, acrasia), ou por muito juízo (vulgo, afronésia), respondi».
d) «Fosse por ter pisado um cocó de cão ou por alguma outra razão, respondi».

«irónico, variante de melindre» (l. 29) caracteriza
a) a resposta do «publicitário», que, sob a capa irónica, mostrava ter-se agastado.
b) o cronista, que respondera com ironia, melindrado pela mensagem.
c) a resposta do cronista à mensagem recebida.
d) o cronista, que disfarçava com ironia o ter ficado irritado com o atrevimento da resposta.

O pronome «me» (l. 30) desempenha a função sintática de
a) complemento indireto.
b) complemento direto.
c) complemento oblíquo.
d) sujeito.

Para o cronista (cfr. ll. 30-31), o sentido de «preciosismo» era
a) ‘uso errado de uma palavra ou expressão’.
b) ‘uso de palavra rara para evitar o recurso a um estrangeirismo’.
c) ‘bom uso da língua’.
d) ‘uso de um estrangeirismo em vez da correspondente palavra vernácula’.

O ano passado falámos de empréstimos, que vimos serem um dos processos irregulares de formação de palavras. Os empréstimos permitem reconhecer as fases históricas em que predominaram influências de certos países.
No quadro em baixo, preenche a coluna que ainda está vazia. Depois, completa as lacunas do texto. Descobrirás as relações entre a época de entrada no português de determinado estrangeirismo, a língua de que veio essa palavra e a sua área temática.

Empréstimo
Língua de origem
Data da primeira ates-
tação em português
Área temática
Desporto
Inglês
XIX (sport)

Futebol
Inglês
XX
Jóquei
Inglês
1858
Serenata
Italiano
1813

Maestro
Italiano
1858
Ária ('peça musical melodiosa')
Italiano
XVIII
Bijuteria
Francês
1881

Vitrine
Francês
1873
Toilete
Francês
1899
Biombo
Japonês
XVI (beòbus)

Quimono ('um tipo de roupão')
Japonês
XVI (quimão)
Catana ('espada curta')
Japonês
XVI
Armas
Trovar ('cantar versos')
Provençal
XIII

Refrão
Provençal
XIV
Rouxinol
Provençal
XIV (rousinol)
Vilancete ('poema de tema campestre')
Castelhano
XVI

Endecha ('poema triste')
Castelhano
XVI
Picaresco ('género literário satírico')
Castelhano
XVII
Maracujá
Tupi
1587

Mandioca
Tupi
1549
Piripiri
Tupi
1587
(Etimologias e datas segundo Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, 1982)
Os provençalismos (empréstimos do ______, uma língua antiga do sul de França) testemunham a importância da literatura provençal na poesia galego-portuguesa medieval. Como consequência da expansão portuguesa, a língua ______ deu-nos termos relativos a objetos que o ocidente até então desconhecia. Do mesmo modo, os tupinismos que escolhi reportam-se a nomes de _____ que os europeus foram encontrar no Brasil pela primeira vez. O castelhano deixou-nos muitas palavras do âmbito da literatura, que entraram no português sobretudo nos séculos _____ e _____, a época do apogeu da cultura espanhola, que aliás coincidiu com a dinastia filipina. Sobre os galicismos (estrangeirismos franceses), lembre-se que durante o século _____ foi forte a influência francesa em vários campos, entre os quais o da _____, como provam os exemplos. No campo musical, pela mesma altura e já antes, era a _____ que inspirava os outros países. Na transição para o século XX, uma série de desportos criados em _____ foram adotados em outros países e, claro, com esses desportos vieram os termos respetivos. Hoje em dia, o inglês é o maior fornecedor de estrangeirismos (nas tecnologias, por exemplo, predominam nitidamente os anglicismos).
Os estrangeirismos — ou seja, os empréstimos na fase em que ainda são percebidos como estranhos à língua em que se integraram — são criticados por quem tem uma atitude conservadora relativamente à língua portuguesa. A luta contra os estrangeirismos levou a que alguns gramáticos mais fanáticos procurassem substituí-los por palavras que eles próprios inventaram, segundo padrões portugueses. São elas resultado de exagerado purismo, o preciosismo referido no artigo de Abel Barros Baptista.
Verifica se alguma das propostas venceu nos hábitos de hoje ou se foram os estrangeirismos que triunfaram na língua corrente. Marca os neologismos que, apesar de tudo, ainda se usem (haverá só um ou dois). Marca também a proposta que consideres mais ridícula. Por fim, adivinha a origem dos estrangeirismos, escrevendo f(rancês) ou i(nglês).
Neologismos propostos por gramáticos
Estrangeirismos
Origem
Nasóculos
Pince-nez ('óculo de mola')

Preconício
Reclame

Lucivelo, abajúrdio
Abajur (Abat-jour)

Ancenúbio
Nuance

Ludâmbulo
Turista

Ludopédio, balípodo, pedibola, furta-bola, bolapé
Futebol

Rabo de galo
Cocktail

Cardápio
Menu

Vesperal
Matiné (Matinée)

Bosquejo
Sketch

Ampara-seios, estrófio, mamilar
Sutiã (Soutien)

Tabuínha de chocolate
Tablete de chocolate

Alviçareiro
Repórter

Runimol
Avalanche

Legicídio social
Golpe de estado

Venaplauso
Claque

Haurinxugo, hauricanulação
Drenagem ('escoamento')

Escreve um texto expositivo ou de opinião sobre assunto que escolherás (procura talvez assunto em que te sintas bastante seguro, especialista, mesmo se muito específico). Não escolhas tópico ensinado em disciplinas escolares. Usa pelo menos doze conectores (de sentidos diferentes) dos que estão na tabela da p. 357, sublinhando-os.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Consulta o Dicionáriode estrangeirismos (não fiques só pela letra A). Escolhe três estrangeirismos, de línguas de origem diferentes. Cria um equivalente vernáculo, com formação percetível e, eventualmente, alguma graça.


Aula 37-38 (26 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 28/nov [3.ª, 2.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na aula anterior (ver Apresentação).

O capítulo V do «Sermão de Santo António» (no manual, em duas partes: pp. 56-60; 61-62) aborda o que o orador tem contra quatro tipos de «peixes». Deter-nos-emos nos três verdadeiros peixes, deixando para a próxima aula o polvo (já nas pp. 61-62).
Relanceando o texto, marca as linhas em que começam e em que acabam os trechos sobre cada um dos animais (incluindo as comparações com os homens):
os roncadores: ll. 2-____;
os pegadores: ll. ____-____;
os voadores: ll. ____-____;
o polvo: cap. V (cont.), pp. 61-62, ll. 1-73.
Transcreve o passo em que está a queixa principal sobre cada um dos peixes:
Peixe
Repreensão
Linhas
roncadores
«É possível que[,] sendo vós ________»
4-5
pegadores
«sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas[,] de tal sorte ________»
48-49
voadores
«________ Pois porque vos meteis a ser aves?»
120-121
Os três peixes de hoje (e o polvo) servem para se aludir a pecados humanos. Outros casos históricos confirmam esses defeitos dos homens. Ao contrário, Santo António seria um bom exemplo a seguir. Preenche:
Peixe
Característica dos homens que está a ser criticada
Outros maus exemplos
Linhas a consultar
O bom exemplo de Santo António
roncadores
______
São Pedro «roncou», porque asseverara ser o único constante na sua fé, mas logo negou Cristo quando interpelado por uma ____. Também adormeceu, apesar de se ter comprometido a vigiar o horto.
Caifás alardeava o ____. Pilatos exibia ____.
8-29
38-41
Apesar do seu saber e poder, nunca deles fazia alarde, preferia ____.
41-44
pegadores

______
Não parte um vice-rei ou um governador sem que vá acolitado por uma série de ____.
Morto Herodes, também morreram os que dele dependiam (como acontecerá aos peixes que se não despeguem do ____ que parasitam).
54-60
67-86
Pegou-se apenas a Deus, como costuma ver-se na imagem tradicional, em que Santo António surge com ____ ao colo.
96-99
voadores
______
O mago Simão disse ser filho de Deus e anunciou quando subiria aos céus, mas não só se viu privado de asas, para voar, como de ____, para andar.
Por querer voar, Ícaro se _____.
146-161
162-163
Tendo «asas» — a sabedoria — para «subir», preferiu _____: apagar-se, passar por leigo e sem ciência.
164-179
Leitura em voz alta.
Na repreensão do cada peixe, Vieira apresenta o animal (onde se costuma mostrar, etc.). Depois descreve os comportamentos que lhe critica (com detalhe). Finalmente, encontra defeitos nos homens correspondentes às mesmas características.
No teu texto deves percorrer as mesmas etapas, depois de escolheres o animal que repreenderás.Usa um registo formal, mas contemporâneo.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Revê as funções sintáticas. Podes relancear a ficha do Caderno de atividades na p. 30 — reproduzi-la-ei aqui com soluções — e estudar pelas pp. 372-380 do manual ou pelas páginas de gramática em Gaveta de Nuvens: ‘Funções sintáticas’.


Aula 39-40 (29 [9.ª, 4.ª], 30/nov [9.ª, 2.ª, 3.ª]) O que fizemos na última aula para os três peixes que são criticados na primeira metade do cap. V do «Sermão de Santo António» — roncadores, «pegadores», voadores — fá-lo-emos agora para o peixe (na verdade, um molusco cefalópode) abordado nas pp. 61-62, o polvo. Assim, vai preenchendo as tabelas:
Peixe
Repreensão
Linhas
polvo
«Se está nos limos, ____; se está na areia, ______ ; se está no lodo, _____; e[,] se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, _____»
V (cont.), 18-20
Volta a surgir a analogia entre características do animal e vícios dos homens, ilustrados com peripécias bíblicas e contraditados pelo bom exemplo de António:
Peixe
Característica dos homens que está a ser criticada
Outros maus exemplos
Linhas a consultar
O bom exemplo de Santo António
polvo
______
Judas abraçou Cristo mas foram outros que o _____ (o polvo abraça e, com os próprios braços, faz as _____).
22-28
António foi o mais puro exemplar de _____; nele nunca houve _____.
42-45
Sobre as características que o Padre Vieira critica no polvo (ll. 4-22):
retrato do polvo
que o faz assemelhar-se a.../ ou fingir
capelo (na cabeça)
______
_______ (braços)
estrela
falta de ossos ou de espinha
______, mansidão
Desta aparência modesta, desta «hipocrisia tão santa», resulta ser o polvo o maior traidor do mar:
por malícia, muda de cor conforme o ambiente (como, mas apenas por _____, faz o camaleão)
lança os braços e prende os _____ e os desacautelados
Resolve o ponto 3. da p. 63. Basta indicares os recursos expressivos:
metáfora [duas vezes]| apóstrofe | comparação | antítese (quase oxímoro ou paradoxo) | interrogação retórica | anáfora
a) ______; b) _____; c) _____; d) _____ e) ______; f) ______; g) ______.
Em À procura de Dory, o polvo (Hank) tem algumas das características atribuídas aos polvos no «Sermão de Santo António» mas revela outras em que o Padre Vieira não pensara. No filme — de que veremos sobretudo as partes em que intervém Hank —, o polvo começa por parecer interesseiro e rezingão mas, progressivamente, vai-se tornando quase frágil e simpático. No «Sermão de Santo António», o percurso é o contrário: realça-se a aparência de santidade do polvo, para se vincar depois a hipocrisia, a maldade.
Para preencheres as lacunas da tabela, podes usar alguns destes adjetivos ou outros que te pareçam pertinentes:
dedicado | irritável | irritadiço | esforçado | receoso | prestável | derrotista | sensível | afectuoso | individualista | solitário | persuasivo | influenciável | introvertido | afável | delicado | astucioso | manhoso | carinhoso | otimista | calculista.
Comportamentos do polvo Hank
Caracterização (por adjetivos)
Disfarça-se de gato, de parede, de planta, de corrimão, etc.
Escondido, dissimulado, ocultado (mas sem se conotar nada disto com a psicologia)
Tenta convencer Dory a dar-lhe a etiqueta.
Insinuante, _____, quase malicioso, ____, _____, astuto; ligeiramente interesseiro, ____.
Mostra-se diligente a conduzir Dory nos seus percursos, a ajudá-la, mesmo contrariado.
Solidário, solícito, _____, _____, prestimoso, _____.
Esconde-se e disfarça-se para não ser tocado pelas crianças, de quem tem pavor.
Medroso, timorato, _____ (talvez por estar ainda traumatizado por ter perdido tentáculo).
Chega a gritar com Dory, impaciente por ela não lhe dar a etiqueta, quase lha tirando à força, mas acaba por se retrair e controlar-se.
Primário, ____, ____, mas, no fundo, com boa índole.
«Não quero ninguém com quem me preocupar. Tu tens sorte: sem memórias, sem problemas».
Pessimista, cético, _____; _____, _____, associal, _____.
Não gosta de conversas nem de perguntas. Quer viver dentro de caixa de vidro, sozinho, sem ter de conversar com ninguém.
[no momento da separação:] «Vai ser difícil eu esquecer-te, miúda»; «Estás bem?».
Meigo, ____, ____, terno, cordial, _____, _____, _____.
Preferia ficar preso, em exposição, mas deixa-se conduzir por Dory (e, já antes da insistência dos outros peixes, aceitara fugir a seu pedido).
Inseguro, _____.
[quase no final:] «Dou-me bem com a loucura!».
Entusiástico, arrebatado, _____.
TPC Se ainda não o fizeste, acaba a leitura do livro que estarás a ler e cuja referência me terás dado já há umas aulas (se a esqueceste, entrega-ma logo que a redijas). Completa acróstico com «Sermão de Santo António [aos Peixes]». Podes relancear textos e ensaios no manual ou ver vídeos de programas sobre Vieira a partir do blogue.



Aula 41-42 (3 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 5/dez [3.ª, 2.ª]) Correção de trabalho de criação de neologismos preciosista (ver Apresentação).

Põe na ordem correta os dezasseis versos do poema (em quatro estrofes: 4 + 4 + 4 + 4) de Cesário Verde dentro do sobrescrito.
Desenho dos fragmentos de papel não é indicativo (versos já estavam misturados quando os recortei).
Ao contrário, as rimas são úteis (a rima é cruzada).

Podes agora usar o manual, na p. 322, vendo melhor o poema de Cesário Verde que estiveste a reconstituir, «De tarde».
Procurei fazer uma análise do texto, seguindo estas linhas de sentido (aconselhadas no manual Antologia. 11.º ano, Lisboa, Lisboa Editora, 2004): relação título-texto; sugestão de uma «aguarela» (notações cromáticas — ou seja, de cor —, pormenores figurativos); estrutura narrativa (espaço, tempo, ação, personagens); função do sujeito poético enquanto observador e relator; marcas de erotismo; valor simbólico de «o ramalhete rubro de papoulas»; relevância expressiva de alguns aspetos formais e recursos estilísticos.
Completa a minha análise, sabendo que as lacunas correspondem sempre a expressões a transcrever do próprio poema.
Logo o título, «_______», que é um modificador temporal, remete para um momento, uma coisa «______», que merecia ser registado numa «______», apesar de aparentemente irrelevante.
Poderíamos dizer que o momento em causa era suscetível de ser fixado numa polaroid (se no século XX) ou numa imagem em instagram (atualmente), mas a pintura coaduna-se bem com as várias referências cromáticas: o «granzoal ______», o «ramalhete _____» ou, quando sai da renda, «______». Quanto ao sol a pôr-se («_____»), é uma notação de ordem visual e mais um elemento que aproxima o poema das pinturas impressionistas (vem à lembrança, por exemplo, o quadro «Déjeuner sur l’herbe», de Edouard Manet — cfr. p. 323). Além das cores, há pormenores figurativos: o rendilhado do decote por onde saem «_______» (com que se comparam os «_______»).
Nem só o sentido da visão é convocado, outros sentidos estão presentes: o olfato e o gosto, a propósito das «_______», dos «_____», do «______» embebido em vinho doce; e não será forçado vermos algo de tátil na alusão às «_____» que saem do decote da rapariga.
Muito característica do poema (e de Cesário Verde) é a sua narratividade. O poeta parece ser um observador que faz parte do grupo (vejam-se os deíticos pessoais «_____», «______», o demonstrativo «[n]_____» e o possessivo «_____»). Relata um episódio cuja protagonista é uma rapariga (uma burguesa?) capaz de colher ramalhetes de papoulas «______». As ações estão demarcadas em função dos espaços («a ________», «em _____») e do tempo («_____», «_____»).
A última quadra (não, não é um soneto: são quatro quartetos) apresenta-nos o sujeito poético (o «narrador») embevecido com o supremo encanto do «________» (e não é interessante o uso do estrangeirismo?). Esse primeiro plano da câmara termina com o verso «________», que quase repete o v. 8 («_________»). Os artigos definidos no último verso do poema («___», em vez do indefinido «_____», que estava no v. 8; e «[d]___», em vez da preposição simples «___») mostram que a observação se foi aproximando e que o ramalhete de que se fala já é inconfundível. A outra diferença entre os versos é o v. 16 terminar com um ______.
E, se atentarmos no som, perceberemos que há nesse verso uma aliteração [cfr. p. 393], conseguida pela repetição da consoante «___». (Já na segunda estrofe havia uma figura fónica idêntica, entre a assonância (‘repetição de som vocálico’) e a aliteração, no verso «______», em que predominavam as vogais nasais e a consoante z.)
Acerca da quadra final é ainda preciso referir que a alteração da ordem natural da frase, um hipérbato [cfr. p. 394], faz que o último verso seja o sintagma nominal que se pretende destacar («______»). Por outro lado, por marcar uma oposição, uma reorientação, a conjunção adversativa «____» valoriza o que depois será o foco da quadra.
Também o tempo verbal usado nesta quarta estrofe, o imperfeito do indicativo («___»), marca a perenidade daquela visão singular, por contraste com o incidente, efémero, que era a merenda de burguesas (a que convinha o perfeito do indicativo: «houve», «foi», «___», «___», «___»).
Na p. 341, lê o poema «Homenagem a Cesário Verde», de Mário Cesariny, poeta já do século XX. Perceberás que é quase uma paródia do poema «De tarde». Retomam-se alguns dos seus elementos, subverte-se a maioria.
De qualquer modo, o sentido global é de louvor a Cesário, como se vê no último dístico: «Chegou a noite e foram todos para casa ler / Cesário Verde que ainda há passeios ainda há poetas cá no país».
Escreve, um poema, sem rima nem estrofes, sobre um momento que devesse ficar fixado (talvez realçado dentro de um incidente que tudo destinasse ao esquecimento).
Só as partes já lançadas seguem o modelo de «De tarde». No resto, aconselho apenas que a descrição/narração seja detalhada e se evite estilo brincalhão ou irónico.
O poema terá pontuação (mesmo no final dos versos, se for caso disso).
_________ {sintagma preposicional, como é  De tarde}
Em {ou Em contraído (como Naquele/a)} ___
Houve ___________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
TPC — Melhora poema que estiveste a escrever.


Aula 43-44 (6 [9.ª, 4.ª], 7/dez [9.ª, 3.ª, 2.ª]) Correção dos «Louvores a animal» (ver Apresentação).
[Este questionário procura verificar se foste seguindo o que tratámos em aula — excluindo gramática — e, em particular, acerca do «Sermão de Santo António». Não uses agora o manual nem as nossas folhas.]
Circunda a melhor alínea.
Neste 1.º período, lemos em aula, entre outros, textos de
a) Abel Barros Baptista, Baltasar Lopes, Almeida Garrett.
b) Sebastião da Gama, Mia Couto, Afonso Cruz.
c) Cesário Verde, Ana Hatherly, Almeida Faria.
d) Luísa Costa Gomes, Nuno Júdice, Pedro Mexia.

A certa altura, aconselhei um texto meu, que decerto ninguém leu, intitulado
a) «O melhor do mundo não são as crianças».
b) «O poema ‘Liberdade’, de Fernando Pessoa, enquanto defesa da preguiça e do ócio».
c) «O melhor do mundo são as crianças».
d) «O pior do mundo são os adolescentes que chegam atrasados».

A síntese e o resumo distinguem-se por
a) a síntese implicar distância do enunciador relativamente ao texto-fonte, e o resumo, não.
b) o resumo acolher citações, transcritas com aspas, e a síntese, não.
c) a síntese, ao contrário do resumo, dever manter a ordem de abordagem do texto original.
d) apresentarem órgãos sexuais, respetivamente, femininos e masculinos.

O exórdio ocorre
a) no final de um discurso, correspondendo a peroração ao início.
b) a meio de um discurso, sendo a peroração o final.
c) no início de um discurso, seguindo-se logo a peroração.
d) no início de um discurso, sendo a peroração a parte final.

O texto do sermão que lemos em aula
a) corresponde exatamente ao que o seu orador proferiu.
b) é uma publicação, já póstuma, do que foi lido por Santo António.
c) resulta da passagem a escrito do que o seu autor anotara havia anos.
d) corresponde a um texto anterior à efetiva pregação.

Segundo Vieira, nos dias dos santos, os pregadores devem
a) imitá-los.
b) criticá-los.
c) pregar a peixes.
d) tê-los como assunto dos seus sermões.

As citações (da Bíblia; de teólogos) que enxameiam o «Sermão» funcionam como
a) argumentos de autoridade.
b) analogias.
c) argumentos indutivos.
d) deduções.

O conceito predicável do «Sermão de Santo aos Peixes» é
a) «Vós sois o sol da terra».
b) «Vós sois o sal do mar».
c) «Vós, sol, sois a terra».
d) «Vós sois o sal da terra».

O verdadeiro auditório do «Sermão de Santo António [aos Peixes]» era constituído por
a) colonos.
b) D. João IV e restante corte.
c) peixes.
d) índios.

Os pegadores repreendidos no capítulo V devem ser
a) as rémoras (louvadas no cap. III).
b) os polvos.
c) peixes bíblicos.
d) tremelgas.

Santo António viveu em
a) Lisboa, no séc. XVII.
b) Lisboa e Pádua, nos sécs. XII e XIII.
c) São Luís do Maranhão, no séc. XVII.
d) Rimini, no séc. XV.

A série que apresenta «peixes» que são «protagonistas» do «Sermão» é
a) peixe de Tobias, torpedo, roncador.
b) pescadinha de rabo na boca, massada de garoupa, baleia.
c) rémora, três olhos, raia eletrónica.
d) voador, atum, peixe de Tobias.

O «Sermão de Santo António aos Peixes» foi pregado
a) pelo Padre António Vieira, em São Luís do Maranhão, em meados do século XVII.
b) pelo Padre António Vieira, em Lisboa, na Igreja de São Roque, no século XVII.
c) por Santo António, em São Luís do Maranhão.
d) por Santo António, no Brasil.

Nos capítulos II-V do «Sermão», temos (segundo esta ordem)
a) elogio dos peixes, em geral; elogio a algumas espécies de peixes; repreensão dos peixes, em geral; repreensão a algumas espécies de peixes.
b) repreensão dos peixes, em geral; repreensão a algumas espécies de peixes; elogio dos peixes, em geral; elogio a algumas espécies de peixes.
c) elogio a algumas espécies de peixes; elogio dos peixes, em geral; repreensão a algumas espécies de peixes; repreensão dos peixes, em geral.
d) elogio dos peixes, em geral; repreensão dos peixes, em geral; elogio a algumas espécies de peixes; repreensão a algumas espécies de peixes.

No final do cap. I do «Sermão» diz-se que
a) «Maria» vem de «Senhora do mar», o que é uma falsa etimologia.
b) «peixe» vem de «pé», o que não é verdade.
c) «sal» vem de «sol», o que é uma etimologia correcta.
d) o étimo de «Maria» é «Senhora do mar», o que é verdade.

Uma das características louvadas aos peixes é
a) enfrentarem tudo para cumprirem os seus objetivos.
b) serem domáveis.
c) fugirem dos homens.
d) saírem da sua zona de conforto.

A correspondência entre peixes repreendidos e defeitos dos homens é (por esta ordem): roncadores, pegadores, voadores, polvo;
a) soberba, oportunismo, ambição, fingimento.
b) brunismo, aderência, aerofagia, traição.
c) arrogância, parasitismo, mentira, soberba.
d) vaidade, intromissão, dissimulação, falsidade.

O peixe de Tobias é gabado
a) pelos excrementos fecais (vulgo «cocós»), que, mastigados com certa demora, curam as aftas.
b) pelo seu fel, com efeitos benéficos em termos oftalmológicos.
c) pelas suas escamas, semelhantes a lentejoulas.
d) pelas espinhas, com mais cálcio concentrado do que o leite.

A referência a Ícaro no capítulo V do «Sermão de Santo António» tem em vista
a) dar um exemplo contrário do dos pegadores.
b) comprovar um defeito dos homens.
c) ilustrar uma virtude dos voadores.
d) testemunhar a índole dos roncadores.

Entre polvo e monges a semelhança é
a) o burel de Santo António.
b) a dissimulação.
c) a atitude camaleónica.
d) a cobertura da cabeça.

Outro assunto completamente diferente:
Já leste o livro (todo) que ficaras de ler (aquele cuja referência me entregaste)? ___. Se não leste ainda o livro na íntegra ou, sendo um livro de contos, só leste um deles ou alguns deles, explica em que ponto te encontras: ___________
Vamos ler poemas das gerações mais recentes. Os poetas mais velhos que lhes trago nasceram já perto de 1960 e, portanto, em termos de história da literatura, são novíssimos. E a maioria é bastante mais jovem. Haverá três poetas mais velhos mas que só começaram a publicar há pouco tempo, sendo, por isso, de certo modo, também recentes.
Caberá a cada um um livro (ou mais, mas do mesmo autor). Manuseia-o com o cuidado que se deve ter sempre e, sobretudo, quando o livro em causa é de quem não gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados — por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito —, com folhas rasgadas — por os terem folheado negligentemente.
O objetivo é escolher um máximo de quatro versos para uma epígrafe. Não interessa se esses versos são do início, do meio ou do fim de um poema (ou até se são um poema completo), mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha, no verso desta página (por favor, muito legivelmente).
Depois da transcrição, escreverás a referência bibliográfica, segundo este modelo:
Vieste! Cingi-te ao peito.
Em redor que noite escura!
Não tinha rendas o leito,
Não tinha lavores na barra
Que era só a rocha dura...
Muito ao longe uma guitarra
Gemia vagos harpejos...
(Vê tu que não me esqueceu)...
E a rocha dura aqueceu
Ao calor dos nossos beijos!
Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, 2.ª ed., Alenquer, Editora «A Romântica», 1850 [1.ª ed.: 1848], pp. 23-25, p. 24.
Ou seja: o que transcrevemos está na página 24 do livro Flores e martírios, de Tomás de Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o poema ocupa mais páginas do que a passagem citada, indicamos as páginas do poema, «pp. 23-25», bem como a precisa página em que fica o trecho transcrito («p. 24»). Pomos também o número da edição, a cidade da editora, a editora, o ano da publicação (e, entre parênteses retos, a data da edição original). Se se tratasse da 1.ª edição — ou não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr a data (ficaria: ‘Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, Monte de Caparica, Editora Bulhão Pato, 1848, pp. 27-29, p. 28’). Quando um poema não tem título, cita-se pelo primeiro verso. Imaginemos: ‘Tomás de Alencar, «[Vieste! Cingi-te ao peito.]», Flores e martírios, Monte de Caparica, Editora Bulhão Pato, 1848, pp. 27-29, p. 28’.
[título do poema que criaste (mas deixa para o fim esta parte da tarefa):]
_______________
[transcrição de um a quatro versos de que gostes tirados do livro que te calhou e que pudessem servir de epígrafe a um poema teu (além de serem versos de que gostas, a epígrafe é uma espécie de justificação ou inspiração para o teu poema); deves usar aspas e ser rigoroso na transcrição:]
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
[referência bibliográfica do trecho que transcreveste como epígrafe, segundo o modelo que exemplifiquei atrás: Autor, «Poema», Obra, Localidade, Editora, Ano, pp. #-#, p. #:]
_________________
_________________
[poema que criarás — a relação do teu poema com o de que retiraste a epígrafe pode ser de vários tipos: (i) ser apenas uma alusão ao mesmo assunto; (ii) funcionar como uma frase bonita mas cuja relação com o teu texto não é clara; (iii) ser «parodiada» no teu texto (como fez Mário Cesariny com o poema de Cesário Verde); (iv) ser continuada ou repetida quase como refrão, no teu poema; (v) ser tratada num texto «ao contrário» (se era alegre, tratar-se-á de tristeza; ...); (vi) quem sabe, um misto dos anteriores, ou alguma outra ideia ainda.]
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Leitura em voz alta
TPC — Vê alguns dos neologismos substitutos deestrangeirismos propostos por colegas (escolhi um por aluno), para reveres os processos de formação de palavras. Aproveita aliás para rever as matérias de gramática para que os fui remetendo ao longo do período.


Aula 45-46 (10 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 12/dez [3.ª, 2.ª]) Correção de questionário sobre o «Sermão de Santo António» de Vieira e de dois poemas entregues na aula anterior (ver Apresentação).

Em cada item, circunda a letra da melhor alínea.

A alínea que inclui apenas compostos morfossintáticos é
a) «geógrafo», «guarda-redes», «girassol».
b) «amá-los», «saca-rolhas», «guarda-chuva».
c) «anjo da guarda», «picapau», «couve-flor».
d) «egiptólogo», «lusodescendente», «autódromo».

A alínea em que há apenas interjeições e/ou locuções interjetivas é:
a) «Ó Deolinda!»; «Oh!»; «Irra!».
b) «Sua badalhoca!»; «Upa!»; «Ah!».
c) «Valha-me Deus!»; «Bravo!»; «Apre!».
d) «Trrim-trrim»; «Ui!»; «Eia!».

No Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2011), o verbete de «polissemia» reza: «polissemias.f. linguística qualidade das palavras que possuem mais de um sentido (Do gr. polýs, ‘muito’ + séma, ‘sinal’ + ia)». Tendo isto em conta, mas não só, sabemos que «polissemia» é uma palavra
a) monossémica.
b) monossémica, ainda que decerto possa surgir com diversas conotações.
c) polissémica.
d) que, ainda que com uma única aceção registada, terá com certeza vários sentidos denotativos.

Em «À entrada da escola, vi-o. Era um cocó de cão luzidio. Aliás, as fezes mais robustas que alguma vez ornaram aquele passeio.»,
a) «o» é uma catáfora.
b) «um cocó de cão luzidio» é uma anáfora.
c) «o» e «aquele passeio» são correferentes.
d) «aquele passeio» é uma anáfora.

A alínea que não tem deíticos é
a) Traz-me aí a cobra, aquela que está ao pé das iguanas.
b) Encontrou o Armando. Este estava furioso.
c) Ainda agora te vi ali atrás.
d) Comprei a caneta na mercearia. Esta ficava acolá.

A alínea em que não há palavras que costumem ter função deítica é
a) ali, este, amanhã.
b) vir, já, agora.
c) deítico, Lisboa, dezembro.
d) isso, hortaliça, eu.

Os deíticos remetem para
a) o recetor da mensagem.
b) o espaço.
c) o próprio enunciado.
d) a enunciação.

O período em que não há deíticos espaciais é
a) Traz-me, Josué, o próximo adversário político a enforcar.
b) Amanhã vou ser feliz na Lapónia, mas agora estou aqui.
c) Aquele quadro ali é bué fofo.
d) Na Lapónia, os coelhos são cozinhados em bonitas caçarolas às riscas verdes.

O período que não contém deíticos pessoais é
a) Estou muito aborrecido por ainda não ter havido frases com cocó de cão.
b) Setúbal é talvez a cidade portuguesa onde eu preferia viver.
c) Eça de Queirós é um autor estudado no 11.º ano e consta que era boa pessoa.
d) A minha felicidade é, neste momento, enorme: acabei de encontrar um deítico.

O período em que há menos deíticos temporais é
a) Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.
b) Vou agora para a arena.
c) Daqui a pouco seguimos para a venda ambulante de gomas com sabor a peixe espada.
d) Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.

Classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador (do grupo verbal; de frase); modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome, complemento do nome; complemento do adjetivo) os segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.
Estudiosos alunos, resolvam este exercício de gramática.
vocativo
Com o Natal vêm aí os Nenucos e as Barbies.

Todos declaram imprescindível a Declaração dos Direitos do Homem.

Estes polvos (diz-se «p[ô]lvos») vieram da Suíça.

— Venderam-me demasiado barato — disse, ofendido, o escravo.

O amor de Henriqueta por Anselmo fora do tamanho do mundo.

Em Dory, vimos Hank, um polvo simpático.

Classifica o tipo de mecanismo de coesão usado ou o princípio de coerência infringido (só estará em causa uma classificação), apoiando-te no sublinhado (frásica, interfrásica, temporal, lexical, referencial || não tautologia (não redundância), não contradição, relevância).
Sei tudo sobre gramática, porque não estudei nada.
não contradição
Quando chovia, iam ao cinema; se estivesse bom tempo, à praia.

Judas viu-os e disse-lhes do que os trazia ali.

A Lucinda gosta de livros: é uma rapariga culta. Aliás, os jovens gostam de ler.

Gosto de chocolate. Adoro chocolate. Posso dizer que gosto de chocolate.

Outra versão
Estudiosos alunos, resolvam este exercício de gramática.
vocativo
O Padre Vieira considerou Jorge Jesus um roncador.

Em breve regressaremos à ESJGF com mais empenho e enjoo.

Beijámo-nos como se não houvesse amanhã.

A alface de estimação parecia um monumento à preguiça.

Dezembro, mês melancólico, passará depressa.

Em França, regressaram às ruas da capital a destruição e o medo.


Sei tudo sobre gramática, porque não estudei nada.
não contradição
Lia livros, porque frequentava bibliotecas e conhecia livrarias.

Hank viu Dory. Saudou-a (e ela, ele). Lembravam-se ambos de tudo.

Foi a Paris, mas estivera na Holanda e haveria de viajar à Índia.

É assim. São cenas. Coisas bué fixes, mano.


O capítulo VI do «Sermão de Santo António» corresponde à peroração, a última parte de um discurso. Vai lendo o texto na p. 64 e preenchendo o que falta no quadro.
linhas
expressão no «Sermão»
expressão equi-valente ou que usaríamos hoje
comentário
l
despido
_________
O Padre Vieira usa a forma verbal mais antiga da 1.ª pessoa do Presente do Indicativo de «despedir», mas a forma que usamos atualmente resulta de analogia com as de outros verbos (cfr. «posso», «meço», «peço»).
2
vades
_________
É esta a forma da 2.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «ir»; no entanto, se tivermos em conta que se usaria agora a 3.ª pessoa do plural (porque o tratamento seria «vocês» e não «vós»), a forma comum seria «_____».
2
outro
outro sermão
Lembremos que o Padre Vieira ia partir para Portugal (aliás, em parte, para defesa dos índios), pelo que aquele seria, durante tempo, o último sermão que lhe ouviriam os __________.
3
mui
_________
O advérbio «mui» resulta de uma ___________ (supressão do som final) de «muito» (como «São» resulta de apócope de «Santo»).
3
ficastes
_________
É esta a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito, embora, como quase já não usamos esta pessoa, a forma nos pareça incorreta (se tivéssemos em conta que usaríamos hoje a 3.ª pessoa do plural — «vocês, peixes» —, teríamos a forma «__________»).
7
habitadores
__________
Os peixes são os habitantes do elemento que é matéria do primeiro sacramento (cfr. infra), a água.
8
primeiro sacramento
batismo
Os sete sacramentos são Batismo, Confirmação, Comunhão, Penitência, Extrema unção, Ordem, Matrimónio («a matéria» do Batismo é a _________).
11
pregara
__________
Até tarde o Pretérito Mais-que-perfeito serviu em casos em que hoje temos de usar o Imperfeito do Conjuntivo.
11
Oh
__________
É a interjeição (não é a expressão que se apõe a um vocativo), mas, hoje, usaríamos a seguir uma vírgula ou um ponto de ___________.
20
alvedrio
__________
Hoje, preferiríamos a outra palavra do par de divergentes resultantes do lat. arbitrium (a palavra que hoje mais usamos é a que nos chegou por via erudita; a palavra usada por Vieira é a da chamada «via ___________»).
26
do seu divino acatamento
de _________
«Acatamento» é a presença ou vista de pessoa divina a quem se deve reverência.
27-28
de um homem que tinha as minhas mesmas obrigações
de _________
Este apóstolo tinha as mesmas obrigações de Vieira e traiu-as (por isso Vieira diz correr também esse risco).
Uma pergunta «à exame» (tirada já não sei se de uma prova se de uma dessas coletâneas de modelos de provas):
1. No «Sermão de Santo António aos Peixes», à imitação de Santo António, o Padre António Vieira resolve pregar aos peixes para dar lições aos homens. Identifique a principal figura de retórica a que o orador recorre para o fazer, explicitando a sua eficácia argumentativa.
Resposta: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Desta vez restringiria o trabalho a quem queira concorrer ao Correntes d’Escritas e, sobretudo, àqueles a quem aconselho isso mesmo nas folhas que devolvi agora (tentarei, no entanto, enviar os textos de todos o que o queiram, desde que me cheguem os elementos que lhe peço a seguir). Portanto, se for caso disso, passem a computador o(s) texto(s) agora entregues, com as reformulações que fiz e enviem-mos por mail. Teria de ter também cópia do Cartão de Cidadão, nome completo, morada, telemóvel, e-mail, pseudónimo (que será também o nome a figurar no final do poema). Tenho de enviar tudo ainda na tarde de sexta (14 de dezembro), portanto precisaria de ter estes elementos não muito tarde. Para os que me enviem o poema, talvez valha a pena ir usando já corpo 12 e uma fonte legível (Times New Roman, Arial, por exemplo; a elegante Garamond fica reservada para as nossas folhas). Depois, darei eventuais retoques na apresentação. Peço também o cuidado, como aliás para todos os nossos trabalhos, de se não recorrer a coisas da net ou de outros autores.


Aula 47-48 (13 [9.ª, 4.ª], 14/dez [5.ª, 3.ª, 2.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação).

Correção da parte do teste de gramática que não era em escolha múltipla

1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação
(que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)

Nos «Preceitos» que lhes pedi que lessem logo no início do ano, deixei claro que, num regime que é de avaliação contínua, as faltas a aulas, independentemente de serem justificadas ou não, acabam por se refletir na classificação final. Aí lembro também que, quando faltem, os alunos devem ler, ou mesmo experimentar resolver, as fichas que se tenham usado, ver as apresentações e a transcrição de toda a aula em Gaveta de Nuvens e entregar-me depois, por exemplo, as redações que tenhamos feito.
Também deixei sublinhado que a falta de pontualidade recorrente (não me reporto a um azar que possa ocorrer) é comportamento de quem não tem compromisso com o resto do grupo e que prejudica o trabalho de todos.
Quanto ao material, não tenho razões de queixas em termos de manuais. Já quanto às folhas da aula (que pedira fossem trazendo sempre nas sessões próximas), não estou tão otimista. Valeria a pena arrumarem mais os vossos papéis. Alguns trabalhos dados em folhas razoavelmente amarfanhadas devem significar que talvez não haja cadernos e tudo viaje em bolsos e se perca depois.
Fiquei com a noção de que boa parte dos alunos não foi fazendo as tarefas que implicavam simples estudo e para que eu os ia remetendo. Escrevo isto numa altura em que ainda estou a ver os questionários de gramática, mas não tenho ilusões de que os resultados não serão tão bons quanto poderiam ser, se tivesse havido essa consulta regular, de poucos minutos mas no momento certo (o do tepecê em causa).
Outro aspeto a melhorar em muitos casos: a efetiva leitura dos livros combinados.
Generalizando muito:
O que falhou:
estudo regular, a pouco e pouco;
leitura dos livros;
paciência para ouvir sem conversar muito para o lado (talvez apenas em duas turmas);
assiduidade e pontualidade (residualmente; com significado, só numa turma).
Do que gostei:
bastante focagem nas tarefas das aulas sem demasiadas demoras;
tarefas de escrita pedidas para casa terem sido feitas, em geral;
progressos na escrita, aqui e ali.
Assim-assim:
investimento na leitura em voz alta foi, por vezes, parcimonioso.


Voltaire, Candide ou l’Optimisme (Cândido ou o otimismo), 1759
Walt Whitman, Leaves of Grass (Folhas de erva), 1897
Dadaístas (ca. 1916, Tristan Tzara, etc.)
Geração Beat
Allen Ginsberg, Howl (Uivo), 1956
Jack Kerouac, On the road (Pela estrada fora), 1957
William S. Burroughs, Naked lunch (Almoço nu), 1959
Carl Salomon
Neal Cassady
TPC — A meio das férias porei em Gaveta de Nuvens lista de tarefas para os próximos tempos (talvez até para todo o 2.º período). Essa lista incluirá decerto algum pedido de tarefa com o livro que já deviam ter lido (por isso, podiam começar por fechar essa leitura). Enfim, lá pelo dia de Natal, vejam a tal lista de tarefas futuras.