Aulas (3.º período: 99-...)
Aula 99-100
(24 [3.ª, 2.ª], 26 [5.ª], 29/abr [9.ª, 4.ª]) Explicação de «capa» de
apresentação e de noções de ‘conto, novela, romance’ (cfr. p. 245; e Apresentação).
Apresentam-se os inícios (1-9) e os
finais (A-I) de nove romances de Eça de Queirós. (Dos publicados em
vida do autor só não estão Os Maias
e, por ter sido escrito em colaboração com
Ramalho Ortigão, O
Mistério da Estrada de Sintra.)
Põe ao lado dos títulos os que te pareçam ser os
respectivos inícios (1 a
9) e finais (A a I):
Romances de Eça de Queirós (segundo a ordem de
publicação)
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Inícios (1-9)
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Finais (A-I)
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O Crime do Padre Amaro
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O Primo Basílio
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O Mandarim
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A Relíquia
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A Ilustre Casa de Ramires
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A Cidade e as Serras
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A Capital! (começos duma carreira)
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O Conde de Abranhos
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Alves & C.ª
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Inícios
1 A estação de Ovar, no caminho de ferro
do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas, antes da chegada do comboio
do Porto.
2 À EX.MA
SR.A CONDESSA DE ABRANHOS
MINHA
SENHORA: — Tive, durante quinze anos, a honra tão
invejada de ser o secretário particular de seu Ex.mo Marido, Alípio
Severo Abranhos, Conde de Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no
desejo de glorificar a memória deste varão eminente, orador, publicista,
estadista, legislador e filósofo.
3 Nessa manhã, Godofredo da Conceição
Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr,
abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos
Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros
batia as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tetos baixos do entressolo
davam uma sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio
relógio preso por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve
um gesto de irritação vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do
Ministério da Marinha: e era sempre assim quando o seu negócio de comissões
para o Ultramar o levava lá: apesar de ter um primo de sua mulher
Diretor-Geral, de escorregar de vez em quando uma placa de cinco tostões na mão
dos contínuos, de ter descontado a dois segundos oficiais letras de favor, eram
sempre as mesmas dormentes esperas pelo ministro, um folhear eterno de
papelada, hesitações, demoras, todo um trabalho irregular, rangente e
desconjuntado de velha máquina meio desaparafusada.
4 Foi no domingo de Páscoa que se soube
em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma
apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos
comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da
Botica — que o detestava —
costumava dizer, sempre que o via
sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
— Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
5 O meu amigo Jacinto nasceu num
palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo,
de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas
Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra,
ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já
entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e
casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o
Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados
pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde
Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.°
202.
6 Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha
Quinta do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha
Vida — que neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão
angustiado pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado
Crispim, uma lição lúcida e forte.
7 Eu chamo-me Teodoro — e fui amanuense do Ministério do Reino.
Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.°
106, na casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major
Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do
bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o
exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.
8 Tinham dado onze horas no cuco da
sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando
devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se,
bocejou e disse:
— Tu não te vais vestir, Luísa?
9 Desde as quatro horas da tarde, no
calor e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma
quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires
(que naquela sua velha aldeia de Santa Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e
vistosa Vila Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo
«Fidalgo da Torre»), trabalhava numa novela histórica, A Torre de D.
Ramires, destinada ao primeiro número dos ANAIS DE LITERATURA E DE
HISTÓRIA, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada
de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.
Finais
A Os três amigos retomaram o caminho de Vila Clara. No céu
branco a estrelinha tremeluzia sobre Santa Maria de Craquede. E padre Soeiro,
com o seu guarda-sol sob o braço, recolheu à Torre vagarosamente, no silêncio e
doçura da tarde, rezando as suas ave-‑marias, e pedindo a paz de Deus para
Gonçalo, para todos os homens, para campos e casais adormecidos, e para a terra
formosa de Portugal, tão cheia de graça amorável, que sempre bendita fosse
entre as terras.
B E não é sem uma emoção profunda que ali
vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura, marmórea, com o seu
porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe valeu o seu
merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos, para indicar
o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de moço
fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos de
aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e nos
destinos imortais da Pátria!
C E todavia, ao expirar, consola-me
prodigiosamente esta ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a
Grande Muralha da Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império
da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o
pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por
Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!
D E tudo isto perdera! Porquê? Porque
houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que,
batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu — cria,
através da universal ilusão, ciências e religiões.
E E na verdade me parecia que, por
aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe,
atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão
doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e
eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo
eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós,
serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!
F E o homem de Estado, os dois homens de
religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça
alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao pé daquele
pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus
largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a espada firme,
cercado dos cronistas e dos poetas heroicos da antiga pátria — para sempre
passada, memória quase perdida!
G — E nós que estivemos para nos bater,
Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa duma tolice,
amigo Machado!
E o outro bate-lhe no ombro também, responde
sorrindo:
— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!
H Ao fundo do Aterro voltaram; e o
visconde Reinaldo passando os dedos pelas suíças:
— De modo que estás sem mulher...
Basílio teve um sorriso resignado. E, depois dum
silêncio, dando um forte raspão no chão com a bengala:
— Que ferro!
Podia ter trazido a Alphonsine!
E foram tomar xerez à Taverna Inglesa.
I Artur, instintivamente, olhou o molho
de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da saia, contra o
ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de Coimbra,
conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.
— Para que é a erva, tio Jacinto?
— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de
propósito. Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto,
fechando a grade de ferro do cemitério.
Cria estes
textos-fragmentos:
Continuação de um dos
começos de Eça. (Identifica-o pelo algarismo.)
Antecedente de uma das
conclusões de romances de Eça. (Identifica-a pela letra.)
Pastiche (= redação ao
estilo de...) de romance de Eça. Inventarás título e criarás o início e o fim
desse romance apócrifo.
Continuação de _____ || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Trecho antecedente de _____ || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Título || . . . . . . . . . . .
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Início || . . . . . . . . .
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Final || . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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TPC — Em Gaveta
de Nuvens pus ‘Tarefas para as férias’, onde exorto à
leitura da obra de Eça (Maias ou Ilustre). Também sugeria a quem o não
tivesse feito no 2.º período que me enviasse Cesário/quadro e Frei/canção (ou reformulações). E
prometia pôr em breve as tarefas do 3.º período propriamente ditas, o que só
farei agora [aqui].
Aula
101-102 (26 [2.ª, 3.ª],
29/abr [5.ª], 2/mai [9.ª, 4.ª]) Tem o livro espalmado nas pp. 192-193. Por nada
deste mundo saias dessas páginas. Entretanto, vai lendo e circundando a melhor
alínea de cada item.
[Vejamos o trecho no cimo da
p. 192, em fundo azul, de Ângela Fernandes.]
A
ensaísta defende que, ao começar o romance com transcrição de registos das
cadeias da Relação do Porto, Camilo
a) nega a veracidade do que vai contar,
remetendo apenas para o testemunho de textos judiciais antigos.
b) reforça a factualidade da narrativa e
antecipa o desfecho, a condenação de Simão.
c) inculca que o resultado da sentença — o
degredo de Simão — foi injusto.
d) visa situar a história que contará no espaço
de uma prisão e assinalar a crueldade da pena.
Para
Ângela Fernandes,
a) o julgamento de Simão foi injusto.
b) o romance de Camilo é injusto.
c) Amor de
Perdição pretende mostrar que a condenação de Simão não foi justa.
d) Camilo foi injusto ao condenar Simão.
[Passemos agora, no terço inferior
da p. 192, a texto já de Amor de Perdição,
o começo do livro (= texto 6, «Introdução»).]
Nas
ll. 1-2, o narrador é
a) Camilo Castelo Branco e omnisciente.
b) homodiegético, identificável com Simão.
c) homodiegético.
d) Simão Botelho.
Nas
ll. 3-8, transcreve-se
a) o que disse Simão.
b) documento da responsabilidade de Filipe
Moreira Dias, que identifica um preso.
c) o que escreveu Camilo Castelo Branco ao
entrar na Cadeia da Relação.
d) texto do filho de Domingos José Correia
Botelho e Dona Rita Preciosa Caldeirão Castelo Branco.
[Já na p. 193:]
A
nota à margem «Foi para a Índia em 17 de março de 1807» (l. 10) teria sido
escrita por
a) Filipe Moreira Dias.
b) alguém da cadeia mesmo que já não Filipe
Moreira Dias.
c) Simão Botelho.
d) Camilo Castelo Branco.
À
data da entrada na cadeia, Simão tinha
a) menos de dezassete anos.
b) dezoito anos.
c) dez aninhos.
d) vinte anos.
No
parágrafo correspondente às ll. 13-19, o narrador mostra-se
a) irónico.
b) sinceramente compungido.
c) irritado.
d) alegre.
No
parágrafo constituído pelas ll. 20-21, o narrador tem como narratários (isto é,
destinatários da narração)
a) homens, mulheres, transexuais, não os
tratando de modo discriminatório.
b) homens e mulheres, considerando estas,
ironicamente, como seres capazes de se emocionar com histórias inventadas.
c) talvez prioritários as leitoras, que
considera as únicas suscetíveis de se sensibilizarem com o destino de Simão.
d) homens e mulheres, discriminando-os, pois que
considera irem ser tocados, em grau diferente, pela história de Simão.
As
orações «Amou» e «perdeu-se» (l. 22) são, respetivamente,
a) coordenada e coordenada copulativa.
b) coordenada assindética e coordenada
copulativa.
c) coordenada e coordenada assindética.
d) coordenada e coordenada sindética.
«Essa»
(l. 25) é
a) uma anáfora que tem como termo antecedente «a
mulher [...] misericórdia» (ll.
23-25).
b) anáfora de «a minha leitora» (l. 25).
c) o termo sucedente de «a mulher [...] misericórdia» (ll. 23-25).
d) catáfora de «história» (l. 23).
Os
segmentos «a minha leitora» e «a carinhosa amiga de todos os infelizes» (l. 25)
são
a) modificadores restritivos do nome.
b) modificadores apositivos do nome.
c) sujeito.
d) complemento direto e predicativo do
complemento direto.
Os
períodos das ll. 23-25 e 25-26 são, enquanto recursos estilísticos (ou
expressivos),
a) hipérboles.
b) metáforas.
c) interrogações retóricas.
d) ironias.
«aquelas
linhas» (l. 30) remete para
a) «Chorava, chorava!» (l. 29).
b) todo o parágrafo das ll. 23-28.
c) «Amou, perdeu-se, e morreu amando» (l. 22).
d) a citação feita nas ll. 3-8 (p. 192).
A
palavra «verão» (l. 31), em termos de classificação de classe, é
a) verbo (futuro do indicativo de «ver»).
b) verbo (futuro do indicativo de «vir»).
c) verbo (presente do indicativo de «var»).
d) nome (significando ‘estação do ano que
antecede o outono e sucede à primavera’).
A
oração «se é perdoável o ódio» classifica-se como
a) subordinada adverbial condicional.
b) subordinada adverbial temporal.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada adverbial final.
Nas
duas últimas linhas (ll. 33-34), o narrador anuncia ir
a) defender a sua honra, em tribunal, contra a
falsa virtude dos que se lhe opuserem.
b) criticar a hipocrisia dos homens que, por
questões de honra, atuem barbaramente.
c) lavrar sentenças em defesa da sua honra,
contra os homens falsos e sem virtude.
d) atacar os que, por sua honra, atuem contra a
virtude, como bárbaros.
Nas subordinadas substantivas temos
insistido nas completivas, embora mais
nas finitas («A Alice pretende / que o filho se torne saxofonista») do
que nas não finitas («A Amélia
pretende / comprar um javali meiguinho»),
como aliás com todas as orações.
Não temos trabalhado muito com as substantivas relativas (temos sobretudo
pensado nas relativas que têm função de «adjetivo», mas não nestas relativas
que não têm antecedente e cumprem função sintática típica de grupo nominal):
Marco a itálico a subordinada substantiva relativa (e sublinho o pronome relativo).
Classifica a função de cada oração substantiva relativa:
Função sintática da oração relativa (sem antecedente)
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Frase
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Sujeito
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Quem te ama / é um grande ingénuo.
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Já sei / quem
marcará o golo do Ajax.
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Dei os parabéns / a quem venceu o Prémio Tia Albertina.
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Os lambões só gostavam / de quem lhes trazia gomas.
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João Félix jogará / onde Bruno Lage queira.
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Classifica as orações em que já fui
dividindo algumas das frases que ouvimos em «Curso de Literatura para
Porteiras» (série Lopes da Silva):
O texto
7, na p. 195, é o começo do cap. I
de Amor de Perdição. O narrador traça
a biografia de Domingos Botelho, o
pai do herói do livro, Simão Botelho. Embora verosímeis, são parágrafos
levemente irónicos, quase caricaturais. Domingos Botelho tem características de
personagem original.
Focando-te nos três primeiros parágrafos
— precisamente, os da p. 195 —, cria
biografia de personagem ficcionada, embora verosímil, suscetível de caricatura
(nascida no séc. XX).
Mantém três
parágrafos (segundo o modelo dos da p. 195) — 1.º — nomes,
casamento, dados do cônjuge e de ascendentes; 2.º — namoro, retrato um pouco
caricatural; 3.º — vocação (especialidade) — e, grosso modo, o sistema
de coesão temporal.
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TPC — Vê já as tarefas para o 3.º período.
(De qualquer modo, é essencial concluíres a leitura de Os Maias / A Ilustre Casa de
Ramires.)
Aula
103-104 (3 [5.ª, 2.ª,
3.ª], 6/mai [4.ª, 9.ª]) Correção do questionário de compreensão do prólogo de Amor de Perdição (ver Apresentação).
Na p. 197, no item 2. de Gramática, resolve
a correspondência, associando as expressões
(1-6) aos processos de coesão (a-f):
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___; 6. = ___.
Na p. 202, no item 2. de Educação literária /
Gramática, completa o esquema:
1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___.
Vai lendo, a meio da p. 203, a azul, «O
herói romântico». Sobre o herói romântico [isto é, o herói
segundo o Romantismo], podes ler os verbetes nas pp. 398-399 («herói»), 399-400
(«romantismo») ou, a azul na p. 209, «A obra como crónica da mudança social».
Ouviremos um trecho do cap. II de Amor de Perdição, para completares, na
p. 204, 1:
Simão — a) idade: ___ anos; b) rejeitava as companhias da ____;
c) permanecia mais tempo em ____; d) encerrava-se no ______; e) refugiava-se na
____________; mostrava-se mais introvertido.
Teresa — f) idade: ___ anos; g) posição social: ____ e
bem-nascida; h) caracterização: dotada de seriedade e maturidade incomuns na
sua idade;
obstáculos — i) litígios entre Albuquerque
e Botelho, devido a uma sentença desfavorável do juiz.
Escreve sobre Simão
enquanto herói romântico (= herói da época Romântica). Cfr. 3.1 da p. 202.
Faz alguma citação
de Amor de Perdição (recorrendo ao texto da p. 201). A certa altura
alude a Manuel de Sousa Coutinho, que também tem traços característicos do
herói romântico.
Usa as linhas
todas ou quase todas. A caneta.
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TPC — Não deixes de concluir leitura de obra
de Eça. Vai também preparando leitura expressiva de sonetos de Antero.
Aula
105-106 (6 [5.ª], 8
[2.ª], 9 [9.ª, 4.ª], 10/mai [3.ª]) Correção do comentário sobre herói romântico
e da biografia de personagem castiça (ver Apresentação).
Exemplo de correção de «Simão, herói
romântico»:
Simão apresenta o
temperamento característico de um herói romântico. É um jovem rebelde e
marginal, instável, capaz de se revoltar contra as regras impostas pela
sociedade. Segundo o irmão, que teme o seu «génio sanguinário» (p. 201, l. 7),
«convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de noite as
ruas [de Coimbra] insultando os habitantes e provocando-os à luta» (ll. 7-8). O
seu caráter excecional, de quem não receia o conflito nem se sujeita às normas,
surpreende Domingos Botelho, que admira a bravura do filho (l. 9).
Não se resguarda no contexto
social privilegiado a que pertence. Em Viseu é na «plebe [...] que escolhe
amigos e companheiros» e, irreverente, troça dos pergaminhos dos Caldeirões (l.
22). Orientado por sentido de justiça, defende um criado e, sempre sem freios,
parte «muitas cabeças», quebra «todos os cântaros» (ll. 31-32). Determinado por
valores de liberdade, em Coimbra divulgará os ideais da Revolução Francesa
(cap. 2).
Faltaria referir outras
características românticas de Simão — o individualismo, a luta por um amor
ideal (convenientemente, contrariado pela família), a honradez —, que ficarão
evidentes nos capítulos seguintes.
O destemor em enfrentar
os mais poderosos, com uma atitude reveladora de coragem e até de certa
irracionalidade — a espontaneidade dos puros —, lembra-nos o temperamento de um
herói escolhido pelo romântico Garrett, Manuel de Sousa Coutinho, que não
hesita em incendiar o seu palácio para não se submeter aos que representavam o
poder. Também não é indiferente que os protagonistas de Frei Luís de Sousa e de Amor
de Perdição tenham a chancela dos registos documentais, sendo ambos
personagens que os autores podem dizer históricas, como acontece tantas vezes
nas narrativas do Romantismo.
Vamos ler partes do cap. IV de Amor de Perdição. Começamos pelo trecho
nas pp. 206-207 e continuamos com o texto nas pp. 208-209. Escolhe a melhor
alínea de cada item:
[pp. 206-207]
«de bons humores para dar ao autor de
seus dias um resto de velhice feliz» (ll. 3-4) significa
a) ‘com sentido de humor para dar a Camilo
Castelo Branco um fim de vida agradável’.
b) ‘com disposição para cumprir a vontade do
pai’.
c) ‘de bom humor para conceder a Camilo uns
últimos dias aceitáveis’.
d) ‘com vontade de corresponder a um apelo de
Deus’.
O
parágrafo «O silêncio de Teresa era interrogador.» (l. 5) quer dizer que
a) Teresa a si própria se perguntava das razões
daquele silêncio.
b) durante a secante atividade «Ouvindo o
silêncio, lendo», Teresa falava com Matilde.
c) a filha de Tadeu de Albuquerque usara uma
interrogação retórica.
d) Teresa não percebera a situação.
Na
l. 6, «minha filha» desempenha a função sintática de
a) vocativo.
b) sujeito.
c) modificador apositivo do nome.
d) complemento direto.
O
advérbio «cegamente» (l. 7) significa
a) ‘de olhos vendados’.
b) ‘como se não houvesse amanhã’.
c) ‘com confiança em outrem’.
d) ‘tipo Stevie Wonder’.
«e
talvez com o desfalque do teu grande património» (l. 11) alude à possibilidade
de Tadeu
a) deserdar a filha.
b) tirar do banco joias que pertenciam à filha.
c) atirar um cocó de cão à cara da sonsa da
filha.
d) roubar a Teresa a coleção de Barbies e
Nenucos e a filmografia anotada de Violetta.
«desassombrada
do diabólico prestígio do maldito que acordou o teu inocente coração» (ll.
12-13) significa
a) ‘sem influência do sacana do Simão’.
b) ‘sem o espírito do diabo assombrar a sua
ingenuidade’.
c) ‘liberta do fascínio das ideias malditas do
Diabo’.
d) ‘com o coração puro livre das más influências
dos infiéis’.
O
determinante possessivo «seu» (l. 16) tem como referente
a) Tadeu de Albuquerque.
b) o primo Baltasar.
c) Simão.
d) Domingos Botelho.
Para
Albuquerque, Baltasar é um «composto de todas as virtudes» (l. 24),
a) só lhe faltando a beleza.
b) quer quanto às relevantes (ser rico, sabedor,
bom cristão), quer nas acessórias (não ser um emplastro).
c) tanto no domínio sexual como no espiritual.
d) só comparável a compostos como CaCO3
ou COCÓ2.
Em
termos de classificação de orações podemos descrever «Quero que cases!» (l. 35)
assim:
a) Subordinante + Subordinada adjetiva relativa
explicativa.
b) Subordinante + Subordinada consecutiva.
c) Subordinante + Subordinada substantiva
completiva.
d) Subordinante + Subordinada adjetiva relativa
restritiva.
Segundo
o que se lê no parágrafo das ll. 45-50, o conselho que Baltasar deu a seu tio
foi
a) que não pusesse Teresa num convento e
mandasse matar Simão.
b) que deixasse Simão a seu cargo e permitisse a
Teresa ficar em casa.
c) que fizesse Teresa entrar num convento e
esperasse que Simão chegasse de Coimbra.
d) esquecer tudo e concluir leitura de Os Maias ou a Ilustre Casa de Ramires.
[pp. 208-209]
Ainda antes de terminada a leitura da
carta de Teresa (ll. 1-5), Simão pensou
a) em matar Baltasar, por um ímpeto resultante
da paixão.
b) em apunhalar o primo de Teresa, por um
imperativo do seu amor pela fidalga de Viseu.
c) que era urgente começar a preparar leitura
expressiva de sonetos de Antero.
d) em matar Baltasar, mais por feitio do que
pelo amor a Teresa.
No
período que começa com «Nenhuma daquelas páginas» (l. 11), diz-se-nos que
a) Simão lera com paixão todas as cartas
enviadas por Teresa.
b) Simão, assim que lia as cartas de Teresa, ficava
fortalecido, vencia os seus ímpetos mais irracionais.
c) as páginas da história do coração de Simão
eram as cartas que recebia de Teresa.
d) Simão, ao estudar, pensava sempre em Teresa.
No
último período do primeiro parágrafo (ll. 18-19), Simão
a) procura convencer-se de que as afrontas de
Baltasar não seriam assim tão graves.
b) atribui as ameaças de Baltasar a má
interpretação por Teresa.
c) atinge o auge da sua fúria, dadas as ameaças
e os insultos que lhe relata Teresa.
d) decide-se pela vingança (que horrorizará a
própria Teresa).
Em
«Perguntou ao arrieiro se conhecia alguma casa em Viseu onde ele pudesse estar
escondido uma noite ou duas, sem receio de ser denunciado» (ll. 27-29), a
oração começada por «se» é
a) subordinada substantiva completiva e a
começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa explicativa.
b) subordinada substantiva relativa e a começada
por «onde» é subordinada adjetiva relativa restritiva.
c) subordinada adverbial condicional e a
começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa explicativa.
d) subordinada substantiva completiva e a
começada por «onde» é subordinada adjetiva relativa restritiva.
No
último parágrafo, «arrieiro» (ll. 25, 28, 29) e «homem» (31) concorrem para a
coesão
a) lexical (por reiteração e por hiperonímia).
b) referencial.
c) lexical (por sinonímia).
d) interfrásica.
O
uso de «e» (l. 31, [o primeiro]) é um processo de coesão
a) interfrásica.
b) lexical.
c) frásica.
d) referencial.
Faz a redação correspondente ao ponto 1 de Escrita
na p. 209:
«A submissão é uma ignomínia, quando o poder paternal é uma afronta» é
uma frase célebre de uma das cartas de Simão a Teresa (cap. VIII). Discute a
sua modernidade, num breve texto de opinião (180-220 palavras) que tenha em
conta o que já conheces da obra.
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TPC — Quanto à tarefa sobre obra de Eça tive
de fazer uma ligeira antecipação do prazo, de três dias, porque não me apercebera
de que a última aula será a 3/5 de junho (nas turmas 4.ª, 9.ª e 5.ª, esta
tarefa passa a ter de ser entregue até 27 de maio). E, claro, quem queira pode
enviar até mais cedo.
Aula 107-108 (10 [5.ª, 2.ª], 13 [9.ª, 4.ª], 15/mai
[3.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na aula anterior, sobre
cap. IV de Amor de Perdição (ver Apresentação).
Vejamos o que se passa entre o cap. IV e o X [uso Carlos Reis,
«Amor de Perdição», Camilo Castelo Branco,
‘Leituras Orientadas’, Porto, Porto Editora, 2016, pp. 82-83]:
Capítulo V —
Celebra-se o aniversário de Teresa, que se prepara para se encontrar com Simão.
Baltasar Coutinho interpõe-se e enfrenta Simão. Este regressa a casa de João da
Cruz, que lhe explica a dívida que tem para com o pai, Domingos Botelho. Também
por isso, João da Cruz, já antes de acolher Simão, recusara matar Simão por
incumbência de Baltasar. Vai-se manifestando o amor de Mariana por Simão.
Capítulo VI —
Nova emboscada noturna de Baltasar Coutinho e dois criados a Simão, que está
acompanhado por João da Cruz e pelo cunhado deste, quando se vai encontrar com
Teresa. A espera torna-se violenta: os criados de Baltasar são mortos e Simão é
ferido.
Capítulo VII —
Simão recolhe a casa de João da Cruz e, ao mesmo que é tratado do ferimento,
troca cartas com Teresa, cujo pai quer encerrá-la num convento, como efetivamente
acontece. Teresa fica isolada do mundo e, no convento, vai-se apercebendo de
intrigas impróprias da vida religiosa.
Capítulo VIII —
Mariana é encarregada de tratar de Simão e vai-se
tornando sua confidente. Simão toma conhecimento de que Teresa está no convento
e decide resgatá-la; ao mesmo tempo, apercebe-se de que a dedicação de Mariana
é um verdadeiro sentimento amoroso.
Capítulo IX —
Simão continua a ser protegido por João da Cruz e por Mariana e vai recebendo
cartas de Teresa. Entretanto, Tadeu de Albuquerque trata da mudança da filha
para um convento do Porto. Simão é informado por Teresa e manda-lhe uma carta
por Mariana, que se prontifica para a entregar.
O passo que vais ler agora — já do Capítulo X (excerto 1, pp. 210-212 do
manual) — inclui, precisamente, a entrega da carta de Simão a Teresa, feita por
Mariana.
Vai lendo esse texto e respondendo a
estas perguntas (1-5). Procura incluir alguma citação em todas as respostas.
[ll. 1-26 e 27-32]
1.
Identifica, no diálogo entre Teresa e Mariana, as marcas linguísticas
reveladoras do seu diferente estatuto social. Refere depois, justificando-a, a
informalidade do diálogo entre Joaquina e Mariana.
2.
Justifica a atitude de Mariana quando recusa o anel de Teresa.
[ll. 33-43]
3.
Focando-te nestes quatro parágrafos (os das ll. 33-43), caracteriza Mariana.
[ll. 44-83]
4.
Apresenta a perspetiva de João da Cruz sobre os relacionamentos amorosos,
associando-a à época retratada na obra.
[ll. 84-106]
5.
Na carta de Simão a Teresa, o sentimento mais importante não parece ser o do amor
mas o apego ao destino, à tragédia, à honra. Comenta.
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Amor Simão-Teresa
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Amor de Perdição (Camilo
Castelo Branco)
|
Um Amor de Perdição (Mário Barroso)
|
|
Oponentes
|
||
Tadeu de Albuquerque
|
Primeiro,
não deixa que Teresa saia de casa; depois, encerra-a num _____.
|
Não
deixa que Teresa vá ao liceu; ameaça interná-la numa ____.
|
Baltasar Coutinho
|
O
primo de Teresa é formal no trato, retórico. Prepara um atentado contra ____,
mas acaba por perder dois criados.
|
O
primo de Teresa vai buscá-la à ____, revela-se cabotino. Reage a uma ameaça
de agressão por Simão, mas acaba por perder no despique verbal que se sucede.
|
Adjuvantes
|
||
João da Cruz
|
É
ferrador (trata das ferraduras dos animais). Está em dívida com o pai de
Simão, porque este o absolvera da culpa de _____.
|
É
mecânico (trata de motores de automóveis). Está em dívida com o pai de Simão,
porque, em África, na guerra, este o livrara de acusação de ____.
|
«Condu-tores»
|
Um
arrieiro (condutor de ____) é quem leva Simão até João da Cruz.
|
Zé
Xavier (que trata do Volvo e do ____) leva Simão até João da Cruz.
|
Mariana
|
Ajuda
o pai, João da Cruz, na lida da casa. Cedo se apaixona por Simão (já o
conhecia como filho do _____ do pai). Quando ferido, trata-o. Serve também
para transmitir mensagens entre o par amoroso (ainda que o faça com
sofrimento). É humilde, altruísta.
|
Ajuda
o pai, João da Cruz, na oficina e em casa. Cedo se apaixona por Simão (já o
olhara fixamente no episódio da discoteca). Quando ferido, trata-o. Ajuda o
par amoroso (ainda que o faça com sofrimento). Não _____ a possibilidade de
também seduzir Simão.
|
Outros
|
Joaquina
(criada no Mosteiro de Viseu), Mendiga, Constança (criada dos Albuquerque que
acompanha Teresa) permitem a _____, sobretudo por carta, entre Simão e
Teresa.
|
Zé
Xavier e Rita acumulam com a sua própria ação o papel instrumental de
tentarem ligar Simão ao mundo. Parte da comunicação entre Teresa e Simão
passa pelo uso do _____.
|
TPC — A partir da próxima aula já haverá (i)
leituras expressivas dos nove sonetos de Antero que pedira que fossem preparando.
Recordo ainda as duas outras tarefas caseiras deste período: (ii) a comparação
filme / Amor de Perdição; (iii) o
trabalho mais criativo sobre capítulo de Os
Maias / A Ilustre Casa de Ramires.
Entretanto, a leitura efetiva de uma destas obras será proximamente aferida.
Aula
109-110 (13 [5.ª], 15
[2.ª, 3.ª], 16/mai [9.ª, 4.ª]) Correção do trabalho de redação de respostas a itens
sobre cap. X (excerto 1).
1.
A diferença social entre as duas é evidente na forma como Mariana se dirige a
Teresa, servindo-se de expressões como «vossa excelência» ou «minha senhora».
Também o narrador acentua essa diferença, na medida em que, assumindo a
perspetiva de Mariana através da focalização interna, se refere à filha de
Tadeu de Albuquerque como D. Teresa. Por seu lado, Teresa não faz uso de
qualquer título para se dirigir a Mariana.
Entre Mariana e Joaquina
o tratamento é informal. Usa-se a 2.ª pessoa do singular, o «tu»; Mariana
recorre ao diminutivo em «Joaquininha» (podia ter sido o hipocorístico
«Quina»); Joaquina socorre-se do vocativo «rapariga!».
2. A recusa pode justificar-se pelo facto de Mariana evidenciar
orgulho pessoal. Agia não em favor de Teresa mas de Simão, e, por isso, «a
receber alguma paga [haveria] de ser de quem [a lá mandara]» (ll. 25-26). Para
todos os efeitos, Mariana vê em Teresa uma rival e seria ofensivo para si
própria aceitar aquela oferenda.
3.
Mariana sente-se inferior a Teresa, tanto social como fisicamente («Não lhe
bastava ser fidalga e rica; é, além de tudo, linda como nunca vi outra!», ll.
35-36), embora seja ela própria atraente. Entretanto, abnegada, não deixa de ir
memorizando a mensagem que ficou de transmitir («foi repetindo o recado da
fidalga», l. 33), o que faria com eficiência («sem alteração de palavra», l.
42).
4.
Funcionando João da Cruz como protótipo do pragmatismo popular, o ferrador, ao
contrário de Simão, considera o amor um sentimento fútil. Por isso, segundo
ele, nenhum homem deveria deixar-se arruinar por causa de uma mulher, havendo
tantas «tantas como a praga» («como as rãs do charco, que mergulha uma, e
aparecem quatro à tona d’água», ll. 67-68). Defende que Simão, «homem rico e
fidalgo», encontraria uma sem ter de se incomodar, o que revela a defesa do
casamento como um ato que não pressupunha o amor, posição que se coaduna com a
da sociedade sua contemporânea.
5.
Este passo aponta, desde logo, para uma atmosfera trágica, na medida em que, na
carta que Simão escreve a Teresa, é notória a natureza negativa do cenário
descrito, através do uso de expressões disfóricas como «Considero-te
perdida,
Teresa.» (l. 86), «Tudo, em volta de mim, tem uma cor de morte.» (ll. 86-87),
«Parece que o frio da minha sepultura me está passando o sangue e os ossos.»
(ll. 87-88).
Apesar de ser evidente o
amor de Simão por Teresa, o herói deixa transparecer que acima desse sentimento
está o seu pundonor e o desejo de vingança. Por outro lado, é manifesta a
crença num amor puro e absoluto, capaz de transcender as barreiras do mundo
terreno e de se concretizar num plano divino e eterno.
Passamos à «Conclusão» de Amor de Perdição (os capítulos obrigatórios
são «Introdução», «Conclusão» e dois à escolha entre I, IV, X, XIX). Fica aqui o
que se passou entretanto:
Capítulo XI —
Domingos Botelho sabe da prisão de Simão e determina que ele seja tratado de
acordo com a lei. Simão aceita com indiferença esse tratamento e dá entrada na
prisão. Apresenta-se Mariana, para lhe dar apoio.
Capítulo XII —
O narrador transcreve parte de uma carta de Rita, recordando, cinquenta e sete
anos depois, a reação da família à prisão e à condenação à morte. Depois,
relata-se o julgamento de Simão. Mariana entra num estado próximo da loucura.
Capítulo XIII —
Depois da prisão de Simão, Teresa é conduzida ao convento de Monchique e dá
sinais de fraqueza e doença. Nas cartas trocadas com Simão, expressa-se o
desgosto de ambos pela separação e pela próxima morte de Teresa.
Capítulo XIV — Tadeu de Albuquerque chega ao convento e
pretende levar Teresa para Viseu, que, todavia, recusa ir. A madre apoia
Teresa; Tadeu, apesar das diligências que faz, não consegue o que deseja.
Capítulo XV — Simão continua preso, na Cadeia da Relação, e
escreve as suas meditações sobre o seu destino. Visitado por João da Cruz,
Simão sabe que Mariana melhorou. É o ferrador quem leva uma carta a Teresa.
Entretanto, Mariana ficará a cuidar de Simão.
Capítulo XVI — Conta-se a história da fuga de Manuel
Botelho, irmão de Simão, com «uma dama desleal a seu marido». Trata-se de um
incidente que o narrador reconhece «não muito concertado com o seguimento da
história», mas que mostra o modo de ser do pai de Manuel e Simão.
Capítulo XVII — João da Cruz está em casa e dedica-se ao trabalho
de ferrador. Entretanto, chega um estranho que dispara sobre ele, matando-o,
num ato de vingança. Mariana, estando na prisão com Simão, é informada. Ambos
reagem com grande emoção.
Capítulo XVIII — Pena de Simão é comutada em dez anos de
degredo para a Índia, também por causa de intervenção de Domingos Botelho (mais
por capricho de contrariar Albuquerque do que por amor paternal). Seria até
autorizado que a pena fosse cumprida na cadeia de Vila Real, mas Simão não
aceitou. Mariana, agora sem pai, decide acompanhar Simão na ida para o degredo.
Acentuam-se as manifestações de dedicação a Simão, ao ponto de Mariana anunciar
que se suicidará, quando a sua companhia já não for necessária.
Capítulo XIX — Simão é conduzido à nau que o levará ao
degredo. Já a bordo, vê Teresa. Por fim, a nau passa diante do convento, no
momento em que Teresa desfalece e morre.
Vamos ler hoje a primeira parte da
«Conclusão» de Amor de Perdição (pp.
222-224). Escolhe a melhor alínea de cada item.
Em «tê-lo-ia» (ll. 10-11), o pronome é
a) catáfora de «Simão Botelho» (l. 7).
b) anáfora de «O ouvido» (l. 10).
c) anáfora de «[um] arame» (l. 10).
d) anáfora de «Simão Botelho» (l. 7).
A
«voz única no silêncio da terra e do céu» (ll. 13-14) reporta-se
a) ao comandante.
b) a Mariana.
c) a Simão.
d) ao vento.
Através
da oração adjetiva relativa explicativa «que era dela» (l. 16) percebemos que
a) no maço enviado haveria cartas de Simão.
b) a carta em causa era de Mariana.
c) a carta em causa não tivera a intermediação
da mendiga.
d) o maço das cartas fora enviado por Teresa.
Em
vez de «se me Deus não engana» (l. 20), diríamos hoje «se Deus não me engana».
Em qualquer dos casos, o pronome desempenha a função sintática de
a) complemento direto.
b) sujeito.
c) complemento oblíquo.
d) complemento indireto.
Na
mesma l. 20, «em descanso» é
a) complemento direto.
b) complemento oblíquo.
c) modificador do grupo verbal.
d) predicativo do sujeito.
A
«esposa do céu» (ll. 21-22) remete para
a) Teresa.
b) Nossa Senhora.
c) Rita.
d) Mariana.
«a
última esperança» (l. 31) alude à circunstância de
a) Simão não ter aceitado a comutação da pena,
preferindo o degredo.
b) Teresa estar a morrer (ou já ter morrido
até).
c) Simão ter confessado a Mariana que nunca a
amaria senão como irmã.
d) o Porto ter perdido pontos com o Rio Ave.
A
paisagem que se infere de «Estou vendo a casinha que tu descrevias defronte de
Coimbra, cercada de árvores, flores e aves» (ll. 42-43) corresponde
a) à paisagem romântica típica (agreste,
espontânea) e aludirá a Romeu e Julieta.
b) à paisagem das cantigas de amor medievais e
lembra também a cabana de Expiação.
c) ao ambiente das cantigas de escárnio e
maldizer e lembra o anúncio das vacas felizes.
d) a um locus
amœnus e parece remeter também para Pedro e Inês.
A
carta transcrita (ll. 19-68) é um texto encaixado cujo narrador é
a) homodiegético.
b) externo.
c) omnisciente.
d) heterodiegético.
A
oração «que levantava a cabeça ao menor movimento dele» (ll. 69-70) desempenha
a função de
a) modificador apositivo.
b) modificador restritivo.
c) complemento oblíquo.
d) complemento direto.
No
período «Rogo-lhe que vá, porque não é necessário o seu sacrifício» (l. 74),
temos
a) subordinante + subordinada adverbial causal.
b) subordinante + subordinada substantiva
completiva + subordinada adverbial causal.
c) subordinante + subordinada substantiva
relativa + subordinada adverbial causal.
d) subordinante + subordinada adjetiva relativa
explicativa + subordinada adverbial causal.
Na
fala das ll. 88-89, Simão
a) quer tranquilizar o capitão, que sabe estar
do seu lado.
b) ironiza, para amesquinhar o capitão.
c) mente, determinado a tentar o suicídio
depois.
d) está irritado com o capitão.
Nas
linhas 91-95, o comandante
a) diz ir descer ao quarto, despede-se de Simão e
de Mariana.
b) diz ir descer ao quarto, para conversar a sós
com Mariana.
c) pede a Simão que desça ao quarto, Simão anui,
mas diz sofrer mais, e ainda fica no convés.
d) sugere a Simão que vá para o quarto, Simão
assente (embora diga ir sofrer mais) e descem ambos.
As
três orações no último período (ll. 94-95) são
a) coordenada + coordenada assindética +
coordenada copulativa.
b) coordenada + coordenada sindética +
coordenada assindética.
c) coordenada + coordenada sindética +
coordenada copulativa.
d) subordinante + subordinada consecutiva +
coordenada copulativa.
Leitura em voz alta
Aula 111-112
(17 [5.ª, 2.ª, 3.ª], 20/mai [9.ª, 4.ª]) Correção de questionário sobre 1.ª
parte da conclusão de Amor de Perdição
(ver Apresentação).
Depois de leres a 2.ª parte da Conclusão
de Amor de Perdição (pp. 224-226) e
relanceando algumas outras páginas que vá citando, completa o lado esquerdo da
tabela.
Copia respostas a perguntas sobre «Ideal»,
de Antero (ver Apresentação).
Leituras expressivas de sonetos de Antero
(oitavos de final da Liga dos Campeões).
TPC — É decisivo que leias na íntegra Os Maias ou A Ilustre Casa de
Ramires. Ainda aferirei essa leitura antes do fim do período (é claro).
Aula 113-114
(20 [5.ª], 22 [2.ª, 3.ª], 23/mai [9.ª, 4.ª]) Preenche as citações, para
responderes aos itens sobre sonetos
de Antero
de Quental.
Ainda sobre o soneto «Ideal» (p. 297):
3. Camões, nos seus
sonetos, traça várias vezes retratos idealizados da mulher amada. Neste soneto
de Antero, a referência a Vénus e a Circe evoca figuras clássicas presentes na
poesia camoniana. No entanto, Antero retrata uma figura feminina idealizada
explicitamente diferente do ideal clássico descrito em Camões. Para Antero,
trata-se de um «_____», uma «_____», uma «_____», uma ideia-sentimento
elaborada pela inteligência. A amada é tão-somente uma idealização, uma
abstração, um «sonho impalpável do Desejo», que o poeta sabe inalcançável e
limita a «entreve[r]».
Sobre «Sonho Oriental» (p. 300):
1.
O tema do soneto é um sonho, um devaneio amoroso, em que o sujeito idealiza
momentos vividos numa espécie de paraíso terreal, como demonstram os versos
iniciais do poema: «Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha, / _____» (vv. 1-2).
2. No poema, surgem várias sensações visuais que contribuem para uma
descrição pictórica e colorida de um cenário exótico e requintado: «nalguma
ilha, / Muito longe, nos mares do Oriente» (vv. 1-2); «na varanda de _____» (v.
9); «debaixo das _____» (v. 11); «Tendo aos pés um ___ familiar» (v. 12). O
visualismo é completado pelas sensações olfativas («O aroma da magnólia e da
____», v. 5); «Lambe a orla dos bosques, vagamente / O mar», vv. 7-8) e
auditivas («O mar com finas ____ de escumilha», v. 8).
3. O verso apresenta uma apóstrofe à mulher amada, evidente na utilização
do vocativo «_____». Através deste recurso, o sujeito poético transporta para o
poema o seu interlocutor amoroso, realçando o caráter idílico do cenário.
Sobre «A um poeta» (p. 296):
1.
Ao longo do poema, encontramos vários vocábulos do campo lexical da guerra: «_____»,
«______», «_____», «_____», «_____», «_____», «_____».
2.
Neste soneto, o sujeito opõe a atitude de adormecimento de alguns poetas,
alheados da «____» (v. 4), à atitude que o sujeito preconiza, que é a da
atenção à «______» que luta em «vozes de _____». O poeta fará assim da sua
poesia uma «______» ao serviço da luta por um «_____».
3.
Ao longo do soneto, surgem vários verbos no imperativo — «______» (v. 5), «______»
(v. 9) —, apóstrofes — «_____» (v. l) e frases exclamativas — «_____» (v. 5) —
que constituem formas de apelo ao interlocutor.
Leituras expressivas de sonetos de Antero
Depois de termos ouvido o início do
episódio da série ‘Grandes Livros’ sobre Amorde Perdição, assinala, à esquerda, os parágrafos V(erdadeiros) e F(alsos).
Camilo escreveu Amor de Perdição em quinze meses.
A novela chegou ao
público em 1862.
«Amou, perdeu o
campeonato e morreu amando» é como o narrador resume a história.
Para Isabel Rocheta,
quer o subtítulo quer a introdução são elementos que aproximam a novela da
própria vida do autor.
Annabela Rita diz que
Camilo encontrou na cadeia o registo da prisão de Simão, segundo ela seu
tio-avô.
Em 1849, Camilo
apaixona-se por Ana Flácida, que tem dezassete aninhos.
Em 1856, Camilo torna-se
conhecido com a publicação de Onde está a
D. Felicidade?
Para Aníbal Pinto de
Castro, em Onde está a felicidade?
captou um dos ingredientes mais importantes do século XIX, o dinheiro.
Pinto de Castro alude
também ao endinheiramento dos «brasileiros de torna-viagem».
Em 1858, no Porto,
vão-se comentando as relações adulterinas de Camilo e Ana Plácido.
Pinheiro Alves tenta
negociar o fim da relação, disposto a receber a mulher de volta.
Em 1859 o marido
enganado leva o caso à justiça: Ana Plácido é acusada de adultério e Camilo de
copular com mulher casada.
Ana e Camilo foram
presos quando, precisamente, estavam a copular, portanto, em flagrante delito.
António Trabulo
considera que, ao escrever Amor de
Perdição, Camilo publicitou a sua prisão.
Para José Manuel
Oliveira, a publicação de Amor de
Perdição teve também um objetivo de procurar influenciar o seu próprio
julgamento.
Camilo não «passou a
lima sobre os defeitos» nas edições posteriores de Amor de Perdição.
Para Isabel Rocheta, o
êxito da obra não foi imediato, mas dever-se-á também, no futuro, aos seus
aspetos realistas.
Ana Maria Magalhães
salienta o caráter popular, porque emocional, da obra.
João Bigotte Chorão
diz-nos que Camilo tinha na sua biblioteca livros de Pedro Mexia.
João Bigotte Chorão
considera que Camilo, desta vez, não se «derramou» excessivamente em
comentários fora da ação.
Decorre
até ao final do ano letivo o Concurso
literário José Gomes Ferreira. Os textos podem ser entregues no CRE até 14
de junho — fonte Arial, tamanho12,
entrelinha de dois espaços (estes três parágrafos estão com em 1,4 de
entrelinha); poesia (de 1 a 5
páginas); conto (3-5 páginas); teatro (3-5 páginas).
TPC — Lembro a necessidade de os trabalhos em curso — texto
sobre Amor de Perdição/filme e
trabalho sobre capítulo de Os Maias
ou A Ilustre Casa de Ramires — me
serem enviados logo que possível. O trabalho sobre Amor de Perdição implica que ainda lhes vá devolver o texto para o
reformularem (não poderei aceitar reformulações enviadas já depois da última
aula do período, nem aliás quaisquer outros trabalhos). Entretanto, a leitura
efetiva da obra de Eça é crucial.
Aula 115-116
(24 [5.ª, 2.ª, 3.ª], 27/mai [9.ª, 4.ª]) Lê «Tormento do Ideal» (p. 294), e vê ou preenche as respostas aos itens na
p. 295:
1. + 3. O poema abre com a
antítese «Conheci a Beleza que não morre / E fiquei triste» (vv. 1-2). Há
contradição, na medida em que a visão da «Beleza» eterna não deveria ser motivo
para a tristeza do sujeito poético, mas, pelo contrário, significar alegria.
Para explicar melhor o que sente, o «eu» poético compara a sua
experiência com a de quem sobe a um ponto alto («serra mais alta», vv. 2-3) e
daí observa a imperfeição do mundo («Assim eu vi o mundo e o que ele encerra /
Perder a cor», vv. 6-7).
2. O conceito abstrato ‘Beleza’ surge maiusculado para realçar o seu caráter
inatingível e a sua importância no poema. O conceito «Beleza que não morre»
simboliza a transcendência, a perfeição a que o sujeito, enquanto poeta, deseja
ascender.
6. Podemos inferir que o poeta é um ser que reflete
sobre o que sente e sobre o que o rodeia. Assim, consciente da distância entre
o que idealiza e a imperfeição do mundo, o «eu» fica «_____» (v. 14). Tendo
conhecido a «______» (v. 1), o sujeito poético sente que só lhe restam «______»
(v. 13). O destino do poeta parece ser, assim, a busca da totalidade, da beleza,
da «ideia ______» e a limitação ao finito, ao contingente, à imperfeição. Daí o
«_______» que dá título ao poema.
[a copiar depois (uma resposta que tirei de Entre Nós e as Palavras, Santillana):]
.
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Lê «Um génio que era um santo» (pp.
291-292), de Eça de Queirós, mas
sobre Antero
de Quental.
Escreve comentário sobre
como Eça e os da sua geração viam Antero, o seu papel e o do próprio grupo de contemporâneos.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Leituras expressivas de sonetos de Antero
{a pôr ainda: «Mixórdia de temáticas
sobre Resumos de Os Maias»}
TPC — Aproveito para lembrar de novo que decorre, até
14 de junho, o prazo do Concurso
José Gomes Ferreira.
Aula 117-118
(27 [5.ª], 28 [9.ª], 29/mai [2.ª, 3.ª, 4.ª]) Este assunto é de gramática mas
também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre
é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias (cap. II) que está em discurso
direto para discurso indireto:
Discurso
direto
— Mas para onde fugiram,
Pedro? Que sabes tu, filho? Não é só chorar...
— Não sei nada —
respondeu Pedro num longo esforço. — Sei que fugiu. Eu saí de Lisboa na
segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partiu de casa numa carruagem, com uma
maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena.
Disse à governanta e à ama do pequeno que ia ter comigo. Elas estranharam, mas
que haviam de dizer?... Quando voltei, achei esta carta.
Discurso
indireto
Afonso perguntou _____
para onde _____. Perguntou _____ que ______ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro
_______ e acrescentou que ___ que ela ______. Disse também que ele saíra de
Lisboa na segunda-feira e que, ________ noite, ela partira de casa numa
carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha
________, e a pequena. Pedro relatou depois que Maria ______ à governanta e à
ama do filho que ia ter _______ e que elas _______. Exclamou que não poderiam
ter dito outra coisa e disse que, quando _______, tinha achado ______ carta.
Sintetizemos as alterações (incluindo também as que não
calhou serem necessárias) que decorrem na passagem
do discurso direto a discurso indireto:
Travessão
ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção
subordinativa completiva
|
Eg «— respondeu Pedro»
>
«Pedro
respondeu _____ [...]»
|
Vocativo
passa a Complemento indireto
|
Eg «Pedro» > «_______________»
|
Trocas
de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)
|
Presente
> ________________;
Perfeito
> _________________________; Futuro > Condicional; Imperativo >
Conjuntivo
|
Trocas
de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)
|
1.ª,
2.ª > ____
|
Trocas
de deíticos
|
ontem
> na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui
> ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______
|
Acomodações
(mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade
|
Eg «Não é só chorar...»
talvez pudesse ficar «não bastava chorar»
|
Repara
agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para onde tinham
fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...
Pedro não sabia nada. Sabia que ela
fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de
casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que
tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter
com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara
aquela carta.
No discurso
indireto livre, o
narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente
mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se
marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao
discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto
livre os tempos verbais mudam. (No
manual, esta matéria está nas pp. 274-275.)
Seguem-se dois passos de Os Maias que abordam diferentes modelos
de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. O segundo também está em «A
educação à inglesa» (manual, p. 257):
[cap. I]
Odiando tudo o que fosse inglês, não consentira que seu
filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe
provou que era um colégio católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias,
sem fogueiras pelo S. João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas
ruas — não lhe parecia a religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela à heresia; — e para o educar
mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde de Runa.
O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de
Afonso da Maia cobria-se de
tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o
forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do
reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
— Quantos são os inimigos da alma?
E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
— Três. Mundo, Diabo e Carne...
Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o
reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o
lenço do rapé sobre o joelho...
[cap. III]
Vilaça, sem óculos, um
pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da
orelha, e ia dizendo:
— Então o nosso
Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa... Mimos e
mais mimos, naturalmente...
Mas o Teixeira, muito
grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia
Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se
ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num
quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de
água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse
a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus
lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era
sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às
árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E
depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às
vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
No primeiro trecho, relativo à educação
de Pedro, há duas ou três linhas que podem exemplificar o discurso indireto livre. Sublinha-as.
No trecho já do cap. III, com a ida de
Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de Carlos (contrastada com a
de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que seguira o pai de Carlos), temos
todo um parágrafo em discurso indireto livre, o {circunda a melhor opção} primeiro / segundo / terceiro /nonagésimo
segundo. Para nos apercebermos das
características desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe
corresponderia nos outros modos de reprodução do discurso no discurso:
Discurso direto
— ________ Senhoria, ______ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que
_________ com uma vara de ferro! __________! Não tinha a criança cinco anos já
dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma
tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se
soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria
morta. Deus _______________... Mas não, parece que __ o sistema inglês. _____
correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho
de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas
coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita
dureza. — desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, ____________.
Discurso indireto
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça,
retorquindo-lhe que Carlos não era mimado e que o coitado ________ com uma vara
de ferro. Disse ainda que se ____________. {basta
até aqui}
«Se soubermos
ler Os Maias, Carlos não fraquejou por causa da educação recebida, mas apesar da educação recebida.» Comenta
esta frase, de Jacinto do Prado Coelho.
{O trecho que ponho a seguir, tirado de Carlos Reis, Eça de Queirós, Edições 70, Lisboa,
2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse comentário. Completa as
lacunas:}
Afonso da Maia, como que
procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído ______, adota um
modelo educativo britânico regido pelo precetor ____ em vez do ____ e da
cartilha defendidos pelo abade _______, a educação de Carlos privilegia agora o
exercício físico e o contacto com a ________, o que confere à criança um vigor
que contrasta com a debilidade de ________. Entretanto, o que a ação d’Os Maias
acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente ____ foi
capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.
Algumas das personagens
d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda
que por vezes em
termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da
Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à
presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos _________ da
família Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim,
efeitos de uma ______ biológica que parece não afetar ______, como se neste se
tivesse recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo,
apesar disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao
fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família
antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um _______
que a transcende.
Malèna (Giuseppe Tornatore)
|
Os Maias (Eça de Queirós)
|
A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)
|
|
Tempo — tempo
da história vs. tempo do discurso
|
|
O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo das
acontecimentos narrados) está bem _______. O narrador-protagonista refere que
se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma
bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento
histórico que permite situar o exato começo da ação: nessa mesma data, o Duce (Mussolini) anunciava a entrada
da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra). Com efeito, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corres-ponde aos
anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos
que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida
normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que
trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que
o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contex-tualizadora.)
Sabemos que o tempo do discurso
vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os
outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, que virá até
próximo do nosso _______.
|
Nos Maias, quando o cap. I começa, estamos
em 1875 e, durante umas páginas, descreve-se-nos o Ramalhete. Ainda durante o
cap. I e até ao IV, vamos ter uma ______ que nos dá a história da família
entre 1820 a 1875 (juventude, exílio e casamento de Afonso; infância de Pedro
em Inglaterra, regresso a Benfica, suicídio de Pedro; infância e educação de
Carlos — um dia de abril em Santa Olávia ocupa quase todo o capítulo III —,
estudos em Coimbra; viagem pela Europa). Os capítulos IV a XVII são o miolo
da narrativa, incluindo a ação da _____ principal, 1875-1876. No início do
capítulo XVIII, vários anos são-nos dados em sumário, de umas três páginas (Carlos e Ega a viajarem, em1877, e
o regresso de Ega a Lisboa); e, depois de uma elipse que nos coloca em 1886-1887, temos algumas horas apenas de
Carlos regressado a Lisboa dadas em todo o resto do capítulo. Em suma, o discurso não cumpre a ordem temporal da história (dada a analepse nos três primeiros capítulos) e também
não é proporcional, em termos de duração
(há resumos, elipses, resumos-elipses
— «Mas esse ano passou, outros anos passaram» (início do cap. III); «E esse
ano passou. [...] Outros anos passaram» (cap. XVIII) — decerto muitos
momentos de pausa, em que o tempo
da história é «menor» do que o do discurso, como sucede na _____ inicial do
Ramalhete), embora também haja isocronias
(as várias cenas dialogadas). O tempo
da história corresponde a cerca de setenta anos (o tempo do discurso, se quisermos, ao total de páginas de cada
edição).
|
Na Ilustre Casa de Ramires, se não
considerarmos o tempo da novela _________ encaixada, tudo se passa quase
segundo a ordem da diegese (se
também descartarmos, ainda no capítulo I, a analepse em que se nos dá, em relativo resumo, o passado de Gonçalo e da família). Quanto à relação
discurso/história em termos de duração,
temos de assinalar, no início do cap. XII, uma elipse de quatro anos («Quatro anos passaram ligeiros e leves
sobre a velha Torre, como voos de ave»), que antecede o ____ que constitui
todo esse último capítulo. Entretanto, a novela histórica e todas as alusões
aos ascendentes de Gonçalo implicam recuos diversos, pontuais, sobretudo ao
século XII.
|
TPC — No Caderno
de atividades, as pp. 34-35 trazem uma ficha sobre ‘Reprodução do discurso
no discurso’ (incluindo, é claro, o discurso indireto livre). Reproduzirei essa
ficha no blogue, já com as soluções. No manual, as pp. 389-391 são ainda
melhores.
Aula 119-120 (30
[9.ª, 4.ª], 31/mai [5.ª, 2.ª, 3.ª])
Questionário
de gramática
Versão
com o simpático coreano Son
Sem consultares outros elementos além desta folha,
classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante,
subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar
completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).
Para que percebamos Antero, convém olhar para as
suas barbas fulvas.
|
|
Umas escolas escolhem O ano da morte de Ricardo Reis, outras escolhem Memorial do Convento.
|
|
O estúpido do stor pretendia que nos
espalhássemos naquele item.
|
|
As paisagens que vemos na poesia de Cesário
são urbanas e rurais.
|
|
Como há greve de estivadores, não sei se os
Prémios Tia Albertina chegarão a tempo.
|
|
Espero que os Tia Albertina, que aliás são
apetecíveis e valiosos, cheguem a tempo.
|
|
Ponta Delgada, onde nasceu Antero, deu
outros vultos importantes à cultura portuguesa.
|
|
Como a abstenção foi demasiado grande, serão todos doravante
obrigados a votar.
|
|
Quem concorra ao Concurso José Gomes Ferreira arrisca-se a vencer.
|
|
António Costa votou na Jorge Barradas pois
agora vive em Benfica.
|
|
O Liverpool perderá se não marcar bem o
simpático coreano Son.
|
|
Amou, perdeu-se, morreu amando.
|
|
Renato gostava tanto de Malèna, que lhe
escrevia cartas e cartas.
|
|
Ainda que o prazo termine a 14, haverá decerto
concorrentes ao José Gomes Ferreira.
|
|
As aulas terminarão na quarta mas os alunos
vão estudar para os exames.
|
|
Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Luís Filipe Vieira considera João Félix inegociável.
|
|
É importante escolhermos com atenção os Tia
Albertina.
|
|
Cumprimenta-nos, ganhámos a lotaria!
|
|
A sopa de espinafres, que adoro, está
azeda até dizer chega.
|
|
Ufa!. Felizmente, chegaram enfim as férias.
|
|
Versão
com bolos tremendamente bonitos e dulcíssimos
Sem consultares outros elementos além desta folha,
classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante,
subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar
completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro).
Sabes que até nem gosto desta pergunta?
|
|
Por comeres pouco limão, tens as gengivas, que
até eram bonitas, completamente podres.
|
|
Vê se as cábulas não ficam à vista do
professor.
|
|
Os bolos que se vendem no Califa são
tremendamente bonitos e dulcíssimos.
|
|
Marta, cujo trabalho
tratou de Perseu e Andrómeda, venceu as Olimpíadas da Cultura Clássica.
|
|
Decerto vencerás o Concurso Literário José
Gomes Ferreira se concorreres em teatro.
|
|
Ainda os aceitarei, portanto vamos fazer
trabalhos atrasados.
|
|
Quem vença o Concurso da «Ética na vida e no
desporto»
ganha uma batelada de dinheiro.
|
|
Mal chegou o bom tempo, foi tudo para a praia
estudar gramática.
|
|
Vim, vi e venci.
|
|
A Mariana de Um Amor de Perdição era tão boa enfermeira, que beijava o
sangue de Simão.
|
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Apesar de Os
Maias não serem fáceis, alguns alunos fizeram interessantes trabalhos.
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As aulas terminam a 5 e as reuniões de
avaliação começam a 6.
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No 12.º lê-se O ano da morte de Ricardo Reis ou estuda-se Memorial do Convento.
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A fim de tudo ser justo, nas
finais da Liga Europa e da Liga dos Campeões haverá árbitros estrangeiros.
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Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
O exercício que estão a resolver é mais
fácil que o exame de não sei quê.
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Olhei-te de frente, de cabeça
levantada.
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Os exames fazem que regressem as angústias.
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É triste chumbarem tantos alunos por causa
da gramática.
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Todos achámos Amor de Perdição muito triste.
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Circunda a(s)
alínea(s) que descreve(m) a tua situação relativamente à leitura de Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires:
a) Li o livro na totalidade.
b) Li
quase todo livro, faltando-me uns míseros três capítulos (ou por aí).
c) Li
cerca de metade da obra.
d) Li cerca
de um terço da obra.
e) Li os
dois ou três primeiros capítulos.
f) Na
verdade, ainda não li mais do que o primeiro capítulo (mas esse li-o todo).
g) Ainda
não completei o primeiro capítulo mas já li as páginas iniciais do livro.
h) Li a
capa, o anterrosto, o frontispício (ah!, e a lombada).
i) Li o
livro o ano passado, já que estava no 11.º ano.
j) Li o
livro o ano passado (na verdade, não o cheguei a ler todo, mas, pelo menos,
estudei-o e ouvi falar sobre ele, já que estava no 11.º ano).
k) Li
resumos mas quase nada do livro propriamente dito.
l) Li
todo o livro, mas nas férias de verão, pelo que já tudo se me varreu do meu
cérebro tão cheio de solicitações.
m) Vi o
filme, recente, realizado por João Botelho (que é bem secante!).
n) Li
todo o livro, mas fi-lo há dez anos pelo que já não me lembro do enredo.
o) Não
li, mas tenciono ler nas férias, na véspera do exame de Física e Química /
Geografia.
p) Não
li e não tenciono ler, por ser difícil compatibilizar os meus afazeres próximos
— treino intensivo para uma competição de curling
— com a leitura do grande romance do magistral Eça.
q) Não li, não tenciono ler e tenho ódio a quem leu.
Entrega esta
folha e, se já leste uma das obras razoavelmente, pede o questionário sobre o
livro em causa (A Ilustre Casa de Ramires
ou Os Maias). Se pouco ou nada leste,
resolve a tarefa que te vai ser indicada ou distribuída.
Questionário sobre Os Maias
O passo que não é de Os Maias é:
a) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe
arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o
que eu respondi [...]»
b) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que
rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna
alumiava. Era a redação d’A Tarde».
c) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande
poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às
escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez
derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».
d) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de
canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar
encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».
O passo que não é de Os Maias é:
a) «Mas era impossível encontrar o maestro,
porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em
casa».
b) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não
pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu
Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
c) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao
colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu
lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
d) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça!
Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».
Pertence a Os
Maias o trecho
a) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento
então, com a Ameliazinha...».
b) «Não, não queria ficar na terra perversa
donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na
rua os Jacintos!».
c) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança.
Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».
d) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha
havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se
daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».
O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é
a) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso —
exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».
b) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em
Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais...
Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo
D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».
c) «Então, que diabo, os rapazes tinham
querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as
suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela
melancolia [...]».
d) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss
Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se
sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair
do movimento das suas saias».
Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão
conversando por Lisboa, a
a) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões
filosóficas, a esbofetearem um americano.
b) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem
considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
c) discutirem sobre as corridas de cavalos,
recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
d) discutirem escolas literárias, refletirem
sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.
Um pouco marginais à intriga passional (embora
com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que
constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal
oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:
a) jogo de críquete; manhã de veraneio no
Estoril, serão em Santa Olávia.
b) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.
c) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia
de casamento burguês.
d) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.
A morte de Afonso
a) não chega a ocorrer dentro da cronologia que
é dada pelo discurso da obra.
b) é completamente independente da intriga
amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
c) ocorre em momento pouco posterior ao
reconhecimento da tragédia.
d) é anterior ao conhecimento do parentesco que
havia entre Carlos e Maria Eduarda.
A estes espaços podemos associar,
respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Sintra, Toca, Trindade.
b) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.
c) Paris, Ramalhete, Sintra.
d) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.
Quando, pela última vez, se encontra
amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) acredita ser ela um seu tio.
b) sabe que ela é sua irmã.
c) julga ser ela sua prima.
d) não sabe ainda que ela é sua irmã.
A alínea que só tem personagens de Os Maias é
a) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.
b) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.
c) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.
d) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.
Não há nenhuma personagem de Os Maias em
a) Raquel, Mac Gren, Baptista.
b) Ega, Alencar, Tancredo.
c) Melanie, Macário, Basílio.
d) Acácio, Fradique, Artur.
A alínea que só tem mamíferos irracionais
mencionados nos Maias é
a) Cavalão, Bonifácio, Niniche.
b) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.
c) Memé, Lucinda, Cavalão.
d) Lucinda, Niniche, Bonifácio.
Algumas das personagens, bastantes planas, podem
ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos
«’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Neves, Guimarães, Dâmaso.
b) Palma Cavalão, Castro
Gomes, Craft.
c) Diogo, Monforte, Steinbroken.
d) Neves, Diogo, Cruges.
Esta série de caracterizações — alto funcionário
público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a
a) Teles da Gama; Cruges; Ega.
b) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.
c) Cruges; Taveira; Mac Gren.
d) Taveira; Sousa Neto; Cruges.
À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem,
por esta ordem,
a) político conservador, diplomata, poeta.
b) pretensioso, banqueiro judeu, romântico
decadente.
c) romântico, político corrupto, poeta realista.
d) cobarde, revolucionário, escritor.
Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades,
Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.
b) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.
c) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.
d) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.
Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias
a) Teixeira, Juliana, Taveira.
b) Domingos, Baptista, Melanie.
c) Vilaça, Anselmo, Melanie.
d) Lola, Silva, Baptista.
As expressões «Chique a valer!», «Oh yes»,
«C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento»
pertencem, respectivamente, a
a) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.
b) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.
c) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.
d) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.
A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio
do Dâmaso» corresponde a
a) Eusébio, Ega, Guimarães.
b) Souselas, Ega, Castro
Gomes.
c) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.
d) Vilaça, Cohen, Castro
Gomes.
Estão ligadas ao jornalismo as personagens
a) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.
b) Palma, Neves, Guimarães.
c) Castro Gomes,
Neves, Ega.
d) Ega, Neves, Sousa Neto.
Questionário
sobre A Ilustre Casa de Ramires
Barrolo era
a) bonacheirão e ingénuo.
b) rígido mas alegre.
c) tristonho e
ressentido.
d) otimista e
racional.
Gracinha e André Cavaleiro
a) ficaram-se por
paixão platónica.
b) namoraram mas sem
envolvimento físico.
c) chegaram a
concretizar fisicamente o seu amor.
d) beijaram-se apenas.
Quem lançara a Gonçalo
o desafio de escrever uma novela histórica fora
a) o Castanheiro.
b) o Barrolo.
c) André Cavaleiro
d) o Videirinha.
Por intervenção da
mulher do Casco, Gonçalo
a) pede a libertação
do Casco e dá guarida ao filho doente.
b) prende o Casco e
ajuda na educação do filho.
c) aceita-a como
empregada e manda fazer sepultura para o Casco.
d) manda prender a
Rosa.
Ana Lucena era
a) bonita e tinha
conversa fácil.
b) atraente mas pouco
sofisticada.
c) filha de talhante e
feia que doía.
d) boa pessoa.
Antes de, no último
capítulo, regressar, Gonçalo estivera
a) no Algarve.
b) em África.
c) em Paris.
d) em Londres.
Em carta anónima que
recebe, Barrolo é tratado por
a) Barrelas.
b) Bacoco.
c) Barrolinho
d) Parolo.
O caçador de Nacejas
era
a) mais jovem e
corajoso do que Gonçalo.
b) mais cobarde do que
Gonçalo.
c) mais velho que
Gonçalo.
d) de classe social
mais alta que Gonçalo.
A reaproximação de
Gonçalo e André Cavaleiro teve que ver com
a) paixão de Gonçalo
por irmão de Cavaleiro.
b) interesses de
dinheiro de André e amorosos de Gonçalo.
c) devaneios de
Gonçalo e ambições políticas de Cavaleiro.
d) a ambição política
de Gonçalo e os devaneios de André.
Ameaçado pelo «caçador
de Nacejas», Gonçalo
a) queixa-se.
b) foge.
c) grita.
d) perde as
estribeiras.
Videirinha tocava
a) flauta.
b) violão.
c) acordeão.
d) piano.
A morte de Sanches
Lucena
a) prejudicou a
carreira de Gonçalo.
b) abriu uma
oportunidade para Gonçalo.
c) foi importante para
a redação da novela histórica.
d) deprimiu Gonçalo.
Quem viajou com
Gonçalo foi
a) o Padre Soeiro.
b) a Rosa.
c) o Bento.
d) André Cavaleiro.
Em tempos, o Cavaleiro
a) fora incorreto com
Gracinha.
b) não pudera casar
com Gracinha por lutas familares.
c) fora impedido pelo
pai de casar com Gracinha.
d) fora rejeitado por
Gracinha.
Maria Mendonça era
a) uma criada.
b) uma burguesa-nobre
casamenteira.
c) a amante do Sanches
Lucena.
d) a irmã de André.
Gonçalo e Barrolo eram
a) cunhados.
b) primos.
c) irmãos.
d) genro e sogro.
Uma das personagens da novela histórica que
Gonçalo escreve é
a) o Perneta.
b) o Cego.
c) o Bastardo.
d) o Louco.
O
parágrafo «— Oh infame!... Então no outro dia assim me larga, sem escrúpulo,
depois de eu lhe preparar um cabrito estupendo, assado num espeto de cerejeira?
E para quê?... Para uma orgia reles, com bolinhos de bacalhau e bichinhas de
rabiar!»
a)
é de A Ilustre Casa de Ramires e está
em discurso direto.
b) é de A
Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.
c) não é de A
Ilustre Casa de Ramires e está em discurso direto.
d) não é de A
Ilustre Casa de Ramires e está em discurso indireto livre.
O
passo seguinte de Os Maias pertence
ao capítulo VI, integrando o episódio do jantar
no Hotel Central (no manual, pp. 258-259, embora se omita este
diálogo).
— Bem sei! Os Castro Gomes... Conheço-os muito... Vim com eles de Bordéus... Uma gente muito chique que
vive em Paris.
Carlos voltou-se, reparou
mais nele, perguntou-lhe, afável e interessando-se:
— O Sr. Salcede chegou agora de Bordéus?
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste:
ergueu-se imediatamente, aproximou-se
do Maia, banhado num sorriso:
— Vim aqui há quinze dias, no Orenoque.
Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham! Esta gente conheci-a em Bordéus. Isto é,
verdadeiramente, conheci-a a bordo. Mas
estávamos todos no Hotel de Nantes. Gente muito chique: criado de
quarto, governanta inglesa para a filhita, femme de chambre, mais de
vinte malas... Chique a valer! Parece incrível, uns brasileiros... Que ela na
voz não tem sutaque nenhum, fala como nós. Ele sim, ele muito
sutaque... Mas elegante também, Vossa Excelência não lhe pareceu?
Passa a fala de Dâmaso no último
parágrafo, que está em discurso direto,
para discurso
indireto livre. Num momento inicial, quando a voz ainda é, mais
claramente, a do narrador, podemos aproveitar o parágrafo anterior, como já fui
fazendo:
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu-se
imediatamente, aproximou-se do Maia, banhado num sorriso. Viera havia uns quinze
dias, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Também muito
característica do estilo de Eça é a hipálage,
figura de estilo em que se transferem caracterizações humanas para as partes do
corpo, para tecidos ou vestidos, para objetos, etc. (Podes ver definição no
glossário da p. 394.) Por exemplo, em
«Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o adjetivo
«______» reporta-se, no fundo, a ______, embora, gramaticalmente, modifique o
nome «______». E, em
«Dá-me cá esses ossos honrados,
honrado inglês!» (p. 258, ll. 16-17),
Tomás de
Alencar caracteriza _____ como «honrado», ao modificar o nome comum «_____»
(ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à
personagem, no vocativo «honrado inglês!»).
As hipálages
seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador
restritivo, que estará associado a um objeto mas se reportará aos «donos» desse
objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das
Hipálages», Camões. Revista de Letras e
Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]
cigarro pensativo
cigarro lânguido
sobrancelhas
meditativas
lábios devotos
mão pacificadora
sedas impúdicas
braço concupiscente
braços pasmados
sala séria de tons
castos
leito de ferro
virginal
chá respeitoso
o peixe austero
as tias, fazendo as
suas meias sonolentas
raspar espavorido dos
fósforos
as lojas loquazes dos
barbeiros
saias ligeiras e
ilegítimas
lenta humidade das
paredes fatais do Ramalhete
Leituras expressivas de sonetos de Antero
Malèna (Giuseppe Tornatore)
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Os Maias (Eça de Queirós)
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A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós)
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Espaço —
espaço físico; simbolismo
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O local em que
começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o mesmo, a
avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo ____, tudo se passa em
Castelcuto.
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Nos Maias, Lisboa é o espaço da parte ‘____
de costumes’ (o sarau, na Trindade; as corridas, em Belém; o jantar, no Hotel
Central; etc.). Como espaços da parte ‘intriga’, destacaríamos as várias
casas da família (Benfica, Santa Olávia, Ramalhete; a Toca), Coimbra, Lisboa,
Sintra. Há alusões pontuais a Inglaterra, França, Itália, Espanha, Brasil. No
epílogo, no episódio do passeio final, o cenário é bastante _____: Carlos e
Ega sobem do Passeio Público até ao Chiado, à estátua de Camões, para
concluírem que Portugal, tendo mudado, não mudou.
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Na Ilustre Casa, o espaço físico
principal pertence a uma zona a partir da Torre (Santa Ireneia, _____,
Oliveira). Esta geografia é inspirada no que Eça conhecia da área de Resende
(Lamego), sede da nobre família da sua mulher. Há, porém, ambiguidades (cfr. referência à orla marítima).
Surgem como espaços a que se alude pontualmente Coimbra, Porto, Lisboa.
África, no final, começa por ser vista como hipótese de regeneração., como
desfecho das outras viagens de Gonçalo. A Torre dos Ramires também _____ ora
os feitos dos Ramires heroicos ora a própria decadência de Gonçalo (e de
Portugal).
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Aproveito para
lembrar de novo que decorre, até 14 de junho, o prazo do Concurso José Gomes Ferreira.
Aula 121-122
(3 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 5/jun [2.ª, 3.ª]) Correções breves de aspetos do
questionário de gramática. (Para o questionário sobre Os Maias, cfr. Apresentação.)
Correção do questionário de gramática
Leituras expressivas de sonetos de Antero
(finais das duas Ligas).
3.º
período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se
chegar a uma média)
Assistência a conclusão de Malèna e conversas sobre avaliação.
A
pensar em 2019-2020 —
Escola ainda vai escolher obra de leitura
integral no 12.º ano (decisão é entre O ano da morte de Ricardo Reis e Memorial do Convento, ambas de José Saramago). Se a opção for
tomada ainda antes do início do ano letivo próximo, anunciá-la-ei no blogue,
para poderem começar a leitura. De qualquer modo, também podem sempre dedicar-se
a algum livro dos do Projeto de leitura
(essa lista de obras posso pô-la em breve, já que é fixa e está nos programas).
Ainda
até dia 14 — Concurso literário José Gomes Ferreira.
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