Aulas (3.º período: 131-163)
Aula 131 (22 [3.ª, 4.ª, 6.ª], 24/abr [1.ª]) Vai até ao
manual, pp. 178-179, onde está o final do canto VI de Os Lusíadas. Entretanto, nesta nossa folha, está uma página de Luís
de Camões, Ls Lusíadas, apresentaçom
an banda zenhada por José Ruy, traduçon para mirandés por Fracisco Niebro,
Lisboa, Âncora, 2009.
Comparando as estrofes 92-93, 95-99 do manual com a versão em
mirandês, assinala as estâncias que foram contempladas na tradução.
Os Lusíadas
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92
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93
|
95
|
96
|
97
|
98
|
99
|
Ls Lusíadas
|
sim
|
sim, excepto vv. ___
|
não
|
Escreve o correspondente, nas estrofes de Camões,
às seguintes palavras mirandesas:
manhana = ______ | retumbando = ______ | gábia =
______ | stranho = _____ | anganho = _______ | tuoros = _____ | Assi = ______
Copiei
a seguir perguntas das pp. 179-180 do manual (e acrescentei respostas já
bastantes avançadas). Completa-as:
1.
Comenta a expressividade dos adjetivos utilizados nos versos 1 a 4 da estância
95. [Basta buscares as abonações do texto
devidas.]
Os adjetivos usados servem, por um lado, para
intensificar a dureza e amplitude das dificuldades («______» e «______») a que se sujeitam os
que, como os portugueses, desejam concretizar grandes feitos, e, por outro
lado, para reforçar o valor das recompensas («______»
e «_____») que, desse modo, atingem.
2.
Analisa a crítica social veiculada nos versos 5 a 8 da estância 95 e na
estância 96.
O poeta critica todos os que desejam ser
reconhecidos na vida, apoiados apenas na genealogia, nos luxos, nos prazeres e
numa vida ociosa, sem praticarem qualquer «____»
(est. 96,
v. 8).
3.
Refere um dos efeitos de sentido produzidos com a anáfora da estância 96. [À resposta tirei apenas os determinantes
artigos (definidos e indefinidos).]
___ anáfora apresenta, através
de ___ formulação negativa, __ atitudes típicas daqueles que não se esforçam
para atingir ___ mérito e ___ glória, pelo que contribui para __ enumeração
vincada das renúncias a que devem sujeitar-se os que procuram __ verdadeira
fama.
4.
Justifica a utilização do conector discursivo que introduz o segundo momento do
desenvolvimento. [Deves preencher as
lacunas com preposições ou contrações de preposição + artigo.]
O segundo momento ___
desenvolvimento abre ___ um conector ___ valor adversativo («Mas»), uma vez que este
marca o momento ___ discurso ___ que o poeta muda o rumo ___ sua exposição,
passando ___ apresentar as alternativas ___ comportamentos anteriormente
descritos.
5.
Enumera os atos a praticar por quem deseja alcançar a fama. [Vê as ests. 97 e 98.]
Quem deseja alcançar a fama deve trabalhar
individual e autonomamente, seguindo para a guerra («___», est. 97, v. 3), sofrendo «___» e vencendo «____» (est. 97, vv. 4-5), alimentando-se de mantimentos estragados
e resignando-se ao «___» (est 97, v. 8), muitas
vezes tentando manter um rosto «___» (est. 98, v. 2) ao
assistir a acidentes dos companheiros.
5.1. Relaciona-os com a construção da figura
do herói própria da epopeia. [Tirei só os
pronomes — relativos e pessoais.]
A atuação descrita pelo poeta corresponde ao
protótipo do herói épico, __ __ resigna à dureza da vida e enfrenta com
convicção e coragem as dificuldades __ __ __ apresentam. Desse modo,
conseguindo superar todas as provações, alcança um estatuto honroso,
destacando-__ dos restantes humanos pelo seu caráter grandioso.
6.
Menciona os efeitos de uma atuação marcada pelas renúncias e atitudes descritas
pelo poeta, conforme apresentados na conclusão do excerto. [Vê as ests. 98 e 99.]
Uma conduta de acordo com os princípios
enunciados pelo poeta levará o verdadeiro herói a desprezar «_____» (est. 98, v. 6) advindos da sorte e não do esforço. A
sua experiência dar-lhe-á o conhecimento da verdadeira virtude e um estatuto
superior ao dos homens de «_____» (est. 99, v. 4). Desse
modo, num mundo justo, «_____» (est. 99, v. 7) a
posições de poder por mérito pessoal e «_____»
(est. 99,
v. 8) favores.
TPC — [Lembro os trabalhos em curso
aconselhados nos final do 2.º período.] E, apenas para as turmas 1.ª e 4.ª: Redige
respostas a esse grupo I de exame — folha distribuída — em torno de VII, 78-84 [é útil ver as paráfrases dessas estrofes: aqui].
(Nas turmas 3.ª e 6.ª este tepecê virá a ser respondido em aula.)
Aula 132 (22 [3.ª, 6.ª], 24 [1:ª], 29/abr [4.ª]) Faz
uma primeira leitura das estâncias na p. 182 (VIII, 96-99). Convém perceberes a
cadeira anafórica em que assentam estas estrofes finais do antepenúltimo canto
dos Lusíadas: ao referente «dinheiro»
sucedem-se vários termos anafóricos (uns sete pronomes demonstrativos «este» e
um grupo nominal «este encantador [este feiticeiro]», todos correferentes, é
claro). Depois, preenche a tabela, copiando as transcrições do texto que podem
abonar cada uma das afirmações da coluna à esquerda.
O
poder corruptor do dinheiro percorre todas as camadas sociais.
|
|
A
deterioração dos valores da classe nobre é destacada pelo poeta.
|
|
O
dinheiro influencia a compreensão das situações.
|
|
Nem
os membros religiosos (os sacaninhas!) escapam à influência negativa do
dinheiro.
|
|
O
domínio do dinheiro pode influenciar situações legais.
|
|
Sob
influência do dinheiro, o ser humano pratica ações desleais.
|
«Faz tredoros e falsos os
amigos; / Este a mais nobres faz viver vilezas, / E entrega Capitães aos
inimigos» (est. 98, vv. 2-4); «Este causa os perjúrios entre a gente / E mil
vezes tiranos torna os Reis» (99, vv. 3-4).
|
Lê «Retrato de
um país que gosta da cunha» (p. 183) e relaciona esse texto com as estâncias
(VIII, 96-99, p. 182) que vimos em aula.
Este
quadro sintetiza os momentos de reflexão do poeta ao
longo dos Lusíadas. Conserva-o até
completarmos as sínteses que ainda estão lacunares. Um quadro semelhante (mais
completo aliás) pode ver-se no Caderno de
Apoio ao Exame. Expressões. 12, pp. 12-13.
Canto, estrofes
|
Passo anterior
|
Síntese
da reflexão do poeta
|
I,
105-106
[manual, p.164]
|
Chegada
a Mombaça, depois de vicissitudes (
|
Condição humana é frágil; a vida é efémera.
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III,
138-142
[CdA, p. 72]
|
Amores
de Pedro e Inês; paixão de D. Fernando por Leonor Teles.
|
O amor é muito poderoso.
|
IV,
94-104
[análise na nossa folha]
|
Despedidas
em Belém.
|
[Reflexão
pelo Velho do Restelo:]
A ambição desmedida e a busca cega da fama têm
consequências nefastas.
|
V,
92-100
[manual, p. 175]
|
Fim
do grande relato de Vasco da Gama ao Rei de Melinde.
|
É importante registar as façanhas do povo
português, glorificá-lo, até para estimular novos heróis.
|
VI,
95-99
[manual, pp. 178-179]
|
Tempestade
e agradecimento do Gama a Deus.
|
É importante registar as façanhas do povo
português, glorificá-lo, até para estimular novos heróis.
|
VII,
3-14
|
A
armada está na barra de Calecute.
|
Elogia-se o espírito de cruzada dos
portugueses, contrastando-o com outras nações europeias.
|
VII,
78-87
[trarei eu]
|
Pedido do Catual a Paulo da Gama para que lhe explique as
figuras nas bandeiras da nau.
|
Poeta lamenta não ver o seu mérito reconhecido
e, por isso, não haver incentivo a futuros escritores.
|
VIII,
96-98
[manual, p. 182]
|
Traição
de que ia sendo vítima Vasco da Gama é ultrapassada pela entrega de fazendas.
|
|
IX,
92-95
[manual, p. 187]
|
Na
Ilha dos Amores, Tétis conduz o Gama.
|
|
X,
145-156
[manual, pp. 191-192]
|
Regresso
da armada.
|
TPC — [Volto a lembrar os trabalhos em curso
aconselhados nos final do 2.º período.]
Aula 133 (24/abr [6.ª], 2/mai [3.ª]; nas turmas
1.ª e 4.ª esta aula e o seu tepecê são o tepecê da aula 131; note-se ainda que
na turma 3.ª a aula fica bastante postergada, para dia 2 de maio)
Responde
a este modelo de prova de exame [pode ser útil ver a diluição em prosa que está
no final desta aula ou as paráfrases aqui]:
Grupo I
A
Lê atentamente
o excerto do Canto VII de Os Lusíadas, de Luís de Camões, correspondente
ao momento anterior ao da narração de Paulo da Gama ao Catual e que constitui
uma breve invocação do poeta.
78
Um
ramo na mão tinha… Mas, ó cego,
Eu,
que cometo, insano e temerário,
Sem
vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por
caminho tão árduo, longo e vário?
Vosso
favor invoco, que navego
Por
alto mar, com vento tão contrário,
Que,
se não me ajudais, hei grande medo
Que
o meu fraco batel se alague cedo.
79
Olhai
que há tanto tempo que, cantando
O
vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A
fortuna me traz peregrinando,
Novos
trabalhos vendo e novos danos:
Agora
o mar, agora esprimentando
Os
perigos Mavórcios1 inumanos,
Qual
Cánace2, que à morte se condena,
Nũa mão
sempre a espada e noutra a pena;
80
Agora,
com pobreza avorrecida,
Por
hospícios alheios degradado;
Agora,
da esperança já adquirida,
De
novo, mais que nunca, derribado;
Agora
às costas escapando a vida,
Que
dum fio pendia tão delgado
Que
não menos milagre foi salvar-se
Que
pera o Rei Judaico acrecentar-se.
81
E
ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que
tamanhas misérias me cercassem,
Senão
que aqueles que eu cantando andava
Tal
prémio de meus versos me tornassem:
A
troco dos descansos que esperava,
Das
capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos
nunca usados me inventaram,
Com
que em tão duro estado me deitaram!
82
Vede,
Ninfas, que engenhos de senhores
O
vosso Tejo cria valerosos,
Que
assi sabem prezar, com tais favores,
A
quem os faz, cantando, gloriosos!
Que
exemplos a futuros escritores,
Pera
espertar engenhos curiosos,
Pera
porem as cousas em memória
Que
merecerem ter eterna glória!
[…]
84
Nem
creais, Ninfas, não, que fama desse
A
quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser
seu próprio interesse,
Imigo
da divina e humana lei.
Nenhum
ambicioso que quisesse
Subir
a grandes cargos, cantarei,
Só
por poder com torpes exercícios
Usar
mais largamente de seus vícios;
CAMÕES, Luís de,
2006. Os Lusíadas, edição
organizada por António José Saraiva,. Lisboa, Figueirinhas (3.ª ed.)
1 — Mavórcios = ‘da
guerra’ | 2 — Cánace = ‘filha de
Éolo, deus dos ventos, forçada pelo pai a suicidar-se por manter relações
incestuosas com um dos irmãos. Antes de se suicidar, já com a espada suspensa
numa das mãos, redigiu uma carta com a outra mão’.
Apresenta, de
forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifica o
destinatário da mensagem do poeta e o motivo que o leva a dirigir-se-lhe,
interpretando a dimensão metafórica da estância 78.
2. Ao longo do excerto, o poeta fala da sua
vida. Caracteriza-a, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.
3. Na estância 82, o
poeta utiliza um tom crítico e sarcástico. Sintetiza os motivos que o
determinam.
4. Explicita brevemente o conteúdo da última estrofe.
B
«Os Lusíadas continuam
a interpelar-nos; revelam uma sensibilidade próxima da atual. São um misto de
entusiasmo heroico e de melancolia desalentada. Um texto épico e antiépico. Uma
afirmação de fé, com um avesso de dúvida, de descrença, de interrogações.»
MATOS, Maria Vitalina Leal de, “Lusíadas (Os)”
in SILVA, Vítor Aguiar e (coord.), 2011. Dicionário
de Luís de Camões. Alfragide: Caminho
Partindo da
perspetiva exposta na citação da página anterior, redige um texto, de oitenta
a cento e trinta palavras, no qual apresentes uma justificação
fundamentada para a classificação d’Os Lusíadas como «texto épico e antiépico».
Diluição em
prosa do mesmo passo (por Amélia Pinto Pais):
O Catual pediu então a Paulo da Gama que lhe descrevesse
as cenas representadas.
A primeira dessas bandeiras representava um
velho, vestido com traje grego, e tendo um ramo na mão: — Um ramo na mão tinha...
Nova
invocação e desabafo autobiográfico
Aqui vou precisar da vossa ajuda, Ninfas do Tejo
e do Mondego — sem ela, não me será possível contar devidamente as palavras de
Paulo da Gama. É que me sinto desalentado. Há tanto tempo venho cantando o
vosso Tejo e os vossos Lusitanos, andando peregrinando por terras diversas,
enfrentando trabalhos excessivos e muitos riscos, no mar, como na guerra, numa mão sempre a espada e noutra a pena.
Também a pobreza me tem trazido degredado por
hospícios alheios. E sempre que a esperança me volta, logo se lhe segue, de
novo, o desalento. Por último, até um naufrágio sofri, e foi grande milagre
dele ter escapado com vida.
Mas, o que mais me tem magoado, é que não bastavam
tamanhas misérias; também aqueles que eu vinha cantando me recompensaram,
inventando-me trabalhos nunca usados. Ora isso é muito grave, porque é
ingratidão e não incentiva a que haja futuros escritores que venham a celebrar
tais feitos! Por isso, de novo invoco a vossa protecção, agora que vou ter de
cantar feitos tão diversos.
Juro-vos que não irei nunca celebrar quem o não
mereça, como aqueles que pensam mais nos seus interesses do que no bem comum;
ou os ambiciosos que querem ter cargos para melhor usarem de seus vícios;
também não cantarei os que mudam de cor como os camaleões ou o deus Proteu;
muito menos cantarei quem, com ar honesto, pretendendo contentar o Rei, despe
e rouba o pobre povo.Ou aqueles que acham justo cumprir-se a vontade do rei,
mas não acham justo que se pague o suor
da servil gente. E também não cantarei aqueles que sempre censuram e põem
nódoa, criticando, no que os outros fazem.
Apenas irei cantar aqueles que aventuraram a
vida por seu Rei e por seu Deus e que, ao perdê-la, a dilataram em fama.
Apolo e as Musas, que até aqui me acompanharam,
hão-de ajudar-me, redobrando-me o talento, enquanto descanso um pouco, antes de
voltar, mais folgado, ao trabalho.
TPC — Responde ao grupo I-B da prova cujo
início estiveste a resolver.
Aula 134-135 (24 [3.ª], 28/abr [6.ª], 2/mai [1.ª, 4.ª]) Vê no livro (pp. 185-186) estâncias da parte da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, cantos IX-X). Nas seguintes paráfrases de cada estrofe, (i) preenche com uma palavra o espaço vago e (ii) descobre a palavra intrusa, substituindo-a por aquela que fará sentido. Por ora, não preenchas (iii), destinado a um resumo da estrofe em menos de dez palavras.
17 / O prazer de chegar à querida pátria e
aos seus caros lares e ___ para contarem a longínqua e invulgar navegação, os
vários climas e os diversos povos que tinham visto; o virem a gozar o prémio
que tinham ganhado por trabalhos e lances tão longos; tudo isto cada um sentia
como gosto tão perfeito, que esse prazer não lhes cabia nos intestinos.
[Resumo: ...]
18 / Porém, Vénus, que era inspirada por
Júpiter para dar auxílio aos portugueses, e orientada para ser deles o anjo da
guarda, porque sempre os ____ desde há muitos anos, andava-lhes já preparando a
glória alcançada pelos trabalhos que lhes eram devidos e a satisfação dos prejuízos
muito sofridos, e pretendia dar-lhes dinheiro nos tristes mares.
[Resumo: ...]
19 / [Vénus,] depois de ter ponderado por
algum tempo a extensão dos mares que os portugueses tinham navegado, os
trabalhos que tinham sido causados por ____, já há muito projetava
proporcionar-lhes alguma diversão, algum repouso, num mar tranquilo para
recompensa de todos os golos que tinham sofrido.
[Resumo: ...]
20 / [Vénus projetara
arranjar-lhes] um pouco de leite, com que pudesse revigorar o _____ organismo
dos seus amados navegadores, em paga dos trabalhos que encurtam a vida, já de
si breve.
[Resumo: = ao anterior.]
51 / Iam, entretanto, as naus portuguesas
sulcando o amplo caminho do vasto mar em direção da pátria amada, desejando
abastecer-se de fresca coca-cola para a terem na grande e prolongada viagem,
quando, estando juntas as naus, avistaram, com repentina alegria, uma ilha
inspiradora de amor, quando rompia a _____, meiga e deliciosa.
[Resumo: ...]
64 / Mas eis que já os segundos _____ punham
pé em terra nesta aprazível ilha, em cuja floresta passeavam, como se
ignorassem o que ia passar-se, as formosas ninfas. Algumas tangiam melodiosas
cítaras; outras, harpas e flautas sonorosas; e outras fingiam perseguir com os
arcos de ouro os palhaços, com que, na verdade, se não importavam.
[Resumo: ...]
83 / Oh! Que famintos beijos se trocavam na
floresta! E que mimoso choro lá soava! Que afagos tão doces! Como o
esquivarem-se as ninfas resultava em alegres _____! O mais que os portugueses e
as idosas passaram na manhã e na sesta, que Vénus, com os seus prazeres,
tornava ainda mais ardente, é melhor experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o
quem não puder experimentá-lo.
[Resumo: ...]
84 / Desta maneira, em suma, as formosas
ninfas, já concordes com os seus idolatrados _____, os adornaram com lindas
coroas de louro e de ouro e muitas flores. Deram-lhes, como esposas, as porquíssimas
mãos; com palavras formais e solenes prometeram-se, mutualmente, eterna
companhia, honrada e alegre, na vida e na morte.
[Resumo: ...]
85 / A principal das ninfas, Tetas, a quem
todas elas se humilhavam e obedeciam, [...] encarregava-se de, como alta e ______
dama, receber o ilustre Vasco da Gama com honrosa e régia pompa.
[Resumo:
...]
87 / tomou-o [ao Gama] pela
mão e conduziu-o ao cume de um elevado e grandioso monte, onde se erguia um
rico ____, todo de cristal e cocó fino. Aí passaram a maior parte do dia,
[Resumo:
...]
88 / Desta forma, passaram
quase todo dia o belo sexo e o sexo forte, numa benfazeja, doce e desconhecida
alegria, compensando as longas ______; porque o mundo guarda para mais tarde o
merecido prémio dos grandes feitos e da esforçada audácia, a diarreia larga e o
renome ilustre e nobre.
[Resumo:
...]
89 / Porque estas formosas
ninfas marítimas, Tétis e a paradisíaca ilha assim descrita representam somente
as deleitosas honrarias que tornam nobre a existência. Aquelas gloriosas
primazias, os triunfos, as nádegas coroadas de palmas e louros, a glória e
admiração — eis os gozos que esta ilha _______.
[Resumo:
...]
Já
na p. 187:
A
partir da estância 92, o relato é interrompido, dando lugar a uma reflexão, que
vai até à estância 95. Em cerca de dez palavras, faz resumos de cada uma dessas
estrofes.
92 / ...
93 / ...
94 / ...
95 / ...
A
partir da p. 187, resolve o ponto 1 de Leitura/Compreensão:
1.1 = __; 1.2 = __; 1.3 = __;
1.4 = __; 1.5 = __; 1.6 = __; 1.7 = __; 1.8 = __; 1.9 = __.
E
o ponto 3:
...
E
o ponto 4:
a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __;
g = __.
TPC — Escreve a resposta a 1.1 e 1.2
(Pós-leitura) na p. 189.
Aula 136-137 (29/abr [3.ª, 6.ª], 5/mai [1.ª, 4.ª]) O que se segue é uma adaptação a prosa («Os Lusíadas» em prosa, por Amélia Pinto Pais) das estâncias 145-152 do canto X dos Lusíadas (no nosso manual, pp. 191-192).
São
quase as últimas estrofes do poema e constituem mais uma das reflexões com que
o poeta vai pontuando a narrativa. Lendo também essas estâncias, assinala ao
lado do texto em prosa o que corresponderia a cada estrofe.
Na versão em prosa, troquei cinco palavras. Localiza-as e
substitui-as pelas palavras devidas.
Confesso que, neste momento, me sinto com a lira destemperada e a voz enrouquecida.
E não por causa do canto que fiz, mas por me dar conta de que venho cantar a gente maneta e endurecida. É que a
Pátria não incentiva ao engenho, visto que está
metida / no gosto da cobiça e na rudeza / duma austera, apagada e vil tristeza,
que pouco tem a ver com a grandeza do passado que eu vim lembrar.
Por isso, ó Rei, reparai bem que sois senhor só de vassalos excelentes, como
acabei de provar com este poema. Estes vassalos que tendes estão dispostos a
tudo, para vos assassinar. É bom então que sejais humano e generoso com eles,
que os carregueis de leis severas. Sobretudo, tende consideração especial para
com os que mais experiência de vida têm, pois eles é que sabem bem o como, o quando, e onde as coisas cabem.
Estimai bem os cavaleiros, pois com o seu sangue
dilatam a Fé e o Benfica.
Fazei ainda que nunca outros
povos estrangeiros, como os alemães, os espanhóis, os italianos e os ingleses,
possam dizer que os portugueses são mais para ser mandados do que para mandar.
Resolve
também o ponto 1 (e 1.1) de Leitura/Compreensão (p. 193):
a. ...
b. ...
c. ...
d. ...
e. ...
f. ...
A
prova do exame nacional de 2010 (1.ª fase) tinha um grupo I-A que se ocupava precisamente das estrofes 144-148 do canto
X (na p. 191 e no início da p. 192):
Leia o texto seguinte, constituído por cinco
estâncias de Os Lusíadas, transcritas do Canto X [144-148]. Apresente, de forma clara e bem
estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Exponha sucintamente
o assunto da primeira estrofe transcrita.
...
2. Justifique a
interpelação ao Rei, relacionando-a com o sentido das estâncias 145 a 148.
...
3. Indique um efeito
expressivo da enumeração presente na estância 147.
...
4. Refira dois dos
sentimentos manifestados pelo poeta, ao longo do texto, e indique um motivo que
esteja associado a cada um deles.
...
TPC — Depois de leres «Versos úteis à
navegação» (p. 194), explica como na crónica se estabelece uma analogia com as
estâncias de Camões que vimos em aula.
Aula 138-139 (5 [6.ª], 6 [3.ª, 4.ª], 8/mai [1.ª]) A partir da p. 220 temos já poemas da terceira parte de Mensagem («O Encoberto»). Começa por ler «O Império Espiritual», no cimo da p. 220, e «Mensagem e o caminho para o Quinto Império», na p. 221.
Depois, completa esta «tradução», do poema «Quinto
Império» (p. 220). Terás de copiar nos lugares correctos as paráfrases dos
versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de final de verso).
«Traduções» a copiar nas
lacunas (aqui, desordenadas, claro):
Perante a visão que só a alma tem
Senão o destino de esperar pela
morte em vida
É da natureza humana ser
descontente, querer possuir
Passados os quatro Impérios
Surgir à luz do dia
A Europa — todos esses Impérios
acabaram
Pobre de quem vive seguro
Um sonho maior que faça abandonar
todos os confortos e as certezas
Pobre aquele que se dá por contente
Gerações passam
O Quinto Império, a Nova Vida
___________________
Pobre de quem, seguro, se contenta
com o pouco que tem
Sem um sonho maior, um desejo
Um íntimo fogo e objetivo
___________________
___________________
Pobre de quem apenas sobrevive e
nada mais deseja
Esse não tem alma
Senão o instinto de não morrer
__________________
__________________
Num tempo que é feito de gerações
__________________
Mas as forças da guerra,
irracionais, param
_________________
_________________
Completado o seu reino terreno
A Terra verá o quinto
_________________
Ele que começou a gerar-se da noite
(morte)
Grécia, Roma, o Império Cristão
________________
Acabaram porque tudo se acaba com o
tempo
Falta assim viver o Império da
Verdade
O Quinto Império a que preside D.
Sebastião.
A seguir, também com versos lacunares, pus uma tradução
de «Nevoeiro» (p. 222), o último poema de Mensagem.
Desta vez, cabe-te criar as paráfrases em falta.
Nevoeiro
Nem governante nem leis, nem tempos
de paz ou de conflito
Podem definir a verdade, a essência
No que no presente é um fulgor
triste
________________
Vida exterior sem luz intensa, sem
fogo de paixão e vontade
________________
Os Portugueses não sabem o que
verdadeiramente querem!
Não conhecem a sua alma — o seu
Destino
________________
Adivinha-se, no entanto, uma ânsia
neles, uma ânsia de querer
Mas tudo é incerto, morte
________________
Portugal é, no presente, como o
nevoeiro.
_______________
À vitória!
Só
com citações, completa esta análise de «Nevoeiro».
O poema inicia-se com uma imagem
negativa de Portugal, que estará a «_______». Portugal surge personificado,
marcado pela falta de identidade nacional (acentuada pelos quatro conetores
disjuntivos em «______») e por um estado de indefinição. A simbologia do
título («_______») ajuda nesta caracterização depreciativa. Também boa parte do
léxico da primeira estrofe remete para a opacidade, embora em contraste com a
hipótese de uma luz («______», «______», «_____»).
Entretanto, surge o parêntese «______»,
a assinalar a passagem para um clima menos cético. A oposição de caráter
paradoxal «______» relaciona-se com a linha ideológica que estrutura Mensagem: a simultaneidade da decadência
de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois pares de anáforas («_____», «_____»;
«______», «______») intensificam a indefinição que envolve Portugal.
O apelo final («_____») e a saudação
em latim («_____»), pelo tom exortativo que encerram revelam a crença na
mudança de um Portugal que, no último verso da segunda estrofe, ainda surge
mergulhado em «______».
Compara o final
de Mensagem com as estâncias (quase)
finais também de Os Lusíadas
(sobretudo 145-146, p. 191).
Aula 140-141 (6 [6.ª], 8 [3.ª], 9/mai [1.ª,
4.ª]) Completa esta síntese comparativa de Os
Lusíadas e Mensagem, que retirei,
com poucas adaptações, de uma sebenta de estudo para exame. (No Caderno
de apoio ao exame, pp. 14-19, há também um quadro comparativo entre as duas
obras, e até mais descritivo.)
Os Lusíadas (1572)
|
Mensagem (1934)
|
Poema ____
|
Poema épico-lírico
|
dez cantos
|
estrutura triádica: «Brasão», «_____», «O Encoberto»
|
escritos em meados do século XVI, época do declínio do
apogeu expansionista
|
escrita entre 1913 e 1934, época de desencantos
(relativamente a 1.ª República e a ____)
|
cariz _______________ e descritivo; dimensão real e
concreta
|
cariz abstracto e interpretativo; dimensão simbólica,
doutrinária
|
fundo histórico: a viagem do Gama
|
fundo histórico e ______: a busca de uma «Índia que não
há»
|
referência aos fundadores de Portugal pela voz de Vasco
da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de Melinde e ao ______
|
evocam-se os que estiveram
associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que
abençoe a pátria com o seu exemplo
|
referem-se as lutas contra os Mouros (Batalha de Ourique)
e as lutas contra ______ (Aljubarrota; papel de Nun’Álvares)
|
Pessoa refere-se à figura de Nun’Álvares como um
messias, um «Portugal em ser»
|
relata-se a aventura da descoberta do caminho marítimo
para a Índia, incluindo adversidades e perigos (despedidas de Belém,
Adamastor, tempestade)
|
evoca-se processo de conquista do mar desconhecido («O
infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O Mostrengo», «Ocidente», «____»)
|
_____ é a recompensa para os portugueses que se
transcenderam
|
Pessoa sonha a recompensa: «ilhas
afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado
|
D. Sebastião é a garantia e a esperança do regresso de
tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo tradicional
|
D. Sebastião está na base de um sebastianismo pessoano,
que, sem negar o passado, aponta para um ____ promissor
|
nas ______ (cantos I e X), Camões
reconhece em D. Sebastião qualidades de líder
|
loucura de D. Sebastião é evocada como necessária à
criação de um novo império
|
conceito de herói épico tradicional: o que o move
é a guerra contra os ______, a expansão
|
conceito de herói mítico: o que é
escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além»
|
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à
construção de um Império terreno (nacionalismo)
|
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à
transcendência, a um império espiritual, o ____ (nacionalismo universalista)
|
poeta revela desencanto pelo _____
|
poeta revela desencanto pelo presente e apela à
construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!»
|
poeta, ainda que valorizando os
momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu
valor e pelo estado da pátria
|
poeta pretende restaurar a grandeza da pátria, recriando
o mito _____, essencial ao renascimento que se defende
|
a poesia serve para registar e glorificar o passado
|
a poesia, o sonho, o misticismo são as forças que levarão
ao _____
|
Lê
«Mar Português» (p. 218). Pensa — basta pensares, mas pensa mesmo — nas
respostas às perguntas 1. e 1.1 (ambas no final da p. 218).
https://www.slideshare.net/luisprista/exp12-cdr-pptmarportugues" title="Exp12 cdr ppt_mar_portugues" target="_blank">Exp12 cdr ppt_mar_portugues
Explicita,
por palavras tuas, as seguintes afirmações da segunda quintilha:
«Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena»:
«Quem quer passar além do Bojador / Tem que
passar além da dor»:
«Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele
é que espelhou o céu»:
Responde
ao ponto 4 (p. 219).
Responde
ainda a «Pós-leitura», em torno da crónica «Do valer a pena» (p. 219).
TPC — Lê Felizmente há luar! (reproduzi o livro
na íntegra em Gaveta de Nuvens, mas,
é claro, é mais cómodo ler por volume em papel). [Pedia a quem emprestei volumes de Felizmente
que mos trouxesse para os usarmos em aula.]
Aula 142 (8 [6.ª], 9/mai [3.ª]; nas turmas 1.ª e
4.ª esta aula não se realiza e o seu conteúdo será diluído em outra) Lê
atentamente o poema de Mensagem, de
Fernando Pessoa.
Prece
Senhor,
a noite veio e a alma é vil.
Tanta
foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos
hoje, no silêncio hostil,
O
mar universal e a saudade.
Mas
a chama, que a vida em nós criou,
Se
ainda há vida ainda não é finda.
O
frio morto em cinzas a ocultou:
A
mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá
o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,
Com
que a chama do esforço se remoça,
E
outra vez conquistemos a Distância –
Do
mar ou outra, mas que seja nossa!
PESSOA, Fernando, 2008. Poesia do Eu. Lisboa: Assírio &
Alvim (2.ª ed.)
Apresenta,
de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Estabelece a ligação entre o título e o
assunto do texto.
2. Caracteriza os dois momentos temporais
aludidos no texto: o passado e o presente.
3. Refere os sentimentos expressos na última
estrofe, identificando a sua origem.
4. Ao longo do texto, o sujeito poético fala em
nome de um “nós” (v. 5). Identifica o grupo em que se integra e a que dá voz no
texto.
Grupo I-B
“O assunto da Mensagem não são os portugueses e os
seus feitos gloriosos ou os acontecimentos históricos mais significativos, mas
a essência de Portugal e a sua missão a cumprir.”
Veríssimo, Artur, 2000. Dicionário da Mensagem. Porto: Areal
Partindo
da tua experiência de leitura de Mensagem,
de Fernando Pessoa, sintetiza, num texto de oitenta a cento e trinta palavras,
o assunto da obra.
Com efeito, ao lermos Mensagem, só uma
primeira impressão desatenta nos pode fazer pensar que as figuras e os
acontecimentos a que cada poema alude visam constituir uma galeria de heróis ou
uma revisão de momentos emblemáticos da história de Portugal, para efeitos de
homenagem ou de síntese. Se é verdade que este texto épico‑lírico parte de um
núcleo histórico, é preciso também ter em conta que o aborda segundo uma
perspetiva messiânica. Os feitos concretos perdem dimensão face à força
interior dos heróis.
No único livro em português que Pessoa publicou
em vida, a ideia de predestinação dos heróis e da nação é determinante para se
aceitar um novo ressurgimento espiritual do país e a fundação do Quinto
Império.
TPC — [Irei pôr
brevemente no blogue a lista de tarefas que pretendo até ao final do ano.]
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