Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-35)
Aulas 1-2,
3-4, 5 (16, 17, 19,
20/set) [excecionalmente, porque os primeiros blocos das turmas 1.ª, 4.ª e 6.ª
calharam no dia de receção aos alunos — não lhes cabendo portanto matéria —, as
aulas aqui reproduzidas reportam-se a uma sequência que só aconteceu na turma 3.ª
(nas outras turmas, as redações mais longas ficaram como trabalho de casa; a
ordem das tarefas também não foi a mesma)]
Aula 1-2 Sobre o programa, estilo de trabalho,
etc. (ver a Apresentação)
Vai
lendo «Heróis de papel e tinta» (p. 13) e circundando a melhor alínea de cada
item. Pedia-te que não consultasses outras páginas do livro para além daquela onde
está o texto.
No
primeiro período, «último outono» (l. 1) significa
a) ‘presente outono’.
b) ‘outono recém-passado’.
c) ‘outono final’.
d) ‘outono chegado no final do pelotão’.
No
segundo período do primeiro parágrafo, «soprei» (3), «esvoaçava» (4), «desafiando»
(5) têm valor aspetual, respetivamente,
a) imperfetivo, pontual, imperfetivo.
b) perfetivo, imperfetivo, iterativo.
c) imperfetivo, perfetivo, perfetivo.
d) pontual, imperfetivo, imperfetivo.
«os
grandes protagonistas fazem as grandes histórias» (8) pretende assinalar que
a) os grandes autores são quem escreve as
grandes histórias.
b) o que é mais relevante numa narrativa são as
personagens.
c) as histórias é que fazem que os heróis
perdurem na memória de todos.
d) uma grande narrativa exige heróis marcantes.
Na
reprodução no manual, suprimiu-se o final do segundo parágrafo, o que fica
marcado com «[...]» (10). Na parte omitida estaria, provavelmente,
a) alusão a Miguel Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha.
b) exemplo da prevalência de peripécias da
novela relativamente às características de Dom Quixote.
c) demonstração da importância do perfil das
personagens Quixote e Sancho.
d) menção de outros livros cujo enredo se tornou
mais inesquecível do que o protagonista.
No
terceiro parágrafo (11-20), defende-se que os super-heróis
a) podem ser exatamente como todas as pessoas
são.
b) se distinguirão por
qualidades raras nos homens normais, não deixando de ter algumas fraquezas
comuns.
c) deverão possuir apenas virtudes (coragem,
anti-benfiquismo, lhaneza).
d) procurarão sempre ter os «collants»
impecáveis.
A
vírgula após «medos» (17) é
a) um erro, porque se segue uma oração
subordinada adjetiva relativa explicativa.
b) aceitável, porque a oração relativa que se
lhe segue pode ser restritiva ou explicativa.
c) aceitável, porque a oração subordinada que se
segue é explicativa.
d) um erro, porque se segue uma oração
subordinada adjetiva relativa restritiva.
O
referente da pronome anafórico «o» (l. 17) é
a) «o Super-Homem» (18).
b) «um herói» (14).
c) «leitor» (18).
d) «o carisma» (13).
Relativamente a «Clark Kent» (22), as palavras «óculos»
(25) e «collants» (19) podem considerar-se
a) holónimos.
b) hiperónimos.
c) hipónimos.
d) merónimos.
No
penúltimo período do quarto parágrafo, «desenfastia da ação» (27-28) é substituível
por
a) «impede o fastio que seria pisarmos cocós de
cão pastosos».
b) «altera o curso da narrativa».
c) «reforça os momentos nucleares da intriga».
d) evita o cansaço de um enredo uniforme.
O
primeiro período do último parágrafo (31-32) permite depreender que o narrador
teria cerca de
a) vinte anos.
b) trinta anos.
c) quarenta anos.
d) cinquenta anos.
O
advérbio «outrora» (32) refere o tempo
a) em que o narrador era adolescente.
b) da antiguidade clássica.
c) de hoje, em que permanece a admiração pelos super-heróis.
d) correspondente ao último outono.
Diana
(34) é
a) a princesa Diana, tragicamente morta.
b) Diana Chaves.
c) a deusa da caca.
d) a deusa da caça.
Em
«amar os protagonistas dos livros é um direito do leitor» (35-36) a função
sintática de sujeito é desempenhada por
a) «amar os protagonistas dos livros».
b) «leitor».
c) «os protagonistas dos livros».
d) «direito do leitor».
Na
metáfora «passaporte para o sonho» (36), «passaporte» corresponde à expressão,
mais denotativa,
a) ‘password’.
b) ‘forma de aceder a’.
c) ‘cartão do cidadão’.
d) ‘modo de identificar’.
Em
«neste mundo demasiado real» (36-37), «real»
a) tem conotação meliorativa.
b) tem conotação pejorativa.
c) é denotativo.
d)
é hiperbólico.
O
texto que leste é
a) uma pequena memória,
inscrevendo-se no modo lírico e recorrendo sobretudo ao tipo textual
instrucional.
b) uma crónica, recorrendo a tipos textuais
narrativo, expositivo e argumentativo.
c) um artigo de crítica literária,
inscrevendo-se no modo épico e no tipo preditivo expositivo.
d) um texto jornalístico, inscrevendo-se no modo
narrativo e no tipo textual conversacional.
Resolve o
exercício de correspondência que é o item 5 da p. 14:
a
= ___
b
= ___
c
= ___
d
= ___
e
= ___
Faz depois
também a pergunta 6 (pp. 14-15):
6.1. ___
6.2. ___
6.3. ___
6.4. ___
6.5 ___
Escreve
o texto que te é pedido em 2 (e 2.1), na p. 12. Imponho eu este constrangimento
suplementar: não uses nunca formas do verbo «Ser». E não é permitido escolher
como herói os pais (mãe ou pai, e, aliás, quaisquer familiares), o professor de
Português (e, aliás, quaisquer professores da ESJGF), Cristiano Ronaldo, Messi,
Bruno Cortez ou o cabelo de Raul Meireles.
Reflete
sobre a pergunta colocada no decorrer do diálogo: «Qual é o seu herói?».
Apresenta a tua resposta à questão. Fundamenta as tuas afirmações com
argumentos pertinentes, ilustrados com exemplos significativos.
Aula 3-4 Se chegarmos a ouvir os excertos das
quatro emissões do programa radiofónico Pensamento
Cruzado (cujos títulos eram «Os Heróis», «Heróis precisam-se», «O desespero por um herói», «Homem de bem»), responde a 1.1 da p. 12:
a. __
b. __
c. __
d. __
e. __
f. __
g. __
h. __
i. __
No
final da p. 336 e na p. 337 estão sintetizados os Valores temporais, aspetuais,
modais. Para as categorias tempo,
aspeto, modo (modalidade) concorrem a flexão, os verbos auxiliares,
informação lexical, advérbios e grupos preposicionais:
valores
temporais:
anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade
(«futuro»);
valores
aspetuais:
perfetivo/imperfetivo; durativo/pontual, habitual, iterativo (além do
«não-aspeto» genérico e das situações estativas);
valores
modais:
de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade
deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)
Nas
quadrículas, destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados.
Preencherás a lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira
frase.
Trecho
de «Debate com o Super-Homem» (série Barbosa)
|
Tempo
|
Aspeto
|
Modalidade
|
Ó
Joaquim Barbosa, você vai ter de moderar este debate com mais isenção.
|
vai ter de... (ir + inf
[«futuro próximo»])
posterioridade
|
ter de moderar (ter de + inf)
deôntica (obrigação)
|
|
Quem
nos está a ouvir em casa deve estar com a ideia de que o meu adversário é o
Super-Homem
|
está (presente e estar a + inf)
____________
|
está a ouvir (estar a + inf)
______________
|
deve estar (dever)
___________
|
Mas,
repare, o seu adversário é o Super-Homem.
|
é
_____________
|
repare (imperativo)
______________
|
|
Proponho-me criar, durante esta legislatura, 150.000
postos de trabalho.
|
proponho-me
criar (lex.)
____________
|
durante esta
legislatura
_____________
|
|
Não
me interrompa, por favor!
|
não me interrompa
______________
|
||
Vou também criar estágios para licenciados. | Vou também
limpar o Rio Alviela. | Vou fazer aquilo de que a nossa economia precisa. |
Vai usar que super-poder? | Vou telefonar ao governador do Banco de Portugal.
|
Vou criar/limpar/...
ir + inf («futuro próximo»)
____________
|
||
Temos
que apostar no turismo.
|
temos de apostar (ter de + inf)
______________
|
||
Vou pegar no planeta Terra e girá-lo para que o Sol possa
incidir sobre o nosso país oito meses por ano.
|
Vou pegar / vou girá-lo (ir + inf)
____________
|
oito meses por ano
_____________
|
possa incidir
___________
|
Isso
é lamentável!
|
ser
_____________
|
adjetivo, entoação
___________
|
|
Eu
salvo o planeta entre duas três vezes por semana.
|
salvo [...] duas a três
vezes por semana
______________
|
||
Eu
salvei o planeta uma vez.
|
salvei (pretérito)
____________
|
salvei
uma vez (perfeito)
______________
|
|
Você
fartou-se de me interromper.
|
fartou-se (pretérito)
____________
|
fartou-se (lex)
_____________
interromper (lex)
_____________
|
[TPC das turmas
1.ª, 4.ª, 6.ª; feito em aula na 3.ª:]
Em
folha solta, a caneta, escreve o texto pedido no item 3./3.1 da p. 16. Recopio-o,
para o caso de ainda não teres acesso ao livro. No final do teu texto, indica o
número de palavras. (Este item segue o modelo do grupo III dos exames
nacionais.)
Relê
as frases finais da crónica de João de Mancelos:
Daniel
Pennac afirmou que amar os protagonistas dos livros é um direito do leitor. E
constitui, acrescento, o nosso passaporte para o sonho neste mundo demasiado
real.
(ll. 36-38)
Redige
um texto, devidamente estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de
trezentas palavras, em que apresentes uma reflexão sobre a perspetiva apresentada
na citação.
Fundamenta
o teu ponto de vista, recorrendo, no mínimo, a dois argumentos, e ilustra cada
um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Aula 5 Explicação sobre aspetos (ver Apresentação)
[TPC das turmas
1.ª, 4.ª, 6.ª; feito em aula na 3.ª:]
Escreve
uma resposta ao ponto 1./1.1. da p. 16 («Pós-leitura»). Pretendo que, escolhida
a estrofe do soneto, sejas bastante miúdo na explicação dos poucos versos em
causa. Não deixes de incluir algumas citações do próprio texto.
Copio
a referida pergunta da p. 16, para o caso de ainda não teres o manual:
1.
Lê com atenção o poema de Ary dos Santos que se segue, intitulado «Retrato do
Herói».
Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.
Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome
fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo
nem mártir nem soldado
Mas apenas
por último indefeso.
Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
SANTOS, José Carlos Ary, 1994. Obra Poética, Avante (7.ª ed.)
1.1.
Seleciona a estrofe do poema que, na tua opinião, apresenta a definição mais
expressiva de «herói». Fundamenta a tua escolha.
Aula 6-7 (23 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 24/set [3.ª]) Correção do questionário de compreensão (sobre «Heróis de papel e tinta»). (Ver Apresentação)
Na
metade inferior da p. 22, lê o trecho de Miguel Torga sobre Pessoa («Fernando
Pessoa»).
É
um ensaio com bastante linguagem figurada. Troca as expressões que ponho a
seguir por correspondentes mais denotativos. Além de procurares que o teu segmento
tenha o exato sentido da expressão original (conotativa), deves verificar se,
uma vez inserido no texto, o segmento ficaria viável em termos de sintaxe.
é um caso à parte, que o presente aceita
já como grandeza sem par, e o futuro há de avolumar ainda
|
é
um caso à parte,
|
Rosa
dos ventos com antenas em todas as direções,
|
|
a sua pena é uma agulha de
sismógrafo, sensível e científica
|
a
sua
|
Entrou
a disciplina no Parnaso
|
|
através de uma poesia que se recusa a
ensinar
|
através
de uma poesia
|
que diz para dentro,
|
que
|
que se abstém o mais que
pode dos ruídos da rima
|
que
|
e do hipnotismo da
eloquência
|
e
|
é uma presença que
baliza uma época
|
é
|
Ao ouvires a entrevista de Artur Carvalho a Inês Pedrosa,
vai resolvendo 1.1. da p. 24:
1.1.1
a. | b. | c.
1.1.2. a. | b. | c.
1.1.3. a. | b. | c.
1.1.4.
a. | b. | c.
1.1.5.
a. | b. | c.
E, depois, 1.2:
a.
__
b.
__
c.
__
d.
__
Os versos de Pessoa
citados pelo entrevistador são os dísticos inicial e final deste poema de 23 de
maio de 1932:
A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
Fernando Pessoa, Poemas de Fernando Pessoa. 1931-1933, ed. Ivo Castro, Lisboa, INCM,
2004
Quanto à ode de Ricardo Reis («Para ser grande, sê inteiro:
nada»), é o texto A da p. 109:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu
exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No
mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha,
porque alta vive.
Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis, ed. Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 1994
A
frase quase proverbial também citada por Inês Pedrosa («Tudo vale a pena se a
alma não é pequena») está no início da segunda sextilha de «Mar Português»
(poema que terás estudado no 9.º ano e que pertence a Mensagem). No manual do 12.º ano: p. 218.
Os dois quartetos no final da p. 23 («Esta espécie
de loucura») têm forma quase tradicional (rima cruzada e heptassílabos típicos
das quadras populares), mas são também complexos no exercício de
auto-caracterização (a dicotomia pensar/sentir; a impossibilidade da
felicidade; o desconhecimento de si próprio). [...]
TPC — Em Gaveta
de Nuvens (aqui), lê a carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro sobre a
génese dos heterónimos, escrita pelo poeta no último ano de vida, 1935. No
manual, nas pp. 69-71, há uma versão bastante cortada desta carta, mas preferia
que relanceasses também a versão completa.
(Se
não o fizeste ainda, aproveita para ver o que pus no blogue acerca de ‘tempo,aspeto, modalidade’, a reprodução de quatro páginas de uma boa gramática.)
Aula 8-9 (24 [6.ª], 26 [3.ª] e 27/set [1.ª, 4.ª])
Com exemplares de Mensagem (da
coleção ‘iagora’; cfr. p. 22), preenchimento de grelha acerca de do paratexto e
da estrutura da obra.
Faz
a referência bibliográfica do livro
(autor, título, cidade da editora,
editora, ano da edição).
Lembro que a primeira fonte destes elementos
deve ser o frontispício (página [3], neste caso). Quando haja dados de que não
possamos certificar-nos pela folha de rosto (o referido frontispício),
recorreremos também a colofão, ficha técnica, capa, etc.:
______________________________
Este livro não numera a
edição. Se o fizesse, esse elemento poderia constar logo após o título. E
poríamos a seguir à data da edição e entre parênteses o ano da 1.ª edição,
1934.
Verifica
estas partes do livro (matéria que
se integra no estudo do paratexto):
Capa: tem um _________
(poema visual) que usa versos de Pessoa e desenha a efígie do poeta.
Contracapa: reproduz o poema «________»,
o primeiro texto de Mensagem; em
baixo, vêm os logótipos dos ____________.
Lombada: tem só o _______ da
obra.
Colofão (ou, à latina, colofon): em vez do tradicional «Acabou
de imprimir-se a […]», contém uma espécie de _______.
O anterrosto
repete o desenho caligramático da capa. No entanto, há na p. __ o que poderia
ser o verdadeiro anterrosto, já que a página tem apenas o título, como é
característico das páginas três. Terá sido lapso (e a ordem das pp. 5 e 3 ter
saído mal, sendo a p. 1 uma mera folha de guarda)?
No miolo do livro há, no cabeçalho, o título corrente, nas páginas ímpares, e nome do autor,
nas _____. Nesse espaço, dito dos «títulos correntes», vem «Índice» na parte do
livro que lhe corresponde.
Na p. [7], temos a epígrafe: «_________» (‘Bendito Deus Nosso Senhor que nos
deu o Sinal’).
Preenche
as quadrículas vagas da tábua seguinte, sobre a estrutura de Mensagem:
Primeira parte / Brasão
|
Os Campos
|
O dos Castelos
| |
| |||
|
Ulisses
| ||
Viriato
| |||
O Conde D. Henrique
| |||
D. Tareja
| |||
D. Afonso Henriques
| |||
D. Dinis
| |||
D. João o Primeiro
|
D. Filipa de Lencastre
| ||
As Quinas
|
| ||
D. Fernando, Infante de Portugal
| |||
D. Pedro, Regente de Portugal
| |||
D. João, Infante de Portugal
| |||
D. Sebastião, Rei de Portugal
| |||
A Coroa
|
Nun’Álvares Pereira
| ||
|
[A Cabeça do Grifo:] O Infante D. Henrique
| ||
[Uma Asa do Grifo:] D. João o Segundo
| |||
[A Outra Asa do Grifo:]
Afonso de Albuquerque
| |||
Segunda parte / Mar Português
|
O Infante
| ||
| |||
Padrão
| |||
O Mostrengo
| |||
Epitáfio de Bartolomeu Dias
| |||
Os Colombos
| |||
Ocidente
| |||
Fernão de Magalhães
| |||
Ascensão de Vasco da Gama
| |||
| |||
A Última Nau
| |||
Prece
| |||
|
Os Símbolos
|
| |
O Quinto Império
| |||
O Desejado
| |||
As Ilhas Afortunadas
| |||
| |||
|
O Bandarra
| ||
António Vieira
| |||
«Screvo meu livro à beira-mágoa»
| |||
Os Tempos
|
Noite
| ||
Tormenta
| |||
Calma
| |||
Antemanhã
| |||
|
De
que tratam as três partes de Mensagem?
A 1.ª parte, «Brasão», trata
da fase de _________ de Portugal e seu crescimento. A 2.ª parte, «Mar
Português», versa a ________ de Portugal, os Descobrimentos. A 3.ª parte, «O Encoberto»,
trata da estagnação da pátria e, profeticamente, do seu ressurgimento.
«Brasão» tem ______ {numeral, mas por extenso} poemas,
repartidos por cinco partes, que aproveitam classificações heráldicas (campos;
castelos, quinas; coroa; timbre). A primeira destas sub-partes funciona como
introdução às dezassete __________, abordadas em cada poema, que representam
características do povo português. A epígrafe de «Brasão» é «______________»,
um oxímoro (‘Guerra sem guerra’).
A parte
«Mar Português»
é constituída por ____ poemas e não tem outra repartição. A epígrafe desta
parte, «___________» (‘Posse do mar’), alude à saga dos descobrimentos. Desta
parte já referimos em aula um dos poemas, precisamente o homónimo da secção, «_________________»,
a propósito da frase tornada proverbial «Tudo vale a pena, se a alma não é
pequena».
A parte «O
Encoberto»
implica a visão esotérica de Pessoa, uma síntese de história, mito e profecia.
Esta parte situa-se depois do desastre de _________. Está aliás toda centrada
na figura do rei __________, o encoberto. Logo pelos títulos se vê que a
organização, agora, decorre mais do simbolismo, não se adotando tanto o formato
‘galeria de personagens’. A epígrafe é «___________» (‘Paz nos céus’), que
corresponderá ao estado ideal conseguido com o profetizado Quinto Império.
Pelo índice, repara nas datas predominantes da elaboração dos
poemas. Os poemas da primeira parte são quase todos posteriores a ____, ou
deste exato ano. Os textos de «Mar Português» são maioritariamente de ___-___,
a época do sidonismo. Finalmente, o ano mais representado na terceira parte é
1934 (precisamente, o ano da publicação de Mensagem,
penúltimo da vida de Pessoa, quando o Estado Novo se implantava).
Vejamos
a estrutura formal, em termos de versificação, de Mensagem.
Que tipo de estrofe
predomina? {circunda os quatro tipos que
consideres mais presentes, após folheares o livro sem grandes demoras} Dísticos,
tercetos, quartetos ou quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas
ou novenas, décimas, centésimas.
Os versos {escolhe}
são brancos / têm rima / são amarelos.
O metro
(o número de sílabas métricas) predominante deve ser o {escolhe} o monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo,
pentassílabo (ou redondilha menor), hexassílabo, heptassílabo (ou redondilha
maior), octossílabo, eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo
(alexandrino).
Outras
curiosidades:
O único poema que não tem título é o terceiro
aviso, que está na p. ____. É o único texto em que o assunto parece ser o
próprio poeta.
O último verso de Mensagem é «________», seguindo-se-lhe a fórmula de despedida
latina, «___________» (‘Saúde [Força, Felicidade], Irmãos’).
Regressando
à tabela na outra folha, põe um visto ao lado dos poemas que estejam no nosso manual
(pp. 204-225).
Alguns poetas modernistas e futuristas foram
atraídos pela poesia visual, caligramática ou não.
Por aproximação à representação de um referente ou
por alusão menos direta, escreve tu um texto em que os efeitos visuais tenham
alguma relevância.
TPC — No manual, lê as pp. 200-201 e 203 e
relanceia também o quadro nas pp. 202-203.
Aula 10 (24 [4.ª], 26 [1.ª, 6.ª] e 27 [3.ª])
Aspeto,
Modalidade
Preguiçosamente,
socorro-me destas perguntas da Nova
Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011, p. 233).
Identifica
o valor aspetual (perfetivo, imperfetivo, iterativo, genérico).
Frase
|
Aspeto
|
Ele
acabou de redigir a ata da reunião da Associação de Estudantes.
|
|
A
Tânia anda a ler muita literatura alemã.
|
|
Vou
ao cinema todos os sábados.
|
|
Nem
todas as bandas de rock são famosas.
|
|
Ela
andava tão feliz!
|
|
O
Rafael gritou quando ouviu um estrondo.
|
|
O
exercício faz bem à saúde.
|
|
Chegas
sistematicamente atrasado!
|
|
Refere o tipo de
modalidade (epistémica, deôntica, apreciativa) expresso em cada um dos enunciados que se seguem.
Enunciado
|
Modalidade
|
Provavelmente
o João não chega a horas.
|
|
Que
vestido maravilhoso!
|
|
Termina
essa tarefa!
|
|
Podes
terminar o trabalho na próxima aula.
|
|
Podes
ter escrito isso, mas eu não vi a tua mensagem.
|
|
Eles
devem chegar amanhã
|
|
Felizmente
tenho férias para a semana.
|
|
Podes
ir para o teu quarto.
|
|
Algumas destas afirmações sobre a modalidade
são falsas. Identifica-as e procede à sua correção.
A — A modalidade deôntica
está relacionada com o domínio da obrigação e da permissão.
B — A modalidade apreciativa está diretamente
ligada à incerteza.
C — A modalidade nunca pode estar associada ao
uso de adjetivos.
Hiperónimos,
Hipónimos, Holónimos, Merónimos
Depois
de vermos «Super de origem» (série Lopes da Silva), completa, consoante o caso,
com o nome em falta (entre aspas) ou com um dos seguintes termos: hiperónimo, hipónimo, holónimo, merónimo, co-hipónimo, co-merónimo.
«Costureirinha Maravilha», «Super de Origem»,
«Clark Kent» são ________, porque têm um hiperónimo comum, «Super-herói(s)».
«Aileron», «Aventais», «Subwoofers», «Jantes»
podem ter como seu _______________ «acessório(s) de automóvel».
«Tuning» será hipónimo de «_____________»
Talvez um pouco forçadamente, «Barbinha» pode
ser considerado _________ de «adepto de tuning».
«Carro» é ________ de «jante».
«_____» — tirado ao adepto de tuning — é hipónimo de «chapéu».
«fatiota», relativamente a «touca» ou «emblema
SO», é holónimo, sendo estes últimos, portanto, ___________.
«tesoura», «dedal» serão __________ de «utensílio
de costura».
TPC — Na p. 38 do manual, no ponto 1, tens
três quadras de Pessoa e duas afirmações do poeta. Estrofes e frases evidenciam
uma das constantes da poesia de Fernando Pessoa ortónimo, a dicotomia
sentir/pensar (a conciliação difícil de emoção e razão).
Aproveitando
algum ou alguns destes trechos da p. 38, em cerca de cento e cinquenta ou
duzentas palavras, em folha solta, discorre sobre a presença daquelas linhas de
sentido.
Aula 11-12 (30/set [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 1/out [3.ª]) Correção de escritos que se devolviam.
Na
p. 204 do manual, lê o poema «O dos castelos», o primeiro de Mensagem.
Resolve
a pergunta 1.1 da mesma p. 204, acrescentando à resposta que se segue os
topónimos (nomes de lugares) ou gentílicos (designações de povos) em falta.
1.1 A ______ é descrita no poema como se de
uma figura feminina se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu,
corpo cujos braços são a ______ e a _____, sobressai a cabeça «cujo rosto é _____».
Nessa cabeça, os cabelos são «românticos», sonhadores, toldam o rosto,
adensando o mistério que envolve a figura. Os olhos são «_____», marca da
herança clássica e civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles
se desprende é «esfíngico», indagador do desconhecido, e «fatal», pois a
procura desse desconhecido é motivada pelo destino.
Responde à pergunta 1.2 (e lê a resposta
que dou à pergunta 1.3).
1.2 ...
1.3 Portugal é o rosto da Europa que contempla
o desconhecido. Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar a desvendar para
tornar possível o paradoxo de construir o «futuro do passado». É a Portugal que
cabe, pois, a missão predestinada de construção do futuro.
Como se fez em 1.1,
resolve a pergunta 2, acrescentando os nomes de lugares.
2. «O
dos castelos» é
________, definido no poema como o rosto da _____, o olhar e guia da _______,
_______ cujo brasão ostenta os
castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a construção do futuro.
Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte de Mensagem, que remete para a fundação da
nacionalidade inscrita no brasão.
Vê agora, no
terço inferior da p. 204, «Pós-leitura», que inclui duas estrofes do canto III
dos Lusíadas, pouco depois do começo
do discurso de Vasco da Gama ao Rei de Melinde. Responde à pergunta 1.1,
completando o que já está lançado.
«Reino Lusitano» = ‘Portugal’ || «Phebo» = ‘Apolo, deus do Sol, da música
e da poesia’, ‘Sol’ || «o torpe Mauritano» = ‘os torpes mouros’ || «deitando-o
de si fora» = ‘expulsando-o do país’ || «ditosa» = ‘afortunada, feliz’ || «torne»
= ‘regresse’ || «foi Lusitânia» = ‘chamou-se Lusitânia’ || «dirivado de Luso ou
Lysa» = ‘[nome] derivado de Luso ou Lisa’ || «antão» = ‘então’
1.1 Tal como no poema «O dos
castelos», de Mensagem, a estrofe 20
do Canto III de Os Lusíadas ...
Escreve
um comentário ao poema de Pessoa. Usa algumas citações do próprio texto. Faz que
surjam as expressões «sujeito poético», «ortónimo/a», «estrofe», «quarteto»,
«quadra», «verso», «dicotomia sentir/pensar».
Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.
Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo —
Ah, nada é isto, nada é assim!
Fernando Pessoa,
Poemas de Fernando Pessoa. 1931-1933,
edição de Ivo Castro, Lisboa, INCM, 2004
TPC — Termina comentário começado em aula,
sobre «Cansa sentir quando se pensa» (usando citações do próprio poema e
fazendo surgir certas expressões dadas: «sujeito poético», «ortónimo/a»,
«estrofe», «quarteto» ou «quadra», «verso», «dicotomia sentir/pensar»). «Lê
«Camões e Pessoa: cantores do Império» (p. 197); «Pessoa e o novo sonho
português» (199) e «A organização simbólica de Mensagem» (203).
Aula 13-14 (1 [6.ª], 3 [3.ª] e 4/out [1.ª, 4.ª]) Debruça-te
sobre o poema na p. 44 — «Ela canta, pobre ceifeira», de Fernando Pessoa.
Completa as lacunas nas respostas que se seguem.
[Sobre as três primeiras estrofes (1-3), em que o poeta se detém na ceifeira]
Como caracteriza o poeta o canto da
ceifeira?
O canto da ceifeira
brota de uma voz simultaneamente alegre e _____, é suave e musical como um _____.
Que recursos estilísticos melhor
contribuem para essa caracterização?
A
expressão «a sua voz, cheia / de
alegre e anónima viuvez» (vv. 3-4) contém uma dupla _________ e um paradoxo
expressivos; igualmente significante é a metáfora «_______» (v.
5).
A «pobre ceifeira» canta, «julgando-se
feliz» (1-2). Explica o efeito semântico da anteposição do adjetivo «pobre» ao
nome «ceifeira».
O adjetivo «pobre», anteposto ao
substantivo «ceifeira», expressa
a apreciação {escolhe} subjetiva/objetiva
que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não sabe. Se o mesmo adjetivo
estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a condição social da
ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe}
conotativo/denotativo.
O que sente o poeta ao ouvir o canto?
Ao ouvir o canto, o
poeta sente-se, paradoxalmente, ______ e ______.
[Sobre as três estrofes finais (4-6), em que o poeta se passa a analisar a si
próprio]
«Ah,
canta, canta sem razão! / O que em mim sente ‘stá pensando»» (vv. 13/14).
Mostra como estes versos exprimem a antítese ceifeira/poeta (sentir/pensar).
A ceifeira canta «sem
razão», isto é, sem pensar. Pelo contrário, o sujeito poético, que sente
tristeza e alegria ao ouvir o canto, pensa no que sente, não consegue sentir
sem _____. Nele, a sensação converte-se em ________, intelectualiza-se.
Explicita
a ambição paradoxal que o poeta expressa no final do poema.
O
poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que é o mesmo que dizer que
gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria, simultaneamente, de ser ele mesmo,
de ter a consciência de ser __________. O que o poeta deseja, afinal, é unir o
sentir ao ________.
«A
ciência / pesa tanto e a vida é tão breve!» (vv. 20-21). Que sentimentos o
poeta exprime com esta afirmação?
É com tristeza e desolação que o poeta
afirma a consciência que tem do peso da ciência, do pensamento, que impede que
a vida, que é tão breve, seja vivida inconsciente e ________.
Identifica
o desejo que o poeta expressa no final do poema (vv. 19-24).
No final do poema, o
poeta exprime o desejo de se deixar invadir e conduzir pelas sensações
despertadas pela _______ — o céu, o campo — e pelo canto da ceifeira. Este
desejo de sentir equivale ao desejo de não _____.
Na
p. 45, resolve a pergunta 1:
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___; e. = ___;
f. = ___.
E
a pergunta 2:
a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___; e. = ___;
f. = ___; g. = ___
Veremos um sketch com ceifeiras (série Barbosa) que nos mostra um «mundo ao
contrário» do de Pessoa. A genuidade das ceifeiras é aqui procurada por um
jornalista que, se não lhes inveja a inocência, pelo menos acredita na sua
espontaneidade, que pretende aproveitar numa reportagem «etnográfica». Esta
presunção de superioridade — no fundo, o jornalista crê ser mais racional do
que a boa gente do campo, que julga submissa — vai ser beliscada pela
progressiva revelação das alegadas simples mulheres rústicas.
Passa ao poema, também do Pessoa
ortónimo, «Gato que brincas na rua» (na metade inferior da p. 42).
Estabelece a relação
entre os dois textos («Gato que brincas na rua» e «Ela canta, pobre ceifeira»),
no que diz respeito ao desejo impossível expresso em ambos — compatibilizar o
sentir e o pensar. Inclui umas duas ou três citações de «Gato que brincas na
rua». Usa de setenta a cem palavras. Escreve em folha tua, mas que me possas
entregar.
TPC — Em folha solta, em cem a cento e vinte
palavras, redige o texto pedido em «Escrita», 1, p. 43.
Aula 15 (1 [4.ª], 3 [1.ª, 6.ª] e 4/out [3.ª]) De
novo me socorro da Nova Gramática
didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 218-219, para umas
últimas revisões acerca de holonímia, meronímia, hiperonímia,
hiponímia:
Encontra
diferentes hipónimos para os hiperónimos apresentados.
hiperónimo
|
hipónimos
| ||||
flor
|
|
|
|
|
|
grau de parentesco
|
|
|
|
|
|
peixe
|
|
|
|
|
|
cor
|
|
|
|
|
|
No
quadro que se segue, encontras vários hipónimos que pertencem a um mesmo
hiperónimo. Elimina, barrando-o, o intruso de cada grupo e descobre o
hiperónimo correspondente.
hipónimos
|
hiperónimo
|
gato,
golfinho, andorinha, elefante, baleia
|
|
avião,
teatro, autocarro, bicicleta, automóvel
|
|
Terra,
Vénus, Zeus, Apolo, Hades
|
|
enciclopédia,
dicionário, romance, prontuário, gramática
|
|
médico,
jornalista, pai, professor, pedreiro
|
|
morango,
cebola, banana, laranja, pêssego
|
|
banco,
televisão, leitor de CD, micro-ondas, frigorífico
|
|
Refere possíveis
merónimos do holónimo «livro»: _____________________
Descobre um
holónimo para cada conjunto de palavras apresentado.
Raiz,
caule, folha, ramo, fruto — ___
Telhas,
tijolos, paredes, janelas, portas — ___
Palco,
plateia, cadeiras, balcão, cortina — ____
Capa,
contracapa, lombada, folhas, introdução — ___
Guelras,
barbatanas, escamas, espinhas, boca — ____
Teclado,
rato, monitor, leitor de CD, cabo de alimentação — ____
Cabeça,
pé, braço, perna, costas — ___
Abre
o manual na p. 346, na parte final da secção sobre coesão e coerência,
mas centrando-te nesta última (a coesão textual já a estudámos com bastante
detalhe o ano passado).
A
violação dos princípios em que assenta a coerência textual terá como consequência
a incompreensão ou a surpresa pela falta de sentido do que se lê. No entanto,
podem as infrações à coerência textual serem propositadas, ou para se inovar em
termos literários ou para se obterem efeitos humorísticos. Correntes literárias
como a surrealista (mas também os autores modernistas, como Pessoa)
aproveitaram frequentemente o inesperado dessas quebras da lógica do texto.
Recurso
constante dos Gato Fedorento são as beliscaduras na coerência. Preenche as
quadrículas com os títulos dos sketches
(em geral, da série Barbosa):
Deputado
dirige-se à assembleia / Homem que repete frases do Sandokan / Qual papel? / Homem
que começa todas as respostas com a palavra ‘não’ / Estenógrafo fadista /
Super-irritante
Classificação
do «problema»
|
Sketch
|
Explicação da infração
|
Coerência
afetada por não se cumprir princípio da relevância
|
|
Parte
do discurso não concorre para o foco temático do relato.
|
Coerência
afetada por não se cumprir princípio da não contradição
|
«Cavalheiro
corteja dama»
|
Perfil
inicial da personagem não é compatível com o que depois diz.
|
|
Podemos considerar que se desrespeita o princípio de não
contradição ou que falha a coesão interfrásica, por má escolha do marcador
que inicia as frases.
| |
Coerência
afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não redundância)
|
|
Não
há informação nova ao longo do discurso.
|
|
O
protagonista assume não renovar as informações, limitando-se a repetir.
| |
Coerência
afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não redundância)
|
|
Além do incumprimento do princípio de não tautologia, há
também falhas de coesão lexical e referencial, por não se usarem substitutos
para a palavra repetida.
|
Coerência
afetada por inadequação pragmático-funcional
|
«Diálogo
sobre o arrependimento»
|
Registo
linguístico não é adequado a assunto e contexto.
|
|
Registo
linguístico (com oscilações entre o jargão do direito e a linguagem corrente)
e confusão de modos e tipos textuais tornam a situação inverosímil.
|
TPC — Em Gaveta de Nuvens, aqui, lê as reproduções de
páginas de uma gramática sobre ‘Coerência [e coesão textual]’.
Aula 16-17 (7 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 8/out [3.ª]) Em «Quase anónima sorris» (p. 44) há uma falha de coesão frásica (justificada pela intenção de fazer rima e pelo estatuto, entre o da imitação de quadra popular e o da brincadeira assumida, que tem este quarteto). Reescreve o último verso já corrigido:
v. 3 Porque é que, pr’a ser feliz,
v. 4 __________________
O
que faz que o pronome («__») tenha de ficar anteposto ao verbo (o infinitivo
«saber») é o facto de a frase ser _______.
Vejamos
algumas circunstâncias que obrigam à alteração da ordem mais normal no
português europeu (a da {escolhe}
próclise / mesóclise / ênclise): estar a frase na negativa, ficar o pronome numa subordinada
completiva, tratar-se da variante
sul-americana do português. Completa a coluna da direita:
Stora, por favor, dê-mo.
|
negativa >
|
Stora, por favor, não _____.
|
Comprei-o.
|
subordinação
completiva
>
|
Já te disse que _____.
|
Cortez revelou-se um craque.
|
variante
brasileira
>
|
Cortez ____ um craque, né.
|
Dístico
Ó meu menino que brincas
o dia todo na rua
e ainda pensas que a Vida
é só a vida que é tua,
fica lá no teu engano.
Não perguntes, não te apresses.
Sobra tempo pra saberes
coisas que antes não soubesses.
Sebastião
da Gama, Itinerário Paralelo, Mem Martins,
Arrábida, 2004
Responde
ou completa a resposta já esboçada.
Estabelece
analogias entre «Dístico», de Sebastião da Gama, e «Gato que brincas na rua»
(p. 42), de Fernando Pessoa.
O tema de «Dístico», de Sebastião da Gama, é
quase o mesmo do do poema de Pessoa «Gato que brincas na rua» — também aqui o
sujeito poético se dirige a ........... —, mas a perspetiva é diferente: .............
Qual
é o vocativo da quintilha? Faltará alguma vírgula?
............
Explica
o título «Dístico» (sabendo que não se trata de uma estrofe de dois versos, um
dos significados da palavra).
...........
Cria
um título, também de uma só palavra, para «Gato que brincas na rua» (não, não
pode ser «Gato»; nem «Brincadeira», nem «Rua», nem «Que»).
...........
TPC — Escreve
o comentário pedido no item 2 da p. 46 (o 2.º parágrafo serão as ll. 11-17).
Aula 18-19 (8 [6.ª], 10 [3.ª] e 11/out [1.ª, 4.ª])
Explicação de revisão das noções de modo e género (ver Apresentação). Completa a tabela, preenchendo as quadrículas
vagas. Não tenhas a preocupação de te deter muito em cada texto. Procura apenas
reconhecer o pouco de que precises para completar o quadro com suficiente
segurança.
Trecho
|
Autor
[no caso de Pessoa, especifica se é o
ortónimo, se é poema de Mensagem ou
o heterónimo de que se trate]
|
Modo
[narrativo (=épico), lírico, dramático; e,
excepcionalmente, épico-lírico]
|
Género
[epopeia, romance, conto, novela, soneto, ode,
quadra, tragédia, comédia, etc.]
|
em...
[prosa ou verso]
|
«[Os
Lusíadas, canto IV, estâncias 88-89]» (p. 173)
|
|
|
|
verso
|
«O Quinto Império»
(p. 220)
|
|
|
cinco quintilhas
|
|
[excerto de] «Ode triunfal»
(p. 117)
|
|
|
[de nenhuma forma convencionada]
|
|
«[poema] XXXVI [de O Guardador de Rebanhos] (p. 81)
|
|
|
[de nenhuma forma convencionada]
|
|
«Cada dia sem gozo não foi teu» (p. 96)
|
|
|
«ode» (numa nona, ou novena)
|
|
«Quando as crianças brincam»
(p. 48)
|
Fernando Pessoa
|
|
|
|
«Na mão dos reis do Rossio...»
(p. 242)
|
|
|
[veremos
depois]
|
|
«D. João, quinto do nome na tabela real»
(p. 288)
|
|
|
romance
|
|
«Fernando Pessoa» (p. 149)
|
|
|
|
verso
|
Os
itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» — o terceiro de Mensagem —, na p. 205 do manual. Vai
lendo o texto e escolhendo a melhor resposta.
No
primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há
a) uma metonímia e uma metáfora.
b) uma metáfora e um oxímoro.
c) uma comparação e uma antítese.
d) um polissíndeto e uma aliteração.
Nos
vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão
a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.
b) a Deus, nu mas vivo.
c) ao Céu.
d) a Cristo crucificado, a luz que a todos
ilumina.
No
v. 1 da segunda estrofe, o deítico «Este» corresponde a
a) ‘o mito’.
b) ‘o mesmo sol que abre os
céus’.
c) ‘Ulisses’.
d) ‘o corpo morto de Deus’.
O
advérbio «aqui» — um deítico, também — vale por
a) ‘Ítaca’.
b) ‘Tróia’.
c) ‘Grécia’.
d) ‘Lisboa’.
Na
última estrofe, defende-se que
a) a vida é mais importante do que o mito.
b) só há mito enquanto dura a vida.
c) só há vida enquanto dura o mito.
d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.
Responde
ao ponto 1 de Leitura — Compreensão
na mesma p. 205 (advertência para quem tenha o manual para professores, com as
soluções na lapela direita: tudo o que está aí é absolutamente mentiroso, dado
que essas versões do manual são contrafações impressas numa tipografia chinesa,
cujas respostas foram elaboradas por alguém que só falava mandarim) e, depois,
ao ponto 3 (p. 206):
1. a)
____; b) ____; c) ____; d) ____; e) ____; f) ____; g) ______; h) Com o exemplo
de Ulisses e da sua importância na fundação lendária de Portugal, apresenta-se
a origem de Portugal associada a um caráter mítico; por outro lado, a gesta de
Ulisses ajuda a explicar a vocação marítima dos portugueses; i) ____, que situa
as ações de Ulisses num passado remoto, e _____, que atribui à sua lembrança
valor duradouro.
3./3.1
a. ___ | _________________
b. ___ | _________________
c. ___ | _________________
d. ___ | _________________
e. ___ | _________________
Escolhe o primeiro
verso de dois dos poemas do quadro que estivemos a preencher:
A gente da cidade, aquele dia,
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da
fábrica
Triste de quem vive em casa,
D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta
noite ao quarto da sua mulher
E há poetas que são artistas
Cada dia sem gozo não foi teu
Quando as crianças brincam
Que posso eu fazer? Sim: que posso eu fazer?
Vem ver agora o meu país que já
Escreve dois textos em
prosa que comecem com cada um desses trechos. (Os teus dois textos podem ficar
inconclusos.)
TPC — Escreve o texto pedido em «Escrita/1.»
na p. 206. (Anota, no final, o número de palavras.)
Aula 20 (8 [4.ª], 10 [1.ª, 6.ª] e 11/out [3.ª]) Para
revermos a acentuação gráfica (lembro-te que na aula 27-28 do 11.º ano há
matéria que pode interessar; também a p. 7 do Caderno de Atividades do 11.º ano tem interesse [está aqui]), ficam
uns exercícios tirados de Caderno de
Atividades. 11.º ano. Projetos Desafios (Alexandre Dias Pinto, Carlota
Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 38-39, a que fiz
apenas pequenas adaptações:
Principais
regras de acentuação gráfica
|
Têm acento gráfico...
|
Exemplos
|
1
|
Todas as esdrúxulas
|
último,
monótono, América, melódico, influência.
|
2
|
Graves terminadas em <-l>, <-r>,
<-n> e <-x>.
|
amável,
difícil, túnel, açúcar, âmbar, abdómen, hífen, tórax.
|
3
|
Graves terminadas em <-i>, <-u>, vogal e
ditongo nasais, seguidos ou não da letra <-s>
|
táxi, ténis, amáveis, bónus,
ónus, órfã, órfãos, bênção.
|
4
|
Graves e agudas cuja vogal tónica
seja um ou precedida de outra vogal com a qual não forma ditongo
|
atribuído,
substituído, saúdo, país, caído, baú.
|
5
|
Agudas terminadas em <-a>, <-e>,
<-o> ou ditongo aberto, seguidos ou não de <-s>.
|
má, guaraná, ananás, boné, avó,
lençóis, papéis.
|
6
|
Agudas terminadas em <-em> e <-ens>, que
tenham mais de uma sílaba.
|
também, alguém, contém,
parabéns, vinténs.
|
7
|
Palavras em que um acento grave assinala a
crase da preposição «a» com artigos «a» e «as» ou com demonstrativos
«aquele», «aquilo».
|
à, às, àquela, àquilo
|
Entre
as palavras que se seguem encontram-se algumas às quais faltam os acentos.
Reescreve-as corretamente, colocando o acento no lugar certo, quando
necessário.
ideia — _____; anil — ____; rubi — ____; excecional
—_____; assombro — _____; pacato — ______; tratado — ____; camara
— ____; arco-iris — ____; estavel — ____; movel — ____; sofrivel
— _____; elegancia — _____; pure — _____; peru — _____; capacitado — ____; mantem
— _____; democratico — _____; saido — ______; saindo —
_____; rainha — _____.
Indica
a circunstância que leva a que se acentuem as palavras seguintes, usando os
números (1 a 7) que identificavam no quadro cada regra.
respeitável
— ___; influência — ___; porém — ___; saía — ___; boné — ___; húmus — ___;
âmbar — ___; maracujá — ___; caracóis — ___; crítico — ___; às — ___.
Escreve uma síntese, em 90 a 105 palavras, de «A dor
de pensar» (p. 47).
Escreve o número de palavras no final. (Podes
relancear regras da síntese na p. 327 — aliás estão mais detalhadas no livro do
ano passado.)
TPC — Lê o texto «O modernismo» (pp. 32-33).
Aula 21-22 (14 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 15/out [3.ª]) Nas pp. 69-71, vai relendo o excerto da carta de Pessoa a Adolfo Casais Monteiro cuja versão integral te pedira lesses num destes tepecês. (O questionário, ainda assim, tratará apenas das partes da carta que vêm no manual.) Circunda em cada item a melhor alínea.
Os
protótipos textuais mais presentes neste excerto de carta são
a) descritivo, expositivo, instrucional.
b) conversacional, argumentativo, instrucional.
c) descritivo, narrativo, injuntivo.
d) expositivo, argumentativo, narrativo.
Em
aula, referi recentemente que o género epistolar — o deste texto, afinal —
a) se inclui no modo narrativo.
b) se inclui no modo lírico.
c) se inclui na oratória.
d) não se inclui nos três modos tradicionais.
Pessoa
considera que a propensão para a criação heteronímica
a) não radica em características mentais.
b) se deve a uma tendência para a
despersonalização e o fingimento.
c) foi exclusivamente casual.
d) foi consequência de trauma após pisadela de
cocó de cão.
O
Chevalier de Pas foi
a) o primeiro heterónimo de Pessoa, escrevendo
poemas de índole pagã.
b) o futuro Ricardo Reis.
c) um ortónimo.
d) uma primeira experiência de quase heterónimo,
aos seis anos.
O heterónimo que Pessoa considera ser mestre de todos os
outros (e até do ortónimo) é
a) Álvaro de Campos.
b) Chevalier de Pas.
c) Ricardo
Reis.
d) Alberto Caeiro.
Pessoa
considera que os poemas de Álvaro de Campos
a) são um alarme para a vizinhança.
b) não são um alarme para a vizinhança.
c) foram escritos por 1912.
d) são histéricos.
O poeta bucólico que Pessoa resolvera criar para fazer partida
a Mário de Sá-Carneiro foi
a) Álvaro de Campos.
b) Bernardo Soares.
c) Alberto Caeiro.
d) Ricardo
Reis.
O
heterónimo Ricardo Reis foi criado por Pessoa
em
a) 1914.
b) 1935.
c) 1910.
d) 1887.
O
surgimento de Álvaro de Campos é-nos descrito como momento
a) calmo.
b) vertiginoso.
c) demorado.
d) planeado.
À
época da enunciação — a da escrita da carta —, ainda estavam vivos
a) Caeiro, Campos, Reis.
b) Campos e Reis.
c) Reis e Caeiro.
d) Caeiro e Campos.
Os
dois heterónimos de Pessoa que aprenderam latim foram
a) Alberto Caeiro e Ricardo
Reis.
b) Ricardo Reis
e Álvaro de Campos.
c) Alberto Caeiro e Bernardo Soares.
d) Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
As
formações de Caeiro, Campos e Reis, eram, respetivamente,
a) CEF de pastor; pintura; línguas clássicas.
b) ensino secundário; engenharia naval; medicina
dentária.
c) instrução primária; engenharia; medicina.
d) estilismo; datilografia; genealogia.
A
«Ode triunfal», de Álvaro de Campos, foi escrita
a) num avião a jato.
b) em 1914.
c) em Tavira.
d) no Brasil.
O
«Opiário»
a) foi escrito em latim.
b) foi inspirado por viagem ao Oriente.
c) é um poema de férias.
d) foi inspirado por ida ao Parque das Nações.
Agora,
lê também a tábua bibliográfica, na p. 68, escrita por Pessoa uns sete anos
antes.
Para
Pessoa, Álvaro de Campos, «sensacionista», foi influenciado
a) por Alberto Caeiro, sobretudo, e por Walt
Whitman.
b) por Walt Whitman, sobretudo, e por Alberto
Caeiro.
c) por Ricardo Reis.
d) pelo lado intelectual e pagão de Reis.
Segundo
o que se depreende da «Tábua bibliográfica», Álvaro de Campos seria
a) o heterónimo mais diferente do ortónimo.
b) quem subscreveu textos mais polémicos e
vanguardistas.
c) o mais irritadiço dos heterónimos.
d) o menos emotivo dos heterónimos.
(Se tiveres sido dos mais rápidos, nas pp. 112-113,
relanceia «Eu, Álvaro de Campos».)
Resolve
o ponto 1 da p. 114:
a. __ | b. __ | c. __ | d. __ | e. __.
Opiário
Ao senhor Mário de
Sá-Carneiro
É antes do ópio que a minh’alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.
Esta vida de bordo há de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
Já não encontro a mola p’ra adaptar-me.
Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.
É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.
Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.
Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.
Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes
Ergue-se a lua como a minha Sina.
Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.
Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.
E fui criança como toda a gente.
Nasci numa província portuguesa
E tenho conhecido gente inglesa
Que diz que eu sei inglês perfeitamente.
Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mércure,
Mas é impossível que esta vida dure,
Se nesta viagem nem houve procelas!
A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.
[...]
Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avozinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.
Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smoking-room com o conde —
Um escroc
francês, conde de fim de enterro.
Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.
Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.
[...]
[excertos de:]
Álvaro de Campos, «Opiário», Fernando
Pessoa, Poesia dos outros eus,
edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007.
Resolve
o ponto 3. da p. 115 (com os conectores apropriados, preenche as lacunas de «O
estatuto especial de Álvaro de Campos»):
1 = ______ | 2 = ______ | 3 = ______
4 = ______ | 5 = ______ | 6 = ______
7 = ______ | 8 = ______ | 9 = ______
10 = _____ | 11 = _____ | 12 = _____
Lê
«A arte futurista» (p. 116) e completa a síntese que fui esboçando:
Em «A arte futurista» — saído no número único da
revista Portugal Futurista, 1917 —,
defende-se que já não convém aos tempos modernos uma arte que se limite a ........................
Ao contrário, uma nova corrente, o futurismo, é que pode adequar-se às
vivências industriais de hoje, porque ................. Por exemplo, a poesia
futurista ...........................
TPC — Lê «Um Campos diferente» (p. 124).
Depois, lê também o texto de Campos «Tenho uma grande constipação». Em folha
que me possas entregar, responde ao ponto 7 da p. 123. Não esqueças a parte dos
dois argumentos e escreve acabadamente (e não, não quero «Constipação» nem «Um
lenço cheio de ranho»).
Aula 23-24
(15 [6.ª], 17 [3.ª] e 18/out [1.ª, 4.ª]) Na p. 125, lê o poema «O que há em mim
é sobretudo cansaço», de Álvaro de Campos. Segue-se uma sua análise, que deves
completar apenas com transcrições do texto.
Percebe-se pela
quintilha inicial que o cansaço que domina o sujeito poético não tem uma origem
definida nem um motivo concreto (assim se reconhece no segundo e terceiros
versos, bipartidos: «_________»). No final da estrofe, explicita-se
mesmo o caráter, quase caprichoso, deste cansaço permanente e, decerto,
essencialmente psíquico: «__________» (vv. 4-5).
Na segunda estrofe, o
poeta começa uma diferenciação relativamente aos outros, que prosseguirá até ao
fim do poema. Nos três versos que iniciam a oitava, apresentam-se as sensações,
as paixões, os amores que mobilizam os outros, resumido em «___________» (vv.
9-10), súmula claramente depreciativa. Nos três versos que fecham a estrofe, a
epífora («_________») assinala a reação do poeta ao que costuma embevecer os
que não são como ele.
Na terceira estrofe,
três versos anafóricos servem para representar a atitude com que o poeta se vai
contrastar (___________). Em nenhum destes tipos de idealismo o poeta se
reconhece, por razões que enuncia em paradoxos: «___________».
A
última estrofe analisa as consequências, como logo anuncia a pergunta que a
abre («___________»). Como já acontecera antes, começa-se pelos «_________»
(que ficam com «___________», «___________», «___________» — notem-se o
quiasmo, o paralelismo, a antítese, todos tão pessoanos).
Os
cinco últimos versos são muito expressivos. O verso que introduz esta parte
sobre o poeta fecha a anáfora que vinha dos três versos anteriores (com a
preposição «_______») e inicia a enumeração dos adjetivos caracterizadores do
cansaço do poeta («________», «________», «________»), não sem pelo meio se
inserir uma expressão interjetiva («________»). Depois, partindo do superlativo
neologístico «_________» («supremo» já
é um superlativo relativo de superioridade, corresponde a ‘o mais alto’), o
poeta utiliza isoladamente o sufixo «________», indicador do grau, amplificando-o através da repetição, que
sugere a sua ligação ao substantivo «________». É um processo — modernista — de desconstrução e reconstrução
das palavras.
Depois, resolve o ponto 1 (1.1 a 1.6),
nas pp. 125-126:
1.1: ___; 1.2 ___; 1.3
___; 1.4 ___; 1.5 ___; 1.6 ___.
Na p. 122, vê o texto enquadrado, «Do
sentir ao dizer: a linguagem na “Ode triunfal”». Destaquei o segundo parágrafo
e fui pondo entre parênteses citações que abonassem os aspetos referidos pelo
ensaísta. Completa essa minha ampliação do texto com os exemplos em falta:
Ao sentido de modernidade que deseja transmitir,
e a que recorre para sentir tudo de todas as maneiras — conferindo poeticidade a temáticas não
usuais, como motores, fábricas, energia [...] —, faz o poeta corresponder um
nível de expressão carregado de nomes concretos e abstratos («Inconsciente»,
«Matéria»), isolados ou em conjuntos («aparelhos de todas as espécies, férreos,
brutos, mínimos, /Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar, /
Engenhos, brocas, máquinas rotativas»), fonemas substantivados («_________»),
topónimos («________»), antropónimos («_________»), estrangeirismos («_______»),
maiúsculas desusadas («________»), adjetivação expressiva («excesso
contemporâneo»), simples e múltipla («grandes ruídos modernos»; «flora
estupenda, negra, artificial e insaciável»), polissíndetos («________»),
metáforas («_______»), apóstrofes («________»), anáforas («_________»,
personificações («________»), sinestesias («___________»), perífrases («_________»,
iterações (retoma de «ó» de apóstrofes), gradações («________»), comparações
(«________»), neologismos («_________»), grande variedade de formas verbais
(por todo o texto), advérbios expressivos («__________»), gerúndios expressivos
(«_______»), musicalidade e ritmo (por todo o texto), aliterações («_________»),
interjeições («_________», «______»), rimas internas («_______», onomatopeias
(«________»), etc...
Na
p. 121, responde ao item 4 (de correspondência):
a. = ___; b. = ___; c = ___; d = ___: e = ____.
Lê o ponto 1 de Escrita na p. 122 (definição de
«ode» e, especialmente, «ode» à Campos), para, depois, resolveres o ponto 2
(redação de ode a uma realidade qualquer, à maneira futurista).
Há vantagens em teres
o livro aberto nas páginas da «Ode triunfal» (119-122).
Ode a ________ ou Ode
_________ {adjetivo}
TPC — Em papel que me possas entregar,
escreve uma resposta limpa, não copiada da de manuais ou de colegas, à pergunta
1.1 da p. 126 («Estabelece pontos de contacto entre as estrofes de Régio e o
poema «O que há em mim é sobretudo cansaço»).
Aula 25 (15 [4.ª], 17 [1.ª, 6.ª] e 18/out [3.ª])
Uso exercícios tirados de um manual, Nova
Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), tendo-me
permitido alterar algumas frases aqui e ali.
Atenta
nas frases seguintes e identifica o tipo de sujeito nelas presente, selecionando
a opção correta.
Sujeito
simples
[s]; Sujeito composto [c]; Sujeito nulo expletivo [sne]; Sujeito nulo subentendido [sns];
Sujeito nulo indeterminado [slb]
Dizem que o filme
A Missão é fantástico.
Os alunos e os professores participaram numa visita
de estudo a Tóquio.
Trovejou intensamente esta noite.
O Papa Francisco acabou de ler um livro
excelente.
Vamos de férias assim que o inverno começar!
Eles pensam que ganharão a eleição para a
Associação de Estudantes facilmente.
Nunca telefonas a avisar que chegas tarde!
O Cristiano e quem tu sabes vêm à festa.
Pensa-se que será um ano difícil...
Não nevava assim em Lisboa há semanas!
Parece que ele já não vem.
Vive-se bem na Sibéria.
Em
cada grupo de frases que se segue, existe uma cujo sujeito é diferente dos
restantes. Risca com merecida agressividade as frases intrusas e identifica o
tipo de sujeito predominante de cada grupo.
a) Diz-se que este ano Rita Pereira vai ganhar o
Óscar.
Vou às compras.
Conversa-se muito, mas acerta-se pouco.
Comenta-se que foste de férias.
Sujeito — ________
b)
Choveu a semana inteira.
Este
ano nevou imenso no Algarve.
Ouvi
dizer que vai ficar mau tempo.
Ontem
trovejou.
Sujeito — _________
c) Ele foi passear.
Vou
ao centro comercial ver as novidades da nova estação.
Comprei
um livro de manga.
Fazemos
hoje um bolo?
Sujeito — ___________
Identifica
os elementos que fazem parte do predicado de cada uma das frases seguintes e
completa o quadro.
a)
Os jogadores obedecem ao árbitro.
b)
O avião está atrasado.
c)
A Marisa ofereceu um livro à mãe.
d)
Eles tomaram o Carlos por parvo.
e)
O médico pratica natação.
f)
Os alunos parecem apreensivos...
g)
O ilusionista fez um truque fantástico!
h)
A juíza considerou o réu culpado.
i) Acho que deves fugir.
j) Começou o espetáculo!
Sujeito
|
Predicado
| ||||
Núcleo
|
Complemento
|
Predicativo do sujeito
|
Predicativo do complemento direto
| ||
Direto
|
Indireto
| ||||
a) Os jogadores
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|
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|
|
|
b) O avião
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|
|
c) A Marisa
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|
d) Eles
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|
|
|
e) O médico
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|
|
f) Os alunos
|
|
|
|
|
|
g) O ilusionista
|
|
|
|
|
|
h) A juíza
|
|
|
|
|
|
i) (Subentendido)
|
|
|
|
|
|
j) o espetáculo
|
|
|
|
|
|
Classifica os
verbos das frases abaixo numa das categorias que se seguem:
transitivo direto (td); transitivo indireto
(ti); transitivo direto e indireto (tdi);
intransitivo (i)
Cheguei!
Telefonei
à Laura.
O
quadro caiu.
Resolvi
a questão.
Ele
jantou.
A
Alexandra vendeu a carrinha na semana passada.
Entreguei
os apontamentos ao Paulo.
Ele
jantou peixe.
Nós
obedecemos às regras!
A
empresa reabriu em agosto.
Esta
bicicleta pertence à Isilda.
O
meu primo Rogério emprestou-te o carro?
Identifica a
função sintática dos constituintes destacados nas frases seguintes.
A
minha mãe ofereceu-lhe um perfume. — ____________
O
ator foi entrevistado pelo jornalista. — ___________
O
Lauro gosta de futebol. — __________
Nomearam-no
capitão
de equipa. — ____________
Os
amigos do capitão leram o
diário de bordo. — ____________
Eles
continuam zangados um com o outro. — ____________
Os
meus pais viajaram ontem. —_____________
A
Eulália leu o livro que a amiga lhe deu. — ______________
Os
amigos achavam-na extremamente competente. — ____________
O
Quim foi ao Brasil. — _____________
Já
assinou os documentos, senhor diretor? — ____________
Critérios para distinguir algumas das funções sintáticas:
O complemento direto é substituível
pelo pronome «o» («a», «os», «as»):
Dei
um doce ao orangotango. = Dei-o ao orangotango.
O complemento indireto, introduzido
pela preposição «a», é substituível por «lhe»:
Dei
um doce ao orangotango. = Dei-lhe um doce.
O complemento oblíquo, e mesmo quando
usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é
substituível por «lhe»:
Assistiu
ao julgamento do Coronel Jesuíno. → *Assistiu-lhe.
Para identificarmos um modificador do grupo verbal,
podemos fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará
gramatical:
A
Florinda estudou gramática na segunda-feira.
Que fez a Florinda na segunda-feira? Estudou
gramática.
Ao contrário, se se tratar de um complemento
oblíquo, o resultado será agramatical:
O Acácio foi à Cova da Moura.
*
Que fez o Acácio à Cova da Moura? Foi.
Para distinguir o modificador de frase (em
constraste com o modificador do grupo verbal), pode ver-se que a construção
que ponho entre parênteses é possível com o modificador do grupo verbal mas não
com o advérbio que incide sobre toda a frase.
modificador do grupo verbal:
«Ele come alarvemente.» (É alarvemente
que ele come.)
modificador de frase:
«Evidentemente, o teste de gramática está
próximo.» (*É evidendemente que o teste está próximo.)
Reconhece-se o complemento agente da passiva
com facilidade. Começa com a preposição «por» e podemos adotá-lo como sujeito
da mesma frase na voz ativa:
Batatinha
foi carregado por Miguel Lopes. → Miguel Lopes
carregou Batatinha
O sujeito
concorda com o verbo (se experimentarmos alterar o número do sujeito, isso
refletir-se-á no verbo que é núcleo do predicado):
Caiu a cadeira. → Caíram as cadeiras
(Para se confirmar que «a cadeira» não é complemento
direto: *Caiu-a.)
Em
cada par de frases (retiradas da obra Aliás
voltas sempre, Ali às voltas sempre,
de Ana Goês), assinala aquela em que existe um constituinte com a função de
vocativo.
Anda,
Luzia, quero vê-la... / Andaluzia, quero vê-la...
Vinde,
táxi, depressa! / Vim de táxi, depressa...
Não
é Regina! / Não erre, Gina!
Glória,
adeus! / Glória a Deus!
TPC — (Pode ser-me dado só durante toda a
próxima semana ou até um pouco mais tarde. Interessa que este trabalho seja
feito com gosto.) Escreve um texto em prosa — um conto (mas não te obrigues ao modelo mais específico do conto e,
ainda menos, do conto tradicional) — que possa apresentar-se ao concurso Correntes d’escritas. Este concurso, com
um prémio de 1000 euros, é, no escalão até dezoito anos, dos mais prestigiados.
A
versão que me será apresentada será em páginas
impressas a computador. Corrigirei esse primeiro trabalho, lançando depois
cada autor as emendas que tenha eu proposto (a passagem a limpo consistirá em
novo tepecê). Quanto à extensão do conto, é difícil dar um conselho: num
concurso destes, dificilmente o texto em prosa premiado terá menos de umas três
páginas à máquina; mas, por outro lado, também é preciso ter em conta que
textos demasiado longos tendem a aborrecer os júris. Entretanto, para efeitos
de tepecê, qualquer extensão é aceitável. Peço é o cuidado, como aliás para
todos os nossos trabalhos, de se não recorrer a coisas da net ou de outros
autores.
Quanto
ao envio dos contos, de que tratarei eu mesmo ainda antes do prazo final — 30
de novembro —, combiná-lo-emos depois. (Em Gaveta
de Nuvens — aqui — pus já o regulamento mas, como digo, os aspetos
burocráticos por ora não nos interessam.)
Aula 26-27 (21 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 22/out [3.ª]) Correção do questionário de compreensão de textos em torno da génese dos heterónimos. Ponto da situação do trabalho até agora (conselhos). Visionamento de leitura de «Todas as cartas de amor são ridículas», de Álvaro de Campos, por Lídia Franco.
O
poema em baixo — que ouvimos já — está datado de 21-10-1935, pouco mais de um
mês antes de Pessoa morrer, sendo assinado por Álvaro de Campos. Não tem algumas
das características que já víramos no Campos futurista e sensacionista das
odes.
Não modernizei a grafia (Pessoa escrevia segundo
a escrita comum antes da primeira reforma ortográfica, em 1911). Atualiza tu a
grafia, emendando o texto a lápis.
Há uma estrofe que traduz bem a reflexão que o
Pessoa ortónimo fazia em «Ela canta, pobre ceifeira» e em «Gato que brincas na
rua». É a ....... estrofe.
Todas as cartas de amor são
Ridiculas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridiculas.
Tambem
escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridiculas.
As cartas de amor, se ha
amor,
Têm de ser
Ridiculas.
Mas, afinal,
Só as creaturas que
nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridiculas.
Quem me dera no tempo em
que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridiculas.
A verdade é que hoje
As minhas memorias
D’essas cartas de amor
É que são
Ridiculas.
(Todas as palavras
exdruxulas,
Como os sentimentos
exdruxulos,
São naturalmente
Ridiculas.)
Fernando
Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição
de Cleonice Berardinelli, Lisboa, INCM, 1990
Passa agora a «Aniversário», também de
Álvaro de Campos, nas pp. 127-128.
Transcreve algum verso
em que se perceba ainda o problema existencial que vimos em «Gato que brincas»,
«Ela canta, pobre ceifeira» — do ortónimo — e, há pouco, em «Todas as cartas de
amor são ridículas», de Campos.
Entre as características
de Campos (em parte, já elencadas a propósito da «Ode triunfal»), vê o que
esteja abonado em «Aniversário». Para isso, transcreverás trechos de
«Aniversário» que ilustrem cada um destes itens:
comparações inesperadas:
.....
metáforas inesperadas:
.....
exclamações: .....
anáforas: .....
apóstrofes: .....
paradoxos: .....
repetições: .....
versos longos e livres: muitos das primeiras estrofes, sobretudo.
articulados com alguns bastante
curtos: os da última estrofe, por
exemplo.
fuga para a recordação
e/ou sonho: .....
poetização do prosaico,
comum e quotidiano: .....
fragmentação do eu: .....
angústia existencial: [todo o texto, decerto]
O texto constrói-se a
partir da memória de um tempo passado. Caracteriza esse passado, considerando
as duas primeiras estrofes.
O passado era o tempo da
...........
Justifica o uso do
pretérito imperfeito do indicativo nessas mesmas estrofes.
Relaciona o quinto verso
da terceira estrofe com a estrofe anterior.
Na infância, o sujeito
poético era feliz, mas ............. Só no presente, em que já perdeu essa
felicidade inocente da infância é que sabe que ............
Explica o valor aspetual
do pretérito perfeito usado nesta terceira estrofe.
Mostra como, na estrofe
6, a memória do passado se sobrepõe ao presente.
A expressão «Vejo tudo outra vez» inicia a presentificação
do passado que, assim, substitui o ......
Mostra como, à euforia dessa presentificação, se
segue a disforia da tomada de consciência.
À euforia do passado
tornado presente segue-se, na estrofe seguinte, a disforia da tomada de consciência
de que é impossível recuperar ..........
Responde ao ponto 11 da
p. 130:
a. ___; b. ___; c. ___;
d. ___; e. ___.
TPC — «Aniversário» (p.
127) e a estrofe parentética correspondente aos vv. 68-76 de «Ode triunfal» (p.
119) têm
em comum a nostalgia da infância. Este tema, caro a Álvaro de Campos, é também
frequente no Pessoa ortónimo. Para já, gostava que relanceasses — aqui — «Un soir à Lima», um longo
poema do ortónimo (aliás, na verdade, um poema não assinado), que, tanto quanto
se pode identificar sujeito poético e autor (e não deve), se diria
autobiográfico.
No manual, lê ainda
«Campos: “a ilha mais lúcida do arquipélago pessoano”» (p. 137) e «O percurso
poético do engenheiro-poeta» (p. 138).
Aula 28-29 (22 [6.ª], 24 [3.ª] e 25/out [1.ª, 4.ª])
Audição de «Aniversário», de Álvaro de Campos (de Ao longe os barcos de flores).
Lê
«Aniversário» (p. 127), de José Manuel dos Santos (p. 127), cronista do Expresso.
Depois,
num comentário teu, com cem a cento e quarenta palavras, aproveita a ideia na
transcrição em baixo, sintetizando a crónica «Aniversário» e esboçando alguma
comparação com o poema homónimo de Álvaro de Campos (pp. 127-128).
Apesar do que se afirma no último período do
texto («Lembro e faço meu o poema “Aniversário” de Pessoa/Campos»), a perspetiva
de José Manuel dos Santos relativamente à passagem dos aniversários não é
exatamente idêntica à da do sujeito poético do conhecido poema de Campos.
José António Mendonça,
«Intertextualidade com Pessoa — uma miríade de outros», Ensaios entre desporto e literatura, Barreiro, Editorial Fabril,
2007, p. 4321.
Tendo
visto a primeira parte de documentário sobre Fernando Pessoa feito para a série
‘Grandes Portugueses’, assinala, à esquerda de cada período (a esquerda é para
este lado: ←), se a afirmação é
V(erdadeira)
ou F(alsa).
Pessoa viveu parte da
infância e da adolescência em território da actual África do Sul (à época,
colónia inglesa).
Fernando Pessoa admirava Cesário Verde.
O poema «Tabacaria» é do heterónimo Ricardo Reis.
«Sou tudo» é o primeiro verso de «Tabacaria».
Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António, em
Lisboa, em 1898.
Pessoa nasceu em frente ao
teatro de São Carlos, que seu pai, crítico musical do Diário de Notícias, frequentava.
«Eis-me aqui em Portugal» é o
primeiro verso de uma quadra que, ainda criança, dedicou à mãe.
«Deus quer, o homem sonha, a
obra morre» é o primeiro verso de «O Infante», poema de Mensagem.
Enquanto adolescente, Pessoa viveu com a
madrasta, o pai e os cinco meios-irmãos.
A língua em que mais escrevia até cerca dos
vinte anos era o francês.
Em Lisboa, durante dois anos, Fernando Pessoa
foi aluno da Faculdade de Direito.
Pessoa teve uma tipografia,
comprada com herança da avó Dionísia, mas esse negócio não teve grande sucesso.
O emprego de Pessoa implicava
um rígido horário fixo, como o de um funcionário público.
No local do emprego, Fernando Pessoa nunca
escrevia textos seus.
O poeta americano Walt Whitman influenciou
Fernando Pessoa.
Pessoa deixou mais de trinta e sete mil papéis
com escritos seus.
Sendo embora Lisboa o seu habitat preferencial,
Pessoa viajava frequentemente.
A estreia de Pessoa no meio
literário aconteceu em 1912, com a publicação de artigos na Águia.
A revista Orpheu teve como colaboradores, entre
outros, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros.
Como se refere na p. 124 do manual
(‘Oralidade’), o poema «Dobrada à moda do Porto», de Álvaro de Campos, tem
bastantes marcas de narratividade. Diz-se aí que a situação relatada é
sobretudo pretexto para o «eu» refletir sobre si mesmo.
O que te peço é que reescrevas o poema,
verso a verso, criando outra situação (a tal parte mais narrativa, que deixará
de ter a ver com um restaurante), mantendo entretanto tudo o que sublinhei (em
geral, os fragmentos mais líricos ou mais introspetivos).
Além das partes sublinhadas, conserva, é
claro, o número de versos, e procura não alterar muito a pontuação do original.
Dobrada à moda do Porto
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se
come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente
houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli,
Lisboa, INCM, 1990 (com modernização da grafia).
TPC — Resolve o ponto 1.1 da p. 130.
Aula 30 (22 [4.ª], 24 [1.ª, 6.ª] e 25/out [3.ª])
Na coluna à direita, escreve o nome do princípio infringido (não tautologia; não contradição; relevância)
— todos de ordem lógico-conceptual — ou assinala, se for esta a afetada, coerência pragmático-funcional. Se a coerência
textual não estiver prejudicada, nada escrevas. (Para o caso de ser
necessário, vê o esquema em baixo.)
Trecho
(que infringe...
|
princípio
de... ou área)
|
Na última quadra o poeta conclui o poema.
|
|
O maneta foi à manucure para tratar das suas
dez belas unhas de gel.
|
|
Sob o sol da meia-noite, o cego lia um jornal
sem letras.
|
|
O poema é constituído por quadras. A esse tipo
de estrofes chamamos quartetos.
|
|
Os três mosqueteiros eram quatro.
|
|
Não choveu, porque houve seca.
|
|
Segundo Pennac, com efeito, «os leitores têm o
direito de amar os protagonistas dos livros». [Pouco depois do enunciado da pergunta respetiva.]
|
Não tautologia
|
[A meio
de um comentário a um texto, opiniões próprias sobre o mesmo assunto ou
paralelos com a vida corrente.]
|
|
Exmo. senhor Diretor de Finanças. | O
requerente vem informar que está chateado com a situação criada pelo art.º 3,
do decreto 45678, de 31 de março. Ainda falou com a sua querida Belinha ontem
sobre o mesmo assunto.
|
|
Ganhámos, mas é preciso é levantar a cabeça e
continuar a trabalhar.
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Coerência textual
coerência
lógico-conceptual
observa três princípios:
princípio da não-contradição:
não deve
haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.
princípio da não-tautologia ou não-redundância:
as ideias
não devem ser repetidas.
princípio da relevância:
as ideias
devem estar relacionadas com a temática do texto.
coerência
pragmático-funcional
versa a relação
texto-situação.
Os
dois itens seguintes — sobre pontuação — copiei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de
Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes;
Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.
Associa cada
frase de A à única hipótese da
coluna B que permite obter uma
afirmação correta.
A
a)
Na frase «O Irondino, o Sancho e o Gualter foram a Braga.», usa-se a vírgula
para...
b)
Na frase «O Mário nunca, nunca chega a horas.», usa-se a vírgula para...
c)
Na frase «Camões, príncipe dos poetas, viveu no século XVI.», usa-se a vírgula
para...
d) Na frase «O Gustavo anda a ler Fernando Pessoa e eu, um
romance de Saramago.», usa-se a vírgula para...
e)
Na frase «Tu, Jorge, vais ao Porto esta semana.», usa-se a vírgula para...
f)
Na frase «Ele era, dizia-se, um bom jardineiro.», usa-se a vírgula para...
g)
Na frase «Se fores a Londres, visita o Museu Britânico.», usa-se a vírgula
para...
h) Na frase «Os alunos, que faltaram à aula, ficaram a
estudar para o teste.», usa-se a vírgula para...
B
1. isolar as orações subordinadas relativas
explicativas.
2. isolar o modificador apositivo.
3. separar elementos com a mesma função
sintática.
4. indicar a supressão de uma palavra,
geralmente o verbo.
5. separar a oração subordinada adverbial que
ocorre antes da oração principal.
6. isolar o vocativo.
7. separar uma oração intercalada.
8.
separar os elementos repetidos.
Assinala e
corrige os erros de pontuação presentes nas frases seguintes e explica a razão
das incorreções.
a) O Paulo comprou, uma casa junto ao mar.
b) — Ó Mateus que horas são?
c) — Quem é aquela senhora.
d) A Agostinha disse. Vou para a escola.
e) Se voltas a ter esse tipo de comportamento.
f) Socorro. Estou preso aqui dentro.
g) O Hélio o Alberto e o Zuzarte compraram
tostas queijo e fiambre.
Os
itens seguintes — sobre funções sintáticas — são retirados da
Nova Gramática didática de português
(Carnaxide, Santillana, 2011), com
quase nenhumas adaptações:
Seleciona,
em cada conjunto de frases apresentadas nas alíneas abaixo, aquela cujo
constituinte destacado não desempenha a função sintática indicada.
Complemento direto
A
Marlene vendeu o barco na semana
passada.
Os
velejadores perderam a regata.
O
nadador-salvador atirou a boia ao
náufrago.
As focas comem peixe.
Complemento oblíquo
Não
te aconselho a fugir.
Ele
bateu ao irmão.
Gosto
de passear.
Duvido
disso.
Complemento agente da
passiva
O
Brasil foi descoberto por Pedro Álvares
Cabral.
O
Porfírio anseia pelo teu regresso.
O
barco foi desviado da rota pelo vento.
Os
papéis foram organizados pela secretária.
Predicativo do
complemento direto
A
Luana continua na mesma empresa.
Os
padrinhos estimavam-no como filho.
O
juiz considerou-o inocente.
Os
vizinhos tinham-no por caloteiro.
Atenta
nas frases que se seguem e, depois, classifica as afirmações abaixo como
verdadeiras (V) ou falsas (F), e corrige as falsas.
1.
Vestiste a tua camisola lilás.
2.
D. Maria I, a Piedosa, foi a primeira rainha
reinante de Portugal.
3.
A minha mãe, que está de férias, vai para o Algarve
amanhã.
4.
A ideia da Ana Alice é interessante.
5.
O meu irmão mais novo magoou-se.
6.
Não te esqueças de trazer leite, Rolando.
A — Na
frase 1, o constituinte destacado desempenha a função sintática de modificador
restritivo do nome.
B — Na frase 2, o constituinte
destacado é um complemento do nome.
C — Na frase 3, o constituinte
destacado é um modificador restritivo do nome.
D — Na
frase 4, o
constituinte destacado desempenha a função sintática de complemento do nome.
E — Na frase 5, o constituinte
destacado é um modificador explicativo do nome.
F — Na frase 6, o constituinte destacado
desempenha a função sintática de vocativo.
Os
dois itens seguintes — sobre funções sintáticas — retirei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de
Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes;
Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.
Identifica a
função sintática desempenhada pelo constituinte destacado nas frases:
a)
O
Paulo e a Iva chegaram agora.
b) O filme era
muito
emocionante.
c) Ofereceram-me um livro muito
interessante.
d) O juiz declarou-o culpado.
e) O texto foi entregue pela minha aluna.
f) A venda das
camisolas
foi um sucesso.
g) O Marciano,
que
é um excelente dançarino, venceu o
concurso.
h) Prometemos
que
regressaríamos daí a dois anos.
i) É fantástico
que
venhas connosco.
Associa cada
afirmação de A à hipótese de B que a completa.
A
|
B
|
a)
O sujeito da frase «Fala-se na entrada no mercado de carros mais ecológicos.»
classifica-se como...
b)
Na frase «Naquela noite, chegámos
cansadíssimos a casa.», o constituinte destacado desempenha a função
sintática de...
c)
Na frase «A casa parecia muito sossegada.»,
o
constituinte destacado desempenha a função sintática de...
d)
Na frase «Ele encaixou a peça no puzzle.», o constituinte
destacado desempenha a função sintática de...
e)
Na frase «Eles deram-nos informações muito úteis.», o
constituinte destacado desempenha a função sintática de...
f)
O sujeito da frase «Há quadros muito interessantes neste museu.»
classifica-se como...
g)
Na frase «Eles entraram na casa amarela.», o constituinte
destacado desempenha a função sintática de...
h) Na frase «A Susana, a melhor aluna da turma, teve uma nota
excelente.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
|
1. predicativo do sujeito.
2. modificador restritivo do nome.
3. sujeito nulo indeterminado.
4. sujeito nulo expletivo.
5. complemento oblíquo.
6. modificador do grupo verbal.
7. complemento indireto.
8.
modificador apositivo do nome.
9. predicado.
|
TPC — Em Gaveta
de Nuvens, vai consultando «Funções sintáticas», reprodução de páginas da NGDP. (Já lá estava também cópia do
mesmo conteúdo mas em capítulo da GPP,
que, no entanto, me parece menos claro.) Entretanto, não esqueças de ir
acabando o conto pedido a computador.
Aula 31-32 (28 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 29/out [3.ª]) No exame nacional, o grupo I vale, em geral, metade da pontuação da prova. Na parte A há quatro perguntas sobre um texto dos autores do programa. Na parte B, uma pequena exposição-comentário sobre assunto também dos autores do programas.
O
que se segue é o grupo I-A do exame nacional de 2011 (1.ª fase). Os quatro
itens (1 a 4) valiam 15, 20, 15, 20 (= 70 pontos). I-B — que não faremos agora
(era sobre Ricardo Reis e o tempo) — valia 30 pontos.
Grupo I
A
Leia
o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado a
seguir ao texto.
Na
casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que
felicidade há sempre!
Moram
ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São
felizes, porque não são eu.
As
crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem
entre vasos de flores,
Sem
dúvida, eternamente.
As
vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam
sempre, sem dúvida.
Sim,
devem cantar.
Quando
há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim
tem que ser onde tudo se ajusta -
O
homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.
Que
grande felicidade não ser eu!
Mas
os outros não sentirão assim também?
Quais
outros? Não há outros.
O
que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou,
quando se abre,
É
para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre
os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os
outros nunca sentem.
Quem
sente somos nós,
Sim,
todos nós,
Até
eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
Nada?
Não sei...
Um
nada que dói...
Álvaro de Campos, Poesia, edição de Teresa Rita
Lopes, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002
GLOSSÁRIO | sacadas (verso 5) —
varandas pequenas.
Apresente,
de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. As sensações do sujeito
poético são determinantes para a construção de uma certa ideia de quotidiano
feliz.
Identifique duas sensações representadas nas
quatro primeiras estrofes, citando elementos do texto para fundamentar a sua
resposta.
2. Caracterize o tempo da
infância tal como é apresentado na terceira estrofe do poema.
3. Explique a relação que
o sujeito poético estabelece com os «outros» nas seis primeiras estrofes do
poema, fundamentando a sua resposta em referências textuais pertinentes.
4. Relacione o conteúdo da
última estrofe com as reflexões apresentadas nas duas estrofes anteriores.
Para
o mesmo poema de Campos, num manual com modelos de exame, encontramos também
estes itens de grupo I-A:
1. Indique as relações de
sentido que se estabelecem entre os versos da primeira estrofe.
2. Explique a importância
da referência às crianças, confrontando os espaços de vivência.
3. Mostre em que medida o
sujeito poético se afasta propositadamente da felicidade.
4. Comente o efeito
expressivo do paradoxo do verso final «Um
nada que dói...».
Sorteio
da Liga dos Campeões
Pote 1 — semi-finalistas de
2012-2013 (finalistas ficarão, se
houver, nos grupos pequenos)
Turma 1 Pedro C., Inês C.,
Beatriz, Pedro D.
Turma 3 Luísa, Leonor, Joana O.,
Miguel
Turma 4 Catarina, Sara, Marta,
Rita
Turma 6 Mariana C., Salomé, Miguel T., Karim
Pote 2 — os dos
quartos-de-final de 2012-2013
Turma 1 Guilherme
I, Sempi, Miguel F., Inês P.
Turma 3 Ana
Marta, Filipa, Marta B., Marta V.
Turma 4 Daniel,
Inês M., Miguel D., Alexandre C.
Turma 6 Carolina,
Sofia R., Mariana O., Pedro S.
Pote 3 — os dos
oitavos-de-final de 2012-2013 (ou, em
substituição, melhores da Liga Europa)
Turma 1 Pedro
M., Rui, Noorani, Duarte, Marta, João
Gonçalo, Filipe, Joana
Turma 3 Cláudia,
João, Gi, Chico, Paco, Guilherme, Sara E., José
Turma 4 Núria,
Mar, Alexandre A., Maria Inês, João, Beatriz, Hipólito, Gonçalo C.
Turma 6 Lara,
João F., Catarina, Marta, Gonçalo, Mariana L., Pedro F., Sol ou Sofia A.
Pote 4 — os que não estiverem
nos anteriores
Turma 1 Tomi, Miguel M., Francisco R.,
Francisco S., Mónica, Luís, Yara || Guilherme St., Guilherme W., Ângela,
Catarina, Tomás
Turma 3 Afonso, Gisela, Inês, Nuno, Rafael,
Pedro A. || Sara R., Manuela, Pedro C., Pedro B., Francisco, António,
Joana M., Mariana
Turma 4 Alexandre F., Gonçalo V., Gonçalo N.,
Inês B., Rodrigo, Miguel B., Manel || Gonçalo H., Francisco, Ana, Madalena,
José
Turma 6 Sol ou Sofia A., Filipa, Maria,
Aurélio, Miguel G., Daniel, J. Almendra, Tiago, Ana, Rita || André || Inês, Francisca, Duarte, Francisco, João R.
Liga dos Campeões — fase de grupos
Grupo A
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Grupo B
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Grupo C
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Grupo D
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TPC — «E eu vou buscar ao ópio que consola /
Um Oriente ao oriente do Oriente.» (Álvaro
de Campos, «Opiário», in Poesias, Ed. Ática); «À dolorosa luz das grandes
lâmpadas elétricas da fábrica / Tenho febre e escrevo.» (Álvaro de Campos, «Ode Triunfal», in Poesias Heterónimos, Col. Mundo das
Letras, Porto Editora); «E,
ah com que felicidade infecundo, cansaço, / Um supremíssimo cansaço, / Íssimo,
íssimo, íssimo, / Cansaço...» (Álvaro de Campos,
«O que há em mim é sobretudo cansaço», in op.
cit.) — elabora uma nota
de apresentação da obra de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa),
com um mínimo de 80 e um máximo de 120 palavras, que pudesse figurar na
contracapa de uma antologia de poesia deste autor, tendo como base a informação
fundamental dos excertos transcritos.
Aula 33-34 (29 [6.ª], 31/out [3.ª] e 1/nov [1.ª,
4.ª])
Lê
o poema «Lisbon Revisited
(1923)», presente nas páginas 131-132 do manual. Para responderes, seleciona a
única opção que permite obter uma afirmação adequada. (Por favor, não consultes
outras páginas do manual além das do texto.)
O
sujeito da oração no primeiro verso é
a) nulo expletivo.
b) nulo subentendido.
c) nulo indeterminado.
d) simples.
O
segundo verso é constituído por
a) uma única oração.
b) duas orações, sendo a segunda subordinada
substantiva completiva.
c) duas orações, sendo a segunda coordenada
conclusiva.
d) duas orações, sendo a segunda subordinada
adjetiva relativa restritiva.
No v. 5, o verbo «trazer» é
a) intransitivo.
b) transitivo
direto e indireto.
c) transitivo
direto.
d) transitivo
indireto.
A frase
«Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11) apresenta
a) um deítico pessoal.
b) deíticos pessoais e temporais.
c) um deítico temporal.
d) deíticos pessoais e espaciais.
Na
mesma frase, «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11), «eu» e «aos deuses
todos» desempenham as funções sintáticas de, respetivamente,
a) sujeito, complemento direto.
b) complemento direto, complemento indireto.
c) complemento direto, complemento oblíquo.
d) sujeito, complemento indireto.
No
verso «Se têm a verdade, guardem-na!» (v. 12), a
vírgula
a) justifica-se
por separar uma oração subordinada adverbial da subordinante seguinte.
b) não é
obrigatória.
c) justifica-se
por suceder a uma subordinante e anteceder a subordinada.
d) justifica-se
por separar constituintes com funções sintáticas idênticas.
O
pronome pessoal utilizado nos versos 14 e 15 retoma o referente
a) «técnico» (v. 13).
b) «direito» (v. 14).
c) «doido» (v. 14).
d) «todo»
(v. 15).
No
verso 16, «maçar» é
a) transitivo direto.
b) transitivo indireto.
c) intransitivo.
d) transitivo direto e indireto.
A
adjetivo «fútil» (v. 17) tem acento, porque se trata de uma palavra
a) grave.
b) grave terminada em -l.
c) esdrúxula.
d) aguda terminada em -il.
No
v. 19, «outra pessoa» é o
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) predicativo do sujeito.
d) predicativo do complemento
direto.
O
ato ilocutório concretizado em «Não me peguem no braço!» (v. 24) é
a) expressivo.
b) assertivo.
c) diretivo.
d) compromissivo.
Em
«Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?» (v. 17), «casado, fútil,
quotidiano e tributável» desempenha a função sintática de
a) predicativo do complemento direto.
b) complemento direto.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.
Em
«Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «para o diabo» é um
a) modificador do grupo verbal.
b) complemento oblíquo.
c) vocativo.
d) predicativo do sujeito.
Na
mesma oração, «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «sem mim» desempenha a função
sintática de
a) complemento oblíquo.
b) modificador do grupo verbal.
c) complemento indireto.
d) agente da passiva.
Em
«Já disse que sou só sozinho!» (v. 26), a repetição do som /s/ pode constituir
uma
a) assonância.
b) aliteração.
c) epístrofe.
d) anáfora.
A
palavra «Ah» (v. 27) pertence à classe
a) das
exclamações.
b) dos vocativos.
c) das interjeições.
d) das apóstrofes.
Os
vv. 28, 30, 32, pelo facto de tomarem Lisboa, o Tejo e «céu azul» como
destinatários do enunciador, constituem
a) anáforas.
b) metáforas.
c) apóstrofes.
d) hipérboles.
A
expressão entre travessões «o mesmo da minha infância» (v. 28) desempenha a
função sintática de
a) modificador restritivo.
b) modificador apositivo.
c) complemento do nome.
d) cocó.
Em «Não
tardo, que eu nunca tardo...» (v. 34), «que eu nunca tardo» é uma oração
a) subordinada adjetiva
relativa restritiva.
b) subordinada
adjetiva relativa explicativa.
c) subordinada
substantiva completiva.
d) subordinada
adverbial causal.
A
palavra «Silêncio» (v. 35) tem acento gráfico
a) indevidamente.
b) para se distinguir da 1.ª pessoa do singular
do Presente do Indicativo de «Silenciar».
c) por se tratar de palavra esdrúxula (embora,
na verdade, esdrúxula aparente).
d) para se assinalar que a vogal (/e/) é
fechada.
Tendo visto a segunda, e última, parte de documentário
sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à
esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
Os
heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.
Álvaro de Campos era alentejano e formado em engenharia pela
Universidade Independente.
Álvaro
de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases
literárias.
Alberto
Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.
Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco
reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.
Mário de
Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.
Ofélia
Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.
Pessoa
dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.
Escreveu
para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».
Em 1930,
fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).
Aleister
Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.
Pessoa
terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do
Inferno.
A
revista Presença foi grande
divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.
Pessoa fundou a Athena,
revista onde foram publicados poemas de Ricardo Reis
e de Alberto Caeiro.
O único livro em português, publicado em vida, de Pessoa
foi Mensagem, destinado a um
concurso.
Fernando
Pessoa morreu depois de internamento no Hospital de São Luís dos Ingleses.
A última
frase que Pessoa escreveu foi «I know not what tomorrow will bring».
Fernando Pessoa foi enterrado nos Prazeres, mas os seus
restos mortais repousam agora nos Jerónimos.
Lisbon Revisited (1926)
Nada
me prende a nada.
Quero
cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio
com uma angústia de fome de carne
O
que não sei que seja –
Definidamente
pelo indefinido…
Durmo
irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De
quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me
todas as portas abstratas e necessárias.
Correram
cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não
há na travessa achada o número de porta que me deram.
Acordei
para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até
os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até
os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até
a vida só desejada me farta – até essa vida…
Compreendo
a intervalos desconexos;
Escrevo
por lapsos de cansaço;
E
um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não
sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não
sei que ilhas do Sul impossível aguardam-me náufrago;
Ou
que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não,
não sei isto, nem outra cousa, nem cousa nenhuma…
E,
no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos
campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E
o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas
estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde
supus o meu ser,
Fogem
desmantelados, últimos restos
Da
ilusão final,
Os
meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As
minhas coortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra
vez te revejo,
Cidade
da minha infância pavorosamente perdida…
Cidade
triste e alegre, outra vez sonho aqui…
Eu?
Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E
aqui tornei a voltar, e a voltar,
E
aqui de novo tornei a voltar?
Ou
somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma
série de contas-entes ligadas por um fio-memória,
Uma
série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra
vez te revejo,
Com
o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra
vez te revejo – Lisboa e Tejo e tudo –,
Transeunte
inútil de ti e de mim,
Estrangeiro
aqui como em toda a parte,
Casual
na vida como na alma,
Fantasma
a errar em salas de recordações,
Ao
ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No
castelo maldito de ter que viver…
Outra
vez te revejo,
Sombra
que passa através de sombras, e brilha
Um
momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E
entra na noite como um rastro de barco se perde
Na
água que deixa de se ouvir…
Outra
vez te revejo,
Mas,
ai, a mim não me revejo!
Partiu-se
o espelho mágico em que me revia idêntico,
E
em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim –
Um
bocado de ti e de mim!…
Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio
& Alvim, 2007
TPC — [Um possível grupo I-B, de exame:]
Segundo Fernando Pessoa, Álvaro de Campos é «O filho indisciplinado da
sensação». Partindo da tua experiência de leitura de poemas de Álvaro de
Campos, comprova a veracidade desta afirmação. Escreve um texto de oitenta a
cento e trinta palavras.
Aula 35 (29 [4.ª], 31/out [1.ª, 6.ª] e 1/nov
[3.ª]) Resolve estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª
fase), aproveitando o que já lancei nas respostas.
Grupo I
A
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.
Acordo de noite, muito
de noite, no silêncio todo.
São — tictac visível —
quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela
directamente, no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
O quadrado com cruz de
uma janela iluminada!
Fraternidade na noite!
Fraternidade
involuntária, incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos
e a humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.
Quem serás? Doente,
moedeiro falsol, insone2 simples como eu?
Não importa. A noite
eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a
humanidade das nossas duas janelas,
O coração latente das
nossas duas luzes,
Neste momento e lugar,
ignorando-nos, somos toda a vida.
Sobre o parapeito da
janela da traseira da casa,
Sentindo húmida da noite
a madeira onde agarro,
Debruço-me para o
infinito e, um pouco, para mim.
Nem galos gritando ainda
no silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da
janela com luz?
Sonho, falta de sono,
vida?
Tom amarelo cheio da tua
janela incógnita...
Tem graça: não tens luz
eléctrica.
Ó candeeiros de petróleo
da minha infância perdida!
Álvaro
de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim,
2002
moedeiro falso: pessoa que falsifica
moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.
Apresente, de forma bem estruturada, as
suas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifique os sentimentos do “eu”expressos
nas três primeiras estrofes.
2. Refira as sensações representadas no poema,
transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.
3. Apresente uma interpretação possível para o
seguinte verso: “O coração latente das
nossas duas luzes” (v. 13).
4. Comente o sentido da apóstrofe do último
verso, tendo em conta a globalidade do poema.
1. Os sentimentos do
sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou
contrariedade, pela ‘insónia” que o afecta a meio da noite (v. 3); a surpresa e
alguma satisfação ou consolo, ________; e algum interesse e até fraternidade
para com ________.
2. No poema estão representadas
sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua
janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.
Estão também presentes sensações auditivas — _________. É de registar, ainda, a
presença de sensações tácteis no(s) verso(s) ________. Finalmente, no verso 2,
há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto:
“tictac visível”.
3. O
verso 13 do poema pode significar que _______.
4. A
apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância
perdida!” — ____________.
TPC — Lê «Tabacaria» (p. 133-135). Depois,
resolve o ponto 1/1.1 da p. 133.
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