Sunday, August 26, 2018

Aulas (3.º período: 99-...)


Aula 99-100 (24 [3.ª, 2.ª], 26 [5.ª], 29/abr [9.ª, 4.ª]) Explicação de «capa» de apresentação e de noções de ‘conto, novela, romance’ (cfr. p. 245; e Apresentação).
Apresentam-se os inícios (1-9) e os finais (A-I) de nove romances de Eça de Queirós. (Dos publicados em vida do autor só não estão Os Maias e, por ter sido escrito em colaboração com Ramalho Ortigão, O Mistério da Estrada de Sintra.)
Põe ao lado dos títulos os que te pareçam ser os respectivos inícios (1 a 9) e finais (A a I):
Romances de Eça de Queirós (segundo a ordem de publicação)
Inícios (1-9)
Finais (A-I)
O Crime do Padre Amaro


O Primo Basílio


O Mandarim


A Relíquia


A Ilustre Casa de Ramires


A Cidade e as Serras


A Capital! (começos duma carreira)


O Conde de Abranhos


Alves & C.ª


Inícios
1          A estação de Ovar, no caminho de ferro do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas, antes da chegada do comboio do Porto.
2          À EX.MA SR.A CONDESSA DE ABRANHOS
MINHA SENHORA: Tive, durante quinze anos, a honra tão invejada de ser o secretário particular de seu Ex.mo Marido, Alípio Severo Abranhos, Conde de Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no desejo de glorificar a memória deste varão eminente, orador, publicista, estadista, legislador e filósofo.
3          Nessa manhã, Godofredo da Conceição Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr, abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros batia as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tetos baixos do entressolo davam uma sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio relógio preso por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve um gesto de irritação vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do Ministério da Marinha: e era sempre assim quando o seu negócio de comissões para o Ultramar o levava lá: apesar de ter um primo de sua mulher Diretor-Geral, de escorregar de vez em quando uma placa de cinco tostões na mão dos contínuos, de ter descontado a dois segundos oficiais letras de favor, eram sempre as mesmas dormentes esperas pelo ministro, um folhear eterno de papelada, hesitações, demoras, todo um trabalho irregular, rangente e desconjuntado de velha máquina meio desaparafusada.
4         Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica — que o detestava — costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
— Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
5          O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.° 202.
6         Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha Quinta do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha Vida — que neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão angustiado pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado Crispim, uma lição lúcida e forte.
7          Eu chamo-me Teodoro —  e fui amanuense do Ministério do Reino.
Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.° 106, na casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.
8         Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:
— Tu não te vais vestir, Luísa?
9         Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre»), trabalhava numa novela histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos ANAIS DE LITERATURA E DE HISTÓRIA, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.
Finais
A         Os três amigos retomaram o caminho de Vila Clara. No céu branco a estrelinha tremeluzia sobre Santa Maria de Craquede. E padre Soeiro, com o seu guarda-sol sob o braço, recolheu à Torre vagarosamente, no silêncio e doçura da tarde, rezando as suas ave-‑marias, e pedindo a paz de Deus para Gonçalo, para todos os homens, para campos e casais adormecidos, e para a terra formosa de Portugal, tão cheia de graça amorável, que sempre bendita fosse entre as terras.
B         E não é sem uma emoção profunda que ali vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura, marmórea, com o seu porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe valeu o seu merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos, para indicar o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de moço fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos de aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e nos destinos imortais da Pátria!
C         E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a Grande Muralha da Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!
D         E tudo isto perdera! Porquê? Porque houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que, batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu — cria, através da universal ilusão, ciências e religiões.
E         E na verdade me parecia que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe, atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós, serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!
F         E o homem de Estado, os dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao pé daquele pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a espada firme, cercado dos cronistas e dos poetas heroicos da antiga pátria — para sempre passada, memória quase perdida!
G         — E nós que estivemos para nos bater, Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa duma tolice, amigo Machado!
E o outro bate-lhe no ombro também, responde sorrindo:
— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!
H        Ao fundo do Aterro voltaram; e o visconde Reinaldo passando os dedos pelas suíças:
— De modo que estás sem mulher...
Basílio teve um sorriso resignado. E, depois dum silêncio, dando um forte raspão no chão com a bengala:
Que ferro! Podia ter trazido a Alphonsine!
E foram tomar xerez à Taverna Inglesa.
I          Artur, instintivamente, olhou o molho de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da saia, contra o ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de Coimbra, conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.
— Para que é a erva, tio Jacinto?
— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de propósito. Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto, fechando a grade de ferro do cemitério.

Cria estes textos-fragmentos:
Continuação de um dos começos de Eça. (Identifica-o pelo algarismo.)
Antecedente de uma das conclusões de romances de Eça. (Identifica-a pela letra.)
Pastiche (= redação ao estilo de...) de romance de Eça. Inventarás título e criarás o início e o fim desse romance apócrifo.
Continuação de _____ ||  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Trecho antecedente de _____ ||  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Título || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Início ||  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Final || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Em Gaveta de Nuvens pus ‘Tarefas para as férias’, onde exorto à leitura da obra de Eça (Maias ou Ilustre). Também sugeria a quem o não tivesse feito no 2.º período que me enviasse Cesário/quadro e Frei/canção (ou reformulações). E prometia pôr em breve as tarefas do 3.º período propriamente ditas, o que só farei agora [aqui].


Aula 101-102 (26 [2.ª, 3.ª], 29/abr [5.ª], 2/mai [9.ª, 4.ª]) Tem o livro espalmado nas pp. 192-193. Por nada deste mundo saias dessas páginas. Entretanto, vai lendo e circundando a melhor alínea de cada item.

[Vejamos o trecho no cimo da p. 192, em fundo azul, de Ângela Fernandes.]

A ensaísta defende que, ao começar o romance com transcrição de registos das cadeias da Relação do Porto, Camilo
a) nega a veracidade do que vai contar, remetendo apenas para o testemunho de textos judiciais antigos.
b) reforça a factualidade da narrativa e antecipa o desfecho, a condenação de Simão.
c) inculca que o resultado da sentença — o degredo de Simão — foi injusto.
d) visa situar a história que contará no espaço de uma prisão e assinalar a crueldade da pena.

Para Ângela Fernandes,
a) o julgamento de Simão foi injusto.
b) o romance de Camilo é injusto.
c) Amor de Perdição pretende mostrar que a condenação de Simão não foi justa.
d) Camilo foi injusto ao condenar Simão.

[Passemos agora, no terço inferior da p. 192, a texto já de Amor de Perdição, o começo do livro (= texto 6, «Introdução»).]

Nas ll. 1-2, o narrador é
a) Camilo Castelo Branco e omnisciente.
b) homodiegético, identificável com Simão.
c) homodiegético.
d) Simão Botelho.

Nas ll. 3-8, transcreve-se
a) o que disse Simão.
b) documento da responsabilidade de Filipe Moreira Dias, que identifica um preso.
c) o que escreveu Camilo Castelo Branco ao entrar na Cadeia da Relação.
d) texto do filho de Domingos José Correia Botelho e Dona Rita Preciosa Caldeirão Castelo Branco.

[Já na p. 193:]

A nota à margem «Foi para a Índia em 17 de março de 1807» (l. 10) teria sido escrita por
a) Filipe Moreira Dias.
b) alguém da cadeia mesmo que já não Filipe Moreira Dias.
c) Simão Botelho.
d) Camilo Castelo Branco.

À data da entrada na cadeia, Simão tinha
a) menos de dezassete anos.
b) dezoito anos.
c) dez aninhos.
d) vinte anos.

No parágrafo correspondente às ll. 13-19, o narrador mostra-se
a) irónico.
b) sinceramente compungido.
c) irritado.
d) alegre.

No parágrafo constituído pelas ll. 20-21, o narrador tem como narratários (isto é, destinatários da narração)
a) homens, mulheres, transexuais, não os tratando de modo discriminatório.
b) homens e mulheres, considerando estas, ironicamente, como seres capazes de se emocionar com histórias inventadas.
c) talvez prioritários as leitoras, que considera as únicas suscetíveis de se sensibilizarem com o destino de Simão.
d) homens e mulheres, discriminando-os, pois que considera irem ser tocados, em grau diferente, pela história de Simão.

As orações «Amou» e «perdeu-se» (l. 22) são, respetivamente,
a) coordenada e coordenada copulativa.
b) coordenada assindética e coordenada copulativa.
c) coordenada e coordenada assindética.
d) coordenada e coordenada sindética.

«Essa» (l. 25) é
a) uma anáfora que tem como termo antecedente «a mulher [...] misericórdia» (ll. 23-25).
b) anáfora de «a minha leitora» (l. 25).
c) o termo sucedente de «a mulher [...] misericórdia» (ll. 23-25).
d) catáfora de «história» (l. 23).

Os segmentos «a minha leitora» e «a carinhosa amiga de todos os infelizes» (l. 25) são
a) modificadores restritivos do nome.
b) modificadores apositivos do nome.
c) sujeito.
d) complemento direto e predicativo do complemento direto.

Os períodos das ll. 23-25 e 25-26 são, enquanto recursos estilísticos (ou expressivos),
a) hipérboles.
b) metáforas.
c) interrogações retóricas.
d) ironias.

«aquelas linhas» (l. 30) remete para
a) «Chorava, chorava!» (l. 29).
b) todo o parágrafo das ll. 23-28.
c) «Amou, perdeu-se, e morreu amando» (l. 22).
d) a citação feita nas ll. 3-8 (p. 192).

A palavra «verão» (l. 31), em termos de classificação de classe, é
a) verbo (futuro do indicativo de «ver»).
b) verbo (futuro do indicativo de «vir»).
c) verbo (presente do indicativo de «var»).
d) nome (significando ‘estação do ano que antecede o outono e sucede à primavera’).

A oração «se é perdoável o ódio» classifica-se como
a) subordinada adverbial condicional.
b) subordinada adverbial temporal.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adverbial final.

Nas duas últimas linhas (ll. 33-34), o narrador anuncia ir
a) defender a sua honra, em tribunal, contra a falsa virtude dos que se lhe opuserem.
b) criticar a hipocrisia dos homens que, por questões de honra, atuem barbaramente.
c) lavrar sentenças em defesa da sua honra, contra os homens falsos e sem virtude.
d) atacar os que, por sua honra, atuem contra a virtude, como bárbaros.


Nas subordinadas substantivas temos insistido nas completivas, embora mais nas finitas («A Alice pretende / que o filho se torne saxofonista») do que nas não finitas («A Amélia pretende / comprar um javali meiguinho»), como aliás com todas as orações.
Não temos trabalhado muito com as substantivas relativas (temos sobretudo pensado nas relativas que têm função de «adjetivo», mas não nestas relativas que não têm antecedente e cumprem função sintática típica de grupo nominal):
Marco a itálico a subordinada substantiva relativa (e sublinho o pronome relativo). Classifica a função de cada oração substantiva relativa:
Função sintática da oração relativa (sem antecedente)
Frase
Sujeito
Quem te ama / é um grande ingénuo.

Já sei / quem marcará o golo do Ajax.

Dei os parabéns / a quem venceu o Prémio Tia Albertina.

Os lambões só gostavam / de quem lhes trazia gomas.

João Félix jogará / onde Bruno Lage queira.
Classifica as orações em que já fui dividindo algumas das frases que ouvimos em «Curso de Literatura para Porteiras» (série Lopes da Silva):

O texto 7, na p. 195, é o começo do cap. I de Amor de Perdição. O narrador traça a biografia de Domingos Botelho, o pai do herói do livro, Simão Botelho. Embora verosímeis, são parágrafos levemente irónicos, quase caricaturais. Domingos Botelho tem características de personagem original.
Focando-te nos três primeiros parágrafos — precisamente, os da p. 195 —, cria biografia de personagem ficcionada, embora verosímil, suscetível de caricatura (nascida no séc. XX).
Mantém três parágrafos (segundo o modelo dos da p. 195) — 1.º — nomes, casamento, dados do cônjuge e de ascendentes; 2.º — namoro, retrato um pouco caricatural; 3.º — vocação (especialidade) — e, grosso modo, o sistema de coesão temporal.
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TPC — Vê já as tarefas para o 3.º período. (De qualquer modo, é essencial concluíres a leitura de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires.)


Aula 103-104 (3 [5.ª, 2.ª, 3.ª], 6/mai [4.ª, 9.ª]) Correção do questionário de compreensão do prólogo de Amor de Perdição (ver Apresentação).

Na p. 197, no item 2. de Gramática, resolve a correspondência, associando as expressões (1-6) aos processos de coesão (a-f):
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___; 6. = ___.
Na p. 202, no item 2. de Educação literária / Gramática, completa o esquema:
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___.
Vai lendo, a meio da p. 203, a azul, «O herói romântico». Sobre o herói romântico [isto é, o herói segundo o Romantismo], podes ler os verbetes nas pp. 398-399 («herói»), 399-400 («romantismo») ou, a azul na p. 209, «A obra como crónica da mudança social».
Ouviremos um trecho do cap. II de Amor de Perdição, para completares, na p. 204, 1:
Simão — a) idade: ___ anos; b) rejeitava as companhias da ____; c) permanecia mais tempo em ____; d) encerrava-se no ______; e) refugiava-se na ____________; mostrava-se mais introvertido.
Teresa — f) idade: ___ anos; g) posição social: ____ e bem-nascida; h) caracterização: dotada de seriedade e maturidade incomuns na sua idade;
obstáculos — i) litígios entre Albuquerque e Botelho, devido a uma sentença desfavorável do juiz.
Escreve sobre Simão enquanto herói romântico (= herói da época Romântica). Cfr. 3.1 da p. 202.
Faz alguma citação de Amor de Perdição (recorrendo ao texto da p. 201). A certa altura alude a Manuel de Sousa Coutinho, que também tem traços característicos do herói romântico.
Usa as linhas todas ou quase todas. A caneta.
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TPC — Não deixes de concluir leitura de obra de Eça. Vai também preparando leitura expressiva de sonetos de Antero.


Aula 105-106 (6 [5.ª], 8 [2.ª], 9 [9.ª, 4.ª], 10/mai [3.ª]) Correção do comentário sobre herói romântico e da biografia de personagem castiça (ver Apresentação).

Exemplo de correção de «Simão, herói romântico»:

Simão apresenta o temperamento característico de um herói romântico. É um jovem rebelde e marginal, instável, capaz de se revoltar contra as regras impostas pela sociedade. Segundo o irmão, que teme o seu «génio sanguinário» (p. 201, l. 7), «convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de noite as ruas [de Coimbra] insultando os habitantes e provocando-os à luta» (ll. 7-8). O seu caráter excecional, de quem não receia o conflito nem se sujeita às normas, surpreende Domingos Botelho, que admira a bravura do filho (l. 9).
Não se resguarda no contexto social privilegiado a que pertence. Em Viseu é na «plebe [...] que escolhe amigos e companheiros» e, irreverente, troça dos pergaminhos dos Caldeirões (l. 22). Orientado por sentido de justiça, defende um criado e, sempre sem freios, parte «muitas cabeças», quebra «todos os cântaros» (ll. 31-32). Determinado por valores de liberdade, em Coimbra divulgará os ideais da Revolução Francesa (cap. 2).
Faltaria referir outras características românticas de Simão — o individualismo, a luta por um amor ideal (convenientemente, contrariado pela família), a honradez —, que ficarão evidentes nos capítulos seguintes.
O destemor em enfrentar os mais poderosos, com uma atitude reveladora de coragem e até de certa irracionalidade — a espontaneidade dos puros —, lembra-nos o temperamento de um herói escolhido pelo romântico Garrett, Manuel de Sousa Coutinho, que não hesita em incendiar o seu palácio para não se submeter aos que representavam o poder. Também não é indiferente que os protagonistas de Frei Luís de Sousa e de Amor de Perdição tenham a chancela dos registos documentais, sendo ambos personagens que os autores podem dizer históricas, como acontece tantas vezes nas narrativas do Romantismo.

Vamos ler partes do cap. IV de Amor de Perdição. Começamos pelo trecho nas pp. 206-207 e continuamos com o texto nas pp. 208-209. Escolhe a melhor alínea de cada item:
[pp. 206-207]
«de bons humores para dar ao autor de seus dias um resto de velhice feliz» (ll. 3-4) significa
a) ‘com sentido de humor para dar a Camilo Castelo Branco um fim de vida agradável’.
b) ‘com disposição para cumprir a vontade do pai’.
c) ‘de bom humor para conceder a Camilo uns últimos dias aceitáveis’.
d) ‘com vontade de corresponder a um apelo de Deus’.

O parágrafo «O silêncio de Teresa era interrogador.» (l. 5) quer dizer que
a) Teresa a si própria se perguntava das razões daquele silêncio.
b) durante a secante atividade «Ouvindo o silêncio, lendo», Teresa falava com Matilde.
c) a filha de Tadeu de Albuquerque usara uma interrogação retórica.
d) Teresa não percebera a situação.

Na l. 6, «minha filha» desempenha a função sintática de
a) vocativo.
b) sujeito.
c) modificador apositivo do nome.
d) complemento direto.

O advérbio «cegamente» (l. 7) significa
a) ‘de olhos vendados’.
b) ‘como se não houvesse amanhã’.
c) ‘com confiança em outrem’.
d) ‘tipo Stevie Wonder’.

«e talvez com o desfalque do teu grande património» (l. 11) alude à possibilidade de Tadeu
a) deserdar a filha.
b) tirar do banco joias que pertenciam à filha.
c) atirar um cocó de cão à cara da sonsa da filha.
d) roubar a Teresa a coleção de Barbies e Nenucos e a filmografia anotada de Violetta.

«desassombrada do diabólico prestígio do maldito que acordou o teu inocente coração» (ll. 12-13) significa
a) ‘sem influência do sacana do Simão’.
b) ‘sem o espírito do diabo assombrar a sua ingenuidade’.
c) ‘liberta do fascínio das ideias malditas do Diabo’.
d) ‘com o coração puro livre das más influências dos infiéis’.

O determinante possessivo «seu» (l. 16) tem como referente
a) Tadeu de Albuquerque.
b) o primo Baltasar.
c) Simão.
d) Domingos Botelho.

Para Albuquerque, Baltasar é um «composto de todas as virtudes» (l. 24),
a) só lhe faltando a beleza.
b) quer quanto às relevantes (ser rico, sabedor, bom cristão), quer nas acessórias (não ser um emplastro).
c) tanto no domínio sexual como no espiritual.
d) só comparável a compostos como CaCO3 ou COCÓ2.

Em termos de classificação de orações podemos descrever «Quero que cases!» (l. 35) assim:
a) Subordinante + Subordinada adjetiva relativa explicativa.
b) Subordinante + Subordinada consecutiva.
c) Subordinante + Subordinada substantiva completiva.
d) Subordinante + Subordinada adjetiva relativa restritiva.

Segundo o que se lê no parágrafo das ll. 45-50, o conselho que Baltasar deu a seu tio foi
a) que não pusesse Teresa num convento e mandasse matar Simão.
b) que deixasse Simão a seu cargo e permitisse a Teresa ficar em casa.
c) que fizesse Teresa entrar num convento e esperasse que Simão chegasse de Coimbra.
d) esquecer tudo e concluir leitura de Os Maias ou a Ilustre Casa de Ramires.

[pp. 208-209]
Ainda antes de terminada a leitura da carta de Teresa (ll. 1-5), Simão pensou
a) em matar Baltasar, por um ímpeto resultante da paixão.
b) em apunhalar o primo de Teresa, por um imperativo do seu amor pela fidalga de Viseu.
c) que era urgente começar a preparar leitura expressiva de sonetos de Antero.
d) em matar Baltasar, mais por feitio do que pelo amor a Teresa.

No período que começa com «Nenhuma daquelas páginas» (l. 11), diz-se-nos que
a) Simão lera com paixão todas as cartas enviadas por Teresa.
b) Simão, assim que lia as cartas de Teresa, ficava fortalecido, vencia os seus ímpetos mais irracionais.
c) as páginas da história do coração de Simão eram as cartas que recebia de Teresa.
d) Simão, ao estudar, pensava sempre em Teresa.

No último período do primeiro parágrafo (ll. 18-19), Simão
a) procura convencer-se de que as afrontas de Baltasar não seriam assim tão graves.
b) atribui as ameaças de Baltasar a má interpretação por Teresa.
c) atinge o auge da sua fúria, dadas as ameaças e os insultos que lhe relata Teresa.
d) decide-se pela vingança (que horrorizará a própria Teresa).

Em «Perguntou ao arrieiro se conhecia alguma casa em Viseu onde ele pudesse estar escondido uma noite ou duas, sem receio de ser denunciado» (ll. 27-29), a oração começada por «se» é
a) subordinada substantiva completiva e a começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa explicativa.
b) subordinada substantiva relativa e a começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa restritiva.
c) subordinada adverbial condicional e a começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa explicativa.
d) subordinada substantiva completiva e a começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa restritiva.

No último parágrafo, «arrieiro» (ll. 25, 28, 29) e «homem» (31) concorrem para a coesão
a) lexical (por reiteração e por hiperonímia).
b) referencial.
c) lexical (por sinonímia).
d) interfrásica.

O uso de «e» (l. 31, [o primeiro]) é um processo de coesão
a) interfrásica.
b) lexical.
c) frásica.
d) referencial.

Faz a redação correspondente ao ponto 1 de Escrita na p. 209:
«A submissão é uma ignomínia, quando o poder paternal é uma afronta» é uma frase célebre de uma das cartas de Simão a Teresa (cap. VIII). Discute a sua modernidade, num breve texto de opinião (180-220 palavras) que tenha em conta o que já conheces da obra.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Quanto à tarefa sobre obra de Eça tive de fazer uma ligeira antecipação do prazo, de três dias, porque não me apercebera de que a última aula será a 3/5 de junho (nas turmas 4.ª, 9.ª e 5.ª, esta tarefa passa a ter de ser entregue até 27 de maio). E, claro, quem queira pode enviar até mais cedo.


Aula 107-108 (10 [5.ª, 2.ª], 13 [9.ª, 4.ª], 15/mai [3.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na aula anterior, sobre cap. IV de Amor de Perdição (ver Apresentação).

Vejamos o que se passa entre o cap. IV e o X [uso Carlos Reis, «Amor de Perdição», Camilo Castelo Branco, ‘Leituras Orientadas’, Porto, Porto Editora, 2016, pp. 82-83]:
Capítulo V Celebra-se o aniversário de Teresa, que se prepara para se encontrar com Simão. Baltasar Coutinho interpõe-se e enfrenta Simão. Este regressa a casa de João da Cruz, que lhe explica a dívida que tem para com o pai, Domingos Botelho. Também por isso, João da Cruz, já antes de acolher Simão, recusara matar Simão por incumbência de Baltasar. Vai-se manifestando o amor de Mariana por Simão.
Capítulo VI Nova emboscada noturna de Baltasar Coutinho e dois criados a Simão, que está acompanhado por João da Cruz e pelo cunhado deste, quando se vai encontrar com Teresa. A espera torna-se violenta: os criados de Baltasar são mortos e Simão é ferido.
Capítulo VII Simão recolhe a casa de João da Cruz e, ao mesmo que é tratado do ferimento, troca cartas com Teresa, cujo pai quer encerrá-la num convento, como efetivamente acontece. Teresa fica isolada do mundo e, no convento, vai-se apercebendo de intrigas impróprias da vida religiosa.
Capítulo VIII Mariana é encarregada de tratar de Simão e vai-se tornando sua confidente. Simão toma conhecimento de que Teresa está no convento e decide resgatá-la; ao mesmo tempo, apercebe-se de que a dedicação de Mariana é um verdadeiro sentimento amoroso.
Capítulo IX Simão continua a ser protegido por João da Cruz e por Mariana e vai recebendo cartas de Teresa. Entretanto, Tadeu de Albuquerque trata da mudança da filha para um convento do Porto. Simão é informado por Teresa e manda-lhe uma carta por Mariana, que se prontifica para a entregar.
O passo que vais ler agora — já do Capítulo X (excerto 1, pp. 210-212 do manual) — inclui, precisamente, a entrega da carta de Simão a Teresa, feita por Mariana.
Vai lendo esse texto e respondendo a estas perguntas (1-5). Procura incluir alguma citação em todas as respostas.
[ll. 1-26 e 27-32]
1. Identifica, no diálogo entre Teresa e Mariana, as marcas linguísticas reveladoras do seu diferente estatuto social. Refere depois, justificando-a, a informalidade do diálogo entre Joaquina e Mariana.
2. Justifica a atitude de Mariana quando recusa o anel de Teresa.
[ll. 33-43]
3. Focando-te nestes quatro parágrafos (os das ll. 33-43), caracteriza Mariana.
[ll. 44-83]
4. Apresenta a perspetiva de João da Cruz sobre os relacionamentos amorosos, associando-a à época retratada na obra.
[ll. 84-106]
5. Na carta de Simão a Teresa, o sentimento mais importante não parece ser o do amor mas o apego ao destino, à tragédia, à honra. Comenta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Amor Simão-Teresa

Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco)
Um Amor de Perdição (Mário Barroso)
Oponentes
Tadeu de Albuquerque
Primeiro, não deixa que Teresa saia de casa; depois, encerra-a num _____.
Não deixa que Teresa vá ao liceu; ameaça interná-la numa ____.
Baltasar Coutinho
O primo de Teresa é formal no trato, retórico. Prepara um atentado contra ____, mas acaba por perder dois criados.
O primo de Teresa vai buscá-la à ____, revela-se cabotino. Reage a uma ameaça de agressão por Simão, mas acaba por perder no despique verbal que se sucede.
Adjuvantes
João da Cruz
É ferrador (trata das ferraduras dos animais). Está em dívida com o pai de Simão, porque este o absolvera da culpa de _____.
É mecânico (trata de motores de automóveis). Está em dívida com o pai de Simão, porque, em África, na guerra, este o livrara de acusação de ____.
«Condu-tores»
Um arrieiro (condutor de ____) é quem leva Simão até João da Cruz.
Zé Xavier (que trata do Volvo e do ____) leva Simão até João da Cruz.
Mariana
Ajuda o pai, João da Cruz, na lida da casa. Cedo se apaixona por Simão (já o conhecia como filho do _____ do pai). Quando ferido, trata-o. Serve também para transmitir mensagens entre o par amoroso (ainda que o faça com sofrimento). É humilde, altruísta.
Ajuda o pai, João da Cruz, na oficina e em casa. Cedo se apaixona por Simão (já o olhara fixamente no episódio da discoteca). Quando ferido, trata-o. Ajuda o par amoroso (ainda que o faça com sofrimento). Não _____ a possibilidade de também seduzir Simão.
Outros
Joaquina (criada no Mosteiro de Viseu), Mendiga, Constança (criada dos Albuquerque que acompanha Teresa) permitem a _____, sobretudo por carta, entre Simão e Teresa.
Zé Xavier e Rita acumulam com a sua própria ação o papel instrumental de tentarem ligar Simão ao mundo. Parte da comunicação entre Teresa e Simão passa pelo uso do _____.
TPC — A partir da próxima aula já haverá (i) leituras expressivas dos nove sonetos de Antero que pedira que fossem preparando. Recordo ainda as duas outras tarefas caseiras deste período: (ii) a comparação filme / Amor de Perdição; (iii) o trabalho mais criativo sobre capítulo de Os Maias / A Ilustre Casa de Ramires. Entretanto, a leitura efetiva de uma destas obras será proximamente aferida.


Aula 109-110 (13 [5.ª], 15 [2.ª, 3.ª], 16/mai [9.ª, 4.ª]) Correção do trabalho de redação de respostas a itens sobre cap. X (excerto 1).

1. A diferença social entre as duas é evidente na forma como Mariana se dirige a Teresa, servindo-se de expressões como «vossa excelência» ou «minha senhora». Também o narrador acentua essa diferença, na medida em que, assumindo a perspetiva de Mariana através da focalização interna, se refere à filha de Tadeu de Albuquerque como D. Teresa. Por seu lado, Teresa não faz uso de qualquer título para se dirigir a Mariana.
Entre Mariana e Joaquina o tratamento é informal. Usa-se a 2.ª pessoa do singular, o «tu»; Mariana recorre ao diminutivo em «Joaquininha» (podia ter sido o hipocorístico «Quina»); Joaquina socorre-se do vocativo «rapariga!».
2. A recusa pode justificar-se pelo facto de Mariana evidenciar orgulho pessoal. Agia não em favor de Teresa mas de Simão, e, por isso, «a receber alguma paga [haveria] de ser de quem [a lá mandara]» (ll. 25-26). Para todos os efeitos, Mariana vê em Teresa uma rival e seria ofensivo para si própria aceitar aquela oferenda.
3. Mariana sente-se inferior a Teresa, tanto social como fisicamente («Não lhe bastava ser fidalga e rica; é, além de tudo, linda como nunca vi outra!», ll. 35-36), embora seja ela própria atraente. Entretanto, abnegada, não deixa de ir memorizando a mensagem que ficou de transmitir («foi repetindo o recado da fidalga», l. 33), o que faria com eficiência («sem alteração de palavra», l. 42).
4. Funcionando João da Cruz como protótipo do pragmatismo popular, o ferrador, ao contrário de Simão, considera o amor um sentimento fútil. Por isso, segundo ele, nenhum homem deveria deixar-se arruinar por causa de uma mulher, havendo tantas «tantas como a praga» («como as rãs do charco, que mergulha uma, e aparecem quatro à tona d’água», ll. 67-68). Defende que Simão, «homem rico e fidalgo», encontraria uma sem ter de se incomodar, o que revela a defesa do casamento como um ato que não pressupunha o amor, posição que se coaduna com a da sociedade sua contemporânea.
5. Este passo aponta, desde logo, para uma atmosfera trágica, na medida em que, na carta que Simão escreve a Teresa, é notória a natureza negativa do cenário descrito, através do uso de expressões disfóricas como «Considero-te perdida, Teresa.» (l. 86), «Tudo, em volta de mim, tem uma cor de morte.» (ll. 86-87), «Parece que o frio da minha sepultura me está passando o sangue e os ossos.» (ll. 87-88).
Apesar de ser evidente o amor de Simão por Teresa, o herói deixa transparecer que acima desse sentimento está o seu pundonor e o desejo de vingança. Por outro lado, é manifesta a crença num amor puro e absoluto, capaz de transcender as barreiras do mundo terreno e de se concretizar num plano divino e eterno.

Passamos à «Conclusão» de Amor de Perdição (os capítulos obrigatórios são «Introdução», «Conclusão» e dois à escolha entre I, IV, X, XIX). Fica aqui o que se passou entretanto:
Capítulo XI Domingos Botelho sabe da prisão de Simão e determina que ele seja tratado de acordo com a lei. Simão aceita com indiferença esse tratamento e dá entrada na prisão. Apresenta-se Mariana, para lhe dar apoio.
Capítulo XII O narrador transcreve parte de uma carta de Rita, recordando, cinquenta e sete anos depois, a reação da família à prisão e à condenação à morte. Depois, relata-se o julgamento de Simão. Mariana entra num estado próximo da loucura.
Capítulo XIII Depois da prisão de Simão, Teresa é conduzida ao convento de Monchique e dá sinais de fraqueza e doença. Nas cartas trocadas com Simão, expressa-se o desgosto de ambos pela separação e pela próxima morte de Teresa.
Capítulo XIV — Tadeu de Albuquerque chega ao convento e pretende levar Teresa para Viseu, que, todavia, recusa ir. A madre apoia Teresa; Tadeu, apesar das diligências que faz, não consegue o que deseja.
Capítulo XV — Simão continua preso, na Cadeia da Relação, e escreve as suas meditações sobre o seu destino. Visitado por João da Cruz, Simão sabe que Mariana melhorou. É o ferrador quem leva uma carta a Teresa. Entretanto, Mariana ficará a cuidar de Simão.
Capítulo XVI — Conta-se a história da fuga de Manuel Botelho, irmão de Simão, com «uma dama desleal a seu marido». Trata-se de um incidente que o narrador reconhece «não muito concertado com o seguimento da história», mas que mostra o modo de ser do pai de Manuel e Simão.
Capítulo XVII — João da Cruz está em casa e dedica-se ao trabalho de ferrador. Entretanto, chega um estranho que dispara sobre ele, matando-o, num ato de vingança. Mariana, estando na prisão com Simão, é informada. Ambos reagem com grande emoção.
Capítulo XVIII — Pena de Simão é comutada em dez anos de degredo para a Índia, também por causa de intervenção de Domingos Botelho (mais por capricho de contrariar Albuquerque do que por amor paternal). Seria até autorizado que a pena fosse cumprida na cadeia de Vila Real, mas Simão não aceitou. Mariana, agora sem pai, decide acompanhar Simão na ida para o degredo. Acentuam-se as manifestações de dedicação a Simão, ao ponto de Mariana anunciar que se suicidará, quando a sua companhia já não for necessária.
Capítulo XIX — Simão é conduzido à nau que o levará ao degredo. Já a bordo, vê Teresa. Por fim, a nau passa diante do convento, no momento em que Teresa desfalece e morre.
Vamos ler hoje a primeira parte da «Conclusão» de Amor de Perdição (pp. 222-224). Escolhe a melhor alínea de cada item.
Em «tê-lo-ia» (ll. 10-11), o pronome é
a) catáfora de «Simão Botelho» (l. 7).
b) anáfora de «O ouvido» (l. 10).
c) anáfora de «[um] arame» (l. 10).
d) anáfora de «Simão Botelho» (l. 7).

A «voz única no silêncio da terra e do céu» (ll. 13-14) reporta-se
a) ao comandante.
b) a Mariana.
c) a Simão.
d) ao vento.

Através da oração adjetiva relativa explicativa «que era dela» (l. 16) percebemos que
a) no maço enviado haveria cartas de Simão.
b) a carta em causa era de Mariana.
c) a carta em causa não tivera a intermediação da mendiga.
d) o maço das cartas fora enviado por Teresa.

Em vez de «se me Deus não engana» (l. 20), diríamos hoje «se Deus não me engana». Em qualquer dos casos, o pronome desempenha a função sintática de
a) complemento direto.
b) sujeito.
c) complemento oblíquo.
d) complemento indireto.

Na mesma l. 20, «em descanso» é
a) complemento direto.
b) complemento oblíquo.
c) modificador do grupo verbal.
d) predicativo do sujeito.

A «esposa do céu» (ll. 21-22) remete para
a) Teresa.
b) Nossa Senhora.
c) Rita.
d) Mariana.

«a última esperança» (l. 31) alude à circunstância de
a) Simão não ter aceitado a comutação da pena, preferindo o degredo.
b) Teresa estar a morrer (ou já ter morrido até).
c) Simão ter confessado a Mariana que nunca a amaria senão como irmã.
d) o Porto ter perdido pontos com o Rio Ave.

A paisagem que se infere de «Estou vendo a casinha que tu descrevias defronte de Coimbra, cercada de árvores, flores e aves» (ll. 42-43) corresponde
a) à paisagem romântica típica (agreste, espontânea) e aludirá a Romeu e Julieta.
b) à paisagem das cantigas de amor medievais e lembra também a cabana de Expiação.
c) ao ambiente das cantigas de escárnio e maldizer e lembra o anúncio das vacas felizes.
d) a um locus amœnus e parece remeter também para Pedro e Inês.

A carta transcrita (ll. 19-68) é um texto encaixado cujo narrador é
a) homodiegético.
b) externo.
c) omnisciente.
d) heterodiegético.

A oração «que levantava a cabeça ao menor movimento dele» (ll. 69-70) desempenha a função de
a) modificador apositivo.
b) modificador restritivo.
c) complemento oblíquo.
d) complemento direto.

No período «Rogo-lhe que vá, porque não é necessário o seu sacrifício» (l. 74), temos
a) subordinante + subordinada adverbial causal.
b) subordinante + subordinada substantiva completiva + subordinada adverbial causal.
c) subordinante + subordinada substantiva relativa + subordinada adverbial causal.
d) subordinante + subordinada adjetiva relativa explicativa + subordinada adverbial causal.

Na fala das ll. 88-89, Simão
a) quer tranquilizar o capitão, que sabe estar do seu lado.
b) ironiza, para amesquinhar o capitão.
c) mente, determinado a tentar o suicídio depois.
d) está irritado com o capitão.

Nas linhas 91-95, o comandante
a) diz ir descer ao quarto, despede-se de Simão e de Mariana.
b) diz ir descer ao quarto, para conversar a sós com Mariana.
c) pede a Simão que desça ao quarto, Simão anui, mas diz sofrer mais, e ainda fica no convés.
d) sugere a Simão que vá para o quarto, Simão assente (embora diga ir sofrer mais) e descem ambos.

As três orações no último período (ll. 94-95) são
a) coordenada + coordenada assindética + coordenada copulativa.
b) coordenada + coordenada sindética + coordenada assindética.
c) coordenada + coordenada sindética + coordenada copulativa.
d) subordinante + subordinada consecutiva + coordenada copulativa.

Leitura em voz alta













Aula 111-112 (17 [5.ª, 2.ª, 3.ª], 20/mai [9.ª, 4.ª]) Correção de questionário sobre 1.ª parte da conclusão de Amor de Perdição (ver Apresentação).

Depois de leres a 2.ª parte da Conclusão de Amor de Perdição (pp. 224-226) e relanceando algumas outras páginas que vá citando, completa o lado esquerdo da tabela.


Copia respostas a perguntas sobre «Ideal», de Antero (ver Apresentação).
Leituras expressivas de sonetos de Antero (oitavos de final da Liga dos Campeões).
TPC — É decisivo que leias na íntegra Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires. Ainda aferirei essa leitura antes do fim do período (é claro).


Aula 113-114 (20 [5.ª], 22 [2.ª, 3.ª], 23/mai [9.ª, 4.ª]) Preenche as citações, para responderes aos itens sobre sonetos de Antero de Quental.

Ainda sobre o soneto «Ideal» (p. 297):
3. Camões, nos seus sonetos, traça várias vezes retratos idealizados da mulher amada. Neste soneto de Antero, a referência a Vénus e a Circe evoca figuras clássicas presentes na poesia camoniana. No entanto, Antero retrata uma figura feminina idealizada explicitamente diferente do ideal clássico descrito em Camões. Para Antero, trata-se de um «_____», uma «_____», uma «_____», uma ideia-sentimento elaborada pela inteligência. A amada é tão-somente uma idealização, uma abstração, um «sonho impalpável do Desejo», que o poeta sabe inalcançável e limita a «entreve[r]».
Sobre «Sonho Oriental» (p. 300):
1. O tema do soneto é um sonho, um devaneio amoroso, em que o sujeito idealiza momentos vividos numa espécie de paraíso terreal, como demonstram os versos iniciais do poema: «Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha, / _____» (vv. 1-2).
2. No poema, surgem várias sensações visuais que contribuem para uma descrição pictórica e colorida de um cenário exótico e requintado: «nalguma ilha, / Muito longe, nos mares do Oriente» (vv. 1-2); «na varanda de _____» (v. 9); «debaixo das _____» (v. 11); «Tendo aos pés um ___ familiar» (v. 12). O visualismo é completado pelas sensações olfativas («O aroma da magnólia e da ____», v. 5); «Lambe a orla dos bosques, vagamente / O mar», vv. 7-8) e auditivas («O mar com finas ____ de escumilha», v. 8).
3. O verso apresenta uma após­trofe à mulher amada, evidente na utilização do vocativo «_____». Através deste recurso, o sujeito poético transporta para o poema o seu interlocutor amoroso, realçando o caráter idílico do cenário.
Sobre «A um poeta» (p. 296):
1. Ao longo do poema, encontramos vários vocábulos do campo lexical da guerra: «_____», «______», «_____», «_____», «_____», «_____», «_____».
2. Neste soneto, o sujeito opõe a atitude de adormecimento de alguns poetas, alheados da «____» (v. 4), à atitude que o sujeito preconiza, que é a da atenção à «______» que luta em «vozes de _____». O poeta fará assim da sua poesia uma «______» ao serviço da luta por um «_____».
3. Ao longo do soneto, surgem vários verbos no imperativo — «______» (v. 5), «______» (v. 9) —, apóstrofes — «_____» (v. l) e frases exclamativas — «_____» (v. 5) — que constituem formas de apelo ao interlocutor.
Leituras expressivas de sonetos de Antero
Depois de termos ouvido o início do episódio da série ‘Grandes Livros’ sobre Amorde Perdição, assinala, à esquerda, os parágrafos V(erdadeiros) e F(alsos).
Camilo escreveu Amor de Perdição em quinze meses.
A novela chegou ao público em 1862.
«Amou, perdeu o campeonato e morreu amando» é como o narrador resume a história.
Para Isabel Rocheta, quer o subtítulo quer a introdução são elementos que aproximam a novela da própria vida do autor.
Annabela Rita diz que Camilo encontrou na cadeia o registo da prisão de Simão, segundo ela seu tio-avô.
Em 1849, Camilo apaixona-se por Ana Flácida, que tem dezassete aninhos.
Em 1856, Camilo torna-se conhecido com a publicação de Onde está a D. Felicidade?
Para Aníbal Pinto de Castro, em Onde está a felicidade? captou um dos ingredientes mais importantes do século XIX, o dinheiro.
Pinto de Castro alude também ao endinheiramento dos «brasileiros de torna-viagem».
Em 1858, no Porto, vão-se comentando as relações adulterinas de Camilo e Ana Plácido.
Pinheiro Alves tenta negociar o fim da relação, disposto a receber a mulher de volta.
Em 1859 o marido enganado leva o caso à justiça: Ana Plácido é acusada de adultério e Camilo de copular com mulher casada.
Ana e Camilo foram presos quando, precisamente, estavam a copular, portanto, em flagrante delito.
António Trabulo considera que, ao escrever Amor de Perdição, Camilo publicitou a sua prisão.
Para José Manuel Oliveira, a publicação de Amor de Perdição teve também um objetivo de procurar influenciar o seu próprio julgamento.
Camilo não «passou a lima sobre os defeitos» nas edições posteriores de Amor de Perdição.
Para Isabel Rocheta, o êxito da obra não foi imediato, mas dever-se-á também, no futuro, aos seus aspetos realistas.
Ana Maria Magalhães salienta o caráter popular, porque emocional, da obra.
João Bigotte Chorão diz-nos que Camilo tinha na sua biblioteca livros de Pedro Mexia.
João Bigotte Chorão considera que Camilo, desta vez, não se «derramou» excessivamente em comentários fora da ação.
Decorre até ao final do ano letivo o Concurso literário José Gomes Ferreira. Os textos podem ser entregues no CRE até 14 de junho — fonte Arial, tamanho12, entrelinha de dois espaços (estes três parágrafos estão com em 1,4 de entrelinha); poesia (de 1 a 5 páginas); conto (3-5 páginas); teatro (3-5 páginas).
TPC — Lembro a necessidade de os trabalhos em curso — texto sobre Amor de Perdição/filme e trabalho sobre capítulo de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires — me serem enviados logo que possível. O trabalho sobre Amor de Perdição implica que ainda lhes vá devolver o texto para o reformularem (não poderei aceitar reformulações enviadas já depois da última aula do período, nem aliás quaisquer outros trabalhos). Entretanto, a leitura efetiva da obra de Eça é crucial.


Aula 115-116 (24 [5.ª, 2.ª, 3.ª], 27/mai [9.ª, 4.ª])«Tormento do Ideal» (p. 294), e vê ou preenche as respostas aos itens na p. 295:

1. + 3. O poema abre com a antítese «Conheci a Beleza que não morre / E fiquei triste» (vv. 1-2). Há contradição, na medida em que a visão da «Beleza» eterna não deveria ser motivo para a tristeza do sujeito poético, mas, pelo contrário, significar alegria.
Para explicar melhor o que sente, o «eu» poético compara a sua experiência com a de quem sobe a um ponto alto («serra mais alta», vv. 2-3) e daí observa a imperfeição do mundo («Assim eu vi o mundo e o que ele encerra / Perder a cor», vv. 6-7).
2. O conceito abstrato ‘Beleza’ surge maiusculado para realçar o seu caráter inatingível e a sua importância no poema. O conceito «Beleza que não morre» simboliza a transcendência, a perfeição a que o sujeito, enquanto poeta, deseja ascender.
6. Podemos inferir que o poeta é um ser que reflete sobre o que sente e sobre o que o rodeia. Assim, consciente da distância entre o que idealiza e a imperfeição do mundo, o «eu» fica «_____» (v. 14). Tendo conhecido a «______» (v. 1), o sujeito poético sente que só lhe restam «______» (v. 13). O destino do poeta parece ser, assim, a busca da totalidade, da beleza, da «ideia ______» e a limitação ao finito, ao contingente, à imperfeição. Daí o «_______» que dá título ao poema.
[a copiar depois (uma resposta que tirei de Entre Nós e as Palavras, Santillana):]
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Lê «Um génio que era um santo» (pp. 291-292), de Eça de Queirós, mas sobre Antero de Quental.
Escreve comentário sobre como Eça e os da sua geração viam Antero, o seu papel e o do próprio grupo de contemporâneos.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Leituras expressivas de sonetos de Antero
{a pôr ainda: «Mixórdia de temáticas sobre Resumos de Os Maias»}

TPC — Aproveito para lembrar de novo que decorre, até 14 de junho, o prazo do  Concurso José Gomes Ferreira.


Aula 117-118 (27 [5.ª], 28 [9.ª], 29/mai [2.ª, 3.ª, 4.ª]) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias (cap. II) que está em discurso direto para discurso indireto:
Discurso direto
— Mas para onde fugiram, Pedro? Que sabes tu, filho? Não é só chorar...
— Não sei nada — respondeu Pedro num longo esforço. — Sei que fugiu. Eu saí de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partiu de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Disse à governanta e à ama do pequeno que ia ter comigo. Elas estranharam, mas que haviam de dizer?... Quando voltei, achei esta carta.
Discurso indireto
Afonso perguntou _____ para onde _____. Perguntou _____ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro _______ e acrescentou que ___ que ela ______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira e que, ________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha ________, e a pequena. Pedro relatou depois que Maria ______ à governanta e à ama do filho que ia ter _______ e que elas _______. Exclamou que não poderiam ter dito outra coisa e disse que, quando _______, tinha achado ______ carta.
Sintetizemos as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que decorrem na passagem do discurso direto a discurso indireto:
Travessão ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção subordinativa completiva
Eg «— respondeu Pedro» >
«Pedro respondeu _____ [...]»
Vocativo passa a Complemento indireto
Eg «Pedro» > «_______________»
Trocas de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)
Presente > ________________;
Perfeito > _________________________; Futuro > Condicional; Imperativo > Conjuntivo
Trocas de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)
1.ª, 2.ª > ____
Trocas de deíticos
ontem > na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui > ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______
Acomodações (mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade
Eg «Não é só chorar...» talvez pudesse ficar «não bastava chorar»
Repara agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...
Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela carta.
No discurso indireto livre, o narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto livre os tempos verbais mudam. (No manual, esta matéria está nas pp. 274-275.)
Seguem-se dois passos de Os Maias que abordam diferentes modelos de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. O segundo também está em «A educação à inglesa» (manual, p. 257):
[cap. I]
Odiando tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S. João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde de Runa.
O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
Quantos são os inimigos da alma?
E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
— Três. Mundo, Diabo e Carne...
Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...
[cap. III]
Vilaça, sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da orelha, e ia dizendo:
— Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
No primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem exemplificar o discurso indireto livre. Sublinha-as.
No trecho já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto livre, o {circunda a melhor opção} primeiro / segundo / terceiro /nonagésimo segundo. Para nos apercebermos das características desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe corresponderia nos outros modos de reprodução do discurso no discurso:
Discurso direto
— ________ Senhoria, ______ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que _________ com uma vara de ferro! __________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus _______________... Mas não, parece que __ o sistema inglês. _____ correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, ____________.
Discurso indireto
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado e que o coitado ________ com uma vara de ferro. Disse ainda que se ____________. {basta até aqui}
«Se soubermos ler Os Maias, Carlos não fraquejou por causa da educação recebida, mas apesar da educação recebida.» Comenta esta frase, de Jacinto do Prado Coelho.
{O trecho que ponho a seguir, tirado de Carlos Reis, Eça de Queirós, Edições 70, Lisboa, 2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse comentário. Completa as lacunas:}
Afonso da Maia, como que procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído ______, adota um modelo educativo britânico regido pelo precetor ____ em vez do ____ e da cartilha defendidos pelo abade _______, a educação de Carlos privilegia agora o exercício físico e o contacto com a ________, o que confere à criança um vigor que contrasta com a debilidade de ________. Entretanto, o que a ação d’Os Maias acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente ____ foi capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.
Algumas das personagens d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda que por vezes em termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos _________ da família Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim, efeitos de uma ______ biológica que parece não afetar ______, como se neste se tivesse recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo, apesar disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um _______ que a transcende.
Malèna (Giuseppe Tornatore)
Os Maias (Eça de Queirós)
A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)
Tempo — tempo da história vs. tempo do discurso
O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo das acontecimentos narrados) está bem _______. O narrador-protagonista refere que se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento histórico que permite situar o exato começo da ação: nessa mesma data, o Duce (Mussolini) anunciava a entrada da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra). Com efeito, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corres-ponde aos anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contex-tualizadora.) Sabemos que o tempo do discurso vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, que virá até próximo do nosso _______.
Nos Maias, quando o cap. I começa, estamos em 1875 e, durante umas páginas, descreve-se-nos o Ramalhete. Ainda durante o cap. I e até ao IV, vamos ter uma ______ que nos dá a história da família entre 1820 a 1875 (juventude, exílio e casamento de Afonso; infância de Pedro em Inglaterra, regresso a Benfica, suicídio de Pedro; infância e educação de Carlos — um dia de abril em Santa Olávia ocupa quase todo o capítulo III —, estudos em Coimbra; viagem pela Europa). Os capítulos IV a XVII são o miolo da narrativa, incluindo a ação da _____ principal, 1875-1876. No início do capítulo XVIII, vários anos são-nos dados em sumário, de umas três páginas (Carlos e Ega a viajarem, em1877, e o regresso de Ega a Lisboa); e, depois de uma elipse que nos coloca em 1886-1887, temos algumas horas apenas de Carlos regressado a Lisboa dadas em todo o resto do capítulo. Em suma, o discurso não cumpre a ordem temporal da história (dada a analepse nos três primeiros capítulos) e também não é proporcional, em termos de duração (há resumos, elipses, resumos-elipses — «Mas esse ano passou, outros anos passaram» (início do cap. III); «E esse ano passou. [...] Outros anos passaram» (cap. XVIII) — decerto muitos momentos de pausa, em que o tempo da história é «menor» do que o do discurso, como sucede na _____ inicial do Ramalhete), embora também haja isocronias (as várias cenas dialogadas). O tempo da história corresponde a cerca de setenta anos (o tempo do discurso, se quisermos, ao total de páginas de cada edição).
Na Ilustre Casa de Ramires, se não considerarmos o tempo da novela _________ encaixada, tudo se passa quase segundo a ordem da diegese (se também descartarmos, ainda no capítulo I, a analepse em que se nos dá, em relativo resumo, o passado de Gonçalo e da família). Quanto à relação discurso/história em termos de duração, temos de assinalar, no início do cap. XII, uma elipse de quatro anos («Quatro anos passaram ligeiros e leves sobre a velha Torre, como voos de ave»), que antecede o ____ que constitui todo esse último capítulo. Entretanto, a novela histórica e todas as alusões aos ascendentes de Gonçalo implicam recuos diversos, pontuais, sobretudo ao século XII.
TPC — No Caderno de atividades, as pp. 34-35 trazem uma ficha sobre ‘Reprodução do discurso no discurso’ (incluindo, é claro, o discurso indireto livre). Reproduzirei essa ficha no blogue, já com as soluções. No manual, as pp. 389-391 são ainda melhores.


Aula 119-120 (30 [9.ª, 4.ª], 31/mai [5.ª, 2.ª, 3.ª])
Questionário de gramática
Versão com o simpático coreano Son
Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).
Para que percebamos Antero, convém olhar para as suas barbas fulvas.

Umas escolas escolhem O ano da morte de Ricardo Reis, outras escolhem Memorial do Convento.

O estúpido do stor pretendia que nos espalhássemos naquele item.

As paisagens que vemos na poesia de Cesário são urbanas e rurais.

Como há greve de estivadores, não sei se os Prémios Tia Albertina chegarão a tempo.

Espero que os Tia Albertina, que aliás são apetecíveis e valiosos, cheguem a tempo.

Ponta Delgada, onde nasceu Antero, deu outros vultos importantes à cultura portuguesa.

Como a abstenção foi demasiado grande, serão todos doravante obrigados a votar.

Quem concorra ao Concurso José Gomes Ferreira arrisca-se a vencer.

António Costa votou na Jorge Barradas pois agora vive em Benfica.

O Liverpool perderá se não marcar bem o simpático coreano Son.

Amou, perdeu-se, morreu amando.

Renato gostava tanto de Malèna, que lhe escrevia cartas e cartas.

Ainda que o prazo termine a 14, haverá decerto concorrentes ao José Gomes Ferreira.

As aulas terminarão na quarta mas os alunos vão estudar para os exames.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Luís Filipe Vieira considera João Félix inegociável.

É importante escolhermos com atenção os Tia Albertina.

Cumprimenta-nos, ganhámos a lotaria!

A sopa de espinafres, que adoro, está azeda até dizer chega.

Ufa!. Felizmente, chegaram enfim as férias.


Versão com bolos tremendamente bonitos e dulcíssimos
Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).
Sabes que até nem gosto desta pergunta?

Por comeres pouco limão, tens as gengivas, que até eram bonitas, completamente podres.

se as cábulas não ficam à vista do professor.

Os bolos que se vendem no Califa são tremendamente bonitos e dulcíssimos.

Marta, cujo trabalho tratou de Perseu e Andrómeda, venceu as Olimpíadas da Cultura Clássica.

Decerto vencerás o Concurso Literário José Gomes Ferreira se concorreres em teatro.

Ainda os aceitarei, portanto vamos fazer trabalhos atrasados.

Quem vença o Concurso da «Ética na vida e no desporto» ganha uma batelada de dinheiro.

Mal chegou o bom tempo, foi tudo para a praia estudar gramática.

Vim, vi e venci.

A Mariana de Um Amor de Perdição era tão boa enfermeira, que beijava o sangue de Simão.

Apesar de Os Maias não serem fáceis, alguns alunos fizeram interessantes trabalhos.

As aulas terminam a 5 e as reuniões de avaliação começam a 6.

No 12.º lê-se O ano da morte de Ricardo Reis ou estuda-se Memorial do Convento.

A fim de tudo ser justo, nas finais da Liga Europa e da Liga dos Campeões haverá árbitros estrangeiros.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
O exercício que estão a resolver é mais fácil que o exame de não sei quê.

Olhei-te de frente, de cabeça levantada.

Os exames fazem que regressem as angústias.

É triste chumbarem tantos alunos por causa da gramática.

Todos achámos Amor de Perdição muito triste.


Circunda a(s) alínea(s) que descreve(m) a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires:
a) Li o livro na totalidade.
b) Li quase todo livro, faltando-me uns míseros três capítulos (ou por aí).
c) Li cerca de metade da obra.
d) Li cerca de um terço da obra.
e) Li os dois ou três primeiros capítulos.
f) Na verdade, ainda não li mais do que o primeiro capítulo (mas esse li-o todo).
g) Ainda não completei o primeiro capítulo mas já li as páginas iniciais do livro.
h) Li a capa, o anterrosto, o frontispício (ah!, e a lombada).
i) Li o livro o ano passado, já que estava no 11.º ano.
j) Li o livro o ano passado (na verdade, não o cheguei a ler todo, mas, pelo menos, estudei-o e ouvi falar sobre ele, já que estava no 11.º ano).
k) Li resumos mas quase nada do livro propriamente dito.
l) Li todo o livro, mas nas férias de verão, pelo que já tudo se me varreu do meu cérebro tão cheio de solicitações.
m) Vi o filme, recente, realizado por João Botelho (que é bem secante!).
n) Li todo o livro, mas fi-lo há dez anos pelo que já não me lembro do enredo.
o) Não li, mas tenciono ler nas férias, na véspera do exame de Física e Química / Geografia.
p) Não li e não tenciono ler, por ser difícil compatibilizar os meus afazeres próximos — treino intensivo para uma competição de curling — com a leitura do grande romance do magistral Eça.
q) Não li, não tenciono ler e tenho ódio a quem leu.
Entrega esta folha e, se já leste uma das obras razoavelmente, pede o questionário sobre o livro em causa (A Ilustre Casa de Ramires ou Os Maias). Se pouco ou nada leste, resolve a tarefa que te vai ser indicada ou distribuída.

Questionário sobre Os Maias
O passo que não é de Os Maias é:
a) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o que eu respondi [...]»
b) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna alumiava. Era a redação d’A Tarde».
c) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».
d) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».

O passo que não é de Os Maias é:
a) «Mas era impossível encontrar o maestro, porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em casa».
b) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
c) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
d) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».

Pertence a Os Maias o trecho
a) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento então, com a Ameliazinha...».
b) «Não, não queria ficar na terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na rua os Jacintos!».
c) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».
d) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».

O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é
a) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».
b) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais... Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».
c) «Então, que diabo, os rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela melancolia [...]».
d) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair do movimento das suas saias».

Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão conversando por Lisboa, a
a) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões filosóficas, a esbofetearem um americano.
b) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
c) discutirem sobre as corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
d) discutirem escolas literárias, refletirem sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.

Um pouco marginais à intriga passional (embora com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:
a) jogo de críquete; manhã de veraneio no Estoril, serão em Santa Olávia.
b) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.
c) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia de casamento burguês.
d) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.

A morte de Afonso
a) não chega a ocorrer dentro da cronologia que é dada pelo discurso da obra.
b) é completamente independente da intriga amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
c) ocorre em momento pouco posterior ao reconhecimento da tragédia.
d) é anterior ao conhecimento do parentesco que havia entre Carlos e Maria Eduarda.

A estes espaços podemos associar, respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Sintra, Toca, Trindade.
b) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.
c) Paris, Ramalhete, Sintra.
d) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.

Quando, pela última vez, se encontra amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) acredita ser ela um seu tio.
b) sabe que ela é sua irmã.
c) julga ser ela sua prima.
d) não sabe ainda que ela é sua irmã.

A alínea que só tem personagens de Os Maias é
a) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.
b) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.
c) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.
d) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.

Não há nenhuma personagem de Os Maias em
a) Raquel, Mac Gren, Baptista.
b) Ega, Alencar, Tancredo.
c) Melanie, Macário, Basílio.
d) Acácio, Fradique, Artur.

A alínea que só tem mamíferos irracionais mencionados nos Maias é
a) Cavalão, Bonifácio, Niniche.
b) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.
c) Memé, Lucinda, Cavalão.
d) Lucinda, Niniche, Bonifácio.

Algumas das personagens, bastantes planas, podem ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos «’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Neves, Guimarães, Dâmaso.
b) Palma Cavalão, Castro Gomes, Craft.
c) Diogo, Monforte, Steinbroken.
d) Neves, Diogo, Cruges.

Esta série de caracterizações — alto funcionário público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a
a) Teles da Gama; Cruges; Ega.
b) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.
c) Cruges; Taveira; Mac Gren.
d) Taveira; Sousa Neto; Cruges.

À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem, por esta ordem,
a) político conservador, diplomata, poeta.
b) pretensioso, banqueiro judeu, romântico decadente.
c) romântico, político corrupto, poeta realista.
d) cobarde, revolucionário, escritor.

Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades, Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.
b) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.
c) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.
d) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.

Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias
a) Teixeira, Juliana, Taveira.
b) Domingos, Baptista, Melanie.
c) Vilaça, Anselmo, Melanie.
d) Lola, Silva, Baptista.

As expressões «Chique a valer!», «Oh yes», «C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento» pertencem, respectivamente, a
a) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.
b) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.
c) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.
d) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.

A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio do Dâmaso» corresponde a
a) Eusébio, Ega, Guimarães.
b) Souselas, Ega, Castro Gomes.
c) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.
d) Vilaça, Cohen, Castro Gomes.

Estão ligadas ao jornalismo as personagens
a) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.
b) Palma, Neves, Guimarães.
c) Castro Gomes, Neves, Ega.
d) Ega, Neves, Sousa Neto.
Questionário sobre A Ilustre Casa de Ramires
Barrolo era
a) bonacheirão e ingénuo.
b) rígido mas alegre.
c) tristonho e ressentido.
d) otimista e racional.

Gracinha e André Cavaleiro
a) ficaram-se por paixão platónica.
b) namoraram mas sem envolvimento físico.
c) chegaram a concretizar fisicamente o seu amor.
d) beijaram-se apenas.

Quem lançara a Gonçalo o desafio de escrever uma novela histórica fora
a) o Castanheiro.
b) o Barrolo.
c) André Cavaleiro
d) o Videirinha.

Por intervenção da mulher do Casco, Gonçalo
a) pede a libertação do Casco e dá guarida ao filho doente.
b) prende o Casco e ajuda na educação do filho.
c) aceita-a como empregada e manda fazer sepultura para o Casco.
d) manda prender a Rosa.

Ana Lucena era
a) bonita e tinha conversa fácil.
b) atraente mas pouco sofisticada.
c) filha de talhante e feia que doía.
d) boa pessoa.

Antes de, no último capítulo, regressar, Gonçalo estivera
a) no Algarve.
b) em África.
c) em Paris.
d) em Londres.

Em carta anónima que recebe, Barrolo é tratado por
a) Barrelas.
b) Bacoco.
c) Barrolinho
d) Parolo.

O caçador de Nacejas era
a) mais jovem e corajoso do que Gonçalo.
b) mais cobarde do que Gonçalo.
c) mais velho que Gonçalo.
d) de classe social mais alta que Gonçalo.

A reaproximação de Gonçalo e André Cavaleiro teve que ver com
a) paixão de Gonçalo por irmão de Cavaleiro.
b) interesses de dinheiro de André e amorosos de Gonçalo.
c) devaneios de Gonçalo e ambições políticas de Cavaleiro.
d) a ambição política de Gonçalo e os devaneios de André.

Ameaçado pelo «caçador de Nacejas», Gonçalo
a) queixa-se.
b) foge.
c) grita.
d) perde as estribeiras.

Videirinha tocava
a) flauta.
b) violão.
c) acordeão.
d) piano.

A morte de Sanches Lucena
a) prejudicou a carreira de Gonçalo.
b) abriu uma oportunidade para Gonçalo.
c) foi importante para a redação da novela histórica.
d) deprimiu Gonçalo.

Quem viajou com Gonçalo foi
a) o Padre Soeiro.
b) a Rosa.
c) o Bento.
d) André Cavaleiro.

Em tempos, o Cavaleiro
a) fora incorreto com Gracinha.
b) não pudera casar com Gracinha por lutas familares.
c) fora impedido pelo pai de casar com Gracinha.
d) fora rejeitado por Gracinha.

Maria Mendonça era
a) uma criada.
b) uma burguesa-nobre casamenteira.
c) a amante do Sanches Lucena.
d) a irmã de André.

Gonçalo e Barrolo eram
a) cunhados.
b) primos.
c) irmãos.
d) genro e sogro.

Uma das personagens da novela histórica que Gonçalo escreve é
a) o Perneta.
b) o Cego.
c) o Bastardo.
d) o Louco.

O parágrafo «— Oh infame!... Então no outro dia assim me larga, sem es­crúpulo, depois de eu lhe preparar um cabrito estupendo, assado num espeto de cerejeira? E para quê?... Para uma orgia reles, com bolinhos de bacalhau e bichinhas de rabiar!»
a) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso direto.
b) é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.
c) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso direto.
d) não é de A Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.

O passo seguinte de Os Maias pertence ao capítulo VI, integrando o episódio do jantar no Hotel Central (no manual, pp. 258-259, embora se omita este diálogo).
— Bem sei! Os Castro Gomes... Conheço-os muito... Vim com eles de Bordéus... Uma gente muito chique que vive em Paris.
Carlos voltou-se, reparou mais nele, perguntou-lhe, afável e interessando-se:
— O Sr. Salcede chegou agora de Bordéus?
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso:
— Vim aqui há quinze dias, no Orenoque. Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham! Esta gente conheci-a em Bordéus. Isto é, verdadeiramente, conheci-a a bordo. Mas estávamos todos no Hotel de Nantes. Gente muito chique: criado de quarto, governanta inglesa para a filhita, femme de chambre, mais de vinte malas... Chique a valer! Parece incrível, uns brasileiros... Que ela na voz não tem sutaque nenhum, fala como nós. Ele sim, ele muito sutaque... Mas elegante também, Vossa Excelência não lhe pareceu?
Passa a fala de Dâmaso no último parágrafo, que está em discurso direto, para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a voz ainda é, mais claramente, a do narrador, podemos aproveitar o parágrafo anterior, como já fui fazendo:
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns quinze dias, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Também muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no glossário da p. 394.) Por exemplo, em
«Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o adjetivo «______» reporta-se, no fundo, a ______, embora, gramaticalmente, modifique o nome «______». E, em
«Dá-me cá esses ossos honrados, honrado inglês!» (p. 258, ll. 16-17),
Tomás de Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao modificar o nome comum «_____» (ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).
As hipálages seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]
cigarro pensativo
cigarro lânguido
sobrancelhas meditativas
lábios devotos
mão pacificadora
sedas impúdicas
braço concupiscente
braços pasmados
sala séria de tons castos
leito de ferro virginal
chá respeitoso
o peixe austero
as tias, fazendo as suas meias sonolentas
raspar espavorido dos fósforos
as lojas loquazes dos barbeiros
saias ligeiras e ilegítimas
lenta humidade das paredes fatais do Ramalhete
Leituras expressivas de sonetos de Antero
Malèna (Giuseppe Tornatore)
Os Maias (Eça de Queirós)
A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)
Espaço — espaço físico; simbolismo
O local em que começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o mesmo, a avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo ____, tudo se passa em Castelcuto.
Nos Maias, Lisboa é o espaço da parte ‘____ de costumes’ (o sarau, na Trindade; as corridas, em Belém; o jantar, no Hotel Central; etc.). Como espaços da parte ‘intriga’, destacaríamos as várias casas da família (Benfica, Santa Olávia, Ramalhete; a Toca), Coimbra, Lisboa, Sintra. Há alusões pontuais a Inglaterra, França, Itália, Espanha, Brasil. No epílogo, no episódio do passeio final, o cenário é bastante _____: Carlos e Ega sobem do Passeio Público até ao Chiado, à estátua de Camões, para concluírem que Portugal, tendo mudado, não mudou.
Na Ilustre Casa, o espaço físico principal pertence a uma zona a partir da Torre (Santa Ireneia, _____, Oliveira). Esta geografia é inspirada no que Eça conhecia da área de Resende (Lamego), sede da nobre família da sua mulher. Há, porém, ambiguidades (cfr. referência à orla marítima). Surgem como espaços a que se alude pontualmente Coimbra, Porto, Lisboa. África, no final, começa por ser vista como hipótese de regeneração., como desfecho das outras viagens de Gonçalo. A Torre dos Ramires também _____ ora os feitos dos Ramires heroicos ora a própria decadência de Gonçalo (e de Portugal).
Aproveito para lembrar de novo que decorre, até 14 de junho, o prazo do Concurso José Gomes Ferreira.


Aula 121-122 (3 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 5/jun [2.ª, 3.ª]) Correções breves de aspetos do questionário de gramática. (Para o questionário sobre Os Maias, cfr. Apresentação.)
Correção do questionário de gramática


Leituras expressivas de sonetos de Antero (finais das duas Ligas).

3.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)


Assistência a conclusão de Malèna e conversas sobre avaliação.

A pensar em 2019-2020 — Escola ainda vai escolher obra de leitura integral no 12.º ano (decisão é entre O ano da morte de Ricardo Reis e Memorial do Convento, ambas de José Saramago). Se a opção for tomada ainda antes do início do ano letivo próximo, anunciá-la-ei no blogue, para poderem começar a leitura. De qualquer modo, também podem sempre dedicar-se a algum livro dos do Projeto de leitura (essa lista de obras posso pô-la em breve, já que é fixa e está nos programas).
Ainda até dia 14 Concurso literário José Gomes Ferreira.