Aulas (2.º período, 2.ª parte: 77-94)
Aula 77-78
(19 [5.ª], 20 [4.ª], 21
[9.ª], 26/fev [2.ª, 3.ª]) Assistência
a sketch da série Fonseca sobre provérbios.
O título do livro de que trata o texto é
a) «A estranha vida
de Steve Jobs».
b) A estranha vida de Steve Jobs.
c) Steve Jobs.
d) Público.
Uma síntese do primeiro parágrafo implicaria dizer
que
a) o livro é muito
interessante, apesar de ora incompleto ora demasiado preso a pormenores.
b) o livro sobre Jobs
é estimulante mas excessivo no detalhe.
c) a biografia é
demasiado oficial mas completa (porventura demasiado completa).
d) o livro
autobiográfico de Jobs, embora fascinante, peca por ser detalhado e, aqui e
ali, lacunar.
No segundo parágrafo, ficamos a saber que o livro
foi escrito
a) sem autorização de
Jobs, mas a convite do fundador da Apple.
b) por Walter
Isaacson, a convite de Steve Wosniak.
c) por Henry
Kissinger, a convite do próprio fundador da Apple.
d) a convite de Jobs,
por alguém já experiente no género biográfico.
Entre as linhas 11 e 18, ficamos a saber que o
livro se baseou em entrevistas feitas a
a) funcionários da
Apple, a amigos de Wosniak, a parceiros, rivais, familiares de Jobs, a Jobs.
b)
aos primeiros funcionários da Apple, a amigos, parceiros, rivais, familiares de
Jobs, ao próprio Jobs.
c) aos primeiros
funcionários da Apple (como Wosniak), a amigos de juventude (como Gates),
parceiros, rivais, familiares de Jobs, até a Jobs.
d) aos primeiros
funcionários da Apple, a amigos de juventude, amantes, parceiros ou rivais
(como Gates), familiares de Jobs, o próprio Jobs.
O pronome «os quais» (l. 16) funciona como
a) catáfora, cujo
referente é «Bill Gates» (l. 16).
b) anáfora, cujo
antecedente é «parceiros e rivais de negócios» (ll. 15-16).
c) catáfora, cujo
sucedente é «Bill Gates» (l. 16).
d) anáfora, cujo
referente é «rivais de negócios» (ll. 15-16).
Nos terceiro a quinto parágrafos (ll. 19-43)
considera-se ter o autor de Steve Jobs
a) sido sobretudo
elogioso relativamente ao protagonista.
b) dado conta dos
aspetos meritórios de Jobs, mas não das suas fraquezas.
c) apontado facetas
positivas e negativas de Jobs.
d) sido parcial,
fazendo a apologia da personagem principal.
Seria fácil transpor «Jobs é descrito [por
Isaacson] como um dos pioneiros dos computadores pessoais» (ll. 22-23) para a
forma ativa, e passaríamos a ter
a) «Isaacson» como
complemento direto e «como um dos pioneiros dos computadores pessoais» como
modificador do grupo verbal.
b) «Isaacson» como
sujeito e «Jobs» como agente da passiva.
c) «Jobs» como
complemento direto e «como um dos pioneiros dos computadores pessoais» como
predicativo do complemento direto.
d) «Isaacson» como
complemento direto e «Jobs» como sujeito.
«também uma pessoa que chorava quando não lhe
faziam a vontade» (ll. 38-39) é
a) complemento
direto.
b) predicativo do
complemento direto.
c) parte do
predicativo do sujeito.
d) predicado.
Se «Tudo isto é descrito em abundância por
Isaacson» (ll. 44-45) estivesse na forma ativa,
a) «Tudo isto» seria
o complemento direto e «Isaacson», o sujeito.
b) «Tudo isto» seria
o agente da passiva e «Isaacson», o sujeito.
c) «Tudo isto» seria
o sujeito e «Isaacson», o agente da passiva.
d) «Tudo isto» seria
o sujeito e «por Isaacson», o agente da passiva.
Na obra que é apreciada neste texto, sobre a irmã
adotiva de Jobs (cfr. ll. 53-59)
a) não se chega a
falar.
b) diz-se pouco, nem
se explicando deixar-se de se falar dela pouco depois.
c) descreve-se apenas
a relação com os pais, sem se explicar a sua saída de cena.
d) o autou não chega
a explicar por que motivo se afasta de Jobs.
Uma crítica apontada à obra (ll. 53-59) é
a) a sua extensão.
b) o facto de, apesar
de sua extensão, terem ficado aspetos por desenvolver.
c) não terem sido
abordados vários aspetos.
d) a falta de
extensão e a pouca profundidade dada ao tratamento dos assuntos.
Segundo as ll. 60-65, os anos entre 1985 e 1996
corresponderam ao período em que Jobs
a) esteve fora da
Apple, geriu a Pixar e teve vida de quase playboy.
b) esteve fora da
Apple e se tornou um pai de família.
c) comprou e geriu a
Pixar, adotando comportamentos de playboy.
d) esteve fora da
Apple, comprou e geriu a Pixar e a Playboy.
«[estes] buracos» (l. 66) refere-se
a) aos tempos de Jobs
fora Apple.
b) aos aspetos
negativos da vida de Jobs.
c) a lacunas na obra.
d) a buracos em ruas,
ainda por cima cheias de cocós de cão.
«que deixam ao virar da última página a sensação de
que algo foi escondido ou esquecido» (ll. 66-68) desempenha a função sintática
de
a) modificador
restritivo do nome.
b) predicativo do
complemento direto.
c) modificador
apositivo do nome.
d) predicado.
«uma criança adotada que cresce numa família de
classe média» (ll. 68-69) reporta-se
a) ao herói de um
livro que é contraposto ao que está em análise.
b) ao filho de Jobs.
c) à filha de Jobs.
d) a Steve Jobs.
Relance a exemplares de Inimigo Público para compreensão da
elaboração do cómico e da noção de personagem tipo (mediante preencimento de
ficha).
Nome: ____ (a quem calharam
os exemplares do O Inimigo Público,
n.º ___ e n.º ___)
O cómico em O Inimigo Público resulta quase sempre de um facto insólito mas
verídico da atualidade (que é exagerado ou cruzado com outros, tornando-se mais
risível pelo absurdo da hipérbole ou transposição para outro contexto).
Integraríamos este processo no tipo de
cómico dito de situação (cfr. situação irreal criada), mas,
muitas vezes, a brincadeira começa pelo exagero de uma característica de uma
personagem que esteve em foco nos dias anteriores, o que se pode associar ao
cómico de caráter (ou de personagem).
Tenta reconhecer o facto da atualidade que levou a que o Inimigo Público resolvesse criar a
notícia — no fundo, a parte verdadeira da notícia do IP. Escolhe notícias que percebas — como acompanham pouco os
jornais ou a televisão, é natural que muitas destas brincadeiras lhes escapem.
Depois, vê (1) se houve cruzamento com outro facto verídico; (2) se houve
apenas um exagero da circunstância real já por si insólita (e em que consistiu
esse exagero ou transposição inesperada); (3) se houve ainda algum outro
processo que tornasse a notícia cómica.
Título da notícia
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Facto verídico que fez que o assunto estivesse
na ordem do dia (= notícia verdadeira)
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Estratégia usada para tornar cómica a notícia
do Inimigo Público.
(Tem conta as situações 1, 2, 3, mas descreve
o caso concreto.)
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Título da notícia
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Facto verídico que fez que o assunto estivesse
na ordem do dia (= notícia verdadeira)
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Estratégia usada para tornar cómica a notícia
do Inimigo Público.
(Tem conta as situações 1, 2, 3, mas descreve
o caso concreto.)
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Agora centra-te na última página de cada exemplar. Na secção de entrevistas de rua (vox
populi) do Inimigo Público —
«Inquérito» — há com certeza, entre as personagens aí ficticiamente inquiridas,
tipos
sociais, ou sócio-psicológicos, que se pretende caricaturar.
Aponta os tipos aí aproveitados
(nota que não é a definição que figura no jornal mas o que consigamos perceber
pelo conjunto de nome, retrato, respostas dadas e até, no caso de pessoas
reais, por conhecimento prévio nosso). Se a personagem entrevistada não
corresponder a um tipo, põe apenas um traço.
nome da personagem
|
tipo social (ou
psicológico) que se quer caricaturar
|
TPC — Ficará em Gaveta de Nuvens — muito proximamente — a instrução da tarefa a
realizar a propósito da leitura de livro. Para já, na próxima aula vou
inquiri-los sobre o que já leram.
Aula 79-80 (22 [5.ª, 9.ª, 4.ª], 27/fev [2.ª, 3.ª]) Compreensão
de «A verdura amena», de Camões (p. 173), através de preenchimento de esquema
da sua sintaxe.
O primeiro poema de Camões
que vamos ler está na p. 173. É um poema a mote,
ou moto (cfr. p. 207): «Se Helena apartar / do campo seus olhos, / nacerão
abrolhos». Um «mote seu» quererá dizer que esses três versos são de Camões (há
motes «alheios» também, como sucede com os poemas da p. 171 e da p. 175).
Seguem-se as voltas (cfr. p. 207).
Lê as voltas do poema, completando o
esquema que, em parte, já preenchi, com a ordem simplificada e com as funções
sintáticas indicadas.
vv. 4-7
Vocativo (+ Mod. apositivo do nome)
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Núcleo do predicado
|
Complemento direto
|
que a verdura amena a deveis
aos olhos de Helena.
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vv. 8-10
Sujeito
|
Núcleo do predicado
|
Complemento direto
|
o ar de seus olhos
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Sujeito subentendido
|
Núcleo do predicado
|
Complemento oblíquo
|
Complemento direto
|
[o ar de seus olhos]
|
vv. 11-12
Sujeito subentendido
|
Núcleo do predicado
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Complemento direto
|
serras floridas
|
Sujeito subentendido
|
Núcleo do predicado
|
Complemento direto
|
Predicativo do complemento direto
|
[o ar de seus olhos]
|
vv. 13-14
se isto faz nos montes, que fará nas vidas?
vv. 15-17
Sujeito subentendido
|
Núcl. pred.
|
Complemento direto
|
Predicativo do complemento direto
|
Modificador do grupo verbal
|
[o ar de seus olhos]
|
-las [=as vidas]
|
vv. 18-19
Sujeito subentendido
|
Núcleo do predicado
|
Complemento direto
|
Modificador do grupo verbal
|
[o ar de seus olhos]
|
vv. 20-21
Sujeito
|
Núcleo do predicado
|
Complemento indireto
|
Complemento oblíquo
|
de cada pestana
|
vv. 22-24
Sujeito
|
Núcleo do predicado
|
Complemento direto
|
Complemento indireto
|
-se
|
Sujeito subentendido
|
Núcleo do predicado
|
Complemento oblíquo
|
Modificador do grupo verbal
|
[Amor]
|
posto em giolhos
|
«Se
eu fosse um dia o teu olhar»
Frio
O mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar
Quente,
O chão
Onde te estendo
Onde te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
O mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar
Quente,
O chão
Onde te estendo
Onde te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Sangue,
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Pedro
Abrunhosa, «Se eu fosse um dia o teu olhar», Intimidade, 2005
Escreve a apreciação crítica pedida
na p. 174 (comparação «A verdura amena» vs. «Se eu fosse um dia o teu
olhar»).
Eu já iniciei o texto, dando conta
da parte mais ligada ao vilancete de Camões. Completa-o, dedicando-te sobretudo
ao poema de Abrunhosa. Não te esqueças de usar uma ou outra citação.
A parte do teu texto deverá aproveitar boa parte das linhas que te deixo. A
caneta.
Há que ter em conta que estamos perante não só géneros
mas também formatos, ou meios, diferentes. «A verdura amena» chega-nos através
do escrito e em papel, ainda que o poema esteja acompanhado de uma imagem de
uma pintura de Vincent van Gogh mais de trezentos anos posterior à morte de
Camões (entre o quadro do holandês da orelha cortada e o vilancete do zarolho
português há em comum a luz, o verde, a paisagem amena – apesar das nuvens
incipientes de Campos de trigo). Ao
contrário, o poema de Pedro Abrunhosa chega-nos embrulhado numa série de
recursos que não se restringem ao que lemos na reprodução da letra da canção. .
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Se
descartarmos estas diferenças quanto a media
e atentarmos apenas nos poemas propriamente ditos, encontramos perfis específicos
no que se refere à enunciação. Em «A verdura amena», o poeta — que pouco se
manifesta em termos subjetivos (não há 1.ª pessoa) — parece dirigir-se aos rebanhos
a pastar (como indica a apóstrofe «gados, que paceis»), mas o resto das três
setilhas centra-se na exaltação da beleza de Helena, repercutida na natureza
(acalma os ventos, transforma espinhos em flores, faz florescer as serras,
purifica as fontes) e nas vidas humanas («trá-las suspendidas»). Mesmo o Amor —
note-se a personificação —, ajoelhado, «se lhe rende». Entretanto, na letra da
canção há um «eu» e um «tu». O sujeito lírico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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O
tópico é que será mesmo. Quer nas voltas ao mote «Se Helena apartar / do campo
seus olhos, / nacerão abrolhos» quer em «Se eu fosse um dia o teu olhar» o
olhar é o elemento mais importante. Em ambos os casos, olhos/olhar funcionam
como pretexto para a declaração amorosa, que fica só implícita no texto
camoniano, mas que, na letra da faixa de Intimidade,
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Notemos
ainda uma antinomia significativa. Enquanto na lírica quinhentista os olhos da
mulher amada, na esteira do modelo petrarquista, influenciam, transformam a
natureza (como já se viu, no sentido de a fazer equivaler ao chamado locus amœnus), . . . . . . . . . . . . .
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Por
fim, a comparação quanto a aspetos formais acaba por se justificar na medida em
que é associável às características da época ou escola em que os textos se
inscrevem. Assim, vale a pena assinalar a regularidade que vemos nos recursos
de versificação no poema do período clássico e nesta fase mais tradicional de
Camões (são três heptetos, com o mesmo esquema rimático, tendo todos os versos
cinco sílabas métricas — redondilha menor, adequada à melodia e ritmo
memorizáveis, ainda medida velha, portanto). A esta arrumação, podemos
contrapor . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . .
Descreve a situação em que te encontras, circundando a
alínea pertinente
a) Já li na íntegra
livro entre os indicados ou, no caso de obra com vários contos, li um número de
textos razoável (a saber, aproximamadamente, ___ [numeral]).
b) Estou perto do final
da obra (ou li um número de contos aceitável, a saber: ___ [numeral]).
c) Li mais de metade do
livro (ou ___ contos [numeral]).
d) Li cerca de metade do
livro.
e) Li cerca de um terço
da obra.
f) Li apenas algumas
páginas.
g) Ainda não comecei a
leitura, mas já o tenho o livro por perto.
h) Ainda não tenho o
livro comigo, mas já escolhi o que tenciono ler.
i) Ainda não escolhi
nenhuma obra, mas aceito ideias (do professor, nomeadamente).
j) Não vou ler nenhum
livro.
k) Não vou ler nenhum
livro e odeio quem o faça ou quem mo recomende.
l) Lera livro o ano
passado, quando fazia o décimo pela primeira vez, mas este ano não li nada.
Obra a que se referem as
alíneas a-h ou l:
. . . . . . . . . . . .
. . . . (título), de . . . . . . . .
. . . . . (autor)
Como sucede em tantos
filmes e narrativas, O Leitor — o filme que hoje
começaremos a ver — inicia-se em época mais recente (Berlim, 1995), recuando
depois ao passado, numa analepse de
quase quarenta anos (Neustadt, 1958). O pretexto para a analepse, neste caso, é
um elétrico avistado da janela.
Como se verá, em O Leitor não faltam citações de autores
da literatura universal:
Autor
|
Obra
|
Data
|
País
|
Personagens
|
Género
|
Horácio
|
Epodos
|
30 a.C.
|
Roma
|
Poesia lírica
|
|
Safo
|
Fragmento 16
|
séc. VII a.C.
|
Grécia
|
Poesia lírica
|
|
G. E. Lessing
|
Emilia Galotti
|
1772
|
Alemanha
|
Emilia Galotti
|
Drama
|
Homero
|
Odisseia
|
séc. VIII a.C.
|
Grécia
|
Ulisses, Penélope, Telémaco
|
Poema épico
|
Mark Twain
|
Aventuras de Huckleberry Finn
|
1884
|
EUA
|
Huckleberry Finn,
Tom Sawyer
|
Novela de aventuras
|
D. H. Lawrence
|
O amante de Lady Chatterley
|
1928
|
Reino Unido
|
Constance Chatterley, Clifford
Chatterley, Oliver Mellors
|
Novela passional, psicológica
|
Hergé
|
[série de Tintin]
|
1929-...
|
Bélgica
|
Tintin, Haddock, Milou
|
BD
|
Anton Tchékhov
|
A senhora do cãozinho
|
1899
|
Rússia
|
Dimitri Gurov,
Ana Siergueievna
|
Conto
|
Lev Tolstói
|
Guerra e Paz
|
1865-1869
|
Rússia
|
Pedro Bezukov, entre muitas
|
Romance-fresco
|
TPC — Faz definição telegráfica sobre Farsa de Inês Pereira.
Aula 81-82 (27/fev [4.ª], 1 [5.ª, 9.ª], 5/mar [2.ª,
3.ª]) Correção de questionário sobre texto acerca de Jobs (p. 97).
Vai até à p. 175. Olhemos o poema de Camões.
É de novo um poema com voltas, acerca de um ____ dado (neste caso, um dístico
de uma cantiga de outro autor: «Perdigão perdeu a pena, / não há mal que lhe
não ____»). As ____ são constituídas por duas estrofes de sete versos, ou seja,
duas ____, ambas com o esquema rimático que já víramos no vilancete «A verdura
amena» (__-B-B-__-A-C-__), mas, desta vez, com sete sílabas métricas — são
versos ______, ou seja, redondilhos maiores.
Na última aula,
dissemos estar este metro incluído na medida
velha (por oposição à medida ______, o decassílabo). Estamos, por isso,
perante o Camões mais tradicional e, em geral, mais ligeiro (para o contraste medida velha / medida nova, veja-se a p. 200).
Na verdade,
esta cantiga é leve e parece até ser
uma brincadeira a propósito de acontecimento verdadeiro («Perdigão», mais do
que uma ave, referiria um fidalgo caído em desgraça, por amores, e castigado
com prisão).
Parte deste
tom jocoso deve-se ao uso de duas palavras homónimas.
Repara no fragmento que copiei do Dicionário da língua portuguesa (Porto, Porto editora, 2015):
Identifica os verbetes
de «pena» (pena1, pena2, pena3) correspondentes às duas palavras nos vv. 5 e 6 da
cantiga de Camões:
«Pena» (v. 5) = ________
«Pena» (v. 6) = ________
Repara que
escrevi que se tratava de palavras diferentes.
Só por isso, aliás, estão em verbetes diferentes. Não se trata de aceções
diferentes da mesma palavra (estariam, nesse caso, num mesmo ______), são mesmo
palavras homónimas (diferentes, embora coincidentes no resultado gráfico e
fónico).
Para
confirmarmos que são palavras diferentes, vejam-se os seus diferentes étimos:
pena1 < lat. pœna,
que significava ‘_____’;
pena2 < lat. _____, ‘órgão cutâneo da águia Vitória’;
pena3 < lat. pinna,
‘_____’.
O facto de
virem de étimos diferentes e terem coincidido na sua atual forma faz que se
lhes chame também palavras convergentes
(convergiram embora não para uma única palavra — como se ouve, por vezes, em
escolas menos afamadas que a nossa — mas para uma forma idêntica).
Conclusão: as
palavras homónimas
(classificação sincrónica) são, no fundo, palavras convergentes
(classificação histórica, diacrónica).
Cria parágrafo inteligente (≠
preguiçosão e plagiador do do colega do lado) em que surja cinco vezes «pena» —
pena1, nas aceções 1 (ou
2) e 3; pena2, aceções 1
e 2; e pena3.
. . . . . . . . . . .
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[Depois de relanceares as
definições de campo lexical e de campo semântico:]
[2.] Constrói um campo lexical do domínio conceptual de ‘ave’,
utilizando apenas expressões do texto [na
minha resposta risca o que esteja errado]:
[R.:] perdigão, depenado, pena, asas, voar, desasado, Casillas, Rui
Franguício
Vê o verbete de
«fogo» (do Dicionário Houaiss) e
indica qual das aceções pode corresponder à do v. 15 de Camões:
[R.:] a número ____.
Este verbete seria
útil se quiséssemos constituir um campo semântico de ‘«fogo»?
a) não, sei mais aceções do que estas.
b) sim, talvez.
No sketch «Couves, batatas, cenouras» (Lopes
da Silva), surge
a) campo semântico de «vegetal».
b) campo lexical de
‘agricultura’.
c) série de
co-hipónimos de «vegetal».
Em «Matarruano
sonhador», predomina
a) campo semântico de «filosofia».
b) campo lexical de ‘locus amœnus’.
Vamos tratar de verbetes (de dicionários ou de enciclopédias). Atenta no verbete que copiei do Grande Dicionário Língua Portuguesa
(2004).
É um verbete sobre a palavra «_____». Olhando as cinco aceções que
apresenta (e que, no fundo, constituem o campo ______ de ‘verbete’), percebemos
que a que lhe corresponde é a aceção n.º ___.
A tira de banda
desenhada alude a um dos problemas dos dicionários gerais: é que a definição do
significado de uma palavra acaba por ______. Porém, os dicionários gerais mais
completos trazem abonações da palavra em frases (verdadeiras ou criadas), que
tornam os verbetes mais transparentes (é o caso do da Academia das Ciências, de
1976, vol. I, de que tirei parte do verbete de «abrolho», à esquerda).
Vê verbetes que pus por
estas páginas e desenvolve as abreviaturas: s.m. = ____ | n.f.
= ____ v.tr. = ____ | fig. = ____ | lat. = ____ | id. = idem (o mesmo [significado na língua do
étimo]).
As palavras que ponho a seguir existem, embora não sejam das
mais comuns. Transcrevo a palavra, a abreviatura que indica a classe e, por
fim, a etimologia. Apaguei a parte do verbete onde estava o significado, ou as
várias aceções, da palavra.
É
essa parte que criarás (inventarás, portanto). Gostaria que, no conjunto dos
verbetes, houvesse cerca de oito acepções, o que não contende com poder ser
alguma palavra monossémica — bastaria compensar no número de significados das
outras. A seguir a algumas das aceções, entre parênteses (e, depois, entre
aspas), podes pôr uma abonação da palavra, isto é, uma frase ilustrativa.
garança, n.f.
Do frâncico wratjia, pelo francês garance.
exergásia, n.f.
Do grego eksergasía.
turificar, v.tr.
Do latim turificare.
turgimão, n.m.
Do árabe tarjuman.
TPC — Faz ficha
n.º 25 do Caderno de atividades
(sobre ‘Campo lexical e campo semântico’), pp. 45-46, que, como sempre,
reproduzirei em Gaveta de Nuvens (a
partir de link no sumário).
Aula 83-84 (1 [4.ª], 5 [5.ª], 6 [2.ª, 3.ª], 7/mar
[9.ª]) Correção de inícios de peça de teatro criados há já várias aulas.
Na
última aula, já conhecemos o conceito de palavras convergentes (as palavras,
sincronicamente homónimas, que têm
hoje aparência gráfica e fónica igual mas cujos étimos são diferentes). O
conceito de palavras divergentes costuma ensinar-se ao mesmo tempo —
e no nosso manual lá estão ambos nas pp.
194 e 195 (vai até aí) —, embora, na verdade, não sejam processos
simétricos: na divergência, um mesmo étimo
resulta em diferentes palavras atuais; na convergência, étimos diferentes
originam várias palavras, ainda que idênticas na grafia e som.
Lê toda a p. 194 e cimo da 195.
Resolve
nesta nossa folha os itens de ‘Consolida’ da p. 195:
1. [Como já se disse, as
formas eruditas costumam ser mais próximas do étimo latino — as formas
populares alteraram-se mais porque são mais antigas e não nasceram no ambiente
escrito, conservador. Na tabela; era preferível as formas populares estarem
antes das eruditas, logo na segunda coluna — chegaram-nos com a romanização, ao
passo que as outras serão «reposições», diretas do latim, já por alturas do
Humanismo, da responsabilidade de escritores, entre os quais, tantas vezes, do
próprio Camões.]:
Étimo
|
Forma erudita
|
Forma popular
|
a) augustu-
|
||
b)
attribuere
|
||
c) coagulare
|
||
d) comparare
|
||
e) materia-
|
2.
[Não respondas a esta estúpida pergunta.]
3.
[Este exercício tem um erro grave: na alínea a), vanu- não vem a dar a forma do verbo ir, «vão». vanu- dá é
o adjetivo «vão» (e entra bastante na expressão «em vão»). Portanto, a frase
que ilustra a palavra não é aceitável. Troca-a, por exemplo, por «O esforço de
Diogo Piçarra foi vão, pois acabou
por desistir».]
3.1 São palavras ______.
3.2 a) _____ qualificativo; b) verbo auxiliar; c) _____
subordinativa comparativa; d) _____.
3.3 Em termos de análise sincrónica trata-se de palavras _____.
4. a) São palavras ______.
b) São palavras ______. Por acaso, o exemplo podia estar mais
completo, porque também há manga (‘tipo de arte, cultura’)
vindo do japonês; e também me lembro de manga,
3.ª pessoa do presente do verbo «mangar» (‘troçar’), cujo étimo é o cigano mangar, ‘mendigar’; e ainda de manga, também 3.ª pessoa mas de um outro
verbo «mangar» (‘enfiar o cabo na ferramenta’), que vem de mango + ar.
No Caderno de atividades (p. 6; mas não
precisas de o consultar agora) está este item («4. Completa o quadro»), que tem
um erro. Deveria estar, em vez de «Palavra atual», «______», porque palavras
convergentes continuam a ser palavras diferentes.
Vamos ler mais
um poema da fase tradicional de Camões («Leva na cabeça o pote», p. 170, que costuma ser conhecido pelo
verso inicial do mote, «Descalça vai para a fonte»).
Completa o que falta ao mote e às
voltas, que transcrevi já segundo a ordem mais natural do português:
Leanor vai para fonte, pela verdura, ___. Vai fermosa [= bela] e não segura.
Na cabeça ___ o pote [a bilha];
nas mãos de prata, o ____ [rodilha de
pano em que assenta o que se leva à cabeça]. [Tem] uma cinta de escarlata
___, um sainho [colete] de chamalote
[lã]. Traz a vasquinha [saia plissada] de ___ [todos os dias] mais branca que a neve
pura. Vai fermosa e não segura.
A ___ descobre a garganta; o ____, os cabelos d’ouro. Tem fita de cor
d’encarnado. [É] tão linda que ____ o mundo. Nela chove tanta ____ [beleza], que dá graça [beleza] à fermosura [beleza]. Vai fermosa e não segura.
O «Poema da auto-estrada»,
de António Gedeão, alude ao de Camões:
Voando vai para a praia
Leonor
na estrada preta.
Vai
na brasa, de lambreta.
Leva
calções de pirata,
vermelho
de alizarina,
modelando
a coxa fina
de
impaciente nervura.
Como
guache lustroso,
amarelo
de idantreno,
blusinha
de terileno
desfraldada
na cintura.
Fuge,
fuge, Leonoreta.
Vai
na brasa, de lambreta.
Agarrada
ao companheiro
na
volúpia da escapada
pincha
no banco traseiro
em
cada volta da estrada.
Grita
de medo fingido,
que
o receio não é com ela,
mas
por amor e cautela
abraça-o
pela cintura.
Vai
ditosa, e bem segura.
Como
um rasgão na paisagem
corta
a lambreta afiada,
engole
as bermas da estrada
e
a rumorosa folhagem.
Urrando,
estremece a terra,
bramir
de rinoceronte,
enfia
pelo horizonte
como
um punhal que se enterra.
Tudo
foge à sua volta,
o
céu, as nuvens, as casas,
e
com os bramidos que solta
lembra
um demónio com asas.
Na
confusão dos sentidos
já
nem percebe, Leonor,
se
o que lhe chega aos ouvidos
são
ecos de amor perdidos
se
os rugidos do motor.
Fuge,
fuge, Leonoreta.
Vai
na brasa, de lambreta.
António Gedeão, Obra Completa, 2004
Na esteira de Gedeão, podemos
imaginar uma matriz para criar uma série de textos paralelos, se formos
variando os seguintes elementos do mote:
Leonor
|
vai
|
para a fonte
|
pela verdura
|
descalça
|
Leonor
|
vai voando
|
para a praia
|
na estrada preta
|
na brasa, de lambreta
|
Protagonista
|
«ir» ou outro verbo idêntico
|
lugar para onde
|
lugar por onde
|
modo
|
As tuas versões serão em prosa, semelhantes aos três parágrafos em que linearizei o poema
de Camões (e, claro, sem rima). Além
da mudança nos elementos das cinco
colunas, haverá, desde logo, a mudança
de século (XVI > XXI). Tenta que o tipo, a caracterização do
protagonista, revele qualidade na observação. Sê bastante descritivo. O próprio Camões também foi muito fotográfico. Nos
nomes, evita os de colegas.
. . . . . . . . . . .
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TPC — Para as próximas aulas prepara a leitura expressiva, ou tendencialmente
expressiva, destes sonetos de Camões. Os números entre parênteses retos
reportam-se aos números dos alunos. Cada número aparece duas vezes, o que
significa que cada um terá de preparar a leitura de dois poemas. Além do ensaio
em voz alta, bastante repetido, aconselha-se uma prévia compreensão do texto,
ainda que, naturalmente, superficial. (Apenas para efeitos da pronúncia de
algumas palavras, fiz uma leitura destes oito sonetos — note-se, neutra, sem
preocupações interpretativas —, que pus em baixo [e aqui] e lhes será útil se desconhecerem o som de alguma palavra. Usei a
pronúncia atual — embora a fonética do português de Camões fosse muito
diferente da nossa.)
Aula 85-86 (6 [4.ª], 8 [5.ª, 9.ª], 12/mar [2.ª, 3.ª]) O poema «Erros meus, má fortuna amor
ardente» pode exemplificar a chamada medida
nova. Com efeito, cada verso seu tem dez sílabas métricas, como a escansão
do primeiro verso nos mostra {procede a
essa divisão em sílabas métricas}:
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Também
coerente com a vertente clássica, renascentista, da lírica camoniana é a
composição: um _____ (catorze versos, distribuídos duas quadras e dois
tercetos). Neste caso, o esquema rimático é: A B B A | A _ _ _ | C _ _ | _ _ _.
Quanto
a tema, o texto exprime, em termos complexos, a ____ do poeta com o seu
percurso de vida (e, talvez, sobretudo com as desilusões amorosas).
Na mesma p. 188, em baixo, temos «O dia em que nasci, moura e pereça», em
que o sujeito poético volta a exprimir em termos céticos, desiludidos, o seu
percurso de vida.
Para dar ideia da pouca conta em que tem
o seu fado, apela a que se não volte a repetir o dia do seu nascimento (que
esse dia «mo[r]ra e pereça, / não o
queira jamais o tempo dar, não torne mais ao mundo») e amaldiçoa-o com
uma série de prognósticos pejorativos, se tiver o desplante de voltar («se
tornar»):
Se esse dia voltar, o
sol sofrerá um _____; haverá sinais apocalíticos; nascerão _____; choverá _____;
as mães não reconhecerão os _____; toda a gente, sem perceber o que acontece,
ficará a chorar, pálida, a pensar que o mundo _____.
Vai até à p. 183.
O soneto «Amor é um fogo que arde sem se
ver» é constituído, nas suas duas quadras e primeiro terceto, por versos que se
podem considerar ora oxímoros (ou paradoxos) ora antíteses. É difícil discernir
entre estas classificações. Tudo dependerá do grau de impossibilidade — se o
verso for mais ilógico, teremos um oxímoro; se o verso apostar apenas num
contraste mas que até é compreensível, será apenas uma antítese. Não vale a
pena estares a tentar classificar com estes termos, mas tenta ordenar os versos
1 a 11 em função de o que afirmam ser «mais impossível» ou «relativamente
aceitável».
Os versos
«tendencialmente oxímoros» (mais impossíveis) seriam os vv. _____.
Os versos
«tendencialmente antíteses» (mais exequíveis) seriam os vv. _____.
Vai até à p. 178.
O soneto «Um mover d’olhos, brando e
piadoso» faz um retrato de mulher em termos petrarquistas (cfr. pp. 181 e 207).
Ao longo do poema, a anáfora — com o artigo indefinido «um» e «uma» — contribui
para esta idealização da mulher. Completa a tabela:
Elementos
físicos e morais
|
Expressões
caracterizadoras
|
o olhar
|
«brando e _____»
|
o sorriso
|
«______ e honesto, / quási forçado»
|
o rosto
|
«doce e _____»; «de qualquer alegria ______»
|
o desembaraço
|
«_____ e vergonhoso»
|
a postura
|
«gravíssim[a] e ______»
|
a bondade
|
«pura»; «manifesto indício da alma, limpo e
______»
|
o ousar
|
«______»
|
o medo
|
«______»
|
o ar
|
«______»
|
o sofrimento
|
«______ e obediente»
|
Liga dos Campeões — Fase de
grupos
10.º
2.ª
10.º
3.ª
10.º
4.ª
10.º
5.ª
10.º
9.ª
Dicionário
da Língua Portuguesa,
Porto, Porto Editora, 2011:
exergásia [z] n.f.
recurso estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por
palavras diversas, mas sinónimas, cujo significado sobe gradualmente, como:
«passava a vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias»; sinonímia (Do gr. exergasía, «aperfeiçoamento, trabalho de
composição»)
garança n.f. 1 botânica
um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) 2 cor vermelha obtida desta planta (Do frânc. wratja, «id.», pelo fr. garance,
«id.»)
turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou
embaixada europeia, nos países do Oriente 2
[fig.] alcoviteiro (Do ár. tarjúman,
«intérprete»)
turificar v.tr.
1 incensar 2 [fig.] adular; lisonjear (Do lat. turificare, «id.»)
Luís Fernando Veríssimo, «Falsos Verbetes», Expresso, 29-10-2005:
TPC (a
enviar-me durante a semana) — Relanceada a crónica de Luís Fernando Veríssimo,
redige um verbete de palavra inventada (criada por ti — portanto, não
dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante). Palavra deve ter
aparência plausível, considerado o padrão português, e ter três aceções, pelo
menos. Não te esqueças de incluir no verbete a abreviatura da classe gramatical
e uma abonação — isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada
acepção. (Nota que no dicionário que reproduzi não há abonações.) No final do
verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória. A computador,
aproveitando os tipos de ênfase típicos dos verbetes (itálicos, negros, etc.).
Aula 87-88 (8 [4.ª], 12 [5.ª], 14 [9.ª], 13/mar
[2.ª, 3.ª]) Continuamos com a lírica camoniana de medida nova (acerca das diferenças medida velha / medida nova, vejam-se pp. 169 e 200).
Relativamente
aos sonetos da p. 182, «Tanto de meu estado me acho incerto» (A) e «Pede o desejo, Dama, que vos
veja» (B), repara que têm em
comum o facto de os seus sujeitos poéticos terem como interlocutor uma figura
feminina.
Em
A, confirma que o destinatário é uma
mulher o vocativo no v. 14 («minha ______»); em B, há dois diferentes vocativos respeitantes à mesma senhora: «______»
(v. 1); «______» (v. 14).
Também
podemos considerar que o tema de ambos os sonetos é o mesmo:
o eu reflecte sobre a
sua experiência do ______.
Preenche a coluna da direita com o
nome dos recursos expressivos assinalados.
versos
|
trecho (parte mais significativa do recurso sublinhada)
|
recurso estilístico
|
«Tanto
de meu estado me acho incerto» (A)
|
||
1
|
Tanto de meu estado me acho incerto
|
|
7-8
|
agora
espero, agora desconfio, agora desvario, agora acerto
|
|
9
|
chego ao Céu voando
|
|
«Pede
o desejo, Dama, que vos veja» (B)
|
||
1
|
Pede o desejo, Dama, que
vos veja
|
|
1
|
Pede o desejo, Dama, que vos veja
|
|
1
|
Pede o desejo
|
Quanto
ao soneto na p. 185, «Alegres campos, verdes arvoredos»,
respondamos às perguntas 1.1 e 1.2:
1.1 Os elementos
naturais são {substitui o que esteja
errado} «alegres campos», «verdes arvoredos a estragar canalizações da ESJGF»,
«claras e frescas águas de cristal», «rochedos», «silvestres montes», «Vítor do
Penedo», «Milbonas de leite», «águas [...] alegres».
1.2 Este tipo de
natureza designa-se «__________».
Finalmente,
o soneto da p. 196, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades».
Resolve o item 4. Classifica as informações como verdadeiras (V) ou falsas (F). Despreza as falsas, olhando para elas com olhar altivo e
arrogante.
a) A mudança opera-se no
mundo, nos sentimentos, na natureza e no eu e só na natureza é que ela se
realiza de forma positiva.
b) O sujeito poético tem uma visão positiva da mudança.
c) A mudança regular
recai sobre tudo (boa ou má), mas a mudança excecional é mudança da própria
mudança.
d) Este poema reflete a
influência dos autores medievais, tanto na temática abordada (a mudança) como
na forma (soneto).
Liga dos
Campeões da Leitura em Voz Alta — Fase de grupos
TPC
— Prepara a recitação do soneto que te calhar (cfr. infra), que não são
os cuja leitura expressiva preparaste. «Recitar» significa dizer o poema de cor
(terás, portanto, de o memorizar). De
qualquer modo, procura também imprimir-lhe entoação adequada, alguma
expressividade. Por vezes, nestes exercícios de recitação, desconsidera-se este
outro lado da tarefa, acabando o recitador por tudo dizer à pressa, como se
apenas o preocupasse não se esquecer do texto decorado. À esquerda, os números
dos alunos, à direita, o soneto a recitar:
Aula 89-90 (15/mar [5.ª, 9.ª, 4.ª]; nas turmas 3.ª e 2.ª esta
aula não se fará) Ponto da situação quanto a tarefas a entregar e aulas
próximas, blogue, etc (ver
Apresentação).
Leituras
expressivas de sonetos de Camões.
Com o texto da p. 176 regressamos à medida velha. Está em redondilha
{escolhe} menor/maior, já que os seus
versos têm _____ sílabas métricas, são pentassílabos {faz a escansão}:
Aquela cativa
O
subgénero escolhido também é típico da poesia camoniana de raiz mais tradicional, já que se trata de endechas (neste caso, quadras agrupadas
em oitavas, com rima emparelhada e ______).
O
tom é ______, mesmo se se trata de amor. Ao longo das cinco estrofes, esse
caráter leve assenta bastante no trocadilho entre «cativa» (‘escrava’, a
escrava Bárbara) e «cativo» (‘aprisionado’, metaforicamente, pela paixão).
Vai
copiando os versos de «Aquela cativa» (poema também conhecido como
«Endechas a Bárbara escrava»), mas acrescentando em cada verso a(s) palavra(s)
suficiente(s) para transformar estas redondilhas menores (pentassílabos) em
redondilha maior (heptassílabos). A rima manter-se-á, pelo que deves intervir
apenas no início ou no meio de cada verso.
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
Escreve um soneto mais
otimista do que «Erros
meus, má fortuna, amor ardente» (p. 188). Diria mesmo: um poema na direção
emocional contrária, um poema em que desespero, lamento, desilusão dessem lugar
a alegria, entusiasmo, fruição.
Respeitarás
um esquema rimático ABBA ABBA CDE CDE. Os versos de rima B terminarão em –aram, como podes ver a seguir. Manterás
também as poucas palavras que registei nas linhas, mas, como se vê, podes
trocar-lhes género e número. Não te preocupes com a métrica. E, claro, o soneto
não tem de se reportar a Camões.
(Ao
escolheres as primeiras rimas, tem em conta que ficas obrigado a obedecer-lhes em versos seguintes. Não
ponhas, por isso, finais de palavras muito raros.)
. . . . . . . meu(s)/minha(s), boa(s)/bom/bons. . . . . . .
. . amor . . . . .
Em minha(s)/meu(s) . . . . . . . . . . . .
. . . . se conjuraram (juntaram)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Além dos trabalhos em curso (envio do
verbete de palavra inventada — ou já da sua reformulação — e preparação da
recitação), revê assuntos de gramática (predicativo do complemento direto e
restantes funções sintáticas; hiperónimo, hipónimo, holónimo, merónimo; campo
lexical, campo semântico; palavras divergentes; palavras convergentes; anáfora
e catáfora; étimo e verbetes de dicionário) ou sobre a parte literária deste
período (Farsa de Inês Pereira e
lírica de Camões).
Aula 91-92 (19 [2.ª, 5.ª], 20 [3.ª, 4.ª], 21/mar [9.ª]) Exemplo
de apreciação crítica comparada entre «A verdura amena» (Luís de Camões) e «Se
eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa):
Há que ter em conta que
estamos perante não só géneros mas também formatos, ou meios, diferentes. «A
verdura amena» chega-nos através do escrito e em papel, ainda que o poema
esteja acompanhado de uma imagem de uma pintura de Vincent van Gogh mais de
trezentos anos posterior à morte de Camões (entre o quadro do holandês da
orelha cortada e o vilancete do zarolho português há em comum a luz, o verde, a
paisagem amena – apesar das nuvens incipientes de Campos de trigo). Ao contrário, o poema de Pedro Abrunhosa
chega-nos embrulhado numa série de recursos que não se restringem ao que lemos
na reprodução da letra da canção.
Com efeito, os versos de «Se eu fosse um dia o teu olhar» têm de se
integrar com a música e nem sabemos se não tiveram de obedecer a uma melodia
prévia ou se foi esta que se lhes conformou. Além disso, relativamente ao texto
de Abrunhosa não somos apenas leitores: a receção que dele fazemos incorpora o
som, de palavras e música, e as imagens, com realce para as do cantor, que se
torna também ator do clip vídeo.
Se
descartarmos estas diferenças quanto a media
e atentarmos apenas nos poemas propriamente ditos, encontramos perfis
específicos no que se refere à enunciação. Em «A verdura amena», o poeta — que pouco
se manifesta em termos subjetivos (não há 1.ª pessoa) — parece dirigir-se aos
rebanhos a pastar (como indica a apóstrofe «gados, que paceis»), mas o resto
das três setilhas centra-se na exaltação da beleza de Helena, repercutida na
natureza (acalma os ventos, transforma espinhos em flores, faz florescer as
serras, purifica as fontes) e nas vidas humanas («trá-las suspendidas»). Mesmo
o Amor — note-se a personificação —, ajoelhado, «se lhe rende». Entretanto, na
letra da canção há um «eu» e um «tu». O sujeito lírico dirige-se a uma 2.ª
pessoa, que é mesmo a razão do seu estado emocional e com quem interage, como
confirmam determinantes possessivos e pronomes: «se eu fosse um dia o teu
olhar»; «e tu as minhas mãos também».
O
tópico é que será mesmo. Quer nas voltas ao mote «Se Helena apartar / do campo
seus olhos, / nacerão abrolhos» quer em «Se eu fosse um dia o teu olhar» o
olhar é o elemento mais importante. Em ambos os casos, olhos/olhar funcionam
como pretexto para a declaração amorosa, que fica só implícita no texto
camoniano, mas que, na letra da faixa de Intimidade, é assumida explitamente pelo sujeito, embora em termos de hipótese (e
nisso a condicional do v. 1 do refrão é aproximável da abertura do mote de
Camões). O desejo do eu é que haja
uma osmose com o tu: o sujeito seria
o olhar da sua destinatária, mas esta seria as mãos do sujeito lírico. Enfim,
amar-se-iam.
Notemos
ainda uma antinomia significativa. Enquanto na lírica quinhentista os olhos da
mulher amada, na esteira do modelo petrarquista, influenciam, transformam a
natureza (como já se viu, no sentido de a fazer equivaler ao chamado locus amœnus), na letra da canção, o poder do «tu», a amada do poeta, exerce-se sobre o próprio sujeito
poético («Pede-me a paz / Dou-te o mundo»). O «eu» do texto fica «[l]ouco,
livre».
Por
fim, a comparação quanto a aspetos formais acaba por se justificar na medida em
que é associável às características da época ou escola em que os textos se
inscrevem. Assim, vale a pena assinalar a regularidade que vemos nos recursos
de versificação no poema do período clássico e nesta fase mais tradicional de
Camões (são três heptetos, com o mesmo esquema rimático, tendo todos os versos
cinco sílabas métricas — redondilha menor, adequada à melodia e ritmo
memorizáveis, ainda medida velha, portanto). A esta arrumação, podemos
contrapor a maior heterogeneidade, em termos formais, da letra da canção. Nesta
não parece que as estrofes obedeçam a um número de versos propositado. Há
versos que rimam, ao lado de outros soltos. Só na quadra-refrão, a que começa
com «Se eu fosse um dia o teu olhar», há isometria (os seus versos são todos
octossílabos) e um esquema rimático determinado (de rima cruzada), o que
podemos relacionar com querer-se que melodia e letra fiquem no ouvido.
Recitações
10.º 9.ª
Soneto de Camões
|
Recitador
|
Nota
|
||
n.º
|
nome
|
eu
|
mestre
|
|
«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 182)
|
1
|
Adriana M.
|
||
2
|
Adriana F.
|
|||
3
|
Luísa
|
|||
24
|
Pedro
|
|||
29
|
Carolina C.
|
|||
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p.
188)
|
5
|
Beatriz M.
|
||
6
|
Carolina D.
|
|||
7
|
Catarina
|
|||
22
|
Marta
|
|||
30
|
Francisca
|
|||
«Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 178)
|
9
|
Diogo
|
||
10
|
Francisco
|
|||
28
|
Marcos
|
|||
«Alegres campos, verdes arvoredos» (p. 185)
|
12
|
Afonso
|
||
13
|
Ivânia
|
|||
14
|
Jónatas
|
|||
23
|
Miguel
|
|||
«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 183)
|
15
|
Leonor
|
||
16
|
Lúcia
|
|||
17
|
Margarida A.
|
|||
18
|
Margarida P.
|
|||
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p.
196)
|
4
|
Beatriz B.
|
||
19
|
Margarida V.
|
|||
20
|
Mariana S.
|
|||
21
|
Mariana M.
|
|||
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p.
188)
|
8
|
Daniela
|
||
25
|
Raquel
|
|||
26
|
Soraia
|
|||
27
|
Tiago
|
10.º 4.ª
Soneto de Camões
|
Recitador
|
Nota
|
||
n.º
|
nome
|
eu
|
mestre
|
|
«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 182)
|
1
|
Afonso
|
||
2
|
André
|
|||
3
|
Clara
|
|||
24
|
Mafalda
|
|||
29
|
||||
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p.
188)
|
5
|
Daniel V.
|
||
6
|
Diana
|
|||
7
|
Eduardo
|
|||
22
|
Lourenço
|
|||
30
|
||||
«Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 178)
|
9
|
Fábio
|
||
10
|
Francisca
|
|||
11
|
Francisco
|
|||
28
|
Tomás
|
|||
«Alegres campos, verdes arvoredos» (p. 185)
|
12
|
|||
13
|
Gonçalo
|
|||
14
|
Hugo
|
|||
23
|
Madalena
|
|||
«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 183)
|
15
|
Inês P.
|
||
16
|
Joana
|
|||
17
|
João G.
|
|||
18
|
João S.
|
|||
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p.
196)
|
4
|
D. Botea
|
||
19
|
Rodrigo
|
|||
20
|
Laura
|
|||
21
|
Leonor
|
|||
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p.
188)
|
8
|
Emilly
|
||
25
|
Margarida
|
|||
26
|
Inês O.
|
|||
27
|
Pedro
|
10.º 5.ª
Soneto de Camões
|
Recitador
|
Nota
|
||
n.º
|
nome
|
eu
|
mestre
|
|
«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 182)
|
1
|
Ana J.
|
||
2
|
Ana S.
|
|||
3
|
Ângela
|
|||
24
|
Sara Filipa
|
|||
29
|
Fred
|
|||
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p.
188)
|
5
|
Beatriz Pi
|
||
6
|
Beatriz Pa
|
|||
7
|
Beatriz E.
|
|||
22
|
Pedro S.
|
|||
«Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 178)
|
9
|
Carolina
|
||
10
|
Elisa
|
|||
11
|
Maia
|
|||
28
|
Tomás
|
|||
«Alegres campos, verdes arvoredos» (p. 185)
|
12
|
Guilherme
|
||
13
|
||||
14
|
Grego
|
|||
23
|
Rodrigo
|
|||
«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 183)
|
15
|
João R.
|
||
16
|
Luísa
|
|||
17
|
Mafalda
|
|||
18
|
Leonor
|
|||
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p.
196)
|
4
|
João F.
|
||
19
|
Maria
|
|||
20
|
Natacha
|
|||
21
|
Pedro R.
|
|||
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p.
188)
|
8
|
Bernardo
|
||
25
|
Sara N.
|
|||
26
|
Soraia
|
|||
27
|
Tiago
|
10.º 2.ª
Soneto de Camões
|
Recitador
|
Nota
|
||
n.º
|
nome
|
eu
|
mestre
|
|
«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 182)
|
1
|
Afonso
|
||
2
|
Ângelo
|
|||
3
|
Amaral
|
|||
24
|
Miguel C.
|
|||
29
|
Ricardo
|
|||
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p.
188)
|
5
|
Camily
|
||
6
|
Carolina
|
|||
7
|
Diogo M.
|
|||
22
|
Marta
|
|||
30
|
Sebastião
|
|||
«Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 178)
|
9
|
Francisco A.
|
||
10
|
G. Amaro
|
|||
11
|
G. Cabo
|
|||
28
|
Pedro F.
|
|||
«Alegres campos, verdes arvoredos» (p. 185)
|
12
|
Guilherme V.
|
||
13
|
Henrique
|
|||
14
|
Ivo
|
|||
23
|
Miguel B.
|
|||
«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 183)
|
15
|
João F.
|
||
16
|
Cardoso
|
|||
17
|
Francisco B.
|
|||
18
|
João A.
|
|||
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p.
196)
|
4
|
Toni
|
||
19
|
João Pedro
|
|||
20
|
Cola
|
|||
21
|
João S.
|
|||
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p.
188)
|
8
|
Diogo S.
|
||
25
|
Paulo
|
|||
26
|
P. Torrado
|
|||
27
|
Pedro P.
|
10.º 3.ª
Soneto de Camões
|
Recitador
|
Nota
|
||
n.º
|
nome
|
eu
|
mestre
|
|
«Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 182)
|
1
|
Afonso
|
||
2
|
Margarida O.
|
|||
3
|
Ana
|
|||
24
|
Matilde C.
|
|||
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p.
188)
|
5
|
Beatriz B.
|
||
6
|
Beatriz E.
|
|||
7
|
Bernardo
|
|||
22
|
Matilde P.
|
|||
«Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 178)
|
9
|
Carolina
|
||
10
|
Consti
|
|||
11
|
||||
28
|
Sofia
|
|||
«Alegres campos, verdes arvoredos» (p. 185)
|
12
|
Edu
|
||
13
|
Eduardo
|
|||
14
|
Francisco
|
|||
23
|
Teresa
|
|||
«Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 183)
|
15
|
Inês C.
|
||
16
|
Inês S.
|
|||
17
|
Lúcia
|
|||
18
|
Mafalda
|
|||
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p.
196)
|
4
|
Beatriz P.
|
||
19
|
Margarida T.
|
|||
20
|
Margarita
|
|||
21
|
Maria João
|
|||
«O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p.
188)
|
8
|
Carlota
|
||
25
|
Miguel
|
|||
26
|
Nicole
|
|||
27
|
Pedro
|
Questionários
de gramática
Versão
com Armindo
Sem consultares outros elementos
além desta folha, classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) as
expressões sublinhadas. Não é obrigatório que estejam representadas todas as
funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.
[ Para identificação do complemento direto, podes
experimentar a substituição pelos pronomes «o» ou «isso». Para identificação do
complemento indireto, serve a substituição por «lhe». Com o modificador do
grupo verbal resulta a pergunta «Que fez sujeito
+ modificador?», obtendo-se depois
o verbo; ao contrário, este teste não resulta com complementos oblíquos. Com o
modificador do grupo verbal também resultará «Foi modificador do grupo verbal que sujeito + grupo verbal», mas já não com um modificador de
frase. O complemento agente da passiva passa a sujeito na frase na ativa. ]
Com demasiada frequência os acentos gráficos das
esdrúxulas são esquecidos pelos alunos.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Armindo, por favor, com a gentileza que todos te
reconhecem, traz-nos o DVD de O
Leitor.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Saoirse Ronan, a Briony de Expiação, é atriz interveniente
em A Paixão de Van Gogh.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
A fútil Inês Pereira achava o bom do Pero
Marques demasiado simplório.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Os sportinguistas consideram escandaloso
o caso E-toupeira.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Hawking, que comunicava por meio dos
músculos da bochecha, sofria de esclerose lateral amiotrófica.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Foi dedicado a Bernardo Sassetti
sentidamente um dos últimos discos de Rui Veloso.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Ontem, pelas quinze, o maestro agrediu-nos
com a sua batuta milagrosa.
|
1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
|
Escolhe
a melhor alínea:
Um
mote (ou moto)
a) tem depois voltas que o desenvolvem.
b) é um pretexto para o que se segue.
c) é um provérbio dado ao autor.
d) são dois ou três versos.
Uma
didascália é
a) dita pelos atores.
b) lida pelos encenadores.
c) ouvida pelos espetadores.
d) um aparte.
O
modelo petrarquista de mulher corresponde a
a) rapariga levada da breca que vai a fontes
descalça.
b) mulher do povo, simples e alegre.
c) senhora angelical, calma, inacessível.
d) mulher afável, expressiva, generosa e bela.
A
alínea que não tem um par de palavras divergentes é:
a) são (< lat. sunt); são (< lat. sanu-).
b) areia (< lat. arena-); arena (< lat. arena-).
c) mancha (< lat. macula-); mácula (< lat. macula-).
d) cadeira (cathedra- ); cátedra (< lat. cathedra-)
A
lírica de Camões de cariz tradicional socorre-se de versos com
a) oito ou dez sílabas métricas.
b) dez sílabas métricas.
c) cinco ou sete sílabas métricas.
d) cinco ou seis sílabas métricas.
O
pronome pessoal é uma catáfora (e não uma anáfora) em
a) Barreiras Duarte mentiu no CV e agora todos
lhe caem em cima.
b) Considero-o um jogador rapidíssimo, mas a
verdade é que o Rafa falha imensos golos feitos.
c) Nuno Markl escreveu a série 1986 mas quem a realizou foi Henrique
Oliveira.
d) Porque Nuno Artur Silva estava a fazer bom
trabalho na RTP não quiseram que ele continuasse.
A
relação entre «espetáculo» e «Festival RTP da Canção» é de
a) hiperónimo / hipónimo.
b) holónimo / merónimo.
c) hipónimo / hiperónimo.
d) merónimo / holónimo.
O
conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos contextos em que ocorre
designa-se
a) Campo Grande.
b) campo semântico.
c) campo lexical.
d) verbete de dicionário.
Versão
com invólucros para recolha de cocós
Para nosso bem, não insistas, Camões,
por favor, nessas vãs tentativas de poema épico.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Invólucros para recolha de cocós foram oferecidos à
escola por um benemérito.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Kate Winslet, a Hanna Schmitz de O Leitor, foiprotagonista de Titanic.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Mais uma vez, a populosa nação russa
elegeu Putin presidente.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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O comité de arbitragem da UELVA nomeou o
mestre único responsável pelas decisões todas.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Chegaram anteontem pelas dezoito e trinta os livros que a
Hanna pedira.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Cumprimentei-te junto da porta de
emergência, com a consciência absolutamente tranquila.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Regressaram de Castelo Branco ontem
mesmo os cães da Alzira.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Escolhe
a melhor alínea:
Um
aparte é
a) uma fala entre personagens.
b) uma didascália.
c) uma didascália dirigida ao público.
d) um comentário.
Uma
cena
a) implica mudança de cenário.
b) define-se por entarem em palco as mesmas
personagens.
c) define-se pelo cenário.
d) pode incluir mais do que um ato.
A
expressão locus amœnus alude
a) à morte de um louco (‘um louco a menos’).
b) à eloquência reflexiva e calma dos poetas do
renascimento.
c) a um certo modelo de paisagem.
d) a lugares fora da cidade.
A
alínea que não tem um par de palavras divergentes é:
a) mãe (< lat. matre-); madre (< lat. matre-).
b) adro (< lat. atriu-); átrio (< lat. atriu-).
c) chamar (clamare ); clamar (< lat. clamare)
d) vão (< lat. vadunt); vão (< lat. vanu-).
Uma
redondilha maior
a) é a chamada «medida nova».
b) tem cinco sílabas métricas.
c) tem sete sílabas métricas.
d) tem dez sílabas métricas.
O
pronome é uma anáfora (e não uma catáfora) em
a) Tem-lhe um amor maior do que o mundo, ao seu
Anselmo.
b) Isto é extraordinário: a inflação aumenta e
recebemos ainda menos.
c) Acho-a uma excelente pessoa, a Gertrudes.
d) O penálti de Sérgio Oliveira foi estranho:
marcou-o com os dois pés.
A
relação entre «recinto desportivo» e «Estádio do Dragão» é de
a) hiperónimo / hipónimo.
b) holónimo / merónimo.
c) hipónimo / hiperónimo.
d) merónimo / holónimo.
Um
campo lexical reúne
a) os sentidos que uma dada palavra pode ter.
b) as palavras de uma mesma família.
c) as palavras que um dado conceito abarca.
d) as aceções encontráveis num dado verbete de
dicionário.
Versão
com Madonna
Com grande desfaçatez as nossas ruas são
decoradas por cocós de cão.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Madonna, estamos muito contentes por vires para
Lisboa.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Pero Marques, um simplório simpático,
parecia o marido ideal.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Lianor Vaz considerava Pero Marques uma
excelente opção.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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A maioria dos benfiquistas acha Rui Vitória demasiado
bem comportado.
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2 — . . . . . . . .
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Keira Knightley, que fez de Cecilia em Expiação, entrara igualmente em
O Amor Acontece.
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2 — . . . . . . . .
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Perto da estação de Benfica os afáveis Putin e
Donald abraçaram-me com simpatia.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Chegaram ontem os livros — a Ofelia
ofereceu-os ao Pessoa.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Escolhe
a melhor alínea:
A
alínea que não tem um par de palavras convergentes é:
a) rio (< lat. rideo); rio (< lat. rivu-).
b) mancha (< lat. macula-); mácula (< lat. macula-).
c) como (comedo ); como (< lat. quomodo).
d) cobra (< lat. colubra); cobra (< lat. copula-).
Uma
redondilha menor
a) tem quatro sílabas métricas.
b) tem sete sílabas métricas.
c) é a chamada «medida nova».
d) tem cinco sílabas métricas.
O
pronome pessoal é uma catáfora (e não uma anáfora) em
a) Cada vez lhe achava mais piada, ao raio do
tubarão.
b) Camolas era um avançado gorducho, ainda que
Conhé e Tibi o temessem.
c) O jogador de que mais gostava era Araponga e
até lhe dedicou um soneto.
d) Catricoto, olha o Mwepu, mas não o rasteires.
A
relação entre «gomo» e «tangerina» é de
a) holónimo / merónimo.
b) hipónimo / hiperónimo.
c) merónimo / holónimo.
d) hiperónimo / hipónimo.
Um
campo lexical reúne
a) as palavras de uma mesma família.
b) as palavras que um dado conceito abarca.
c) as aceções encontráveis num dado verbete de
dicionário.
d) os sentidos que uma dada palavra pode ter.
Um
mote (ou moto) é
a) um provérbio ou três versos.
b) do próprio autor.
c) inspirador.
d) sempre de outro autor.
Um
ato costuma ter
a) entre uma a cinco cenas.
b) vários cenários.
c) uma só cena.
d) um só cenário.
O
modelo petrarquista de mulher corresponde a
a) mulher do povo, simples e alegre.
b) mulher senhora angelical, calma, inacessível.
c) mulher afável, expressiva, generosa e bela.
d) rapariga levada da breca que vai a fontes
descalça.
Versão
com Hanna
Gil Vicente, não faças peças de teatro das tuas durante
os próximos três séculos.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Os sonetos foram recitados ao resto da
turma por muitos alunos do 10.º 9.ª.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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O juiz daquele tribunal julgou Hanna
Schmitz culpadíssima.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Oitenta por cento dos russos elegeu Putin
como presidente do seu país.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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A poesia de Camões, que morreu em 1580,
é bué fofinha.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Dei à Ernestina — sábia e generosa
rapariga! — os três jarrões velhos insuportáveis.
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Beijava-te, Hanna, e lia-te os
melhores livros da minha biblioteca.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Vieram de Londres anteontem os
terroristas de que te falei.
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1 — . . . . . . . .
2 — . . . . . . . .
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Escolhe
a melhor alínea:
Um
mote (ou moto)
a) é sempre de outro autor.
b) é um provérbio ou três versos.
c) é do próprio autor.
d) é inspirador.
Um
ato costuma ter
a) um só cenário.
b) entre uma a cinco cenas.
c) vários cenários.
d) uma só cena.
O
modelo petrarquista de mulher corresponde a
a) rapariga levada da breca que vai a fontes
descalça.
b) mulher do povo, simples e alegre.
c) mulher senhora angelical, calma, inacessível.
d) mulher afável, expressiva, generosa e bela.
A
alínea que não tem um par de palavras convergentes é:
a) cobra (< lat. colubra); cobra (< lat. copula-).
b) rio (< lat. rideo); rio (< lat. rivu-).
c) mancha (< lat. macula-); mácula (< lat. macula-).
d) como (comedo ); como (< lat. quomodo).
Uma
redondilha menor
a) tem cinco sílabas métricas.
b) tem quatro sílabas métricas.
c) tem sete sílabas métricas.
d) é a chamada «medida nova».
O
pronome pessoal é uma catáfora (e não uma anáfora) em
a) Catricoto, olha o Mwepu, mas não o rasteires.
b) Cada vez lhe achava mais piada, ao raio do
tubarão.
c) Camolas era um avançado gorducho, ainda que
Conhé e Tibi o temessem.
d) O jogador de que mais gostava era Araponga e
até lhe dedicou um soneto.
A
relação entre «gomo» e «tangerina» é de
a) hiperónimo / hipónimo.
b) holónimo / merónimo.
c) hipónimo / hiperónimo.
d) merónimo / holónimo.
Um
campo lexical reúne
a) os sentidos que uma dada palavra pode ter.
b) as palavras de uma mesma família.
c) as palavras que um dado conceito abarca.
d) as aceções encontráveis num dado verbete de
dicionário.
Aula 93-94 (20 [2.ª], 21 [3.ª], 22/mar [5.ª, 9.ª, 4.ª]) Correção
de questionário de gramática (ver
Apresentação).
Sobre
avaliação e indicações para o 3.º período (ver
Apresentação)
2.º
período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se
chegar a uma média)
Leitura
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Aula
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Questionário sobre dois depoimentos sobre Gil
Vicente (aula 59-60)
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|
Questionário sobre «A estranha vida de Steve
Jobs» (aula 76-77)
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||
Observação
direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas
|
||
Observação
direta da atitude de se esforçar por trabalhar com concentração
|
||
Educação literária
|
||
Casa
|
Leitura de livro (tepecê de aula 51-52 e
53-54; inquirida a situação na aula 79-80)
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|
[Esta área é aferida também em atividades de todos os outros domínios.]
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||
Escrita
|
||
Aula
|
Texto expositivo sobre «Os Portugueses» (aula
53-54)
|
|
Reportagem (direto televisivo) a pretexto do
cerco de Lisboa (aula 57-58)
|
||
Comentário comparado Inês Pereira-Pero Marques
vs. «Ele e Ela» (aula 63-64)
|
||
Apreciação crítica a «Vítor do Penedo» vs. Pero (aula 71-72) {não se fez no 10.º 2.ª}
|
||
Criação de início de texto teatral (aula 71-72
ou 73A-74A)
|
||
Sinopse de peça segundo mote-provérbio (aula
75-76)
|
||
Apreciação crítica de «A
verdura amena» vs. «Se eu fosse um
dia o teu olhar» (aula 79-80)
|
||
Verbetes de quatro palavras difíceis (aula
81-82)
|
||
Redação de descrição segundo o tema de
«Descalça vai para a fonte» (aula 83-84)
|
||
Casa
|
«Acróstico» com Crónica de D. João I (tepecê da aula 55-56)
|
|
Texto
narrativo/expostivo/argumentativo sobre Palavra de estimação (tepecê da aula
67-68)
|
||
Reformulação do texto sobre Palavra de
estimação (tepecê da aula 71-72)
|
||
«Acróstico» Farsa de Inês Pereira (tepecê da aula 81-82)
|
||
Verbete de palavra inventada (tepecê da aula
85-86)
|
||
Reformulação de Verbete de palavra inventada
(tepecê da aula 89-90 ou 91-92)
|
||
Oralidade
|
||
Aula
|
Leitura em voz alta de
soneto de Camões — fase de grupos da LC, 1.ª jornada (85-86)
|
|
Leitura em voz alta de outro soneto — fase de
grupos da LC, 2.ª jornada (aula 87-88)
|
||
Recitação de outro soneto de Camões (aula
91-92)
|
||
Observação
direta da atitude de procurar ouvir os outros com atenção (sem falar para o
lado)
|
||
Casa
|
[Só para alguns:] Recuperação de gravação com poesia trovadoresca,
tarefa do 1.º período
|
|
Gramática
|
||
Aula
|
Questionário sobre conteúdos do período (aula
91-92)
|
|
Observação
direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de
conteúdos
|
||
Atitudes
|
Classificação no segundo período
incorpora também a do primeiro, mas valorizando
percurso (ascendente ou descendente) e grau de cumprimento de conselhos dados
no final do primeiro período. Como alertei, serei severo com quem não chegou a
entregar tarefa de oral do 1.º período.
Nas conversas que terei convosco, em vez de partir das médias por áreas
do Português (como fiz no 1.º período), reportar-me-ei aos progressos ou descidas relativamente ao rendimento no período
anterior e direi o que se deve corrigir
ou aperfeiçoar.
Em leitura (compreensão dos
textos), mais do que os dois questionários convencionais que fizemos, terei em
conta o que fui observando da capacidade de resolver as tarefas da aula (é uma
área em que se misturam aspetos também de atitude, empenho, esforço para não
estar só a falar para o lado).
Na escrita, dou muita
importância às tarefas pedidas para casa — decerto maior do que às feitas em
aula.
Na oralidade entram as
leituras em voz alta e a recitação (que, mais do que de jeito, dependeram
essencialmente de trabalho de preparação em casa).
Em gramática, tudo se define
bastante pela nota havida na única testagem.
Surge agora também com maior autonomia a área de educação literária (substanciada pela leitura de livro pedida — os
conteúdos desta área também foram testados ao mesmo tempo que a gramática e não
são alheios ao que se passa em todos os outros domínios).
Descartando talvez a pontualidade
(e a assiduidade), as falhas em
termos de atitudes são
relacionáveis com os vários domínios. Tenho dificuldade em distinguir a concentração nas tarefas da autonomia,
a capacidade de compreender um texto, ou seja, de ler. A atenção (nos
momentos em que falo) reflete-se no conhecimentos mais «informativos» (gramática, educação literária). O trabalho,
o esforço, a arrumação, revelam-se no cumprimento de tarefas de escrita, na preparação de tarefas de oralidade, no estudo de gramática.
TPC — Quando estiver
a terminar a primeira semana de férias (portanto, cerca da Páscoa propriamente
dita) deixarei em Gaveta de Nuvens
indicações sobre tarefa, ou tarefas, que queria que fossem fazendo bastante
cedo (ainda antes dos momentos de testes das outras disciplinas). Entretanto,
podem também enviar-me reformulações (palavra de estimação; falso verbete) ou
mesmo as respetivas tarefas de raiz.
Queria lembrar-lhes a possibilidade
de escreverem texto para Concurso
literário José Gomes Ferreira (poesia; prosa narrativa; teatro), cujo prazo
final é o início de junho. Para teatro, em alguns casos poderiam tomar como
guia o que já fizeram para o esboço de começo de uma peça em aula recente. Para
poesia ou prosa, pode ser útil o que venhamos a fazer no reinício.
No recomeço das aulas, pedia-lhes
que me trouxessem os livros que tenha
emprestado. Até lá, podem ir lendo a obra (ser-lhes-á pedida também tarefa
com alguma ligação às leituras de livros). Posso aliás ceder ainda algum dos livros
que tenho dentro do armário da sala.
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