Sunday, August 27, 2017

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 27-52)



Aula 27-28 (31/out [2.ª, 3.ª], 2/nov [4.ª, 5.ª, 9.ª]) Correção do questionário de gramática feito na penúltima aula (ver Apresentação).
Na p. 50, vê a cantiga de amor «Se eu podesse desamar», de Pero da Ponte. Passa-a para prosa, adotanto a ordem mais natural das palavras e substituindo os termos antiquados por outros mais atuais (com significado idêntico). Cada estrofe constituirá um parágrafo.
Glossário — buscar = ‘procurar’ | coita = ‘sofrimento’ | mais = ‘mas’ | sol nom = ‘nem mesmo’ | per esto = ‘por isto’ | dormio = ‘durmo’ | rogar = ‘pedir’ | desampar = ‘desamparar’ | vel = ‘ou’ | en = ‘disso’ | lazerar = ‘sofrer’
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

De Cantigas de Medievais Galego-Portuguesas (http://cantigas.fcsh.unl.pt/):
            Nesta bela cantiga de amor, ao mesmo tempo simples e retoricamente muito elaborada, Pero da Ponte exprime o seu (impossível) desejo de vingar-se daquela que sempre o tratou mal, pagando-lhe na mesma moeda: deixando de a amar, procurando o seu mal e fazendo-a sofrer. Mas é este um desejo impossível, até porque a culpa é do seu próprio coração, que o fez desejar quem nunca o desejou. Sem poder dormir, só lhe resta pedir a Deus que desampare quem sempre o desamparou e lhe dê a ele a capacidade para a perturbar um pouco — e assim já dormiria. Ou, pelo menos, que lhe desse coragem para falar com ela.
            A cantiga é também tematicamente original, na medida em que a tradicional resignação do trovador face ao sofrimento que lhe inflige a sua senhora, elemento tópico da cantiga de amor, é aqui declaradamente substituída pelo desejo de vingança. Note-se ainda a rara variação que ocorre, em estrofes alternadas, no v. 1 do refrão.

            Resolve o exercício 1 no final da p. 53:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __.

            Compara «O que eu gosto do meu Anselmo!» (Lopes da Silva) com a lírica trovadoresca:


cantigas de amigo
cantigas de amor
Anselmo
«eu»
___ (que percecionamos como do povo)
homem (nobre, identificável com o trovador)
Henriqueta Lopes da Silva (com intervenções de Anselmo)
«tu»
confidente
pode ser a «___»
entrevistador
assunto
namoro (e circunstâncias que o envolvem)
___ (e razões desse amor; superlativação da «senhor»)
amor (e razões desse ___; desvalorização de Anselmo)
vivência
quotidiana (popular)
idealizada (___)
de idealizada (amor) a objetivada (o gosto de Henriqueta)
confidencialidade
não se escondem elementos acerca do namorado
há reserva, a «mesura»; a «senhor» ___ é identificada
não há ____ (contra a vontade de Anselmo, que fica constrangido)

            Na parte de A história da minha vida que estivemos a ver, o protagonista (e narrador) dá a sua teoria para o surgimento do conceito de «amor», que situa na Idade Média, em contexto palaciano, com intervenção de trovadores. Segundo ele, o amor teria surgido porque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ora, esta justificação — absolutamente inventada — até pode relacionar-se com características das cantigas de amor. Nestas, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Para estudo, e não para me me entregares, lê as pp. 66 e 67 do Caderno de atividades (com perguntas sobre uma cantiga de amigo e sobre uma cantiga de amor) e as respetivas soluções (p. 100). (Reproduzo aqui as páginas em causa, para o caso de não teres o Caderno de atividades.)


Aula 29-30 (6 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 7 [4.ª], 8/nov [9.ª]) Correção do trabalho de redação de fragmentos inspirados em bandas sonoras de filmes.

            Depois de ouvirmos uma crónica do programa Lugares Comuns (Antena 1; outros programas, aqui), de Mafalda Lopes da Costa, sobre a expressão idiomática «dizer cobras e lagartos», preenche:
Expressão (lugar comum)
Dizer cobras e lagartos [de alguém]
Significado
‘Dizer muito mal de alguém’, ‘difamar uma pessoa’.
Origem (etimologia)
hipótese 1: cobra teria o significado de «cobla» e fazer escárnio de alguém seria satirizar alguém através de ______;
hipótese 2: de origem bíblica (Salmo 91, 13), relacionável com dragão/basilisco que matava pelo _______;
hipótese 3: ligada à crença medieval de que alguém possuído pelo demónio e, depois, exorcizado expeliria cobras e _________.

            Dicionário da Língua Portuguesa, «Dicionários Editora», Porto, Porto Editora, 2011, p. 370:


            Lê a cantiga de escárnio e maldizer, de João Garcia de Guilhade, «Ai, dona fea, fostes-vos queixar» (p. 56). Começa até por ler a versão modernizada que ponho a seguir:
            Natália Correia, Cantares dos trovadores galego-portugueses, Lisboa, Estampa, 1970, p. 137:
Ai, dona feia, foste-vos queixar
de que vos nunca louvo em meu trovar.
Mas umas trovas vos quero dedicar
em que louvada de toda a maneira
sereis; tal é o meu louvar:
dona feia, velha e gaiteira.

Ai, dona feia, se com tanto ardor
quereis que vos louve, como trovador,
trovas farei e de tal teor
em que louvada de toda a maneira
sereis, tal é o meu louvor:
dona feia, velha e gaiteira.

Ai, dona feia, nunca vos louvei
em meu trovar eu que tanto trovei
e eis que umas trovas vos dedicarei
em que louvada de toda a maneira
sereis e assim vos louvarei:
dona feia, velha e gaiteira.

            Na versão original da cantiga, repara nestas formas, atualmente incorretas:

Como está na cantiga
Como escreveríamos nós
v. 1
fostes-vos
foste-vos
v. 17
direi-vos


            Completa (quando houver, pronominaliza os complementos):
diz-se que o julgamento se realizará
o julgamento realizar-se-á
deve-se escrever
jamais
comprarás as abelhas

localizaríamos o meliante

traremos o avião

beijarei a sogra

abriria a garrafa

direi as mentiras

venderão ao esquimó o gelado

vou cantar as cantigas

comes a comida do cão

come a comida do gato

pisam os cocós de cão escorregadios


Completa:
João Garcia de Guilhade, «Ai, dona fea, fostes-vos queixar»
Síntese
Paródia ao amor cortês. O «eu» elogia a senhora, a «dona», no estilo do que costumava ser feito nas cantigas de __, mas, no refrão, trata-a como «fea, velha e sandia», o que mostra que o resto da sextilha é __.
Adjetivos depreciativos
fe(i)a, __, sandia/gaiteira
«Dia em que se pode chamar nomes aos colegas» (Lopes da Silva)
Síntese
Paródia em torno da moda de estabelecer estratégias para gerar bom ambiente de trabalho nas ___. Haveria dias e horas «temáticos», mas, neste caso, consagrados a temas ___.
Adjetivos depreciativos (ou nomes)
___, pateta, idiota, palonça, imbecil, nabo, monotomate, urso, atraso de vida, estúpido, parvo do catano, energúmeno, labrego, pacóvio, chouriço, bardinas, songamonga, estronço, cafageste, animal, bronco, cara de cu
«A tua camisa é feia» (Lopes da Silva)
Síntese
Paródia que aproveita o estereótipo de que as mulheres dariam demasiada importância à escolha da ___. Carla não se ___ com nenhum dos defeitos que lhe atribui a amiga, só se magoando quando esta lhe critica a blusa («não é muito gira»).
Adjetivos depreciativos (ou nomes)
repugnantezinha, badalhoca, galdéria, pega, falsa, ___, besta, estúpida

Sobre Adjetivo (cfr. p. 320; e, por exemplo, pp. 264-265 do P-9):
            Palavra que, tipicamente, permite variação em género, em número e em grau. O adjetivo é o núcleo do grupo adjetival.
Subclasses do adjetivo
Adjetivo qualificativo — Exprime qualidades, atributos do nome. Tipicamente, a posição do adjetivo qualificativo é pós-nominal. Alguns destes adjetivos ocorrem à direita e à esquerda do nome, correspondendo esta ordem a interpretações diferentes.
Tens um belo chapéu. | É sem dúvida um rapaz grande. /... um grande rapaz.
Adjetivo numeral — Expressa ordem ou sucessão numa sequência. Ocorre geralmente em posição pré-nominal.
Este foi o meu primeiro livro de histórias. | Chegámos rapidamente ao terceiro andar.
[ Adjetivo relacional — Deriva de um nome e revela uma relação de agente ou posse relativamente ao nome. Ocorre em posição pós-nominal e não varia em grau.
Foi a crítica musical que fez disparar as vendas. | Deixei o meu irmão no parque infantil. ]

Relaciona — por aproximação ou por contraste — o excerto de Astérix e o regresso dos gauleses (p. 57 do manual) e a cantiga de escárnio e maldizer que lemos hoje (ou as cantigas de escárnio e maldizer em geral).
(No fundo, acabarás por justificar a colocação desta página de BD nas proximidades da cantiga que vimos.)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Estuda a ficha 19 do Caderno de atividades (p. 37), sobre ‘pronominalização’ (para quem não tenha o caderno de atividades, reprodução aqui).


Aula 31-32 (7 [2.ª, 3.ª], 9/nov [5.ª, 9.ª, 4.ª]) Correção de trabalhos agora devolvidos.

            Lê esta versão atualizada da cantiga de escárnio e maldizer, de Pero Garcia Burgalês, cujo texto original está na p. 58. Começa por ler o texto modernizado por Natália Correia (em baixo) e, depois, relanceia o original em português antigo e a síntese na p. 59.
Natália Correia, Cantares dos trovadores galego-portugueses, Lisboa, Estampa, 1970, p. 173:
Foi Rui Queimado morrer de amor
em seus cantares, ao que dizia,
por uma dama e porque queria
mostrar engenho de trovador.
Como ela lhe não quis valer,
fez-se ele em seus cantares morrer,
mas ressurgiu ao terceiro dia.

Demonstrar quis o seu fervor
por uma dama, mas eu diria:
preocupado com a mestria
dos seus cantares, tem o pendor
de, embora morto, lograr viver.
Isto só ele pode fazer
porque outro homem não o faria.

E já da morte não tem pavor,
se não mil vezes a temeria.
Próprio é da sua sabedoria
viver enquanto morto for.
Em seus cantares pode morrer
estando vivo. Maior poder
obter de Deus não poderia.

Desse-me Deus igual poder de,
embora morto, poder viver,
e nunca a morte me assustaria.

            Depois, tenta ler a cantiga de escárnio e maldizer, de Pero da Ponte, «Quen a sesta quiser dormir», na p. 60. Para perceberes o sentido geral, usa o glossário e lê a seguinte síntese (tirada do site de Cantigas Medievais Galego-Portuguesas):
            Pela canícula, depois de se ter almoçado convenientemente noutro lado, sabe bem fazer a sesta na cozinha de um infanção: sem lume aceso e sem moscas (não há géneros alimentícios), é o lugar ideal.
«Roi Queimado morreu com amor»
parodia a ação de uma personagem,
na medida em que satiriza o facto de o trovador Rui Queimado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., para o que estabelece a situação absurda de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
«Quen a sesta quiser dormir»
faz crítica «social» ou de costumes,
na medida em que ilustra com um caso específico — um «infançon» que  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  — o que seria uma circunstância comum: os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

            Em «Relato de engate» (Lopes da Silva) reúnem-se os dois tipos de sátira: paródia ao machista-gabarola (que, afinal, exerce a sua sedução . . . . . . . . . . . . . . . . .); crítica às conversas de colegas de escritório invariavelmente sobre  . . . . . . . . . . . . . . . . . muito efabuladas.

Lê «O país onde a maledicência é melhor que o silêncio» (pp. 61-62). No final, prossegue o texto ainda mais um ou dois parágrafos.
Num primeiro parágrafo não poderás usar a letra a.
Se tiveres tempo para chegar a um segundo parágrafo, passarás a não usar a letra e (mas voltando a poder usar o a).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

            No passo que vamos ver de A história da minha vida há um contraste entre os livros que Raphaël escreve para outros, enquanto tarefa profissional, e o livro que quer assinar como escritor e que pretende tenha valor literário.
            Resume a opinião que cada uma das personagens tem acerca da biografia de Kevin encomendada a Raphaël e do romance — ou romances — com que Raphaël se quer estrear como escritor «ortónimo» (ou ‘escritor com o seu exacto nome’).
Livros
Autobiografia de Kevin
(Direto ao assunto)
Romance(s) de Raphaël
Opinião de...
Kevin
O estilo está demasiado __. Defende que não há __ para se escrever uma autobiografia e pretende que em cada capítulo haja ___ estilo.

[Não leu]
Claire
Embora o estilo de escrita (a forma) seja um tanto ___, o que se relata é ___.
Está ___, mas ainda são apenas as cem páginas iniciais. Raphaël não terá ___ o suficiente para poder fazer um bom romance.
Muriel

[Não leu]
É um livro ___. Falta-lhe ___, há demasiada técnica. Sugere que Raphaël escreva outro.
Raphaël
O estilo de uma autobiografia (como a que escreve para Kevin) deve obedecer a certas «noções de ___».
Está ___ quanto ao seu valor como escritor «literário», mas tem ___ de que a avaliação seja encomiástica.

TPC Com as iniciais dos teus nomes, escreve formas verbais nas pessoas e tempos que indico (só escolhi tempos simples). Se, por teres um nome grande, a lista de tempos se esgotar, continua com infinitivos impessoais. No exemplo, usei o nome completo de Fernando Pessoa e só lancei os verbos para as três primeiras letras. Para se perceber melhor, comecei a pôr ao lado o meu nome, embora resolvesse apenas o primeiro verbo. Escolhe sempre verbos diferentes e, de preferência, que tenham alguma coisa a ver contigo. Cumpre as pessoas, tempos e modos exatamente na ordem que é dada no exemplo de fernando antónio nogueira pessoa. Faz o trabalho numa folha solta. E passa a usar o verso desta folha como modelo para conjugações.

Em Gaveta de Nuvens está link para uma base morfológica (http://www.iltec.pt/mordebe/) onde se pode consultar a flexão de qualquer verbo. Basta escrever o nome do verbo, clicar em «pesquisa» e obtém-se a conjugação dos tempos simples. Nesta base morfológica pode também ver-se que palavras têm determinado prefixo ou sufixo ou que palavras incluem determinada sequência.


Aula 33-34 (13 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 14 [4.ª], 16/nov [9.ª]) Correção do tepecê com frases com «Lembro-me que».

Vai lendo os textos nas pp. 76 e 77, já relativos à unidade em torno de Fernão Lopes, e, em cada item, circunda a alínea melhor.

João de Melo, «Da história à literatura» (p. 76)
ll. 1-13
Nas ll. 1-6, assume-se que o Mestre de Avis
a) se notabilizou como rei de Portugal e, por isso, Fernão Lopes se não ocupou dele.
b) ficou célebre por ter sido rei de grande mérito, mas que o que dele diz Fernão Lopes já o tornaria notável.
c) se distinguiu como rei mas que Fernão Lopes, por isso mesmo, evitou referi-lo nas suas crónicas.
d) não foi um grande rei, embora tivesse sido celebrizado na Crónica de El-Rei D. João I.

A anáfora «ele» (l. 7) tem como referente
a) «Fernão Lopes» (l. 4).
b) «o Mestre de Avis» (l. 3).
c) «cronista-historiador» (l. 7).
d) «outro cronista-historiador» (l. 7).

O pronome presente em «fá-lo» (l. 12) tem como referente
a) «Fernão Lopes» (l. 4).
b) «quem o lê» (l. 12).
c) «ele» (l. 7).
d) «[o] autor» (l. 12).

ll. 14-26
Segundo o cronista de «Da história à literatura», aderimos ao que nos é contado por Fernão Lopes
a) por causa da vivacidade da sua escrita e da sua objetividade enquanto historiador.
b) por causa da emoção na sua escrita e por sermos quase convidados a viver os episódios em questão.
c) porque o texto histórico de Fernão Lopes é realista e imparcial.
d) porque a sua prosa trata de temas sentimentais e ele é «opinioso».

ll. 27-44
No apuramento da verdade histórica, Fernão Lopes usa
a) fontes escritas e testemunhos orais.
b) sobretudo fontes documentais escritas.
c) depoimentos fornecidos de viva voz pelos protagonistas dos feitos relatados.
d) wikipédia, google, Correio da Manhã, «Mais bastidores».

Relativamente aos factos, Fernão Lopes
a) consegue ser neutral, claro, seco.
b) usa de cientificidade investigativa, o que o torna precursor da historiografia moderna.
c) é menos interessante nos dias de hoje do que quanto às capacidades literárias.
d) revela-se inútil atualmente, dado que foi sobretudo  criador, opinativo, embora independente do poder.

ll. 45-49
Fernão Lopes teria dado voz
a) ao povo.
b) às multidões da «arraia miúda» que é o povo.
c) à miúda que, promiscuamente, anda com o povo.
d) às suspeitas do povo.

Henrique Monteiro, «Um cronista militante» (p. 77)
ll. 1-9
Segundo as ll. 5-9, o «eu» de «Um cronista militante»
a) só a partir do século XIV começou a conhecer as séries de televisão.
b) só depois do século XIV estudou algo tão movimentado como as séries de cowboys.
c) só com o estudo da Crónica de D. João I conheceu narrativas com tanta ação como as séries de televisão.
d) só com o começo da televisão a cores conheceria algo de mais movimentado que a Crónica de D. João I.

ll. 10-16
O narrador de «Um cronista militante»
a) teria estudado já as epopeias antigas, mas Fernão Lopes marcou-o mais.
b) viria a ser mais marcado por autores da antiguidade, mas, naquela altura, foi Fernão Lopes que o estimulou.
c) só foi marcado por Fernão Lopes, independentemente de as epopeias antigas serem ou não estudadas.
d) não gostou do estudo dos poemas de Homero e de Virgílio, ao contrário do dos textos de Lopes.

ll. 17-28
O modificador «na altura» (l. 20) corresponde
a) a «pelos anos de 1383» (l. 20).
b) a há mais de seiscentos e trinta anos.
c) ao cimo dos «torreões da Sé» (l. 27).
d) à época em que contactou com a literatura de Fernão Lopes.

ll. 29-40
Segundo o jornalista, Fernão Lopes
a) era bastante faccioso, embora o escondesse bem.
b) era imparcial, independente, justo.
c) não se coibia de ser um pouco parcial no seus juízos, como na adoração por D. João I de Castela.
d) não enganava ninguém, tinha as suas preferências (segundo padrões atuais da historiografia, seria um cocó de cão).

ll. 41-52
O conhecimento histórico acumulado após a época de Fernão Lopes mostrará que o cronista
a) teve sempre razão.
b) era secante mas certeiro nos seus juízos.
c) foi o Jorge Jesus da historiografia (exaltante, vibrante, mas com visão circunscrita a uma perspetiva, com as limitações da sua geração).
d) nem sempre foi claro e simples, apesar de exaltante, vibrante, patriótico.

Os períodos começados por «Que» (ll. 42-52) são
a) parágrafos.
b) complemento direto de «sabemos» (l. 41).
c) de tipo instrucional.
d) de tipo descritivo.

ll. 53-56
O pronome «algo» (l. 53) tem como referente
a) «seja como for» (l. 53).
b) «que ninguém lhe tira» (l. 53).
c) todo o segmento que ocupa as linhas 54-56.
d) «o modo tão belo e empolgante como relata uma situação» (ll. 54-55).

            Escreve as formas verbais com o pronome correspondente ao complemento que sublinhei e com a colocação correta (próclise, mesóclise, ênclise, consoante a situação).
Devoraremos três javalis

Copiarias o teste de Matemática

Plagiavas a investigação de Inglês

Esquartejaste os répteis

Papas a papinha, bebé bué fofo

As bossas tinham Super Sumo a rodos

Os realizadores pediram os retratos nus

Tinhas escondido as cábulas de Filosofia

— Viram-me em Bruxelas — perguntou Puigdemont
Puigdemont perguntou se
Esbofeteai-o
Não
Comiam as tripas quando chovia
Quando chovia,
Destruirão o armamento de Tancos

Bebam essa zurrapa
Peço-lhes que

            O tema «Carta», do grupo Toranja, está incluído no primeiro álbum da banda, Esquissos, de 2003. Escuta o texto e, logo à primeira audição, tenta completar os espaços em branco com as palavras em falta.

Não falei contigo
com medo que os ___ (1)
e vales que me achas
___ (2) a teus pés...
Acredito e entendo
que a ___ (3) lógica
de quem não quer explodir
faça bem ao ___ (4) que és...

Saudade é o ___ (5)
que vou sugando e aceitando
como ___ (6) de verão
nos ___ (7) do teu beijo...
Mas sinto que sabes
que sentes também
que num dia maior
serás ___ (8) sem rede
a pairar sobre o ___ (9)
e tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou ___ (10) feiticeiro
Que a minha bola de ___ (11)
é ___ (12) de papel
Nela te pinto nua
numa ___ (13) minha e tua.

Desconfio que ainda não reparaste
que o teu ___ (14) foi inventado
por ___ (15) estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu ___ (16) estratégico
de ___ (17) do coração
são ___ (18) como paredes e tetos
cujos ___ (19) vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus ___ (20)
raízes ____ (21) de somas ____ (22)
sempre com a mesma solução...

Podias deixar de fazer da vida
um ___ (23) vicioso
___ (24) ao teu gesto ____ (25)
e à palma da tua mão...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou ___ (26) feiticeiro
Que a minha bola de ___ (27)
é ___ (28) de papel
E nela te pinto nua
Numa ____ (29) minha e tua.

Desculpa se te fiz ____ (30) e noite
sem pedir ___ (31) por escrito
ao ___ (32) dos Deuses...
mas não fui eu que te ___ (33).

Desculpa se te usei
como ____ (34) dos meus sentidos
pedaço de ___ (35) perdidos
que voltei a encontrar em ti...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou ___ (36) feiticeiro...

... nela te pinto nua
Numa ___ (37) minha e tua.

Ainda ___ (38) alguém
O ___ (39) passou-me ao lado
Ainda ____ (40) alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
Letra e música de Tiago Bettencourt [Exercício tirado de Expressões, 10.º ano, 2011.]

            Embora os Toranja nada tivessem que ver com literatura medieval, neste poema, «Carta», podemos encontrar características aproximáveis das das cantigas de amigo, das das cantigas de amor, das das cantigas de escárnio e maldizer.
            Desenvolve esta tese (que podes também contraditar), num comentário com cerca de cento e cinquenta palavras.
            A caneta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPCRecorrendo, ou não, a um dicionário, encontra um verbo interessante (pouco usual, complicado, engraçado na sua sonoridade, extenso, etc. — enfim, um verbo que, por algum motivo, consideres simpático ou original). Escreve toda a sua flexão, incluindo tempos simples e compostos. Aproveita para veres bem a folha com um modelo de flexão («Fazer») dada na aula 31-32 e para te ires familiarizando com a conjugação dos verbos. Transcreve também o essencial do verbete do dicionário relativo ao verbo escolhido. Este tepecê tem de ser escrito à mão, em folha a entregar-me depois.


Aula 35-36 (14 [2.ª, 3.ª], 16 [5.ª, 4.ª], 22/nov [9.ª]) Correção do comentário feito na aula anterior («Carta» vs. cantigas trovadorescas). Explicação sobre verbos defetivos, impessoais, unipessoais, abundantes; conjugações.


            Continuamos o estudo da flexão verbal. Completa:
            Um verbo é _____ {regular/irregular}, quando segue o modelo da sua conjugação (a primeira, de tema em a; a segunda, em ___; a terceira, em ____). Se o verbo apresentar modificações no radical (exemplo: «ouço», apesar de «ouvir») ou na flexão das pessoas («estou» [cfr. «cantas»]; «estás» [cfr. «cantas»]), é _____.
            Verbos _____ {impessoais/unipessoais/defetivos} são os que, na sua flexão, não se apresentam em algumas pessoas ou tempos (por exemplo, os verbos «abolir» e «falir» não têm 1.ª pessoa do singular do _____ do Indicativo).
            Há também verbos _____ {impessoais/unipessoais/defetivos} — exemplo: «chover», «haver», «amanhecer» —, que são os que não têm _____ {sujeito/pessoa/tempos}.
            Há ainda os verbos ____ {impessoais/unipessoais/defetivos}, os que, dado o seu sentido, só se costumam usar na ____ pessoa (exemplo: «cacarejar», «grasnar»).
            Por fim, pode igualmente aparecer o termo «verbo abundante», que designa os verbos que têm mais que uma forma possível (em geral, duas formas no _____ — «pago»/«pagado»; «aceite»/«aceitado» —, ou, mais raramente, em outros tempos: «ele ____»/«ele construi»; «comprazesse»/«comprouvesse»; «requere»/«requer»; «___»/«dize»).

            Completa, depois de veres os sketches da série Lopes da Silva:
            Em «Debate sobre malbaratar», a estranheza de certas formas verbais não se deve apenas aos seus sons — como diz o comentador que, a dada altura, intervém —, antes se pode atribuir ao facto de se tratar de verbos que, na língua atual, se fossilizaram em poucas expressões _____ {idiomáticas/idiotas}, em fórmulas circunscritas a registos e contextos específicos («alijar responsabilidades»; «colmatar falhas»; «enveredar por maus _____ ou por uma carreira»; «untar as mãos»). Acabamos por estranhar a flexão desses verbos, sempre que surjam fora daquelas frases feitas e, ainda por cima, em diálogo (em registo literário, seria diferente). Sem as palavras que os costumam acompanhar, esses verbos parecem-nos quase _____ {agramaticais/corretos}.
            Em «Não faleci nada», o caso é parecido. O verbo «falecer» não é defetivo (tem as várias pessoas e tempos), mas, utilizado como verbo intransitivo e em situação de conversa banal, a sua flexão na ____ e na ____ pessoas do Pretérito ____ do ____ («faleci», «faleceste») torna-se inverosímil.
            Há vantagens em conhecer os três tempos ____ {primitivos/derivados}, uma vez que estes nos permitem chegar à flexão dos tempos ____ {primitivos/derivados}.
            Nas tabelas seguintes, preenche as quadrículas vagas.




            A cronologia a seguir usa a estrutura da relativa a Fernão Lopes e ao seu contexto, na p. 78. As datas correspondem a exatos seiscentos anos depois. O protagonista deixará de ser Fernão Lopes e será o autor deste texto (tu). O contexto será o desse novo foco. Em termos de estilo, a abordagem será semelhante à usada na cronologia do manual (mas, como já fui fazendo, um pouco mais elaborada). Mantém-se o uso da 3.ª pessoa, é claro.

Datas e acontecimentos
1981
Fecho do primeiro letivo realizado na Escola Secundária de Benfica (ainda com três blocos apenas — B, C, D — e os restantes em construção, a escola abrira as portas em novembro de 1980). Para esta escola viria a entrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . anos depois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2014
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2018
. . . . . . . . . . . . . . termina o 10.º ano na Escola Secundária José Gomes Ferreira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2027
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2033
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2034
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2038/2039
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2049
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2050
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2054
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c. _____
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Sobre ‘Verbo’ vê o que ficará aqui. Também deves relancear a ficha 7 do Caderno de atividades (pp. 13-15; soluções na p. 94), que reproduzirei aqui, para o caso de não terem o Caderno. (Completa ainda a cronologia começada em aula.)


Aula 37-38 (20 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 21/nov [4.ª]) {nas turmas 2.ª e 3.ª esta aula quase não foi dada (por atividades do dia da escola); na turma 9.ª, que tinha uma aula a menos, prescindiu-se também desta sessão; o essencial será diluído em outras aulas} Correção do questionário de compreensão dos depoimentos sobre Fernão Lopes (pp. 76-77) — cfr. Apresentação.


Uma pergunta do exame do ano passado (2017, 1.ª fase, grupo I-B, item 5) aproveitava uma frase de Vergílio Ferreira que lembra a de Kevin (aliás, de Baudelaire) com que fizemos uma redação.
Responde a esse item 5 (copiei o item 4 apenas para que se perceba o que já ficara respondido antes).
B
Leia o texto.
Vejo o meu pai, no limite da minha infância, dobrar a porta do pátio, com um baú de folha na mão. Vejo-o de lado, e sem se voltar, eu estou dentro do pátio e não há, na minha memória, ninguém mais ao pé de mim. Devo ter o olhar espantado e ofendido por ele partir. Mas alguns meses depois o corredor da casa de minha avó amontoa-se de gente, na despedida de minha mãe e da minha irmã mais velha que partiam também. Do alto dos degraus de uma sala contígua, descubro um mar de cabeças agitadas e aos gritos. Estou só ainda, na memória que me ficou. Depois, não sei como, vejo-me correndo atrás da charrete que as levava. O cavalo corria mais do que eu e a poeira que se ia erguendo tornava ainda a distância maior. Minha mãe dizia-me adeus de dentro da charrete e cada vez de mais longe. Até que deixei de correr. Dessa vez houve choro pela noite adiante tia Quina contava, conta ainda. Mas não conta de choro algum dos meus dois irmãos que ficavam também. Deve-me ter vibrado pela vida fora esse choro que não lembro. É dos livros, suponho. Depois a infância recomeçou. Três irmãos, duas tias e avó maternas, depois a vida recomeçou. Mas toda essa infância me parece atravessar apenas um longo inverno. É um inverno soturno de chuvas e de vento, de neves na montanha, de histórias de terror, contadas à luz da candeia no negrume da cozinha, assombrada de tempestade. Até que um dia um tio de minha mãe, que era padre na aldeia, se pôs o problema de eu não ser talvez estúpido. E imediatamente se empolgou para me consagrar ao Altíssimo.
Vergílio Ferreira. Fotobiografia, organização de Helder Godinho e Serafim Ferreira, Lisboa, Bertrand, 1993, p. 118
4. Vergílio Ferreira evoca dois episódios marcantes da sua infância. Compare esses dois episódios, apresentando um aspeto que os aproxime e um outro que os distinga.
5. «Mas toda essa infância me parece atravessar apenas um longo inverno.» (linhas 13-14). Explique em que medida esta afirmação, bem como a caracterização do inverno apresentada nas linhas 14 a 16 [são as duas que se seguem], sintetizam a perceção de Vergílio Ferreira em relação à sua infância.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Relanceia a p. 326 (sobre ‘Colocação do pronome pessoal átono’; também aqui).


Aula 39-40 (21 [2.ª, 3.ª], 23/nov [5.ª, 4.ª, 9.ª]) Na p. 40 do manual está a cantiga de amigo de que Natália Correia fez a versão modernizada que fica em baixo.

Bailemos nós todas três, ai amigas,
debaixo destas avelaneiras floridas
e quem for bonita como nós bonitas,
                se amigo amar,
debaixo destas avelaneiras floridas
                virá bailar.

Bailemos nós todas três, ai irmãs,
sob este ramo florido de avelãs
e quem for louçã como nós louçãs
                se amigo amar,
sob este ramo florido de avelãs,
                virá bailar.

Sem mais cuidados, bailemos amorosas
debaixo destas avelaneiras frondosas
e quem for formosa como nós formosas,
                se amigo amar,
debaixo destas avelaneiras frondosas
                virá bailar.
Natália Correia, Cantares dos trovadores galego-portugueses, Lisboa, Estampa, 1970, p. 209

            Depois de relanceados ambas os poemas (antigo e moderno), completa as respostas às perguntas da p. 41 (as respostas estão já começadas; não deixes de ler as perguntas):
            1. Recria-se um espaço medieval da vida coletiva, o baile e as festas populares. O baile era local privilegiado de encontro _____________.
            2.1 O recetor são as ____ e o convite é à dança, concretizado através do uso do presente do ____ («Bailemos») e da apóstrofe «____».
3.        a) ____; b) ____; c) ____.
            4. As avelaneiras simbolizam a feminilidade, a beleza e a delicadeza. A juventude e fecundidade das donzelas espelham-se nas ___ em flor.
            5. O enunciador é feminino, faz referência ao amor pelo «___»; a nível formal está presente o paralelismo.
            6. O refrão é «se amigo amar/verra bailar». Reitera o convite à dança realizado nas coblas, introduzindo a condição «___».
            7. Trata-se de uma cantiga paralelística, constituída por ___ coblas. Cada cobla é uma quadra, com um dístico como refrão. Note-se que o primeiro verso do refrão encontra-se intercalado entre o terceiro e o quarto versos da ____. Tanto as quadras como o refrão têm rima monórrima.
            8. Em «Bailemos nós...», o espaço «frolido» é referido a) só nas coblas / só no refrão, de modo a enfatizar a época primaveril, símbolo da b) fertilidade / infertilidade, propícia ao namoro. A jovialidade, a beleza e a alegria das donzelas c) enquadram-se na / contrastam com a natureza circundante. O baile, perante d) «os amigos» / a família, permite o contacto verbal e físico, associando-se, assim, a um ritual de fecundidade.
            Gramática, 1. a) «___» (v. 1); b) «___» (v. 3); c) «___» (v. 6); d) «___» (v. 13); e) «___» (v. 13); f) «___» (v. 5); g) «___» (v. 7); h) «___» (v. 1); i) «___» (v. 4).

«AsCrónicas de Fernão Lopes» (da série ‘Grandes Livros’)
Ouvidos os primeiros dez minutos do episódio da série ‘Grandes livros’ acerca das obras de Fernão Lopes, à esquerda destes períodos escreve V(erdadeiro) ou F(also).
Fernão Lopes esteve ativo como escritor no século XV e a esse século pertencem os factos que nos relata.
No documentário, usa-se a metáfora «as Crónicas [de Fernão Lopes] são um livro que é um país».
Em 1383, D. Fernando morreu e deixou a filha, D. Beatriz, casada com um rei catalão, D. Puigdemont Wally.
D. Leonor, viúva de D. Fernando, apoia a subida ao trono de D. João, de Castela.
Fernão Lopes terá nascido em Lisboa e na década em que decorrem estes acontecimentos que nos relata.
Durante a revolução de 1383-85, o povo estava a favor de D. Cristiano, que preferia a D. Sérgio Ramos.
Depois de estudar, Fernão Lopes tornou-se taberneiro, na Taberna dos Tombos, sendo nomeado guarda-mor em 1418.
Em 1434 é nomeado cronista-mor do reino, por D. Duarte, que o encarrega de escrever a história dos reis de Portugal.
Ao longo de vinte anos, Fernão Lopes terá cumprido esse objetivo, mas só chegaram até nós as crónicas de D. Pedro, D. Fernando e D. João.
A Crónica de D. Pedro, segundo António Borges Coelho, é a «meno rica» historiograficamente, mas é fabulosa do ponto de vista literário.
O caso dos amores de D. Inês de Castro é-nos relatado na Crónica de D. Fernando.
Da relação de Pedro e Inês nasceram Dinis e João, mas, antes, já Pedro e Constança tinham gerado o legítimo Fernando.
D. Pedro teve ainda outro filho João, de uma outra senhora.
Fernão Lopes, trata D. Fernando, cognominado «o feioso», elogiosamente.
O povo gostava de Leonor Teles, mulher de Fernando, a quem chamava «princesa do povo».
D. Beatriz casou com D. João I, de Castela, com onze anos.
Quando D. Leonor é regente, há quatro candidatos ao trono: D. Beatriz, D. João, D. Dinis, D. João (Mestre de Avis).
D. João, Mestre de Avis, é convencido a matar o alegado amante da rainha-viúva, Andeiro; e corre por Lisboa a notícia de que estavam a matar o Mestre no Terreiro do Paço.
O Bispo foi morto porque o povo achava que estava ao lado dos castelhanos.
No ano seguinte, 1385, o rei de Castela cercaria Lisboa.

            Vê o item 1 da p. 79, a que já fui respondendo em boa parte. Completa:
Biografia de Fernão Lopes: 1. Data de nascimento: __; 2. Local de nascimento: Lisboa (talvez); 3. __; 4. Tarefa confiada por D. Duarte: escrever a história dos reis de Portugal; 5. Data provável da morte: após l459.
Obras de Fernão Lopes: 1. Crónica de Pedro I (sobre reinado deste rei); 2. __ (sobre reinado deste rei); 3. Crónica de D. João I (sobre revolução de 1383-1385 e reinado deste rei).
Figuras históricas: 1. Morre em 1383: D. Fernando; 2. Putativa rainha de Portugal: D. Beatriz; 3. Casada com: ___; 4. Figura coletiva: ___; 5. Líder da revolução: D. João, Mestre de Avis; 6. Filho de: ___; 7. Figura assassinada pelo Mestre: ___.
Acontecimentos históricos: 1. O ___ revolta-se contra a vinda do rei de ___. 2. O povo aclama ___, Mestre de Avis, regedor e defensor do reino. 3. Os ____ cercam Lisboa (1384). 4. Os castelhanos levantam o ___ por causa da peste. 5. Revela-se pela primeira vez uma identidade nacional. 6. Em 1385, em Coimbra, as Cortes aclamam D. João rei de Portugal. 7. Em 1385, trava-se a ___.
Características da obra de Fernão Lopes: (i) pela primeira vez, em Portugal, deu-se a mesma importância ao povo que era dada a nobres e reis; (ii) surgem falas das personagens em discurso direto; (iii) a focalização é feita do exterior e do interior das personagens.
Importância atual da leitura de Fernão Lopes: (i) conhecer o passado para prever o futuro; marcar as origens de um «verdadeiro» sentimento nacional; (ii) conhecer a história de um povo que não se resigna e luta pela sua salvação em vez de se «demitir» ou de cruzar os braços perante a adversidade.

            Escreve uma exposição sobre a (importância) da dança, fazendo, em algum momento do teu texto, uma alusão ao filme Orgulho e Preconceito e à cantiga de amigo «Bailemos nós já todas tres, ai amigas». Cerca de 150 palavras. A caneta. 

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Prepara a leitura em voz alta dos seguintes trechos do livro (ver tabela). Em aula, não serás chamado a ler as páginas todas mas apenas um passo que indicarei no momento. De qualquer modo, deverás treinar todos os textos indicados para a tua fila. E nota que «preparar» não é ler o texto no intervalo anterior, relanceá-lo em aula pouco antes, etc. É exercitar em casa várias vezes.

Alunos da...
Trechos cuja leitura em voz alta devem preparar
fila 1 (a das mesas mais próximas das janelas)
«2. Luta de classes ou apego à terra?» (p. 80); «3. A arte narrativa de Fernão Lopes» (p. 81); «Os atores individuais e coletivos» (p. 87)
fila 2 (aquela em que estão computador e projetor — que ficam dispensados da leitura)
«A afirmação da consciência coletiva» (pp. 95 e 96)
fila 3 (a que está entre a do computador e a da parede)
«1. Que mudanças marcaram a Idade Média?» (p. 25); «2. Qual o espaço social das cantigas?» (p. 26); «3. O que é o galego-português?» (p. 27); «O que é a lírica galego-portuguesa?» (p. 27)
fila 4 (a da parede — de resto, com brecha que não nos dá grande confiança)
«5. Porquê em verso?» (p. 28); «6. Quais as características desta lírica?» (p. 28); «7. Onde podemos encontrar as cantigas?» (p. 29); «Cantigas de escárnio e maldizer» (p. 63)

Entretanto, nos próximos dias, espero pôr em Gaveta de Nuvens as instruções para a tarefa «grande» deste período (que envolverá algum tipo de gravação) — já estão aqui.


Aula 41-42 (27 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 28 [4.ª], 29/nov]) Correções de trabalhos que se entregavam (ver Apresentação).

Processos irregulares de formação de palavras
            Além dos processos regulares (ou morfológicos) de formação de palavras, arrumáveis grosso modo em derivação e composição (cfr. pp. 319-320) — que já conhecerás mas que reveremos um dia destes —, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos irregulares» («neológicos» ou «de inovação lexical»), que é menos seguro tenham sido muito abordadas no 3.º ciclo.
            Vamos, portanto, até à p. 99. Vê as seis definições, e respetivos exemplos, no ponto 2, «Processos irregulares de formação de palavras». (Acrescentarei eu a cunhagem, a criação de palavras por pura invenção, a partir do nada, e a onomatopeia, que já conhecemos) Depois lança no quadro as palavras seguintes (cada quadrícula ficará com uma, duas ou três palavras).
navegar (na net) | coaxar | tiquetaque | nega (‘nota negativa’) | ESJGF | pizza | ovni | espanglês | CEE | scanear | otorrino | besidróglio | chumbo (‘reprovação’) | zoo | CRE | burquíni
Processos de neologia
Exemplos
Extensão semântica

Empréstimo

Amálgama (ou palavra entrecruzada)

Sigla

Acrónimo

Onomatopeia

Truncação (ou redução)

Cunhagem


            Depois de vermos «Novo dicionário» (série Barbosa), preenche a coluna ‘classe’ e as lacunas do texto que se segue.
Neologismo
Significado
Classe
Abonação
feni
‘irritado por causa da meia que resvalou para debaixo do calcanhar’

«Eu hoje estou completamente feni»
poete [poe:te]
‘frustrado por não ter encontrado leite no frigorífico’

«Fiquei mesmo poete»
[não consigo grafar]
‘frustrado por não ter encontrado sumo no frigorífico’
adjetivo
«Agora é que eu fiquei mesmo [?]»
brenaca
‘[algum sítio feio]’

«Vá para o brenaca»
baúte
[também não convém definir]

«Pegue no baúte e enfie-o no aúba»
aúba

            As palavras propostas por Juvenal Barbosa aproveitam pouco o léxico já existente. Poderiam esses neologismos seguir os processos descritos na p. 99 do manual, mas isso não acontece. O Dr. Juvenal usa sobretudo a cunhagem, um processo também de neologia, mas bastante raro. Ainda por cima, as palavras cunhadas costumam ser criadas segundo os padrões da língua em que se vão integrar, o que não sucede com duas das palavras de Juvenal (a que nem conseguimos grafar e a que tem um alongamento numa das vogais).
            Se houvesse em outras línguas palavras tão específicas como pretende, o linguista-afinal-físico-químico poderia importá-las (seriam ___, mais ou menos adaptados ao padrão português — e, na fase em que estivessem a ser introduzidos, chamar-lhes-íamos, quase pejorativamente, ___).
            Se preferisse as _____ — designadas também palavras entrecruzadas —, Juvenal poderia juntar o início de «irritação» e o final de «peúgo», formando o adjetivo «____», que serviria para ‘irritado com as meias que descaem no calcanhar’.
            Para o impropério com que termina o diálogo — «Vai para o brenaca» — era aceitável um ___ ou uma ___ (às vezes, eufemística e ironicamente substituem-se as ordinarices por iniciais).
            Uma das criações de Juvenal, o adjetivo correspondente à frustração por não haver sumo no frigorífico, talvez se possa considerar uma _____, na medida em que parece basear-se num som ligado à surpresa desagradável de não haver o que se procura.
            Poderia ainda Juvenal ter recorrido à _____ (passamos a usar uma palavra num contexto tão diferente do original, que, na verdade, se trata também de um neologismo). «Estou _____ {pensa tu num adjetivo}» inclui um adjetivo que, por metáfora, daria satisfatoriamente a noção de ‘estar frustrado por não encontrar leite’.

Apuramento da constituição dos potes de um futuro sorteio da Liga dos Campeões

10.º 2.ª
Fila da janela

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Afonso


Paulo


Toni


Amaral


Sebastião


Carolina


Ricardo


Henrique



Segunda fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Ângelo


Guilherme A.



Francisco B.


Pedro Torrado


João F.


João Cardoso



Terceira fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Diogo M.


João A.


João Pedro


Cola


João S.


Marta


Miguel Brito


Camily



Fila da parede

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Miguel C.


Francisco A.


Diogo S.


Pedro P.


Guilherme V.


Cabo


Pedro F.


Ivo



10.º 3.ª
Fila da janela

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Afonso


Margarida O.


Consti


Carolina


Lúcia


Mafalda


Miguel


Nicole



Segunda fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Ana


Beatriz Pardal



Margarida T.


Margarita


Pedro


Sofia



Terceira fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Beatriz B.


Beatriz E.


Eduardo


Inês C.


Maria João


Matilde P.


Edu


Duarte



Fila da parede

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Bernardo


Carlota


Francisco


Inês S.


Matilde C.





Teresa






10.º 5.ª
Fila da janela

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Ana S.


Ana J.


Ângela


João F.


Beatriz P.i


Beatriz P.a


Fred


Beatriz E.



Segunda fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Carolina


Elisa



Bernardo


Guilherme


Grego


Maia



Terceira fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Maria


Natacha


Mafalda


Leonor


Luísa


João R.


Rodrigo






Fila da parede

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Sara Filipa


Tomás


Sara


Pedro S.


Soraia


Tiago


Pedro R.






10.º 4.ª
Fila da janela

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Afonso


André


Fábio


Francisca


João G.


João S.





Francisco



Segunda fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Clara


D. Botea



Rodrigo


Laura


Margarida


Inês O.



Terceira fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Daniel V.


Diana


Gonçalo


Hugo


Leonor


Lourenço


Pedro


Tomás



Fila da parede

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Emilly


Eduardo


Inês P.


Joana


Madalena


Mafalda









10.º 9.ª
Fila da janela

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Adriana M.


Guilherme


Luísa


Beatriz B.


Beatriz M.


Carolina D.


Catarina


Daniela



Segunda fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Leonor


Lúcia



Afonso





Diogo


Francisco



Terceira fila

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Margarida A.


Margarida P.


Margarida V.


Mariana S.


Marta


Mariana M.


Pedro


Miguel



Fila da parede

Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Aluno
Nota minha
Nota do mestre
Soraia


Raquel


Carolina C.


Jónatas


Marcus


Tiago


Adriana F.


Ivânia



            Vai trazendo agora esta folha.
TPC — Em Gaveta de Nuvens vê as instruções da tarefa de gravação com poesiatrovadoresca, que me deve ser enviada até dia 6 de dezembro (turmas 2.ª, 3.ª, 5.ª) ou até dia 8 (4.ª e 9.ª). Lê bem essas instruções. Se houver dificuldades — de pronúncia de palavras, de compreensão de alguma das regras que indico, até de técnica (embora seja bastante incompetente quanto a isso) —, pede-me ajuda.


Aula 43-44 (28 [2.ª, 3.ª], 30/nov [5.ª, 4.ª, 9.ª]) Correções de trabalhos que se entregavam (ver Apresentação).
            O sketch «Encorning» (série Fonseca) ridiculariza um hábito que encontramos nas profissões em que convém parecer muito atualizado: o uso despropositado de palavras inglesas. Por vezes, o anglicismo é mesmo necessário para referir conceitos para que não há equivalente em português; mas, em muitos outros casos, usa-se o estrangeirismo apenas para conferir ao que se diz uma aparência de modernidade.
            O ridículo da situação vem destas características:
(i) exagero do número de anglicismos proferidos em todas as falas;
(ii) a partir de certa altura, as personagens, passarem a dizer supostos estrangeirismos (constituídos por palavra portuguesa + ing);
(iii) num momento quase final, essas falsas palavras inglesas serem derivadas a partir de palavras portuguesas de nível popular (+ sufixo inglês -ing).
Depois de veres o sketch, entre as palavras que transcrevi na tabela, distingue:
(1) anglicismos propriamente ditos;
(2) falsos anglicismos, criados a partir de palavras portuguesas de nível corrente;
(3) falsos anglicismos, inventados a partir de palavras portuguesas de nível popular.

anglicismo

tradução / palavra verdadeira
anglicismo

tradução / palavra verdadeira
downsizing
1
abaixamento
raspaneting


merchandising

promoção
preguicing


factoring

cobrança de créditos por intermediário
desautorizing


outsourcing

subcontratação externa
respeiting


holding

sociedade gestora de participações sociais
retracting
2
retra[c]tar ('desdizer')
benchmarking

avaliação relativamente à concorrência
sarilhing


marketing

mercadologia
encorning


leasing

aluguer de bens
aldrabing


renting

aluguer
lixating


upgrading

atualização
enxerting


networking

ligação em rede
larguing


[outsourcing]

subcontratação externa
desculping


encorning


melhoring


despeding


geraling


viding


filhodaputing
3
filho da puta

            Algumas das palavras que integrámos no tipo 1 podem considerar-se já verdadeiros empréstimos (mais do que estrangeirismos temporários). Se admitíssemos o critério de os empréstimos já estarem dicionarizados e os estrangeirismos não, diríamos serem ainda meros estrangeirismos _____, _____, _____, já que encontro as outras palavras no Grande Dicionário Língua Portuguesa (Porto Editora).

            O protagonista de «Polícia que se quer vestir de mulher» (série Fonseca) usa alguns empréstimos e estrangeirismos. São, em geral, palavras relacionadas com a moda. Põe nas duas primeiras colunas a tradução ou o empréstimo que ouviste. Na terceira coluna, decide entre «anglicismo» ou, se a palavra vier do francês, «galicismo». Por fim, à esquerda da primeira coluna, ordena (1-6) as palavras segundo o grau de integração no português (de empréstimo quase já não reconhecível como tal — e, claro, dicionarizado há muito — até ao estrangeirismo raramente ouvido).
Empréstimo/Estrangeirismo
Significado / Tradução
Origem          | étimo
tailleur
_____________________
galicismo        | tailleur

chapéu com abas largas e leves
_________ _ | capeline + «chapelina»

cosméticos aplicados para embelezar
___________ | maquillage

_____________________
anglicismo       | gloss

mulher ordinária, promíscua
___________ | slut

espécie de «cachecol» largo
___________ | écharpe

            Relativamente às palavras ou expressões em «Indivíduo que é javardola, menos quando fala francês» (Lopes da Silva), adivinha se estão dicionarizadas e, nesse caso, dá palpite sobre as grafias com que a palavra foi registada em dois dicionários (o português Grande Dicionário Língua Portuguesa e a edição brasileira do Dicionário Houaiss).


GDLP (Porto Ed.)
Houaiss brasileiro
étimo
Galicismos
(francesismos)

Ø
partenaire
lingerie

lingerie

soutien-gorge / sutiã
soutien-gorge

réveillon
réveillon
champanhe

champagne

chantilly / chantili
chantilly

marquise
marquise

croissant
croissant
roulotte / rulote

roulotte

tricô
tricot

ménage à trois
ménage à trois
Anglicismos;




termos ingleses

timing
timing

feedback
feedback
OK
o.k.
o.k. (oll korrect)

Ø
boxer shorts

Ø
[Manchester United]

Ø
[Bobby Charlton]

TPC — Repito a importância de ler bem Instruções para tarefa degravação com poesia trovadoresca. (Prazos: até dia 6 [turmas 2.ª, 3.ª, 5.ª]; até dia 8 [turmas 4.ª e 9.ª].)


Aula 45-46 (4 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 5 [4.ª], 6/dez [9.ª]) Correções.

            Resolve os itens 1, 2, 3 de ‘Consolida’, na p. 99 do manual. (Marquei com asterisco alguns exemplos escolhidos pelo manual que me parecem um pouco discutíveis.)
1.
a) TAP — ...
*b) cibernauta — ...
c) planta (áreas da arquitetura e da flora) — ...
*d) mota — ...
e) quilo — ...
*f) Quim — ...
g) UEFA — ...
h) spa — ...
i) super (mercado) — ...
*j) setor — ...
k) anoraque — ...
l) vírus (áreas da medicina e da informática) — ...
m) SAPO — ...
n) portunhol — ...
o) esparguete — ...
p) estéreo — ...
2. [Podes usar alguns destes termos: «descarregar», «estúpido cocó de cão», «sem fios», «resultado», «almofada de ar», «ramalhete», «saber fazer», «loção de barbear», «sítio», «elegante», «sim», «homem», «gosto», «gomas», «procrastinar», «pós-barba»].
a) know-how — ...
b) bouquet — ...
c) site — ...
d) download — ...
e) airbag — ...
f) ya — ...
g) man — ...
h) chique — ...
i) like — ...
j) aftershave — ...
k) wireless — ...
l) score — ...
3.
a) robótica — ...
b) motel — ...
*c) cibernauta — ...

            Pré-eliminatória de apuramento para a Liga dos Campeões de Leitura em voz alta (3.ª parte).
            Reescrita de texto inicial da p. 83 (Crónica de D. João), por mudança de contexto
            Reescreve o texto cronístico na p. 83, transpondo o registo linguístico e a ação para a atualidade (em vez dos do século XIV) e — em vez de paço-nobreza —, para um contexto de praia ou aldeia piscatória, desporto, música, gastronomia, escola ou universidade, hospital, polícia, quadrilha ou gang, moda, teatro, cinema, etc. Personagens, cenário, … mudam. Esquema de ações não se alterará tanto.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Podes estudar esta matéria em Gaveta de Nuvens (em ‘Processos irregulares de formação de palavras’); e, no Caderno de Atividades, podes estudar a ficha 5 (pp. 9-10; soluções nas pp. 93-94), que também copio aqui.


Aula 47-48 (5 [2.ª, 3.ª], 7/dez [4.ª, 5.ª, 9.ª]) Segue-se uma versão simplificada do trecho do capítulo 11 da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, que temos também no manual, pp. 83-85.
            Já lemos, e ouvimos, a parte que está deste lado da folha. Vai lendo o que falta (a página seguinte, no fundo) e escrevendo o resumo na folha que também tens à tua frente. Já aí está o resumo da parte que víramos na última aula. Lê-o e prossegue tu com o resumo dos primeiros cinco parágrafos da página seguinte (ou seja, entre «Ali eram» e «quisessem»).


Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavam o Mestre, e como lá foi Álvaro Pais e muitas gentes com ele
O pajem do Mestre, que estava à porta, como lhe disseram que fosse pela vila, segundo já era percebido, começou de ir rijamente a galope, em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, bradando pela rua:
— Matam o Mestre! Matam o Mestre nos paços da rainha! Acorrei ao Mestre que matam!
E assim chegou a casa de Álvaro Pais, que era dali grande espaço.
As gentes que isto ouviam saíam à rua ver que coisa era. E, começando de falar uns com os outros, alvoroçavam-se nas vontades e começavam de tomar armas, cada um como melhor e mais asinha podia.
Álvaro Pais, que estava prestes e armado com uma coifa na cabeça, segundo usança daquele tempo, cavalgou logo à pressa, em cima de um cavalo que anos havia que não cavalgara, e todos seus aliados com ele, bradando a quaisquer que achava, dizendo:
— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre, ca filho é de el-rei D. Pedro!
E assim bradavam ele e o pajem, indo pela rua.
Soaram as vozes do ruído pela cidade, ouvindo todos bradar que matavam o Mestre. E, assim como viúva que rei não tinha, e como se lhe este ficara em logo de marido, se moveram todos com mão armada, correndo à pressa para onde diziam que se isto fazia, para lhe darem vida e escusar morte.
Álvaro Pais não quedava de ir para lá, bradando a todos:
— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre que matam sem porquê!
A gente começou de se juntar a ele e era tanta, que era estranha coisa de ver. Não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um de ser o primeiro; e, perguntando uns aos outros «quem matava o Mestre?», não minguava quem respondesse que o matava o conde João Fernandes, por mandado da rainha.
E, por vontade de Deus, todos feitos de um coração, com talente de o vingar, como foram às portas do paço, que eram já cerradas, antes que chegassem, com espantosas palavras, começaram de dizer:
— Onde matam o Mestre? Que é do Mestre? Quem cerrou estas portas?
Ali eram ouvidos brados de desvairadas maneiras. Tais aí havia que certificavam que o Mestre era morto, pois as portas estavam cerradas, dizendo que as britassem para entrar dentro, e veriam que era do Mestre ou que coisa era aquela.
Uns deles bradavam por lenha e que viesse lume, para porem fogo aos paços e queimar o traidor e a aleivosa. Outros se aficavam pedindo escadas para subir acima, pera verem que era do Mestre. E em tudo isto era o ruído tão grande, que se não entendiam uns com os outros, nem determinavam nenhuma coisa. E não somente era isto à porta dos paços, mas ainda ao redor deles por onde homens e mulheres podiam estar. Umas vinham com feixes de lenha, outras traziam carqueja para acender o fogo, cuidando queimar o muro dos paços com ela, dizendo muitos doestos contra a rainha.
De cima, não minguava quem bradasse que o Mestre era vivo e o conde João Fernandes morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:
— Pois se vivo é, mostrai-no-lo e vê-lo-emos.
Então os do Mestre, vendo tão grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disseram que fosse sua mercê de se mostrar àquelas gentes; de outra guisa poderiam quebrar as portas, ou lhes pôr o fogo; e, entrando assim dentro por força, não lhes poderiam depois tolher de fazer o que quisessem.
Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua, onde estava Álvaro Pais e a mais força de gente, e disse:
— Amigos, pacificai-vos, ca eu vivo e são sou, a Deus graças.
E tanta era a turvação deles e assim tinham já em crença que o Mestre era morto, que tais havia aí que aperfiavam que não era aquele; po­rém, conhecendo-o todos claramente, houveram grande prazer quan­do o viram, e diziam uns contra os outros:
— Oh, que mal fez! Pois que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição. Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a, ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.
E sem dúvida, se eles entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos eram da sua parte e do conde poderem escapar.
O Mestre estava à janela e todos olhavam contra ele, dizendo:
— Ó senhor! Como vos quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor! Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!
E, em dizendo isto, muitos choravam com prazer de o ver vivo.
Vendo ele então que nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus, acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos ao redor dele, bradavam, dizendo:
— Que nos mandais fazer, senhor? Que quereis que façamos?
E ele lhes respondia, mal podendo ser ouvido, que lho agradecia muito, mas que por então não havia deles mais mister.

Resumo
O pajem do Mestre, conforme combinado, cavalgou pela cidade, gritando:
— Matam o Mestre nos paços da rainha! Acorram!
E chegou a casa de Álvaro Pais.
O povo, ouvindo o pajem, juntava-se nas ruas, indignava-se, pegava em armas.
Álvaro Pais, que já estava armado, cavalgou, com outros companheiros, gritando pelas ruas:
— Acorramos ao Mestre, porque é filho de D. Pedro!
E assim gritavam ele e o pajem.
Pela cidade se ouviu o apelo. Todos se deslocaram, armados, para onde se dizia que matavam o Mestre, para o salvar.
Álvaro Pais continuava a gritar:
— Acorramos ao Mestre que matam sem razão!
Muita gente se lhe juntou, enchendo as ruas. Perguntavam as pessoas «quem matava o Mestre?». Muitos respondiam que era o conde João Fernandes Andeiro, a mando da rainha.
Todos unidos pela vontade de o vingarem, e estando as portas do paço fechadas, começaram a perguntar:
— Onde matam o Mestre? Quem fechou estas portas?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
            Pré-eliminatória de apuramento para a Liga dos Campeões de Leitura em voz alta (4.ª parte).
TPC — (i) Não te esqueças de enviar a gravação (até dia 8 inclusivé — a partir daí, começo a «descontar», embora seja sempre melhor enviarem o trabalho do que não o fazerem); (ii) Vai revendo gramática que demos ao longo do período, e, especialmente, os tópicos mais recentes: verbo (flexão, algumas classificações) [em GdN: aqui; CdA, ficha 13: aqui]; preposição (e contrações) [GdN: aqui]; adjetivo [GdN: aqui]; colocação do pronome átono [no manual, p. 326 (aqui); CdA, ficha 19 (aqui)]; processos irregulares de formação de palavras [GdN: aqui; CdA, ficha 5: aqui; manual, p. 99]; empréstimo vs. estrangeirismo; verbete; étimo; características das cantigas de amor e das cantigas de escárnio e maldizer [relancear manual: fichas informativas, nas pp. 53 e 63; glossário, p. 69]; refrão, estrofes [manual, p. 314]; etc. — além das indicações que pus, podem ser úteis também as nossas folhas das aulas e as apresentações; (iii) Vai tendo folhas arrumadas em dossiê e consultáveis (vou pedir-te que as tragas para a última aula do período e preferia que não estivessem perdidas, desirmanadas, nem em plásticos que não permitem que as consultes verdadeiramente).


Aula 49-50 (11 [2.ª, 3.ª, 5.ª], 12 [4.ª], 13/dez [9.ª]) Questionário de gramática

Versão das turmas 2.ª e 3.ª
Segundo se explicou em aula, dentro da poesia trovadoresca, devemos considerar as
a) cantigas de amigo, as cantigas de amor, as cantigas de escárnio, as cantigas de maldizer.
b) cantigas de amigo e amor, as cantigas de escárnio e maldizer.
c) cantigas de amigo, as cantigas de amor, as cantigas de escárnio e maldizer.
d) cantigas de amigo e amor, as cantigas de escárnio e maldizer.

Nas cantigas de amor (relativamente às cantigas de amigo),
a) o vocabulário é mais díficil e a relação entre o par amoroso mais próxima.
b) o «eu» é menos espontâneo e o objeto de paixão, mais inacessível.
c) o «eu» é mais jovem e o confidente é mais velho.
d) o léxico é mais complexo, a relação amorosa mais concretizável.

Todos os «a» são preposições em
a) «estou a comer a comida»; «dei a Isabel uma beijoca».
b) «dei a Isabel a um árabe»; «dei-a com todo o gosto».
c) «a Paris vai-se de comboio»; «dou negativa a todos os que considerarem esta alínea a melhor».
d) «a cavalo dado não se olha o dente»; «a mulheres não se bate nem com uma flor».

São contrações de preposições e artigos todas as formas na alínea
a) ás, nas, de.
b) à, às, pelos.
c) da, a, naquela.
d) ao, as, dos.

A série de preposições/locuções prepositivas em que não há intrusos de outras classes é
a) a, com, por, antes de.
b) de, entre, contra, que.
c) e, em, durante, a.
d) mas, da, até, perante.

Nas frases «Sancha foi beijada pelo marido», «Sancho deu um doce ao dragão», «Em Elvas, comprámos azeitonas», as preposições introduzem, respetivamente,
a) complemento agente da passiva, complemento direto, complemento indireto.
b) complemento agente da passiva, complemento indireto, modificador.
c) complemento agente da passiva, modificador apositivo, complemento direto.
d) modificador, complemento direto, complemento indireto.

A alínea que só tem formas corretas é
a) engasgar-te-ias; vê-los-emos; não comê-la-á.
b) lavarás-te; jogarão-no; fá-la-eis.
c) avaliá-la-ei; não os reprovarei; di-lo-emos.
d) levarei-a; analisaria-a; comamo-los.

A próclise (anteposição do pronome relativamente ao verbo) justifica-se por haver uma estrutura de subordinação em
a) Não o vi na escola ontem.
b) Comprei-a na feira, quando fui a Carcavelos.
c) Disse que lhe dava o telemóvel no final da aula.
d) Dar-te-ei todos os beijos que queiras.

A sequência «Andarmos, Anda, Andasse» corresponde, por esta ordem, a
a) Futuro do Conjuntivo, Presente do Indicativo, Presente do Conjuntivo.
b) Futuro do Conjuntivo, Imperativo, Imperfeito do Conjuntivo.
c) Infinitivo Pessoal, Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.
d) Condicional, Imperativo, Futuro do Conjuntivo.

A sequência «Estiveram, Tenho feito, Fazia» corresponde, por esta ordem, a
a) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.
b) Perfeito do Indicativo, Presente Composto, Imperfeito do Indicativo.
c) Perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.
d) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Imperfeito do Indicativo.

A sequência «Ouvi, Visto, Caber» corresponde a
a) Perfeito do Indicativo, Particípio Passado, Futuro do Conjuntivo.
b) Imperfeito do Indicativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
c) Imperativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
d) Perfeito do Indicativo, Gerúndio, Infinitivo Impessoal.

A primeira pessoa do singular Presente do Conjuntivo dos verbos da 1.ª conjugação (-AR) termina em
a) e.
b) a.
c) i.
d) o.

A terceira pessoa do plural do Futuro do Indicativo equivale a
a) Infinitivo Impessoal + ão.
b) Infinitivo Impessoal + am.
c) 1.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal + am.
d) 3.ª pessoa do plural do Pretérito Mais-que-Perfeito menos desinência pessoal + ão.

«Edu» (< Eduardo) ou «Fred» (< Frederico); e «furo» (no horário) são exemplos de
a) desconcentração nas aulas de Português; e sorte.
b) truncação; e extensão semântica.
c) sigla; e truncação.
d) truncação; e truncação.

A palavra «leitor» (de DVD’s), resultante de analogia com um «leitor» (de textos), exemplifica o processo de
a) sigla.
b) empréstimo.
c) estrangeirismo.
d) extensão semântica.

«SOS» (< Save Our Souls) e «PJ» são, respetivamente,
a) sigla, sigla.
b) sigla, acrónimo.
c) acrónimo, sigla.
d) acrónimo, acrónimo.

Galicismos são palavras
a) francesas.
b) portuguesas provindas do francês.
c) de origem galesa.
d) da família de «galo» («ovo», «Patrício», «crista», etc.).

A palavra «feni», inventada por um lexicógrafo afinal engenheiro, era
a) uma cunhagem.
b) uma onomatopeia.
c) uma truncação.
d) um empréstimo.

«Caracol» (nos cabelos) e «Expo» (como muitos ainda chamam à zona do Parque das Nações por lá ter ocorrido uma exposição em 1998) são exemplos, respetivamente, de
a) extensão semântica, truncação.
b) empréstimo, truncação.
c) extensão semântica, empréstimo.
d) onomatopeia, acrónimo.

«Brangelina» (para o casal Angelina Jolie e Brad Pitt) e «ONG» são exemplos, respetivamente, de
a) extensão semântica, cunhagem.
b) amálgama, sigla.
c) empréstimo, acrónimo.
d) cunhagem, divórcio.

Versão das turmas 4.ª, 5.ª e 9.ª
Conforme se explicou em aula,
a) não se justifica a antiga distinção entre cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.
b) as cantigas de escárnio distinguem-se das cantigas de maldizer.
c) a diferença entre cantigas de amigo e de amor é ligeira, ao contrário da distinção, essa clara, entre cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.
d) é pertinente considerar como um único tipo as cantigas de amigo e as cantigas de amor.

Nas cantigas de amigo e nas cantigas de amor, costuma haver, respetivamente,
a) um «eu» feminino, um destinatário próximo.
b) um confidente (muitas vezes, natureza, mãe, etc.), uma «senhor» toda masculina.
c) um rapaz ausente, uma «senhor» que impõe distância.
d) refrão, leixa-prem.

A preposição a surge, contraída ou não, em todos os três segmentos da alínea
a) «Estou a dormir»; «O nascimento e a morte são tristes»; «Vou à feira».
b) «Ao falar, perdigotava»; «Às armas, às armas!»; «Não bastavam os rebuçados a Sandra».
c) «Há três minutos que não como cherne»; «Saiu-me o ás de copas»; «Escrevam um texto sem AA».
d) «Dei a prenda ao Honório»; «Bebamos ao Osório!»; «Cada vez mais linda a Ofélia...».

São contrações de preposição e artigo e artigos todas as formas na alínea
a) pelo, como, à, dos.
b) no, pela, aos, de.
c) na, nu, nua, nus.
d) pelos, no, do, à.

A série de preposições/locuções prepositivas em que não há intrusos de outras classes é
a) em, entre, até, e.
b) que, de, consoante, a.
c) mas, da, após, perante.
d) a, contra, por, em.

Nas frases «O Sporting foi derrotado pelo Barcelona», «Falcao marcou um golo aos dragões», «Com o Basileia, tudo correu mal», as preposições introduzem, respetivamente,
a) complemento agente da passiva, complemento direto, complemento indireto.
b) complemento agente da passiva, complemento indireto, modificador.
c) complemento agente da passiva, modificador apositivo, complemento direto.
d) modificador, complemento direto, complemento indireto.

A alínea que só tem formas corretas é
b) vestirás-te; beberão-no; trá-la-ás.
c) classificá-la-íamos; não os esbofetearei; di-lo-ão.
d) beberei-a; avaliaria-a; compremo-los.
a) não entregá-los-á; roubá-los-emos; não comê-la-ia.

São razões para uso do pronome antes do verbo (contrariamente ao comum, que é a ênclise)
a) tratar-se de português brasileiro; a afirmativa; um imperativo.
b) uma oração coordenada; o verbo estar no futuro ou no condicional.
c) uma oração subordinada; a negativa; a presença de certos advérbios.
d) a mesóclise; o avistamento de um cocó de cão.

A sequência «Ouvirem, Ouvi, Ouvisse» corresponde, por esta ordem, a
a) Futuro do Conjuntivo, Imperativo, Imperfeito do Conjuntivo.
b) Infinitivo Pessoal, Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.
c) Condicional, Imperativo, Futuro do Conjuntivo.
d) Futuro do Conjuntivo, Perfeito do Indicativo, Presente do Conjuntivo.

A sequência «Falado, Olharias, Comeis» corresponde, por esta ordem, a
a) Gerúndio, Condicional, Imperativo.
b) Particípio Passado, Futuro do Indicativo, Perfeito do Indicativo.
c) Particípio Passado, Condicional, Presente do Indicativo.
d) Particípio Passado, Imperfeito do Indicativo, Imperativo.

A sequência «Anda, Comido, Trazer» corresponde a
a) Presente do Indicativo, Particípio Passado, Futuro do Conjuntivo.
b) Imperfeito do Indicativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
c) Imperativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
d) Presente do Indicativo, Gerúndio, Infinitivo Impessoal.

Na 1.ª pessoa do plural, o Imperfeito do Indicativo termina em
a) ávamos (1.ª conjugação) e íamos (2.ª e 3.ª conjugações).
b) ávamos (1.ª e 2.ª conjugações) e íamos ( 3.ª conjugação).
c) ávamos (verbos de tema em A ou em E) e íamos (verbos de tema em I).
d) ámos (verbos de tema em A), emos (verbos de tema em E), imos (verbos de tema em I).

A terceira pessoa do plural do Condicional equivale a
a) Infinitivo Impessoal + iam.
b) Infinitivo Impessoal + ião.
c) 1.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal + iam.
d) 3.ª pessoa do plural do Pretérito Mais-que-Perfeito menos desinência pessoal + iam.

As palavras «Abouba» (< Aboubakar) «Franguício» (frango, Patrício) são exemplos, respetivamente, de
a) truncação e empréstimo.
b) cunhagem e empréstimo.
c) cunhagem e extensão semântica.
d) truncação e amálgama.

«Frango» (de um guarda-redes) ou «túnel» (passar a bola sob as pernas), entrados no léxico do futebol vindos de outros domínios (por analogia), exemplificam o processo de
a) redução (ou truncação).
b) empréstimo.
c) amálgama.
d) extensão semântica.

«DECO» e «www» são, respetivamente
a) sigla, sigla.
b) sigla, acrónimo.
c) acrónimo, sigla.
d) acrónimo, acrónimo.

«Empréstimo» e «estrangeirismo»
a) podem ser palavras quase sinónimas, mas «estrangeirismo» tem conotação depreciativa.
b) são sinónimos exatos.
c) supõem, respetivamente, grafias aportuguesada e a da língua original.
d) correspondem a palavras entradas no português recentemente e a palavras em curso de acomodação.

«Kodak» e «Spa» são, respetivamente,
a) onomatopeia e empréstimo.
b) truncação e sigla.
c) cunhagem e empréstimo.
d) empréstimo e acrónimo.

«Nâmbia» (país criado por Trump, decerto porque pensara em Namíbia e Zâmbia) e «Mitro» (< Mitroglou) são exemplos, respetivamente, de
a) extensão semântica, abreviatura.
b) empréstimo, redução.
c) amálgama, truncação.
d) cunhagem, acrónimo.

«APAV» e «motard» são, respetivamente,
a) acrónimo, truncação.
b) acrónimo, empréstimo.
c) sigla, amálgama.
d) sigla, empréstimo.

            Depois de leres o «O meu 25 de abril» (de Francisco Sousa Tavares»), na p. 86, escreve um comentário acerca deste texto, contrastando-o com «Do alvoroço que foi na cidade […]» (de Fernão Lopes), nas pp. 83-85 (os nossos resumos podiam ser úteis se não tivessem ficado em casa).
            (Não sei se é útil o ponto 2 — preferia abordagem mais livre.)

Liga dos Campeões — Sorteio
10.º 2.ª

Potes de ...
Alunos
Reais, Baiernes, Benficas, Chaquetares
[A (17,75-13,75)]
Marta, Camily, João S., João Pedro
Barcelonas, Manchésteres, Portos, Borússias
[B (13,5-12,5)]
Cabo, Cola, Francisco B., Henrique, Pedro Torrado, Amaral, Ângelo, Pedro P., Miguel Brito
Basileias, Liverpuis, Romas, Nápoles
[C (12-11,5)]
Afonso, Diogo S., Guilherme V.,Toni, Sebastião, João Cardoso, João F., Diogo M., Paulo
Maribores, Celtiques (Céltiques?), Spórtingues, Apoéis
[D (11,25-10)]
Ivo, Carolina, Guilherme A., Pedro F., Francisco A., João A., Miguel C., Ricardo

10.º 3.ª

Potes de ...
Alunos
Reais, Baiernes, Benficas, Chaquetares
[A (17,5-16,5)]
Teresa, Ana, Mafalda, Margarita
Barcelonas, Manchésteres, Portos, Borússias
[B (16-13,75)]
Inês S., Beatriz B., Sofia, Inês C., Matilde C., Carolina, Pedro, Miguel
Basileias, Liverpuis, Romas, Nápoles
[C (13,5-12,5)]
Lúcia, Nicole, Matilde P., Carlota, Beatriz E., Beatriz Pardal, Margarida O., Edu
Maribores, Celtiques (Céltiques?), Spórtingues, Apoéis
[D (12-9,5 e quem não chegou a ler)]
Francisco, Eduardo, Maria João, Bernardo, Margarida T., Consti, Afonso, Duarte

10.º 5.ª

Potes de ...
Alunos
Reais, Baiernes, Benficas, Chaquetares
[A (16,75-15)]
Maria, Carolina, Ângela, Leonor, Sara
Barcelonas, Manchésteres, Portos, Borússias
[B (14,75-13,75)]
Beatriz Pi, Beatriz E., Grego, Guilherme, Maia, Luísa, Tomás, Pedro R., Natacha
Basileias, Liverpuis, Romas, Nápoles
[C (13,5-12,75)]
Ana J., João F., Beatriz Pa, Bernardo, Mafalda, Rodrigo, João R.
Maribores, Celtiques (Céltiques?), Spórtingues, Apoéis
[D (12,5-9,5)]
Ana S., Elisa, Fred, Sara Filipa, Soraia, Pedro S., Tiago

10.º 4.ª

Potes de ...
Alunos
Reais, Baiernes, Benficas, Chaquetares
[A (17,5-16)]
Mafalda, Rodrigo, Gonçalo, Joana, Laura, Francisca, Pedro
Barcelonas, Manchésteres, Portos, Borússias
[B (15,75-14)]
Tomás, Inês O., Diana, D. Botea, Eduardo, Emilly, Madalena
Basileias, Liverpuis, Romas, Nápoles
[C (13,75-12,25)]
Clara, Hugo, Leonor, Inês P., Afonso, Francisco, João S., André, Margarida
Maribores, Celtiques (Céltiques?), Spórtingues, Apoéis
[D (11-9,5)]
Lourenço, Daniel V., João G., Fábio

10.º 9.ª

Potes de ...
Alunos
Reais, Baiernes, Benficas, Chaquetares
[A (16-15)]
Margarida V., Luísa, Margarida A., Mariana S., Mariana M.
Barcelonas, Manchésteres, Portos, Borússias
[B (14,5-13,5)]
Raquel, Carolina D., Ivânia, Adriana M., Beatriz B., Margarida P., Miguel, Carolina C.
Basileias, Liverpuis, Romas, Nápoles
[C (13,25-12,5)]
Beatriz M., Guilherme, Lúcia, Francisco, Marta, Pedro, Tiago, Soraia, Adriana F.
Maribores, Celtiques (Céltiques?), Spórtingues, Apoéis
[D (12-10,5 e quem não chegou a ler)]
Leonor, Catarina, Diogo, Afonso, Daniela, Jónatas, Marcus

Nota importante — Alunos do mesmo país (carteira) não podem ficar no mesmo grupo.

Grupo I
Grupo II
Grupo III
Grupo IV
































Apurados para os oitavos de final (os quatros primeiros de cada grupo)





Apurados para a Liga Europa (quintos, sextos, sétimos, oitavos)






            Como se trata de fase em poule, a classificação de cada grupo resultará das pontuações de vários «jogos», incluindo leitura em voz alta mais ou menos expressiva, em geral a preparar em casa. São apurados para a fase final da Liga dos Campeões os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias, segundo estrutura muito inteligente (A1 × B4; B1 × A4; ...).
            Restantes clubes (isto é, alunos) ficam apurados para a Liga Europa. Este outro troféu será disputado logo em eliminatórias, definidas também segundo as classificações obtidas na fase preliminar da Liga dos Campeões. Os derrotados nos oitavos de final da Liga dos Campeões também se incorporarão numa eliminatória posterior da Liga Europa.
            Na pp. 317-318 do manual, temos uma arrumação de termos de Narratologia, sob o título «Elementos constitutivos do texto narrativo». Talvez possas relancear agora, sobretudo, o quadro 4. Tempo — e, especialmente, o tempo do discurso (p. 318). Usarei a seguir alguns desses termos, a propósito de Cinema Paraíso. Porém, procura resolver as lacunas só pelo conhecimento que já tens destes assuntos e do próprio filme.

Cinema Paraíso
Género e contexto
O filme é claramente de ______ de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto protetor de então, Alfredo). A ______ entra como pano de fundo (há diversas alusões ao fim da segunda guerra mundial).
Ação e espaço
Os vários estados do edifício (o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o protagonista regressar) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção da passagem do ______.
A _____ da parte amorosa acaba também por aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer).
O edifício vai causar a _____ de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista.
Tempo do discurso vs. Tempo da história
Alteração da ordem dos acontecimentos
A analepse é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o protagonista sabe da _____ de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da ____ não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)
Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de _____.
Omissão e resumo de factos; abrandamento e aceleração do ritmo
Uma elipse notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de _____, o que aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a resumos, que aproveitam as imagens passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos que nos estão a ser dados vários anos em poucos _____).
Ao contrário, uma história demorada contada por Alfredo a Totó (que só veremos na próxima aula) parece fazer _____ o discurso relativamente ao tempo «real».

TPC — Traz caderno (isto é, folhas da aula — as nossas fotocópias e os trabalhos que te foram devolvidos — devidamente arrumadas).


Aula 51-52 (12 [2.ª, 3.ª], 14/dez [4.ª, 5.ª, 9.ª]) Correção do questionário de gramática (ver Apresentação).

            Explicação sobre avaliação; indicações para o 2.º período (ver Apresentação).


            Assistência a conclusão de Cinema Paraíso (ao mesmo tempo que conversas individuais sobre avaliação).
Cinema Paraíso
Níveis narrativos
No primeiro nível narrativo, o adulto a quem, em criança, chamavam _____ sabe que Alfredo morreu e, enquanto decide ir ao funeral, começa a recordar o amigo. Talvez a meio do que vamos ver hoje, teremos o fecho dessa longa analepse (uma narrativa encaixada que abrangeu toda a infância, adolescência e juventude de Salvatore, até à saída de Giancaldo).
O truque fílmico da justaposição de um ____ a sair de Giancaldo e um avião a chegar ao aeroporto na Sicília funciona como uma elipse, cortando uns vinte e cinco anos da vida do protagonista, e delimita o ponto em que retomámos a ação «contemporânea» da narração (ou seja, quando regressámos ao primeiro nível narrativo).
Desenlace
O desfecho é precedido de elipse ou resumo significativo (um corte da história que não nos é dada assim em termos de discurso).
Salvatore viveu em Roma durante décadas, que são elididas no filme, passa os limites da Península Itálica (Giancaldo é na Sicília) mas é ao regressar a ____ que redescobrirá os filmes que eram a sua companhia.
Salvatore depara-se com o antigo ____, mais velho, e vemos o louco da praça, também já diferente mas com as mesmas manias.
Dá-se o regresso ao ponto de partida. Há disforia, tristeza, mas também a noção de que se conservou uma memória de quem ou do que se amava. O final é uma epifania, uma revelação.
A infância de Totó morreu com o enterro de Alfredo e a destruição do cinema, mas Salvatore resgatou parte desse passado, os fotogramas dos ____.
Salvatore vê agora as imagens que antes tinham sido cortadas e que, quando muito, vira às escondidas nas sessões de visionamento para censura pelo ____.
A narrativa não fica em aberto mas também não é uma típica narrativa fechada.
A linha de ação da paixão pelo cinema e a da memória da infância ficaram ____, mas haverá alguma indefinição ainda no que se refere à paixão Salvatore-Elena.
TPC (férias) — Vai lendo um livro. Logo no começo das férias, em Gaveta de Nuvens, explicarei como pode essa leitura ser feita (aqui). Há livros recomendados pelo programa, os que estão no manual, na p. 18 — é mesmo obrigatório cada aluno ler, este ano, pelo menos, uma dessas obras. Quando escrever as tais indicaçõessobre este assunto, prevenirei quais desses livros são demasiado difíceis (intragáveis, dir-se-á). Tentarei ajudá-los a escolherem. (Não tenham depois problema em pedir-me conselho por mail, se for o caso.) Também ao longo das férias espero escrever comentários aos vossos trabalhos de gravação.


#