Sunday, September 15, 2013

Aulas (2.º período, 2.ª parte: 111-130)


Aula 111-112 (10 [1.ª, 4.ª], 11/mar [6.ª, 3.ª]) Trata-se do Grupo II de um exame nacional, a que acrescentei apenas dois itens.

Leia, atentamente, o seguinte texto.

Não creio que as classificações acrescentem o que quer que seja à fruição de uma obra de arte, seja ela literária ou de outra qualquer natureza; mas também não penso que a prejudiquem. Por isso, ao terminar a leitura de Memorial do Convento, ainda sob o império da fascinação que ela me provocou, surpreendi-me a interrogar: que livro é este? Que escreveu, que quis José Saramago escrever? Um romance histórico? Um romance realista? Uma alegoria? Uma parábola? Uma epopeia? Um conto de fadas? Uma história de amor? […] A resposta surgiu, inevitável, irrecusável por assim dizer: Memorial do Convento é tudo isso, um caleidoscópio, […] um espelho do real reinventado, diverso e complexo, à imagem e semelhança do mundo e dos homens que nele habitam e o fazem avançar. […]

Este romance não é apenas um romance histórico, a sua duração transcende os limites cronológicos do quadro histórico em que à primeira vista parece encerrar-se […]. A cada passo surgem referências a acontecimentos que virão a produzir-se muito para além do marco temporal da história que nos é contada – a propósito dos damascos carmesins e dos panos verdes que ornamentam o coro da Igreja alude-se ao «gosto português pelo verde e pelo encarnado, que, em vindo uma república, dará bandeira» […]. É que, neste romance […], a história não é uma categoria imutável e fixa, mas a contínua respiração da realidade, rio cujas águas nunca param e nunca se repetem. […]

A luta de classes. De outra coisa não fala este romance que por isso mesmo é também um romance realista – e uma epopeia. Às duas epígrafes que o autor lhe antepôs – uma do Padre Manuel Velho, a outra de Marguerite Yourcenar – poderia ter acrescentado uma terceira, extraída do conhecido poema de Brecht intitulado «Perguntas de um Operário Letrado», que começa por estes três versos: «Quem construiu Tebas, a das sete portas? / / Nos livros vem o nome dos reis. / Mas foram os reis que transportaram as pedras?» É a uma pergunta análoga que o Memorial dá resposta. Para assegurar a sua progénie, um rei beato promete erigir um convento de franciscanos na vila de Mafra. Mas são os servos da gleba que, com o seu sangue e o seu suor hão-de construí-lo, homens vindos de todos os cantos do país, atraídos pela esperança de melhor salário, levados à força outros como se gado fossem […].

Com tudo isto, ficou ainda por dizer que o romance deve muito da sua força narrativa ao estilo incomparável de Saramago, ao seu perfeito domínio da língua portuguesa, a que este livro é uma permanente homenagem, à opulência de uma escrita em que o extremo rigor e a liberdade estreme se conjugam, numa rara aliança em que nenhum deles é sacrificado pelo outro e antes mutuamente se enriquecem.

Luís Francisco Rebelo, Memorial do Convento, José Saramago, 25 anos da 1.ª edição: A recepção da crítica na época, Lisboa, Caminho, s.d.

epígrafe: fragmento de texto, citação curta, máxima, etc., colocada em frontispício de livro, no início de uma narrativa, de um capítulo, de uma composição poética, etc., como orientação de leitura ou objectivos afins.

progénie: descendência, sucessão.

estreme: pura, radical.

 

1. Circunda a melhor alínea.

A palavra «que» (linha 1, a seguir a «Não creio») pertence à classe

a) das conjunções consecutivas.

b) das conjunções concessivas.

c) dos pronomes relativos.

d) das conjunções completivas.

 

Segundo o autor, na fruição de uma obra de arte, classificá-la torna-se

a) inadequado.

b) impossível.

c) indiferente.

d) imprescindível.

 

O recurso a interrogativas (linhas 4-6) serve ao autor como

a) introdução à temática que vai desenvolver.

b) questionamento dirigido a outros críticos.

c) rol de suspeitas decorrentes da leitura do livro.

d) efeito meramente retórico e estilístico.

 

Com o recurso ao termo «caleidoscópio» (linha 8), o autor vê Memorial do Convento como uma obra

a) obscura na sua multiplicidade.

b) multifacetada como a vida.

c) emaranhada como um labirinto.

d) única na sua singularidade.

 

Com a transcrição do poema de Brecht (linhas 22-24), o autor pretende sublinhar

a) o testemunho de um autor dramático.

b) a variedade possível de epígrafes.

c) o paralelismo com Memorial do Convento.

d) a semelhança com as anteriores epígrafes.

 

A palavra «que» (linha 29) pertence à classe

a) dos pronomes relativos.

b) das conjunções completivas.

c) das conjunções coordenativas.

d) das conjunções consecutivas.

 

O antecedente do pronome «que» (linha 31) é

a) «romance» (linha 29).

b) «estilo incomparável» (linha 30).

c) «perfeito domínio» (linha 30).

d) «língua portuguesa» (linha 30-31).

 

A colocação do pronome «se» (linha 32) em posição anteposta ao verbo justifica-se pela sua

a) inclusão numa frase em discurso indireto.

b) inserção numa frase subordinada relativa.

c) dependência de uma construção negativa.

d) integração numa frase interrogativa indireta.

 

2. Associa cada elemento de A ao único elemento de B que lhe corresponde.

A

1. Com o recurso a «É que» (linha 15),

2. Com o recurso à conjunção «mas» (linha 16),

3. Com a utilização da frase negativa iniciada por «De outra coisa não fala» (linha 18),

4. Com o recurso ao travessão duplo (linhas 19-20),

5. Com a utilização da forma do verbo auxiliar modal «poderia» (linha 20),

B

a) o enunciador exprime oposição em relação à ideia apresentada anteriormente.

b) o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.

c) o enunciador nega para afirmar com mais veemência.

d) o enunciador estabelece uma lógica de finalidade.

e) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido anteriormente.

f) o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.

g) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual anterior.

h) o enunciador explica a ideia expressa desde o início do parágrafo.

1. = ___; 2. = ___; 3. = ___; 4. = ___; 5. = ___.

 

Em tepecê recente, vimos como, um pouco como já acontecia em Os Maias, havia em Memorial uma série de momentos que formavam uma galeria de quadros sociais. O que se segue é uma tabela acerca do espaço social já semi-preenchida. Completa as lacunas:

 

Quadros
Personagens/Classes sociais envolvidas
Temas e/ou aspectos visados
Entrudo, Quaresma (procissão de penitência) [cap. III]
_______
 
a religião como pretexto para a prática de excessos; sensualidade & misticismo
Histórias de milagres e de crimes [XIV; II; XVII]
___ e povo;
o frade ladrão
superstição e crendice;
libertinagem
Autos-de-fé [V; XXV]
cfr. leitura em aula
_____
repressão ____ e política;
fanatismo
Baptizados e funerais régios [VIII; X]
rei e rainha; nobreza e ______;
(povo assistindo)
luxo e ostentação;
vida e morte como espectáculo
Elevação a cardeal do inquisidor [VIII]
____ e nobreza;
(povo _____)
luxo e ostentação
Vida conventual [II; VIII]
frades e freiras;
nobreza
________;
_________
Tourada [IX]
______
o sangue e a morte como espectáculo
Procissão do Corpo de Deus [XIII]
todas as classes
sobreposição do profano ao _______;
a libertinagem do _____
Cortejo de casamento [XXII] *cfr. exame respondido em aula
casal real, infantes, nobreza, clero;
(povo assistindo)
o casamento na realeza, a vida das mulheres; luxo e ostentação; contraste com miséria do ____; estado dos ____

 

Lê «Epopeia» (pp. 154-155), para responderes, na página 155, ao ponto 1:

a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___; f = ___; g = ___.

 

«Memorial do Convento é — e não é — uma epopeia.»

Num texto de cerca de 140 palavras, comenta esta ideia.

 

Completa (em geral, com termos de narratologia ou com nomes de personagens):

 

Tempo do discurso vs. Tempo da história
Memorial do Convento
Cinema Paraíso
Alteração da ordem dos acontecimentos
A ______ não é recurso essencial, mas, por vezes, somos informados de factos anteriores à história que está a ser narrada: por exemplo, as diligências, por parte dos _____, anteriores a 1711 (já em 1624 e em 1705), para se construir um convento.
As _____ são mais significativas, até porque costumam ser menos habituais nos romances. Há algumas que remetem para os nossos dias ou para o século XX genericamente: referência às cores da bandeira republicana [cap. XII]; a praia como local de lazer [cap. XIII]; cravos e 25 de abril de 74 [cap. XIII], ida à lua, Junot em Mafra, cinema [cap. XVII], Fernando Pessoa [cap. XVIII]. Também há prolepses que dão conta de situações futuras mas pertencentes à própria intriga do romance (vimos há dias como se antecipava a morte de _____; logo no início alude-se aos vindouros bastardos de _______: «quando acabar a sua história se hão de contar por dezenas os filhos assim arranjados»).
A _____ é um recurso essencial. A história é-nos dada in media res  — no momento em que o protagonista sabe da morte de Alfredo —, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Salvo erro há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da ______ não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)
Não há propriamente _____, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, alude, velada mas certeiramente, ao futuro de _____.
Omissão e resumo de factos; abrandamento e aceleração do ritmo
Há ____ (cortes, saltos no relato): «Meses inteiros se passaram desde então, o ano é já outro» [cap. VIII]; «Encerrados na quinta, Baltasar e Blimunda assistem ao passar dos dias. Agosto acabou. Setembro vai em meio» [cap. XVI]. Há ______ (em que um grande lapso de tempo é dado em poucas pinceladas): «tornou o padre aos estudos, já bacharel, já licenciado, doutor não tarda...»; a busca de Baltasar por Blimunda também é dada em resumo/elipse. Estes momentos, como é óbvio, _____ o ritmo da narrativa.
Ao contrário, haverá zonas em que o relato parece demorar-se excessivamente, _______ assim a velocidade da narrativa (por exemplo, a narração da «epopeia da pedra», em que o tempo do discurso parece mais lento do que o da história).
Uma _____ notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de ______, o que aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a _______, que aproveitam aa imagens passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos que nos estão a ser dados vários anos em poucos minutos).
Ao contrário, uma história contada por Alfredo a Totó (que só veremos na próxima aula) parece fazer _____ o discurso relativamente ao tempo «real».

 

TPC — Lê (para compreensão) «Os Lusíadas: Uma Visão Global» (pp. 159-160).


 

Aula 113-114 (13 [3.ª],14 [1.ª, 4.ª], 17/mar [6.ª]) Na p. 156, lê «Os Lusíadas: poema épico», para preencheres as lacunas:

a = ___; | b = ___; | c = ___; | d = ___; e = ___; | f = ___; | g = ___; | h = ___; i = ___; | j = ___; | k = ___; | l = ___; m = ___; | n = ___; |o = ___; |p = ___.

Os livros distribuídos são todos do género épico (epopeias, poemas narrativos em verso sobre assunto merecedor de glorificação). No entanto, podemos distinguir três tipos:

(1) epopeias estrangeiras (traduzidas em português, em prosa ou em verso).

(2) epopeias portuguesas (menos célebres do que Os Lusíadas, mas, ainda assim, poemas épicos com propósitos sérios).

 (3) epopeias paródicas ou poemas herói-cómicos (ainda que escritos segundo as regras da epopeia, têm objetivos satíricos; o próprio assunto pode ser ridículo).

Procurei que em cada mesa ficasse um exemplar dos tipos 1 ou 2 (epopeias a sério) e um exemplar de 3 (epopeias satíricas).

Comecem por identificar os livros que lhes tenham cabido (assinalando-os na lista):

1

Homero, Ilíada, trad. de Frederico Lourenço, 2005        [séc. VIII a.C.]

Homero, Odisseia, trad. de Frederico Lourenço, 2003 [séc. VIII a.C.]

Virgílio, Eneida, trad. de Agostinho da Silva, 1997 [séc. I a.C.]

Vergílio, Eneida, trad. de vários professores da FLUL, 2003

João Franco Barreto, Eneida Portuguesa, 1664

Coelho de Carvalho, A Eneida de Vergilio lida hoje, 1908

Ludovico Ariosto, Orlando Furioso, trad. de Margarida Periquito, 2007 [1516]

Torquato Tasso, Jerusalem Libertada, versão de José Ramos Coelho, 1905 [1581]

Kalevala. O poema épico da Finlândia, trad. de Orlando Moreira, 2007 [1849]

2

Jerónimo Corte-Real, Sucesso do segundo cerco de Diu, 1546

Vasco Mouzinho de Quevedo, Afonso Africano, 1611

Gabriel Pereira de Castro, Ulisseia ou Lisboa Edificada, 1636

José Martins Rua, Pedreida. Poema heroico da liberdade portugueza, 1843

José Agostinho de Macedo, O Oriente, 1854

José Agostinho de Macedo, Newton, 1854

Tomás Ribeiro, D. Jayme, 1862

José Agostinho de Macedo, A Creação, 1865

António José Viale, Bosquejo metrico da historia de Portugal, 1866

Augusto Bacelar, Migueleida. Poema em memoria do Senhor Dom Miguel de Bragança, 1867

Carlos Alberto Nunes, Os Brasileidas, 1938

3

Camões do Rossio [Caetano da Silva Souto-Maior], A Martinhada, séc. XVIII

Francisco de Paula de Figueiredo, Santarenaida, 1792

António Diniz da Cruz e Silva, O Hyssope, 1808

João Jorge de Carvalho, Gaticanea ou cruelissima guerra entre os cães e os gatos [...], 1816

[Nuno Pato Moniz], Agostinheida, 1817

J. M. P. [Camilo Aureliano Silva e Sousa], Os Ratos da Alfandega de Pantana, 1849

A Revolução, 1850

Alexandre de Almeida Garrett, As Viagens a Leixões ou a Troca das Nereidas, 1855

Francisco de Almeida, Os Lusiadas do seculo XIX, 1865

Manuel Roussado, Roberto, 1867

Quatro estudantes de Evora, Parodia ao primeiro canto dos Lusiadas de Camões, 1880

Pedro de Azevedo Tojal, Foguetario, 1904

Marco António, Republicaniadas, 1913

Um velho tripeiro, «A Carrileida». Poema épico-commercial, 1917

Octávio de Medeiros, Affonseida, 1925

Padre Ângelo do Carmo Minhava, Cabrilíada, 1947

Amândio Vilares, Portuscale, s.d.

Relativamente ao livro do tipo 1 ou 2:

Assunto do poema [a própria proposição já os pode ajudar bastante nessa síntese, já que, por definição, anuncia o que o autor se propõe «cantar»]: ________________

A proposição vai da estância 1 à ____.

A invocação vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ____.

A narração começa na estância ____.

Nem todos os poemas terão invocação (embora seja de regra) e, ainda menos, dedicatória (inovação dos Lusíadas mas que não era habitual nas epopeias).

Número de cantos (ou livros): ____.

Tipo de estrofes: {escolhe} oitavas / [outro:] ____ / indiferenciadas.

Esquema rimático: {escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:] _____.

Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] ______.

 

Relativamente ao livro do tipo 3:

Assunto do poema: ______

A proposição vai da estância 1 à ____.

A invocação vai da estância ___ à ___, sendo esse pedido de inspiração dirigido a ______.

A narração começa na estância ____.

Nem todos os poemas terão invocação (embora seja de regra) e, ainda menos, dedicatória (inovação dos Lusíadas mas que não era habitual nas epopeias).

Número de cantos (ou livros): ____.

Tipo de estrofes: {escolhe} oitavas / [outro:] ____ / indiferenciadas.

Esquema rimático: {escolhe} a-b-a-b-a-b-c-c / [outro:] _____.

Métrica: {escolhe} decassílabos / [outra:] _____.



TPC — Prepara leitura em voz alta das três estâncias de Os Lusíadas na p. 161, bem como das quatro estâncias na p. 164. (Para conseguires leitura razoável, não chegará reconheceres as estrofes pouco antes da aula. Pretende-se uma leitura profissional.)


 

Aula 115 (13 [1.ª, 6.ª] 14/mar [3.ª]; na turma 4.ª esta aula foi dada como tepecê) Correção do questionário de compreensão (tipo Grupo-II) feito na penúltima aula. (Ver Apresentação.)

Considera a afirmação e a instrução apresentadas a seguir:

Afirmação:

O verso de Campos «Ah, seja como for, seja para onde for, partir!» convoca a linha temática da viagem.

Instrução:

Num texto com introdução-desenvolvimento-conclusão e em cerca de duzentas, trezentas palavras, elabore uma dissertação acerca da importância da viagem na existência humana, salientando as vantagens que, no seu entender, se lhe associam.

Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo.

Escreve a dissertação, cumprindo o «guião» que ponho em baixo. Nota que o que está a seguir é uma síntese, nenhuma das suas frases aparecerá no teu texto — a dissertação dará conta das mesmas ideias, seguirá linhas de sentido próximas, o que é bastante diferente de se estar a aproveitar segmentos textuais deste guião.

[INTRODUÇÃO]

1.° parágrafo Viagens como oportunidade de aprendizagem, tanto na alegria como nos dissabores A existência humana como metáfora de viagem

 [DESENVOLVIMENTO]

2.º parágrafo primeiro argumento:

Viagens alargam horizontes, conhecimentos, contactos com novas realidades, culturas distintas (quando se visitam novos países e/ou continentes, reconhecem-se novas línguas, hábitos, costumes e comportamentos sociais)

— um exemplo: provérbio «Em Roma sê romano», como exemplo da necessidade de adaptação às culturas visitadas.

3.° parágrafo segundo argumento:

Viagens podem ganhar um sentido de evasão, sonho, imaginação, para construir mundos alternativos

— um exemplo: uma situação de tensão, de conflito (penosa) pode dar lugar a uma estratégia de superação do problema: viagem libertadora (nem que seja psicológica)

 [CONCLUSÃO]

4.° parágrafo tópico de fecho:

Viagem liberta o ser humano do espaço e do tempo que o definem como ser.

TPC — Faz (vai fazendo e verificando as soluções) as duas primeiras fichas no Caderno de Atividades (‘Classes de palavras (e flexão)’, ‘Funções sintáticas’), pp. 3-8. Reproduzirei essas fichas aqui e aqui.


 


Aula 116-117 (17 [1.ª, 4.ª], 18 [6.ª], 20/mar [3.ª]) Copia as estrofes 19-20 e 42 do canto I (p. 161), repondo a ordem mais natural das palavras (desfazendo hipérbatos ou anástrofes) e substituindo eventuais perífrases (e antonomásias) pelo referente mais habitual de cada nome.


19-20 — [Os marinheiros portugueses] ...


[21-41 = Consílio]


42 — ...


Resolve os itens 3 e 4 da p. 162:

3.1. ...

4 = ___; ___.

Depois de ouvirmos algumas estâncias correspondentes ao consílio no Olimpo, resolve o ponto 1.1 (pp. 162-163):

a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __; g = __.

 


Os Lusíadas

Cinema Paraíso

A «narração» (parte do poema épico) e a ordem na narrativa

As estâncias que hoje vimos correspondem ao início da narração (I, 19). Sucedem à proposição (I, 1-3) — em que o poeta enuncia o que se propõe «______» (os navegadores que dilataram o império; os reis que contribuíram para a expansão da fé; todos os homens que por feitos grandiosos se imortalizaram), à invocação (I, 4-5) — em que pede inspiração às _______ (não por acaso, entidades míticas portuguesas) — e à dedicatória (I, 6-18; cfr. p. 214 do manual) — a D. Sebastião, a quem o poeta louva (pelo que representa para a independência de Portugal e para o aumento da mundo cristão; pela ilustre ascendência; pelo império de que é senhor), a quem apela para que o leia (vinca que a obra não versará heróis e factos _______, como as epopeias anteriores, mas matéria histórica) e a quem incita a continuar os feitos gloriosos dos portugueses (nomeadamente, combatendo os mouros). Já dissemos que se trata de um começo in media res, com a ação já a meio da viagem, no Índico.

O filme que estamos a ver não teve, naturalmente, o equivalente das primeiras dezoito estâncias dos Lusíadas (proposição; invocação; dedicatória). Entrámos logo na narração, sendo-nos igualmente dada a ação in media res — o protagonista é um quarentão que vive em Roma que sabe ter morrido um amigo da sua infância. Pode parecer que se trata de um momento da ação mais _____ do que «médio». Porém, isso até tem algum paralelismo com Os Lusíadas, se considerarmos que o que vai ser recuperado no poema épico não é apenas a primeira metade da viagem mas toda a _____ de Portugal.

Exemplos da influência das epopeias clássicas

A intervenção dos deuses no destino dos homens está amplamente documentada nas epopeias da Antiguidade, o que também sucede nos Lusíadas. A narração começa com o plano central, o da viagem, mas só durante uma estrofe (I, 19), passando-se logo ao plano mitológico, com o Consílio no Olimpo (I, 20-41). _____ pretende dar conhecimento da sua determinação de ajudar os navegantes portugueses e elogia as proezas históricas do povo português e a sua coragem. Esta decisão gera controvérsia: Baco teme que seja destruído o prestígio que tem no _______; no entanto, Vénus e _______ defendem os portugueses.

No passo do filme que vimos hoje há talvez duas alusões a motivos de uma das epopeias da Antiguidade, a Odisseia. Quando o Totó jovem regressa a Giancaldo, fica sozinho na praça e só um ___ o reconhece (no poema narrativo de Homero também o cão, Argus, se apercebe da chegada de ____ a Ítaca, mesmo estando este disfarçado de mendigo). A mãe de Salvatore como Penélope para o marido, Ulisses. Sabia que o filho regressaria e esperou-o longamente, tal como Penélope esperou o esposo, apesar de assediada por outros. A mãe de Totó tricotava uma peça que se desfiaria à chegada do filho, enquanto _______ tecia o que todas as noites desfazia, para evitar firmar compromisso com os seus pretendentes.

O fecho da narrativa segunda e a retoma da narrativa primeira

Em Os Lusíadas, o momento que equivale ao fecho do encaixe que serve para dar conta do que ficou para trás e em que se retoma a narrativa primeira chega no final do canto V e no começo do canto VI, que correspondem ao fim do discurso do Gama ao rei de _______ (uma longa analepse —cantos III a V — que serviu para contar a história de Portugal e metade do eixo da viagem) e à partida de Melinde, para se fazer o que falta da viagem (de Melinde à ____ e, depois, o regresso a Portugal).

O momento do filme a que chegámos no final desta aula corresponde ao fecho da analepse que recordou toda a infância, adolescência e juventude de Salvatore, até à saída de Giancaldo. O truque fílmico — uma espécie de quiasmo — da justaposição de _____ a sair de Giancaldo e avião a chegar ao aeroporto na Sicília funciona como uma _____, cortando uns vinte e cinco anos da vida do protagonista, e delimita o ponto em que retomámos a ação «contemporânea» da narração.

 

Resolve o ponto 1 da p. 163 (resumo de «O significado da mitologia n’Os Lusíadas» em 80-100 palavras). ....

TPC — Nas pp. 56-57 do Caderno Atividades («Textos de reflexão») — reproduzi-las-ei no blogue — são dados nove temas para dissertação. Escolhe um deles (exceto talvez B, C e D) e elabora um guião para tratamento desse tema, segundo o formato que usámos para ‘Viagem’. Nota bem: só quero o «guião», não é preciso chegares a fazer a dissertação.


 

Aula 118 (18 [4.ª], 20 [6.ª, 1.ª], 21/mar [3.ª]) Relendo as estâncias 103-105 do canto I (p. 164), resolve as seguintes perguntas do manual (p. 165). Lê mesmo as perguntas, não te fiques por olhar só para os esboços de respostas.

2. ...

3. Vasco da Gama não contava com hostilidades, uma vez que se mostrava «____» (104, v. 2), ou seja, satisfeito com a possibilidade de naquelas paragens vir a encontrar um «____» (104, v. 3), isto é, cristão.

4.1 A propósito da emboscada preparada aos portugueses, o poeta reflete sobre _____. Tais reflexões provocam-lhe ____.

4.1.1. A repetição anafórica da interjeição «______» (vv. 5-6) e a hipérbole utilizada nas expressões «____» (v. 5) e «_____» (v. 6) contribuem para enfatizar o desencanto do sujeito poético.

4.2      A metáfora que designa o homem é ______.

4.2.1. Na última estância, a repetição do quantificador existencial «____» e do advérbio relativo «______» concorre para ampliar, em quantidade e extensão, os perigos a que está sujeito o Homem, quer no «____» (v. 1), quer na «____» (v. 3). Desse modo, a metáfora «____» serve, no contexto da epopeia, para realçar a desproporção existente entre os heróis e as dificuldades que terão de enfrentar para cumprir os seus objetivos. Assim, vai sendo construído o seu retrato de excecionalidade.

No recente, e estronço, teste intermédio, uma das duas opções dadas para o grupo I-B aproveitava as estâncias 105 e 106 do canto I, as duas últimas na p. 164 do manual. (Vale a pena lembrar que, no exame a sério, por um lado, neste grupo-I não haverá alternativas para opção — dadas no intermédio apenas para se poder atender aos ritmos diversos de cada escola —, e, por outro, sairá matéria do 11.º ano — ao contrário, na parte I-A ficará haverá texto de autor do 12.º ano). Reproduzo essas duas perguntas e as respostas sugeridas oficialmente:

1. Relacione a interrogação final (versos 13 a 16) com as exclamações que a antecedem (versos 5 a 12).

A interrogação presente nos quatro versos finais decorre da reflexão do poeta sobre a fragilidade da condição humana e da sua perplexidade perante a impossibilidade aparente de encontrar um lugar seguro, onde o ser humano, «bicho da terra tão pequeno» (v. 16), se encontre a salvo.

Nas exclamações dos versos 5 a 12, o poeta refere os «grandes e gravíssimos perigos» (v. 5) a que o homem está sujeito, tanto no mar como na terra, na permanente incerteza do futuro («caminho de vida nunca certo» – v. 6).

2. Explique de que modo a mitificação do herói em Os Lusíadas é ilustrada pelas estâncias transcritas.

A mitificação do herói é ilustrada no excerto, na medida em que é referido e valorizado o esforço que leva os portugueses não só a ultrapassarem os perigos graves, no mar e na terra, como também a assumirem a fragilidade da condição humana.

Consciente da desproporção existente entre o «fraco humano» (v. 13) e o «Céu sereno» (v. 15), o poeta acentua e enaltece a grandeza heroica daqueles que enfrentam forças adversas e, assim, se elevam ao nível dos deuses.

Liga dos Campeões

TPC — Estuda a prova no Caderno de atividades a pp. 72-75 (reproduzi-la-ei em Gaveta de Nuvens). Vai vendo as soluções, mas não deixes também de pensar como resolverias cada questão. Estas estrofes do canto III, embora não estejam no manual principal, fazem parte das que o programa recomenda.


 



Aula 119-120 (21 [1.ª, 4.ª], 24 [6.ª], 25/mar [3.ª]) Lê «A mitificação do herói n’Os Lusíadas» (p. 190 do manual). Para responderes a cada um dos itens seguintes, circunda a melhor alínea.


 


O uso das aspas no primeiro parágrafo deve-se


a) à demarcação de uma fala.

b) à identificação de uma tradução.

c) à delimitação de uma citação.

d) à marcação de uma definição.

 

O sujeito da primeira frase do segundo parágrafo é

a) composto.

b) subentendido.

c) indeterminado.

d) expletivo.

 

O conector «pois» (l. 4) apresenta um valor

a) explicativo.

b) conclusivo.

c) causal.

d) consecutivo.

 

O segmento «A lenda invade a Epopeia, porque as indefinições, o desconhecimento, a transmissão oral, que abarca gerações, criam uma aura de misticismo» (ll. 8-9) integra três orações, uma das quais subordinada

a) final.

b) substantiva completiva.

c) adjetiva relativa explicativa.

d) substantiva relativa.

 

«a Epopeia» cumpre a função sintática de

a) complemento indireto.

b) complemento oblíquo.

c) modificador do grupo verbal.

d) complemento direto.

 

Com o uso do pronome «a» (l. 9) para recuperar o referente «Epopeia» (l. 8), o enunciador serve-se da

a) anáfora.

b) catáfora.

c) elipse.

d) correferência não anafórica.

 

O termo «anacrónica» (l. 10) é usado com o sentido de

a) futurista.

b) atual.

c) passadista.

d) virtual.

 

Em termos estilísticos, para além de uma enumeração, o segmento «o desejo dos povos de exaltar, supervalorizar, deificar, imortalizar os seus heróis» (ll. 11-12) apresenta ainda

a) uma personificação.

b) um polissíndeto.

c) uma gradação.

d) uma anáfora.

 

O referente retomado pelo pronome «eles» (l. 12) é

a) «os seus heróis» (l. 12).

b) «povos» (l. 11).

c) «bizarros» (l. 11».

d) «O mito» (l. 11).

 

«aqueles» (l. 23) pertence à classe dos

a) determinantes demonstrativos.

b) pronomes indefinidos.

c) determinantes relativos.

d) pronomes demonstrativos.

 

Na expressão «vão-se valorizando» (l. 25) a ação é perspetivada como

a) acabada.

b) pontual.

c) progressiva.

d) habitual.

 

«seus» (l. 25) pertence à classe dos

a) determinantes possessivos.

b) pronomes possessivos.

c) pronomes pessoais.

d) pronomes indefinidos.

 

O elemento «que» utilizado em «acreditando que os seus valores servem a coletividade» (ll. 25-26) pertence à classe

a) dos pronomes relativos.

b) das conjunções subordinativas completivas.

c) das conjunções subordinativas consecutivas

d) das conjunções subordinativas causais.

 

Com o recurso aos travessões nas linhas 31 e 32, o enunciador pretende

a) separar uma citação d’Os Lusíadas.

b) introduzir um argumento dedutivo.

c) isolar uma enumeração exemplificativa.

d) demarcar um comentário pessoal.

 

O particípio passado «votadas» (l. 32), usado com valor adjetival, é utilizado com o sentido de

a) «eleitas».

b) «dedicadas».

c) «imunes».

d) «submetidas».

 

O constituinte sublinhado no segmento «O herói, apesar dos nomes reais e históricos, é coletivo» (l. 37) apresenta um valor

a) adversativo.

b) consecutivo.

c) explicativo.

d) concessivo.

 

«dois» (l. 38) é um

a) quantificador existencial.

b) adjetivo numeral.

c) quantificador numeral.

d) quantificador universal.

 

A palavra «personagens-tipo» (ll. 38-39) é

a) um composto morfológico.

b) um composto morfossintático.

c) uma amálgama.

d) uma truncação.

 

O grupo nominal «Nuno Álvares Pereira» (l. 39) desempenha a função sintática de

a) sujeito.

b) predicativo do sujeito.

c) complemento direto.

d) modificador apositivo do nome.

 

A palavra «que» (l. 40) pertence à classe

a) dos pronomes relativos.

b) das conjunções completivas.

c) conjunções comparativas.

d) conjunções consecutivas.

 

Relê «Nove anos, milhares de léguas» (p. 317). São os últimos parágrafos de Memorial do Convento, embora com alguns cortes (além de que as primeiras cinco linhas ainda são da transição de penúltimo para o último capítulo). As perguntas são do Grupo I do exame de há uns anos (mantive até a numeração):

2. Releia a narrativa, a partir de «e andando e buscando» [ll. 8-13].

2. 1. Identifique duas das vozes aí presentes, exemplificando cada uma das vozes por si indicadas com duas transcrições do texto.

2.2. Explicite duas das funções das falas contidas neste excerto.

3. Refira cinco [três] dos traços caracterizadores de Blimunda, fundamentando-se no texto.

Escreve umas três linhas finais alternativas (a partir de «novo.») à conclusão de Saramago (cerca de 40 palavras). Não optes por finais estapafúrdios fora do restante registo, embora possas criar um desfecho igualmente mágico.

 


Conclusão

Memorial do Convento

Cinema Paraíso

O desfecho é precedido de elipse ou resumo significativo, dando-se uma viagem e, posteriormente, o regresso ao ponto de partida.

Blimunda procurou Baltasar durante nove anos, que nos são dados em poucas páginas, andou por todo o país (e «alguma vez atravessou a raia de Espanha») mas em _____ é que reencontrará o companheiro.

Salvatore viveu em Roma durante décadas, que são elididas no filme, passa os limites da Península Itálica (Giancaldo é na Sicília) mas é ao regressar a _______ que redescobrirá os filmes que eram a sua companhia.

Antes da conclusão — quase uma catarse —, há um reconhecimento de personagens (embora não exatamente uma anagnórise).

Blimunda reconhece Baltasar, que, com a barba enegrecida, «prodígio cosmético da fuligem», parece mais jovem (entre os supliciados está o _____ António José da Silva, aka «O Judeu»).

Salvatore depara-se com o antigo _______, mais velho, e vemos o louco da praça, também já diferente mas com as mesmas manias.

Há disforia mas também a noção de que se conservou uma memória de quem ou do que se amava — entre o que se guarda e o objeto da paixão há relação metonímica.

Por um lado, Baltasar morre; por outro, Blimunda consegue resgatar uma sua parte, a sua ___.

A infância de Totó morreu com o enterro de Alfredo e a destruição do cinema, mas Salvatore resgata parte desse passado, os fotogramas dos ______.

O espaço, ou o contexto, em que se iniciara a paixão repete-se, num momento que podemos conotar com uma destruição redentora.

De novo, um _______, em Lisboa.

O _____, implodido, em Giancaldo.

O final é uma epifania — uma revelação —, já que se descobre o que antes ficara escondido.

Pela primeira vez, Blimunda, premonitoriamente em ____, vê o «interior» de Baltasar.

Salvatore vê agora as imagens que antes tinham sido cortadas e que, quando muito, vira às escondidas nas sessões de visionamento para censura pelo ___.

A narrativa não fica em aberto mas também não é uma típica narrativa fechada.

Algumas das linhas de ação ficaram _______ (passarola, construção do convento, talvez a própria paixão), mas não sabemos o destino de todas as personagens (que será agora de Blimunda?).

A linha de ação da paixão pelo cinema e a da memória da infância ficaram ____, mas haverá alguma indefinição ainda no que se refere à paixão Salvatore-Elena.



TPC — Prepara leitura em voz alta das estâncias nas pp. 166-167 e 168-169.


 

Aula 121-122 (24 [1.ª, 4.ª], 25 [6.ª], 27/mar [3.ª]) Vai até às pp. 166-167 do manual, que contêm trechos da visita do rei de Melinde à nau de Vasco da Gama e o princípio do longo discurso do capitão português.

Troca os seguintes segmentos — mais estilísticos — do texto dessas estrofes por outros que consideres mais denotativos, preenchendo a terceira coluna. Na coluna à direita, sem porfiar demasiado, ensaia pôr a figura de estilo que estivesse em causa (se houver).

 


Canto II

101, 1-2

«Já no batel entrou do Capitão / o Rei»

O Rei [de Melinde] já _____

Hipérbato

2

«O Rei, que nos seus braços o levava»

O rei que o ______

 

6

«o gesto e o modo»

o semblante e a atitude

 

108, 1-2

«Em práticas o Mouro diferentes se deleitava»

O Rei de Melinde comprazia-se com conversas sobre assuntos _______

 

3-4

«[Guerras] / C’o povo havidas que a Mafoma adora»

Guerras ______

 

5-6

«gentes de toda a Hispéria última»

habitantes [povos] da ____

 

8

«húmidos caminhos»

vias _______

 

109, 1

«valeroso Capitão»

__________

 

3

«Da terra tua o clima e região»

o clima __________

 

4

«distintamente»

pormenorizadamente

 

8

«são de preço»

são notáveis [dignas de apreço]

 

110, 2

«Mar irado»

mar _______

 

Canto III

1, 4

«Neste peito mortal»

Neste ______

Metonímia

2, 2

«a gente Lusitana»

os ________

 

3-4

«do Tejo / O licor de Aganipe corre»

A água da _____ corre ______

 

3, 5-6

«que conte declarando / De minha gente a grão genealosia»

que conte a [história da minha pátria], expondo ______

 

5, 7-8

«Primeiro tratarei da larga terra, / Despois direi da sanguinosa guerra»

Primeiro tratarei da ______, depois direi da _______.

 

 

As linhas a seguir são a diluição em prosa (por Amélia Pinto Pais, «Os Lusíadas» em Prosa) da parte que estivemos a descarnar (transição de canto II para canto III) mas também das estrofes ques estão nas pp. 168-169 do manual (est. 42-54 do canto III). Preenche os espaços com nomes próprios, verbos ou quantificadores numerais.

[final do canto II]

O Rei de Melinde mostra-se curioso

            Durante a noite, houve festas e muitos fogos de artificio, quer em terra, quer nas naus. E foi assim, em clima de grande alegria, que o Rei de _____ se deslocou à nau capitaina, onde estava ______, muito bem vestido. De resto, dera igualmente ordens para que as naus estivessem muito bem decoradas e festivas, para bem receber o ilustre visitante.

            Após breves palavras de receção, conversou-se sobre muitas coisas. Mas o Rei de Melinde estava particularmente interessado em que Vasco da Gama lhe dissesse de onde era e lhe contasse os grandes feitos da História de ______ e também como tinha sido a sua viagem de ______ até ali.

[início do canto III]

Nova invocação

Antes de começar a contar-vos o que Vasco da Gama contou ao Rei, bem me é preciso que tu, _____, musa inspiradora da poesia épica, me ajudes. Por isso, ajuda-me neste meu propósito de cantar a gente _____. Se o não fizeres, poderei pensar que tens receio de que Orfeu, teu filho, perca a fama de grande músico e poeta, perante o perigo que eu represento.

 

Discurso de Vasco da Gama

— Não me é fácil, ó Rei, cumprir o que me pedes. É que não fica bem ser eu próprio a louvar a minha gente, o que poderá ser suspeito; por outro lado, receio que para tudo contar qualquer longo tempo curto seja; quanto a isso, procurarei ser breve, indo contra o que devo. Além disso, a verdade é que não poderei ______ naquilo que disser, dado que, acerca de feitos tão grandes, por mais que eu diga, muito há de ficar ainda por dizer. Assim sendo, vou _____-te de acordo com o seguinte plano: primeiro, direi o que pretendes saber sobre o meu país e a sua situação geográfica; depois, falar-te-ei dos grandes feitos militares da nossa História.

[canto III, estrofes 42-56 (Batalha de Ourique)]

Entretanto, já o príncipe Afonso iniciara uma série de lutas contra os Mouros. Uma das grandes batalhas ocorreu em _____, em que o exército de cinco reis mouros era em força muito maior do que o dos Portugueses.


Na manhã do dia do combate, contudo, um milagre sucedeu. ____ crucificado apareceu a _____, dando-lhe confiança na vitória. E, de facto, após duradouro combate, os Mouros foram desbaratados e Afonso aclamado como primeiro Rei de _______ independente. Em memória do milagre, fez Afonso desenhar na sua bandeira _____ escudos azuis, representando os ______ reis vencidos; dentro de cada um dos _____ escudos fez desenhar os ____ dinheiros pelos quais Judas traíra Cristo.






Vamos ver mais de perto a metáfora e a metonímia. Depois de assistirmos a dois sketches — «O meu filho é uma jóia de moço», «Não faça trocadilhos com o meu nome» (série Barbosa) —, descodifica estas metáforas. Incluem-se também duas de Os Lusíadas.

 


Frase com a figura de estilo

Interpretação em linguagem denotativa

[O homem é] um bicho da terra tão pequeno (I, 106)

‘Os homens são ______’.

Tomai as rédeas vós do Reino vosso (I, 15)

‘______ o Reino’

O meu filho é uma jóia de moço

‘O meu filho _______’

Vem apagar o fogo, que estou a arder

‘Vem fazer amor comigo, que estou com muito desejo sexual’

[De que tamanho é a tua] mangueira?

[Agarra-te ao] varão.

‘órgão sexual masculino’

Andas sempre a bombar

‘Andas sempre a praticar atos sexuais’

 

Completa (preenchendo as linhas):

 


metáfora

termo-base

segundo termo da associação (usado conotativamente)

aspeto comum que permite a analogia

Os Lusíadas

um bicho da terra tão pequeno (I, 106)

homem

bicho da terra pequeno

________

Tomai as rédeas vós do Reino vosso (I, 15)

tomar ... do Reino

________

as rédeas significam controlo,  exercício do poder (sobre cavalo ou sobre país), o que se quer pedir a D. Sebastião

«O meu filho é uma jóia de moço»

O meu filho é uma jóia de moço

Filho

jóia

_______

«Não faça trocadilhos com o meu nome»

De que tamanho é a tua mangueira?

órgão sexual masculino

_______

têm forma aproximável e são condutores de líquido

Vem apagar o fogo (que estou a arder)

satisfazer desejo sexual

apagar o fogo (enquanto atividade de bombeiro)

________

Andas sempre a bombar

________

bombar (‘introduzir ou extrair por meio de bomba’)

sentido de ‘introdução’ é comum ao ato sexual e à atividade em termos denotativos

Agarra-te bem ao varão

órgão sexual masculino

__________

formas aproximáveis [no próprio sketch se tenta, porém, negar a analogia]

 

Nos sketches reconhecem-se duas metonímias (e forjei outras duas). Completa:

 


Frase com a metonímia

Termo conotativo

Interpretação denotativa

Explicação da metonímia

Leu Camões

Camões

‘os textos de Camões’

________

As velas navegavam no Índico

velas

‘________’

parte serve para se inferir o todo

Andas metido nos diabetes

_____

‘na prática de te injetares com insulina’

a doença — que é o motivo pelo qual se injeta a insulina —serve para designar a atividade que é uma sua consequência

Soldado da paz

pás, pás (enquanto onomatopeia)

‘dar palmadas nas nádegas’

_______

 

Note-se que «soldados da paz» (por ‘bombeiros’) e «órgão sexual masculino» (por ‘pénis’) são {escolhe} eufemismos / perífrases / hipérboles.

TPC — Prepara leitura em voz alta das estâncias dos Lusíadas nas pp. 172-173 e 174-175.


 

Aula 123 (25 [4.ª], 27 [3.ª, 6.ª], 28/mar [5.ª]) Correção do questionário em torno «A mitificação do herói n’Os Lusíadas» (v. Apresentação).

Audição de um dos programas radiofónicos «Histórias assim mesmo», de Mafalda Lopes da Costa (TSF), sobre «A lenda do milagre de Ourique».

Situando-te nas pp. 168-169, responde às seguintes perguntas de ‘Leitura, Compreensão’ (p. 169, em baixo; p. 170, em cima).

Por favor, não sejas demasiado liminar (partindo do princípio, errado, de que os outros inferirão o que não quiseste explicitar com mais pormenor) nem trapalhão na escrita.

Levarei comigo uns cinco questionários destes, selecionados pelo nosso estimado, e aleatório, colaborador, Sr. Random ou por algum critério objetivo da minha lavra.

1. ...

2.1 [responde conjuntamente a 2.1 e 2.1.1] ...

2.2 [funda-te na estância 44] ...

3. [tem em conta, sobretudo, as estâncias 46 e 50] ...

6. [porei eu a resposta, mas fica o espaço para copiares o slide] ...

TPC — Lê (para compreensão) os textos ensaísticos «A conceção camoniana da história» (p. 171) e «As reflexões do poeta n’Os Lusíadas: críticas e conselhos aos portugueses» (p. 181).


 

Aula 124-125 (28 [1.ª, 4.ª], 31/mar [6.ª], 1/abr [3.ª]) Correção das perguntas sobre o episódio de Ourique (v. Apresentação).

Nas pp. 172-173, lê o poema de Miguel Torga «A Largada» e relê as estâncias 87-89 do canto IV de Os Lusíadas, para redigires uma resposta à pergunta 1.1.3 (p. 172):

1.1.3 ....

...

Completa agora estas respostas às perguntas de Leitura/Compreensão na p. 173 (não deixes de ler as perguntas):

1.1 [como terás percebido, o «santo templo que nas praias do mar está assentado, que o nome tem da terra, pera exemplo, donde Deus foi em carne ao mundo dado» é a capela de Belém (no Restelo)] A perífrase usada para designar a igreja de Belém associa esta ao local de nascimento de Cristo, o que remete para a ideia de que os portugueses ______

1.2 A apóstrofe «______» (v. _) destina-se a captar a atenção do monarca de ______ para a situação descrita, num momento de grande tensão emocional que poderia ter condicionado o sucesso da viagem. ______ empenha-se em fazer sentir ao seu interlocutor que os portugueses não se revelam apenas fortes fisicamente, mas demonstraram grande dureza de ânimo e força de vontade para concretizar a missão incumbida pelo seu rei.

2. «______» acorrera ao local para ver partir «______» e «_____» (est. 88, v. 2) ou para «_____» (est. 88, v. 3).

2.1 Os presentes entendiam que, sendo a viagem um «_____» (est. 89, v. 1), estaria desde logo condenada ao fracasso. Sentiam os marinheiros já «______» (est. 89, v. 2) ou, na melhor das hipóteses, sabiam que não os iam «_____» (est. 89, v. 8).



Reproduzem-se aqui a respostas aos pontos 1.1 e 2 de Oralidade (p. 173):

1. Grupo 1 | Caracterização física e psicológica do velho:

Fisicamente, trata-se de um velho, de «aspeito venerando» (est. 94, v. 1). Em termos psicológicos, possui um «saber só de experiências feito» (est. 94, v. 7) e um «experto peito» (est. 94, v. 8), apresentando-se «descontente» (est. 94, v. 4) com o projeto dos Portugueses.

As características apontadas encontram-se diretamente enunciadas no texto. Indiretamente, pela sua postura é possível constatar o seu ar de reprovação face à empresa das Descobertas e o seu carácter austero/imponente: «meneando três vezes a cabeça» (est. 94, vv. 3-4) e «a voz pesada um pouco alevantando» (est. 94, v.5).

Grupo 2 | Sentimentos humanos reprovados

O Velho do Restelo reflete sobre a constante insatisfação do Homem, reprovando-a. A «mísera sorte» ou «estranha condição» do Homem conduzem-no a tentativas frustradas de ultrapassar os seus limites, fazendo-o cair em erros e sofrer as consequências dos seus atos. Deste modo, o Velho reprova a vaidade humana que se consubstancia na necessidade de poder, fama e glória que o conduz a aventuras insanas.

Grupo 3 | Críticas ao Homem, em geral:

O Velho do Restelo critica a «vã cobiça» (est. 95, v. 1), a ambição e o desejo de glória e de «Fama» (est. 95, v. 2). A posição do Velho prende-se com o facto de considerar que esses sentimentos e os atos que eles determinam serão fonte de desgraças: «desamparos e adultérios» (est. 96, v. 2), ruína económica («Sagaz consumidora conhecida / De fazendas, reinos e de impérios!», est. 96, vv. 3-4), perigos e mortes («desastres», est. 97, v. 1; «Que perigos, que mortes lhe destinas», est. 97, v.3) e ilusões («Que promessas de reinos e de minas / De ouro, que Ihe farás tão facilmente? / Que famas lhe prometerás? Que histórias? / Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?», est. 97, 5-8).

Grupo 4 | Críticas ao Portugueses e alternativa à viagem à Índia:

O Velho do Restelo dá voz a todos aqueles que, na época e em nome do bom senso, criticavam as aventuras marítimas, incertas e carregadas de perigos e desgraças, defendendo a tranquilidade e preferindo que a expansão se fizesse pela ampliação das conquistas militares no Norte de África e não pela expansão para Oriente. Deste modo, o Velho representa uma postura mais conservadora quanto ao futuro da nação lusitana.

A personagem apresenta como alternativa às viagens dos Descobrimentos para Oriente a luta contra os Mouros no Norte de África. Tal alternativa justifica-a com o facto de os Portugueses pretenderem expandir a fé cristã e alcançar riquezas, objetivos que poderão concretizar deslocando-se para um local perto e já conhecido — o Norte de África (estâncias 100 e 101).

O Velho do Restelo considera negligente a atitude de enfrentar desnecessariamente perigos desconhecidos e abandonar os perigos urgentes da nação, ameaçada pelos mouros. Por outro lado, sente que as grandes navegações acentuam a desorganização social do país (101, 3-4).

2. Ainda se utiliza, atualmente, a expressão «ser um Velho do Restelo» para designar metaforicamente uma pessoa «conservadora, antiquada, ultrapassada, parada no tempo, que resiste à mudança, para quem qualquer empreitada parece impossível de realizar e que apregoa a desgraça».



TPC — (Em tepecê anterior já ficara pedida a preparação da leitura das estâncias nas pp. 174-175.) Prepara também a leitura em voz alta das estâncias nas pp. 178-179.


 


Aula 126-127 (31/mar [1.ª, 4.ª], 1 [6.ª], 3/abr [3.ª]) Questionário(s) de gramática:


Turmas 1.ª e 4.ª

Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

 


A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.

subordinada adjetiva relativa restritiva

A Lu andou ao sol, ficou doente, foi internada.

 

A Amélia, que foi minha namorada, está bonita.

 

Estava já com fome, pois almoçara apenas insetos.

 

O professor anunciou que os alunos estavam aprovados.

 

Saiu, depois que a noite chegou.

 

Estava tanto calor, que todos se despiram.

 

 

Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

 


Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.

vocativo

A ideia foi-lhe apresentada por Harriet.

 

Camões dedicou o livro a Sebastião.

 

Irritei-te desnecessariamente.

 

Salvatore gostava de Elena.

 

A secretária elegeu a pesca do salmão como a solução ideal.

 

Pôs o telemóvel sob a carteira para enganar o professor.

 

 

Indica a classe (e a subclasse) das palavras sublinhadas. (O período em que se integram é legível na vertical.)

 


Ela

pronome pessoal

pretendia que

 

as pessoas viviam bem

 

em Lisboa, embora

 

a olhassem de soslaio.

 

 

Indica o processo de formação.

 


amável

derivação por sufixação

perda

 

cronómetro

 

esvoaçar

 

supermercado

 

 

Turmas 1.ª e 4.ª

Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

 


A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Cantas tão bem, que fico logo alegre.

 

Mal entrou, o ambiente ficou diferente.

 

O Vicente, que é um bom homem, tem dívidas tremendas.

 

O diretor avisou que as matrículas estavam encerradas.

 

Não tinha dinheiro, portanto não comprei nada.

 

Chegou, viu e venceu.

 

 

Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

 


Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.

vocativo

Camões pediu inspiração a Calíope.

 

A família de Elena foi para a Toscânia.

 

A pesca do salmão no Iémen foi impulsionada pelo xeque.

 

Vou pôr a mesa quando chegar o salmão.

 

O povo não nomeou D. João V seu governante.

 

Leva-me ao Iémen.

 

 

Indica a classe (e a subclasse) das palavras sublinhadas. (O período em que se integram é legível na vertical.)

 


Ele integrava

pronome pessoal

a equipa que

 

vencera justamente

 

os colegas de Paris,

 

mas não parecia.

 

 

Indica o processo de formação.

 


amável

derivação por sufixação

encurtar

 

infraestrutura

 

chave [(= ‘solução’)]

 

piscicultura

 

 

Turmas 3.ª e 6.ª

Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

 


A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.

subordinada adjetiva relativa restritiva

És de tal modo irritante, que te odeio.

 

Diria que este trabalho de gramática é facílimo.

 

Quem não saiba gramática reprovará.

 

Conhé, que jogava à baliza, era o meu ídolo.

 

Se pudesse, via esta pergunta no telemóvel.

 

Soube-lhe bem, apesar de que os ovos estavam estragados.

 

 

Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

 


Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.

vocativo

O rei melindano ouviu atentamente.

 

Gostas do ‘Tia Albertina’ que te dei?

 

O Gama vinha de Lisboa.

 

Jonas considerava a pesca de salmão no Iémen uma loucura.

 

Trata-me bem, por favor.

 

O chato discurso foi ouvido pelo coitado do rei.

 

 

Indica a classe (e a subclasse) das palavras sublinhadas. (O período em que se integram é legível na vertical.)

 


Ela

pronome pessoal

tinha um carro que

 

todos os colegas invejavam,

 

quando

 

a viam sair.

 

 

Indica o processo de formação.

 


amável

derivação por sufixação

esclarecer

 

saca-rolhas

 

biologia

 

[o] jantar

 

 

Turmas 3.ª e 6.ª

Classifica as orações sublinhadas (pretendo uma classificação completa da oração).

 


A Adília comeu o caracol que lhe ofereci.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Camões escreve tão bem, que não o suporto.

 

Declaramos que nos opomos a isso.

 

Comeu o bolo, bebeu a aguardente, trincou a noz.

 

Sempre que chove, a ESJGF fica alagada.

 

Odeio quem não sabe orações substantivas.

 

Ainda que o Benfica perca, lá estarei no Marquês.

 

 

Classifica a função sintática do segmento sublinhado.

 


Estimados alunos, por favor, não resolvam este grupo.

vocativo

As Tágides deram-lhe inspiração.

 

O bom do Gama foi enganado pelo rei de Mombaça.

 

Vi Harriet, mas abandonei-a.

 

O rei ouviu o discurso com atenção.

 

Harriet tinha Jones por ingénuo.

 

Vasco da Gama foi à Índia.

 

 

Indica a classe (e a subclasse) das palavras sublinhadas. (O período em que se integram é legível na vertical.)

 


Ele integrava

pronome pessoal

aquela turma, numa

 

escola onde,

 

com sorte, se estudava

 

ou se brincava.

 

 

Indica o processo de formação.

 


amável

derivação por sufixação

[o] ataque

 

arruivado

 

arqueologia

 

homem-rã

 

 

Nas pp. 174-175, lê o final do canto V, quando o Gama vai terminando o seu discurso. Ao mesmo tempo, estrofe a estrofe, completa as paráfrases de cada estância (tirei-as da edição de Campos Monteiro). Por vezes, as palavras em falta na «tradução» são idênticas às de Camões, outras vezes correspondem a atualização do vocabulário ou descodificação de alguma figura de estilo. O itálico marca acrescentos (para melhor compreensão).

 

70       E calcula agora quão miseráveis e quão ____ andaríamos todos, por climas e mares desconhecidos, e sob _____ inclementes, inimigos da natureza humana; já tão quebrantados pelas privações e tempestades, e tão cansados do longo esperar, quanto _____ a desesperar de todo,

 

71        vendo já putrefactos e avariados os ______, tornados nocivos e perniciosos para os nossos enfraquecidos organismos, e não colhendo, além disso, uma alegria que nos alimentasse a ______, embora iludindo-nos! Cuidas tu que, se este grupo de militares, que me acompanha, não fosse ______, porventura persistiria tanto tempo na obediência ao seu rei e ao seu comandante?

 

72        Cuidas que se não teriam já ______ contra o seu capitão, se ele os contrariasse, fazendo-se piratas, levados pelo ______, pela fome e pela cólera? Grandemente experimentados estão eles já, por certo, visto que nem as grandes fadigas a que têm sido submetidos os fizeram desviar daquela alta virtude portuguesa que consiste na _____ lealdade e na obediência.

 

86       Podes agora ______, ó rei, se houve um dia no mundo homens que se atrevessem a semelhante _______. Supões acaso que tanto Eneias como Ulisses houvessem dilatado a tal ponto as suas viagens? Ousou alguém, por mais versos que a seu respeito se escrevessem, ver, do profundo mar, a ______ parte do que eu tenho visto a poder de valor e de ciência, e do que espero ver ainda?

 

89       deixem-nos fantasiar e inventar ventos soltos dos odres, Calipsos enamoradas, Harpias que lhes conspurquem a comida, e descidas aos _______; que, por muito que se aperfeiçoem nessas mentirosas fábulas, tão bem delineadas, as verdades _____ e cruas que eu venho de contar sobrepujam todos esses sublimes ________».

 

90       Todos os ouvintes, extasiados, pendiam ainda da boca do ______ Capitão quando ele pôs termo à extensa _______ dos altos, grandes e sublimes feitos dos portugueses. Então, o rei de Melinde elogiou o ânimo nobilíssimo dos reis de Portugal, notabilizados em tantas guerras, e a histórica valentia, a lealdade de coração e a _______ do povo português.

 

92       Quão doce não é o louvor e a justa glória dos nossos feitos, quando os vemos _____! Todo o homem de nobre sentimentos se esforça por ______ ou igualar em fama os antepassados ilustres. As emulações produzidas pela história dos outros dão lugar, muitas vezes, a gloriosos feitos. A quem se propõe à ______ de obras valiosas, muito o incita e estimula o louvor alheio.

93, 1-4            Alexandre Magno tinha em menos apreço os feitos gloriosos de Aquiles na ______ que os maviosos ______ do seu cantor. Só a estes encarecia e fazia jus.

 

94, 1-4           Vasco da Gama esforçou-se por mostrar que essas antigas expedições navais exalçadas por todo mundo não _______ tamanha glória e tão alta fama como a sua, que assombrou o ______ e a terra.

 

95, 1-6            A terra portuguesa produz também Cipiões, Césares, Alexandres e ______; mas não lhes concede, a esses heróis, aqueles dotes cuja falta os torna rudes e incultos. Octaviano, entre as mais angustiosas conjunturas, compunha versos ______ e formosos.

 

97       Enfim, não houve general romano, grego, ou mesmo bárbaro, que não fosse ao mesmo tempo ilustrado e _______; só entre os portugueses não acontece assim. Não o digo sem vergonha; porque o motivo de não serem muitos heróis portugueses cantados em ______ é não serem os versos apreciados por eles, pois que quem desconhece a arte poética não pode _______.

 

99       Pode o nosso Gama _______ às Musas portuguesas o intenso amor da pátria que as levou a dar aos seus descendentes fama e nomeada, cantando os seus gloriosos e _______ trabalhos; visto que nem ele, nem quem da sua geração usa o seu nome, usufrui tanto a amizade de Calíope, ou das ninfas do Tejo, que estas se dignassem abandonar as telas de oiro para o ______.

 

Responde a estas perguntas:

1.1 (p. 174) = est. ____, v. ___.

1.3 (p. 176) ...

2.1 (p. 176) ...

TPC — Responde ao ponto 1 da página 177 (umas 150 palavras ou até um pouco menos).


 

Aula 128 (1 [4.ª], 3 [1.ª, 6.ª], 4/abr [3.ª]) [Nas turmas 3.ª e 6.ª, em vez do que se descreve em baixo, far-se-á o que está previsto para a aula 129-130, que estas turmas não terão.]



Leituras em voz alta.



 


 

Aula 129-130 (4/abr [1.ª, 3.ª]) [As turmas 3.ª e 6.ª, que estão com uma aula a menos, não têm esta sessão, cujo conteúdo, porém lhes será dado na aula 128]

Soluções do trabalho de gramática (turmas 3.ª e 6.ª — as duas versões)

 


És de tal modo irritante, que te odeio.

subordinada adverbial consecutiva

Diria que este trabalho de gramática é facílimo.

subordinada substantiva completiva

Quem não saiba gramática reprovará.

subordinada substantiva relativa

Conhé, que jogava à baliza, era o meu ídolo.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Se pudesse, via esta pergunta no telemóvel.

subordinante

Soube-lhe bem, apesar de que os ovos estavam estragados.

subordinada adverbial concessiva

 


O rei melindano ouviu atentamente.

modificador do grupo verbal

Gostas do ‘Tia Albertina’ que te dei?

complemento indireto

O Gama vinha de Lisboa.

complemento oblíquo

Jones considerava a pesca de salmão no Iémen uma loucura.

predicativo do complemento direto

Trata-me bem, por favor.

complemento direto

O chato discurso foi ouvido pelo coitado do rei.

complemento agente da passiva

 


tinha um carro que

pronome relativo

todos os colegas invejavam,

quantificador universal

quando

conjunção subordinativa temporal

a viam sair.

pronome pessoal

 


esclarecer

derivação por parassíntese

saca-rolhas

composição morfossintática

biologia

composição morfológica

[o] jantar

conversão

 


Camões escreve tão bem, que não o suporto.

subordinada adverbial consecutiva

Declaramos que nos opomos a isso.

subordinada substantiva completiva

Comeu o bolo, bebeu a aguardente, trincou a noz.

coordenada assindética

Sempre que chove, a ESJGF fica alagada.

subordinada adverbial temporal

Odeio quem não sabe orações substantivas.

subordinada substantiva relativa

Ainda que o Benfica perca, lá estarei no Marquês.

subordinada adverbial concessiva

 


As Tágides deram-lhe inspiração.

complemento indireto

O bom do Gama foi enganado pelo rei de Mombaça.

complemento agente da passiva

Vi Harriet, mas abandonei-a.

complemento direto

O rei ouviu o discurso com atenção.

modificador do grupo verbal

Harriet tinha Jones por ingénuo.

predicativo do complemento direto

Vasco da Gama foi à Índia.

complemento oblíquo

 


aquela turma, numa

determinante demonstrativo

escola onde,

advérbio relativo

com sorte, se estudava

preposição

ou se brincava.

conjunção coordenativa disjuntiva

 


[o] ataque

derivação não afixal

arruivado

derivação por parassíntese

arqueologia

composição morfológica

homem-rã

composição morfossintática

 

Soluções do trabalho de gramática (turmas 1.ª e 4.ª — as duas versões)

 


A Lu andou ao sol, ficou doente, foi internada.

coordenada assindética

A Amélia, que foi minha namorada, está bonita.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Estava já com fome, pois almoçara apenas insetos.

coordenada explicativa

O professor anunciou que os alunos estavam aprovados.

subordinada substantiva completiva

Saiu, depois que a noite chegou.

subordinada adverbial temporal

Estava tanto calor, que todos se despiram.

subordinada adverbial consecutiva

 


A ideia foi-lhe apresentada por Harriet.

complemento agente da passiva

Camões dedicou o livro a Sebastião.

complemento indireto

Irritei-te desnecessariamente.

complemento direto

Salvatore gostava de Elena.

complemento oblíquo

A secretária elegeu a pesca do salmão como a solução ideal.

predicativo do complemento direto

Pôs o telemóvel sob a carteira para enganar o professor.

modificador do grupo verbal

 


pretendia que

conjunção subordinativa completiva

as pessoas viviam bem

advérbio de predicado

em Lisboa, embora

preposição

a olhassem de soslaio.

pronome pessoal

 


perda

derivação não afixal

cronómetro

composição morfológica

esvoaçar

derivação por parassíntese

supermercado

derivação por prefixação

 


Cantas tão bem, que fico logo alegre.

subordinada adverbial consecutiva

Mal entrou, o ambiente ficou diferente.

subordinada adverbial temporal

O Vicente, que é um bom homem, tem dívidas tremendas.

subordinada adjetiva relativa explicativa

O diretor avisou que as matrículas estavam encerradas.

subordinada substantiva completiva

Não tinha dinheiro, portanto não comprei nada.

coordenada conclusiva

Chegou, viu e venceu.

coordenada assindética

 


Camões pediu inspiração a Calíope.

complemento indireto

A família de Elena foi para a Toscânia.

complemento oblíquo

A pesca do salmão no Iémen foi impulsionada pelo xeque.

complemento agente da passiva

Vou pôr a mesa quando chegar o salmão.

modificador do grupo verbal

O povo não nomeou D. João V seu governante.

predicativo do complemento direto

Leva-me ao Iémen.

complemento direto

 


a equipa que

pronome relativo

vencera justamente

advérbio de predicado

os colegas de Paris,

preposição

mas não parecia.

conjunção coordenativa adversativa

 


encurtar

derivação por parassíntese

infraestrutura

derivação por prefixação

chave [(= ‘solução’)]

extensão semântica

piscicultura

composição morfológica

 

Tarefas corrigidas ao longo do 2.º período

 


Leitura

Aula

Questionário sobre «D. João, quinto do nome na tabela real» e sobre conhecimento de Memorial (aula 73-74)

Questionário sobre «Que padre é este padre?» e conhecimento de Memorial (aula 83-84)

Questionário sobre «O rosto e as máscaras da heteronímia» (aula 90-91)

Questionário sobre texto de Luís Francisco Rebelo acerca de Memorial, grupo II de exame (aula 111-112)

Questionário sobre «A mitificação do herói n’Os Lusíadas» (aula 119-120)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos

Casa

[A leitura de dois dos textos dos questionários fora pedida em tepecê; a de Memorial do Convento fora pedida para as férias de Natal.]

Escrita

Aula

Grupo I-A de exame sobre o passo da comitiva de Maria Bárbara (aula 68-69)

Análise contrastiva entre poemas de José Gomes Ferreira e de Ricardo Reis (aula 70-71)

Transposição de «Baltasar e Blimunda» para atualidade (aula 80-81)

Comentário sobre dois poemas de Pessoa e uma «redação da Guidinha» (aula 88-89)

Comentário em torno do espaço em «Cem homens, cem formigas» (aula 93-94)

Reflexão sobre consequências de se ter um poder mágico como o de Blimunda (aula 95-96)

Comentário sobre Memorial enquanto «epopeia» (aula 111-112)

Dissertação segundo guião dado, sobre «viagem» (aula 115)

Perceção da capacidade de redigir para depois ler em aula

Casa

Dissertação sobre um de quatro temas de exame recente (tepecê da última/penúltima aula do 1.º período)

Dissertação sobre destino, a propósito de frase de Ricardo Reis (tepecê da aula 70-71)

Comentário acerca de amor de Baltasar e Blimunda (tepecê da aula 72)

Comentário acerca de dois traços do caráter de D. João V (tepecê da aula 73-74)

Comentário em torno de dois textos de Pessoa na p. 39 (tepecê da aula 75-76)

Conclusão de texto iniciado em aula, com uso obrigatório de vinte conectores (tepecê da aula 77)

Comentário em torno de Bartolomeu (tepecê da aula 83-84)

Dissertação acerca da inadaptação à vida (tepecê da aula 85-86)

Comentário em torno de Blimunda e da passarola (tepecê da aula 88-89)

Análise de canção em analogia com trecho de Memorial (tepecê anunciado na aula 90-91)

Reformulação do anterior (tepecê da aula 98-99)

Item I-A, 4 de exame, sobre narrador enquanto comentador em Memorial (tepecê da aula 31-32)

Comentário em torno de acontecimentos sociais em Memorial do Convento (tepecê da aula 102)

Criação de novo título para Memorial e sua justificação (tepecê da aula 105-106)

Comentário a grupo I-B de ficha no CdA, sobre história e Memorial (tepecê da aula 107)

Comentário sobre contrastes do século XVIII em Memorial (tepecê da aula 108-109)

Criação de guião para uma dissertação sobre um dos temas no CdA (tepecê da aula 116-117)

Comentário a «Portugueses e leitura», de MEC, e V, 92-99, de Camões (tepecê da aula 126-127)

Compreensão oral/Produção oral

Aula & Casa

Leitura em voz alta de estâncias de Os Lusíadas (marcadas no tepecê da aula 113-114 e passim)

Gramática

Aula (& estudo em casa)

Questionário (orações, funções sintáticas, classes de palavras, formação) (aula 126-127)

Perceção da atenção em momentos em que se trata de ouvir professor em explicações de conteúdos

 

Assiduidade & pontualidade

 

Assistência a A pesca de salmão no Iémen, ao mesmo tempo que conversas com cada um dos alunos (avaliação).

TPC (férias) — (i) Lê um livro [explicarei em aula ou em GdN]; (ii) Cria um «Alfabeto de Memorial», a exemplo dos que fizemos para Pessoa (com inteligência — e sem plágios); (iii) Vai vendo como podes ter à mão Felizmente há luar!. Para (i), sugiro algum dos livros indicados nas áreas «Contrato de leitura» (há uma em cada capítulo do manual: pp. 18-19, 141, 272, 320); ou qualquer livro de teatro ou qualquer romance histórico; ou, afinal, qualquer livro (ou mesmo conto grande/novela) com valor literário. Livro tem de estar escrito em português, mas pode ser tradução de algum autor estrangeiro. (Quem não leu Os Maias, poderia tentar qualquer romance/novela de Eça.)


 

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