Sunday, September 15, 2013

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 36-67)


Aula 36-37 (4 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 5/nov [3.ª]) Correção do questionário (de gramática) sobre «Lisbon Revisited (1923)» (ver Apresentação).

Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o «duplo extrovertido de Pessoa». As seguintes características encontram-se quer em poemas de Campos quer em muitos textos ortónimos:

Atitude de autoanálise

Tédio existencial

Inadaptação à vida

Evocação nostálgica da infância

Associação da inconsciência à felicidade

Oposição sonho-realidade

Dor de pensar

Na coluna à direita dos versos de «Tabacaria» (pp. 133-135), escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá, não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):

 

Versos de «Tabacaria»
Motivos Campos &Ortónimo
«Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada.» (vv. 1-3)
Tédio existencial
«Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria» (vv. 46-47)
 
«Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34)
 
«Fiz de mim o que não soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60)
 
«Falhei em tudo. / Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26)
 
«Come chocolates, pequena» (v. 44)
 
«À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo» (v. 4)
 
«Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.» (v. 14)
 
«Não, não creio em mim» (v. 40)
 
«Se eu casasse com a filha da minha lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-93)
 
«Estou hoje dividido entre a lealdade que devo / À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, / E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro» (vv. 22-24)
 
«Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (vv. 50-51)
 
«Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (v. 51)
 
«Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes» (v. 49)
 

 

«Na tabacaria» (p. 136) é um trecho de A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe. Aí se alude a Pessoa e ao poema que acabámos de ver (e te pedira lesses em casa).

Num comentário-síntese, explica como neste excerto de um romance se usou o poema de Álvaro de Campos. No teu texto terão de surgir estas sete expressões (sublinha-as depois; podem ficar no plural): sujeito poético, poeta, autor, escritor, narrador, personagem, protagonista.

...

TPC — Lança as emendas que fiz à primeira versão do conto para o concurso Correntes d’escritas. Depois, traz-me o exemplar com as emendas e a versão limpa. Por vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#) para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço que estivesse a mais. Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez de hífens (alt + 0151 costuma dar bons travessões; inserir Símbolo e, depois, Carateres especiais, também). No exemplar passado a limpo, não porás o teu nome (podes é subscrever o texto já com um pseudónimo); de qualquer modo, estes aspetos para envio dos texto a concurso vou remetê-los para mais tarde. Quanto ao tipo de fonte (da letra), tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma pedir-se Times New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento é exagerado (bastará 1,5). Preferia que os parágrafos fossem europeus (ou seja com uma margem inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos é que preferem não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha de espaço). Poria o texto justificado (à direita e à esquerda).


 

Aula 38-39 (5 [6.ª], 7/nov [3.ª]; este bloco de aulas não se realizou nas turmas 1.ª, 4.ª, porque calhou em dia de greve)

Para responderes a perguntas segundo o modelo do grupo I-A dos exames, lê com atenção os excertos seguintes de «A Passagem das Horas», de Álvaro de Campos.

Sentir tudo de todas as maneiras,

Viver tudo de todos os lados,

Ser a mesma cousa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,

Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos

Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

 

Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,

Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,

Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,

Seja uma flor ou uma ideia abstrata,

Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.

E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.

São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,

E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,

Porque ser inferior é diferente de ser superior,

E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.

Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de carácter,

E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,

E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,

E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.

Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,

Basta que ela exista para que tenha razão de ser.

Estreito ao meu peito arfante num abraço comovido

(No mesmo abraço comovido)

O homem que dá a camisa ao pobre que desconhece,

O soldado que morre pela pátria sem saber o que é pátria,

E…

E o matricida, o fratricida, o incestuoso, o violador de crianças,

O ladrão de estradas, o salteador dos mares,

O gatuno de carteiras, o sombra que espera nas vielas –

Todos são a minha amante predileta pelo menos um momento na vida.

[…]

 

Multipliquei-me para me sentir,

Para me sentir, precisei sentir tudo,

Transbordei, não fiz senão extravasar-me,

Despi-me, entreguei-me,

E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.

Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007

 

1. Identifica a fase da obra do heterónimo pessoano em que se integra o poema, fundamentando devidamente a tua resposta.

1. O texto insere-se na fase futurista/sensacionista da obra de Álvaro de Campos, uma vez que se caracteriza _________.

2. Para Álvaro de Campos, a única realidade é a sensação. Explica como esta realidade se torna visível no poema.

2. Para o sujeito poético, o mais importante é _________. Afirma que __________.

3. Identifica os mecanismos linguísticos e estilísticos utilizados para transmitir a forte carga emotiva e o sensacionismo dinâmico ao longo do texto.

3. A emotividade e o dinamismo servem-se, no plano da linguagem e do estilo, dos seguintes recursos: _________

4. O poema constitui uma intensa e paradoxal autorreflexão. Comprova a afirmação com elementos textuais.

4. O poema está centrado no “eu”, que se torna presente, no discurso, através de deíticos de primeira pessoa, como pronomes (______), determinantes (______) e formas verbais (______). O sujeito poético reflete sobre o seu sensacionismo que, por ser tão exacerbado, confere à sua personalidade uma dimensão paradoxal, expressa em afirmações como as presentes nos versos 12-13 e 16-17 e resumidas no verso final da composição (que sintetiza metaforicamente a sua veneração por aspetos distintos, mesmo que contraditórios).



TPCLê «Cruz na porta da tabacaria!» (em Gaveta de Nuvens).


 

Aula 40 (5 [4.ª], 7/nov [1.ª, 6.ª]; na turma 3.ª, esta aula, que calharia em dia de greve, não se realizou, sendo o seu conteúdo antecipado para a aula 38-39 desta turma; na turma 6.ª, em vez do jogo do stop, já realizado antes, redigiu-se Alfabeto Pessoano)

[Jogo do Stop:] Nos sujeitos e nos complementos diretos não contam eventuais determinantes (a letra será a do nome ou pronome); no complemento indireto, haverá sempre, é claro, a preposição «a» (contraída ou não), mas o que conta será o resto; o «por» não conta no caso de agentes da passiva; no caso de modificadores ou de complementos oblíquos, se houver preposição inicial, esta não conta para definir a letra inicial. Nos verbos das frases passivas, o auxiliar não conta (é a inicial do particípio passado que interessará).

 

Letra
Estrutura
I
Sujeito
Núcleo do Predicado
Modificador do grupo verbal
Complemento oblíquo [País]
A Irene
i
no inverno
a Inglaterra
 
Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento indireto
Complemento direto
 
 
 
 
 
Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Predicativo do c. direto
 
 
 
 
 
Sujeito
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador do grupo verbal [País]
 
 
 
 
 
Modificador do GV [Capital]
Sujeito
Núcleo do Predicado
Predicativo do sujeito
 
 
 
 
 
Sujeito
Núcleo do Predicado
Agente da passiva
Modificador do grupo verbal
 
 
 
 
 
Sujeito [Figura artística]
Modificador apositivo
Núcleo do Predicado
Complemento direto
 
 
 
 
 
Vocativo
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Complemento indireto
 
 
 
 
 
Sujeito [Figura pública]
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador do grupo verbal
 
 
 
 
 
Sujeito [Desportista]
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Modificador restritivo do nome
 
 
 
 
 
Núcleo do Predicado
Complemento direto
Complemento indireto
Modificador do grupo verbal
 
 
 
 
 
Sujeito [Banda]
Núcleo do predicado
Agente da passiva
Modificador do grupo verbal
 
 
 
 

 

TPC — (1) [só para 12.º 1.ª e 12.º 4.ª:] Resolve as quatro perguntas sobre o trecho de «A Passagem das Horas», de Álvaro de Campos; (2) [para todas as turmas:] Consoante o teu grupo na Liga dos Campeões, prepara leitura em voz alta de: [Grupo A:] «Ode triunfal» (mas só pp. 117-118); [Grupo B:] «Ode triunfal» (mas só pp. 119-120); [Grupo C:] «Tabacaria» (pp. 133-135); [Grupo D:] «Lisbon Revisited (1923)» (pp. 131-132) + «Aniversário» (pp. 127-128).

 


Aula 41-42 (11 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 12/nov [3.ª]) Depois de, na p. 79, leres o poema IX de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro, completa a tabela (sem deixar de reler no manual os passos que cite).


 


Trechos

Vv.

Figuras

Funcionalidade do recurso estilístico

Sou um guardador de rebanhos.

1

______

O sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa do silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão  será «o sujeito poético é um guardador de ______».

Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.

4-6

Enumeração

Com este inventário de órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3 (a ______ do sentir físico).

Polissíndeto

A articulação dos termos através da _____ «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples, infantil, ao mesmo tempo que acentua o citado predomínio das ______.

_______

Hierarquizam-se as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas, as tácteis, as olfativas e, por fim, as gustativas.

E com as mãos e os pés / E com o nariz e a boca.

5-6

_________ / Paralelismo

Através da arrumação paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento, que pretendia também afirmar a simplicidade (caeiriana) do eu.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

7-8

Metáfora / ______

Exemplifica-se o que se teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso, visão, olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é a contrária (gosto = pensar).

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

10

_______

O quase paradoxo marca talvez a aversão do eu à perceção mental do gozo.

E fecho os olhos quentes,

12

Sinestesia

Um pouco forçadamente, talvez se possa considerar haver aqui uma associação do _____ («quente») à visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o domínio das ______.

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

13

________

Sugere-se a importância do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à «realidade».

Sei a verdade e sou feliz.

14

Paralelismo / Bipartição do verso

Na sequência da metáfora anterior, confirma-se a supremacia do ______ sobre o pensar, assume-se a sensação como a autêntica forma de ______ e única fonte de felicidade.


 


Resolve o ponto 5 da p. 80:


a. ___;


b. ___;


c. ___;


d. ___;


e. ___.

 

Cruz na porta da tabacaria!

Quem morreu? O próprio Alves? Dou

Ao diabo o bem-star que trazia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Quem era? Ora, era quem eu via.

Todos os dias o via. Estou

Agora sem essa monotonia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Ele era o dono da tabacaria.

Um ponto de referência de quem sou.

Eu passava ali de noite e de dia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Meu coração tem pouca alegria,

Vejo que a morte está onde estou.

Taipais jazigo — tabacaria!

Desde ontem a cidade mudou.

 

Mas ao menos a ele, alguém o via,

Ele era fixo. Eu, porque vou,

Não falto; por mim ninguém diria.

Desde ontem a cidade mudou.

Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos, série menor, edição de Cleonice Berardinelli, Lisboa, INCM, 1992

TPC — Escreve um «Alfabeto Pessoano» (exemplo: A, de África do Sul — A sua educação, de tradição inglesa, decorreu na então colónia britânica. || B, de Bebida — Pessoa bebia, segundo o próprio, não como uma esponja mas como um armazém de esponjas e respetivo anexo. || C, de Caeiro — Segundo Fernando Pessoa, era o Mestre dos outros heterónimos e de Pessoa ele-mesmo. || etc.). || etc. (todas as letras do alfabeto, incluindo K, W, Y).


 

Aula 43-44 (12 [6.ª], 14 [3.ª] e 15/nov [1.ª, 4.ª]) Os dois textos de Alberto Caeiro na p. 73 não pertencem a «O Guardador de Rebanhos», são de «Poemas Inconjuntos». Parecem autorretratos-epitáfios do heterónimo de Pessoa. Dou-os aqui também, para que preenchas os versos em falta com texto da tua lavra, de modo a que os poemas pudessem ficar como autorretrato teu. Evita fazer coisa simplista. Forma não destoará da de Caeiro (vai olhando bastante para o original) quanto a registo (literário); conteúdo será o mais possível verdadeiro (enfim, tanto quanto é possível criares já agora uma quase retrospetiva de vida).

            Texto A

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,

Não há nada mais _______________.

Tem _______________________.

___________________________.

 

Sou _____________ de definir.

_____________ como _________.

______________ sem ___________.

Nunca tive ______________________.

_____________________________.

Compreendi que __________________;

Compreendi isto __________________.

Compreender isto _________________.

 

Um dia __________ como a _________.

Fechei os olhos e __________________.

Além disso, fui ____________________.

 

            Texto B

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:

Nunca fui senão _________________.

Fui ____________ como __________,

De uma ________________________.

 

Fui ___________ porque não _______,

Nem _________________________,

Nem _________________________

_____________________________.

 

Não desejei senão ____________ —

____________________________

____________________________

____________________________,

Sentir _______________________,

E __________________________.

 

Resolve o ponto 7 da p. 74:

a. ___

b. ___

c. ___

d. ___

e. ___

Resolve o ponto 1 da p. 75, em torno de «A novidade de Alberto Caeiro» (pp. 75-76), do próprio Fernando Pessoa.

(1)       ____________

(2)       ____________

(3)       ____________

(4)       ____________

(5)       ____________

(6)       ____________

(7)       ____________

(8)       ____________

(9)       ____________

(10)     ____________

(11)      ____________

(12)     ____________

TPC — Lê o texto expositivo «Poesia e poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90).


 

Aula 45 (12 [4.ª], 14 [1.ª, 6.ª], 15/nov [3.ª]) Nas pp. 77-78 dá-se-nos a primeira metade do poema I de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro. Lê esses trinta versos.

Descobre a estrofe que se segue ao v. 30, recopiando — na ordem que te pareça mais plausível — os versos que dou baralhados.

Para andar espalhado por toda a encosta

A ser muita coisa feliz ao mesmo tempo),

Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz

(Ou ser o rebanho todo

É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol

E corre um silêncio pela erva fora.

E se desejo às vezes,

Por imaginar, ser cordeirinho

___________

___________

___________

___________

___________

___________

___________

___________

A seguir, dou-te todas as palavras de um dos poemas mais pequenos de «O Guardador de Rebanhos». É um poema com dois tercetos (apenas seis versos, portanto). Tenta chegar ao poema original. Agrupei as palavras por classes, mas em desordem. Os sinais de pontuação são apenas três (aparecendo cada um deles uma vez): ... / ? / .

|| um | a | um | o | o | as | Aquela | O ||

|| dos ||

|| piano | piano | correr | rios | murmúrio | árvores | senhora | Natureza ||

|| agradável | preciso | melhor | ouvidos ||

|| tem | é | é | é | é | fazem | ter | ter | amar ||

|| não ||

|| Para ||

|| E | Nem | mas ||

|| que | Que | que ||

_____________

_____________

_____________

 

_____________

_____________

_____________

TPC — Resolve o ponto 1/1.1 (Escrita) da p. 80. (Podes, se preferires, trazer esse texto já no início da próxima semana.)


 



Aula 46-47 (18 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 19/nov [3.ª]) Vai revendo «Poesia e poética de Alberto Caeiro» (pp. 89-90), que te pedira lesses em casa. Em cada item, escolhe a alínea com a melhor opção, circundando a letra respetiva.


Nos dois primeiros parágrafos (ll. 1-9), refere-se duas contradições do primeiro poema da série de «O Guardador de Rebanhos»:


a) entre o paradoxo como processo de representação e a inocência do autor; entre o que se afirma no título e o que se nega quase a seguir.


b) entre um pensamento poético complexo e a inocência de Caeiro; entre os procedimentos poéticos e a natureza.


c) entre Caeiro e o guardador de rebanhos; entre o contacto íntimo com a natureza e a poesia.


d) entre o título e a afirmação no primeiro verso; entre elaboração do discurso e a alegada ingenuidade do eu poético.


Na l. 3, «que» é


a) pronome relativo.

b) conjunção completiva.

c) conjunção comparativa.

d) conjunção causal.

No terceiro parágrafo (ll. 10-19), por um lado, menciona-se um processo (de negação do que se afirmara antes) já observado no poema I, mas mostra-se ainda que no poema IX

a) se estabelece uma teoria de raiz sensacionalista.

b) se marca a importância das sensações e, em particular, das visuais.

c) se considera a relação entre o poeta e o mundo como prioritária.

d) a alusão aos sentidos não é aleatória: Caeiro privilegia, antes de todos eles, a visão.

As palavras «sensacionista» (l. 13), «olhos» (l. 14), «ouvidos», «mãos», «pés», «nariz», «boca» (l. 15), «sentidos» (l. 15), «sentidos» (l. 17), «visão», «audição», «tato», «olfato» e «gosto» (l. 19) contribuem para a coesão

a) referencial.

b) lexical.

c) interfrásica.

d) temporoaspetual.

A oração introduzida por «que» em «Com esse misto de inocência e perversidade que é a essência mesma da sua forma de estar no mundo» (ll. 21-22) é subordinada

a) substantiva completiva.

b) adverbial causal.

c) adjetiva relativa restritiva.

d) adjetiva relativa explicativa.

No quarto parágrafo, nas ll. 23-25 são referidas duas aceções de «saber». Por esta ordem:

a) ‘sabor’ e ‘gosto’.

b) ‘gosto’ e ‘conhecimento’.

c) referencial e conotativo.

d) ‘saber’ e ‘sabor’.

A palavra «ambíguo» (l. 23) é usada com o sentido de

a) repetido.

b) polissémico.

c) expressivo.

d) inequívoco.

Segundo o parágrafo inicial da p. 90 (ll. 29-41), Caeiro

a) prefere a religião à metafísica.

b) teria uma religiosidade, por assim dizer, pagã, fundada nas sensações e na natureza.

c) prefere a metafísica à religião.

d) dá prioridade às sensações e à natureza, sem, porém, descartar a cultura e a religião convencional.

No contexto em que ocorrem, os termos «sensações» (l. 29) e «metafísica» (l. 30) mantêm entre si um relação de

a) equivalência.

b) inclusão.

c) oposição.

d) hierarquia.

A expressão «sob o signo de», usada na passagem «Caeiro procede a uma espécie de reconstituição da ideia de Deus, sob o signo da Natureza» (ll. 33-34), significa

a) dentro de.

b) com a influência de.

c) ao contrário de.

d) a partir de sinais de.

No parágrafo que abrange as ll. 42-48, a referência à repetição da conjunção copulativa ilustra como

a) o sujeito poético, sofregamente, se deixa conduzir pelos sentimentos.

b) os polissíndetos desmentem as características de Alberto Caeiro.

c) o estilo contradiz a alegada simplicidade de Alberto Caeiro.

d) a linguagem usada no poema imita a espontaneidade de Alberto Caeiro.

Com a utilização de «que» (l. 42), inicia-se uma oração

a) subordinada adjetiva relativa restritiva.

b) subordinante.

c) subordinada substantiva completiva.

d) subordinada adjetiva relativa explicativa.

Relativamente à reflexão desenvolvida no parágrafo anterior, o parágrafo iniciado por «Contudo» (l. 49) apresenta

a) uma consequência.

b) um facto semelhante.

c) uma ideia equivalente.

d) uma posição adversa.

Com o recurso ao conector «afinal» (l. 59), o enunciador insere um nexo

a) causal.

b) conclusivo.

c) final.

d) condicional.

No último período do penúltimo parágrafo, defende-se que

a) o verso livre faz que a poesia de Caeiro possa ser menos trabalhada.

b) a «prosa dos meus versos» traduz a informalidade da poesia de Caeiro.

c) a rima implica um cuidado rítmico que o verso não rimado dispensa.

d) o verso, mesmo sem rima, obriga já a bastante elaboração poética.

No último parágrafo (ll. 63-69),

a) reconhece-se o magistério de Caeiro relativamente aos outros heterónimos.

b) põe-se em causa a importância de Caeiro.

c) declara-se atenuada a posição crucial de Caeiro relativamente aos outros heterónimos.

d) considera-se estar patente, na poesia de Caeiro, uma conceção contrastante com a do restante Pessoa.

Lê o poema XXI de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro. Depois, responde aos quatro itens seguintes, que poderiam ser os de um grupo I de exame nacional.

XXI

Se eu pudesse trincar a terra toda

E sentir-lhe um paladar,

E se a terra fosse uma cousa para trincar,

Seria mais feliz um momento…

Mas eu nem sempre quero ser feliz.

É preciso ser de vez em quando infeliz

Para se poder ser natural…

Nem tudo é dias de sol,

E a chuva, quando falta muito, pede-se.

Por isso tomo a infelicidade com a felicidade

Naturalmente, como quem não estranha

Que haja montanhas e planícies

E que haja rochedos e erva…

 

O que é preciso é ser-se natural e calmo

Na felicidade ou na infelicidade,

Sentir como quem olha,

Pensar como quem anda,

E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,

E que o poente é belo e é bela a noite que fica…

E que se assim é, é porque é assim.

Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007.

1. Para o sujeito poético, a sensação é tudo, valorizando a perceção das coisas tais como são. Transcreve do poema expressões que provem que os sentidos estão em atividade.

Para o sujeito poético, é vital sentir, afirmando mesmo que seria mais feliz “se ___________” (v. 3). Neste poema, é evidente a valorização das sensações, como se pode constatar através das expressões _______________. Sendo Caeiro um poeta do “olhar”, verifica-se que dá especial realce às ________.

2. O sujeito poético olha o mundo com naturalidade e simplicidade. Explica a influência desta atitude no modo de sentir a vida.

O sujeito poético aceita as coisas tais como elas são, valorizando a diferença ______ (“montanhas e planícies”, “rochedos e ervas”, vv. 12-13) e os momentos bons e maus da vida (_____________________). Assim, considera que os aspetos menos agradáveis da Natureza e da vida são uma realidade que é necessário sentir e viver.

3. Com o verso “Sentir como quem olha” (v. 16), sintetizam-se algumas características da poesia de Alberto Caeiro. Refere-as.

Partindo do verso “Sentir como quem olha” (v. 16), podem apontar-se algumas características da poesia de Alberto Caeiro, nomeadamente: ______________.

4. Relaciona o último verso com a mensagem global do poema.

__________________



TPC — Responde a este grupo I-B de um exame nacional (2007, 1.ª fase):

Tal como em Álvaro de Campos, também em Alberto Caeiro as sensações são um elemento relevante.

Fazendo apelo à sua experiência de leitura, exponha, num texto de sessenta [oitenta] a cento e vinte palavras, a sua opinião sobre a importância das sensações na poesia de Caeiro.


 

Aula 48-49 (19 [6.ª], 21 [3.ª] e 22/nov [1.ª, 4.ª]) Correção do questionário de compreensão feito na aula anterior (ver Apresentação)

Quer o poema XIV (que ponho a seguir) de «O Guardador de Rebanhos» quer o XXXVI (p. 81) abordam a futilidade da forma, a desnecessidade do trabalho estilístico em torno dos textos.

XIV

Não me importo com as rimas. Raras vezes

Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.

Penso e escrevo como as flores têm cor

Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me

Porque me falta a simplicidade divina

De ser todo só o meu exterior.

 

Olho e comovo-me,

Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,

E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento...

 

Como justifica o sujeito poético o que começa por declarar no v. 1?

......

E que o impede de concretizar cabalmente esse seu conceito de poesia?

......

Agora, relaciona o poema XXXVI (no manual, p. 81) com a «poesia natural» defendida por Caeiro em «Não me importo com as rimas».

......

Atribui a cada um dos versos um dos valores elencados na pergunta 4.1 (da p. 82):

 


Vv.

Transcrição

Valor temático

9

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira.

atitude antimetafísica

10

E olho para as flores e sorrio...

 

13

Mas sei que a verdade está nelas e em mim

 

14

E na nossa comum divindade

 

13-14

Mas sei que a verdade está nelas e em mim

E na nossa comum divindade

 

15-16

E levar ao colo pelas Estações contentes

E deixar que o vento cante para adormecermos

 

18

E não termos sonhos no nosso sono.

 

 

Resolve o ponto 6 da p. 82:

a. = __; b __; c. = __; d = __; e = __.



TPC — Resolve o ponto 1.1 da p. 76 (em cerca de oitenta a cem palavras).


 

Aula 50 (19 [4.ª], 21 [1.ª, 6.ª], 22/nov [3.ª]) Nas pp. 331-333 do manual, temos a matéria relativa a classificação de orações. (Em Gaveta de Nuvens há uma reprodução de capítulo de boa gramática sobre o assunto: Coordenação e Subordinação. Como tenho feito com os assuntos que vamos revendo, vou pôr ainda o mesmo conteúdo como está noutro bom manual de gramática.)

O ano passado fizemos estudo razoavelmente detido das subordinadas adjetivas e das subordinadas substantivas. Quanto às subordinadas adverbiais, fomos mais breves (usámos, para ilustração, umas temporais, causais, condicionais, mas não vimos as comparativas, as consecutivas, as concessivas).

Nas coordenadas, trabalhámos com copulativas, adversativas, disjuntivas; mas evitámos as conclusivas e as explicativas.

As coordenadas explicativas — introduzidas, em geral, por «pois» — poderiam confundir-se com subordinadas causais (no entanto, as subordinadas causais podem antepor-se à subordinante; e as coordenadas explicativas são sempre a segunda oração; além disso, nas subordinadas causais haverá próclise, se for caso disso, e, nas explicativas, ênclise):

Vou lá às terças depois da aula de Português, / porque se come bem naquela taberna.

oração subordinante                                       / oração subordinada adverbial _______

Porque se come bem naquela taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.

oração subordinada adverbial _____ / oração _________

Vou lá às terças depois da aula de Português, / pois come-se bem naquela taberna.

oração coordenada                                         / oração coordenada ______

* Vou lá às terças depois da aula de Português, / pois se come bem naquela taberna.

* Pois come-se bem naquela taberna, / vou lá às terças depois da aula de Português.

As coordenadas conclusivas (introduzidas por «logo» ou «por isso») não oferecem dificuldade, embora estabeleçam uma causalidade por assim dizer inversa da de uma oração subordinada causal:

Não estudei nada para o teste, / por isso tive uma nota bué fraca.

oração ________ / oração coordenada _________

Nas subordinadas substantivas temos insistido nas completivas, embora mais nas finitas («A Alice pretende / que o filho se torne saxofonista») do que nas não finitas («A Amélia pretende / comprar um javali meiguinho»), como aliás com todas as orações.

Não temos trabalhado muito com as substantivas relativas (temos sobretudo pensado nas relativas que têm função de «adjetivo», mas não nestas relativas que não têm antecedente e cumprem função sintática típica de grupo nominal):

Marco a itálico a subordinada substantiva relativa (e sublinho o pronome relativo). Classifica a função de cada oração substantiva relativa:

 


Função sintática da oração relativa sem antecedente

Frase

Sujeito

Quem te ama / é um grande ingénuo.

 

Já sei / quem marcará o golo da Suécia.

 

Dei os parabéns / a quem venceu o Prémio Tia Albertina.

 

Os lambões só gostavam / de quem lhes trazia bolos.

 

Ronaldo jogará / onde Paulo Bento queira.

 

Nas orações subordinadas adjetivas relativas temos insistido bastante (e, em particular, na distinção entre restritivas e explicativas).

Quanto às subordinadas adverbiais, deve ter-se em conta que cumprem funções sintáticas típicas dos advérbios: modificador de grupo verbal ou modificador de frase). As que estudámos mais (causais, temporais, finais) desempenham a função de modificadores do grupo verbal. As orações concessivas (introduzidas por «embora», «ainda que», «mesmo que», «apesar de», etc.) e a orações condicionais têm a função de modificador de frase.



Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» (série Meireles) e em que não pus pontuação, há cinco vocativos. Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.

Senhor Guarda cheire o meu hálito

Está bem está meu badocha

O que é que eu fiz Senhor Guarda

Para que é que tu serves meu palhaço

Senhor Guarda acabo de ser vítima de um roubo

Quantas orações há em cada uma das frases que pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de predicados — lembrando-te ainda de que cada predicado terá de ter um verbo.)

(1)       Se correr, ainda os apanha.

(2)       Quero uma salada, se faz favor.

Em cada período há ___ orações. Os núcleos do predicado da primeira frase são ______ e ______. Os da segunda frase são ______ e _____

Vejamos agora os sujeitos (classificando-os e identificando-os). Os sujeitos de cada uma das orações da frase 1 são _______; _______. Os sujeitos das orações da frase 2 são: _______; _______.

Na frase 1, na segunda oração («ainda os apanha»), a função sintática de «os» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.

Na frase 2, na 1.ª oração («Quero uma salada»), a função sintática de «uma salada» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento direto / complemento indireto / vocativo / modificador.

Tentemos classificar as orações de cada uma destas duas frases. Em cada uma das frases há uma oração subordinada e uma oração subordinante (esta, ao contrário da subordinada, poderia aparecer como frase simples). A subordinante da frase 1 é _______; a subordinante da frase 2 é ______. As duas restantes orações (______ e _____), introduzidas pela conjunção subordinativa ______ «____», são orações subordinadas adverbiais {escolhe} temporais / causais / condicionais / finais / concessivas / consecutivas / comparativas.

Mais um exercício tirado do citado Português, Caderno de Atividades. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012:

Faz corresponder cada frase à classificação das orações que a compõem.

a) Ainda que esteja mau tempo, terminaremos as obras dentro do prazo estipulado.

b) Comprámos um carro novo para que a viagem fosse mais agradável.

c) Se reciclarmos, estaremos a contribuir para a diminuição do aquecimento global.

d) Como aprecio muito a música clássica, decidi comprar um bilhete para o espetáculo.

e) Mal as janelas da casa se abriram, a sala encheu-se de luz.

f) Foram premiados os alunos que tiveram melhores notas.

g) Veio à festa quem quis.

h) Ele estava certo de que teria sucesso no seu novo emprego.

1. oração subordinada adverbial condicional + oração subordinante

2. oração subordinada adverbial causal + oração subordinante

3. oração subordinada adverbial concessiva + oração subordinante

4. oração subordinante + oração subordinada adverbial final

5. oração subordinante + oração subordinada substantiva completiva

6. oração subordinante + oração subordinada substantiva relativa

7. oração subordinante + oração subordinada adjetiva relativa restritiva

8. oração subordinada adverbial temporal + oração subordinante

Este exercício adapta uma tarefa do «Caderno do aluno» de Plural, 12.º ano:

No texto seguinte., já assinalei as palavras relativas (pronomes relativos, determinantes relativos, advérbios relativos, quantificadores relativos). Identifica os respetivos antecedentes, circundando-os:

A Noite do Oráculo, último título do norte-americano Paul Auster, é um romance que surpreende e cuja ação, a qual inclui várias histórias encaixadas, nos conduz a uma reflexão sobre o tempo. O protagonista é um escritor que acaba de recuperar de uma grave doença e a quem imprevistos diversos acontecem, desde aquele dia de Setembro em que entrou numa papelaria onde um simpático oriental lhe vendeu o caderno de capa azul, de fabrico português.

A partir daí, tudo quanto lhe acontece é extraordinário e desconcertante.

Nos exemplos seguintes, distingue as orações subordinadas adjetivas relativas explicativas (E) e as orações subordinadas adjetivas relativas restritivas (R).

Paul Auster, que visitou Lisboa em 1995, pretende voltar.

Ele quer ver os quadros de Bosh que estão no Museu de Arte Antiga.

Entrevistámos o romancista, que nos recebeu na sua casa, em Nova Iorque.

O escritor, com quem tivemos uma interessante conversa, é também argumentista.

Ele é um escritor a quem a crítica costuma elogiar e cujos romances têm grande sucesso em Portugal.

A Noite do Oráculo é o título do romance que fala de um caderno de fabrico português.

O protagonista é um escritor que admira muito Fernando Pessoa.

TPC — (1) Se ainda não ma entregaste, traz agora a versão reformulada do conto (cfr. tepecê da aula 36-37). Na primeira aula da próxima semana, gostaria de tratar das identificações dos contos a enviar (posso enviar ao concurso todos os textos, desde que tenha os elementos necessários). O elemento que implica mais cuidado é a fotocópia do BI/CC (a trazer-me, portanto, segunda ou terça-feira, sem falta, caso lhes interesse que eu envie o texto para a Póvoa de Varzim — e gostava de enviar, pelo menos, os textos Muito Bons e Bons). (2) Vai estudando gramática (por exemplo, lendo as páginas de bons manuais de gramática que tenho copiado em Gaveta de Nuvens; sugiro, desta vez, que relanceiem as relativas a ‘coordenação e subordinação’).


 


Aula 51-52 (25 [1.ª, 4.ª, 6.ª] e 26/nov [3.ª]) Os itens que se seguem tratam de crónica, de Luís Filipe Borges, «Muda de vida» (publicada, salvo erro, na Tabu, magazine de O Sol) e, em parte, do filme de Peter Weir Clube dos Poetas Mortos.




O rapaz choroso referido no primeiro parágrafo ia num carro conduzido por um


a) professor e advogado.


b) encenador profissional.


c) economista e professor.


d) economista e advogado.

 

O «miúdo de quinze anos» é

a) um rapaz conhecido do autor.

b) o próprio narrador, mais novo.

c) o destinatário do texto.

d) o protagonista desta crónica.

 

O uso do presente do Indicativo nos primeiros parágrafos («Estamos»; «chora»; «vai»; etc.) resulta de

a) simultaneidade entre ato de enunciação e o que se relata (o enunciado).

b) esse tempo verbal poder adequar-se à expressão do futuro.

c) intenção de se exprimir aspeto durativo da ação.

d) vontade de se dar um facto passado como se fosse presenciado na atualidade.

 

«Não é o que está a pensar, chiça» (primeiro parágrafo, ll. 4-5) previne

a) inferência de que o aluno era «graxista».

b) conjetura de que o professor tivesse batido no aluno.

c) que os leitores pensem que o aluno tinha reprovado.

d) possibilidade de se julgar estar em causa um ato pedófilo.

 

No segundo período do segundo parágrafo, em «O puto inconsolável é este vosso escriba e aquela não seria a última vez que choraria num banco traseiro de um automóvel», as duas palavras sublinhadas são

a) deíticos espaciais.

b) deítico espacial e catáfora, respetivamente.

c) pronomes.

d) deítico espacial e deítico temporal.

 

«déficit», «superávit», «balanças comerciais», «import/export» são

a) aceções de uma palavra.

b) uma família de palavras.

c) um campo lexical.

d) hiperónimos.

 

«Oh Captain, my Captain» é uma citação

a) inventada no filme Clube dos Poetas Mortos.

b) de verso de Walt Whitman.

c) de fala de peça de Shakespeare.

d) de trecho de Álvaro de Campos.

 

No começo do quinto parágrafo, «Continuo a tratá-lo assim, artigo definido em destaque, embora ele mo desaconselhe», significa que o professor

a) lhe pedia para o tratar sem artigo.

b) lhe pedira para usar tratamento mais informal.

c) lhe pedira que o tratasse por tu.

d) preferia o uso de «stor» ao uso, mais académico, de «professor».

 

No quarto parágrafo, em «Numa sociedade cada vez mais individualista [...], é com orgulho que o considero meu mestre», «meu mestre» é:

a) complemento direto.

b) modificador restritivo do nome.

c) predicativo do complemento direto.

d) vocativo.

 

«artigo definido em destaque» (quinto parágrafo) traduz que, para o narrador, aquele professor

a) não se confunde com os outros.

b) é o mais definido.

c) é o mais indefinido.

d) é um entre vários.

 

«apercebo-me de que o tempo é maleável» (no final do quinto parágrafo) alude à circunstância de

a) o narrador facilmente se transportar para o passado.

b) o protagonista ser capaz de desenvolver diversíssimas atividades.

c) se ter esbatido a diferença etária entre as duas personagens.

d) a personagem estar disposta a mudar de vida radicalmente.

 

No penúltimo parágrafo, o segmento «John Keating amargurado» alude

a) à amargura do professor de Clube dos Poetas Mortos e à sua semelhança com o professor do cronista.

b) às semelhanças entre Keating e António.

c) à angústia do protagonista de Clube dos Poetas Mortos.

d) à rebeldia comum aos dois professores e à angústia de António.

 

O adjetivo «Previsível» (penúltima linha do penúltimo parágrafo) é

a) predicativo do sujeito.

b) predicativo do complemento direto.

c) sujeito.

d) modificador restritivo do nome.

 

No sétimo parágrafo, em «E, quando desligo o telefone, sou outra vez o miúdo de 15 anos [...]», a vírgula após a conjunção «e»

a) está incorreta.

b) está correta, porque isola-se depois uma oração subordinada adverbial.

c) está correta, porque fazemos realmente uma pausa a seguir à conjunção.

d) está incorreta, porque não estabelecemos qualquer pausa entre as duas conjunções («e» e «quando»).

 

Neste mesmo sétimo parágrafo, o narrador revela

a) saudade dos tempos de adolescente.

b) indecisão quanto à melhor forma de ajudar um amigo.

c) tristeza quanto ao que o destino trouxera ao ex-professor.

d) angústia por ter estragado uma amizade de tantos anos.

 

O título «Muda de vida», relativamente a «Carpe Diem», pode funcionar como

a) tradução livre.

b) decalque irónico.

c) tradução literal.

d) metáfora.

 

Tal como Alencar caracterizava o naturalismo, para Keating certo ensino da literatura era

a) cocó.

b) demasiado subjetivo ainda que meritório.

c) discutível.

d) pertinente mas demasiado rebuscado.

 

Lê o texto de Alberto Caeiro na p. 83 do manual, o XXV de «O Guardador de Rebanhos» e responde a este grupo I-A de exame nacional.

1. Identifique três pormenores das bolas de sabão que os sentidos captam e justifique com elementos do poema.

2. Explique a identificação das bolas de sabão com «uma filosofia toda».

3. Refira duas expressões que revelem a efemeridade das bolas de sabão e, naturalmente, das coisas.

4. Indique o modo e o tempo das formas verbais «são» (vv. 3, 6, 9) e «passa» (vv. 11 e 12) e refira os seus valores expressivos.

TPC — [Ver em Gaveta de Nuvens instruções para tarefa sobre poema de Pessoa (aqui), a entregar até 10 de dezembro.]
 

 

Aula 53-54 (26 [6.ª], 28 [3.ª], 29/nov [4.ª], 2/dez [1.ª]) Sob o signo de Clube dos Poetas Mortos, faremos um rápido sarau de poesia portuguesa do século XX. Vamos percorrer os poetas das gerações posteriores à de Pessoa.

Caberá a cada um um livro de poesia. Manuseia-o com o cuidado que se deve ter sempre (e, sobretudo, quando o livro em causa é de quem não gosta de ter livros com os cadernos soltos — por os terem espalmado —, vincados — por os terem usado sob papéis em que se tivesse escrito —, com folhas rasgadas — por os terem folheado negligentemente).

O objetivo é escolher uma estrofe ou duas (mas num total de menos de dez versos). Não interessa se esses versos são do início, do meio ou do fim de um poema (ou se até são um poema completo), mas terão de ser seguidos. Transcreverás os versos na tua folha (muito legivelmente, por favor). Depois, lê-los-ás à turma.

Elegeremos o melhor trecho poético. A nossa classificação incidirá sobre os versos ouvidos, o que implica que (1) se trate de passos interessantes; (2) a leitura em voz alta seja expressiva.

Ao «diseur» vencedor caberá um prémio Tia Albertina, a repartir com o poeta responsável pelo trecho lírico laureado — se ainda for vivo.

Depois da transcrição, escreve a referência bibliográfica, segundo este modelo:

Vieste! Cingi-te ao peito.

Em redor que noite escura!

Não tinha rendas o leito,

Não tinha lavores na barra

Que era só a rocha dura...

Muito ao longe uma guitarra

Gemia vagos harpejos...

(Vê tu que não me esqueceu)...

E a rocha dura aqueceu

Ao calor dos nossos beijos!

Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, 2.ª ed., Alenquer, Editora «A Romântica», 1850 [1.ª ed.: 1848], pp. 23-25, p. 24.

 

Ou seja: o que transcrevemos está na página 24 do livro Flores e martírios, de Tomás de Alencar, e pertence ao poema «6 de Agosto». Como o poema ocupa mais páginas do que a passagem citada, indicamos as páginas do poema, «pp. 23-25», bem como a precisa página em que fica o trecho transcrito («p. 24»). Pomos também o número da edição, a cidade da editora, a editora, o ano da publicação (e, entre parênteses retos, a data da edição original). Se se tratasse da 1.ª edição — ou não houvesse indicações acerca disso —, bastaria pôr a data (ficaria: ‘Tomás de Alencar, «6 de Agosto», Flores e martírios, Monte de Caparica, Editora Bulhão Pato, 1848, pp. 27-29, p. 28’).

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Se tiveres tempo, depois de cumprido o que ficou em cima, descreve a situação que se coaduna com o livro que viste.

Predominam os versos {circunda} rimados / livres.

Em geral, {circunda} há /não há uma métrica fixa (nesse caso, há sobretudo {circunda} monossílabos / dissílabos / trissílabos / tetrassílabos / pentassílabos / hexassílabos / heptassílabos / octossílabos / eneassílabos / decassílabos / hendecassílabos / dodecassílabos).

As estrofes {circunda} não seguem / seguem um padrão fixo (há composições em {circunda} dísticos / tercetos / quadras / quintilhas / sextilhas / oitavas / décimas).

{Circunda} Não há / Há composições poéticas estandardizadas (soneto, quadra popular, etc.).

Se quisesse designar o tema que agrega a maioria destes textos, diria que são poemas sobre .......

Talvez encontre em alguns destes poemas influências de Fernando Pessoa (e heterónimos) — ou de Cesário Verde, quem sabe — ou, ao menos, linhas comuns de abordagem. Por exemplo, .....

 



Poeta (nascido entre 1900 e 1974)

lido por...

minha nota

nota do mestre

lugar

José Gomes Ferreira (1900-1985)

 

 

 

 

José Régio (1901-1969)

 

 

 

 

Vitorino Nemésio (1901-1978)

 

 

 

 

António Gedeão (1906-1995)

 

 

 

 

Miguel Torga (1907-1995)

 

 

 

 

José Blanc de Portugal (1914-2001)

 

 

 

 

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

 

 

 

 

Jorge de Sena (1919-1978)

 

 

 

 

João José Cochofel (1920-1982)

 

 

 

 

Raul de Carvalho (1920-1984)

 

 

 

 

Carlos de Oliveira (1921-1981)

 

 

 

 

Eugénio de Andrade (1923-2005)

 

 

 

 

Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)

 

 

 

 

Natália Correia (1923-1992)

 

 

 

 

Sebastião da Gama (1924-1952)

 

 

 

 

Alexandre O’Neill (1924-1986)

 

 

 

 

António Ramos Rosa (1924-2013)

 

 

 

 

David Mourão Ferreira (1927-1996)

 

 

 

 

João Rui de Sousa (1928)

 

 

 

 

Herberto Helder (1930)

 

 

 

 

Armando Silva Carvalho (1931)

 

 

 

 

Ruy Belo (1933-1978)

 

 

 

 

António Osório (1933)

 

 

 

 

Pedro Tamen (1934)

 

 

 

 

Manuel Alegre (1936)

 

 

 

 

Alberto Pimenta (1937)

 

 

 

 

Fernando Assis Pacheco (1937-1995)

 

 

 

 

Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)

 

 

 

 

Luiza Neto Jorge (1939-1989)

 

 

 

 

João Miguel Fernandes Jorge (1943)

 

 

 

 

Joaquim Manuel Magalhães (1945)

 

 

 

 

Al Berto (1948-1997)

 

 

 

 

Nuno Júdice (1949)

 

 

 

 

Ana Luísa Amaral (1956)

 

 

 

 

Fernando Pinto do Amaral (1960)

 

 

 

 

Adília Lopes (1960)

 

 

 

 

Pedro Mexia (1972)

 

 

 

 

Manuel de Freitas (1972)

 

 

 

 

 

Antes de vermos mais um trecho de Clube dos Poetas Mortos, de Peter Weir, o poema de Walt Whitman que o protagonista, John Keating, citava logo na sua apresentação aos alunos.

Logo percebemos como Álvaro de Campos e os futuristas foram influenciados pelo poeta americano:

Ó CAPITÃO! MEU CAPITÃO!

Ó capitão! meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,

O navio resistiu a todas as tormentas, o prémio que buscávamos está ganho,

O porto está próximo, oiço os sinos, toda a gente está exultante,

Enquanto seguem com os olhos a firme quilha, o ameaçador e temerário navio;

            Mas, oh coração! coração! coração!

                        Oh as gotas vermelhas e sangrentas,

                                   Onde no convés o meu capitão jaz,

                                               Tombado, frio e morto.

 

Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;

Ergue-te — a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;

Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas — para ti as multidões nas praias,

Chamam por ti, as massas agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;

            Aqui capitão! querido pai!

                        Passo o braço por baixo da tua cabeça!

                                   Não passa de um sonho que, no convés,

                                               Tenhas tombado frio e morto.

 

O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis,

O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,

O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída,

O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objetivo ganho:

            Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!

                        Mas eu com um passo desolado,

                                   Caminho no convés onde jaz o meu capitão,

                                               Tombado, frio e morto.

Walt Whitman, Folhas de Erva [Leaves of Grass, 1855], II, trad. de Maria de Lourdes Guimarães, Lisboa, Relógio D’Água, 2002, p. 599



TPC — [Lembro que estão em Gaveta de Nuvens (aqui) as instruções acerca de trabalho, a entregar até 10 de dezembro, em torno de poema de Fernando Pessoa.]


 

Aula 55 (26 [4.ª], 28 [1.ª, 6.ª], 29/nov [3.ª]) A terminação mos da 1.ª pessoa do plural (andamos, andámos, andaremos, andámos, andávamos, andarmos, andaríamos) não é nenhum pronome, é um sufixo que nos dá informação sobre pessoa/número (dantes, chamávamos-lhe desinência pessoal) que integra a palavra. Não há, é claro, nenhum hífen a separá-lo do verbo.

Basta flexionarmos a forma verbal nas outras pessoas para termos a certeza de que é uma palavra única:

quando eu fizer

quando tu fizeres

quando ele fizer

quando nós _____________

quando eles fizerem

É verdade que também há expressões com o pronome -mos (contração de me + os), que deverá ficar separado do verbo por um hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-______.»

Podes experimentar substituir pela 3.ª pessoa do complemento indireto (lhe):

Dá-_____.

Podes substituir por um nome a parte do complemento direto:

Dá-me os lápis.

É mais comum o pronome -nos. (E nota que não há nenhum sufixo nos, portanto nos depois de verbo será decerto -nos.) Este pronome nos pode ser complemento indireto ou direto: «Dá-nos o lápis.» / «Deixa-nos sozinhos»

É substituível por lhe ou por o.

Dá-lhe o lápis. / Deixa-o sozinho.

Há ainda um outro pronome -nos, que resulta de -os estar a seguir a uma nasal e precisar de uma consoante de ligação:

«Comam os kínderes» pronominaliza-se assim: [*Comam-os] > ______

As formas do Pretérito Imperfeito do Conjuntivo terminam em asse, esse, isse (repara que são palavras graves, como se vê de o a e o e serem tónicos): andasse, comesse, partisse:

Para verificar que é uma forma verbal simples, flexiona-se:

se eu _____

se tu andasses

se ele _____

se nós andássemos

se eles andassem

A diferença relativamente às formas (indeterminadas) com um pronome -se é notável pelo som (a ou e finais — mesmo seguidos de hífen — são átonos):

anda-se || _____ || parte-se

Outro erro frequente relaciona-se com pronomes que estão em ênclise (portanto, depois dos verbos) depois de formas que terminavam em -r, -s, -z. Repara que a terminação do verbo cai (-r, -z, -s > Ø), passando o pronome a ter um l inicial (o, os, a, as > lo, los, la, las). 

Pronominalizemos o complemento direto:

Vou comer as castanhas. > Vou ______.

Tu bebes o leite com deleite. > Tu _______ com deleite.

Amália vai amar aquela mala. > Amália vai ______.

Fez o merdelim do tepecê. > ______.

Nota que, frequentemente, é preciso pôr acento gráfico na vogal antes do hífen.

Problemas mais sofisticados vêm da mesóclise (que se usa apenas com o Futuro e com o Condicional).

Pronominalizemos os complementos diretos:

Entornarei o vinho sobre o linho impecável da mesa. || _______ sobre o linho impecável da mesa.

Devoraria com gula trinta javalis meigos se tivesse dentes capazes. || ______ com gula se tivesse dentes capazes.

Amarão todas as moças bonitas do mundo. || ______.

Pontapearemos os dinossauros com charme. || ______ com charme.

Traríamos o passaporte dos duendes. || _____.

Diria o sermão. || ____.

Diluiria o diluente. || ____.

Corrijamos estas formas incorretas:

* Comerá-se bem neste talho. || _____ bem neste talho.

* Zangarias-te comigo. || ______ comigo.

* Veremos-vos no inferno. || ____ no inferno.

Complete-se, tendo em conta o que fica dentro dos parênteses:

Se eu _____ («Olhar» no Imperfeito do Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.

_____ («Olhar» na 3.ª pessoa do Presente do Indicativo e pronome de indeterminação) e vê-se só hipocrisia e penicos de prata.

Se _____ («Comer» na 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo) dicionários, não ficávamos com mais vocabulário.

Vês estas belas osgas? _____ (Imperativo de «Levar» + complemento direto pronominalizado) ao dentista.

Levamos as aulas muito a sério. _____ («Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo + complemento direto pronominalizado) mais a brincar.

De novo uns exercícios que roubo à Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 146-147:


TPC — [Lembro que estão em Gaveta de Nuvens (aqui) as instruções acerca de trabalho, a entregar até 10 de dezembro, em torno de poema de Fernando Pessoa.]


 


Aula 56-57 (2 [4.ª, 6.ª], 3 [3.ª], 4/dez [1.ª]) Correção do questionário de compreensão (sobre «Muda de vida») (Ver Apresentação.)


Grupo I-A de modelo de exame sobre poema XXV de «O Guardador [...]» (p. 83)


[Sugestões de resolução


Conselhos úteis a respostas para exame]

1. Os sentidos veem estas bolas atravessadas pela luz, translúcidas (v. 3), “Claras” (v. 4), “com uma precisão redondinha e aérea” (v. 7), que passam “como a brisa” (v. 11), mal se vendo “no ar lúcido” (v. 10).

A resposta exige três pormenores, embora se possam encontrar outros. Neste caso, deve mostrar a cor e a forma das bolas de sabão que o sentido da visão é capaz de apreender: a transparência (ao recorrer ao advérbio “translucidamente”), a claridade (presente no adjectivo “claras”) e a “precisão redondinha e aérea”.

Complementada com o sentido do tacto, a visão revela que passam “como a brisa”. O sujeito poético vê as bolas levantarem voo, mas por se confundirem com a transparência do ar (“algumas mal se veem no ar lúcido”), quase só percebe o seu movimento tal como sucede quando a brisa toca os sentidos. O termo “lúcido” aqui significa que é cristalino, límpido, luzente, e, por isso, estas bolas, por serem transparentes, confundem-se com o ar, sendo mais difícil distingui-las.

2. “As bolas de sabão (...) / São translucidamente uma filosofia toda” (vv. 1 e 3), porque são bolas translúcidas, transparentes e límpidas, que em si mesmas contêm a verdadeira sabedoria. “São aquilo que são” (v. 6), na sua simplicidade natural. Não fazem pensar em nada mais.

As bolas são feitas de sabão e a sua filosofia está nessa capacidade de se revelarem translúcidas. Nesta questão, convém mostrar que as bolas de sabão devem ser contempladas como elas são, observadas no presente sem complexidade, tal como faz a criança. Não há nada para além daquilo que se vê. As bolas revelam-se na sua translucidez. São lúcidas (cintilantes e transparentes) como o ar e felizes com a sua existência.

Ao juntar o advérbio de modo “translucidamente”, o Poeta procura mostrar que o que capta são bolas feitas de sabão e que a sua filosofia está nessa capacidade de se revelarem translúcidas.

3. As expressões que revelam a efemeridade são as que mostram as bolas de sabão “passageiras como a Natureza” (v. 4) ou “como a brisa que passa” (v. 11).

Na identificação destas duas expressões é importante atender ao sentido de efemeridade, de brevidade, de fugacidade. Assim, o adjectivo “passageiras” pode significar fugazes, momentâneas; o nome “brisa” reforçado com a forma verbal “passa” remete para a aragem ou o sopro de ar que aparece e desaparece de seguida. Também, a forma verbal “aligeira” em “qualquer coisa se aligeira em nós” (v. 13) pode ser identificada com fugacidade ao sugerir abrevia, torna breve.

Nota — Quando se pede uma expressão não é conveniente transcrever a frase toda ou a estrofe (no caso de poemas), sob pena de haver penalização por não saber distinguir a parte da enunciação que se pretende.

4. As formas verbais “são” e “passa” encontram-se no modo indicativo e no tempo presente. Com o indicativo, o poeta enuncia o facto real das bolas que observa; com o presente, dá conta da actualidade das mesmas bolas e do momento de captação.

A resposta deve contemplar não só a identificação do modo indicativo e do tempo presente, mas também o seu valor expressivo. Sabendo que o indicativo enuncia factos reais e que o presente dá conta da sua actualidade, o poeta tinha de recorrer a este modo e a este tempo para mostrar a verdade daquelas bolas que observa e mostrar a intenção de captar esse real sem equívocos.

Todo o poema é enunciado no indicativo para exprimir factos como certos e reais, neste caso, as bolas de sabão que são uma realidade captada pelos sentidos. E o tempo é o presente para indicar que tais factos são actuais e constituem uma verdade universal, ou seja, as bolas de sabão são uma realidade presente e a sua realidade não pode ser subvertida.

Lê «A poesia de Ricardo Reis» (p. 93). Depois, resolve o item 1.4.1 (p. 94):

a. carpe diem = ____ || b. aurea mediocritas = ____ || c. fatum = ____.

Para perceberes a alusão a epicurismo e a estoicismo, lê agora «Epicurismo» e «Estoicismo» (pp. 94-95).

Em função do que pudeste perceber dos dois textos, na lista seguinte marca as características com E (de Epicuro — para epicurismo), Z (de Zenão — para estoicismo), C (de Conhé — para maluquice estúpida).

desvalorização de conceptualização e abstrações

obsessão por mitos

resistência às intempéries

indiferença pelos deuses

indiferença por Jorge Jesus

atitude de fuga das «agitações» do mundo

vício do jogo

procura da ataraxia

defesa da corporalidade

apologia do sexo desenfreado

aceitação do destino

descrença na Virgem Maria

apologia das sensações

defesa da antipatia

defesa da apatia

indiferença pela morte




Lê agora a ode de Ricardo Reis na p. 96 (texto A):

Os primeiros quatro versos constituem uma crítica àqueles que ....

Nos restantes quatro versos (5-8), fica justificada aquela crítica. O sujeito poético lembra que ...

Portanto, a maneira inteligente de vivermos é ...

O texto B é uma ode mais difícil, cuja tese, porém, é idêntica à do poema anterior, embora mais detalhada. De cada terceto se pode deduzir um conselho (ou uma máxima de vida). Escreve esses conselhos que o sujeito poético parece estipular:

vv. 1-3: ______

vv. 4-6: ______

vv. 7-9: ______




 

Aula 58-59 (3 [6.ª], 5 [3.ª], 6/dez [1.ª, 4.ª]) Correção de redação (à grupo I-B de exame, sobre Campos), tepecê antigo e devolvido agora.

Lê o excerto da crónica «O arroz-doce quente» (p. 97), de Miguel Esteves Cardoso. Depois, responde ao ponto 1.1:

.....

Ouçamos agora uma boa declamação (de Luís Lima Barreto) do poema — de Ricardo Reis — cujo primeiro verso é «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (p. 97).

Responde ao ponto 1.1.1 (p. 97):

.....

Relativamente ao ponto 1 (no final da p. 98), circunda as boas opções aqui mesmo:

No início do poema, o sujeito lírico, situado num espaço bucólico/urbano, apela, através da perífrase/apóstrofe presente no primeiro verso, à presença de Lídia, a quem exorta/desencoraja a observar o rio e a sua corrente como antíteses/metáforas da vida e da sua transitoriedade. A constatação da brevidade da vida é aceite de modo sereno/perturbado e conduz ao desejo de fruir os momentos e assumir compromissos, mesmo físicos/psicológicos, como a hipótese (marcada pelo recurso aos parênteses) de enlaçar as mãos.

Responde ao ponto 2 da p. 99:

2.1 .....

2.2 .....

Resolve 7./7.1: A = estrofes ___ | B = estrofes ___ | C = estrofes ___ | D = estrofes ___.

Resolve 8 (mas não uses: «porque», «dado que», «embora», «ainda que», «para que»):

a. _______

b. _______

c. _______

As crónicas gastronómicas de MEC — que saem semanalmente na p. 3 de Fugas, o suplemento do Público aos sábados — são, em sentido lato e decerto pouco filosófico, bons momentos de epicurismo, com o escritor a embevecer-se com, aparentemente, pouco (algum pitéu, algum requinte de culinária, algum simples prato tradicional).

Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam entre o género ‘apreciação crítica’ (o das recensões) e a crónica (por vezes, memorialística).

Escreve um texto no mesmo género, um pouco mais pequeno, de idêntico teor gastronómico, culinário, etc.




 

Aula 60 (3 [4.ª], 5 [1.ª, 6.ª], 6/dez [3.ª]) Mais uns exercícios tirados de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012. (Pode ser útil teres o nosso manual aberto nas páginas relativas às orações: pp. 331-333.)

Assinala a hipótese correta em cada item:

Na frase «Limpámos a casa, arrumámos os quartos e fizemos o jantar.», a oração destacada classifica-se como...

oração coordenada assindética. || oração coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «Choveu tanto que o telhado da casa abateu.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva.

Na frase «Caso o projeto seja aprovado, iniciaremos o trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial condicional.

Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinante. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração coordenada.

Na frase «Ele fala melhor do que escreve.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.

Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada dassifica-se como...

oração subordinante. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração subordinada adverbial concessiva.

Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto vou levá-lo.», a oração destacada classifica-se como...

oração coordenada explicativa. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «O livro cujo autor foi premiado está à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva completiva.

Delimita e classifica as orações das frases que se seguem.

Dado que a exposição é muito interessante, amanhã visitaremos o museu.

Ele considera que este texto é muito atual.

Ele deparou com vários obstáculos ao longo do caminho, contudo nunca desistiu.

Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é um bom profissional.

A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer a prova.

Assim que a campainha tocou, abri a porta.

Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei os faróis.

A professora deu instruções detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do trabalho.

 

Do Caderno de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):

Liga as afirmações da coluna A às hipóteses da coluna B que lhes correspondam:




A propósito de «C Certinho» (série Carlos), completa esta síntese. Haverá vantagem em relanceares a p. 340 («Registo formal e informal»), embora o ideal fosse vermos as pp. 296-297 do manual do 10.º ano («Variação e normalização linguística»).

A letra da canção assenta em dois tipos de transgressão da adequação discursiva.

Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas das palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso _____ do que do uso _____: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».

Também o registo é mais _____ do que é habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de _____ ou expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»; léxico do calão, como «_____»; expressões que talvez sejam relativamente ______: «vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do melhor que há»; «da pesada»).

Podemos dizer que, exceto nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a ____, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, ____, até geográfica) que associamos ao rap.

Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula ___, «amigos», que implica o uso da ___ pessoa do plural (pessoa verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em ‘tu’, porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’ (a verdadeira __ pessoa do plural).

Quanto a variedades (ou variantes) do português, há um termo que é mais típico da variante ______: «cafageste». Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge (será talvez também da variedade sul-americana).

Do Caderno do Aluno do manual Plural. 12.º ano (Lisboa, Lisboa editora, s.d.):

As frases que seguem apresentam incorreções, não são coesas. Lê-as e estabelece com as afirmações 1-9 as correspondências que explicam o erro gramatical que lhes retira coesão. Transforma as frases em frases coesas.

A. Os jovens gostam de ler livros nas férias de aventuras.

B. Os Lusíadas é o nome da epopeia que escreveu Camões.

C. Se ele escrevesse outras epopeias também a leríamos.

D. Quem escreveu Os Lusíadas é Luís de Camões.

E. A obra de Luís de Camões e de Fernando Pessoa existe na biblioteca.

F. A Mensagem de Fernando Pessoa é um livro que eu gosto.

G. Fernando Pessoa respondeu para Mário de Sá-Carneiro numa breve carta.

H. A Mensagem é uma obra-prima, mas é um grande livro.

I. Ele sempre utilizou.

J. Devido aos seus problemas, a Ana esteve sempre sobre observação.

1. A conjunção adversativa utilizada estabelece uma relação não adequada entre as duas frases.

2. O sujeito deve preceder o verbo.

3. O verbo gostar rege a preposição de.

4. O verbo da frase não rege a preposição utilizada.

5. Os elementos da frase não estão corretamente ordenados.

6. O tempo verbal utilizado não deve ser o presente.

7. Uso incorreto da preposição.

8. Falta o complemento direto, uma vez que o verbo é transitivo.

9. Não há concordância entre o pronome e o nome.

10. Não há concordância entre o sujeito e o predicado

As frases transcritas em baixo apresentam incoerências sintáticas. Explica o erro gramatical que lhes retira a coerência. Transforma-as em frases coerentes.

Tratam-se, de uma maneira geral, de apartamentos lindíssimos.

Ainda existe muitas pessoas que precisam de casa.

No futuro haverão muitas casas tão boas como essas.

Fazem dez anos que mudei para a casa onde vivo.

Em Portugal precisam-se muito de casas novas.

A casa é muito boa, porém gostei bastante dela.

Em todas as casas há excelentes roupeiros, por conseguinte o Filipe não comprou nenhuma.

Eu perguntei a ele se queria ser meu namorado.


 


Aula 61-62 (9 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 10/dez [3.ª]) Pronominaliza o complemento direto (exemplos: «Come a papa, Joana!» > «Come‑a, Joana!»; «Não agridas os enfermeiros» > «Não os agridas»). Podes ter de usar próclise, mesóclise ou ênclise, consoante a frase que te seja dada.


 


Matem os fantasmas amarelos.

 

Comerás os rebuçados de peixe.

 

Olhemos este panorama esplendoroso.

 

Diz-lhe que ilumine o palácio.

Diz-lhe que

 

Classifica as orações sublinhadas (e apenas essas). Poderás ter de usar: coordenada, subordinada, subordinante; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. (Não explicitarás «finita» ou «não finita».)

 


Depois, se estivesse bom tempo, dava um salto à praia.

 

A Lucinda estava tão concentrada na prova intermédia, que não viu os mutantes.

 

 

O homem do talho dissera-lhe nesse momento que a carne de cavalo era mais nutritiva e mais barata.

 

O Leonardo, cuja sogra não gosta da Princesa Letícia, parece bom rapaz e revela constantemente a sua humildade.

 

 

Se a prova de Matemática coincidir com o Portugal-Gana, podem levar rádios para a sala de exame.

 

Emborquei uma garrafa de tinto, dei conta de um arroz-doce quentíssimo, portanto vomitei tudo.

 

 

 

Indica as funções sintáticas dos segmentos sublinhados (podem aparecer: sujeito, predicado, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, modificador de frase, modificador do grupo verbal, modificador apositivo, modificador restritivo, complemento do nome, vocativo, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto).

 


Lídia, enlacemos os pés.

 

Andar ao sol é agradável.

 

Não me convidem para sonhos desses.

 

Imagino-o ministro dentro de cinco anos.

 

Contra o Gana, jogaremos com ganas.

 

A brasuca, a bola do mundial, é amiga dos seus amigos.

 

Só agora reparo que não usei «cocó» neste trabalho de gramática.

 

 

Versão 2

Pronominaliza o complemento direto (exemplos: «Come a papa, Joana!» > «Come‑a, Joana!»; «Não agridas os enfermeiros» > «Não os agridas»). Podes ter de usar próclise, mesóclise ou ênclise, consoante a frase que te seja dada.

 


Auxiliem as viúvas daquele homem.

 

Quero que comprem a cabrinha.

Quero que

Proporíamos a moção.

 

Comamos estas elegantes enguias.

 

 

Classifica as orações sublinhadas (e apenas essas). Poderás ter de usar: coordenada, subordinada, subordinante; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. (Não explicitarás «finita» ou «não finita».)

 


Comi a tarte, bebi a sangria, pois confio inteiramente no cozinheiro da prestigiada casa de pasto.

 

 

O meu coração amava tanto, que parou para sempre.

 

 

E, chegando casa, punha logo as pantufas.

 

Repito-te mais uma vez que os tepecês são a verdadeira felicidade.

 

Para que os alunos não pressionem os professores no portão da ESJGF, as reuniões de notas serão na Pedro.

 

A casa onde vive a Amanda não cheira bem, mas esta bonita rapariga é bastante asseada.

 

 

 

Indica as funções sintáticas dos segmentos sublinhados (podem aparecer: sujeito, predicado, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, modificador de frase, modificador do grupo verbal, modificador apositivo, modificador restritivo, complemento do nome, vocativo, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto).

 


Pobre ceifeira, dás-me um pouco da tua felicidade?

 

Quem desdenha quer comprar.

 

Cumpriu as ordens do professor com imensa reverência.

 

Põe ali o livro.

 

Achei o Arouca superior ao Benfica.

 

A Bimby, a maior invenção de todos os tempos, merecia uma epopeia.

 

Este é um dos poucos testes de gramática que não têm a palavra «cocó».

 

 

Depois de leres os três tercetos que constituem a ode de Ricardo Reis «Coroai-me de rosas» (p. 101), resolve o ponto 1 no cimo da mesma página (usa redação acabada, perfeita; cingindo-te ao que é perguntado mas esgotando a solução possível, ainda que sem repetições).

......

Passa à ode «As rosas amo dos jardins de Adónis», ainda na p. 101. Compara o texto no manual (o que Pessoa/Reis publicou na revista Athena) com a versão inicial manuscrita (reproduzida a seguir, estrofe a estrofe). Transcreve os passos diferentes e escreve uma rápida apreciação tua (qual a melhor lição, o que perdeu ou ganhou). Quando houver alternativas acrescentadas pelo poeta ainda no manuscrito, consideramos que a 1.ª versão é o que está na linha. (Não ligues às diferenças de ortografia.)

...


 


Versões

O que se obteve em termos estilísticos, etc.

______________

 

As rosas amo

Essas ________

 

Essas volucres

Que _________

 

Que em o dia

___________ dia

 

Em esse dia


 


Versões

O que se obteve em termos estilísticos, etc.

[Não há diferenças]

------------------------------------


 


Versões

O que se obteve em termos estilísticos, etc.

___________

 

voluntariamente

___________

 

O pouco que duramos

 

Resolve os pontos 1.1 e 1.2 de Leitura/Compreensão (p. 101, em baixo).

1.1  ....

1.2       volucres = ___; eterna = ___; voluntariamente = ___.


 

Aula 63-64 (10 [6.ª], 12 [3.ª], 13/dez [1.ª, 4.ª]) Lê o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen na p. 100. Tem algumas semelhanças óbvias com odes de Ricardo Reis — a que alude — e particularmente com «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio» (pp. 97-98),. Descartando as semelhanças formais (quartetos com um/dois versos mais curtos; vocativo «Lídia», uso da 1.ª pessoa do plural), ocupa-te apenas com o contraste em termos de ideologia.

Embora ambos os textos reconheçam a fugacidade da vida, o poema de Sophia, ao contrário do de Ricardo Reis, .....

Passa ao texto de Ricardo Reis «Prefiro rosas, meu amor, à pátria» (p. 102). Depois de leres o poema, resolve o ponto 1.1, completando o texto informativo «As rosas e a pátria (pp. 102-103).

1 — _______;          11 — ________;

2 — _______;         12 — ________;

3 — _______;         13 — ________;

4 — _______;         14 — ________;

5 — _______;         15 — ________;

6 — _______;         16 — ________;

7 — _______;         17 — ________;

8 — _______;         18 — ________;

9 — _______;         19 — ________;

10 — ______;          20 — ________.



Aparentemente, o protagonista de «À média e à belga» (Lopes da Silva) faz a apologia da «aurea mediocritas» (‘dourada mediania’) — conceito horaciano que vimos coadunar-se com a filosofia epicurista-estoicista de Ricardo Reis.

Na verdade, porém, o sketch pretende apenas brincar com uma característica das expressões idiomáticas (expressões que adquiriram um significado comum, não literal, que já não resulta da soma dos lexemas originais). Estas expressões figuradas comportam‑se já como um lexema (palavra) único, independente. Por isso, se quisermos encontrar equivalentes com base na troca de algum dos elementos que a constituíram originalmente, o resultado será ____.

Neste caso, uma das personagens pretende graduar as expressões, julgando chegar assim a aceções atenuadas da expressão inicial. Em vez de «à grande e à francesa», que significa ‘____’ {consulta verbete}, executaria as ações «___», expressão que não está dicionarizada (e, claro, não existe). Como a expressão «do bom e do melhor» significa ‘_____’ {consulta verbete}, a personagem cria um «do mais ou menos e do ___», que corresponderia a ‘____’. Finalmente, em vez de «és boa!» (que corresponde à aceção n.º __ no verbete de «bom»), exclama «___».

Outro idiomatismo que surge no episódio é «tirar a barriga de misérias», que significa ‘________’ {vê verbete}. Não existe, entretanto, a expressão «ter a barriga ____», que, supostamente, teria o sentido de ‘ter comido razoavelmente’.

 




Dada a quantidade de aceções que vemos em cada verbete em cima, percebemos que estas três palavras são claramente _____.

Transforma a ode de Reis «As rosas amo dos jardins de Adónis» (a) num trecho de extenso poema sensacionista de Campos; (b) num poema de Caeiro.

Haverá aproveitamentos temáticos do texto de Reis — enfim, perceber-se-á a inspiração inicial apenas, já que nem a ideologia poderá ser a mesma —, mas o essencial será que chegues a bons «pastiches» (imitações) de Campos e de Caeiro.

TPC — Lê o texto «O Dr. Ricardo Reis, estoico epicurista» (p. 110-111).


 



Aula 65 (10 [4.ª], 12 [1.ª, 6.ª], 13/dez [3.ª]) «Pode dizer-se que a televisão é prejudicial às crianças?». Desenvolve o tema acima enunciado num texto expositivo-argumentativo.

 


A televisão só é prejudicial se for vista em demasia.

Argumentos

Contra-argumentos

Através da televisão, as crianças podem contactar com realidades que, de outro modo, desconheceriam.

Exemplo: O Teodoro vive a três quilómetros da aldeia isolada onde se situa a escola que frequenta. Só de mês a mês vai à cidade com os pais.

A criança que vê muitas horas de televisão torna-se pouco criativa.

 

Exemplo:

A falta de convívio é, apesar de tudo, suprida pela televisão.

Exemplo: A Fernanda está há um mês de cama porque sofreu uma fratura grave.

A criança isola-se das outras e perde hábitos de convívio.

Estudo e leitura são esquecidos.

Exemplo:

 


Introdução

O tempo passado em frente da televisão por grande número de crianças constitui motivo de preocupação para pais e educadores. Vejamos alguns prós e contras deste hábito.

Argumento

Não esqueçamos, antes de mais, ser graças à televisão que, nas regiões isoladas, os mais pequenos podem contactar com realidades que, de outro modo, desconheceriam.

Exemplo

Vejamos, por exemplo, o que se passa com o Teodoro: com nove anos, vive a três quilómetros da pequena aldeia onde se situa a escola que frequenta. Só de mês a mês vai à cidade com os pais. Durante meia hora por dia, os pais autorizam-no a ver os programas de que mais gosta: alguns desenhos animados; programas sobre a fauna e a flora de diversos cantos do mundo; alguma pornografia; «Fátima Lopes». Não há dúvida que a televisão constitui para ele uma forma de se libertar do isolamento, e, ainda, de contactar com realidades que lhes despertam a curiosidade e que, de outro modo, desconheceria.

Enunciação de transição

À vantagem enunciada poderíamos, é claro, contrapor aspetos negativos.

Contra-argumento

Vendo televisão, a criança isola-se das outras, perde hábitos de convívio, não pode torturar outras crianças, esquece a leitura e, frequentemente, o estudo.

Argumento + exemplo

Mas, não esqueçamos, o pequeno ecrã também pode ser uma companhia importante: é o caso da Fernanda, há um mês de cama por ter sofrido fracturas várias num acidente, incluindo uma unha encravada.

Articulação com enunciados anteriores

A televisão tem, como vemos, as suas virtualidades. E os inconvenientes que existem relacionam-se com um consumo exagerado.

Conclusão

Para concluir, podemos, então, dizer que a televisão só será prejudicial se vista em demasia.

 [adaptado de: Maria Olga Azeredo, Maria Isabel Pinto & Maria do Carmo Lopes,

Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão, Lisboa, Lisboa Editora, 2009]

 

Não te peço que escrevas o texto, mas que o planifiques em frases soltas, que devem seguir o modelo ilustrado na outra folha (em torno de «televisão e criança»).

Eis o grupo III do exame nacional de 2007 (2.ª fase):

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre aquilo que é afirmado no excerto a seguir transcrito, relativamente à influência da arte nas pessoas. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

            Nós também somos «feitos» pelos livros que nos marcaram, pelos filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos.

Manuel Gusmão, «As Palavras Fazem o Mundo», in Ler, n.º 54, 2002

 


Somos feitos pelos livros que nos marcaram, pelos filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos.

Argumentos

Contra-argumentos

 

 

Exemplo:

 

 

Exemplo:

 

 

Exemplo:

 

 

Exemplo:

 


Introdução

 

Argumento

 

 

Exemplo

 

Enunciação de transição

 

Contra-argumento

 

Argumento + exemplo

 

Articulação com enunciados anteriores

 

Conclusão

 

Nas provas de exame, o grupo III consiste numa dissertação sobre um tema dado. Trata-se de texto argumentativo-expositivo relativamente aberto. Esta parte do exame costuma exigir entre duzentas e trezentas palavras.

Escolhe um destes quatro temas (os das duas fases do exame nacional do ano passado — exececionalmente, houve quatro provas) e redige a resposta (em folha solta, a tinta, riscando bastante; pondo no final o total de palavras).

GRUPO III

A juventude é uma fase da vida frequentemente associada à esperança e à vontade de mudança.

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre o papel dos jovens enquanto agentes de transformação da sociedade.

Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

GRUPO III

Na exposição 360° Ciência Descoberta, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, citava-se a seguinte afirmação de Garcia de Orta: «O que hoje não sabemos amanhã saberemos».

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a importância da crença no progresso para o desenvolvimento civilizacional.

Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

GRUPO III

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a importância da infância na construção da identidade individual.

Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

GRUPO III

O artigo 1.° da Declaração Universal dos Direitos do Homem proclama que todos os seres humanos devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a importância da fraternidade na sociedade contemporânea.

Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

TPC — Conclui (e revê) texto que estiveste a fazer.


 

Aula 66-67 (16 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 17/dez [3.ª, 6.ª]; [na turma 6.ª, o conteúdo desta aula foi desenvolvido em duas sessões])

Solução do trabalho de gramática

versão com nome à esquerda

 



Matem os fantasmas amarelos.

Matem-nos.

Comerás os rebuçados de peixe.

Comê-los-ás.

Olhemos este panorama esplendoroso.

Olhemo-lo.

Diz-lhe que ilumine o palácio.

Diz-lhe que o ilumine.

 


Depois, se estivesse bom tempo, dava um salto à praia.

subordinante

A Lucinda estava tão concentrada na prova intermédia, que não viu os mutantes.

subordinante

subordinada adverbial consecutiva

O homem do talho dissera-lhe nesse momento que a carne de cavalo era mais nutritiva e mais barata.

subordinada substantiva completiva

O Leonardo, cuja sogra não gosta da Princesa Letícia, parece bom rapaz e revela constantemente a sua humildade.

subordinada adjetiva relativa explicativa

coordenada copulativa

Se a prova de Matemática coincidir com o Portugal-Gana, podem levar rádios para a sala de exame.

subordinada adverbial condicional

Emborquei uma garrafa de tinto, dei conta de um arroz-doce quentíssimo, portanto vomitei tudo.

coordenada assindética

coordenada conclusiva

 


Lídia, enlacemos os pés.

vocativo

Andar ao sol é agradável.

sujeito

Não me convidem para sonhos desses.

complemento oblíquo

Imagino-o ministro dentro de cinco anos.

predicativo do complemento direto

Contra o Gana, jogaremos com ganas.

modificador do grupo verbal

A brasuca, a bola do mundial, é amiga dos seus amigos.

modificador apositivo

Só agora reparo que não usei «cocó» neste trabalho de gramática.

complemento direto

 

versão com nome à direita


Auxiliem as viúvas daquele homem.

Auxiliem-nas.

Quero que comprem a cabrinha.

Quero que a comprem.

Proporíamos a moção.

Propô-la-íamos.

Comamos estas elegantes enguias.

Comamo-las.

 


Comi a tarte, bebi a sangria, pois confio inteiramente no cozinheiro da prestigiada casa de pasto.

coordenada assindética

coordenada explicativa

O meu coração amava tanto, que parou para sempre.

subordinante

subordinada adverbial consecutiva

E, chegando a casa, punha logo as pantufas.

subordinante

Repito-te mais uma vez que os tepecês são a verdadeira felicidade.

subordinada substantiva completiva

Para que os alunos não pressionem os professores no portão da ESJGF, as reuniões de notas serão na Pedro.

subordinada adverbial final

A casa onde vive a Amanda não cheira bem, mas esta bonita rapariga é bastante asseada.

subordinada adjetiva relativa restritiva

coordenada adversativa

 


Pobre ceifeira, dás-me um pouco da tua felicidade?

vocativo

Quem desdenha quer comprar.

sujeito

Cumpriu as ordens do professor com imensa reverência.

modificador do grupo verbal

Põe ali o livro.

complemento oblíquo

Achei o Arouca superior ao Benfica.

predicativo do complemento direto

A Bimby, a maior invenção de todos os tempos, merecia uma epopeia.

modificador apositivo

Este é um dos poucos testes de gramática que não têm a palavra «cocó».

modificador restritivo

 



Leitura

Aula

Questionário sobre «Heróis de papel e tinta» (aula 1-2)

 

Questionário sobre textos acerca da génese dos heterónimos* (aula 21-22)

Questionário sobre «Poesia e poética de Alberto Caeiro»* (aula 46-47)

Questionário sobre «Muda de vida» (aula 51-52)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos

Escrita

Aula

Dissertação sobre «Qual é o teu herói» (aula 1-2, mas só na turma 3.ª)

 

Poema visual (aula 8-9)

Comparação entre «Gato que brincas na rua» e «Ele canta, pobre ceifeira» (aula 13-14)

Redação de dois textos curtos em prosa a partir de inícios de poemas dados (18-19)

Ode (à maneira de Campos) com assunto escolhido por cada um (aula 23-24)

Comentário contrastivo a «Aniversário» (crónica) e poema de Campos (aula 28-29)

Poema autobiográfico segundo molde de Caeiro (aula 43-44)

Trecho de crónica gastronómica/apreciação crítica (aula 58-59)

Perceção da capacidade de redigir para depois ler de imediato

Casa

Dissertação em torno de frase de Daniel Pennac (tepecê da aula 3-4)

Comentário a poema de Ary dos Santos (tepecê da aula 5 [feito em aula na turma 3.ª])

Comentário acerca de sentir/pensar em frases e quadras de Pessoa (tepecê da aula 10)

Comentário contrastivo entre textos com gatos (Graça Moura e Pessoa) (tepecê da aula 13-14)

Comentário sobre «Pensar de mais» (tepecê da aula 16-17)

Dissertação sobre mito (tepecê da aula 18-19)

Criação e justificação de título para «Tenho uma grande constipação» (tepecê da aula 21-22)

Comentário comparativo entre poema de Régio e de Campos (tepecê da aula 23-24)

Conto para concurso Correntes d’escritas (tepecê da aula 25)

Dissertação a partir de verso do poema «Aniversários» (tepecê da aula 28-29)

Reformulação do conto (tepecê da aula 25)

Nota de apresentação para contracapa de antologia de Campos (tepecê da aula 31-32)

Comentário sobre Campos «filho indisciplinado da sensação» (tepecê da aula 33-34)

Comentário a «Tabacaria», enquanto «epopeia da frustração» (tepecê da aula 35)

Criação de «Alfabeto Pessoano» (tepecê da aula 41-42)

Comentário sobre processo heteronímico e Caeiro anti-cartesiano (tepecê da aula 45)

Comentário sobre Caeiro e sensações (tepecê da aula 46-47)

Comentário sobre a atitude antimetafísica de Caeiro (tepecê da aula 48-49)

Dissertação sobre tema de um dos quatro exames do ano passado (tepecê da aula 65)

Compreensão oral/Produção oral

Aula

Leitura em voz alta de poemas de Álvaro de Campos (marcada no tepecê da aula 40)

 

Leitura expressiva de passo de poema contemporâneo (aula 53-54)

Casa

Texto gravado, incluindo poema de Pessoa ou heterónimos (tepecê da aula 51-52)

Gramática

Aula

Questionário a partir de «Lisbon revisited» (aula 33-34)

 

Questionário em torno de pronominalizações, orações, funções sintáticas (aula 61-62)

Perceção da atenção em momentos em que se trata de ouvir professor em explicações de conteúdos

Atitudes

As chamadas atitudes (assiduidade e pontualidade; participação e empenho; autonomia e responsabilidade; organização e avaliação do trabalho) — nos critérios de avaliação do Departamento de Português correspondentes a 10% da classificação — ficam já distribuídas, em 3,333333333333333333333333%, por escrita, leitura e gramática.

 



TPC de férias — No início do 2.º período, iremos já fazendo questionários que implicam terem lido (ou já estarem a ler e bastante avançados) Memorial do Convento de José Saramago.


 

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