Sunday, September 15, 2013

Aulas (1.º período, 1.ª parte: 1-35)


Aulas 1-2, 3-4, 5 (16, 17, 19, 20/set) [excecionalmente, porque os primeiros blocos das turmas 1.ª, 4.ª e 6.ª calharam no dia de receção aos alunos — não lhes cabendo portanto matéria —, as aulas aqui reproduzidas reportam-se a uma sequência que só aconteceu na turma 3.ª (nas outras turmas, as redações mais longas ficaram como trabalho de casa; a ordem das tarefas também não foi a mesma)]

Aula 1-2 Sobre o programa, estilo de trabalho, etc. (ver a Apresentação)

Vai lendo «Heróis de papel e tinta» (p. 13) e circundando a melhor alínea de cada item. Pedia-te que não consultasses outras páginas do livro para além daquela onde está o texto.


No primeiro período, «último outono» (l. 1) significa

a) ‘presente outono’.

b) ‘outono recém-passado’.

c) ‘outono final’.

d) ‘outono chegado no final do pelotão’.


No segundo período do primeiro parágrafo, «soprei» (3), «esvoaçava» (4), «desafiando» (5) têm valor aspetual, respetivamente,

a) imperfetivo, pontual, imperfetivo.

b) perfetivo, imperfetivo, iterativo.

c) imperfetivo, perfetivo, perfetivo.

d) pontual, imperfetivo, imperfetivo.


«os grandes protagonistas fazem as grandes histórias» (8) pretende assinalar que

a) os grandes autores são quem escreve as grandes histórias.

b) o que é mais relevante numa narrativa são as personagens.

c) as histórias é que fazem que os heróis perdurem na memória de todos.

d) uma grande narrativa exige heróis marcantes.


Na reprodução no manual, suprimiu-se o final do segundo parágrafo, o que fica marcado com «[...]» (10). Na parte omitida estaria, provavelmente,

a) alusão a Miguel Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha.

b) exemplo da prevalência de peripécias da novela relativamente às características de Dom Quixote.

c) demonstração da importância do perfil das personagens Quixote e Sancho.

d) menção de outros livros cujo enredo se tornou mais inesquecível do que o protagonista.


No terceiro parágrafo (11-20), defende-se que os super-heróis

a) podem ser exatamente como todas as pessoas são.

b) se distinguirão por qualidades raras nos homens normais, não deixando de ter algumas fraquezas comuns.

c) deverão possuir apenas virtudes (coragem, anti-benfiquismo, lhaneza).

d) procurarão sempre ter os «collants» impecáveis.


A vírgula após «medos» (17) é

a) um erro, porque se segue uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

b) aceitável, porque a oração relativa que se lhe segue pode ser restritiva ou explicativa.

c) aceitável, porque a oração subordinada que se segue é explicativa.

d) um erro, porque se segue uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.


O referente da pronome anafórico «o» (l. 17) é

a) «o Super-Homem» (18).

b) «um herói» (14).

c) «leitor» (18).

d) «o carisma» (13).


Relativamente a «Clark Kent» (22), as palavras «óculos» (25) e «collants» (19) podem considerar-se

a) holónimos.

b) hiperónimos.

c) hipónimos.

d) merónimos.


No penúltimo período do quarto parágrafo, «desenfastia da ação» (27-28) é substituível por

a) «impede o fastio que seria pisarmos cocós de cão pastosos».

b) «altera o curso da narrativa».

c) «reforça os momentos nucleares da intriga».

d) evita o cansaço de um enredo uniforme.


O primeiro período do último parágrafo (31-32) permite depreender que o narrador teria cerca de

a) vinte anos.

b) trinta anos.

c) quarenta anos.

d) cinquenta anos.


O advérbio «outrora» (32) refere o tempo

a) em que o narrador era adolescente.

b) da antiguidade clássica.

c) de hoje, em que permanece a admiração pelos super-heróis.

d) correspondente ao último outono.


Diana (34) é

a) a princesa Diana, tragicamente morta.

b) Diana Chaves.

c) a deusa da caca.

d) a deusa da caça.


Em «amar os protagonistas dos livros é um direito do leitor» (35-36) a função sintática de sujeito é desempenhada por

a) «amar os protagonistas dos livros».

b) «leitor».

c) «os protagonistas dos livros».

d) «direito do leitor».


Na metáfora «passaporte para o sonho» (36), «passaporte» corresponde à expressão, mais denotativa,

a) ‘password’.

b) ‘forma de aceder a’.

c) ‘cartão do cidadão’.

d) ‘modo de identificar’.


Em «neste mundo demasiado real» (36-37), «real»

a) tem conotação meliorativa.

b) tem conotação pejorativa.

c) é denotativo.

d) é hiperbólico.


O texto que leste é

a) uma pequena memória, inscrevendo-se no modo lírico e recorrendo sobretudo ao tipo textual instrucional.

b) uma crónica, recorrendo a tipos textuais narrativo, expositivo e argumentativo.

c) um artigo de crítica literária, inscrevendo-se no modo épico e no tipo preditivo expositivo.

d) um texto jornalístico, inscrevendo-se no modo narrativo e no tipo textual conversacional.


Resolve o exercício de correspondência que é o item 5 da p. 14:

a = ___

b = ___

c = ___

d = ___

e = ___


Faz depois também a pergunta 6 (pp. 14-15):

6.1.      ___

6.2.      ___

6.3.      ___

6.4.     ___

6.5       ___


Escreve o texto que te é pedido em 2 (e 2.1), na p. 12. Imponho eu este constrangimento suplementar: não uses nunca formas do verbo «Ser». E não é permitido escolher como herói os pais (mãe ou pai, e, aliás, quaisquer familiares), o professor de Português (e, aliás, quaisquer professores da ESJGF), Cristiano Ronaldo, Messi, Bruno Cortez ou o cabelo de Raul Meireles.


Reflete sobre a pergunta colocada no decorrer do diálogo: «Qual é o seu herói?». Apresenta a tua resposta à questão. Fundamenta as tuas afirmações com argumentos pertinentes, ilustrados com exemplos significativos.




Aula 3-4 Se chegarmos a ouvir os excertos das quatro emissões do programa radiofónico Pensamento Cruzado (cujos títulos eram «Os Heróis», «Heróis precisam-se», «O desespero por um herói», «Homem de bem»), responde a 1.1 da p. 12:


a.         __

b.         __

c.         __

d.         __

e.         __

f.          __

g.         __

h.         __

i.          __


No final da p. 336 e na p. 337 estão sintetizados os Valores temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade) concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e grupos preposicionais:

valores temporais: anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade («futuro»);

valores aspetuais: perfetivo/imperfetivo; durativo/pontual, habitual, iterativo (além do «não-aspeto» genérico e das situações estativas);

valores modais: de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)





Nas quadrículas, destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira frase.


Trecho de «Debate com o Super-Homem» (série Barbosa)
Tempo
Aspeto
Modalidade
Ó Joaquim Barbosa, você vai ter de moderar este debate com mais isenção.
vai ter de... (ir + inf [«futuro próximo»])
posterioridade
ter de moderar (ter de + inf)
deôntica (obrigação)
Quem nos está a ouvir em casa deve estar com a ideia de que o meu adversário é o Super-Homem
está (presente e estar a + inf)
____________
está a ouvir (estar a + inf)
______________
deve estar (dever)
___________
Mas, repare, o seu adversário é o Super-Homem.
é
_____________
repare (imperativo)
______________
Proponho-me criar, durante esta legislatura, 150.000 postos de trabalho.
proponho-me criar (lex.)
____________
durante esta legislatura
_____________
Não me interrompa, por favor!
não me interrompa
______________
Vou também criar estágios para licenciados. | Vou também limpar o Rio Alviela. | Vou fazer aquilo de que a nossa economia precisa. | Vai usar que super-poder? | Vou telefonar ao governador do Banco de Portugal.
Vou criar/limpar/...
ir + inf («futuro próximo»)
____________
Temos que apostar no turismo.
temos de apostar (ter de + inf)
______________
Vou pegar no planeta Terra e girá-lo para que o Sol possa incidir sobre o nosso país oito meses por ano.
Vou pegar / vou girá-lo (ir + inf)
____________
oito meses por ano
_____________
possa incidir
___________
Isso é lamentável!
ser
_____________
adjetivo, entoação
___________
Eu salvo o planeta entre duas três vezes por semana.
salvo [...] duas a três vezes por semana
______________
Eu salvei o planeta uma vez.
salvei (pretérito)
____________
salvei uma vez (perfeito)
______________
Você fartou-se de me interromper.
fartou-se (pretérito)
____________
fartou-se (lex)
_____________
interromper (lex)
_____________


[TPC das turmas 1.ª, 4.ª, 6.ª; feito em aula na 3.ª:]

Em folha solta, a caneta, escreve o texto pedido no item 3./3.1 da p. 16. Recopio-o, para o caso de ainda não teres acesso ao livro. No final do teu texto, indica o número de palavras. (Este item segue o modelo do grupo III dos exames nacionais.)


Relê as frases finais da crónica de João de Mancelos:

Daniel Pennac afirmou que amar os protagonistas dos livros é um direito do leitor. E constitui, acrescento, o nosso passaporte para o sonho neste mundo demasiado real. (ll. 36-38)


Redige um texto, devidamente estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, em que apresentes uma reflexão sobre a perspetiva apresentada na citação.

Fundamenta o teu ponto de vista, recorrendo, no mínimo, a dois argumentos, e ilustra cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.




Aula 5 Explicação sobre aspetos (ver Apresentação)

[TPC das turmas 1.ª, 4.ª, 6.ª; feito em aula na 3.ª:]

Escreve uma resposta ao ponto 1./1.1. da p. 16 («Pós-leitura»). Pretendo que, escolhida a estrofe do soneto, sejas bastante miúdo na explicação dos poucos versos em causa. Não deixes de incluir algumas citações do próprio texto.

Copio a referida pergunta da p. 16, para o caso de ainda não teres o manual:


1. Lê com atenção o poema de Ary dos Santos que se segue, intitulado «Retrato do Herói».


Herói é quem num muro branco inscreve

O fogo da palavra que o liberta:

Sangue do homem novo que diz povo

e morre devagar    de morte certa.


Homem é quem anónimo por leve

lhe ser o nome próprio traz aberta

a alma à fome    fechado o corpo ao breve

instante em que a denúncia fica alerta.


Herói é quem morrendo perfilado

Não é santo    nem mártir    nem soldado

Mas apenas    por último    indefeso.


Homem é quem tombando apavorado

dá o sangue ao futuro e    fica ileso

pois lutando apagado    morre aceso.


SANTOS, José Carlos Ary, 1994. Obra Poética, Avante (7.ª ed.)


1.1. Seleciona a estrofe do poema que, na tua opinião, apresenta a definição mais expressiva de «herói». Fundamenta a tua escolha.





Aula 6-7 (23 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 24/set [3.ª]) Correção do questionário de compreensão (sobre «Heróis de papel e tinta»). (Ver Apresentação)


Na metade inferior da p. 22, lê o trecho de Miguel Torga sobre Pessoa («Fernando Pessoa»).


É um ensaio com bastante linguagem figurada. Troca as expressões que ponho a seguir por correspondentes mais denotativos. Além de procurares que o teu segmento tenha o exato sentido da expressão original (conotativa), deves verificar se, uma vez inserido no texto, o segmento ficaria viável em termos de sintaxe.




é um caso à parte, que o presente aceita já como grandeza sem par, e o futuro há de avolumar ainda

é um caso à parte,




Rosa dos ventos com antenas em todas as direções,




a sua pena é uma agulha de sismógrafo, sensível e científica

a sua



Entrou a disciplina no Parnaso



através de uma poesia que se recusa a ensinar

através de uma poesia


que diz para dentro,

que


que se abstém o mais que pode dos ruídos da rima

que


e do hipnotismo da eloquência

e


é uma presença que baliza uma época

é





Ao ouvires a entrevista de Artur Carvalho a Inês Pedrosa, vai resolvendo 1.1. da p. 24:


1.1.1     a. | b. | c.


1.1.2.    a. | b. | c.


1.1.3.    a. | b. | c.


1.1.4.    a. | b. | c.


1.1.5.    a. | b. | c.


E, depois, 1.2:


a. __


b. __


c. __

d. __

Os versos de Pessoa citados pelo entrevistador são os dísticos inicial e final deste poema de 23 de maio de 1932:


A morte é a curva da estrada,

Morrer é só não ser visto.

Se escuto, eu te oiço a passada

Existir como eu existo.


A terra é feita de céu.

A mentira não tem ninho.

Nunca ninguém se perdeu.

Tudo é verdade e caminho.

Fernando Pessoa, Poemas de Fernando Pessoa. 1931-1933, ed. Ivo Castro, Lisboa, INCM, 2004





Quanto à ode de Ricardo Reis («Para ser grande, sê inteiro: nada»), é o texto A da p. 109:

Para ser grande, sê inteiro: nada

            Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

            No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

            Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa, Poemas de Ricardo Reis, ed. Luiz Fagundes Duarte, Lisboa, INCM, 1994


A frase quase proverbial também citada por Inês Pedrosa («Tudo vale a pena se a alma não é pequena») está no início da segunda sextilha de «Mar Português» (poema que terás estudado no 9.º ano e que pertence a Mensagem). No manual do 12.º ano: p. 218.

Os dois quartetos no final da p. 23 («Esta espécie de loucura») têm forma quase tradicional (rima cruzada e heptassílabos típicos das quadras populares), mas são também complexos no exercício de auto-caracterização (a dicotomia pensar/sentir; a impossibilidade da felicidade; o desconhecimento de si próprio). [...]

TPC — Em Gaveta de Nuvens (aqui), lê a carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos, escrita pelo poeta no último ano de vida, 1935. No manual, nas pp. 69-71, há uma versão bastante cortada desta carta, mas preferia que relanceasses também a versão completa.

(Se não o fizeste ainda, aproveita para ver o que pus no blogue acerca de ‘tempo,aspeto, modalidade’, a reprodução de quatro páginas de uma boa gramática.)



Aula 8-9 (24 [6.ª], 26 [3.ª] e 27/set [1.ª, 4.ª]) Com exemplares de Mensagem (da coleção ‘iagora’; cfr. p. 22), preenchimento de grelha acerca de do paratexto e da estrutura da obra.

Faz a referência bibliográfica do livro (autor, título, cidade da editora, editora, ano da edição).

Lembro que a primeira fonte destes elementos deve ser o frontispício (página [3], neste caso). Quando haja dados de que não possamos certificar-nos pela folha de rosto (o referido frontispício), recorreremos também a colofão, ficha técnica, capa, etc.:

______________________________

Este livro não numera a edição. Se o fizesse, esse elemento poderia constar logo após o título. E poríamos a seguir à data da edição e entre parênteses o ano da 1.ª edição, 1934.


Verifica estas partes do livro (matéria que se integra no estudo do paratexto):

Capa: tem um _________ (poema visual) que usa versos de Pessoa e desenha a efígie do poeta.

Contracapa: reproduz o poema «________», o primeiro texto de Mensagem; em baixo, vêm os logótipos dos ____________.

Lombada: tem só o _______ da obra.

Colofão (ou, à latina, colofon): em vez do tradicional «Acabou de imprimir-se a […]», contém uma espécie de _______.

O anterrosto repete o desenho caligramático da capa. No entanto, há na p. __ o que poderia ser o verdadeiro anterrosto, já que a página tem apenas o título, como é característico das páginas três. Terá sido lapso (e a ordem das pp. 5 e 3 ter saído mal, sendo a p. 1 uma mera folha de guarda)?

No miolo do livro há, no cabeçalho, o título corrente, nas páginas ímpares, e nome do autor, nas _____. Nesse espaço, dito dos «títulos correntes», vem «Índice» na parte do livro que lhe corresponde.

Na p. [7], temos a epígrafe: «_________» (‘Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal’).

Preenche as quadrículas vagas da tábua seguinte, sobre a estrutura de Mensagem:



Primeira parte / Brasão

Os Campos

O dos Castelos



Ulisses

Viriato

O Conde D. Henrique

D. Tareja

D. Afonso Henriques

D. Dinis

D. João o Primeiro

D. Filipa de Lencastre

As Quinas


D. Fernando, Infante de Portugal

D. Pedro, Regente de Portugal

D. João, Infante de Portugal

D. Sebastião, Rei de Portugal

A Coroa

Nun’Álvares Pereira


[A Cabeça do Grifo:] O Infante D. Henrique

[Uma Asa do Grifo:] D. João o Segundo

[A Outra Asa do Grifo:] Afonso de Albuquerque

Segunda parte / Mar Português

O Infante


Padrão

O Mostrengo

Epitáfio de Bartolomeu Dias

Os Colombos

Ocidente

Fernão de Magalhães

Ascensão de Vasco da Gama


A Última Nau

Prece


Os Símbolos


O Quinto Império

O Desejado

As Ilhas Afortunadas



O Bandarra

António Vieira

«Screvo meu livro à beira-mágoa»

Os Tempos

Noite

Tormenta

Calma

Antemanhã



De que tratam as três partes de Mensagem?

A 1.ª parte, «Brasão», trata da fase de _________ de Portugal e seu crescimento. A 2.ª parte, «Mar Português», versa a ________ de Portugal, os Descobrimentos. A 3.ª parte, «O Encoberto», trata da estagnação da pátria e, profeticamente, do seu ressurgimento.

«Brasão» tem ______ {numeral, mas por extenso} poemas, repartidos por cinco partes, que aproveitam classificações heráldicas (campos; castelos, quinas; coroa; timbre). A primeira destas sub-partes funciona como introdução às dezassete __________, abordadas em cada poema, que representam características do povo português. A epígrafe de «Brasão» é «______________», um oxímoro (‘Guerra sem guerra’).

A parte «Mar Português» é constituída por ____ poemas e não tem outra repartição. A epígrafe desta parte, «___________» (‘Posse do mar’), alude à saga dos descobrimentos. Desta parte já referimos em aula um dos poemas, precisamente o homónimo da secção, «_________________», a propósito da frase tornada proverbial «Tudo vale a pena, se a alma não é pequena».

A parte «O Encoberto» implica a visão esotérica de Pessoa, uma síntese de história, mito e profecia. Esta parte situa-se depois do desastre de _________. Está aliás toda centrada na figura do rei __________, o encoberto. Logo pelos títulos se vê que a organização, agora, decorre mais do simbolismo, não se adotando tanto o formato ‘galeria de personagens’. A epígrafe é «___________» (‘Paz nos céus’), que corresponderá ao estado ideal conseguido com o profetizado Quinto Império.

Pelo índice, repara nas datas predominantes da elaboração dos poemas. Os poemas da primeira parte são quase todos posteriores a ____, ou deste exato ano. Os textos de «Mar Português» são maioritariamente de ___-___, a época do sidonismo. Finalmente, o ano mais representado na terceira parte é 1934 (precisamente, o ano da publicação de Mensagem, penúltimo da vida de Pessoa, quando o Estado Novo se implantava).

Vejamos a estrutura formal, em termos de versificação, de Mensagem.

Que tipo de estrofe predomina? {circunda os quatro tipos que consideres mais presentes, após folheares o livro sem grandes demoras} Dísticos, tercetos, quartetos ou quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas ou novenas, décimas, centésimas.

Os versos {escolhe} são brancos / têm rima / são amarelos.


O metro (o número de sílabas métricas) predominante deve ser o {escolhe} o monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo (ou redondilha menor), hexassílabo, heptassílabo (ou redondilha maior), octossílabo, eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo (alexandrino).

Outras curiosidades:

O único poema que não tem título é o terceiro aviso, que está na p. ____. É o único texto em que o assunto parece ser o próprio poeta.

O último verso de Mensagem é «________», seguindo-se-lhe a fórmula de despedida latina, «___________» (‘Saúde [Força, Felicidade], Irmãos’).

Regressando à tabela na outra folha, põe um visto ao lado dos poemas que estejam no nosso manual (pp. 204-225).


Alguns poetas modernistas e futuristas foram atraídos pela poesia visual, caligramática ou não.

Por aproximação à representação de um referente ou por alusão menos direta, escreve tu um texto em que os efeitos visuais tenham alguma relevância.



TPC — No manual, lê as pp. 200-201 e 203 e relanceia também o quadro nas pp. 202-203.



Aula 10 (24 [4.ª], 26 [1.ª, 6.ª] e 27 [3.ª])

Aspeto, Modalidade

Preguiçosamente, socorro-me destas perguntas da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011, p. 233).

Identifica o valor aspetual (perfetivo, imperfetivo, iterativo, genérico).



Frase

Aspeto

Ele acabou de redigir a ata da reunião da Associação de Estudantes.


A Tânia anda a ler muita literatura alemã.


Vou ao cinema todos os sábados.


Nem todas as bandas de rock são famosas.


Ela andava tão feliz!


O Rafael gritou quando ouviu um estrondo.


O exercício faz bem à saúde.


Chegas sistematicamente atrasado!



Refere o tipo de modalidade (epistémica, deôntica, apreciativa) expresso em cada um dos enunciados que se seguem.



Enunciado

Modalidade

Provavelmente o João não chega a horas.


Que vestido maravilhoso!


Termina essa tarefa!


Podes terminar o trabalho na próxima aula.


Podes ter escrito isso, mas eu não vi a tua mensagem.


Eles devem chegar amanhã


Felizmente tenho férias para a semana.


Podes ir para o teu quarto.



Algumas destas afirmações sobre a modalidade são falsas. Identifica-as e procede à sua correção.

A — A modalidade deôntica está relacionada com o domínio da obrigação e da permissão.

B — A modalidade apreciativa está diretamente ligada à incerteza.

C — A modalidade nunca pode estar associada ao uso de adjetivos.



Hiperónimos, Hipónimos, Holónimos, Merónimos

Depois de vermos «Super de origem» (série Lopes da Silva), completa, consoante o caso, com o nome em falta (entre aspas) ou com um dos seguintes termos: hiperónimo, hipónimo, holónimo, merónimo, co-hipónimo, co-merónimo.

«Costureirinha Maravilha», «Super de Origem», «Clark Kent» são ________, porque têm um hiperónimo comum, «Super-herói(s)».

«Aileron», «Aventais», «Subwoofers», «Jantes» podem ter como seu _______________ «acessório(s) de automóvel».

«Tuning» será hipónimo de «_____________»

Talvez um pouco forçadamente, «Barbinha» pode ser considerado _________ de «adepto de tuning».

«Carro» é ________ de «jante».

«_____» — tirado ao adepto de tuning — é hipónimo de «chapéu».

«fatiota», relativamente a «touca» ou «emblema SO», é holónimo, sendo estes últimos, portanto, ___________.

«tesoura», «dedal» serão __________ de «utensílio de costura».

TPC — Na p. 38 do manual, no ponto 1, tens três quadras de Pessoa e duas afirmações do poeta. Estrofes e frases evidenciam uma das constantes da poesia de Fernando Pessoa ortónimo, a dicotomia sentir/pensar (a conciliação difícil de emoção e razão).

Aproveitando algum ou alguns destes trechos da p. 38, em cerca de cento e cinquenta ou duzentas palavras, em folha solta, discorre sobre a presença daquelas linhas de sentido.





Aula 11-12 (30/set [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 1/out [3.ª]) Correção de escritos que se devolviam.







Na p. 204 do manual, lê o poema «O dos castelos», o primeiro de Mensagem.



Resolve a pergunta 1.1 da mesma p. 204, acrescentando à resposta que se segue os topónimos (nomes de lugares) ou gentílicos (designações de povos) em falta.


1.1       A ______ é descrita no poema como se de uma figura feminina se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu, corpo cujos braços são a ______ e a _____, sobressai a cabeça «cujo rosto é _____». Nessa cabeça, os cabelos são «românticos», sonhadores, toldam o rosto, adensando o mistério que envolve a figura. Os olhos são «_____», marca da herança clássica e civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles se desprende é «esfíngico», indagador do desconhecido, e «fatal», pois a procura desse desconhecido é motivada pelo destino.


Responde à pergunta 1.2 (e lê a resposta que dou à pergunta 1.3).


1.2       ...


1.3       Portugal é o rosto da Europa que contempla o desconhecido. Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar a desvendar para tornar possível o paradoxo de construir o «futuro do passado». É a Portugal que cabe, pois, a missão predestinada de construção do futuro.

Como se fez em 1.1, resolve a pergunta 2, acrescentando os nomes de lugares.

2.        «O dos castelos» é ________, definido no poema como o rosto da _____, o olhar e guia da _______, _______ cujo brasão ostenta os castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a construção do futuro. Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte de Mensagem, que remete para a fundação da nacionalidade inscrita no brasão.

Vê agora, no terço inferior da p. 204, «Pós-leitura», que inclui duas estrofes do canto III dos Lusíadas, pouco depois do começo do discurso de Vasco da Gama ao Rei de Melinde. Responde à pergunta 1.1, completando o que já está lançado.

«Reino Lusitano» = ‘Portugal’ || «Phebo» = ‘Apolo, deus do Sol, da música e da poesia’, ‘Sol’ || «o torpe Mauritano» = ‘os torpes mouros’ || «deitando-o de si fora» = ‘expulsando-o do país’ || «ditosa» = ‘afortunada, feliz’ || «torne» = ‘regresse’ || «foi Lusitânia» = ‘chamou-se Lusitânia’ || «dirivado de Luso ou Lysa» = ‘[nome] derivado de Luso ou Lisa’ || «antão» = ‘então’

1.1       Tal como no poema «O dos castelos», de Mensagem, a estrofe 20 do Canto III de Os Lusíadas ...

Escreve um comentário ao poema de Pessoa. Usa algumas citações do próprio texto. Faz que surjam as expressões «sujeito poético», «ortónimo/a», «estrofe», «quarteto», «quadra», «verso», «dicotomia sentir/pensar».


Cansa sentir quando se pensa.

No ar da noite a madrugar

Há uma solidão imensa

Que tem por corpo o frio do ar.


Neste momento insone e triste

Em que não sei quem hei de ser,

Pesa-me o informe real que existe

Na noite antes de amanhecer.


Tudo isto me parece tudo.

Mas noite, frio, negror sem fim,

Mundo mudo, silêncio mudo —

Ah, nada é isto, nada é assim!

Fernando Pessoa, Poemas de Fernando Pessoa. 1931-1933, edição de Ivo Castro, Lisboa, INCM, 2004

TPC — Termina comentário começado em aula, sobre «Cansa sentir quando se pensa» (usando citações do próprio poema e fazendo surgir certas expressões dadas: «sujeito poético», «ortónimo/a», «estrofe», «quarteto» ou «quadra», «verso», «dicotomia sentir/pensar»). «Lê «Camões e Pessoa: cantores do Império» (p. 197); «Pessoa e o novo sonho português» (199) e «A organização simbólica de Mensagem» (203).



Aula 13-14 (1 [6.ª], 3 [3.ª] e 4/out [1.ª, 4.ª]) Debruça-te sobre o poema na p. 44 — «Ela canta, pobre ceifeira», de Fernando Pessoa. Completa as lacunas nas respostas que se seguem.

[Sobre as três primeiras estrofes (1-3), em que o poeta se detém na ceifeira]

Como caracteriza o poeta o canto da ceifeira?

O canto da ceifeira brota de uma voz simultaneamente alegre e _____, é suave e musical como um _____.

Que recursos estilísticos melhor contribuem para essa caracterização?

A expressão «a sua voz, cheia / de alegre e anónima viuvez» (vv. 3-4) contém uma dupla _________ e um paradoxo expressivos; igualmente significante é a metáfora «_______» (v. 5).

A «pobre ceifeira» canta, «julgando-se feliz» (1-2). Explica o efeito semântico da anteposição do adjetivo «pobre» ao nome «ceifeira».

O adjetivo «pobre», anteposto ao substantivo «ceifeira», expressa a apreciação {escolhe} subjetiva/objetiva que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não sabe. Se o mesmo adjetivo estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a condição social da ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe} conotativo/denotativo.

O que sente o poeta ao ouvir o canto?

Ao ouvir o canto, o poeta sente-se, paradoxalmente, ______ e ______.

[Sobre as três estrofes finais (4-6), em que o poeta se passa a analisar a si próprio]

«Ah, canta, canta sem razão! / O que em mim sente ‘stá pensando»» (vv. 13/14). Mostra como estes versos exprimem a antítese ceifeira/poeta (sentir/pensar).

A ceifeira canta «sem razão», isto é, sem pensar. Pelo contrário, o sujeito poético, que sente tristeza e alegria ao ouvir o canto, pensa no que sente, não consegue sentir sem _____. Nele, a sensação converte-se em ________, intelectualiza-se.

Explicita a ambição paradoxal que o poeta expressa no final do poema.

O poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que é o mesmo que dizer que gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria, simultaneamente, de ser ele mesmo, de ter a consciência de ser __________. O que o poeta deseja, afinal, é unir o sentir ao ________.

«A ciência / pesa tanto e a vida é tão breve!» (vv. 20-21). Que sentimentos o poeta exprime com esta afirmação?

É com tristeza e desolação que o poeta afirma a consciência que tem do peso da ciência, do pensamento, que impede que a vida, que é tão breve, seja vivida inconsciente e ________.

Identifica o desejo que o poeta expressa no final do poema (vv. 19-24).

No final do poema, o poeta exprime o desejo de se deixar invadir e conduzir pelas sensações despertadas pela _______ — o céu, o campo — e pelo canto da ceifeira. Este desejo de sentir equivale ao desejo de não _____.



Na p. 45, resolve a pergunta 1:

a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___; e. = ___; f. = ___.

E a pergunta 2:

a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. = ___; e. = ___; f. = ___; g. = ___

Veremos um sketch com ceifeiras (série Barbosa) que nos mostra um «mundo ao contrário» do de Pessoa. A genuidade das ceifeiras é aqui procurada por um jornalista que, se não lhes inveja a inocência, pelo menos acredita na sua espontaneidade, que pretende aproveitar numa reportagem «etnográfica». Esta presunção de superioridade — no fundo, o jornalista crê ser mais racional do que a boa gente do campo, que julga submissa — vai ser beliscada pela progressiva revelação das alegadas simples mulheres rústicas.



Passa ao poema, também do Pessoa ortónimo, «Gato que brincas na rua» (na metade inferior da p. 42).

Estabelece a relação entre os dois textos («Gato que brincas na rua» e «Ela canta, pobre ceifeira»), no que diz respeito ao desejo impossível expresso em ambos — compatibilizar o sentir e o pensar. Inclui umas duas ou três citações de «Gato que brincas na rua». Usa de setenta a cem palavras. Escreve em folha tua, mas que me possas entregar.

TPC — Em folha solta, em cem a cento e vinte palavras, redige o texto pedido em «Escrita», 1, p. 43.



Aula 15 (1 [4.ª], 3 [1.ª, 6.ª] e 4/out [3.ª]) De novo me socorro da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 218-219, para umas últimas revisões acerca de holonímia, meronímia, hiperonímia, hiponímia:

Encontra diferentes hipónimos para os hiperónimos apresentados.



hiperónimo

hipónimos

flor






grau de parentesco






peixe






cor







No quadro que se segue, encontras vários hipónimos que pertencem a um mesmo hiperónimo. Elimina, barrando-o, o intruso de cada grupo e descobre o hiperónimo correspondente.



hipónimos

hiperónimo

gato, golfinho, andorinha, elefante, baleia


avião, teatro, autocarro, bicicleta, automóvel


Terra, Vénus, Zeus, Apolo, Hades


enciclopédia, dicionário, romance, prontuário, gramática


médico, jornalista, pai, professor, pedreiro


morango, cebola, banana, laranja, pêssego


banco, televisão, leitor de CD, micro-ondas, frigorífico



Refere possíveis merónimos do holónimo «livro»: _____________________

Descobre um holónimo para cada conjunto de palavras apresentado.

Raiz, caule, folha, ramo, fruto — ___

Telhas, tijolos, paredes, janelas, portas — ___

Palco, plateia, cadeiras, balcão, cortina — ____

Capa, contracapa, lombada, folhas, introdução — ___

Guelras, barbatanas, escamas, espinhas, boca — ____

Teclado, rato, monitor, leitor de CD, cabo de alimentação — ____

Cabeça, pé, braço, perna, costas — ___

Abre o manual na p. 346, na parte final da secção sobre coesão e coerência, mas centrando-te nesta última (a coesão textual já a estudámos com bastante detalhe o ano passado).

A violação dos princípios em que assenta a coerência textual terá como consequência a incompreensão ou a surpresa pela falta de sentido do que se lê. No entanto, podem as infrações à coerência textual serem propositadas, ou para se inovar em termos literários ou para se obterem efeitos humorísticos. Correntes literárias como a surrealista (mas também os autores modernistas, como Pessoa) aproveitaram frequentemente o inesperado dessas quebras da lógica do texto.

Recurso constante dos Gato Fedorento são as beliscaduras na coerência. Preenche as quadrículas com os títulos dos sketches (em geral, da série Barbosa):

Deputado dirige-se à assembleia / Homem que repete frases do Sandokan / Qual papel? / Homem que começa todas as respostas com a palavra ‘não’ / Estenógrafo fadista / Super-irritante



Classificação do «problema»

Sketch

Explicação da infração

Coerência afetada por não se cumprir princípio da relevância


Parte do discurso não concorre para o foco temático do relato.

Coerência afetada por não se cumprir princípio da não contradição

«Cavalheiro corteja dama»

Perfil inicial da personagem não é compatível com o que depois diz.


Podemos considerar que se desrespeita o princípio de não contradição ou que falha a coesão interfrásica, por má escolha do marcador que inicia as frases.

Coerência afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não redundância)


Não há informação nova ao longo do discurso.


O protagonista assume não renovar as informações, limitando-se a repetir.

Coerência afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não redundância)


Além do incumprimento do princípio de não tautologia, há também falhas de coesão lexical e referencial, por não se usarem substitutos para a palavra repetida.

Coerência afetada por inadequação pragmático-funcional


«Diálogo sobre o arrependimento»

Registo linguístico não é adequado a assunto e contexto.


Registo linguístico (com oscilações entre o jargão do direito e a linguagem corrente) e confusão de modos e tipos textuais tornam a situação inverosímil.


















TPC — Em Gaveta de Nuvens, aqui, lê as reproduções de páginas de uma gramática sobre ‘Coerência [e coesão textual]’.




Aula 16-17 (7 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 8/out [3.ª]) Em «Quase anónima sorris» (p. 44) há uma falha de coesão frásica (justificada pela intenção de fazer rima e pelo estatuto, entre o da imitação de quadra popular e o da brincadeira assumida, que tem este quarteto). Reescreve o último verso já corrigido:


v. 3      Porque é que, pr’a ser feliz,


v. 4      __________________


O que faz que o pronome («__») tenha de ficar anteposto ao verbo (o infinitivo «saber») é o facto de a frase ser _______.


Vejamos algumas circunstâncias que obrigam à alteração da ordem mais normal no português europeu (a da {escolhe} próclise / mesóclise / ênclise): estar a frase na negativa, ficar o pronome numa subordinada completiva, tratar-se da variante sul-americana do português. Completa a coluna da direita:




Stora, por favor, dê-mo.

negativa >

Stora, por favor, não _____.

Comprei-o.

subordinação completiva >

Já te disse que _____.

Cortez revelou-se um craque.

variante brasileira >

Cortez ____ um craque, né.




Dístico




Ó meu menino que brincas

o dia todo na rua

e ainda pensas que a Vida

é só a vida que é tua,

fica lá no teu engano.


Não perguntes, não te apresses.

Sobra tempo pra saberes

coisas que antes não soubesses.

Sebastião da Gama, Itinerário Paralelo, Mem Martins, Arrábida, 2004


Responde ou completa a resposta já esboçada.

Estabelece analogias entre «Dístico», de Sebastião da Gama, e «Gato que brincas na rua» (p. 42), de Fernando Pessoa.

O tema de «Dístico», de Sebastião da Gama, é quase o mesmo do do poema de Pessoa «Gato que brincas na rua» — também aqui o sujeito poético se dirige a ........... —, mas a perspetiva é diferente: .............

Qual é o vocativo da quintilha? Faltará alguma vírgula?

............

Explica o título «Dístico» (sabendo que não se trata de uma estrofe de dois versos, um dos significados da palavra).

...........

Cria um título, também de uma só palavra, para «Gato que brincas na rua» (não, não pode ser «Gato»; nem «Brincadeira», nem «Rua», nem «Que»).

...........



TPC Escreve o comentário pedido no item 2 da p. 46 (o 2.º parágrafo serão as ll. 11-17).



Aula 18-19 (8 [6.ª], 10 [3.ª] e 11/out [1.ª, 4.ª]) Explicação de revisão das noções de modo e género (ver Apresentação). Completa a tabela, preenchendo as quadrículas vagas. Não tenhas a preocupação de te deter muito em cada texto. Procura apenas reconhecer o pouco de que precises para completar o quadro com suficiente segurança.



Trecho

Autor

[no caso de Pessoa, especifica se é o ortónimo, se é poema de Mensagem ou o heterónimo de que se trate]

Modo

[narrativo (=épico), lírico, dramático; e, excepcionalmente, épico-lírico]

Género

[epopeia, romance, conto, novela, soneto, ode, quadra, tragédia, comédia, etc.]

em...

[prosa ou verso]

«[Os Lusíadas, canto IV, estâncias 88-89]» (p. 173)




verso

«O Quinto Império»

(p. 220)



cinco quintilhas


[excerto de] «Ode triunfal»

(p. 117)



[de nenhuma forma convencionada]


«[poema] XXXVI [de O Guardador de Rebanhos] (p. 81)



[de nenhuma forma convencionada]


«Cada dia sem gozo não foi teu» (p. 96)



«ode» (numa nona, ou novena)


«Quando as crianças brincam»

(p. 48)

Fernando Pessoa




«Na mão dos reis do Rossio...»

(p. 242)



[veremos depois]


«D. João, quinto do nome na tabela real»

(p. 288)



romance


«Fernando Pessoa» (p. 149)




verso


Os itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» — o terceiro de Mensagem —, na p. 205 do manual. Vai lendo o texto e escolhendo a melhor resposta.


No primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há

a) uma metonímia e uma metáfora.

b) uma metáfora e um oxímoro.

c) uma comparação e uma antítese.

d) um polissíndeto e uma aliteração.


Nos vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão

a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.

b) a Deus, nu mas vivo.

c) ao Céu.

d) a Cristo crucificado, a luz que a todos ilumina.


No v. 1 da segunda estrofe, o deítico «Este» corresponde a

a) ‘o mito’.

b) ‘o mesmo sol que abre os céus’.

c) ‘Ulisses’.

d) ‘o corpo morto de Deus’.


O advérbio «aqui» — um deítico, também — vale por

a) ‘Ítaca’.

b) ‘Tróia’.

c) ‘Grécia’.

d) ‘Lisboa’.


Na última estrofe, defende-se que

a) a vida é mais importante do que o mito.

b) só há mito enquanto dura a vida.

c) só há vida enquanto dura o mito.

d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.


Responde ao ponto 1 de Leitura — Compreensão na mesma p. 205 (advertência para quem tenha o manual para professores, com as soluções na lapela direita: tudo o que está aí é absolutamente mentiroso, dado que essas versões do manual são contrafações impressas numa tipografia chinesa, cujas respostas foram elaboradas por alguém que só falava mandarim) e, depois, ao ponto 3 (p. 206):

1.         a) ____; b) ____; c) ____; d) ____; e) ____; f) ____; g) ______; h) Com o exemplo de Ulisses e da sua importância na fundação lendária de Portugal, apresenta-se a origem de Portugal associada a um caráter mítico; por outro lado, a gesta de Ulisses ajuda a explicar a vocação marítima dos portugueses; i) ____, que situa as ações de Ulisses num passado remoto, e _____, que atribui à sua lembrança valor duradouro.

3./3.1

a. ___ | _________________

b. ___ | _________________

c. ___ | _________________

d. ___ | _________________

e. ___ | _________________

Escolhe o primeiro verso de dois dos poemas do quadro que estivemos a preencher:

A gente da cidade, aquele dia,

À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica

Triste de quem vive em casa,

D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto da sua mulher

E há poetas que são artistas

Cada dia sem gozo não foi teu

Quando as crianças brincam

Que posso eu fazer? Sim: que posso eu fazer?

Vem ver agora o meu país que já

Escreve dois textos em prosa que comecem com cada um desses trechos. (Os teus dois textos podem ficar inconclusos.)

TPC — Escreve o texto pedido em «Escrita/1.» na p. 206. (Anota, no final, o número de palavras.)



Aula 20 (8 [4.ª], 10 [1.ª, 6.ª] e 11/out [3.ª]) Para revermos a acentuação gráfica (lembro-te que na aula 27-28 do 11.º ano há matéria que pode interessar; também a p. 7 do Caderno de Atividades do 11.º ano tem interesse [está aqui]), ficam uns exercícios tirados de Caderno de Atividades. 11.º ano. Projetos Desafios (Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 38-39, a que fiz apenas pequenas adaptações:

Principais regras de acentuação gráfica




Têm acento gráfico...

Exemplos

1

Todas as esdrúxulas

último, monótono, América, melódico, influência.

2

Graves terminadas em <-l>, <-r>, <-n> e <-x>.

amável, difícil, túnel, açúcar, âmbar, abdómen, hífen, tórax.

3

Graves terminadas em <-i>, <-u>, vogal e ditongo nasais, seguidos ou não da letra <-s>

táxi, ténis, amáveis, bónus, ónus, órfã, órfãos, bênção.

4

Graves e agudas cuja vogal tónica seja um ou precedida de outra vogal com a qual não forma ditongo

atribuído, substituído, saúdo, país, caído, baú.

5

Agudas terminadas em <-a>, <-e>, <-o> ou ditongo aberto, seguidos ou não de <-s>.

má, guaraná, ananás, boné, avó, lençóis, papéis.

6

Agudas terminadas em <-em> e <-ens>, que tenham mais de uma sílaba.

também, alguém, contém, parabéns, vinténs.

7

Palavras em que um acento grave assinala a crase da preposição «a» com artigos «a» e «as» ou com demonstrativos «aquele», «aquilo».

à, às, àquela, àquilo


Entre as palavras que se seguem encontram-se algumas às quais faltam os acentos. Reescreve-as corretamente, colocando o acento no lugar certo, quando necessário.

ideia — _____; anil — ____; rubi — ____; excecional —_____; assombro — _____; pacato — ______; tratado — ____; camara — ____; arco-iris — ____; estavel — ____; movel — ____; sofrivel — _____; elegancia — _____; pure — _____; peru — _____; capacitado — ____; mantem — _____; democratico — _____; saido — ______; saindo — _____; rainha — _____.

Indica a circunstância que leva a que se acentuem as palavras seguintes, usando os números (1 a 7) que identificavam no quadro cada regra.

respeitável — ___; influência — ___; porém — ___; saía — ___; boné — ___; húmus — ___; âmbar — ___; maracujá — ___; caracóis — ___; crítico — ___; às — ___.

Escreve uma síntese, em 90 a 105 palavras, de «A dor de pensar» (p. 47).

Escreve o número de palavras no final. (Podes relancear regras da síntese na p. 327 — aliás estão mais detalhadas no livro do ano passado.)

TPC — Lê o texto «O modernismo» (pp. 32-33).




Aula 21-22 (14 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 15/out [3.ª]) Nas pp. 69-71, vai relendo o excerto da carta de Pessoa a Adolfo Casais Monteiro cuja versão integral te pedira lesses num destes tepecês. (O questionário, ainda assim, tratará apenas das partes da carta que vêm no manual.) Circunda em cada item a melhor alínea.


Os protótipos textuais mais presentes neste excerto de carta são


a) descritivo, expositivo, instrucional.


b) conversacional, argumentativo, instrucional.


c) descritivo, narrativo, injuntivo.


d) expositivo, argumentativo, narrativo.



Em aula, referi recentemente que o género epistolar — o deste texto, afinal —

a) se inclui no modo narrativo.

b) se inclui no modo lírico.

c) se inclui na oratória.

d) não se inclui nos três modos tradicionais.


Pessoa considera que a propensão para a criação heteronímica

a) não radica em características mentais.

b) se deve a uma tendência para a despersonalização e o fingimento.

c) foi exclusivamente casual.

d) foi consequência de trauma após pisadela de cocó de cão.


O Chevalier de Pas foi

a) o primeiro heterónimo de Pessoa, escrevendo poemas de índole pagã.

b) o futuro Ricardo Reis.

c) um ortónimo.

d) uma primeira experiência de quase heterónimo, aos seis anos.


O heterónimo que Pessoa considera ser mestre de todos os outros (e até do ortónimo) é

a) Álvaro de Campos.

b) Chevalier de Pas.

c) Ricardo Reis.

d) Alberto Caeiro.


Pessoa considera que os poemas de Álvaro de Campos

a) são um alarme para a vizinhança.

b) não são um alarme para a vizinhança.

c) foram escritos por 1912.

d) são histéricos.


O poeta bucólico que Pessoa resolvera criar para fazer partida a Mário de Sá-Carneiro foi

a) Álvaro de Campos.

b) Bernardo Soares.

c) Alberto Caeiro.

d) Ricardo Reis.


O heterónimo Ricardo Reis foi criado por Pessoa em

a) 1914.

b) 1935.

c) 1910.

d) 1887.


O surgimento de Álvaro de Campos é-nos descrito como momento

a) calmo.

b) vertiginoso.

c) demorado.

d) planeado.


À época da enunciação — a da escrita da carta —, ainda estavam vivos

a) Caeiro, Campos, Reis.

b) Campos e Reis.

c) Reis e Caeiro.

d) Caeiro e Campos.


Os dois heterónimos de Pessoa que aprenderam latim foram

a) Alberto Caeiro e Ricardo Reis.

b) Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

c) Alberto Caeiro e Bernardo Soares.

d) Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.


As formações de Caeiro, Campos e Reis, eram, respetivamente,

a) CEF de pastor; pintura; línguas clássicas.

b) ensino secundário; engenharia naval; medicina dentária.

c) instrução primária; engenharia; medicina.

d) estilismo; datilografia; genealogia.


A «Ode triunfal», de Álvaro de Campos, foi escrita

a) num avião a jato.

b) em 1914.

c) em Tavira.

d) no Brasil.


O «Opiário»

a) foi escrito em latim.

b) foi inspirado por viagem ao Oriente.

c) é um poema de férias.

d) foi inspirado por ida ao Parque das Nações.


Agora, lê também a tábua bibliográfica, na p. 68, escrita por Pessoa uns sete anos antes.


Para Pessoa, Álvaro de Campos, «sensacionista», foi influenciado

a) por Alberto Caeiro, sobretudo, e por Walt Whitman.

b) por Walt Whitman, sobretudo, e por Alberto Caeiro.

c) por Ricardo Reis.

d) pelo lado intelectual e pagão de Reis.


Segundo o que se depreende da «Tábua bibliográfica», Álvaro de Campos seria

a) o heterónimo mais diferente do ortónimo.

b) quem subscreveu textos mais polémicos e vanguardistas.

c) o mais irritadiço dos heterónimos.

d) o menos emotivo dos heterónimos.


(Se tiveres sido dos mais rápidos, nas pp. 112-113, relanceia «Eu, Álvaro de Campos».)

Resolve o ponto 1 da p. 114:

a. __ | b. __ | c. __ | d. __ | e. __.


Opiário

Ao senhor Mário de Sá-Carneiro

É antes do ópio que a minh’alma é doente.

Sentir a vida convalesce e estiola

E eu vou buscar ao ópio que consola

Um Oriente ao oriente do Oriente.


Esta vida de bordo há de matar-me.

São dias só de febre na cabeça

E, por mais que procure até que adoeça,

Já não encontro a mola p’ra adaptar-me.


Em paradoxo e incompetência astral

Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,

Onda onde o pundonor é uma descida

E os próprios gozos gânglios do meu mal.


É por um mecanismo de desastres,

Uma engrenagem com volantes falsos,

Que passo entre visões de cadafalsos

Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.


Vou cambaleando através do lavor

Duma vida-interior de renda e laca.

Tenho a impressão de ter em casa a faca

Com que foi degolado o Precursor.


Ando expiando um crime numa mala,

Que um avô meu cometeu por requinte.

Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,

E caí no ópio como numa vala.


Ao toque adormecido da morfina

Perco-me em transparências latejantes

E numa noite cheia de brilhantes

Ergue-se a lua como a minha Sina.


Eu, que fui sempre um mau estudante, agora

Não faço mais que ver o navio ir

Pelo canal de Suez a conduzir

A minha vida, cânfora na aurora.


Perdi os dias que já aproveitara.

Trabalhei para ter só o cansaço

Que é hoje em mim uma espécie de braço

Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.


E fui criança como toda a gente.

Nasci numa província portuguesa

E tenho conhecido gente inglesa

Que diz que eu sei inglês perfeitamente.


Gostava de ter poemas e novelas

Publicados por Plon e no Mércure,

Mas é impossível que esta vida dure,

Se nesta viagem nem houve procelas!


A vida a bordo é uma coisa triste,

Embora a gente se divirta às vezes.

Falo com alemães, suecos e ingleses

E a minha mágoa de viver persiste.


[...]


Eu fingi que estudei engenharia.

Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.

Meu coração é uma avozinha que anda

Pedindo esmola às portas da Alegria.


Não chegues a Port-Said, navio de ferro!

Volta à direita, nem eu sei para onde.

Passo os dias no smoking-room com o conde —

Um escroc francês, conde de fim de enterro.


Volto à Europa descontente, e em sortes

De vir a ser um poeta sonambólico.

Eu sou monárquico mas não católico

E gostava de ser as coisas fortes.


Gostava de ter crenças e dinheiro,

Ser vária gente insípida que vi.

Hoje, afinal, não sou senão, aqui,

Num navio qualquer um passageiro.


[...]

[excertos de:] Álvaro de Campos, «Opiário», Fernando Pessoa, Poesia dos outros eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007.





Resolve o ponto 3. da p. 115 (com os conectores apropriados, preenche as lacunas de «O estatuto especial de Álvaro de Campos»):

1 = ______ | 2 = ______ | 3 = ______

4 = ______ | 5 = ______ | 6 = ______

7 = ______ | 8 = ______ | 9 = ______

10 = _____ | 11 = _____ | 12 = _____

Lê «A arte futurista» (p. 116) e completa a síntese que fui esboçando:

Em «A arte futurista» — saído no número único da revista Portugal Futurista, 1917 —, defende-se que já não convém aos tempos modernos uma arte que se limite a ........................ Ao contrário, uma nova corrente, o futurismo, é que pode adequar-se às vivências industriais de hoje, porque ................. Por exemplo, a poesia futurista ...........................

TPC — Lê «Um Campos diferente» (p. 124). Depois, lê também o texto de Campos «Tenho uma grande constipação». Em folha que me possas entregar, responde ao ponto 7 da p. 123. Não esqueças a parte dos dois argumentos e escreve acabadamente (e não, não quero «Constipação» nem «Um lenço cheio de ranho»).



Aula 23-24 (15 [6.ª], 17 [3.ª] e 18/out [1.ª, 4.ª]) Na p. 125, lê o poema «O que há em mim é sobretudo cansaço», de Álvaro de Campos. Segue-se uma sua análise, que deves completar apenas com transcrições do texto.

Percebe-se pela quintilha inicial que o cansaço que domina o sujeito poético não tem uma origem definida nem um motivo concreto (assim se reconhece no segundo e terceiros versos, bipartidos: «_________»). No final da estrofe, explicita-se mesmo o caráter, quase caprichoso, deste cansaço permanente e, decerto, essencialmente psíquico: «__________» (vv. 4-5).

Na segunda estrofe, o poeta começa uma diferenciação relativamente aos outros, que prosseguirá até ao fim do poema. Nos três versos que iniciam a oitava, apresentam-se as sensações, as paixões, os amores que mobilizam os outros, resumido em «___________» (vv. 9-10), súmula claramente depreciativa. Nos três versos que fecham a estrofe, a epífora («_________») assinala a reação do poeta ao que costuma embevecer os que não são como ele.

Na terceira estrofe, três versos anafóricos servem para representar a atitude com que o poeta se vai contrastar (___________). Em nenhum destes tipos de idealismo o poeta se reconhece, por razões que enuncia em paradoxos: «___________».

A última estrofe analisa as consequências, como logo anuncia a pergunta que a abre («___________»). Como já acontecera antes, começa-se pelos «_________» (que ficam com «___________», «___________», «___________» — notem-se o quiasmo, o paralelismo, a antítese, todos tão pessoanos).

Os cinco últimos versos são muito expressivos. O verso que introduz esta parte sobre o poeta fecha a anáfora que vinha dos três versos anteriores (com a preposição «_______») e inicia a enumeração dos adjetivos caracterizadores do cansaço do poeta («________», «________», «________»), não sem pelo meio se inserir uma expressão interjetiva («________»). Depois, partindo do superlativo neologístico «_________» («supremo» já é um superlativo relativo de superioridade, corresponde a ‘o mais alto’), o poeta utiliza isoladamente o sufixo «________», indicador do grau, amplificando-o através da repetição, que sugere a sua ligação ao substantivo «________». É um processo — modernista — de desconstrução e reconstrução das palavras.

Depois, resolve o ponto 1 (1.1 a 1.6), nas pp. 125-126:

1.1: ___; 1.2 ___; 1.3 ___; 1.4 ___; 1.5 ___; 1.6 ___.

Na p. 122, vê o texto enquadrado, «Do sentir ao dizer: a linguagem na “Ode triunfal”». Destaquei o segundo parágrafo e fui pondo entre parênteses citações que abonassem os aspetos referidos pelo ensaísta. Completa essa minha ampliação do texto com os exemplos em falta:


Ao sentido de modernidade que deseja transmitir, e a que recorre para sentir tudo de todas as maneiras conferindo poeticidade a temáticas não usuais, como motores, fábricas, energia [...] —, faz o poeta corresponder um nível de expressão carregado de nomes concretos e abstratos («Inconsciente», «Matéria»), isolados ou em conjuntos («aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mínimos, /Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar, / Engenhos, brocas, máquinas rotativas»), fonemas substantivados («_________»), topónimos («________»), antropónimos («_________»), estrangeirismos («_______»), maiúsculas desusadas («________»), adjetivação expressiva («excesso contemporâneo»), simples e múltipla («grandes ruídos modernos»; «flora estupenda, negra, artificial e insaciável»), polissíndetos («________»), metáforas («_______»), apóstrofes («________»), anáforas («_________», personificações («________»), sinestesias («___________»), perífrases («_________», iterações (retoma de «ó» de apóstrofes), gradações («________»), comparações («________»), neologismos («_________»), grande variedade de formas verbais (por todo o texto), advérbios expressivos («__________»), gerúndios expressivos («_______»), musicalidade e ritmo (por todo o texto), aliterações («_________»), interjeições («_________», «______»), rimas internas («_______», onomatopeias («________»), etc...

Na p. 121, responde ao item 4 (de correspondência):

a. = ___; b. = ___; c = ___; d = ___: e = ____.

Lê o ponto 1 de Escrita na p. 122 (definição de «ode» e, especialmente, «ode» à Campos), para, depois, resolveres o ponto 2 (redação de ode a uma realidade qualquer, à maneira futurista).

Há vantagens em teres o livro aberto nas páginas da «Ode triunfal» (119-122).

Ode a ________ ou Ode _________ {adjetivo}

TPC — Em papel que me possas entregar, escreve uma resposta limpa, não copiada da de manuais ou de colegas, à pergunta 1.1 da p. 126 («Estabelece pontos de contacto entre as estrofes de Régio e o poema «O que há em mim é sobretudo cansaço»).



Aula 25 (15 [4.ª], 17 [1.ª, 6.ª] e 18/out [3.ª]) Uso exercícios tirados de um manual, Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), tendo-me permitido alterar algumas frases aqui e ali.

Atenta nas frases seguintes e identifica o tipo de sujeito nelas presente, selecionando a opção correta.

Sujeito simples [s]; Sujeito composto [c]; Sujeito nulo expletivo [sne]; Sujeito nulo subentendido [sns]; Sujeito nulo indeterminado [slb]

Dizem que o filme A Missão é fantástico.

Os alunos e os professores participaram numa visita de estudo a Tóquio.

Trovejou intensamente esta noite.

O Papa Francisco acabou de ler um livro excelente.

Vamos de férias assim que o inverno começar!

Eles pensam que ganharão a eleição para a Associação de Estudantes facilmente.

Nunca telefonas a avisar que chegas tarde!

O Cristiano e quem tu sabes vêm à festa.

Pensa-se que será um ano difícil...

Não nevava assim em Lisboa há semanas!

Parece que ele já não vem.

Vive-se bem na Sibéria.

Em cada grupo de frases que se segue, existe uma cujo sujeito é diferente dos restantes. Risca com merecida agressividade as frases intrusas e identifica o tipo de sujeito predominante de cada grupo.

a) Diz-se que este ano Rita Pereira vai ganhar o Óscar.

Vou às compras.

Conversa-se muito, mas acerta-se pouco.

Comenta-se que foste de férias.

Sujeito — ________

b) Choveu a semana inteira.

Este ano nevou imenso no Algarve.

Ouvi dizer que vai ficar mau tempo.

Ontem trovejou.

Sujeito — _________

c) Ele foi passear.

Vou ao centro comercial ver as novidades da nova estação.

Comprei um livro de manga.

Fazemos hoje um bolo?

Sujeito — ___________

Identifica os elementos que fazem parte do predicado de cada uma das frases seguintes e completa o quadro.

a) Os jogadores obedecem ao árbitro.

b) O avião está atrasado.

c) A Marisa ofereceu um livro à mãe.

d) Eles tomaram o Carlos por parvo.

e) O médico pratica natação.

f) Os alunos parecem apreensivos...

g) O ilusionista fez um truque fantástico!

h) A juíza considerou o réu culpado.

i) Acho que deves fugir.

j) Começou o espetáculo!




Sujeito

Predicado

Núcleo

Complemento

Predicativo do sujeito

Predicativo do complemento direto

Direto

Indireto

a) Os jogadores






b) O avião






c) A Marisa






d) Eles






e) O médico






f) Os alunos






g) O ilusionista






h) A juíza






i) (Subentendido)






j) o espetáculo







Classifica os verbos das frases abaixo numa das categorias que se seguem:

transitivo direto (td); transitivo indireto (ti); transitivo direto e indireto (tdi); intransitivo (i)

Cheguei!

Telefonei à Laura.

O quadro caiu.

Resolvi a questão.

Ele jantou.

A Alexandra vendeu a carrinha na semana passada.

Entreguei os apontamentos ao Paulo.

Ele jantou peixe.

Nós obedecemos às regras!

A empresa reabriu em agosto.

Esta bicicleta pertence à Isilda.

O meu primo Rogério emprestou-te o carro?

Identifica a função sintática dos constituintes destacados nas frases seguintes.

A minha mãe ofereceu-lhe um perfume. — ____________

O ator foi entrevistado pelo jornalista. — ___________

O Lauro gosta de futebol. — __________

Nomearam-no capitão de equipa. — ____________

Os amigos do capitão leram o diário de bordo. — ____________

Eles continuam zangados um com o outro. — ____________

Os meus pais viajaram ontem. —_____________

A Eulália leu o livro que a amiga lhe deu. — ______________

Os amigos achavam-na extremamente competente. — ____________

O Quim foi ao Brasil. — _____________

Já assinou os documentos, senhor diretor? — ____________


Critérios para distinguir algumas das funções sintáticas:

O complemento direto é substituível pelo pronome «o» («a», «os», «as»):

Dei um doce ao orangotango. = Dei-o ao orangotango.

O complemento indireto, introduzido pela preposição «a», é substituível por «lhe»:

Dei um doce ao orangotango. = Dei-lhe um doce.

O complemento oblíquo, e mesmo quando usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é substituível por «lhe»:

Assistiu ao julgamento do Coronel Jesuíno. *Assistiu-lhe.

Para identificarmos um modificador do grupo verbal, podemos fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará gramatical:

A Florinda estudou gramática na segunda-feira.

Que fez a Florinda na segunda-feira? Estudou gramática.

Ao contrário, se se tratar de um complemento oblíquo, o resultado será agramatical:

O Acácio foi à Cova da Moura.

* Que fez o Acácio à Cova da Moura? Foi.

Para distinguir o modificador de frase (em constraste com o modificador do grupo verbal), pode ver-se que a construção que ponho entre parênteses é possível com o modificador do grupo verbal mas não com o advérbio que incide sobre toda a frase.

modificador do grupo verbal:

«Ele come alarvemente.» (É alarvemente que ele come.)

modificador de frase:

«Evidentemente, o teste de gramática está próximo.» (*É evidendemente que o teste está próximo.)

Reconhece-se o complemento agente da passiva com facilidade. Começa com a preposição «por» e podemos adotá-lo como sujeito da mesma frase na voz ativa:

Batatinha foi carregado por Miguel Lopes. Miguel Lopes carregou Batatinha

O sujeito concorda com o verbo (se experimentarmos alterar o número do sujeito, isso refletir-se-á no verbo que é núcleo do predicado):

Caiu a cadeira. Caíram as cadeiras

(Para se confirmar que «a cadeira» não é complemento direto: *Caiu-a.)


Em cada par de frases (retiradas da obra Aliás voltas sempre, Ali às voltas sempre, de Ana Goês), assinala aquela em que existe um constituinte com a função de vocativo.

Anda, Luzia, quero vê-la... / Andaluzia, quero vê-la...

Vinde, táxi, depressa! / Vim de táxi, depressa...

Não é Regina! / Não erre, Gina!

Glória, adeus! / Glória a Deus!

TPC — (Pode ser-me dado só durante toda a próxima semana ou até um pouco mais tarde. Interessa que este trabalho seja feito com gosto.) Escreve um texto em prosa — um conto (mas não te obrigues ao modelo mais específico do conto e, ainda menos, do conto tradicional) — que possa apresentar-se ao concurso Correntes d’escritas. Este concurso, com um prémio de 1000 euros, é, no escalão até dezoito anos, dos mais prestigiados.

A versão que me será apresentada será em páginas impressas a computador. Corrigirei esse primeiro trabalho, lançando depois cada autor as emendas que tenha eu proposto (a passagem a limpo consistirá em novo tepecê). Quanto à extensão do conto, é difícil dar um conselho: num concurso destes, dificilmente o texto em prosa premiado terá menos de umas três páginas à máquina; mas, por outro lado, também é preciso ter em conta que textos demasiado longos tendem a aborrecer os júris. Entretanto, para efeitos de tepecê, qualquer extensão é aceitável. Peço é o cuidado, como aliás para todos os nossos trabalhos, de se não recorrer a coisas da net ou de outros autores.

Quanto ao envio dos contos, de que tratarei eu mesmo ainda antes do prazo final — 30 de novembro —, combiná-lo-emos depois. (Em Gaveta de Nuvensaqui — pus já o regulamento mas, como digo, os aspetos burocráticos por ora não nos interessam.)




Aula 26-27 (21 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 22/out [3.ª]) Correção do questionário de compreensão de textos em torno da génese dos heterónimos. Ponto da situação do trabalho até agora (conselhos). Visionamento de leitura de «Todas as cartas de amor são ridículas», de Álvaro de Campos, por Lídia Franco.


O poema em baixo — que ouvimos já — está datado de 21-10-1935, pouco mais de um mês antes de Pessoa morrer, sendo assinado por Álvaro de Campos. Não tem algumas das características que já víramos no Campos futurista e sensacionista das odes.


Não modernizei a grafia (Pessoa escrevia segundo a escrita comum antes da primeira reforma ortográfica, em 1911). Atualiza tu a grafia, emendando o texto a lápis.


Há uma estrofe que traduz bem a reflexão que o Pessoa ortónimo fazia em «Ela canta, pobre ceifeira» e em «Gato que brincas na rua». É a ....... estrofe.



Todas as cartas de amor são

Ridiculas.

Não seriam cartas de amor se não fossem

Ridiculas.


Tambem escrevi em meu tempo cartas de amor,

Como as outras,

Ridiculas.


As cartas de amor, se ha amor,

Têm de ser

Ridiculas.


Mas, afinal,

Só as creaturas que nunca escreveram

Cartas de amor

É que são

Ridiculas.


Quem me dera no tempo em que escrevia

Sem dar por isso

Cartas de amor

Ridiculas.


A verdade é que hoje

As minhas memorias

D’essas cartas de amor

É que são

Ridiculas.


(Todas as palavras exdruxulas,

Como os sentimentos exdruxulos,

São naturalmente

Ridiculas.)

Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli, Lisboa, INCM, 1990


Passa agora a «Aniversário», também de Álvaro de Campos, nas pp. 127-128.

Transcreve algum verso em que se perceba ainda o problema existencial que vimos em «Gato que brincas», «Ela canta, pobre ceifeira» — do ortónimo — e, há pouco, em «Todas as cartas de amor são ridículas», de Campos.

Entre as características de Campos (em parte, já elencadas a propósito da «Ode triunfal»), vê o que esteja abonado em «Aniversário». Para isso, transcreverás trechos de «Aniversário» que ilustrem cada um destes itens:

comparações inesperadas: .....

metáforas inesperadas: .....

exclamações: .....

anáforas: .....

apóstrofes: .....

paradoxos: .....

repetições: .....

versos longos e livres: muitos das primeiras estrofes, sobretudo.

articulados com alguns bastante curtos: os da última estrofe, por exemplo.

fuga para a recordação e/ou sonho: .....

poetização do prosaico, comum e quotidiano: .....

fragmentação do eu: .....

angústia existencial: [todo o texto, decerto]

O texto constrói-se a partir da memória de um tempo passado. Caracteriza esse passado, considerando as duas primeiras estrofes.

O passado era o tempo da ...........

Justifica o uso do pretérito imperfeito do indicativo nessas mesmas estrofes.

Relaciona o quinto verso da terceira estrofe com a estrofe anterior.

Na infância, o sujeito poético era feliz, mas ............. Só no presente, em que já perdeu essa felicidade inocente da infância é que sabe que ............

Explica o valor aspetual do pretérito perfeito usado nesta terceira estrofe.

Mostra como, na estrofe 6, a memória do passado se sobrepõe ao presente.

A expressão «Vejo tudo outra vez» inicia a presentificação do passado que, assim, substitui o ......

Mostra como, à euforia dessa presentificação, se segue a disforia da tomada de consciência.

À euforia do passado tornado presente segue-se, na estrofe seguinte, a disforia da tomada de consciência de que é impossível recuperar ..........

Responde ao ponto 11 da p. 130:

a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___.

TPC«Aniversário» (p. 127) e a estrofe parentética correspondente aos vv. 68-76 de «Ode triunfal» (p. 119) têm em comum a nostalgia da infância. Este tema, caro a Álvaro de Campos, é também frequente no Pessoa ortónimo. Para já, gostava que relanceasses — aqui — «Un soir à Lima», um longo poema do ortónimo (aliás, na verdade, um poema não assinado), que, tanto quanto se pode identificar sujeito poético e autor (e não deve), se diria autobiográfico.

No manual, lê ainda «Campos: “a ilha mais lúcida do arquipélago pessoano”» (p. 137) e «O percurso poético do engenheiro-poeta» (p. 138).



Aula 28-29 (22 [6.ª], 24 [3.ª] e 25/out [1.ª, 4.ª]) Audição de «Aniversário», de Álvaro de Campos (de Ao longe os barcos de flores).

Lê «Aniversário» (p. 127), de José Manuel dos Santos (p. 127), cronista do Expresso.

Depois, num comentário teu, com cem a cento e quarenta palavras, aproveita a ideia na transcrição em baixo, sintetizando a crónica «Aniversário» e esboçando alguma comparação com o poema homónimo de Álvaro de Campos (pp. 127-128).

Apesar do que se afirma no último período do texto («Lembro e faço meu o poema “Aniversário” de Pessoa/Campos»), a perspetiva de José Manuel dos Santos relativamente à passagem dos aniversários não é exatamente idêntica à da do sujeito poético do conhecido poema de Campos.

José António Mendonça, «Intertextualidade com Pessoa — uma miríade de outros», Ensaios entre desporto e literatura, Barreiro, Editorial Fabril, 2007, p. 4321.



Tendo visto a primeira parte de documentário sobre Fernando Pessoa feito para a série ‘Grandes Portugueses’, assinala, à esquerda de cada período (a esquerda é para este lado: ), se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

Pessoa viveu parte da infância e da adolescência em território da actual África do Sul (à época, colónia inglesa).

Fernando Pessoa admirava Cesário Verde.

O poema «Tabacaria» é do heterónimo Ricardo Reis.

«Sou tudo» é o primeiro verso de «Tabacaria».

Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António, em Lisboa, em 1898.

Pessoa nasceu em frente ao teatro de São Carlos, que seu pai, crítico musical do Diário de Notícias, frequentava.

«Eis-me aqui em Portugal» é o primeiro verso de uma quadra que, ainda criança, dedicou à mãe.

«Deus quer, o homem sonha, a obra morre» é o primeiro verso de «O Infante», poema de Mensagem.

Enquanto adolescente, Pessoa viveu com a madrasta, o pai e os cinco meios-irmãos.

A língua em que mais escrevia até cerca dos vinte anos era o francês.

Em Lisboa, durante dois anos, Fernando Pessoa foi aluno da Faculdade de Direito.

Pessoa teve uma tipografia, comprada com herança da avó Dionísia, mas esse negócio não teve grande sucesso.

O emprego de Pessoa implicava um rígido horário fixo, como o de um funcionário público.

No local do emprego, Fernando Pessoa nunca escrevia textos seus.

O poeta americano Walt Whitman influenciou Fernando Pessoa.

Pessoa deixou mais de trinta e sete mil papéis com escritos seus.

Em Lisboa, Pessoa viveu em cerca de dez casas diferentes.

Sendo embora Lisboa o seu habitat preferencial, Pessoa viajava frequentemente.

A estreia de Pessoa no meio literário aconteceu em 1912, com a publicação de artigos na Águia.

A revista Orpheu teve como colaboradores, entre outros, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros.

Como se refere na p. 124 do manual (‘Oralidade’), o poema «Dobrada à moda do Porto», de Álvaro de Campos, tem bastantes marcas de narratividade. Diz-se aí que a situação relatada é sobretudo pretexto para o «eu» refletir sobre si mesmo.

O que te peço é que reescrevas o poema, verso a verso, criando outra situação (a tal parte mais narrativa, que deixará de ter a ver com um restaurante), mantendo entretanto tudo o que sublinhei (em geral, os fragmentos mais líricos ou mais introspetivos).

Além das partes sublinhadas, conserva, é claro, o número de versos, e procura não alterar muito a pontuação do original.


Dobrada à moda do Porto

Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,

Serviram-me o amor como dobrada fria.

Disse delicadamente ao missionário da cozinha

Que a preferia quente,

Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.


Impacientaram-se comigo.

Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.

Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,

E vim passear para toda a rua.


Quem sabe o que isto quer dizer?

Eu não sei, e foi comigo...


(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,

Particular ou público, ou do vizinho.

Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.

E que a tristeza é de hoje).


Sei isso muitas vezes,

Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram

Dobrada à moda do Porto fria?

Não é prato que se possa comer frio,

Mas trouxeram-mo frio.

Não me queixei, mas estava frio,

Nunca se pode comer frio, mas veio frio.

Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli, Lisboa, INCM, 1990 (com modernização da grafia).

TPC — Resolve o ponto 1.1 da p. 130.



Aula 30 (22 [4.ª], 24 [1.ª, 6.ª] e 25/out [3.ª]) Na coluna à direita, escreve o nome do princípio infringido (não tautologia; não contradição; relevância) — todos de ordem lógico-conceptual — ou assinala, se for esta a afetada, coerência pragmático-funcional. Se a coerência textual não estiver prejudicada, nada escrevas. (Para o caso de ser necessário, vê o esquema em baixo.)



Trecho (que infringe...

princípio de... ou área)

Na última quadra o poeta conclui o poema.


O maneta foi à manucure para tratar das suas dez belas unhas de gel.


Sob o sol da meia-noite, o cego lia um jornal sem letras.


O poema é constituído por quadras. A esse tipo de estrofes chamamos quartetos.


Os três mosqueteiros eram quatro.


Não choveu, porque houve seca.


Segundo Pennac, com efeito, «os leitores têm o direito de amar os protagonistas dos livros». [Pouco depois do enunciado da pergunta respetiva.]

Não tautologia

[A meio de um comentário a um texto, opiniões próprias sobre o mesmo assunto ou paralelos com a vida corrente.]


Exmo. senhor Diretor de Finanças. | O requerente vem informar que está chateado com a situação criada pelo art.º 3, do decreto 45678, de 31 de março. Ainda falou com a sua querida Belinha ontem sobre o mesmo assunto.


Ganhámos, mas é preciso é levantar a cabeça e continuar a trabalhar.



Coerência textual

coerência lógico-conceptual

observa três princípios:

princípio da não-contradição:

não deve haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.

princípio da não-tautologia ou não-redundância:

as ideias não devem ser repetidas.

princípio da relevância:

as ideias devem estar relacionadas com a temática do texto.

coerência pragmático-funcional

versa a relação texto-situação.

Os dois itens seguintes — sobre pontuação — copiei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.

Associa cada frase de A à única hipótese da coluna B que permite obter uma afirmação correta.

A

a) Na frase «O Irondino, o Sancho e o Gualter foram a Braga.», usa-se a vírgula para...

b) Na frase «O Mário nunca, nunca chega a horas.», usa-se a vírgula para...

c) Na frase «Camões, príncipe dos poetas, viveu no século XVI.», usa-se a vírgula para...

d) Na frase «O Gustavo anda a ler Fernando Pessoa e eu, um romance de Saramago.», usa-se a vírgula para...

e) Na frase «Tu, Jorge, vais ao Porto esta semana.», usa-se a vírgula para...

f) Na frase «Ele era, dizia-se, um bom jardineiro.», usa-se a vírgula para...

g) Na frase «Se fores a Londres, visita o Museu Britânico.», usa-se a vírgula para...

h) Na frase «Os alunos, que faltaram à aula, ficaram a estudar para o teste.», usa-se a vírgula para...

B

1. isolar as orações subordinadas relativas explicativas.

2. isolar o modificador apositivo.

3. separar elementos com a mesma função sintática.

4. indicar a supressão de uma palavra, geralmente o verbo.

5. separar a oração subordinada adverbial que ocorre antes da oração principal.

6. isolar o vocativo.

7. separar uma oração intercalada.

8. separar os elementos repetidos.

Assinala e corrige os erros de pontuação presentes nas frases seguintes e explica a razão das incorreções.

a) O Paulo comprou, uma casa junto ao mar.

b) — Ó Mateus que horas são?

c) — Quem é aquela senhora.

d) A Agostinha disse. Vou para a escola.

e) Se voltas a ter esse tipo de comportamento.

f) Socorro. Estou preso aqui dentro.

g) O Hélio o Alberto e o Zuzarte compraram tostas queijo e fiambre.

Os itens seguintes — sobre funções sintáticas — são retirados da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), com quase nenhumas adaptações:

Seleciona, em cada conjunto de frases apresentadas nas alíneas abaixo, aquela cujo constituinte destacado não desempenha a função sintática indicada.

Complemento direto

A Marlene vendeu o barco na semana passada.

Os velejadores perderam a regata.

O nadador-salvador atirou a boia ao náufrago.

As focas comem peixe.

Complemento oblíquo

Não te aconselho a fugir.

Ele bateu ao irmão.

Gosto de passear.

Duvido disso.

Complemento agente da passiva

O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.

O Porfírio anseia pelo teu regresso.

O barco foi desviado da rota pelo vento.

Os papéis foram organizados pela secretária.

Predicativo do complemento direto

A Luana continua na mesma empresa.

Os padrinhos estimavam-no como filho.

O juiz considerou-o inocente.

Os vizinhos tinham-no por caloteiro.

Atenta nas frases que se seguem e, depois, classifica as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F), e corrige as falsas.

1. Vestiste a tua camisola lilás.

2. D. Maria I, a Piedosa, foi a primeira rainha reinante de Portugal.

3. A minha mãe, que está de férias, vai para o Algarve amanhã.

4. A ideia da Ana Alice é interessante.

5. O meu irmão mais novo magoou-se.

6. Não te esqueças de trazer leite, Rolando.

A — Na frase 1, o constituinte destacado desempenha a função sintática de modificador restritivo do nome.

B — Na frase 2, o constituinte destacado é um complemento do nome.

C — Na frase 3, o constituinte destacado é um modificador restritivo do nome.

D — Na frase 4, o constituinte destacado desempenha a função sintática de complemento do nome.

E — Na frase 5, o constituinte destacado é um modificador explicativo do nome.

F — Na frase 6, o constituinte destacado desempenha a função sintática de vocativo.

Os dois itens seguintes — sobre funções sintáticas — retirei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.

Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte destacado nas frases:

a) O Paulo e a Iva chegaram agora.

b) O filme era muito emocionante.

c) Ofereceram-me um livro muito interessante.

d) O juiz declarou-o culpado.

e) O texto foi entregue pela minha aluna.

f) A venda das camisolas foi um sucesso.

g) O Marciano, que é um excelente dançarino, venceu o concurso.

h) Prometemos que regressaríamos daí a dois anos.

i) É fantástico que venhas connosco.

Associa cada afirmação de A à hipótese de B que a completa.



A

B

a) O sujeito da frase «Fala-se na entrada no mercado de carros mais ecológicos.» classifica-se como...

b) Na frase «Naquela noite, chegámos cansadíssimos a casa.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

c) Na frase «A casa parecia muito sossegada.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

d) Na frase «Ele encaixou a peça no puzzle.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

e) Na frase «Eles deram-nos informações muito úteis.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

f) O sujeito da frase «Há quadros muito interessantes neste museu.» classifica-se como...

g) Na frase «Eles entraram na casa amarela.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

h) Na frase «A Susana, a melhor aluna da turma, teve uma nota excelente.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...

1. predicativo do sujeito.

2. modificador restritivo do nome.

3. sujeito nulo indeterminado.

4. sujeito nulo expletivo.

5. complemento oblíquo.

6. modificador do grupo verbal.

7. complemento indireto.

8. modificador apositivo do nome.

9. predicado.


TPC — Em Gaveta de Nuvens, vai consultando «Funções sintáticas», reprodução de páginas da NGDP. (Já lá estava também cópia do mesmo conteúdo mas em capítulo da GPP, que, no entanto, me parece menos claro.) Entretanto, não esqueças de ir acabando o conto pedido a computador.




Aula 31-32 (28 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 29/out [3.ª]) No exame nacional, o grupo I vale, em geral, metade da pontuação da prova. Na parte A há quatro perguntas sobre um texto dos autores do programa. Na parte B, uma pequena exposição-comentário sobre assunto também dos autores do programas.

O que se segue é o grupo I-A do exame nacional de 2011 (1.ª fase). Os quatro itens (1 a 4) valiam 15, 20, 15, 20 (= 70 pontos). I-B — que não faremos agora (era sobre Ricardo Reis e o tempo) — valia 30 pontos.

Grupo I

A

Leia o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado a seguir ao texto.


Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,

Que felicidade há sempre!


Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.

São felizes, porque não são eu.


As crianças, que brincam às sacadas altas,

Vivem entre vasos de flores,

Sem dúvida, eternamente.


As vozes, que sobem do interior do doméstico,

Cantam sempre, sem dúvida.

Sim, devem cantar.


Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.

Assim tem que ser onde tudo se ajusta -

O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.


Que grande felicidade não ser eu!


Mas os outros não sentirão assim também?

Quais outros? Não há outros.

O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,

Ou, quando se abre,

É para as crianças brincarem na varanda de grades,

Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.


Os outros nunca sentem.

Quem sente somos nós,

Sim, todos nós,

Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.


Nada? Não sei...

Um nada que dói...

Álvaro de Campos, Poesia, edição de Teresa Rita Lopes, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

GLOSSÁRIO | sacadas (verso 5) — varandas pequenas.

Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. As sensações do sujeito poético são determinantes para a construção de uma certa ideia de quotidiano feliz.

Identifique duas sensações representadas nas quatro primeiras estrofes, citando elementos do texto para fundamentar a sua resposta.

2. Caracterize o tempo da infância tal como é apresentado na terceira estrofe do poema.

3. Explique a relação que o sujeito poético estabelece com os «outros» nas seis primeiras estrofes do poema, fundamentando a sua resposta em referências textuais pertinentes.

4. Relacione o conteúdo da última estrofe com as reflexões apresentadas nas duas estrofes anteriores.

Para o mesmo poema de Campos, num manual com modelos de exame, encontramos também estes itens de grupo I-A:

1. Indique as relações de sentido que se estabelecem entre os versos da primeira estrofe.

2. Explique a importância da referência às crianças, confrontando os espaços de vivência.

3. Mostre em que medida o sujeito poético se afasta propositadamente da felicidade.

4. Comente o efeito expressivo do paradoxo do verso final «Um nada que dói...».


Sorteio da Liga dos Campeões

Pote 1 — semi-finalistas de 2012-2013 (finalistas ficarão, se houver, nos grupos pequenos)

Turma 1         Pedro C., Inês C., Beatriz, Pedro D.

Turma 3         Luísa, Leonor, Joana O., Miguel

Turma 4         Catarina, Sara, Marta, Rita

Turma 6         Mariana C., Salomé, Miguel T., Karim


Pote 2 — os dos quartos-de-final de 2012-2013

Turma 1         Guilherme I, Sempi, Miguel F., Inês P.

Turma 3         Ana Marta, Filipa, Marta B., Marta V.

Turma 4         Daniel, Inês M., Miguel D., Alexandre C.

Turma 6         Carolina, Sofia R., Mariana O., Pedro S.


Pote 3 — os dos oitavos-de-final de 2012-2013 (ou, em substituição, melhores da Liga Europa)

Turma 1         Pedro M., Rui, Noorani, Duarte, Marta, João Gonçalo, Filipe, Joana

Turma 3         Cláudia, João, Gi, Chico, Paco, Guilherme, Sara E., José

Turma 4         Núria, Mar, Alexandre A., Maria Inês, João, Beatriz, Hipólito, Gonçalo C.

Turma 6         Lara, João F., Catarina, Marta, Gonçalo, Mariana L., Pedro F., Sol ou Sofia A.


Pote 4 — os que não estiverem nos anteriores

Turma 1         Tomi, Miguel M., Francisco R., Francisco S., Mónica, Luís, Yara || Guilherme St., Guilherme W., Ângela, Catarina, Tomás

Turma 3         Afonso, Gisela, Inês, Nuno, Rafael, Pedro A. || Sara R., Manuela, Pedro C., Pedro B., Francisco, António, Joana M., Mariana

Turma 4         Alexandre F., Gonçalo V., Gonçalo N., Inês B., Rodrigo, Miguel B., Manel || Gonçalo H., Francisco, Ana, Madalena, José

Turma 6         Sol ou Sofia A., Filipa, Maria, Aurélio, Miguel G., Daniel, J. Almendra, Tiago, Ana,     Rita || André || Inês, Francisca, Duarte, Francisco, João R.


Liga dos Campeões — fase de grupos



Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D


































TPC — «E eu vou buscar ao ópio que consola / Um Oriente ao oriente do Oriente.» (Álvaro de Campos, «Opiário», in Poesias, Ed. Ática); «À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica / Tenho febre e escrevo.» (Álvaro de Campos, «Ode Triunfal», in Poesias Heterónimos, Col. Mundo das Letras, Porto Editora); «E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, / Um supremíssimo cansaço, / Íssimo, íssimo, íssimo, / Cansaço...» (Álvaro de Campos, «O que há em mim é sobretudo cansaço», in op. cit.) — elabora uma nota de apresentação da obra de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa), com um mínimo de 80 e um máximo de 120 palavras, que pudesse figurar na contracapa de uma antologia de poesia deste autor, tendo como base a informação fundamental dos excertos transcritos.



Aula 33-34 (29 [6.ª], 31/out [3.ª] e 1/nov [1.ª, 4.ª])

Lê o poema «Lisbon Revisited (1923)», presente nas páginas 131-132 do manual. Para responderes, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada. (Por favor, não consultes outras páginas do manual além das do texto.)


O sujeito da oração no primeiro verso é

a) nulo expletivo.

b) nulo subentendido.

c) nulo indeterminado.

d) simples.


O segundo verso é constituído por

a) uma única oração.

b) duas orações, sendo a segunda subordinada substantiva completiva.

c) duas orações, sendo a segunda coordenada conclusiva.

d) duas orações, sendo a segunda subordinada adjetiva relativa restritiva.


No v. 5, o verbo «trazer» é

a) intransitivo.

b) transitivo direto e indireto.

c) transitivo direto.

d) transitivo indireto.


A frase «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11) apresenta

a) um deítico pessoal.

b) deíticos pessoais e temporais.

c) um deítico temporal.

d) deíticos pessoais e espaciais.


Na mesma frase, «Que mal fiz eu aos deuses todos?» (v. 11), «eu» e «aos deuses todos» desempenham as funções sintáticas de, respetivamente,

a) sujeito, complemento direto.

b) complemento direto, complemento indireto.

c) complemento direto, complemento oblíquo.

d) sujeito, complemento indireto.


No verso «Se têm a verdade, guardem-na!» (v. 12), a vírgula

a) justifica-se por separar uma oração subordinada adverbial da subordinante seguinte.

b) não é obrigatória.

c) justifica-se por suceder a uma subordinante e anteceder a subordinada.

d) justifica-se por separar constituintes com funções sintáticas idênticas.


O pronome pessoal utilizado nos versos 14 e 15 retoma o referente

a) «técnico» (v. 13).

b) «direito» (v. 14).

c) «doido» (v. 14).

d) «todo» (v. 15).


No verso 16, «maçar» é

a) transitivo direto.

b) transitivo indireto.

c) intransitivo.

d) transitivo direto e indireto.


A adjetivo «fútil» (v. 17) tem acento, porque se trata de uma palavra

a) grave.

b) grave terminada em -l.

c) esdrúxula.

d) aguda terminada em -il.


No v. 19, «outra pessoa» é o

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) predicativo do sujeito.

d) predicativo do complemento direto.


O ato ilocutório concretizado em «Não me peguem no braço!» (v. 24) é

a) expressivo.

b) assertivo.

c) diretivo.

d) compromissivo.


Em «Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?» (v. 17), «casado, fútil, quotidiano e tributável» desempenha a função sintática de

a) predicativo do complemento direto.

b) complemento direto.

c) modificador restritivo do nome.

d) complemento indireto.


Em «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «para o diabo» é um

a) modificador do grupo verbal.

b) complemento oblíquo.

c) vocativo.

d) predicativo do sujeito.


Na mesma oração, «Vão para o diabo sem mim» (v. 21), «sem mim» desempenha a função sintática de

a) complemento oblíquo.

b) modificador do grupo verbal.

c) complemento indireto.

d) agente da passiva.


Em «Já disse que sou só sozinho!» (v. 26), a repetição do som /s/ pode constituir uma

a) assonância.

b) aliteração.

c) epístrofe.

d) anáfora.


A palavra «Ah» (v. 27) pertence à classe

a) das exclamações.

b) dos vocativos.

c) das interjeições.

d) das apóstrofes.


Os vv. 28, 30, 32, pelo facto de tomarem Lisboa, o Tejo e «céu azul» como destinatários do enunciador, constituem

a) anáforas.

b) metáforas.

c) apóstrofes.

d) hipérboles.


A expressão entre travessões «o mesmo da minha infância» (v. 28) desempenha a função sintática de

a) modificador restritivo.

b) modificador apositivo.

c) complemento do nome.

d) cocó.


Em «Não tardo, que eu nunca tardo...» (v. 34), «que eu nunca tardo» é uma oração

a) subordinada adjetiva relativa restritiva.

b) subordinada adjetiva relativa explicativa.

c) subordinada substantiva completiva.

d) subordinada adverbial causal.


A palavra «Silêncio» (v. 35) tem acento gráfico

a) indevidamente.

b) para se distinguir da 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Silenciar».

c) por se tratar de palavra esdrúxula (embora, na verdade, esdrúxula aparente).

d) para se assinalar que a vogal (/e/) é fechada.


Tendo visto a segunda, e última, parte de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.

Ricardo Reis era médico e monárquico.

Álvaro de Campos era alentejano e formado em engenharia pela Universidade Independente.

Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.

Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.

Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.

Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.

Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.

Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.

Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.

Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».

Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).

Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.

Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.

A revista Presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.

Pessoa fundou a Athena, revista onde foram publicados poemas de Ricardo Reis e de Alberto Caeiro.

O único livro em português, publicado em vida, de Pessoa foi Mensagem, destinado a um concurso.

Fernando Pessoa morreu depois de internamento no Hospital de São Luís dos Ingleses.

A última frase que Pessoa escreveu foi «I know not what tomorrow will bring».

Fernando Pessoa foi enterrado nos Prazeres, mas os seus restos mortais repousam agora nos Jerónimos.


Lisbon Revisited (1926)

Nada me prende a nada.

Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.

Anseio com uma angústia de fome de carne

O que não sei que seja –

Definidamente pelo indefinido…

Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto

De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.


Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.

Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.

Não há na travessa achada o número de porta que me deram.


Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.

Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.

Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.

Até a vida só desejada me farta – até essa vida…


Compreendo a intervalos desconexos;

Escrevo por lapsos de cansaço;

E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.


Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;

Não sei que ilhas do Sul impossível aguardam-me náufrago;

Ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra cousa, nem cousa nenhuma…

E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,

Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa

(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),

Nas estradas e atalhos das florestas longínquas

Onde supus o meu ser,

Fogem desmantelados, últimos restos

Da ilusão final,

Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,

As minhas coortes por existir, esfaceladas em Deus.


Outra vez te revejo,

Cidade da minha infância pavorosamente perdida…

Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui…

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,

E aqui tornei a voltar, e a voltar,

E aqui de novo tornei a voltar?

Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,

Uma série de contas-entes ligadas por um fio-memória,

Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?


Outra vez te revejo,

Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.


Outra vez te revejo – Lisboa e Tejo e tudo –,

Transeunte inútil de ti e de mim,

Estrangeiro aqui como em toda a parte,

Casual na vida como na alma,

Fantasma a errar em salas de recordações,

Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem

No castelo maldito de ter que viver…


Outra vez te revejo,

Sombra que passa através de sombras, e brilha

Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,

E entra na noite como um rastro de barco se perde

Na água que deixa de se ouvir…


Outra vez te revejo,

Mas, ai, a mim não me revejo!

Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,

E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim –

Um bocado de ti e de mim!…

Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007

TPC — [Um possível grupo I-B, de exame:] Segundo Fernando Pessoa, Álvaro de Campos é «O filho indisciplinado da sensação». Partindo da tua experiência de leitura de poemas de Álvaro de Campos, comprova a veracidade desta afirmação. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras.



Aula 35 (29 [4.ª], 31/out [1.ª, 6.ª] e 1/nov [3.ª]) Resolve estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª fase), aproveitando o que já lancei nas respostas.

Grupo I

A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.

São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.

Abro a janela directamente, no desespero da insónia.

E, de repente, humano,

O quadrado com cruz de uma janela iluminada!

Fraternidade na noite!


Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!

Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.

Dorme. Nós temos luz.


Quem serás? Doente, moedeiro falsol, insone2 simples como eu?

Não importa. A noite eterna, informe, infinita,

Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,

O coração latente das nossas duas luzes,

Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.


Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,

Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,

Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.


Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!

Que fazes, camarada, da janela com luz?


Sonho, falta de sono, vida?

Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...

Tem graça: não tens luz eléctrica.

Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!

Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifique os sentimentos do “eu”expressos nas três primeiras estrofes.

2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).

4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afecta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ________; e algum interesse e até fraternidade para com ________.

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22. Estão também presentes sensações auditivas — _________. É de registar, ainda, a presença de sensações tácteis no(s) verso(s) ________. Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

3. O verso 13 do poema pode significar que _______.

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — ____________.



TPC — Lê «Tabacaria» (p. 133-135). Depois, resolve o ponto 1/1.1 da p. 133.



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