Sunday, September 15, 2013

Aulas (3.º período: 131-163)


Aula 131 (22 [3.ª, 4.ª, 6.ª], 24/abr [1.ª]) Vai até ao manual, pp. 178-179, onde está o final do canto VI de Os Lusíadas. Entretanto, nesta nossa folha, está uma página de Luís de Camões, Ls Lusíadas, apresentaçom an banda zenhada por José Ruy, traduçon para mirandés por Fracisco Niebro, Lisboa, Âncora, 2009.

Comparando as estrofes 92-93, 95-99 do manual com a versão em mirandês, assinala as estâncias que foram contempladas na tradução.

 

Os Lusíadas
92
93
95
96
97
98
99
Ls Lusíadas
sim
 
sim, excepto vv. ___
 
 
não
 

 


 

Escreve o correspondente, nas estrofes de Camões, às seguintes palavras mirandesas:

manhana = ______ | retumbando = ______ | gábia = ______ | stranho = _____ | anganho = _______ | tuoros = _____ | Assi = ______

 

Copiei a seguir perguntas das pp. 179-180 do manual (e acrescentei respostas já bastantes avançadas). Completa-as:

1. Comenta a expressividade dos adjetivos utilizados nos versos 1 a 4 da estância 95. [Basta buscares as abonações do texto devidas.]

Os adjetivos usados servem, por um lado, para intensificar a dureza e amplitude das dificuldades («______» e «______») a que se sujeitam os que, como os portugueses, desejam concretizar grandes feitos, e, por outro lado, para reforçar o valor das recompensas («______» e «_____») que, desse modo, atingem.

2. Analisa a crítica social veiculada nos versos 5 a 8 da estância 95 e na estância 96.

O poeta critica todos os que desejam ser reconhecidos na vida, apoiados apenas na genealogia, nos luxos, nos prazeres e numa vida ociosa, sem praticarem qualquer «____» (est. 96, v. 8).

3. Refere um dos efeitos de sentido produzidos com a anáfora da estância 96. [À resposta tirei apenas os determinantes artigos (definidos e indefinidos).]

___ anáfora apresenta, através de ___ formulação negativa, __ atitudes típicas daqueles que não se esforçam para atingir ___ mérito e ___ glória, pelo que contribui para __ enumeração vincada das renúncias a que devem sujeitar-se os que procuram __ verdadeira fama.

4. Justifica a utilização do conector discursivo que introduz o segundo momento do desenvolvimento. [Deves preencher as lacunas com preposições ou contrações de preposição + artigo.]

O segundo momento ___ desenvolvimento abre ___ um conector ___ valor adversativo («Mas»), uma vez que este marca o momento ___ discurso ___ que o poeta muda o rumo ___ sua exposição, passando ___ apresentar as alternativas ___ comportamentos anteriormente descritos.

5. Enumera os atos a praticar por quem deseja alcançar a fama. [Vê as ests. 97 e 98.]

Quem deseja alcançar a fama deve trabalhar individual e autonomamente, seguindo para a guerra («___», est. 97, v. 3), sofrendo «___» e vencendo «____» (est. 97, vv. 4-5), alimentando-se de mantimentos estragados e resignando-se ao «___» (est 97, v. 8), muitas vezes tentando manter um rosto «___» (est. 98, v. 2) ao assistir a acidentes dos companheiros.

5.1. Relaciona-os com a construção da figura do herói própria da epopeia. [Tirei só os pronomes — relativos e pessoais.]

A atuação descrita pelo poeta corresponde ao protótipo do herói épico, __ __ resigna à dureza da vida e enfrenta com convicção e coragem as dificuldades __ __ __ apresentam. Desse modo, conseguindo superar todas as provações, alcança um estatuto honroso, destacando-__ dos restantes humanos pelo seu caráter grandioso.

6. Menciona os efeitos de uma atuação marcada pelas renúncias e atitudes descritas pelo poeta, conforme apresentados na conclusão do excerto. [Vê as ests. 98 e 99.]

Uma conduta de acordo com os princípios enunciados pelo poeta levará o verdadeiro herói a desprezar «_____» (est. 98, v. 6) advindos da sorte e não do esforço. A sua experiência dar-lhe-á o conhecimento da verdadeira virtude e um estatuto superior ao dos homens de «_____» (est. 99, v. 4). Desse modo, num mundo justo, «_____» (est. 99, v. 7) a posições de poder por mérito pessoal e «_____» (est. 99, v. 8) favores.

TPC — [Lembro os trabalhos em curso aconselhados nos final do 2.º período.] E, apenas para as turmas 1.ª e 4.ª: Redige respostas a esse grupo I de exame — folha distribuída — em torno de VII, 78-84 [é útil ver as paráfrases dessas estrofes: aqui]. (Nas turmas 3.ª e 6.ª este tepecê virá a ser respondido em aula.)


 

Aula 132 (22 [3.ª, 6.ª], 24 [1:ª], 29/abr [4.ª]) Faz uma primeira leitura das estâncias na p. 182 (VIII, 96-99). Convém perceberes a cadeira anafórica em que assentam estas estrofes finais do antepenúltimo canto dos Lusíadas: ao referente «dinheiro» sucedem-se vários termos anafóricos (uns sete pronomes demonstrativos «este» e um grupo nominal «este encantador [este feiticeiro]», todos correferentes, é claro). Depois, preenche a tabela, copiando as transcrições do texto que podem abonar cada uma das afirmações da coluna à esquerda.

 

O poder corruptor do dinheiro percorre todas as camadas sociais.
 
A deterioração dos valores da classe nobre é destacada pelo poeta.
 
O dinheiro influencia a compreensão das situações.
 
Nem os membros religiosos (os sacaninhas!) escapam à influência negativa do dinheiro.
 
O domínio do dinheiro pode influenciar situações legais.
 
Sob influência do dinheiro, o ser humano pratica ações desleais.
«Faz tredoros e falsos os amigos; / Este a mais nobres faz viver vilezas, / E entrega Capitães aos inimigos» (est. 98, vv. 2-4); «Este causa os perjúrios entre a gente / E mil vezes tiranos torna os Reis» (99, vv. 3-4).

 

Lê «Retrato de um país que gosta da cunha» (p. 183) e relaciona esse texto com as estâncias (VIII, 96-99, p. 182) que vimos em aula.

 

Este quadro sintetiza os momentos de reflexão do poeta ao longo dos Lusíadas. Conserva-o até completarmos as sínteses que ainda estão lacunares. Um quadro semelhante (mais completo aliás) pode ver-se no Caderno de Apoio ao Exame. Expressões. 12, pp. 12-13.

 

Canto, estrofes
Passo anterior
Síntese da reflexão do poeta
I,
105-106
[manual, p.164]
Chegada a Mombaça, depois de vicissitudes (em Moçambique e Quíloa) provocadas por Baco.
Condição humana é frágil; a vida é efémera.
III,
138-142
[CdA, p. 72]
Amores de Pedro e Inês; paixão de D. Fernando por Leonor Teles.
O amor é muito poderoso.
IV,
94-104
[análise na nossa folha]
Despedidas em Belém.
[Reflexão pelo Velho do Restelo:]
A ambição desmedida e a busca cega da fama têm consequências nefastas.
V,
92-100
[manual, p. 175]
Fim do grande relato de Vasco da Gama ao Rei de Melinde.
É importante registar as façanhas do povo português, glorificá-lo, até para estimular novos heróis.
VI,
95-99
[manual, pp. 178-179]
Tempestade e agradecimento do Gama a Deus.
É importante registar as façanhas do povo português, glorificá-lo, até para estimular novos heróis.
VII,
3-14
A armada está na barra de Calecute.
Elogia-se o espírito de cruzada dos portugueses, contrastando-o com outras nações europeias.
VII,
78-87
[trarei eu]
Pedido do Catual a Paulo da Gama para que lhe explique as figuras nas bandeiras da nau.
Poeta lamenta não ver o seu mérito reconhecido e, por isso, não haver incentivo a futuros escritores.
VIII,
96-98
[manual, p. 182]
Traição de que ia sendo vítima Vasco da Gama é ultrapassada pela entrega de fazendas.
 
IX,
92-95
[manual, p. 187]
Na Ilha dos Amores, Tétis conduz o Gama.
 
X,
145-156 [manual, pp. 191-192]
Regresso da armada.
 

 

TPC — [Volto a lembrar os trabalhos em curso aconselhados nos final do 2.º período.]


 

Aula 133 (24/abr [6.ª], 2/mai [3.ª]; nas turmas 1.ª e 4.ª esta aula e o seu tepecê são o tepecê da aula 131; note-se ainda que na turma 3.ª a aula fica bastante postergada, para dia 2 de maio)

Responde a este modelo de prova de exame [pode ser útil ver a diluição em prosa que está no final desta aula ou as paráfrases aqui]:

Grupo I

A

Lê atentamente o excerto do Canto VII de Os Lusíadas, de Luís de Camões, correspondente ao momento anterior ao da narração de Paulo da Gama ao Catual e que constitui uma breve invocação do poeta.

78

Um ramo na mão tinha… Mas, ó cego,

Eu, que cometo, insano e temerário,

Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,

Por caminho tão árduo, longo e vário?

Vosso favor invoco, que navego

Por alto mar, com vento tão contrário,

Que, se não me ajudais, hei grande medo

Que o meu fraco batel se alague cedo.

 

79

Olhai que há tanto tempo que, cantando

O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,

A fortuna me traz peregrinando,

Novos trabalhos vendo e novos danos:

Agora o mar, agora esprimentando

Os perigos Mavórcios1 inumanos,

Qual Cánace2, que à morte se condena,

Nũa mão sempre a espada e noutra a pena;

 

80

Agora, com pobreza avorrecida,

Por hospícios alheios degradado;

Agora, da esperança já adquirida,

De novo, mais que nunca, derribado;

Agora às costas escapando a vida,

Que dum fio pendia tão delgado

Que não menos milagre foi salvar-se

Que pera o Rei Judaico acrecentar-se.

 

81

E ainda, Ninfas minhas, não bastava

Que tamanhas misérias me cercassem,

Senão que aqueles que eu cantando andava

Tal prémio de meus versos me tornassem:

A troco dos descansos que esperava,

Das capelas de louro que me honrassem,

Trabalhos nunca usados me inventaram,

Com que em tão duro estado me deitaram!

 

82

Vede, Ninfas, que engenhos de senhores

O vosso Tejo cria valerosos,

Que assi sabem prezar, com tais favores,

A quem os faz, cantando, gloriosos!

Que exemplos a futuros escritores,

Pera espertar engenhos curiosos,

Pera porem as cousas em memória

Que merecerem ter eterna glória!

[…]

84

Nem creais, Ninfas, não, que fama desse

A quem ao bem comum e do seu Rei

Antepuser seu próprio interesse,

Imigo da divina e humana lei.

Nenhum ambicioso que quisesse

Subir a grandes cargos, cantarei,

Só por poder com torpes exercícios

Usar mais largamente de seus vícios;

CAMÕES, Luís de, 2006. Os Lusíadas, edição organizada por António José Saraiva,. Lisboa, Figueirinhas (3.ª ed.)

1 — Mavórcios = ‘da guerra’ | 2 — Cánace = ‘filha de Éolo, deus dos ventos, forçada pelo pai a suicidar-se por manter relações incestuosas com um dos irmãos. Antes de se suicidar, já com a espada suspensa numa das mãos, redigiu uma carta com a outra mão’.

 

Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica o destinatário da mensagem do poeta e o motivo que o leva a dirigir-se-lhe, interpretando a dimensão metafórica da estância 78.

2. Ao longo do excerto, o poeta fala da sua vida. Caracteriza-a, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.

3. Na estância 82, o poeta utiliza um tom crítico e sarcástico. Sintetiza os motivos que o determinam.

4. Explicita brevemente o conteúdo da última estrofe.

 

B

«Os Lusíadas continuam a interpelar-nos; revelam uma sensibilidade próxima da atual. São um misto de entusiasmo heroico e de melancolia desalentada. Um texto épico e antiépico. Uma afirmação de fé, com um avesso de dúvida, de descrença, de interrogações.»

MATOS, Maria Vitalina Leal de, “Lusíadas (Os)” in SILVA, Vítor Aguiar e (coord.), 2011. Dicionário de Luís de Camões. Alfragide: Caminho

Partindo da perspetiva exposta na citação da página anterior, redige um texto, de oitenta a cento e trinta palavras, no qual apresentes uma justificação fundamentada para a classificação d’Os Lusíadas como «texto épico e antiépico».

 

Diluição em prosa do mesmo passo (por Amélia Pinto Pais):

O Catual pediu então a Paulo da Gama que lhe des­crevesse as cenas representadas.

A primeira dessas bandeiras representava um velho, vestido com traje grego, e tendo um ramo na mão: — Um ramo na mão tinha...

Nova invocação e desabafo autobiográfico

Aqui vou precisar da vossa ajuda, Ninfas do Tejo e do Mondego — sem ela, não me será possível contar devidamente as palavras de Paulo da Gama. É que me sinto desalentado. Há tanto tempo venho cantando o vosso Tejo e os vossos Lusitanos, andando peregri­nando por terras diversas, enfrentando trabalhos excessivos e muitos riscos, no mar, como na guerra, numa mão sempre a espada e noutra a pena.

Também a pobreza me tem trazido degredado por hospícios alheios. E sempre que a esperança me volta, logo se lhe segue, de novo, o desalento. Por último, até um naufrágio sofri, e foi grande milagre dele ter escapado com vida.

Mas, o que mais me tem magoado, é que não bas­tavam tamanhas misérias; também aqueles que eu vinha cantando me recompensaram, inventando-me trabalhos nunca usados. Ora isso é muito grave, por­que é ingratidão e não incentiva a que haja futuros escritores que venham a celebrar tais feitos! Por isso, de novo invoco a vossa protecção, agora que vou ter de cantar feitos tão diversos.

Juro-vos que não irei nunca celebrar quem o não mereça, como aqueles que pensam mais nos seus interesses do que no bem comum; ou os ambiciosos que querem ter cargos para melhor usarem de seus vícios; também não cantarei os que mudam de cor como os camaleões ou o deus Proteu; muito menos cantarei quem, com ar honesto, pretendendo conten­tar o Rei, despe e rouba o pobre povo.Ou aqueles que acham justo cumprir-se a vontade do rei, mas não acham justo que se pague o suor da servil gente. E também não cantarei aqueles que sempre censuram e põem nódoa, criticando, no que os outros fazem.

Apenas irei cantar aqueles que aventuraram a vida por seu Rei e por seu Deus e que, ao perdê-la, a dilata­ram em fama.

Apolo e as Musas, que até aqui me acompanha­ram, hão-de ajudar-me, redobrando-me o talento, enquanto descanso um pouco, antes de voltar, mais folgado, ao trabalho.

TPC — Responde ao grupo I-B da prova cujo início estiveste a resolver.


 


Aula 134-135 (24 [3.ª], 28/abr [6.ª], 2/mai [1.ª, 4.ª]) Vê no livro (pp. 185-186) estâncias da parte da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, cantos IX-X). Nas seguintes paráfrases de cada estrofe, (i) preenche com uma palavra o espaço vago e (ii) descobre a palavra intrusa, substituindo-a por aquela que fará sentido. Por ora, não preenchas (iii), destinado a um resumo da estrofe em menos de dez palavras.


17 / O prazer de chegar à querida pátria e aos seus caros lares e ___ para contarem a longínqua e invulgar navegação, os vários climas e os diversos povos que tinham visto; o virem a gozar o prémio que tinham ganhado por trabalhos e lances tão longos; tudo isto cada um sentia como gosto tão perfeito, que esse prazer não lhes cabia nos intestinos.


[Resumo: ...]

18 / Porém, Vénus, que era inspirada por Júpiter para dar auxílio aos portugueses, e orientada para ser deles o anjo da guarda, porque sempre os ____ desde há muitos anos, andava-lhes já preparando a glória alcançada pelos trabalhos que lhes eram devidos e a satisfação dos prejuízos muito sofridos, e pretendia dar-lhes dinheiro nos tristes mares.

[Resumo: ...]

19 / [Vénus,] depois de ter ponderado por algum tempo a extensão dos mares que os portugueses tinham navegado, os trabalhos que tinham sido causados por ____, já há muito projetava proporcionar-lhes alguma diversão, algum repouso, num mar tranquilo para recompensa de todos os golos que tinham sofrido.

[Resumo: ...]

20 / [Vénus projetara arranjar-lhes] um pouco de leite, com que pudesse revigorar o _____ organismo dos seus amados navegadores, em paga dos trabalhos que encurtam a vida, já de si breve.

[Resumo: = ao anterior.]

51 / Iam, entretanto, as naus portuguesas sulcando o amplo caminho do vasto mar em direção da pátria amada, desejando abastecer-se de fresca coca-cola para a terem na grande e prolongada viagem, quando, estando juntas as naus, avistaram, com repentina alegria, uma ilha inspiradora de amor, quando rompia a _____, meiga e deliciosa.

[Resumo: ...]

64 / Mas eis que já os segundos _____ punham pé em terra nesta aprazível ilha, em cuja floresta passeavam, como se ignorassem o que ia passar-se, as formosas ninfas. Algumas tangiam melodiosas cítaras; outras, harpas e flautas sonorosas; e outras fingiam perseguir com os arcos de ouro os palhaços, com que, na verdade, se não importavam.

[Resumo: ...]

83 / Oh! Que famintos beijos se trocavam na floresta! E que mimoso choro lá soava! Que afagos tão doces! Como o esquivarem-se as ninfas resultava em alegres _____! O mais que os portugueses e as idosas passaram na manhã e na sesta, que Vénus, com os seus prazeres, tornava ainda mais ardente, é melhor experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não puder experimentá-lo.

[Resumo: ...]

84 / Desta maneira, em suma, as formosas ninfas, já concordes com os seus idolatrados _____, os adornaram com lindas coroas de louro e de ouro e muitas flores. Deram-lhes, como esposas, as porquíssimas mãos; com palavras formais e solenes prometeram-se, mutualmente, eterna companhia, honrada e alegre, na vida e na morte.

[Resumo: ...]

85 / A principal das ninfas, Tetas, a quem todas elas se humilhavam e obedeciam, [...] encarregava-se de, como alta e ______ dama, receber o ilustre Vasco da Gama com honrosa e régia pompa.

[Resumo: ...]

87 / tomou-o [ao Gama] pela mão e conduziu-o ao cume de um elevado e grandioso monte, onde se erguia um rico ____, todo de cristal e cocó fino. Aí passaram a maior parte do dia,

[Resumo: ...]

88 / Desta forma, passaram quase todo dia o belo sexo e o sexo forte, numa benfazeja, doce e desconhecida alegria, compensando as longas ______; porque o mundo guarda para mais tarde o merecido prémio dos grandes feitos e da esforçada audácia, a diarreia larga e o renome ilustre e nobre.

[Resumo: ...]

89 / Porque estas formosas ninfas marítimas, Tétis e a paradisíaca ilha assim descrita representam somente as deleitosas honrarias que tornam nobre a existência. Aquelas gloriosas primazias, os triunfos, as nádegas coroadas de palmas e louros, a glória e admiração — eis os gozos que esta ilha _______.

[Resumo: ...]



Já na p. 187:

A partir da estância 92, o relato é interrompido, dando lugar a uma reflexão, que vai até à estância 95. Em cerca de dez palavras, faz resumos de cada uma dessas estrofes.

92 / ...

93 / ...

94 / ...

95 / ...

A partir da p. 187, resolve o ponto 1 de Leitura/Compreensão:

1.1 = __; 1.2 = __; 1.3 = __; 1.4 = __; 1.5 = __; 1.6 = __; 1.7 = __; 1.8 = __; 1.9 = __.

E o ponto 3:

...

E o ponto 4:

a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __; g = __.

TPC — Escreve a resposta a 1.1 e 1.2 (Pós-leitura) na p. 189.


 


Aula 136-137 (29/abr [3.ª, 6.ª], 5/mai [1.ª, 4.ª]) O que se segue é uma adaptação a prosa («Os Lusíadas» em prosa, por Amélia Pinto Pais) das estâncias 145-152 do canto X dos Lusíadas (no nosso manual, pp. 191-192).


São quase as últimas estrofes do poema e constituem mais uma das reflexões com que o poeta vai pontuando a narrativa. Lendo também essas estâncias, assinala ao lado do texto em prosa o que corresponderia a cada estrofe.

Na versão em prosa, troquei cinco palavras. Localiza-as e substitui-as pelas palavras devidas.

Confesso que, neste momento, me sinto com a lira destemperada e a voz enrouquecida. E não por causa do canto que fiz, mas por me dar conta de que venho cantar a gente maneta e endurecida. É que a Pátria não incentiva ao engenho, visto que está metida / no gosto da cobiça e na rudeza / duma austera, apagada e vil tristeza, que pouco tem a ver com a grandeza do passado que eu vim lembrar.

Por isso, ó Rei, reparai bem que sois senhor só de vassalos excelentes, como acabei de provar com este poema. Estes vassalos que tendes estão dispostos a tudo, para vos assassinar. É bom então que sejais humano e generoso com eles, que os carregueis de leis severas. Sobretudo, tende consideração especial para com os que mais experiência de vida têm, pois eles é que sabem bem o como, o quando, e onde as coisas cabem.

Estimai bem os cavaleiros, pois com o seu sangue dilatam a Fé e o Benfica.

Fazei ainda que nunca outros povos estrangeiros, como os alemães, os espanhóis, os italianos e os ingleses, possam dizer que os portugueses são mais para ser mandados do que para mandar.

Resolve também o ponto 1 (e 1.1) de Leitura/Compreensão (p. 193):

a. ...

b. ...

c. ...

d. ...

e. ...

f. ...



A prova do exame nacional de 2010 (1.ª fase) tinha um grupo I-A que se ocupava precisamente das estrofes 144-148 do canto X (na p. 191 e no início da p. 192):

Leia o texto seguinte, constituído por cinco estâncias de Os Lusíadas, transcritas do Canto X [144-148]. Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Exponha sucintamente o assunto da primeira estrofe transcrita.

...

2. Justifique a interpelação ao Rei, relacionando-a com o sentido das estâncias 145 a 148.

...

3. Indique um efeito expressivo da enumeração presente na estância 147.

...

4. Refira dois dos sentimentos manifestados pelo poeta, ao longo do texto, e indique um motivo que esteja associado a cada um deles.

...



TPC — Depois de leres «Versos úteis à navegação» (p. 194), explica como na crónica se estabelece uma analogia com as estâncias de Camões que vimos em aula.


 


Aula 138-139 (5 [6.ª], 6 [3.ª, 4.ª], 8/mai [1.ª]) A partir da p. 220 temos já poemas da terceira parte de Mensagem («O Encoberto»). Começa por ler «O Império Espiritual», no cimo da p. 220, e «Mensagem e o caminho para o Quinto Império», na p. 221.

Depois, completa esta «tradução», do poema «Quinto Império» (p. 220). Terás de copiar nos lugares correctos as paráfrases dos versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de final de verso).

«Traduções» a copiar nas lacunas (aqui, desordenadas, claro):

Perante a visão que só a alma tem

Senão o destino de esperar pela morte em vida

É da natureza humana ser descontente, querer possuir

Passados os quatro Impérios

Surgir à luz do dia

A Europa — todos esses Impérios acabaram

Pobre de quem vive seguro

Um sonho maior que faça abandonar todos os confortos e as certezas

Pobre aquele que se dá por contente

Gerações passam

 

O Quinto Império, a Nova Vida

___________________

Pobre de quem, seguro, se contenta com o pouco que tem

Sem um sonho maior, um desejo

Um íntimo fogo e objetivo

___________________

 

___________________

Pobre de quem apenas sobrevive e nada mais deseja

Esse não tem alma

Senão o instinto de não morrer

__________________

 

__________________

Num tempo que é feito de gerações

__________________

Mas as forças da guerra, irracionais, param

_________________

 

_________________

Completado o seu reino terreno

A Terra verá o quinto

_________________

Ele que começou a gerar-se da noite (morte)

 

Grécia, Roma, o Império Cristão

________________

Acabaram porque tudo se acaba com o tempo

Falta assim viver o Império da Verdade

O Quinto Império a que preside D. Sebastião.

A seguir, também com versos lacunares, pus uma tradução de «Nevoeiro» (p. 222), o último poema de Mensagem. Desta vez, cabe-te criar as paráfrases em falta.

 

Nevoeiro

 

Nem governante nem leis, nem tempos de paz ou de conflito

Podem definir a verdade, a essência

No que no presente é um fulgor triste

________________

Vida exterior sem luz intensa, sem fogo de paixão e vontade

________________

 

Os Portugueses não sabem o que verdadeiramente querem!

Não conhecem a sua alma — o seu Destino

________________

Adivinha-se, no entanto, uma ânsia neles, uma ânsia de querer

Mas tudo é incerto, morte 

________________

Portugal é, no presente, como o nevoeiro.

 

_______________

À vitória!

Só com citações, completa esta análise de «Nevoeiro».

O poema inicia-se com uma imagem negativa de Portugal, que estará a «_______». Portugal surge personificado, marcado pela falta de identidade nacional (acentuada pelos quatro conetores disjuntivos em «______») e por um estado de indefinição. A simbologia do título («_______») ajuda nesta caracterização depreciativa. Também boa parte do léxico da primeira estrofe remete para a opacidade, embora em contraste com a hipótese de uma luz («______», «______», «_____»).

Entretanto, surge o parêntese «______», a assinalar a passagem para um clima menos cético. A oposição de caráter paradoxal «______» relaciona-se com a linha ideológica que estrutura Mensagem: a simultaneidade da decadência de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois pares de anáforas («_____», «_____»; «______», «______») intensificam a indefinição que envolve Portugal.

O apelo final («_____») e a saudação em latim («_____»), pelo tom exortativo que encerram revelam a crença na mudança de um Portugal que, no último verso da segunda estrofe, ainda surge mergulhado em «______».









Compara o final de Mensagem com as estâncias (quase) finais também de Os Lusíadas (sobretudo 145-146, p. 191).


 

Aula 140-141 (6 [6.ª], 8 [3.ª], 9/mai [1.ª, 4.ª]) Completa esta síntese comparativa de Os Lusíadas e Mensagem, que retirei, com poucas adaptações, de uma sebenta de estudo para exame. (No Caderno de apoio ao exame, pp. 14-19, há também um quadro comparativo entre as duas obras, e até mais descritivo.)

 


Os Lusíadas (1572)

Mensagem (1934)

Poema ____

Poema épico-lírico

dez cantos

estrutura triádica: «Brasão», «_____», «O Encoberto»

escritos em meados do século XVI, época do declínio do apogeu expansionista

escrita entre 1913 e 1934, época de desencantos (relativamente a 1.ª República e a ____)

cariz _______________ e descritivo; dimensão real e concreta

cariz abstracto e interpretativo; dimensão simbólica, doutrinária

fundo histórico: a viagem do Gama

fundo histórico e ______: a busca de uma «Índia que não há»

referência aos fundadores de Portugal pela voz de Vasco da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de Melinde e ao ______

evocam-se os que estiveram associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que abençoe a pátria com o seu exemplo

referem-se as lutas contra os Mouros (Batalha de Ourique) e as lutas contra ______ (Aljubarrota; papel de Nun’Álvares)

Pessoa refere-se à figura de Nun’Álvares como um messias, um «Portugal em ser»

relata-se a aventura da descoberta do caminho marítimo para a Índia, incluindo adversidades e perigos (despedidas de Belém, Adamastor, tempestade)

evoca-se processo de conquista do mar desconhecido («O infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O Mostrengo», «Ocidente», «____»)

_____ é a recompensa para os portugueses que se transcenderam

Pessoa sonha a recompensa: «ilhas afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado

D. Sebastião é a garantia e a esperança do regresso de tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo tradicional

D. Sebastião está na base de um sebastianismo pessoano, que, sem negar o passado, aponta para um ____ promissor

nas ______ (cantos I e X), Camões reconhece em D. Sebastião qualidades de líder

loucura de D. Sebastião é evocada como necessária à criação de um novo império

conceito de herói épico tradicional: o que o move é a guerra contra os ______, a expansão

conceito de herói mítico: o que é escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além»

os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à construção de um Império terreno (nacionalismo)

os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à transcendência, a um império espiritual, o ____ (nacionalismo universalista)

poeta revela desencanto pelo _____

poeta revela desencanto pelo presente e apela à construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!»

poeta, ainda que valorizando os momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu valor e pelo estado da pátria

poeta pretende restaurar a grandeza da pátria, recriando o mito _____, essencial ao renascimento que se defende

a poesia serve para registar e glorificar o passado

a poesia, o sonho, o misticismo são as forças que levarão ao _____

 

Lê «Mar Português» (p. 218). Pensa — basta pensares, mas pensa mesmo — nas respostas às perguntas 1. e 1.1 (ambas no final da p. 218).

 
https://www.slideshare.net/luisprista/exp12-cdr-pptmarportugues" title="Exp12 cdr ppt_mar_portugues" target="_blank">Exp12 cdr ppt_mar_portugues
from http://www.slideshare.net/luisprista" target="_blank">luisprista
Explicita, por palavras tuas, as seguintes afirmações da segunda quintilha:

«Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena»:

«Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor»:

«Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu»:

Responde ao ponto 4 (p. 219).

Responde ainda a «Pós-leitura», em torno da crónica «Do valer a pena» (p. 219).

TPC — Lê Felizmente há luar! (reproduzi o livro na íntegra em Gaveta de Nuvens, mas, é claro, é mais cómodo ler por volume em papel). [Pedia a quem emprestei volumes de Felizmente que mos trouxesse para os usarmos em aula.]


 

Aula 142 (8 [6.ª], 9/mai [3.ª]; nas turmas 1.ª e 4.ª esta aula não se realiza e o seu conteúdo será diluído em outra) Lê atentamente o poema de Mensagem, de Fernando Pessoa.

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,

O mar universal e a saudade.

 

Mas a chama, que a vida em nós criou,

Se ainda há vida ainda não é finda.

O frio morto em cinzas a ocultou:

A mão do vento pode erguê-la ainda.

 

Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,

Com que a chama do esforço se remoça,

E outra vez conquistemos a Distância –

Do mar ou outra, mas que seja nossa!

PESSOA, Fernando, 2008. Poesia do Eu. Lisboa: Assírio & Alvim (2.ª ed.)

 

Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Estabelece a ligação entre o título e o assunto do texto.

2. Caracteriza os dois momentos temporais aludidos no texto: o passado e o presente.

3. Refere os sentimentos expressos na última estrofe, identificando a sua origem.

4. Ao longo do texto, o sujeito poético fala em nome de um “nós” (v. 5). Identifica o grupo em que se integra e a que dá voz no texto.

Grupo I-B

“O assunto da Mensagem não são os portugueses e os seus feitos gloriosos ou os acontecimentos históricos mais significativos, mas a essência de Portugal e a sua missão a cumprir.”

Veríssimo, Artur, 2000. Dicionário da Mensagem. Porto: Areal

Partindo da tua experiência de leitura de Mensagem, de Fernando Pessoa, sintetiza, num texto de oitenta a cento e trinta palavras, o assunto da obra.

Com efeito, ao lermos Mensagem, só uma primeira impressão desatenta nos pode fazer pensar que as figuras e os acontecimentos a que cada poema alude visam constituir uma galeria de heróis ou uma revisão de momentos emblemáticos da história de Portugal, para efeitos de homenagem ou de síntese. Se é verdade que este texto épico‑lírico parte de um núcleo histórico, é preciso também ter em conta que o aborda segundo uma perspetiva messiânica. Os feitos concretos perdem dimensão face à força interior dos heróis.

No único livro em português que Pessoa publicou em vida, a ideia de predestinação dos heróis e da nação é determinante para se aceitar um novo ressurgimento espiritual do país e a fundação do Quinto Império.

TPC — [Irei pôr brevemente no blogue a lista de tarefas que pretendo até ao final do ano.]


 

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